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1-OBJETO:
A mais ampla concepção sobre o DIPr é a francesa, que preconiza que a
disciplina contém 4 matérias distintas: a nacionalidade, a condição jurídica do
estrangeiro, o conflito das leis e o conflito de jurisdições.
2- DENOMINAÇÃO
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Exemplos:
1 - Quando nubentes têm nacionalidades e/ou domicílios diferentes no momento
de contrair matrimônio, teremos que determinar qual a lei aplicável às
formalidades preliminares e à forma do próprio ato celebratório do casamento,
qual a lei aplicável ao regime de bens que se instituirá entre o casal e
eventualmente também será necessário estabelecer a lei aplicável às relações
pessoais entre os cônjuges e para os processos de separação, divórcio ou de
anulação de casamento. Temos aí que examinar o casamento em sua dimensão
internacional e para tanto socorrem-nos as regras do Direito Internacional Privado.
2 - Quando é firmado em Nova York um contrato de compra e venda de imóvel
localizado no Brasil, ou quando este é dado em garantia hipotecária para uma
operação de crédito firmada naquele centro financeiro, há que se saber que leis
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regem a forma e a substância do contrato, bem assim o direito real nele inserido.
É a dimensão internacional do direito das coisas e do direito das obrigações.
4- OS CONFLITOS INTERESPACIAIS
o “sujeito” (sua capacidade) determinando o local onde está situado ali também
será a sede da relação jurídica, o “objeto” (imóvel ou móvel) e o “ato jurídico”
(considerando a localização do ato). Existem várias regras de conexão, e apenas
para citar como exemplos: lex patriae (lei da nacionalidade da pessoa física), lex
domicilli (lei do domicílio), lex loci actus (lei do local do ato jurídico), entre outras.
No sistema brasileiro de direito internacional privado os principais elementos de
conexão que podem ser analisados, apenas a título de exemplificação: art. 7º,
caput, da Lei de Introdução do Código Civil que trata do domicílio; art. 7º, §1º da
mesma Lei que trata das formalidades do casamento, etc.
Qualificação: “Qualificar é classificar, é definir, para alguns. Se tivermos uma
questão de direito internacional privado, é preciso determinar a forma pela qual ela
se enquadra no sistema jurídico de determinado país. [...] se resume em identificar
como a questão que se põe ao julgador, ao doutrinador, é conceituada no sistema
jurídico alienígena” . Existem diferentes métodos de se classificar a qualificação,
por exemplo: 1 – Lex fori: a maioria dos internacionalistas indicam que para
melhor solução deve-se aplicar a lei do fori. Aqui no Brasil quase sempre se opta
pela Lex fori, com duas exceções a do artigo 8º e 9º da LICC. 2 – Lex Cusae: a lei
do ordenamento jurídico que potencialmente seria aplicado a causa. 3 – Conceitos
autônomos e universais: para saber como se classifica um determinado fato, eu
vou investigar todos os sistemas jurídicos e vou ver qual é a maioria seguida em
relação aquele fato, daí sigo aquele ordenamento.
- Aplicação do direito estrangeiro: não se faz por ato arbitrário do juiz, mas em
decorrência de mandamento legal da legislação interna. Reputa-se a norma
estrangeira com força coativa igual à brasileira. As partes, em princípio, não
podem renunciar ao seu império. Sua obrigatoriedade é de tal natureza que o
julgador tem o dever de aplicá-la mesmo quando não invocada pelas partes.
Embora se diga, em meio a divergências doutrinárias, que o direito estrangeiro
competente se integra na ordem brasileira, não decorre da afirmativa a conclusão
de que se aplica o princípio jura novit curia. O juiz pode dispensar a prova do
direito estrangeiro, se o conhecer, embora daí possa decorrer o inconveniente de,
no julgamento coletivo, haver necessidade de se provar sua existência. Os
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mas o mais marcante exemplo temos nos casamentos polígamos dos árabes.
Acima de tudo, é muito importante lembrar que de acordo com a CF, no art. 95, o
estrangeiro residente no Brasil goza de todos os direitos reconhecidos aos
brasileiros, nos termos da Constituição e das leis.