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CONSUMIDOR
Gustavo
Santanna
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
INTRODUÇÃO
O consumidor deve estar sempre atento aos contratos para não ser
surpreendido por cláusulas que o deixem em situação desfavorável. O artigo
51 do Código de Direito do Consumidor apresenta exemplos de cláusulas
abusivas. As cláusulas abusivas são aquelas que, muito embora estejam
no contrato de consumo, ferem o direito do consumidor, colocando-o em
desvantagem em relação ao fornecedor. São nulas de pleno direito e não
devem produzir efeitos.
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principal fosse o resultado objetivo que causa a conduta do indivíduo, o
prejuízo grave sofrido objetivamente pelo consumidor, o desequilíbrio
resultante da cláusula imposta, a falta de razoabilidade ou comutatividade
do exigido no contrato. A tendência hoje no direito comparado e na exegese
do CDC é conectar a abusividade das cláusulas a um paradigma objetivo,
em especial, ao princípio da boa-fé objetiva; observar mais seu efeito,
seu resultado, e não tanto repreender uma atuação maliciosa ou não
subjetiva. Esta posição está em consonância com a ideia de que no direito
civil contemporâneo, a aferição de abusividade no exercício de um direito
deve ser exclusivamente objetiva, ou seja, deve depender tão somente
da verificação de desconformidade concreta entre o exercício da situação
jurídica e os valores tutelados pelo ordenamento civil constitucional.
(BENJAMIN, MARQUES, MIRAGEM, 2010, p. 942-943).
FIQUE
ATENTO
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DO RECONHECIMENTO DE OFÍCIO PELO JUIZ
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Vedação da cláusula de não indenizar
O inciso I do rol das cláusulas abusivas do artigo 51 estabelece que são nulas
de pleno direito as disposições contratuais que impossibilitem, exonerem ou
atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza
dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos.
Entretanto, apresenta uma ressalva: quando o consumidor for pessoa
jurídica, caso em que a indenização poderá ser limitada quando a situação
assim justificar.
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Em vários momentos, como indicado pelo inciso, o Código de Defesa do
Consumidor previu a possibilidade de o consumidor ser reembolsado. Como
exemplo, tem-se a possibilidade de arrependimento nas compras de produtos
e serviços realizadas fora do estabelecimento comercial, com fundamento
no artigo 49, o qual estabelece que os valores pagos pelo consumidor a
qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato,
monetariamente atualizados.
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quais são as vantagens presumidas como exageradas1.
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II. As limitações às empresas de prestação de serviços de planos e
seguros privados de saúde em benefício do consumidor advindas com
a Lei 9.656/98 se aplicam, em princípio, aos fatos ocorridos a partir de
sua vigência, embora o contrato tenha sido celebrado anteriormente,
porquanto cuida-se de ajuste de trato sucessivo. Precedente.
III. Recurso especial provido.
(REsp nº 650.400/SP, Ministro Relator Aldir Passarinho, julgado em
22/06/2010).
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pelo magistrado, analisando os critérios previstos no referido dispositivo.
Em contrapartida, o artigo 38 estabelece a inversão denominada ope legis.
(BENJAMIN, MARQUES, BESSA, 2014, p. 405).
Imposição de representante
O inciso VIII declara serem nulas as cláusulas dos contratos de consumo que
imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico
pelo consumidor. Isto é, não poderá o fornecedor, valendo-se da fragilidade
e vulnerabilidade do consumidor, impor representante para celebrar negócio
jurídico em seu nome.
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Tem-se como exemplo dessa cláusula abusiva a conhecida “cláusula
mandato”, nos contratos bancários, utilizada para quando o consumidor fique
inadimplente, o banco possa ser constituído como seu procurador, assinando
notas promissórias ou emitindo letra de câmbio em nome do consumidor
(GARCIA, 2015, p. 391).
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Cancelamento unilateral do contrato
São também nulas, de acordo com o inciso XI, as cláusulas inseridas nas
relações contratuais que autorizem o fornecedor a cancelar o contrato
unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor.
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contrato deveres anexos, entre os quais, o ônus do credor de minorar seu
prejuízo buscando soluções amigáveis antes da contratação de serviço
especializado.
4. O exercício regular do direito de ressarcimento aos honorários advocatícios,
portanto, depende da demonstração de sua imprescindibilidade para
solução extrajudicial de impasse entre as partes contratantes ou para
adoção de medidas preparatórias ao processo judicial, bem como da
prestação efetiva de serviços privativos de advogado e da razoabilidade do
valor dos honorários convencionados.
5. Recurso especial provido.
(REsp 1.274.629/AP, Ministra Relatora Nancy Andrighi, julgado em
16/05/2013).
Como bem destacou Leonardo Roscoe Bessa: “Muitas vezes, sob o rótulo de
‘honorários advocatícios’ e sem atividade judicial ou extrajudicial, impõem-
se ao consumidor encargos financeiros acima dos limites estabelecidos
legalmente”. (BENJAMIN, MARQUES, BESSA, 2014, p. 415).
Desse modo, não se admite que cláusulas contratuais possam causar danos
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ao meio ambiente, ainda que estas possam ser mais benéficas ao consumidor.
Neste ponto, a proibição vale para as duas partes da relação. Em nenhuma
hipótese as partes poderão celebrar um contrato que venha, ainda que
indiretamente, trazer malefícios ao meio ambiente (BENJAMIN, MARQUES,
BESSA, 2014, p. 418).
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CRÉDITO E FINANCIAMENTO AO CONSUMO
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fizer determinada exigência sem o prévio conhecimento do consumidor, esta
não poderá ser exigida, conforme disposto no artigo 46 do Código de Defesa
do Consumidor (BENJAMIN, MARQUES, BESSA, 2014, p. 424).
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- É aplicável aos contratos de prestações de serviços educacionais o limite
de 2% para a multa moratória, em harmonia com o disposto no § 1º do art.
52, § 1º do CDC.
Recurso especial não conhecido.
(REsp nº 476.649/SP, Ministra Relatora Nancy Andrighi, julgado em
20/11/2003).
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REFERÊNCIAS
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