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NÚCLEO DE TANGARÁ DA SERRA

3ª DEFENSORIA
DOUTO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E CRIMINAL DA COMARCA
DE TANGARÁ DA SERRA-MT.

CRICIELE ALMEIDA DA SILVA DE JESUS, casada, do lar,


portadora do Registro Geral nº. 1667007-8, expedida pela SSP/MT, inscrita no CPF/MF sob
o nº. 730.582.111-04, residente e domiciliada na Rua 180, nº 580, Quadra 33, Lote 06,
Bairro Parque Tarumã, Tangará da Serra/MT, CEP: 78303-081, Telefone para contato (65) 9
9638-1894, sem endereço eletrônico, por intermédio da DEFENSORIA PÚBLICA DO
ESTADO DE MATO GROSSO, pela Defensora Pública que ao final subscreve, no uso de
suas atribuições institucionais e legais, vem à honrosa presença de Vossa Excelência, propor
a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS e MORAIS

(ACIDENTE DE TRÂNSITO)
em face de WILSON JOSE AMERICO, brasileiro, demais qualificações desconhecidas,
portador do Registro Geral nº. 1667007-8, expedida pela SSP/MT, inscrito no CPF/MF sob
o nº. 958.550.331-04, residente e domiciliado na Rua 70, n° 388-N, Bairro Novo Tarumã,
Tangará da Serra/MT, CEP: 78303-049, Telefone para contato (65) 9 9699-6562, sem
endereço eletrônico, com supedâneo nos fatos e fundamentos a seguir delineados.

I. IMPOSSIBILIDADE DE INFORMAR ENDEREÇO


ELETRÔNICO DAS PARTES

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Rua José Corsino, nº 273-W, Centro
CEP: 78.300-074 – Tangará da Serra/MT
Contato: (65) 9 9672-4576 – Site: www.defensoriapublica.mt.gov.br
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Inicialmente, informa que deixa de cumprir o disposto no artigo 319,
inciso II do Código de Processo Civil (lei 12.105/2015), no que tange à indicação do
endereço eletrônico da parte, em razão de que a parte Requerente possui restrito acesso à
rede mundial de computadores.

II. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Diante da insuficiência de recursos financeiros ao pagamento das


despesas processuais e honorários advocatícios, somada à presunção legal estabelecida para
pessoa natural, com esteio no art. 5º, inc. LXXIV, da Constituição da República e nos arts.
98 e 99, §3º, do Código de Processo Civil, requer o Benefício da Justiça Gratuita, sendo
bastante à consecução desse fim, a afirmação de debilidade econômica da postulante,
inclusive pela própria Defensora Pública, titular do mandato verbal outorgado, de quem não
é exigível qualquer poder especial, conforme consolidado entendimento doutrinário e
jurisprudencial (STJ, AgRg no Ag 1005888/PR, Rel. Min. Og Fernandes, Sexta Turma,
julgado em 20/11/2008, DJ 09/12/2008 – STF, RE 205.746, Rel. Min. Carlos Velloso).

III. DOS FATOS

No dia 18/06/2023, por volta das 16h00min, a Requerente estava


transitando na Rua 9-A, no Parque das Mansões, tendo a preferência de passagem nessa via.
No entanto, o Requerido, que estava trafegando na Rua 12, não respeitou a sinalização de
PARE, resultando em uma colisão entre os veículos.

Com base nas informações fornecidas, incluindo o vídeo anexo, que


demonstra o momento do acidente, é possível constatar que a Requerente estava transitando
com seu veículo de forma segura, respeitando os limites de velocidade e dentro da faixa
adequada na via.

Por outro lado, o Requerido, ao não atentar-se na placa de PARE, agiu de


forma negligente e imprudente ao desrespeitar a preferencial da Requerente, dando causar o
abalroamento entre os veículos.

A partir das imagens apresentadas no vídeo, no minuto 3 e 40 segundos, é


possível verificar a sequência de eventos que culminaram no acidente, confirmando a
responsabilidade do Requerido.

A Requerente sofreu danos em seu veículo devido à colisão causada pela


conduta imprudente e negligente do Requerido.

A imagem anexa, mostra o Requerido utilizando muletas para se


locomover, pode ser um elemento adicional para reforçar a negligência e imprudência do
Requerido no momento do acidente.

Insta salientar que a Requerente, de boa-fé, buscou uma resolução


amigável para a situação em questão, tentando entrar em acordo com a parte Requerida. No
entanto, a parte Requerida não demonstrou interesse em resolver a questão de forma
consensual.

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Por fim, a Requerente informa que não possui condições financeiras de
suportar o pagamento do conserto, que de acordo com o orçamento anexo, o valor médio é
de R$ 7.280,00 (sete mil duzentos e oitenta reais), referente a troca das peças danificadas,
funilaria e pintura.

Assim se apresenta como legitimada a ajuizar a presente ação, buscando a


reparação dos danos causados pelo ato ilícito da parte Requerida, conforme previsão legal,
com vista ao restabelecimento do seu patrimônio e recolocação nos parâmetros em que se
encontrava o bem. O fato foi registrado por meio de Boletim de Ocorrência n.º
2023.168880.

IV. DO DIREITO

1. Da Culpabilidade e a Necessária Reparação do Dano Ocasionado

As premissas, constata-se do exame dos documentos colacionados com a


exordial, além do depoimento a ser prestado por testemunhas arroladas oportunamente, que
a pretensão ressarcitória merece acolhida.

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Com efeito, a partir do material probatório produzido e a ser produzido, é
possível inferir-se que o sinistro decorreu de ato ilícito praticado pela Requerida.

Assim, ao condutor de veículo se exige cautela no exercício do mister. A


Lei nº 9.503/97 – CTB, por seus artigos 26 e 28, impõe ao condutor que tenha domínio de
seu veículo, dirigindo-se com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito:

Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu


veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à
segurança do trânsito.

Ademais, o Requerido inobservou a regra do art. 34 do do Código de


Trânsito, que assim dispõe:

Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá


certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais
usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele,
considerando sua posição, sua direção e sua velocidade."

A utilização de muletas indica uma possível incapacidade física


temporária que poderia comprometer a segurança do trânsito, conforme previsto no Artigo
252, III do Código de Trânsito Brasileiro.

Dessarte, pelas imagens e videos anexos, o Requerido não se portou de


forma correta na condução do seu veículo.

Se estivesse o Requerido conduzido o seu veículo com cautela, prudência


e atenção, certamente teria evitado o acidente.
Dessa feita, presentes os pressupostos da responsabilidade civil,
mormente em face do Código Civil, a saber: a conduta humana (aqui ação ilícita do agente),
o dano ou prejuízo, a culpa e o nexo de causalidade.
2. Do Dano Material
A reparação decorrente de ato ilícito se efetiva no sentido de restaurar o
status quo ante, colocando o veículo danificado no mesmo estado em que se encontrava
antes do abalroamento.
De acordo como o orçamento anexo, o prejuízo médio para o conserto do
veiculo da Requerente, é de R$ 7.280,00 (sete mil duzentos e oitenta reais).
Assim, requer seja o Requerido condenado ao pagameto de R$ 7.280,00
(sete mil duzentos e oitenta reais), a título de danos materiais.
3. Do Dano Moral
No presente caso, deve ser conhecida a obrigação de pagamento de
indenização por danos morais, visto que a Requerente foi prejudicada pela parte Requerida,
pois, o inoportuno estado de espírito afetado pelo acidente, os transtornos advindos pelo
mesmo, como ficar impossibilitado de praticar a atividade de ciclismo, sem contar a dor em
razão das lesões corporais, por absoluta imprudência do Requerido.
Tem-se ainda que, “A reparação do dano moral é hoje admitida em
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quase todos os países civilizados. A seu favor e com o prestígio de sua autoridade
pronunciaram-se os irmãos Mazeaund, afirmando que não é possível, em sociedade
avançada como a nossa, tolerar a contra-senso de mandar reparar o menor dano
patrimonial e deixar sem reparação o dano moral”. (Aguiar Dias, In “A Reparação Civil”,
tomo II, pág. 737).
Nesse sentido, assim entende nossos Tribunais:
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL EM
ACIDENTE DE TRÂNSITO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR
DANOS MATERIAIS E MORAIS. COLISÃO ENTRE
VEÍCULOS. VIA PREFERENCIAL. DANOS MORAIS. Ainda
que o acidente de trânsito não tenha impingido lesões graves às
vítimas, houve, de fato, ofensa à integridade física dos autores
suficiente à deflagração dos danos morais passíveis de reparação
no caso concreto. QUANTUM INDENIZATÓRIO. Quantum
indenizatório fixado separadamente, considerando as lesões sofridas
pelas vítimas e a respectiva repercussão nas suas vidas. Arbitramento
nos valores de R$ 5.000,00 (Gabriel Antônio), R$ 7.000,00 (Adelmo
Leonir) e R$ 3.000,00 (Rosicler). Tais quantias serão corrigidas pelo
IGP-M desde a data do julgamento (Súmula n. 362 do Superior
Tribunal de Justiça) e com juros legais, computados da data do evento
danoso (Súmula n. 54 do Superior Tribunal de Justiça). APELO
PROVIDO. (Apelação Cível, Nº 70079502696, Décima Segunda
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Lúcia Carvalho
Pinto Vieira Rebout, Julgado em: 29-11-2019).
É inegável a ocorrência dos danos morais. Em decorrência do acidente, a
Requerente sofreu dor, amargura, tristeza, bem como, o desamparado pelo causador do
acidente. Assim, as situações que caracterizam danos morais, conforme retro mencionado,
referidas pelos doutrinadores, estão presentes.
A responsabilidade é do Requerido, os danos morais devem ser aplicados
como forma coercitiva, de modo a reprimir a conduta praticada pelo Requerido, pois, o
acidente prejudicou a Requerente.
O Código Civil estabelece regra clara de que aquele que for condenado a
reparar um dano, deverá fazê-lo de sorte que a situação patrimonial e pessoal do lesado seja
recomposta ao estado anterior.
Assim, o montante da indenização não pode ser inferior ao prejuízo. Há
de ser integral, conforme dispões artigo 944 do CC:
Art. 944 – A indenização mede-se pela extensão do dano.
Para tanto, pleitea a condenação do Requerido ao pagamento de R$
1.000,00 (um mil reais), a título de dano moral.
V. DA AUTOCOMPOSIÇÃO
Ao teor do que determina o art. 3, caput e §§ 2º e 3º do Código de
Processo Civil, REQUER seja designada data para realização de audiência de
conciliação.
VI. DOS PEDIDOS

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Diante de todo exposto, requer:
I. Sejam concedidos os Benefícios da Gratuidade da Justiça na sua
integralidade, em razão da insuficiência de recursos da parte Requerente, não tendo a
mínima condição de arcar com o pagamento das custas, despesas processuais e os
honorários advocatícios, conforme reza o art. 98 e 99, do Código de Processo Civil;
II. Seja designada Audiência de Conciliação;
III. Seja o Requerido citado para, querendo, oferecer resposta aos autos
no prazo legal, sob pena de confissão e revelia;
IV. Seja a presente demanda julgada totalmente procedente, e todos os
valores acrescidos de juros e correção monetária para:
a) Condenar o Requerido ao pagamento de R$ 7.280,00 (sete mil
duzentos e oitenta reais), a título de danos materiais, referente ao conserto do veículo;
b) Condenar o Requerido ao pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a
título de dano moral, decorrente do sinistro;
V. Seja condenada o Requerido ao pagamento das custas judiciais e dos
honorários advocatícios arbitrados em 20% (vinte por cento) sobre o montante devido,
tudo devidamente atualizado e corrigido a favor da Defensoria Pública do Estado do Mato
Grosso;
VI. As prerrogativas processuais da Defensoria Pública Estadual,
para todos os termos e atos do processo, enumeradas no art. 128, da Lei Complementar
Federal 080/94; art. 5º, da Lei Complementar Estadual n. 146/03 e art. 5º, parágrafo 5º da
Lei Federal n. 1.060/50 (contagem em dobro dos prazos processuais, intimação pessoal para
todos os atos do processo e isenção de apresentação de instrumento de mandato).
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidos, em especial prova de natureza pericial médica, que desde já requer, depoimento
pessoal dos Requeridos, e todas as demais provas que venham a se fazer necessárias no
curso do processo.
Dá-se à causa o valor de R$ 9.280,00 (nove mil duzentos e oitenta
reais), para efeitos fiscais e de acordo com o art. 292 do CPC.
Termos em que,
Pede deferimento.
Tangará da Serra – MT, 1º de Julho de 2023.

Emília Maria Bertini Bueno


Defensora Pública do Estado / Matrícula 100188

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