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DIPrivado - práticas

3.10.2018

Miguel da Câmara Machado

mcamaramachado@fd.ul.pt

917666609

CC + legislação de DIP + lei da nacionalidade

Manuais – lima pinheiro v. I e II + batista machado + ferrer correia + elsa dias oliveira casos

Caso 1

Matéria dos métodos (métodos, processos e técnicas – Lima pinheiro)

Há três orientações:

 Jurisdicionalista – foro (caso I)


 Substancialista - direito material específico
 Norma de conflitos – conexão mais estreita (caso II)

Lei alemã - não

Lei francesa - sim

Lei portuguesa - sim

Lex recite – lei do sitio da coisa

Lex fori – lei do foro

b)

Lei portuguesa – dto dos conflitos 49º + 31º/1 – Não

Lei francesa – não

Lei alemã – não

Estamos a usar na A) o método da resolução direta. Há um divergência entre os direta e


indireta. Na direta vai diretamente ao direito que conhece e não considera que haja um
problema de direito internacional privado.

As soluções conflituais indiretas implica que se investigue o direito internacional.

As desvantagens da resolução direta – foro shopping, desarmonia.

Segundo a lex forista estamos sempre a usar o direito material do foro, sec. XII,
2015/241 R – ainda tem este método (insolvência). Clausulas contratuais gerais – proteção da
parte mais fraca.

Vantagens – menos dispêndio de recursos, melhor administração da justiça.

Método conflitual – normas de regulação indireta, tendencialmente de conexão,


tendencialmente formal.
DIPrivado - práticas

Lugar da sede da relação jurídica – alemão

Caso II

No brasil pode casar, pois remete para a lei portuguesa, sendo a do domicílio. Em
Portugal não pode, pois há remissão para a lei brasileira.

17º e 18º CC – reenvio

Método conflitual

Opções de um direito especial para estrangeiros: Direito especial de fonte interna, direito
especial de fonte internacional e um direito uniforme.

3 fontes: legal, convencional e transnacional

10.10.2018

Caso 3

O Aníbal (italiano) e Berta (espanhola), residentes em França, casaram em 1960. Em


1974, A fixou-se me Portugal enquanto B permaneceu em França. Em 1977, foi intentado nos
tribunais portugueses uma ação na qual se discute qual a lei reguladora dos efeitos do
casamento.

Ao momento da discussão nos tribunais, os cônjuges não possuem o mesmo local de


residência, e como já foi refere o caso, também não possuem a mesma nacionalidade. De acordo
com o enunciado na redação do art.º 52º do CC à data, não havendo lei da nacionalidade
comum, até 1974, a lei que regia o casamento era a lei francesa como local da residência
habitual.

Porém, nesse mesmo ano, deixa de haver residência habitual comum. Será necessário
recorrer ao art.º 52º/2, 2ª parte, onde é referido que será a lei pessoal do marido,
nomeadamente, a lei italiana que passará a reger as relações.

Porém, à data da ação, já existia a Constituição da República Portuguesa, onde o art.º


36º/3 prevê a igualdade entre cônjuges, havendo uma superveniente inconstitucionalidade da
norma do CC, relação entre a constituição e o direito internacional público.

Houve quem defendesse que as normas de conflito não estavam sujeitas à constituição
porque seriam normas formais, sendo o direito de conflitos um espaço livre de intervenção
constitucional. De acordo com esta posição, a norma em apreço não seria inconstitucional
mesmo sendo desfavorável à mulher. Tal posição não tem acolhimento em Portugal, é então
considerado que as normas estão vinculadas e sujeiras à constituição.

 TC alemão e Jorge Miranda – as normas de conflito são normas como quais quer
outras, logo estão sujeitas a fiscalização.
 Visão restritiva : Ferrer Correia – o dip não tem de estar de acordo com a CRP, mas
tem de estar de acordo com alguns princípios e valores fundamentais
 Dário Moura Vicente e Lima Pinheiro e Rui Moura Ramos – nem sempre se justifica
haver uma compatibilidade entre a CRP e as normas estrangeiras, o dip não é neutro
mas se houver uma discriminação tem de haver uma fiscalização
DIPrivado - práticas

As normas de DIPrivado devem obedecer aos princípios constitucionais, nomeadamente


à igualdade entre cônjuges. Estando as normas de conflito, em última instância preocupadas
com o direito nacional.

O art.º 52º/2, última parte CC foi alterada em novembro de 1977, aplicando-se hoje a
lei do Estado onde a vida familiar se encontra mais estritamente conexa.

Estaremos perante uma lacuna, pois devido à inconstitucionalidade presente no


momento da discussão não há uma norma que forneça uma solução. Como solução restariam
duas opções, aplicar por analogia o art.º 348º CC que diria que a lei competente seria a lei do
foro, nomeadamente a portuguesa; ou aplicar uma analogia iuris.

Preencher a lacuna ou ver qual a conexão mais estreita, centro das relações familiares.

Caso 4

25º - 31º -

Em primeira instância cabe averiguais quais ou qual a nacionalidade de Paco:

 Lei italiana – é italiano, pois de acordo com esta lei da nacionalidade basta que um
dos progenitores seja italiano.
 Lei mexicana – tendo Paco nascido no México, é considerado mexicano.

Logo o Paco tem dupla nacionalidade (é plurinacional), italiana e mexicana.

É dito que a lei da nacionalidade espanhola é igual à portuguesa. De acordo com art.º
28º da lei da nacionalidade, quanto temos um conflito positivo entre duas nacionalidades releva,
em primeiro lugar, a nacionalidade do estado onde este tenha residência habitual (no caso, Paco
não habita em nenhum dos países de onde é nacional), e na falta deste, o Estado com o qual
mantenha uma vinculação mais estreita (que será o México, visto que voa todos os trimestres
para Cuidad Juàrez e traz iguarias e artesanato mexicano). Para a lei espanhola, irá relevar a
nacionalidade mexicana.

Porém, de acordo com o art.º 20º do TFUE, Paco, por possuir a nacionalidade de um
Estado-membro, Itália, torna-se cidadão da União. Ao possuir a cidadania europeia, no
seguimento do mesmo artigo, adquire o direito de circular e permanecer livremente no
território dos Estados-membros, usufruindo, então, do desejado direito de estabelecimento.

Em suma, a pretensão de Paco será procedente.

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