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DESCRIÇÃO

Teoria geral da Constituição, normas e interpretação.

PROPÓSITO
Compreender os elementos conceituais básicos do Direito constitucional envolvendo a
Constituição, norma base do ordenamento jurídico e que serve de fundamento para todas as
disciplinas do Direito.

PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo, tenha em mãos a Constituição Federal de 1988 atualizada para
consulta durante seus estudos.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Identificar os principais conceitos sobre a Constituição, sua classificação e suas espécies

MÓDULO 2
Reconhecer as diversas categorias de normas constitucionais

MÓDULO 3

Distinguir os critérios de destaque da interpretação constitucional e seus princípios

INTRODUÇÃO
Neste tema, estudaremos os principais conceitos que envolvem a teoria geral da Constituição.
Os pontos apresentados possuem uma perspectiva teórica, mas os conceitos expostos são
elementares para se entender o que é uma Constituição e como ela se relaciona com a vida
em sociedade.

MÓDULO 1

 Identificar os principais conceitos sobre a Constituição, sua classificação e suas


espécies

CONCEITO DE DIREITO CONSTITUCIONAL


E SUAS RELAÇÕES COM OUTROS RAMOS
DO DIREITO
O DIREITO CONSTITUCIONAL, CONJUNTO DE
NORMAS FUNDAMENTAIS INSTITUIDORAS DO
ESTADO E REGEDORAS DA SOCIEDADE, SITUA-SE
NO VÉRTICE DA PIRÂMIDE JURÍDICA E É RAMO DO
DIREITO PÚBLICO.

(2018, p. 79, grifo nosso)

Nessas palavras, Luís Roberto Barroso define o Direito constitucional, que é uma das vertentes
do Direito público que estudam as normas fundamentais acerca da instituição do Estado e da
vida em sociedade, compondo a Constituição. Por isso, compreender o conceito de
Constituição é fundamental para essa disciplina.

O Direito público constitui um conjunto de ramos do conhecimento jurídico que envolve a


relação entre Estado e sociedade. O centro do conceito de Direito constitucional é o estudo das
normas constitucionais e suas teorias de base.
 ATENÇÃO

O surgimento das primeiras Constituições formais e, consequentemente, do Direito


constitucional ocorreu inicialmente por meio de ideias liberais, com o objetivo de limitar a
atividade do Estado na vida privada. Com o passar do tempo, esse âmbito de estudo se
ampliou e, atualmente, a Constituição regula diversos direitos, inclusive aqueles que exigem
prestações positivas do Estado (ex.: educação, saúde etc.).

O Direito constitucional é estudado a partir de três vertentes distintas:

OBJETOS DE ESTUDO DO DIREITO


CONSTITUCIONAL

Direito constitucional É o estudo das normas constitucionais positivadas em


positivo (ou especial) determinado ordenamento jurídico.

É o estudo comparativo entre a Constituição brasileira e a


Direito constitucional
de outros países, a fim de compreender o contexto do
comparado
Brasil e dos seus institutos jurídicos.

É o estudo da teoria de Direito constitucional,


Direito constitucional
especialmente dos conceitos e institutos que
geral
fundamentam essa disciplina.

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O Direito constitucional é um ramo que se relaciona com todas as outras áreas do Direito, já
que a Constituição é a norma base do ordenamento jurídico. Todas as leis e todos os atos
normativos devem observar a Constituição, sob pena de nulidade por inconstitucionalidade.
A fim de sistematizar o conhecimento – sem a pretensão de exaurir –, vale mencionar como o
Direito constitucional se relaciona com outras disciplinas jurídicas.

DIREITO ADMINISTRATIVO
Diversas são as normas constitucionais que fundamentam a disciplina. Por exemplo, você
poderá encontrar uma série de dispositivos sobre a administração pública do art. 37 ao 41 da
Constituição, que são estudados especificamente nesse ramo do conhecimento.

DIREITO TRIBUTÁRIO
A Constituição Federal, no Título IV, que trata “Da Tributação e do Orçamento”, estabelece
competências tributárias, limitações constitucionais ao poder de tributar, regras de repartição
de receita, entre outros. Um exemplo interessante é o art. 145 da Constituição, que estabelece
quais tributos podem ser instituídos pelos entes federados.

DIREITO CIVIL
Os direitos e as garantias fundamentais estabelecidos na Constituição devem ser observados
no âmbito desse ramo do conhecimento – por exemplo, o direito de propriedade, previsto no
art. 5º, caput e inciso XXII, da Constituição. Por isso, a interpretação das normas no Direito civil
também ocorre à luz do Direito constitucional, já tendo o Supremo Tribunal Federal (STF)
decidido diversos casos que são estudados nessa área.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL


O devido processo legal (art. 5º, LIV), além do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV), é
um exemplo de garantias previstas na Constituição que devem ser observadas no processo
civil, tendo influenciado, em diversos aspectos, a edição do Código de Processo Civil de 2015.

DIREITO PENAL
Esse ramo estuda um dos principais direitos do ser humano, que é a liberdade. Por isso, o art.
5º da Constituição estabelece garantias fundamentais, como a proibição de algumas penas
(inciso XLVII).

DIREITO PROCESSUAL PENAL


A Constituição também estabelece garantias quanto ao processo de natureza penal – por
exemplo, as normas que dizem respeito à prisão de uma pessoa (art. 5º, LXI-LXVII).
DIREITO DO TRABALHO
Os direitos trabalhistas são contemplados na Constituição como direitos sociais e constam, em
especial, dos arts. 6º e 7º.

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO


Assim como o processo civil e o processo penal, as garantias processuais também se aplicam
ao processo do trabalho, como o devido processo legal e o contraditório e a ampla defesa.

DIREITO INTERNACIONAL
Além de estabelecer princípios aplicáveis às relações internacionais (art. 4º), a Constituição e o
Direito constitucional também se dispõem a analisar as atribuições, competências e
formalidades para atuação internacional do Brasil.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO
A Seguridade Social é regulada na Constituição, e há uma seção específica para isso (Seção
III, Capítulo II, Título VIII). Recentemente, houve a reforma da Previdência, que influenciou todo
o sistema e o estudo da referida disciplina.

DIREITO AMBIENTAL
Um dos tópicos estudados nesse ramo do conhecimento é o Direito ambiental constitucional,
especialmente partindo do art. 225 da Constituição, que se dedica a regular o meio ambiente.
Atualmente, fala-se que essa regulação faz parte da terceira geração de direitos fundamentais.

Como se pode observar, o Direito constitucional se relaciona com todos os ramos do


conhecimento e, por isso, é considerado uma das principais disciplinas jurídicas, já que seu
objeto de estudo (normas constitucionais) confere validade a todas as outras áreas.

CONSTITUCIONALISMO E
NEOCONSTITUCIONALISMO

CONSTITUCIONALISMO
O Constitucionalismo foi o movimento ocorrido, no mundo inteiro, de criação de Constituições,
que são normas bases para o convívio em sociedade.

Embora tenhamos uma Constituição bem completa, conhecida como “Constituição Cidadã”,
nem sempre foi assim. O processo de criação das Constituições, tal como conhecemos
atualmente, passou por momentos históricos distintos.

A doutrina indica três momentos principais:

FASES DO CONSTITUCIONALISMO

São os registros longínquos de normas bases, em sua


maioria não escritas, que regiam a sociedade, diferentemente
Constitucionalismo
do que se conhece nos dias atuais. A doutrina aponta a
antigo
existência de registros históricos, por exemplo, no povo
hebreu, limitando os poderes políticos do Estado teocrático.

O Constitucionalismo moderno tem como referências a


Revolução Francesa e a Norte-Americana, dando início às
Constitucionalismo primeiras Constituições, predominantemente escritas, com
moderno limites claros ao poder político do Estado. Aqui, prevalecia a
orientação liberal, e o foco era a limitação do Estado para
garantia da liberdade.

O Constitucionalismo contemporâneo é marcado pela


Constitucionalismo ampliação das Constituições na garantia de direitos, inclusive
contemporâneo de caráter social, passando o Estado a ter uma posição
proativa na sociedade.

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Esse movimento do Constitucionalismo contemporâneo gerou Constituições extensas e
garantistas, como é o caso da Constituição brasileira, proporcionando uma reformulação nas
bases teóricas do Direito constitucional para assegurar força normativa aos seus preceitos,
especialmente seus princípios. É onde se encontra o nascimento do neoconstitucionalismo.

NEOCONSTITUCIONALISMO

 Sessão de promulgação da Constituição brasileira de 1988

O neoconstitucionalismo configura uma nova abordagem do papel institucional da Constituição


no sistema jurídico, que surgiu a partir da segunda metade do século XX. Abrange a
Constitucionalização do Direito, que passa a ter – como centro do ordenamento jurídico –, não
mais a lei em sentido estrito, mas sim a Constituição como norma fundamental de todas as
normas e com força normativa suficiente para resolver casos concretos.

A partir do neoconstitucionalismo, a Constituição deve ser observada como parâmetro máximo


do ordenamento jurídico não apenas do ponto de vista de sua literalidade, mas também dos
seus valores, princípios etc., a fim de aproximar o Direito da Ética.

Os marcos do Neoconstitucionalismo, ou seja, os pontos de partida do surgimento, de sua


origem, são:

MARCOS DO NEOCONSTITUCIONALISMO
Marco
Desenvolvimento do Estado Constitucional de Direito no pós-guerra.
histórico

Marco Pós-positivismo, centralidade dos direitos fundamentais e


filosófico reaproximação de Direito e Ética.

Marco Conjunto de mudanças que contribuiu para a nova interpretação


teórico constitucional (força normativa da Constituição).

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Importante destacar ainda a diferença entre o Constitucionalismo e o


neoconstitucionalismo.

O Constitucionalismo foi um movimento jurídico e político destinado a limitar o poder do


Estado, criando uma Constituição para dar direito às pessoas. O neoconstitucionalismo,
como vimos, é uma nova vertente do Direito constitucional que surgiu na metade do século XX
e tem o importante papel de atribuir força normativa à norma constitucional, trazendo-a para o
centro jurídico.

Atualmente, fala-se em um processo de Constitucionalização do Direito, já que todos os ramos


devem ser analisados sob a ótica da Constituição Federal. Assim, por exemplo, fala-se em
“constitucionalização do Direito administrativo”, “constitucionalização do direito civil”,
“constitucionalização do Direito penal”, e assim por diante.

Luís Roberto Barroso (2018, p. 112-113) explica esse processo:

SEDIMENTADO O CARÁTER NORMATIVO DAS


NORMAS CONSTITUCIONAIS, O DIREITO
CONTEMPORÂNEO É CARACTERIZADO PELA
PASSAGEM DA CONSTITUIÇÃO PARA O CENTRO DO
SISTEMA JURÍDICO, ONDE DESFRUTA NÃO APENAS
DA SUPREMACIA FORMAL QUE SEMPRE TEVE, MAS
TAMBÉM DE UMA SUPREMACIA MATERIAL,
AXIOLÓGICA. COMPREENDIDA COMO UMA ORDEM
OBJETIVA DE VALORES E COMO UM SISTEMA
ABERTO DE PRINCÍPIOS E REGRAS, A CONSTITUIÇÃO
TRANSFORMA-SE NO FILTRO ATRAVÉS DO QUAL SE
DEVE LER TODO O DIREITO INFRACONSTITUCIONAL.
ESSE FENÔMENO TEM SIDO DESIGNADO COMO
CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO, UMA
VERDADEIRA MUDANÇA DE PARADIGMA QUE DEU
NOVO SENTIDO E ALCANCE A RAMOS TRADICIONAIS
E AUTÔNOMOS DO DIREITO, COMO O CIVIL, O
ADMINISTRATIVO, O PENAL E O PROCESSUAL.

Assista, a seguir, a uma exposição sobre o tema Neoconstitucionalismo.


CONCEITO E ORIGEM DA CONSTITUIÇÃO
A palavra “Constituição” tem múltiplas acepções. Para fins do Direito constitucional, é preciso
compreender a Constituição dos pontos de vista político e jurídico:

DO PONTO DE VISTA POLÍTICO


A Constituição é considerada uma decisão política fundamental sobre o poder político, os
direitos fundamentais e outros aspectos essenciais relacionados à vida em sociedade.

DO PONTO DE VISTA JURÍDICO


Existem duas dimensões:

Em sentido material, a Constituição é considerada, a partir do seu conteúdo, como o conjunto


de normas que organiza o exercício do poder político, os direitos fundamentais e outros
aspectos essenciais relacionados à vida em sociedade.

Em sentido formal, a Constituição é considerada quanto à sua posição no sistema jurídico, já


que se trata de uma norma fundamental e superior, que confere fundamento de validade a
todas as outras normas.

 ATENÇÃO

O Brasil adota um modelo em que as normas constitucionais são consideradas em sentido


formal. Todos os artigos da Constituição são considerados norma constitucional,
independentemente do seu conteúdo.
Luís Roberto Barroso (2018, p. 101-102) explica que a Constituição:

(...) CRIA OU RECONSTRÓI O ESTADO, ORGANIZANDO


E LIMITANDO O PODER POLÍTICO, DISPONDO
ACERCA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS, VALORES E
FINS PÚBLICOS E DISCIPLINANDO O MODO DE
PRODUÇÃO E OS LIMITES DE CONTEÚDO DAS
NORMAS QUE INTEGRARÃO A ORDEM JURÍDICA POR
ELA INSTITUÍDA. COMO REGRA GERAL, TERÁ A
FORMA DE UM DOCUMENTO ESCRITO E
SISTEMÁTICO, CABENDO-LHE O PAPEL, DECISIVO NO
MUNDO MODERNO, DE TRANSPORTAR O FENÔMENO
POLÍTICO PARA O MUNDO JURÍDICO, CONVERTENDO
O PODER EM DIREITO.

As primeiras Constituições escritas, tal como conhecemos, foram editadas na “Era das
Revoluções”, especialmente tendo como ponto de partida a Revolução Inglesa, a Revolução
Norte-Americana e a Revolução Francesa. Com o objetivo de limitar o poder do Estado, que
antes era ilimitado, as primeiras Constituições foram editadas, assegurando alguns direitos
fundamentais.

Esse processo corresponde ao Constitucionalismo moderno e se identifica com os valores do


Iluminismo – e com as visões racionalistas – que começavam a ganhar corpo à época.

A primeira Constituição brasileira foi editada em 1824, sucedida por outras que ampliaram
direitos e garantias ao longo do tempo.
 ATENÇÃO

O art. 5º, § 3º, da Constituição Federal, incluído com a Emenda Constitucional (EC) nº 45/2004,
passou a considerar normas constitucionais os tratados e as convenções internacionais
introduzidos com o mesmo quorum de votação das ECs. Dessa forma, as leis constitucionais
não são apenas aquelas inseridas da Constituição. A doutrina utiliza o termo bloco de
constitucionalidade para caracterizar essa somatória.

CONCEPÇÕES SOBRE A CONSTITUIÇÃO


Apesar dessa explicação inicial sobre o conceito de Constituição, vale destacar que, ao longo
do tempo, a doutrina se dispôs a tentar explicar o seu significado e sua natureza, com
acepções diversas. Algumas merecem destaque.

SENTIDO SOCIOLÓGICO (FERDINAND


LASSALLE)

Em seu escrito A essência da Constituição, Lassalle (1825-1864) afirma que as normas


constitucionais corresponderiam à somatória dos fatores reais de poder dentro da sociedade.
Para ele, a Constituição deveria ser percebida sob um ponto de vista sociológico, por isso a
nomenclatura dessa acepção.
 Ferdinand Lassalle em 1860

Defendia que a Constituição escrita seria uma mera “folha de papel”, e as normas que regem a
vida em sociedade corresponderiam, na verdade, àquilo que se aplica de fato. O poder político
e suas regras, verificados socialmente, estabeleceriam as normas constitucionais.

SENTIDO SOCIOLÓGICO (CARL SCHMITT)

Para Carl Schmitt (1888-1985), a Constituição seria apenas as normas que tratassem de
assuntos relativos à decisão política fundamental do Estado. Assim, o que importaria, para
definir se uma norma é ou não Constituição, seria o seu conteúdo.

A decisão política seria baseada na organização dos órgãos do Estado, dos direitos individuais,
da vida democrática, entre outros.
 Carl Schmitt em 1912

Todo o excedente seria somente uma mera “Lei Constitucional”, ou seja, teria uma hierarquia
inferior. A partir desse conceito, cria-se uma hierarquia entre Constituição e Lei Constitucional.

 ATENÇÃO

O Brasil não adota a divisão proposta no modelo de Schmitt.

 EXEMPLO

O art. 242, § 2º, da Constituição trata de algo que não se refere a uma decisão política do
Estado. Todavia, é considerado norma constitucional? Sim, pois há distinção de acordo com o
conteúdo da norma! Todas são constitucionais.

SENTIDO JURÍDICO (HANS KELSEN)


Para Kelsen (1881-1973), na sua obra Teoria pura do direito, a norma constitucional
corresponde ao “dever ser” e não ao “ser”. O autor propõe uma diferenciação entre o Direito e
outros ramos do conhecimento (ex.: Sociologia, Ciência Política etc.), para firmar uma “teoria
pura” acerca do direito.

 Hans Kelsen

Assim, a Constituição estaria relacionada à estrutura formal do direito, consequência da


vontade racional humanística, não de leis naturais. Não há tratamento sociológico, político ou
filosófico.

SENTIDO CULTURALISTA (J. H. MEIRELLES)

Para José Horácio Meirelles Teixeira, a Constituição seria resultado de um fato cultural. O autor
não contempla apenas um aspecto para conceituá-la, mas sim toda a contextualização cultural
das normas básicas da sociedade.

Assim, sendo decorrente da cultura, a Constituição englobaria elementos históricos, sociais e


racionais, bem como fatores reais (natureza humana e geografia, por exemplo) e espirituais
(como os sentimentos e valores morais).
ESPÉCIES DE CONSTITUIÇÃO
A doutrina classifica os tipos de Constituição de diversas maneiras, partindo sempre de critérios
específicos, a fim de categorizá-los.

ESPÉCIES DE CONSTITUIÇÃO SEGUNDO A ORIGEM

Determinada, e de maneira unilateral, por um agente


revolucionário, sem legitimidade do povo. Nesse modelo,
típico de regimes ditatoriais, a Constituição é produzida sem
Outorgada participação popular, nem mesmo de forma indireta
(exemplos no Brasil: 1824, 1937, 1967 e Emenda
Constitucional – EC nº 1/69). Nesse caso, denomina-se
“Carta” em vez de “Constituição”.

Criada com participação popular direta ou indireta.


Promulgada Normalmente é resultado do esforço de uma Assembleia
(democrática, Nacional Constituinte, criada pelo povo para elaborar o Texto
votada ou popular) Constitucional (legitimação popular; exemplos: CF/1891,
1934, 1946 e 1988). É a Constituição atual.

Elaborada sem a participação do povo. Nesse caso, por um


imperador ou ditador, com a posterior ratificação do diploma
Cesarista por meio de um plebiscito ou referendo. Há apenas a
(bonapartista) concordância do povo; não existe a possibilidade de
acrescentar algum conteúdo, não podendo ser considerada
democrática.

Pactuada (dualista Ocorre quando o poder constituinte originário é dividido entre


ou convencionada) dois ou mais grupos de poder que chegam a um acordo
quanto à norma que regerá a vida em sociedade, sem
participação popular (exemplos: monarquia e ordens
privilegiadas).

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ESPÉCIES DE CONSTITUIÇÃO SEGUNDO A


ALTERABILIDADE (MUTABILIDADE, ESTABILIDADE OU
CONSISTÊNCIA)

É o tipo de Constituição que exige, para sua alteração, um


processo mais difícil de aprovação das ECs do que as leis.
Assim, por exemplo, a aprovação de leis ordinárias no Brasil
Rígida
ocorre pelo quorum de maioria simples, enquanto a aprovação
de ECs ocorre por 3/5, o que significa dizer que se trata de
uma Constituição rígida (Constituição brasileira: art. 60, § 2º).

Constituição que pode ser alterada pelo mesmo quorum de


aprovação de uma lei. Seria o caso, por exemplo, de uma
Flexível
Constituição que exigisse, para aprovação de uma EC, apenas
o quorum de maioria simples, o que não é o caso do Brasil.

Constituição que pode ser alterada flexivelmente durante um


período definido pela Constituição. Por exemplo, seria o caso
Transitoriamente
de autorização para alteração por EC com quorum de maioria
flexível
simples durante os meses de abril a dezembro. Isso não existe
na Constituição brasileira.

Apresenta uma mescla entre a rígida e a flexível. Algumas


Semirrígida (ou normas só poderiam ser alteradas por um quorum mais difícil,
semiflexível) enquanto outras poderiam com o quorum de lei ordinária.
(exemplo: Constituição Imperial de 1824).
Uma parte da doutrina menciona também a categoria da
Constituição “super-rígida”, sendo aquela que, além de
apresentar um processo de modificação rígido, possui normas
Super-rígida
que são nomeadas imutáveis (exemplo: cláusulas pétreas).
Parte da doutrina defende que a Constituição brasileira seria
super-rígida.

Só poderá ser alterada por um poder de mesmo nível que a


Fixa instituiu (uma nova iniciativa do poder constituinte originário,
por exemplo).

É aquela que não está sujeita à modificação. Atualmente, essa


classificação não é utilizada, pois caiu em desuso. Seu texto
Imutável seria elaborado por uma “entidade suprema e superior”, desse
modo, não haveria órgão com legitimidade suficiente para
alterá-lo (exemplo: Código de Hamurabi e Lei das XII Tábuas).

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ESPÉCIES DE CONSTITUIÇÃO SEGUNDO O


CONTEÚDO

Leva em consideração o conteúdo da norma para identificar se é ou não


Constituição. Logo, pode-se dizer que é classificado como Constituição o
Material texto que compreende normas fundamentais e estruturais do Estado
(organização, direitos e garantias etc.). Nessa classificação, diferencia-se
o conceito de Constituição e Lei Constitucional (LC).

Formal Considera apenas a forma, independentemente do seu conteúdo. Assim,


tudo o que está na Constituição é considerado norma constitucional, não
sendo necessário que disponha sobre temas tidos como constitucionais.
Aqui, as normas têm caráter constitucional porque foram criadas com o
uso do processo legislativo específico das normas constitucionais. É o
caso da Constituição brasileira de 1988.

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ESPÉCIES DE CONSTITUIÇÃO SEGUNDO A


EXTENSÃO

Sua construção é breve, pois expõe apenas as vertentes


Sintética (concisa, básicas para a estruturação do Estado. Veicula apenas
breve, sumária, sucinta, normas fundamentais e estruturais do Estado, sem se
básica) prolongar em minúcias. Normalmente, possui um teor
mais voltado a princípios e normas básicas.

Analítica (ampla,
extensa, larga, prolixa, Tem seu texto detalhado com disposições sobre assuntos
longa, desenvolvida, variados. É o caso da Constituição brasileira de 1988.
volumosa, inchada)

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ESPÉCIES DE CONSTITUIÇÃO SEGUNDO A FORMA

É aquela documentada em texto escrito, como é o caso


Escrita (instrumental)
da Constituição brasileira de 1988.

É aquela cujas fontes normativas são diversas, tais


Costumeira (não escrita
como textos esparsos, jurisprudências, usos, costumes,
ou consuetudinária)
convenções etc.

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ESPÉCIES DE CONSTITUIÇÃO SEGUNDO A MANEIRA


DE CRIAÇÃO

É elaborada de uma vez, rompendo com o regime jurídico anterior e


criando novos princípios estruturais e fundamentais. Foi o caso da
Dogmática
Constituição brasileira de 1988, que rompeu com o regime jurídico
ditatorial anterior.

Diferentemente da dogmática, como regra é “não escrita”, e apresenta


um processo lento e contínuo de formação que se estende ao longo de
Histórica anos (exemplo: Constituição inglesa). É formada a partir de
progressivas evoluções históricas e jurídicas, como uma Constituição
duradoura, estável e sólida.

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ESPÉCIES DE CONSTITUIÇÃO SEGUNDO A


SISTEMÁTICA

Reduzida Centralizada em um único texto básico, tal como a Constituição


(codificada) brasileira de 1988.

Apresenta vários textos e documentos “soltos” (Constituição


Variada (legal)
francesa de 1875).

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ESPÉCIES DE CONSTITUIÇÃO SEGUNDO A


DOGMÁTICA

Adota uma única ideologia, um único pensamento como


Ortodoxa
forma de viver em sociedade (exemplo: China marxista).
Adota ideologias conciliatórias, apresentando várias
Eclética/Compromissória ideologias que harmonizam entre si, tal como é o caso
da Constituição brasileira de 1988.

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ESPÉCIES DE CONSTITUIÇÃO SEGUNDO A


REPRESENTAÇÃO DA REALIDADE OU A
CONFORMIDADE DA REALIDADE

É aquela em que as relações de poder se integram ao texto


constitucional e respeitam seu teor, tendo, dessa maneira, uma
Normativa sintonia perfeita com o cenário político e social do Estado. Aquilo
que é determinado na Constituição é observado, como regra, na
vida em sociedade.

Há incompatibilidade entre o texto constitucional e as relações


Nominalista reais de poder. O texto constitucional não tem exata congruência
(nominativa ou com o cenário político e social do Estado, mas apresenta uma
nominal) função prospectiva de alcançar esse ideal, o que se enquadraria
mais aproximadamente da Constituição brasileira de 1988.

Não tem a pretensão de conquistar a coerência perfeita entre


texto constitucional e realidade, mas sim de garantir a situação de
Semântica
dominação estável do poder autoritário. A Constituição é apenas
um instrumento de legitimação do poder existente.

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ESPÉCIES DE CONSTITUIÇÃO SEGUNDO O SISTEMA

Constituição em que a maior parte do seu teor contém princípios.


Principiológica
Por ser abstrata, precisará de mediação legislativa ou judicial.

Constituição em que predominam regras na maior parte do seu


Preceitual
teor.

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ESPÉCIES DE CONSTITUIÇÃO SEGUNDO A FUNÇÃO

Tem prazo de duração determinado, normalmente com um caráter


Provisória
transitório decorrente de uma revolução.

É definitivamente elaborada, sem prazo final para sua vigência, tal como
Definitiva
é o caso da brasileira.

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ESPÉCIES DE CONSTITUIÇÃO SEGUNDO O INÍCIO DE


SUA PROMULGAÇÃO

Advém de determinação de outro Estado, impondo uma Constituição


Heterônoma ao dominado. Bastante incomum por se originar fora do Estado onde
as normas produzirão o efeito.

Autônoma Elaborada pelo próprio Estado (exemplo: CF/1988).

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Além dessas classificações, vale ainda destacar três nomenclaturas utilizadas pelos autores:
Restringe o poder do Estado, criando áreas de não
Constituição garantia
inserção do poder público na vida dos indivíduos.

Estabelece um degrau de evolução ideológica da


Constituição balanço
vida em sociedade.

Estabelece um projeto de Estado, com programas e


Constituição projetos, com a finalidade de alcançar certos ideais
dirigente/compromissória políticos. Aqui são elencadas muitas das normas de
eficácia programática.

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SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO
No Direito brasileiro, a Constituição é concebida sob o ponto de vista formal, sendo norma
jurídica constitucional toda aquela que integre o texto constitucional, na forma definida.

A estrutura jurídica da Constituição confere validade a todo o sistema, sendo subordinados ao


seu teor tanto a legislação como também os atos normativos infralegais.
 ATENÇÃO

Nosso ordenamento jurídico é definido pela rigidez. Logo, para que as normas constitucionais
sejam modificadas, devem se sujeitar a um processo mais sofisticado e dificultoso. Esse
procedimento é uma das características da supremacia formal da Constituição em face de
outras normas infraconstitucionais.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 2

 Reconhecer as diversas categorias de normas constitucionais

Como visto no módulo 1, as normas constitucionais possuem um status hierárquico superior no


ordenamento jurídico brasileiro. Para explicar a sua natureza, a doutrina e a jurisprudência se
propõem a realizar a identificação de espécies de normas constitucionais, classificações e
eficácia, temas que passaremos a tratar neste módulo.

Antes de tudo, é importante ter em mente que a identificação de categorias jurídicas, como
uma classificação propõe, por exemplo, depende de critérios que cada autor adota, podendo
haver variações na literatura. Por isso, trataremos aqui das categorias mais conhecidas para
melhor compreensão do tema.

ESPÉCIES DE NORMAS CONSTITUCIONAIS


As normas constitucionais não estão concentradas unicamente no texto da Constituição como
se poderia pensar. Existem, por exemplo, normas constitucionais fora da Constituição, ainda
que excepcionalmente.

A Constituição possui o seu texto principal, que concentra a regulação da maior parte dos
tópicos relevantes para a vida em sociedade. Todavia, ao longo dos anos, o texto constitucional
é modificado pelo poder constituinte reformador a partir das chamadas emendas
constitucionais (ECs) previstas no art. 60 da Constituição.

As ECs modificam o texto da Constituição (com uma nova redação) e retiram ou incluem
artigos. Porém, por vezes, as próprias emendas têm artigos isolados, que não foram inseridos
na Constituição, e que são normas constitucionais. Consulte, por exemplo, o art. 3º da EC nº
47/2005, que estabelece uma regra própria de transição para aposentadoria de servidores.

Além disso, a Constituição também possui, em sua parte final, normas constitucionais nos atos
das disposições constitucionais transitórias (ADCT). Os artigos que constam nos ADCT são
considerados normas constitucionais e não estão abaixo da Constituição em nível hierárquico.

O art. 5º, § 3º, da Constituição Federal (incluído pela EC nº 45/2004), também prevê a
possibilidade de tratados e convenções internacionais serem incorporados no ordenamento
jurídico brasileiro com status de EC.

 ATENÇÃO

Os tratados e as convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em


cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

Assim, podemos falar em quatro campos de identificação das normas constitucionais:

Normas constitucionais integrantes da Constituição;

ADCT;

ECs;

Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, incorporados na forma do


art. 5º, § 3º, da Constituição Federal.

A reunião dessas normas é denominada pela doutrina de bloco de constitucionalidade, que


serve como parâmetro de constitucionalidade no ordenamento jurídico brasileiro.

CLASSIFICAÇÕES DAS NORMAS


As normas constitucionais podem ser classificadas a partir de diversos tipos, de acordo com o
critério adotado pelo doutrinador.

Aqui, especificamente, apresentaremos algumas classificações indicadas no livro Curso de


Direito constitucional contemporâneo, de Luís Roberto Barroso.

CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS


SEGUNDO A HIERARQUIA

Conjunto de normas que faz parte do bloco de


Normas
constitucionalidade e que está no mais alto grau hierárquico
constitucionais
do ordenamento jurídico.

Normas São as leis e os atos normativos que se encontram abaixo


infraconstitucionais da Constituição e devem ser com ela compatíveis, material
e formalmente, sob pena de incorrer em
inconstitucionalidade.

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CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS


SEGUNDO A IMPERATIVIDADE

Normas de Instituídas no interesse público ou social para proteger as pessoas e,


ordem por isso, não podem ser afastadas por convenção das partes. São
pública denominadas também de normas cogentes ou obrigatórias.

Normas de Embora prescrevam condutas, direitos ou faculdades, podem ser


ordem afastadas por autonomia da vontade das partes por meio de um
privada acordo, por exemplo.

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CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS


SEGUNDO A NATUREZA DO COMANDO

Estabelecem uma obrigação para um destinatário, ou seja, uma


Normas
ação positiva, um fazer. É o caso, por exemplo, da norma
preceptivas
constitucional que estabelece o voto como obrigatório.

Proíbem um comportamento, vedando determinada ação. É o que


Normas
acontece, por exemplo, no caso das normas que proíbem distinção
proibitivas
entre brasileiros.

Normas Estabelecem faculdade ou direito a alguém que terá a possibilidade


permissivas de exercê-lo, caso queira. É o caso, por exemplo, do voto
facultativo destinado às pessoas entre 16 e 18 anos.

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CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS


SEGUNDO A ESTRUTURA DO ENUNCIADO
NORMATIVO

Destinam-se especificamente à regulação de comportamentos, a


Normas de maior parte das normas constitucionais. Estabelecem um texto que
conduta tem por objetivo reger a conduta das pessoas como um fazer, não
fazer ou com uma faculdade.

Também chamadas de normas de estrutura, são aquelas que


Normas de
estabelecem uma organização, como a instituição de determinados
organização
órgãos ou a atribuição de competências específicas.

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EFICÁCIA E EFETIVIDADE DAS NORMAS


As normas constitucionais também são classificadas quanto à eficácia, especialmente com
base na classificação proposta por José Afonso da Silva (2012). Para o autor, ainda que todas
as normas elencadas no texto constitucional possuam um efeito jurídico mínimo, nem todas
possuem a mesma eficácia. Vamos entender como isso funciona.

Para o autor, as normas constitucionais podem ser classificadas em três tipos de eficácia:

Normas de eficácia plena;

Normas de eficácia contida;

Normas de eficácia limitada.


As normas de eficácia plena são aquelas que se aplicam de maneira imediata, direta e
integral, pois não dependem da criação de nenhuma norma que as regulamente ou resguarde.
Um exemplo é a norma que estabelece a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III).

As normas de eficácia contida são aquelas que, apesar de produzirem seus efeitos desde a
promulgação da Constituição, podem ter seus efeitos futuramente contidos por uma lei
superveniente. Logo, é certo dizer que o direito é imediatamente aplicável, mas pode sofrer
restrições futuras.

Tais restrições podem ser impostas por lei (art. 5º, XIII), por outros regulamentos
constitucionais (art. 139) ou por conceitos ético-jurídicos (ex.: art. 5º, XXV – iminente perigo
público é exposto como uma restrição compulsória ao poder do Estado de convocar a
propriedade do particular).

 EXEMPLO

A liberdade profissional é prevista no art. 5º, XIII. Vejamos o caso da atividade de coaching:
como não há regulamentação no Direito brasileiro, qualquer pessoa pode ser coach. Contudo,
só pode ser advogado quem passa no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
conforme exigência de lei.

As normas de eficácia limitada são aquelas que não possuem eficácia plena inicial,
dependendo da edição de lei para sua aplicação prática. A norma constitucional estabelece que
a produção de efeitos depende da edição de um ato normativo. É o caso, por exemplo, do
direito de greve dos servidores públicos, previsto no art. 37, VII, com redação dada pela EC nº
19/98: “o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica”.

Até os dias atuais, a lei prevista no dispositivo não foi editada, o que impediria a produção da
sua totalidade de efeitos.

Contudo, a Constituição prevê instrumentos para o caso de alguém ser prejudicado pela
ausência de regulamentação que inviabilize o exercício de um Direito constitucional
estabelecido em norma de eficácia limitada.

No plano individual/subjetivo, o indivíduo poderá ajuizar o remédio constitucional denominado


de mandado de injunção, conforme art. 5º, LXXI, da Constituição, regulado pela Lei nº
13.300/2016: “conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e das liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania (...)”.

 ATENÇÃO

No caso do direito de greve dos servidores públicos, foi ajuizado mandado de injunção e o
Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que deve ser aplicada a Lei nº 7.783/89 (Lei de
Greve dos empregados privados) até ulterior regulação do assunto em lei própria. O
julgamento ocorreu nos mandados de injunção nº 670, 708 e 712, utilizando a teoria concretista
geral (resolução em concreto do problema com aplicação geral).

No plano coletivo/objetivo, a Constituição também prevê a possibilidade de ajuizamento de


uma ação de controle de constitucionalidade diretamente do STF, denominada ação direta de
inconstitucionalidade por omissão (ADO), com base no art. 102, I, “a” e 103, § 2º. Nesse caso,
no entanto, apenas os legitimados constitucionalmente poderão propor a ADO.

Vale destacar que, embora as normas constitucionais de eficácia limitada não produzam a
totalidade dos seus efeitos enquanto reguladas, elas possuem dois efeitos mínimos, descritos a
seguir.

Efeito revogador: Com a edição da norma constitucional de eficácia limitada, ficam


revogadas todas as normas anteriores e contrárias ao seu texto.

Efeito inibidor: Não poderão ser editadas leis futuras retirando o Direito constitucional
que foi assegurado pela norma constitucional de eficácia limitada, sob pena de
inconstitucionalidade.

Também é importante saber que, segundo a doutrina, a normatização da eficácia limitada se


subdivide nas normas descritas a seguir.

Normas definidoras de princípios institutivos: Criam estruturas, órgãos e entidades,


que, para existir, dependem de lei (ex.: arts. 33, 88, 91, § 2º).

Normas definidoras de princípios programáticos: Estabelecem programas (ações)


para o Estado, dependendo de lei para que tenham aplicação prática. A Constituição
apenas traça princípios que devem ser cumpridos pelos seus órgãos (arts. 3º, 7º, XX,
XXVII, 173, § 4º, 196, 205, 216, § 3º, 217).

RESUMO DA CLASSIFICAÇÃO JOSÉ AFONSO


DA SILVA (2012)

A regra constitucional possui uma


Ex.: direito à dignidade
Eficácia eficácia originária, que independe de
da pessoa humana (CF,
plena regulamentação e não pode ser
art. 1º, III).
restringida.

A eficácia da norma inicia totalmente


Eficácia (plena), mas pode ser contida, com o Ex.: art. 5º, XIII, art. 139,
contida passar do tempo, pelo legislador art. 5º, XXV, CF/88.
ordinário.

A eficácia da norma inicia limitadamente, Ex.: art. 7º, IX, art. 18, §
Eficácia
mas pode ser ampliada com uma 4º, art. 37, VII, X, art. 39,
limitada
regulamentação legal. § 3º, art. 40, § 4º, CF/88.

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 ATENÇÃO

O art. 5º, § 1º, da Constituição Federal, dispõe que as normas que estipulam sobre os direitos e
as garantias fundamentais possuem aplicação imediata, mas não se confunda: isso não
significa dizer que tais normas dispensam a atuação positiva do poder público. Todas as
normas constitucionais possuem efeito jurídico mínimo.

Assista, a seguir, a uma exposição sobre a eficácia das normas constitucionais.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 3

 Distinguir os critérios de destaque da interpretação constitucional e seus princípios


INTERPRETAÇÃO JURÍDICA E
CONSTITUCIONAL
A interpretação jurídica é estudada no âmbito da hermenêutica. Como a compreensão sobre
normas jurídicas não pode ser feita ao arbítrio de qualquer pessoa, existem princípios e
métodos a serem seguidos, o que se estuda desde o início no direito.

Apesar dos conhecimentos gerais acerca da interpretação no Direito, os autores apontam para
a necessidade de identificação de princípios e métodos próprios de interpretação no Direito
constitucional, dada a natureza das normas jurídicas constitucionais.

Nesse sentido, destaca Inocêncio Mártires Coelho (2011, p, 113):

SEGUNDO A MAIORIA DOS DOUTRINADORES, A


DIFERENÇA ESPECÍFICA ENTRE LEI E CONSTITUIÇÃO
– DA QUAL RESULTARIA, POR VIA DE
CONSEQUÊNCIA, TAMBÉM A DIFERENÇA ENTRE AS
RESPECTIVAS INTERPRETAÇÕES –, RESIDIRIA NA
PECULIAR ESTRUTURA NORMATIVO-MATERIAL DAS
CARTAS POLÍTICAS, MAIS PRECISAMENTE A DA SUA
PARTE DOGMÁTICA, EM QUE SE COMPENDIAM OS
CHAMADOS DIREITOS FUNDAMENTAIS.

As normas constitucionais possuem um texto mais aberto do que as normas constantes de leis
em geral, exatamente pelo seu caráter de norma fundamental do ordenamento jurídico. Assim,
a doutrina se propõe a estabelecer diretrizes próprias para sua interpretação, além das
diretrizes gerais do Direito.
PRINCÍPIOS E MÉTODOS DE
INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
O ponto fundamental desse tópico é conhecer os princípios e métodos utilizados na
interpretação constitucional. Os princípios são diretrizes que o intérprete pode se valer para
decidir o sentido a dar à norma, enquanto o método é o caminho para se chegar à conclusão.

PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO
CONSTITUCIONAL

A interpretação constitucional é orientada por princípios que devem ser levados em


consideração no momento da atribuição de significado pelo intérprete.

A doutrina indica a existência de alguns princípios que são compilados a seguir.

PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO

Estabelece que, por ser a Constituição o ápice da pirâmide de hierarquia normativa, todas as
outras normas devem obediência a ela para serem consideradas válidas. Assim, o intérprete
deverá levar em consideração sempre o status hierárquico das normas constitucionais.

A supremacia da Constituição é fundamentada na declaração de inconstitucionalidade de leis


ou atos normativos incompatíveis com o seu teor. Vale destacar que o termo “Constituição”,
nesse sentido, deve ser interpretado como “normas constitucionais”, que são integrantes do
bloco de constitucionalidade, no modelo visto anteriormente.
Assim, ao interpretar as normas constitucionais, o intérprete deverá considerar o sentido que
assegura a supremacia hierárquica indicada no gráfico.

PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO CONFORME A


CONSTITUIÇÃO

Esse princípio orienta que a aplicação das normas infraconstitucionais deve observar e seguir
sempre uma interpretação compatível com o texto constitucional.

A interpretação conforme a Constituição é bastante utilizada pelo Supremo Tribunal Federal


(STF) em seus julgados para atribuir às leis e aos atos normativos o sentido compatível com as
normas constitucionais.

 EXEMPLO

O julgado da medida cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 6.341 do STF é


um exemplo de utilização da técnica de interpretação conforme a Constituição. No caso,
analisava-se a constitucionalidade da Medida Provisória (MP) nº 926/2020, convertida na Lei
Federal nº 14.035/2020, que alterou a Lei nº 13.979/2020, com regras sobre o poder de polícia
em matéria sanitária, considerando a pandemia do coronavírus.

O STF conferiu interpretação conforme a Constituição, ao ato normativo analisado, utilizando


como base o art. 23, II, para acatar que a lei federal deve ser entendida no sentido de que os
estados e municípios também possuem competência para fixação de regras sanitárias a fim de
proteger a saúde pública.

Assim, com base no princípio da interpretação conforme a Constituição, o STF atribuiu o


sentido compatível com o texto constitucional, a ser observado por todos com efeitos erga
omnes e vinculante.

PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE
CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS

Esse princípio pressupõe que todas as leis vigentes sejam constitucionais, admitindo, porém,
prova em contrário (presunção relativa, denominada de juris tantum).

Por meio desse princípio, o intérprete deve considerar que as leis editadas contam com uma
presunção de compatibilidade com as normas constitucionais, até impugnação pelos meios
apropriados.

Por isso, a própria Constituição prevê mecanismos de impugnação, como a ADI. Assim, por
mais que uma lei seja absurda em seu teor, ela será considerada presumidamente
constitucional até que haja impugnação.

Tal princípio, contudo, não é absoluto. O Poder Judiciário poderá declarar a


inconstitucionalidade de leis ou atos normativos, com efeitos retroativos (ex tunc), em virtude
da nulidade. Há, no entanto, a possibilidade de modulação de efeitos com base no art. 27 da
Lei nº 9.868/99.

PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO

Esse princípio destaca que a norma constitucional deve ser compreendida como um todo
unitário, harmônico, sistematizado e ordenado, sem antinomias. Em eventual conflito entre
normas constitucionais originárias, deve-se utilizar a técnica de ponderação e encontrar a
solução mais adequada de acordo com a proporcionalidade e razoabilidade.

O referido princípio orienta o intérprete a buscar sempre a compatibilização entre os preceitos


do próprio texto constitucional, levando em consideração o seu todo. Assim, a interpretação
constitucional não deve acontecer por partes, com o olhar isolado sobre um artigo.

PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA PRÁTICA OU


HARMONIZAÇÃO

Esse princípio está intimamente ligado ao da unidade da Constituição e estabelece que o


intérprete deverá tentar harmonizar os bens constitucionalmente protegidos, buscando, ao
máximo, conciliar a garantia de todos e evitar a negação de alguma garantia do texto
constitucional.

Assim, em caso de conflito entre bens constitucionalmente protegidos (exemplo: direito à vida e
liberdade religiosa), o intérprete deve buscar uma harmonização ou concordância prática da
solução a ser empreendida no caso concreto.

PRINCÍPIO DA FORÇA NORMATIVA

Esse princípio orienta o intérprete a dar primazia à interpretação que confira concretude à
norma constitucional, atualizando e garantindo eficácia e permanência da Constituição.

Mesmo em situações nas quais o texto constitucional possua uma linguagem aberta, deve o
intérprete resolver os casos com base nas normas constitucionais, atribuindo-lhe força
normativa.

Esse princípio tem relação direta com a ideia de neoconstitucionalismo, na medida em que a
Constituição passa a ser o centro do ordenamento jurídico e o intérprete possui o dever de lhe
conferir força normativa na análise dos casos concretos.
PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE OU
EFICIÊNCIA

Ligado também ao princípio da força normativa, estabelece a orientação ao intérprete de


buscar sempre extrair a maior aplicabilidade das normas constitucionais, sem modificação do
seu teor. Nesse sentido, entre as interpretações possíveis, deve o intérprete optar pela que
confira máxima efetividade na aplicação prática da norma constitucional.

PRINCÍPIO DO EFEITO INTEGRADOR OU DA


EFICÁCIA INTEGRADORA

Orienta o intérprete a escolher, entre possíveis interpretações, aquela que promova a


integração social e a unidade política, visando garantir uma coesão do sistema.

Nesse sentido, deve o intérprete considerar os contextos social e político para encontrar uma
solução que seja adequada não apenas do ponto de vista individual/subjetivo, mas também do
ponto de vista mais amplo.

PRINCÍPIO DA CONFORMIDADE FUNCIONAL OU


DA JUSTEZA

Tal princípio prevê que a interpretação deve resguardar a estrutura organizacional do Estado,
de acordo com as atribuições dos poderes estabelecidas constitucionalmente (separação de
poderes).

Orienta, além disso, o intérprete a evitar interpretações que ensejem violação às competências
estabelecidas constitucionalmente para cada poder, tendo em vista o princípio da separação de
poderes previsto no art. 2º da Constituição: “São Poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.

O referido princípio se relaciona com o contexto atual, especialmente com a discussão acerca
do “ativismo judicial”, com a seguinte dúvida: qual o limite de atuação do Poder Judiciário? O
debate, que não é pacífico, toma como base o princípio da separação de poderes, e o
intérprete deve buscar a conformidade funcional ou a justeza de sua conclusão.

PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA
RAZOABILIDADE

Muito utilizados pelo STF e demais órgãos do Poder Judiciário, a proporcionalidade e


razoabilidade são princípios extraídos do devido processo legal (art. 5º, LIV), que pode ser
dividido em formal (cumprimento de normas processuais) e material (exigência de uma decisão
justa, razoável e proporcional).

Embora haja alto grau de vagueza nessas expressões do devido processo legal material, tem-
se a divisão para alcançar sua aplicação em três diretrizes que devem ser observadas pelo
intérprete, como se descreve a seguir.

Adequação: A medida deve ser adequada à finalidade pretendida.

Necessidade: A medida deve ser a menos gravosa possível.

Proporcionalidade em sentido estrito: Os custos da medida devem ser menores que


seus benefícios.

A ideia de proporcionalidade e razoabilidade confere uma maior justiça à decisão proferida na


análise de casos concretos pelo poder público. Assim, por exemplo, se para cumprimento de
uma política pública houver vários meios igualmente eficientes, o administrador público deve
buscar aquele que seja o menos gravoso possível.
Assista, a seguir, a uma exposição sobre os princípios da constitucionalidade e da
razoabilidade.

MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
CONSTITUCIONAL
Além dos princípios, a interpretação constitucional também se vale de métodos específicos
para chegar à conclusão nos casos concretos.

MÉTODO JURÍDICO OU HERMENÊUTICO CLÁSSICO


Normalmente atribuído a Savigny (1779-1861), o método envolve a utilização de técnicas
tradicionais da teoria geral do Direito e da hermenêutica para leis em geral, como o método
lógico, histórico, teleológico etc.
MÉTODO TÓPICO-PROBLEMÁTICO
O ponto de partida desse método, desenvolvido por Theodor Viehweg (1907-1988), são os
problemas que nascem do caso concreto e que devem ser objeto de diálogo pelo intérprete até
encontrar a solução mais adequada entre as possíveis.

Aqui, o intérprete deve partir do problema para, com o método da tópica, identificar as soluções
possíveis e escolher aquela adequada ao caso.

MÉTODO HERMENÊUTICO-CONCRETIZADOR
No método desenvolvido por Konrad Hesse (2002), considera-se que o intérprete tenha
preconcepções e, por isso, é preciso partir da Constituição para o caso concreto, limitando a
liberdade do intérprete a partir da norma. A norma serve de parâmetro para que o intérprete
possa escolher a opção mais adequada.

MÉTODO CIENTÍFICO-ESPIRITUAL
Esse método, idealizado por Rudolf Smend (1882-1975), é o mais difícil de se conceituar, pois
não há clareza na doutrina e jurisprudência.

Basicamente, o intérprete deve levar em consideração o contexto científico e espiritual


vivenciado pela sociedade no momento da interpretação. Assim, a interpretação não deve ser
fria, mas sempre considerar o contexto.

MÉTODO NORMATIVO-ESTRUTURANTE
De acordo com o método desenvolvido por Friedrich Müller, o intérprete deve considerar a
estruturação da norma para viabilizar sua aplicação prática.

MÉTODO DE COMPARAÇÃO CONSTITUCIONAL


Refere-se à comparação entre ordenamentos jurídicos constitucionais de países diferentes,
que também pode ser utilizada como método de interpretação constitucional.

 ATENÇÃO

Além de conhecer os princípios aplicáveis à interpretação constitucional, um ponto muito


importante diz respeito à concepção de mutação constitucional, que se trata de uma técnica
relacionada à interpretação. A mutação constitucional é um procedimento informal de mudança
do sentido de disposições da Constituição, também chamada de poder constituinte difuso.
O texto continuará o mesmo e o que irá acontecer é uma mudança na sua interpretação, ou
seja, com evolução de sentidos. O texto passará a ser interpretado conforme a realidade atual
em que ele está inserido.

A mutação constitucional surge como fruto da dinâmica social, das construções judiciais etc. É
uma mudança de sentido, lenta e gradual. Não há declaração de inconstitucionalidade, mas
apenas mudança de interpretação.

 EXEMPLO

A interpretação originária do art. 226, § 3º, da Constituição, por exemplo, era de que o
casamento só poderia ocorrer mediante conjunção do homem e da mulher. Mediante mutação
constitucional, passou-se a entender que o dispositivo constitucional permite também a união
homoafetiva.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, aprendemos sobre a teoria geral da Constituição em seus variados aspectos.
Apresentamos o conceito do Direito constitucional e suas relações com diversos ramos do
Direito, assim como estudamos o conceito do neoconstitucionalismo. O Constitucionalismo
passa por um fenômeno que engloba diversos aspectos, como a ascensão da força normativa
dos princípios e a necessidade de filtragem das demais normas do ordenamento jurídico pela
Constituição.
Conhecemos também as diferentes classificações das normas constitucionais, valendo
destacar a que as divide com base no critério da eficácia: todas as normas constitucionais
possuem alguma eficácia, ainda que limitada. Assim, têm-se as normas constitucionais de
eficácia plena, contida e limitada.

Por fim, estudamos a interpretação constitucional e seus princípios, que a tornam singular em
relação à interpretação jurídica em geral. Entre tais princípios, cabe destacar o da supremacia
da Constituição, pelo qual todas as normas do ordenamento devem respeitar a Constituição,
que está no topo da pirâmide de normas jurídicas; e o da interpretação conforme a
Constituição, segundo o qual deve-se buscar, sempre que possível, a interpretação da norma
que possa salvar sua constitucionalidade.

 PODCAST

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito constitucional contemporâneo: os conceitos
fundamentais e a construção do novo modelo. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.

BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito constitucional. 27. ed. atual. São Paulo: Malheiros,
2011.

COELHO, Inocêncio Mártires. Interpretação constitucional. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

HÄBERLE, Peter. Hermenêutica constitucional – a sociedade aberta dos intérpretes da


constituição: contribuição para a interpretação pluralista e “procedimental” da constituição.
Trad. Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2002.

HESSE, Konrad. A força normativa da constituição. Trad. Gilmar Ferreira Mendes. Porto
Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1991.

SILVA, José Afonso. Aplicabilidade das normas constitucionais. 8. ed. São Paulo:
Malheiros, 2012.

EXPLORE+
Busque pela abordagem de Inocêncio Coelho Mártires sobre os métodos e princípios de
interpretação constitucional no artigo publicado na revista FGV pelo referido professor.

Assista ao documentário acerca de José Afonso da Silva, autor que deu origem à classificação
das normas constitucionais quanto à eficácia e é considerado renomado jurista constitucional,
disponível no canal da OAB no YouTube.

CONTEUDISTA
Marcílio da Silva Ferreira Filho

 CURRÍCULO LATTES

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