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Caso 22 (retorno)

Andrea e Berta são dois nacionais romenos que se casaram na França e fixaram residência
habitual comum em Portugal. Determine qual a lei reguladora dos efeitos pessoais do
casamento, considerando que:
• os tribunais portugueses são internacionalmente competentes;
• a norma de conflitos francesa determina que a lei aplicável aos efeitos
pessoais do casamento é a lei da nacionalidade comum dos cônjuges;
• a norma de conflitos romena determina que a lei aplicável aos efeitos
pessoais do casamento é a lei da residência habitual comum dos cônjuges;
• os Direitos de conflitos francês e romeno adotam o sistema de devolução
simples.

Caso 23 (retorno)
Anthony, cidadão dos EUA residente habitualmente em Itália (tendo anteriormente
vivido no Estado de Nova Iorque), pretende casar-se em Lisboa. Diga qual a lei que o
conservador do registo civil deve aplicar à capacidade matrimonial de Anthony,
considerando que:
• os EUA não têm Direito interlocal e Direito Internacional Privado
unificados;
• o Direito de conflitos nova iorquino regula a questão pela lex loci
celebrationis, considerando, no caso concreto, que a sua norma de conflitos
remete, única e exclusivamente, para as normas de Direito material de
ordenamentos jurídicos estrangeiros;
• o Direito de conflitos italiano regula a capacidade matrimonial pela lei da
nacionalidade do nubente; no caso concreto, pratica o sistema de referência
material; e, na falta de Direito interlocal ou Direito Internacional Privado
unificados, entende-se a remissão para um ordenamento jurídico complexo
como sendo feita para o ordenamento jurídico local que possui a conexão
mais estreita.

Caso 24 (retorno)
Discute-se perante tribunais portugueses a capacidade matrimonial de Alberto, cidadão
argentino com domicílio em Portugal. Alberto casou-se no Paraguai. Determine qual a lei
reguladora da capacidade para contrair casamento, considerando que:
• a regra de conflitos argentina estabelece que a capacidade para contrair
casamento é regulada pela lei do lugar da celebração do casamento;
• a regra de conflitos paraguaia regula a questão pela lei do domicílio do
nubente e considera Alberto domiciliado em Portugal;
• os Direitos de conflitos argentino e paraguaio praticam, no caso, o sistema
de devolução simples;
• segundo o Direito material argentino, Alberto não teria capacidade para se
casar;
• segundo o Direito material português, não existiriam quaisquer
impedimentos ao casamento.

Caso 25 (retorno)
Em 1998, A, súbdito do Reino Unido residente em Londres, fez, em Londres, um
testamento no qual deixou à sua amiga B uma casa situada em Sintra. Em 2009, data da
sua morte, o património de A era somente constituído por este bem. C, único filho de A,
vem requerer, perante os tribunais portugueses, a redução por inoficiosidade do
testamento por ofender a sua legítima. Aprecie a procedência do pedido de C, admitindo
que:
• no Reino Unido vigora um ordenamento jurídico complexo e não existe Direito
interlocal unificado nem Direito Internacional Privado unificado;
• as normas de conflitos inglesas sujeitam a sucessão imobiliária à lei do lugar da
situação do imóvel;
• o Direito Internacional Privado inglês consagra a teoria da dupla devolução.
• (Diz-se no sumário do ac. da Relação de Évora de 28 de Outubro de 1993, CJ,
tomo V, 1993, p. 276: “I - Remetendo a lei portuguesa, em caso de sucessão de
inglês falecido em Portugal, para a lei nacional deste, esta remissão é para o
respectivo direito material e não para as suas normas de conflitos. II - O direito
dos filhos à legítima não é um princípio de ordem pública internacional do direito
português.”)

Sub-hipótese: E se o britânico tivesse falecido em 2016?

Caso 26 (art. 19.º CC)


André, brasileiro com residência habitual em Lisboa, pretende casar-se em Portugal. O
Direito brasileiro sujeita a capacidade matrimonial à lei do domicílio, praticando
referência material. Segundo o Direito português, André não tem capacidade para se
casar. Mas tem capacidade à luz do Direito brasileiro. Qual a lei aplicável?

Caso 27 (art. 19.º CC)


A, britânico domiciliado no Brasil (mas tendo vivido anteriormente em Londres), faleceu
em 2014, deixando todos os seus bens (móveis), por testamento feito na Inglaterra, a
favor de instituições brasileiras. Os filhos requerem, em Portugal, a redução por
inoficiosidade do testamento, invocando a violação do seu direito à legítima. Os Direitos
inglês e brasileiro remetem para a lei do domicílio do autor da sucessão. Os tribunais
ingleses praticam, no caso, o sistema da dupla devolução e no Brasil entende-se a
remissão para leis estrangeiras como sendo de referência material. Segundo o Direito
material inglês, a deixa testamentária era válida; segundo o Direito material brasileiro, era
inválida. Quid iuris?

Caso 28 (Reg. 650/2012)


A, britânico com residência habitual em Londres, faleceu em 2016, sendo a sua herança
composta por bens imóveis situados na França. Admitindo-se que:
• as normas de conflitos inglesas sujeitam a sucessão imobiliária à lei do lugar da
situação da coisa;
• os tribunais ingleses praticam dupla devolução;
qual a lei aplicável à sucessão?

Sub-hipótese:
E se todos os imóveis do património de A estivessem situados na República da Irlanda,
cujo Direito Internacional Privado sujeita a sucessão imobiliária à lei do lugar da situação
da coisa, com dupla devolução?

Caso 29 (Reg. 650/2012)

Bernardo, nacional português residente na Inglaterra (Reino Unido), faleceu em 10 de


novembro de 2016 tendo como bens sucessórios um imóvel situado em Portugal e um
imóvel situado no Quebeque (Canadá). Discute-se hoje, perante tribunais portugueses, a
sua sucessão imobiliária.
Determine qual a lei reguladora da sucessão imobiliária de Bernardo, considerando que:
• os tribunais portugueses são internacionalmente competentes;
• no Reino Unido e no Canadá não existe Direito interlocal unificado nem
Direito Internacional Privado unificado;
• o Direito de conflitos inglês pratica o sistema da foreign court theory e
regula a sucessão imobiliária pela lex rei sitae;
• o Direito de conflitos do Quebeque pratica o sistema da referência material
e regula a sucessão imobiliária pela lex rei sitae.

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