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CONTEMPORÂNEO
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
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Os danos morais adquiriram uma relevância ainda maior nas últimas décadas.
A aceleração dos meios de comunicação e a mudança nos padrões sociais têm
influenciado diretamente na dinâmica das relações interpessoais.
A compreensão das raízes desse fenômeno permitirá não apenas uma análise
crítica do estado atual, mas também o desenvolvimento de propostas e soluções que
visem preservar a integridade moral dos indivíduos e fortalecer a eficácia do sistema
jurídico diante dessas questões.
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2. HISTÓRIA DOS DANOS MORAIS E ASCENSÃO DO TEMA NO BRASIL
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Art. 159. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito, ou
causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano.
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Art. 5.º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...]
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
[...]
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação.
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Trata-se, portanto, da “dor em sentido amplo, englobando os sentimentos
negativos, como a tristeza, angústia, amargura, vergonha, humilhação. É a dor moral
ou o sofrimento do indivíduo” (ANDRÉ GUSTAVO C. DE ANDRADE, p. 146).
A 4ª Turma do STJ, cujo relator Luis Felipe Salomão, proferiu decisão que
reconheceu e aceitou as duas principais correntes doutrinárias contemporâneas sobre
o dano moral. Trata-se do REsp 1.245.550; vejamos:
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fundamentais da pessoa, tendo o potencial de afetar aspectos essenciais de sua
identidade e reputação social, além do seu estado psíquico.
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A fixação dos danos morais deve ser feita de modo a compensar a vítima pelo
abalo vivenciado (caráter compensatório) e também, de punir o causador do dano de
forma que não venha a cometer novamente o mesmo ato (caráter punitivo).
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Em palavras mais simples, o valor de uma indenização imposta no passado,
não corresponde mais ao mesmo valor de uma condenação atual, haja vista o decurso
de tempo e, consequentemente, a correção monetária sofrida por esse valor
decorrente da inflação.
Em suma, tal teoria diz que as decisões judiciais devem considerar a eventual
redução do poder de compra do consumidor ao longo do tempo, buscando tão
somente que seja aplicada uma recomposição dos parâmetros utilizados para o
arbitramento da indenização.
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É inegável a desatualização das condenações por danos morais por meio de
parâmetros antigos, independentemente do valor utilizado como referência, sendo
necessário rebalancear o valor indenizatório já defasado de modo que sejam
atendidos não somente os princípios constitucionais da razoabilidade e
proporcionalidade, mas também a função didático-pedagógica do dano moral, sob
pena deste instituto perder sua função.
Trazendo para o contexto prático, uma situação que por diversas vezes
ocasiona a propositura de demandas visando a reparação por danos morais é a falha
nos sistemas de segurança de bancos que permitem a ocorrência de fraudes, gerando
prejuízos aos clientes/consumidores, não só de natureza material, mas também, por
óbvio, de natureza moral.
Apenas como exemplo, para explicar aonde se quer chegar com o presente
tópico, vamos utilizar o Banco do Brasil, que por diversas vezes figura como réu
nessas demandas do exemplo acima trazido.
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De acordo com o Relatório Anual2 do Banco do Brasil, o lucro líquido da
instituição no ano de 2022 foi de R$ 31,8 bilhões.
Por essa razão – incorreta e baixa valoração da indenização dos danos morais
– é que o assunto está sendo banalizado.
Desta forma, ante os fatos acima trazidos, tem-se que enquanto não se adotar
uma medida mais dura com relação à fixação dos danos morais, os problemas atuais
que estamos vivendo continuarão a persistir, banalizando o instituto, que é tão
importante para a sociedade, conforme restou demonstrado no presente trabalho, haja
vista que visa garantir direitos fundamentais da população.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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https://www.bb.com.br/docs/portal/gesem/RelatorioAnual2022.pdf
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A pluralidade de ações representa um cenário que exige uma resposta
ponderada do judiciário para evitar a sobrecarga de processos infundados.
REFERÊNCIAS
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https://www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revista24/revista24_143.pdf.
Acesso em: 08/12/2023.
AMARAL, Francisco. Direito civil: introdução. 10ª ed. rev. e modif. São Paulo:
Saraiva, 2018.
LIMA, André Barreto. O dano moral ao longo da história. 2016. Disponível em:
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/o-dano-moral-ao-longo-da-historia/445407882.
Acesso em 08/12/2023.
SANTOS, Antônio Jeová. Dano moral indenizável. 3.ed. São Paulo: Método, 2001.
Sem Autor. O método bifásico para fixação de indenizações por dano moral.
2018. Disponível em:
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticiasantigas/2018/2018-
10-21_06-56_O-metodo-bifasico-para-fixacao-de-indenizacoes-por-dano-moral.aspx.
Acesso em: 09/12/2023.
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VENOSA, Silvio de Salvo, Direito Civil: Responsabilidade Civil. 15. ed. São Paulo:
Atlas, 2015.
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