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FACULDADE DE DIREITO
DEPARTAMENTO DE DIREITO ECONÔMICO, FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO
Disciplina: DFD0418 – Direito Econômico
Professor Doutor Alessandro Serafim Octaviani Luis
São Paulo
2017
Sumário
1. Introdução..........................................................................................................................3
2. Sobre o autor......................................................................................................................4
3. Sobre a obra....................................................................................................................... 5
4. Uma história do capitalismo.............................................................................................. 7
5. O papel do Direito Econômico na superação do subdesenvolvimento...............................8
6. Referências........................................................................................................................ 9
1. Introdução
Este trabalho é uma análise do livro de Ha-Joon Chang, Chutando a Escada. Nesta
obra o autor traz uma visão crítica sobre o desenvolvimento econômico de diversos países,
tanto os tradicionalmente analisados como Alemanha e Inglaterra, como países menores como
Bélgica e Holanda.
A proposta é analisar os argumentos trazidos por Chang, juntamente com os estudos
realizados por autores como Fabio Comparato e Gilberto Bercovici.
Um resgate histórico sobre o desenvolvimento dos países ricos se faz necessário para
a compreensão do instrumental utilizado para atingir o atual nível de desenvolvimento e para
compreender por que os países em desenvolvimento não conseguem chegar no patamar dos
desenvolvidos.
O livro mostra que a postura dos países desenvolvidos em relação aos em
desenvolvimento é de supremacia, enquanto no sentido oposto a postura é de dependência. A
ideia de “chutar a escada” que remete o livro é justamente aquela relação, em que a posição
dos países ricos é de impedir o desenvolvimento completo do segundo grupo.
2. Sobre o autor
Ha-Joon Chang recruta a história econômica para montar uma crítica provocativa do
"Consenso de Washington" - o conjunto padrão de recomendações de políticas que visam
promover o desenvolvimento econômico nos países pobres. De acordo com o consenso, os
países em desenvolvimento devem adotar um conjunto de "boas políticas" e "boas
instituições" para melhorar seu desempenho econômico. As boas políticas incluem políticas
macroeconômicas estáveis, um regime liberal de comércio e investimento e privatização e
desregulamentação. As boas instituições incluem o governo democrático, a proteção dos
direitos de propriedade (incluindo a propriedade intelectual), um banco central independente e
instituições transparentes de governança corporativa e estabelecimentos financeiros. Essas
políticas foram adotadas pelo Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e por muitos
economistas convencionais, daí o termo Consenso de Washington.
Chang destaca o paradoxo de que muitos dos países de alta renda de hoje não
perseguiram tais políticas quando estavam escalando a escada econômica do sucesso no
século XIX. Em vez disso, esses países implementaram tarifas elevadas e políticas industriais
setoriais, ficaram em atraso na introdução de reformas democráticas, roubaram as tecnologias
industriais umas das outras, não possuíam bancos centrais independentes, e assim por diante.
Portanto, na opinião de Chang, os países desenvolvidos são hipócritas quando procuram negar
aos países em desenvolvimento o acesso a essas mesmas ferramentas políticas e quando
exortam-nas a adotar reformas democráticas e a proteger a propriedade intelectual.
Em certo sentido, este livro coloca Adam Smith (ortodoxia do mercado livre) contra
a Friedrich List (heterodoxia de intervenção gerenciada) e vem do lado da Lista. Na opinião
de Chang, os países desenvolvidos pregam as políticas de Adam Smith para os países em
desenvolvimento hoje, mas seguiram as próprias políticas de Friedrich List no passado. Os
países desenvolvidos estão "derrubando a escada" (na frase memorável de Friedrich List) que
eles costumavam se tornar mais ricos e, em vez disso, estão tentando impor aos países em
desenvolvimento um conjunto de políticas totalmente inadequadas para sua condição
econômica e contrárias aos seus interesses econômicos. Este livro já alcançou um alto status
como uma crítica iconoclástica do "fundamentalismo de mercado" neoliberal, como
pronunciado pela economia estabelecida e pelas instituições internacionais.
Chang, que é Diretor Adjunto de Estudos de Desenvolvimento da Universidade de
Cambridge (Reino Unido), divide seu livro em quatro capítulos. Cada capítulo se concentra
nas políticas seguidas há um século pelos principais países ricos de hoje (Grã-Bretanha,
Estados Unidos, Alemanha, Japão e outros países europeus) e compara essas políticas com as
que os países em desenvolvimento são instados a adotar o Consenso de Washington. O
Capítulo Um introduz o livro e pergunta "Como os países ricos se tornaram ricos?" O
Capítulo Dois analisa as políticas comerciais e industriais, projetadas para permitir aos países
em desenvolvimento "recuperar o atraso" com os países industrializados. O Capítulo Três
centra-se nas instituições e na boa governança. O capítulo quatro conclui com um resgate
histórico.
4. Uma história do capitalismo
Fabio Comparato (1978) afirma que o novo direito econômico surge como o
conjunto das técnicas jurídicas de que lança mão o Estado contemporâneo na realização de
sua política econômica. Ele constitui assim a disciplina normativa da ação estatal sobre as
estruturas do sistema econômico, seja este centralizado ou descentralizado.
Em se tratando de matriz constitucional, Gilberto Bercovici (1999) afirma que as
soluções dadas pelo intérprete e pelo aplicador da Constituição devem estar adequadas e ser
coerentes com a ideologia constitucionalmente adotada, que os vincula. A Constituição de
1988 é voltada à transformação da realidade. O autor afirma ainda que a perspectiva jurídica
da Constituição precisa ser completada por considerações de política constitucional dirigidas
para manter, possibilitar ou criar os pressupostos de uma realização legítima da Constituição.
Chang (2003) afirma que permitir que os países em desenvolvimento adotem
políticas e instituições mais apropriadas ao seu estágio de desenvolvimento e a outras
circunstâncias que eles estão vivendo permitir-lhes-á crescer mais rapidamente, como deveras
aconteceu nas décadas de 1960 e 1970.
O Direito Econômico, portanto, exerce um papel central na superação do
subdesenvolvimento. Toda a reconstrução das instituições, bem como a revisão das
legislações e acordos de comércio teriam de ser realizadas pelo instrumental do Direito
Econômico, que deverá ter um viés transformador.
6. Referências