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Atas das Cortes de Lamego : Natureza hereditária da coroa, permitem aos portugueses
escolherem na falta de herdeiros da coroa, o seu rei, e definem as regras de sucessão.
Duvidosamente se acredita que existiram. Estas atas foram a bandeira na sequência da
restauração da independência para legitimar o afastar da dinastia filipina, e na legitimação do
duque de Bragança. A partir das cortes de 1641, estas atas passaram a ser o cerne das leis
fundamentais. Chegaram a 1820, os monarcas não as podiam alterar. Atas: cartas de regência.
Leis produzidas em cortes: a partir de 1641 passaram a alterar as regras das Cortes de Lamego –
as leis positivas que alteraram as leis fundamentais.
Costumes: fontes de natureza consuetudinária.
2) Atos jurídicos bilaterais – o mais importante foi o contrato de casamento entre a infanta D. Beatriz,
filha do rei dom Fernando, com o rei de Castela D. João I. Nela estavam estipuladas as regras de
sucessão do reino. O contrato foi rasgado nas cortes de Coimbra.
4) Assentos das cortes: decisões tomadas em corte com natureza constitucional, como os assentos das
Cortes de Tomar em 1580 que proclamaram o rei Filipe II de Espanha, rei de Portugal
Momentos político-constitucionais relevantes
1. 1128 - 1179
Proclamação (1128 – Batalha de S. Mamede) e reconhecimento da independência (1179) em relação a
Leão e Castela bem como o reconhecimento no plano externo
Afirmação da individualidade própria – a consciência nacional justifica a independência
Em 1179, o papa reconhece o estado: afirmação de Portugal perante a comunidade internacional – Bula
Papal
Subordinação de Portugal ao Papa
2. 1211 - 1223
reinado de D. Afonso II e a edificação do Estado.
Em 1211 é publicado o primeiro “pacote legislativo” – leis gerais para todo o reino – relevando a
prevalência da vontade do rei sobre os costumes (a importância da lei como vontade do soberano e a
centralização do poder).
São nomeados juízes de fora – juízes nomeados pelo rei para as diversas localidades, juízes que são da
confiança do rei e que aplicam o direito do rei
Este é o rei (D. Afonso II) que vem publicar e desencadear o processo de inquirições e confirmações
(perguntar se tu fazes prova da propriedade que dizes ter, és tu o proprietário? Ou fazia prova e
mantinha as suas terras ou se não o provasse, as terras passavam para a coroa)
O direito canónico não é superior ao Estado, mas sim o Estado que decide respeitar o direito canónico.
3. 1245
O rei D. Sancho II é afastado do poder pelo Papa – argumento: tu não garantes a justiça e por causa
disso não deves governar.
Pensamento de Santo Agostinho: um governante que não garante a justiça não pode governar.
O poder político vem de Deus com mediação do Papa e, por isso, o Papa pode retirar o poder de D.
Sancho II – prevalência da rés publica Cristiana, expressão do modelo feudal.
O Papa oferece o poder ao irmão de D. Sancho II – D. Afonso III – primeiro como curador e regedor, só
depois como rei. D. Afonso III garante ao Papa que vai garantir a justiça.
4. 1254
A importância das cortes de Leiria, no reinado de D. Afonso III;
É a partir deste momento que temos prova inequívoca que o povo participava nas cortes, as cortes só
eram cortes se tivessem presentes os representantes do povo – a inclusão democrática da participação
cívica. A terceira classe passa a estar representada.
5. 1297
Reinado de D. Dinis, tratado de Alcanizes, desde 1297 até hoje não existiram verdadeiras alterações na
fronteira terreste portuguesa.
Tratado que definiu as fronteiras de Portugal Continental. Art 5º CRP
Durante o regime do general Franco em Espanha e de Salazar em Portugal, quando existiam opositores
políticos portugueses que se refugiavam em Espanha, o general Franco colocava-os em Olivença,
demonstrando assim que Olivença pertencia a Espanha e não a Portugal (Salazar não pedia extradição
por esse mesmo motivo, estaria a confirmar que Olivença era espanhola).
6. 1385
Importância da sucessão de D. Fernando.
Com a morte do rei em 1383, surge o problema do contrato de casamento da filha, ela é a herdeira.
Surge assim uma grande revolta do povo de Lisboa por querer afastá-la da coroa e aos filhos ilegítimos
de D. Pedro.
Nas cortes de Coimbra há uma primeira manifestação da legitimidade democrática, pois, vai ser nas
cortes que escolhem o novo rei.
Mestre de Avis é escolhido nas cortes - importante para a compreensão do constitucionalismo pois torna
o rei suscetível de referenda popular. Elemento democrático.
7. 1415
Expansão de Ceuta – traduz uma opção política pois Portugal ao não poder expandir-se mais num
contexto europeu, avança com o critério ultramarino.
Início do século XV até ao século XX: a expansão permite explicar a divisão do mar, a presença
portuguesa no Brasil, em África, no ocidente… e até o 25 de abril.
Portugal torna-se um estado Plurilocalizado surgindo a questão: deve a lei de Portugal ser aplicada a
todos os que pertencem ao território português ou devem existir leis especiais para cada território.
8. 1438
Importância as cortes de torres novas e o regimento aprovado nas cortes de torres novas.
Problema político: rei D. Duarte morre e o filho é menor. A quem compete assegurar o governo do país?
D. Duarte deixa a informação que a mulher é que deve governar (esta é espanhola) e, ao assumir a
regência, o irmão de D. Duarte revolta-se – guerra civil.
O problema resolve-se através do regimento do reino: é a primeira constituição escrita 1438 – decidem-
se matérias da competência do e da regente, que antes só podiam ser decididas por outro órgão -
separação de poderes.
9. 1536
Estabelecimento da inquisição de D. João III em Portugal.
Forma de condicionar a liberdade de expressão, a liberdade religiosa e também a liberdade cultural.
Também teve como propósito enriquecer o estado pois os bens que eram confiscados revertiam para o
estado (o que explica que as perseguições quer no reinado de D. Manuel quer no de D. João III, levaram
a que uma parte da burguesia (não eram cristãos, eram judeus) se deslocou para a europa central –
consequências culturais.
Centralização do poder régio
10. 1580
Morte do cardial D. Henrique e problema da sucessão, quem vai ser o herdeiro? Afastam os
pretendentes portugueses do trono
Repete - se a solução - convocar cortes que vão escolher o novo rei, desta vez em Tomar.
Aqui passa a existir uma união pessoal, o mesmo rei D. Filipe II de Espanha passa a ter 2 coroas, união
verdadeiramente pessoal, restauração da independência.
11. 1640
Cortes em lisboa) - argumento: o espanhol Filipe não garantia o direito dos portugueses.
O povo pode afastar o monarca se este for tirano.
Cria-se a ideia de que há as Leis Fundamentais Do Reino com origem nas cortes de Lamego: o rei
jamais poderia ser estrangeiro, servindo de desculpa para a restauração da independência; Dinastia de
Bragança e fim da dinastia filipina.
12. 1667
Ano em que o rei D. Afonso VI é afastado do poder acusado de ser mentalmente inato, a verdade é que
ele ganha todas as batalhas da restauração, tendo até ficado com o cognome “Vitorioso”. Golpe de
estado pelo irmão.
O rei casou e, durante a vigência do casamento não houve descendentes, o irmão do rei desencadeia um
golpe contra o mesmo e depois vem pedir a declaração de nulidade do seu casamento e casa com a
cunhada.
O golpe de 1667 é acompanhado de uma lei sobre regências, uma lei que integra a constituição da
história portuguesa – “se o rei não tem condições para exercer o poder,
deve ser designada uma regência que deve ser assegurada pelo irmão mais velho, se o rei morrer sem
descendentes a coroa passa para o irmão mais velho e respetivos descendentes”
13. 1778
Questão do novo código: inico do reinado de D Maria I - criação de um código.
Primeira preocupação em codificar o que já existia e adaptar as ideias já existentes na europa
14. 1807-1821
1807 (invasão francesa em Portugal) a 1821 (regresso) da família real para o Brasil.
É importante porque pela primeira vez, a capital de um país europeu, deslocava o seu governo para um
território colono de Lisboa, deixou de viver na europa em Lisboa, para ir para o Rio de Janeiro.
Em 1815, o Brasil é elevado a categoria de reino, deixa de ser colónia para ser reino, começa a vigorar
uma união real entre o rei do Brasil e o rei português. Isto alimenta sentimentos nacionalistas por parte
do Brasil, que depois não quer voltar ser colónia com a partida do rei para lisboa.
Brasil não permite que a situação de colónia se repita.
As cortes em Portugal continuam a exigir o regresso do infante D. Pedro, mas este permanece no Brasil.
Independência brasileira: 1822
15. 1808
Súplica de constituição, para que o imperador Napoleão concedesse o texto constitucional aos
portugueses
16. 1820
Revolução liberal de base nacionalista para expulsão dos invasores e recuperação da identidade
constitucional. Esta identidade constrói-se através das fontes de Direito Constitucional
Constituição de 1822
1º constituição formal, o tema principal é o Brasil (exigir que D. Pedro regressasse…) - quando a constituição
entrou em vigor já estava desatualizada.
Esta constituição tem um pendor parlamentar e desvalorizador do papel do rei – visível fundamentalmente
em 2 circunstâncias:
1. O rei é obrigado a jurar a constituição: imposição por parte das cortes ao rei
2. Não há um veto absoluto por parte do rei, o parlamento pode impor a sua vontade legislativa ao rei,
porque o rei tem apenas um veto de natureza suspensiva. O rei não pode dissolver as cortes, tem de
viver com elas.
O sistema de governo seria tendencialmente um sistema parlamentar de assembleia, os membros do governo
seriam responsáveis pelos seus atos.
2 pontos da constituição:
- Estrutura unicameral das cortes;
- Direitos socias: direito à assistência e à instrução pública (educação) de ambos os sexos (Portugal é o primeiro
país a consagrar este direito na sua constituição) – constam nas bases da constituição de 1821 e, também na
constituição de 1822.
A rainha recusou jurar a constituição - os inimigos da constituição estavam dentro do próprio palácio real.
1823: Vila-Francada
Movimento militar e político contrário à constituição: impôs a cessação da vigência da constituição
(esteve mais tempo a ser elaborada do que em vigor).
Voltam a vigorar as leis fundamentais do reino – a antiga constituição
Golpe de estado levado a acabo por D. Miguel, em Vila Franca de Xira
A constituição de 1822 não volta a vigorar, mas o rei terá pedido a juristas que elaborassem um projeto
de constituição.
Restaurando o absolutismo e as regras monárquicas anteriores
1824: Abrilada
Golpe de estado liderado também por D. Miguel, querendo afastar o modelo liberal.
Reduzindo o papel do rei, força D. João VI a abdicar do torno;
D. Miguel foi obrigado a exilar-se;
A constituição não retornou a entrar em vigor;
1826: Morte de D. João VI
1. Quem é o sucessor? O filho mais velho era na altura imperador do Brasil,
impossibilitando a sucessão usual;
2. Pacto: D. pedro é reconhecido como rei e irá conceder uma constituição (Carta
Constitucional), simplesmente D. pedro abdicará a favor da filha Maria da Glória que
casará com o tio D. Miguel
1 vigência: 1829-1828
A sua legitimidade era o Rei que se auto vinculava
Separação de poderes de Benjamim Constant – poder moderador art 71º
Parlamento bicameral com a camara dos deputados eletiva por sufrágio indireto e a camara dos pares –
cargo hereditário e vitalício
A carta constitucional de 1826 é uma copia da constituição brasileira de 1824.
1º grande referência: fonte da legitimidade, foi o rei que a outorgou, o rei é o centro da constituição.
Texto constitucional que vigorou mais tempo em Portugal.
Constitucionalismo Português
Instabilidade política – rotativismo entre 2 partidos
Texto constitucional que vigorou mais tempo em Portugal.
Não é o regresso ao antigo regime. Porquê?
1. Porque o rei passa a ter um texto constitucional que o autolimita. Este texto só pode
ser alterado pelas cortes.
2. O rei não é titular de poder livre. Há o conceito de separação de poderes, existe
supremacia, mas não absolutismo. Existem liberdades e garantias.
Poder Moderador
Nomeação dos pares (uma das camaras do parlamento)
Poder de veto absoluto do rei – não existia lei sem a vontade do rei e
Contrariamente à Constituição de 22 este veto não podia ser ultrapassado por novo voto parlamentar
Dissolução do parlamento - que tinha 2 câmaras, a democrática e a aristocrática
Nomeação e demissão de ministros- que faziam parte do executivo que este liderava e não dependia
politicamente do parlamento.
Tribunais aplicam lei em nome do rei
Poder residual – no silêncio da Constituição poder pertencia ao rei
Algumas destas faculdades integravam-se no poder executivo e outras no poder moderador, sendo que
ambos eram da titularidade do rei.
Poder legislativo: pertencia às cortes, mas as leis só eram leis com a sanção do rei, o rei tinha o poder de veto
absoluto, isto é, se o rei disser não, as cortes nunca poderiam ultrapassar o veto do rei. A lei é, por isso, a
conjugação entre 2 legitimidades, a democrática e a monárquica; a prática política criou autorizações
legislativas para que o governo legislasse matéria que era das cortes.
Sistema de governo: ministros eram da confiança do rei, porque o poder executivo pertencia ao rei com os
ministros – compromisso: o rei continua presente no poder executivo, mas não o pode exercer sozinho, no
entanto os ministros são da sua confiança
Monarquia limitada (quem assumia a responsabilidade política pelos atos do rei era sempre o ministro que
referendava os atos do rei)
Constituição de 1838
É uma constituição promissória entre duas legitimidades: a democrática e a monárquica;
A constituição é aprovada pelas cortes, contudo só entra em vigor com a concordância Régia
Esta constituição faz com que o poder moderador desapareça, contudo, o poder encarregue ao rei,
continua a existir, mas sob forma de poder executivo;
Antes o veto era suspensivo, depois absoluto, agora passa a ser silencioso. Não havia nenhum
mecanismo no caso de falta de sanção por parte do rei na proposta de uma lei;
Não havendo esse mecanismo, constatou-se que o silêncio se iguala ao poder de veto absoluto,
originando a falta de poder de resposta do parlamento.
A constituição de 1838 é uma síntese entre as constituições de 1822 e 1826
Chamava-se constituição, mas o conteúdo era da carta constitucional, não havia poder moderador, mas o rei
pode continuar a fazê-lo através do poder executivo.
A constituição de 1838 permite ao rei dissolver as cortes (fontes: constituição belga de 1831,
constituição Francesa)
1842: volta a vigorar a constituição, de 1842 a 1910
Constituição de 1911
1º Constituição Republicana, última constituição liberal
Fontes
Constituição suíça
1. Introdução do referendo;
2. Descentralização.
Inovações:
Regime republicano democrático e laico;
Diminuíram o papel do chefe de Estado, sendo o Presidente uma figura decorativa.
Esta diminuição apresenta-se na eleição de sufrágio indireto, na falta de poder de veto e de não poder
dissolver o parlamento;
Reforço dos direitos fundamentais;
Fiscalização judicial da constitucionalidade de normas.
Revisões constitucionais:
Em 1916 (devido à intervenção de Portugal na Primeira Guerra Mundial, tornou-se possível dar
condecorações militares)
Em 1917/18 (em dezembro de 1917 há um golpe de Estado protagonizado por Sidónio de Pais,
transitando para um sistema presidencialista em que o Presidente era eleito por sufrágio direto. A revisão
foi à margem da constituição, procurando introduzir o elemento corporativo no Parlamento. A Câmara
alta do Senado passa a ter uma composição com grupos de interesse corporativo. Esta vigência é curta,
com a morte de Sidónio Pais em 1918, volta-se a implementar a Constituição de 1911)
1919 a 1921 – Poder de dissolver o Congresso. “A monarquia do Norte” Há um multipartidarismo
desorganizado (em 16 anos atuaram mais de 50 governos) o que leva à instabilidade governativa, com 3
tentativas de controlo:
❖1915 – General Pimenta de Castro que assume um governo ditatorial. Corre mal e o Presidente é obrigado a
renunciar o cargo;
❖1917/18 – Sidónio de Pais; criação de uma modificação da constituição em termos inconstitucionais,
introduzindo presidencialismo (Portugal foi o país que, a seguir à França, teve um sistema presidencial)
❖ 28 de maio de 1926 – termo da vigência da Constituição na totalidade, começa a Ditadura Militar, que teve o
maior período de interregno constitucional e uma grande influência na Constituição atual.
Constituição de 1933
Salazar foi o maior impulsionador desta nova constituição. É submetida a plebiscitium e entra em vigor em
1936
2. Em 1959, o PR passa a ser eleito por sufrágio indireto. A fonte constitucional mãe foi a constituição
francesa de 1958.
O regime tremeu com a oposição. Para evitar esse tipo de situações no futuro, o modelo de eleição foi
alterado;
Desta revisão, é de frisar que as províncias ultramarinas foram elevadas à categoria de regiões
autónomas em 1971.
Constituição de 1976
3 critérios:
-Identidade axiológica da constituição
-Identidade estrutural da Constituição
-Identidade relacional da Constituição: Relação da Constituição portuguesa quer com outras Constituições
portuguesas, quer com a influência de outros textos constitucionais estrangeiros
Não podemos permitir que um dos valores esgote o espaço mínimo de operabilidade do outro (legítima defesa)
- Princípio da proporcionalidade.
- Dimensão temporal da ordem de valores da constituição: quanto maior é o tempo de vigência de uma
constituição maior é a probabilidade da mudança da sua ordem de valores. (o mesmo texto constitucional pode
sofrer alterações que decorrem de um processo intencional de modificar a constituição - revisão constitucional;
Costume contrário ao que está descrito na constituição – mutação da constituição; Decurso do tempo - permite
criar uma mudança na ordem de valores)
A mudança pode conduzir a uma outra constituição material. Quando se muda a constituição material numa
outra constituição (respeitando as regras de revisão da constituição) chama-se transição constitucional.
- O que é que esta transição constitucional dá a mais do que a mera revisão constitucional? Na transição
constitucional muda-se a identidade material da constituição.
Em Portugal há elementos que permitem afirmar que muito mudou desde o texto original de 1976,
materialmente estamos perante uma constituição diferente.
4 ordens de razões:
Também as constituições podem ter a sua identidade axiológica com o decurso do tempo.
Não é necessário rever a constituição, mas a realidade é diferente.
Não é preciso alterar o texto escrito da constituição, mas pode haver mudanças na identidade
- Referência ao Estado de direitos humanos incompletos por falta de garantia e tutela da vida humana;
- Há uma referência no artigo 1º CRP, dá dignidade da vida humana o que ilumina a vontade popular: ius
cogens. Força jurídica supraconstitucional
- Obrigação universal da proteção de direitos humanos
- Eficácia reforçada sobre os direitos fundamentais art 18º
- Dtos fundamentai que não podem ser atingidos e suspensos 19º/6, hierarquia
- Princípio da máxima efetividade das normas sobre direitos, a solução X é a que mais favorece os direitos
fundamentais, a Y é a que menos favorece, opta-se pela X
- A efetividade do direito X pode colidir com o direito Z – como resolver? Princípio da proporcionalidade: 108º,
2º e 1º CRP
- Estado de direito democrático - estado subordinado ao direito – auto vinculação - a que se refere o 2º da CRP,
tem como pressuposto:
1. soberania popular
2. pluralismo de expressão e de organização política
3. respeito pelos direitos e liberdades fundamentais
4. separação e interdependência de poderes
Instrumentos:
1. Realização da democracia económica social e cultural, modelo de bem-estar;
2. Aprofundamento da democracia participativa.
1. Princípio do pluralismo
2. Juridicidade
3. Bem-estar
PLURALISMO
O princípio do pluralismo: esta ligado à ideia de democracia. Pluralismo e princípio democrático com 2
modelos de democracia radicalmente distintos e ambos com consagração na constituição
- A vontade orgânica da maioria do povo está ligada ao pensamento de Rousseau e do positivismo legalista.
Importância da lei como fonte de dto. Art 10/1 CRP
- A vontade inorgânica da nação: o espírito do povo. Eagel: está ligada à escola histórica do direito. Costume
como fonte do dto. Art 78/2 – c CRP: identidade cultural comum. O que é mais democrático? Alterar a
constituição por via das normas ou por um costume?
É a base dos direitos fundamentais. Não há respeito pelos direitos fundamentais sem pluralismo. Estado de
partidos para a legitimação democrática do poder.
Está subjacente na organização do poder político. Separação de poderes: condição de liberdade
Limites ao pluralismo:
O estado e a cultura o serviço da pessoa humana
Devemos ser tolerantes ou não relativamente a quem é intolerante. Art 46/4 CRP
Importância do apelo que a constituição tem a uma função democrática da nação. Art 225/1. Pluralismo de
expressão.
JURIDICIDADE
O princípio da juridicidade: subordinação do estado ao direito incluindo o direito que está acima da vontade do
estado. Problema da obediência ao direito inválido
Corolários e limites
1. Reversibilidade das decisões: nada é eterno
2. A segurança e a tutela da confiança
3. A subordinação de todo o poder político art 266/2
4. Direito à tutela jurisdicional efetiva: todos temos o dto de ir a tribunal se estamos lesados nos nossos
interesses
BEM – ESTAR
O princípio do bem-estar: mecanismos de garantia
2. Somos um estado-membro da união europeia. Hétero vinculação, mas foi por vontade do estado
português que decidiu estar submetido de base auto vinculativa ao contrário das normas das nações
unidas
Clausula constitucional art 7º na construção e aprofundamento da união europeia. Art 8/4 – cheque em branco
pois tem a ver com a uma força jurídica em Portugal. Há uma desvalorização deslizante da soberania que vai
passando de Lisboa para Bruxelas
1. Autonomia regional
2. O princípio da subsidiariedade: as competências pertencem as entidades publicas menores salvo se não
puderem, não quiserem ou não conseguirem exercer esses poderes
3. Princípio da autonomia autárquica: cria para os municípios e freguesias uma área especifica de decisão
4. Descentralização ao nível de outras entidades publicas
- Em termos normativos – entre normas que têm de ter uma aplicação simultânea e conciliadas. Não se pode ter
privatização e nacionalização. Aplicação sucessiva: dto de resistência.
- Compromisso constitucional normativo: entre a CRP e ius cogens.
- Compromisso de aplicação: Ex: excesso de legitima defesa, conflito dos dtos de personalidade
- Compromissos politico-procedimentais: a CRP pode exigir que certas normas para serem alteradas devem ser
aprovadas pelos partidos políticos
A lei interpretativa tem limites de retroatividade devido aos princípios da confiança, da separação de poderes,
intangibilidade do caso julgado. Há princípios gerais que encerram conceitos indeterminados.
Capacidade civil: conceito definido no âmbito da teoria geral do direito
Normas extrajurídicas: vida humana
3. É uma constituição transfigurada: um organismo vivo. Ao longo dos tempos modifica a sua imagem
A nível do passado:
- O peso do passado
- O peso dos partidos políticos
- Peso da união europeia
- Socialismo
As constituições têm relações de identidade pois umas têm como fonte outras. A constituição portuguesa
tem fontes que traduzem a influencia histórica na ct portuguesa. Tal influência provém das anteriores ct
portuguesas
Influencia de constituições: italiana 1947, francesa, alemã 1919
Há influencia da constituição em outras constituições: espanhola 78, brasileira 88, países africanos de
expressão portuguesa, constituição de Timor-Leste. Há uma família constitucional lusófona
Há casos de plagio constitucional: carta const de 1929 é plagio da brasileira em 1924
1. Princípio da separação e da interdependência de poderes art 111º CRP, princípio estruturante do art
2 estado de direitos. Elemento sobre o qual se edifica o Estado democrático
- Nenhuma autoridade pode, por iniciativa própria, concentrar em si todo o poder correspondente a uma
função do Estado
- Há uma pluralidade de estruturas decisórias no exercício de diferentes funções no Estado.
- Há núcleos essenciais de cada função:
a função jurisdicional – tribunais,
a função legislativa – AR, assembleias legislativas das RA,
a função administrativa – governo e pluralidade da admn. Pública.
- A violação gera uma inconstitucionalidade orgânica: usurpação de poderes, invade.
Montesquieu: A liberdade pressupõe a limitação do poder. O poder tem 2 faculdades: de estatuir ou atribuir.
interdependência entre os diferentes poderes.
Benjamim Constant: Deve haver uma divisão do poder, que o mesmo seja distribuído – principio da
cooperação.
Na const portuguesa há o poder moderador pelos 3 diferentes órgãos – PR, a conformidade das normas com a
constituição -Tribunal Constitucional e o Provedor de justiça – garantia dos cidadãos perante o poder
Limites:
Art 205/2 afirma que as decisões dos tribunais prevalecem ao do poder político
A competência autorizada do governo tem de respeitar as leis da autorização legislativa da AR –
art 112/2
Há casos previstos de vínculo hierárquico
- Agentes do ministério publico ao procurador-geral da República
- As chefias militares estão subordinadas ao poder político - ministro da defesa
- As forças armadas
- Solidariedade: forma mais intensa pois pressupõe a confiança política. Não se pode expor os outros
membros
- A cooperação: não é preciso a confiança política. Deve haver uma forma de não criar obstáculos gratuitos.
Poderes intercruzados – devem cooperar para exercer os poderes sem guerrilhas
- O respeito institucional: a mais fraca. Tem como fundamente a igual dignidade e legitimidade
constitucional de todos os órgãos. Envolve um dever de convivência democrática, mas também regras de
civilidade que proíbem que não exista o mínimo de regras de trato social entre os diferentes órgãos.
Haverá uns pós eficácia do princípio: quando o cargo acaba ainda está vinculado aos princípios? Ao respeito
institucional – Paulo Otero. Limite da liberdade de expressão
4. O princípio da continuidade dos serviços: todas as instituições têm serviços públicos. Todos mantêm a
função até que o novo governo tome posse. Art 186/4
É possível o dto de greve? Os que exercem a nível profissional ou não. Dto de greve dos juízes sim, mas não
por exemplo ao PM ou PR – Paulo Otero
5. Princípio da auto-organização interna: os órgãos podem definir regras para a sua própria organização.
Art 198/2
Limites:
- Não há responsabilidade disciplinar dos cargos políticos.
- Os deputados gozam de irresponsabilidade das suas funções 157/2.
- Os juízes não podem ser responsabilizados pelas suas funções 216/2
Limites:
1. Há casos em que a constituição fixa pressupostos para o exercício da competência.
Podem ser de facto: o governo poe em causa as instituições democráticas
Pode ser de direito: o PR so pode nomear ministros se tiver uma proposta do PM
Ambos: declaração do Estado de emergência: pandemia – facto + a autorização da AR – direito
Problema ao nível da competência: o órgão que é incompetente tem competência para revogar os atos que
praticou devido a este princípio. Ex: art 164º reserva absoluta.
A revogação pode ser retroativa, mas implica o princípio da confiança
Será que o povo pode exercer o poder político fora da constituição? A soberania popular aponta para a
centralidade do povo. O poder político formal pode domesticar o povo? É possível contestar
- A força da constituição depende do grau de obediência dos seus destinatários. Ex: não tem força
para impedir revoluções. A revolução é a principal fonte de direito constitucional – PO
- É hoje um mito a omnipotência da constituição: pois a constituição nacional não é a única fonte de
dto constitucional devido a EU… e há princípios jurídicos fundamentais que se impõem ao contexto
escrito da constituição – normas inconstitucionais
- Há um poder constituinte informal: costume constitucional
- Há um poder político informal – poder de exteriorização informal: exprimir uma vontade
através de declarações públicas.
Limites: competência constitucional do órgão, dever de fidelidade aos quadros da constituição –
dever de contenção e respeito, princípio de prudência
- O poder dos meios da comunicação social: há uma responsabilidade política difusa dos titulares
de poder. A condenação na praça pública
- O poder oculto: o poder dos bastidores, não é visível. Ex: Lobbys – grupos de pressão de natureza
financeira
2. Princípio da não exclusividade das fontes normativas formais na regulação do poder político: Nem
sempre o poder político é regulado através de fontes normativas formais
Existência de uma norma de valores supra positiva: toda a norma que violar esta norma será uma norma
inconstitucional
A factualidade pode gerar direito: a falta de efetividade de uma norma. O desuso. Norma não escrita
contraria a lei escrita - normatividade não oficial.
3. Princípio da não exclusividade das fontes jurídico-políticas reguladoras do poder político: Nem
todas as fontes que regulam o poder políticas são jurídicas: Extrajudicial. Nem sempre a disciplina da
vida social é pautada por regras jurídicas
1. Normatividade técnico – científica: normas produzidas no âmbito da técnica e ciência. Ex: art 149º, 260º
O orçamento de estado é feito com regras de contabilidade
A constituição fala que a vida humana é inviolável art 24º. Quando começa a vida humana? Quando
termina a vida humana? Solução dada pelas ciências biomédicas
Regras informáticas
2. Normatividade moral e ética: da ética parte a conduta dos governantes. Nem tudo o que é lícito é
honesto
3. Normas de trato social: normas de cortesia e boa educação
Problemas: juridificação de trato social
- Quem deve entrar primeiro?
- Normas do trato social que deve ser pensada à luz da constituição. Ex: senhoras primeiras –
principio da igualdade
Órgãos de soberania – art 110/1º CRP4
PR, AR, GOV, tribunais (exceto os arbitrais)
PR
Art 120º
1. O único órgão de soberania unipessoal
2. Órgão autónomo em relação à AR e GOV´
3. Eleito por sufrágio direto
4. Mandato de 5 anos
Funções:
1. Representa a República no plano interno (recebendo sindicatos, alertando deficiências do problema
através da presidência aberta…) poder informal – magistratura de influência e a nível externo (palavra
em cenários de guerra…)
2. É o garante político da constituição: é o tutor da constituição, a chave dos demais poderes, imagem do
poder moderador. É a expressão pois:
- Exerce o poder de fiscalização
- Poder arbitral: resolução de conflitos
- Poder de exceção: dissolver o parlamento
- Exerce o poder de fiscalização
3. é o comandante supremo das Forças Armadas: funções protocolares ou de cerimónia, e poderes de
nomeação e exoneração. Tem um poder informal de se dirigir as forças armadas.
5 causas da destituição do PR
1. morte ou incapacidade física ou permanente
2. ausência do território não autorizada
3. destituição do cargo por crimes praticados no exercício das funções: traição à pátria. Art 130º - acusação
da AR, mas o julgamento é no Supremo Tribunal
Art 130/4 só responde no final do mandato
4. O abandono de funções permanecendo no território nacional
5. Renuncia: ato voluntário
Competências do presidente – poderes art 133º a 135º CRP (competências de exercício vinculado,
condicionado e livre
Quanto a outros órgãos, pratica de atos próprios, relações externas e internacionais
Maior ou menor grau de competência no exercício desses poderes
1. Poderes em que o PR é titular de poderes que exerce livremente
2. Poderes cujo exercício dos poderes depende de outros órgãos constitucionais
1. Competências de exercício vinculado: Todos os atos do presidente que forem devidos ou obrigatórios.
Ex: obrigado a promulgar leis, obrigado a vetar um diploma sobre o qual a AR tenha declarado
inconstitucional, art 133/hº marcar a data das eleições.
2. Exercício condicionado: poderes que o PR não dispõe de liberdade de decisão, só pode exercer sobre a
condição da participação de outros órgãos. Ex: o PR só pode declarar estado de emergência se tiver a
autorização da AR. A intervenção dos órgãos dá-se à posteriori. A referenda ministerial: poder de
controlo, exigência de assinatura
3. Exercício livre: todas aquelas em que o PR pode exercer poderes com uma substancial margem quanto
à escolha do momento em que adota o ato quer quanto ao conteúdo desse mesmo ato. Como e quando
vetar os diplomas do parlamento e do governo
Poderes presidenciais
1. Poder da promulgação: art 136º - ato político através do qual atesta e declara que um determinado
diploma foi elaborado para valei como lei, decreto-lei… atos legislativos. Conhecimento qualificado,
qualificação de um determinado ato como de certo tipo, correspondente declaração solene por parte do
PR, existência jurídica do ato. É um poder de controlo
Promulgação com reservas: exceções
Na CRP pode ser: livre, obrigatória, vedada (não pode temporariamente promulgar),
Regime: dispõe 20 dias para promulgar ou vetar se vier da AR e de vier do governo são 40 dias
art 136/1 e 4º. Se 8 dias para suscitar a fiscalização preventiva art 278/1. Não é possível o veto
de bolso
Veto político: exercido através de uma declaração d. A assembleia pode: desistir do diploma,
confirmar o diploma ou reformular o diploma. O governo não pode confirmar
Pratica das devoluções informais do diploma: em vez de vetar, pede para corrigir. Acordo entre
GOV E PR
Veto jurídico: pode suscitar a fiscalização preventiva da constitucionalidade. Se o diploma vier
do GOV este pode: expurgar a norma julgada como inconstitucionais pelo TC. Se o diploma vier
da AR: pode expurgar, abandonar a iniciativa que tomou, mas pode confirmar por uma maioria
de 2/3. Caso o parlamento tenha confirmado, o PR pode promulgar e faz prevalecer o juízo
parlamentar ou pode recusar a promulgação e da prioridade ao TC servindo de arbitro. Conflito
entre o legislador democrático e o TC. Democracia vs constituição – o PR decide qual. Paulo
Otero: se estiver em causa os direitos de liberdade e garantia, o PR não poderá ser o fiel da
balança e deve fazer prevalecer a vontade do TC.
DEPUTADOS
1. Eleição: art 151º - candidaturas
Só podem ser deputados quem aparece em listas de partido político
Art 149/1
Mandato parlamentar de 4 anos
1. O mandato só começa com a posse dos deputados
2. Pode ser abreviado: dissolução do parlamento, renuncia do próprio deputado, sancionado com perda do
mandato
Estão organizados em grupos parlamentares: associação de DP sem personalidade jurídica e dotada de poderes
internos de atuação parlamentar.
Cada legislatura divide-se em 4 sessões legislativas: pode ser interrompida através da dissolução
3 limites à dissolução:
1. Não pode ocorrer nos 6 meses apos a eleição do parlamento
2. O parlamento não pode ser dissolvido nos últimos 6 meses do mandato do PR. Capacidade jurídica
diminuída
3. Não é possível dissolver o parlamento em estado de exceção constitucional: emergência
Art 136º e 116º
3 ideias - deliberação
1. O parlamento só pode deliberar existindo quórum – 116/230
2. Normalmente o parlamento delibera de forma de maioria simples
3. Pode deliberar de forma 4/5, 2/3
Política
1. Orientação política: aprovando ou rejeitando o programa de governo, aprova recomendações para o
governo
2. A AR tem a competência da fiscalização política da legalidade ou do mérito dos atos do governo, do PR
(estado de emergência)
Para a fiscalização pode formular perguntas ao governo, requerer informações, interpelar o gov sobre as
medidas que esteja a tomar, inquéritos parlamentares
Efeitos: podem acabar numa moção de censura, cessação de vigência de decretos de lei art 169º, em pedir ao
TC que revise a constitucionalidade de certas normas, intervenção junto do ministério público
Paradoxo: quando mais necessária é a fiscalização política, menos eficaz ela se revela porque
1. A fiscalização política é mais importante quando é maioritário e forte, mas é menos eficaz
paradoxalmente. Nunca é possível aceitar uma moção de censura se a maioria não vai aprovar
A competência legislativa concorrencial: sobre aquelas matérias tanto pode legislar a AR com o Gov em pé
de igualdade. Exclui as outras 3 matérias
1. A fonte historia desta solução está na const. de 1933 no período da ditadura militar
2. Nesta matéria, o princípio é o que vem no art 112/2 CRP – lei e DL têm igual valor jurídico. Importante
na área concorrencial porque permite dizer que o governo e a AR têm a mesma força jurídica para
produzir atos jurídicos. Princípio da paridade hierárquica normativa
3. A competência legislativa concorrencial tem 2 limites ditados pelo princípio da separação de poderes
- Não pode invadir a reserva dos tribunais
- Não pode invadir a reserva da administração
As leis podem ter 3 configurações
1. Leis de regime geral de um determinado instituto
2. Leis que se limitam a fixar os grandes princípios a que deve obedecer o regime jurídico: leis de base
3. Com base nas leis de base, pode existir o desenvolvimento dessas bases: a pormenorização, o detalhe e a
implementação dos princípios – leis de desenvolvimento
Bases + desenvolvimento = regime geral – art 164º
GOVERNO
Órgão autónomo de soberania, mas tem dependência política da AR pois esta pode fazer cessar a vigência de
um governo, este é constituído pelos resultados eleitorais
Características – 182º
Órgão de condução da política geral do país e órgão superior da admn. publica
Tem que ter em consideração o PR, a AR e a EU
Programa do Gov:
síntese do que o governo pretende implementar. Os fins e os objetivos
expressão de uma auto vinculação do Gov
forma de o Gov se hétero vincular perante a AR e os portugueses
a sua apresentação perante o parlamento é condição do gov passar à plenitude de funções: o gov é
governo de gestão anteriormente, art 186/5º só pode praticar os atos estritamente necessários para
assegurar os negócios públicos. Adquire quando apresenta o programa
- O programa não precisa de ser aprovado, mas não pode ser rejeitado pois esta determina a demissão
do mesmo e ficam sempre como gov de gestão
- Está sujeito à opinião pública
- A alteração de circunstâncias é fundamento para não se cumprir o programa? Sim.
Poderes do Governo
1. Poderes de intervenção Intra administrativa
2. É o guardião administrativo 199º
Princípios
1. Complexidade organizativa e funcionamento interno do Governo: o gov é o órgão constituído por outros
órgãos. Todos os ministros são iguais em termos jurídicos exceto o PM. Há um ministro que tem
poderes de veto sobre as matérias financeiras – MF
2. Unidade política Intra governamental: o conselho de ministros é o único órgão colegial que não obedece
ao princípio da maioria. O programa de governo da a unidade política
3. Princípio da solidariedade art 189º: com o programa de governo, com as deliberações tomadas no
conselho de ministros.
4. Princípio da tripla responsabilidade imperfeita: o gov é responsável perante a assembleia, o PR, opinião
pública
5. Residualidade da competência: 199º compete praticar todos os atos com vista à realização do bem-estar
social
É responsável perante a AR e PR
MINISTROS
1. Competência de execução
2. Coordenar os serviços dependentes do ministro
3. Participar na política através do conselho de ministros
4. Representar o gov fora ou no parlamento
5. Substituir o PM em caso de impedimento ou de ausência 185/1º
SISTEMA DE GOVERNO
1. Realidade normativa emergente da constituição
2. Realidade paralela emergente da constituição não oficial
2. Princípio da permeabilidade à factualidade: o sistema de gov é nos transmitido pela const n oficial
Há fatores extrajurídicos que condicionam o sistema de governo: o sistema partidário e a prática
institucional: há ou n maioria absoluta
Coligação – pré-eleitoral e pós-eleitoral: assenta num programa de dois ou mais partidos, que os
partidos façam parte do Gov
Pratica institucional:
o PR é ou não o líder da maioria parlamentar? Em França, o que reforça o poder do PR é o facto
de que é o líder do partido da maioria do sistema parlamentar. Em Portugal, todos os PR foram
líderes de um dos maiores partidos, mas n eram líder a data em que foram eleitos, exceto o
general Ramalho Eanes. Tentou dinamizar um partido político porque só aceitou ser líder desse
partido quando não fosse PR
A liderança sempre pertenceu ao PM
3. Princípio da flexibilidade: o sistema de Gov não tem sido o mesmo desde 76 ate 2023. O
parlamentarismo racionalizado transformou-se num sistema presidencialismo do PM. Sistema aberto.
Quem é o líder parlamentar?
TRIBUNAIS CONSTITUCIONAIS
Limites 225/3
1. A constituição
2. Natureza unitária do estado
3. Reserva de competência dos órgãos de soberania
4. Interesse nacional: princípio da prevalência do dto do Estado
5. Compromissos internacionais: dto internacional público e da EU
6. Estatutos político administrativos: art 226º
1. Assembleia legislativa: eleita por sufrágio direto universal. Art 231º e 232º. Os deputados regionais têm
um estatuto inspirado para o estatuto dos deputados da AR.
- Competência legislativa: o único órgão das RA com esta competência: o Gov regional não tem
competência legislativa.
- Competência política: o gov regional é politicamente responsável perante a ALRA. Tem poderes para
desencadear o processo de alteração de um novo estatuto político administrativo
- Competência administrativa: regulamentam as leis da República que não tenham reservado para o GR
esse tipo de competência. Elaboram os regulamentos necessários à execução dos DLR. O GR não pode
regulamentar as leis da república, mas sim os DLR.
Pode ser dissolvida pelo PR.
ESTRUTURAS NORMATIVAS
Fontes de direito – fontes do ordenamento jurídico
1. Princípio da não exclusividade das fontes normativas formais: o dto não se resume a normas de dto
escrito. Ex: costume – conte de dto constitucional e internacional
2. Princípio da pluralidade de fontes formais: não há uma mas sim várias fontes de dto produzidas por
vários órgãos:
Fontes internas
- Fontes legislativas: leis de revisão constitucional, leis da AR, DL do Gov, DLR (ACRA)
- Fontes regulamentares: cada identidade pública tem capacidade para efetuar regulamentos
Fontes externas
- Fontes internacionais: tratados solenes e acordos de forma simplificada
- Fontes da EU: atos administrativos, decisões judiciais
3. Princípio da tipicidade da reserva de lei: a reserva de lei significa matérias que obrigatoriamente têm
que ser disciplinadas por atos legislativos. Reserva da função legislativa. Não significa reserva de
parlamento porque também o DL é um ato legislativo art 112/1º.
Este princípio significa que só há reserva de lei nos casos identificados pela constituição. Há uma
enumeração e um elenco fechado. A forma e a reserva de lei só podem ser usadas obrigatoriamente nos
casos identificados na constituição. As matérias que a constituição não regula, não há obrigatoriedade de
a intervenção ser feita por lei e pode ser feita por regulamento.
4. Princípio da tipicidade dos atos legislativos: só podem existir os atos legislativos que a constituição
identifique. A lei ordinária não pode criar novos tipos de atos legislativos. Art 112/1 e 5 – 1 parteº. Só a
constituição pode criar atos legislativos.
Leis orgânicas – categoria autónoma dentro das leis, art 290/2º - direito ordinário anterior à CRP deve
estar de acordo com a mesma. São uma nova categoria de atos legislativos: art 166/2º - natureza formal
e a especificidade: art 168/5º 136º a lei sendo aprovada por maioria absoluta, o veto político do PR é
inoperativo. Fiscalização
preventiva da constitucionalidade art 278/4,5º o PR perde o monopólio e deve de esperar um tempo para
promulgar para os deputados ou o PM pedirem a FP.
5. Princípio da revogabilidade das normas: todas as normas podem ser revogadas – lei posterior revoga
a lei anterior.
6. Princípio da não comunicabilidade entre normas de diferente natureza: Ex: uma lei de 1990 e que
hoje surge uma convenção internacional, tratado de 2023, que é incompatível com a lei. Esta revogará a
lei de 1990? Não, pois, têm natureza diferente – ato de direito interno e internacional. A lei anterior
mantem-se em coma jurídico, mas não revoga. Se o dto da EU tem uma lei a 2020 e Portugal cria uma
lei em 2023, há autores que defendem que é inválida e outras não dependendo da hierarquia que
atribuem – DOUTRINA
7. Princípio da pluralidade de relações inter normativas: as normas relacionam-se entre si. Ex: lei
geral, lei especial e lei extraordinária. Lei nova e lei antiga. Dentro das leis há leis ordinárias que têm
um valor reforçado Ex: lei formularia, estatutos, lei de bases…e há leis ordinárias comuns
8. Princípio da vinculação da administração e dos tribunais à lei: a administração deve aplicar as leis
mesmo que sejam inconstitucionais. Só pode recusar se:
- Ofenderem a consciência jurídica universal
- As leis violam direitos, liberdades e garantias dotados de aplicabilidade direta 18/1º
- A constituição diz que a violação acarreta a inexistência jurídica do ato ou da sua eficácia
O juiz deve obediência à lei, mas pode só aplicar as normas que el entenda que são válidas
9. Princípio da supletividade do direito do Estado: onde não há disciplina jurídica por parte de uma
entidade infra estadual, deve-se aplicar o direito do estado. Mas esta pode elaborar uma norma que torne
inaplicável o dto do Estado. Art 228/2º
10. Princípio da prevalência do direito do Estado: há interesses públicos a cargo do estado que se
impõem as soluções normativas das identidades intraestaduais. A CRP é um exemplo da lei do estado
aplicada pelos tribunais do estado. Os estatutos políticos administrativos são uma lei do Estado.
O sentido da lei
1. A constituição utiliza a expressão lei com uma pluralidade de sentidos
- A lei pode ser identificada com a norma jurídica na sua globalidade art 13º
- A lei pode ter o sentido de fonte intencional do dto art 4º
- Ato legislativo art 111/2º
- Sentido mais restrito de ato legislativo proveniente da AR art 112/1º
2. lei em sentido material: ato normativo
3. lei em sentido formal: o seu não necessário conteúdo normativo. Tem forma de lei sem que o conteúdo
seja de natureza material. A CRP adota, normalmente, este sentido porque há certos casos que a CRP
exige a natureza geral e abstrata, extrai-se a contrário sensu que nos outros casos não se exija isso. EX:
art 18/3º
Problemas:
- Há matérias que não podem ser de forma especial art 18/3º
- Podem existir leis que não são leis em sentido material – lei de autorização legislativa, leis de amnistia,
leis medida: lei para resolver um caso concreto como forma legislativa. Adota soluções administrativas
sobre forma legislativa pelo Gov. a AR não pode fazer estas medidas pois não tem competência
administrativa e viola a separação de poderes
Força de lei
1. Material: a relação que a lei tem com as situações da vida e do dia a dia, é traduzida na força material
da lei. A lei pode disciplinar todas as matérias pela primeira vez – força de lei material positiva. Tem
capacidade para revogar, alterar.... Há apenas 3 áreas que não pode:
- Reserva de jurisdição (tribunais)
- Reserva de administração: o poder administrativo tem o monopólio da definição do direito e não pode
ser invadido através da lei.
- Há limites à intervenção do Estado: normas internacionais Ex: deontologia, a reserva da vida privada,
o espaço de liberdade. Apenas em casos excecionais
2. Formal: a lei tem capacidade de modificar, revogar… atos de diferente natureza – positiva
negativa: o costume posterior em sentido contrário tornará invalido a revogação da lei positivada
- Declaração de inconstitucionalidade do TC com força obrigatória geral
- As decisões dos tribunais
Relações entra os atos legislativos (Intra legislativas)
Nem todas as leis têm a mesma posição jurídica – leis ordinárias de valor reforçado (se forem contrariadas por
outras leis geram a invalidade das leis que lhe são contrárias) e sem valor reforçado. Art 281/1º - subordinam as
leis da R e a legislação regional.
As leis orgânicas têm valor reforçado art 112/2º
Consequências:
As leis ordinárias de valor reforçado não podem ser modificadas por leis ordinárias comuns
As leis ordinárias comuns têm de estar subordinadas que resultam das leis de valor reforçado sob pena
de ilegalidade
A lei posterior só revoga a lei anterior se for de igual natureza
Exceção ao princípio da paridade entre lei e DL
Alternativa
Os pais da constituição estabeleceram uma ditadura para as gerações futuras
Para mudar a constituição, só por via de rutura
Será que todos os limites materiais podem ser modificados? O respeito das liberdades e garantias pode
desaparecer? Os limites materiais não são uma tentativa não democrática? Será legitima a existência de
uma geração que teve toda a liberdade para estabelecer limites materiais?
Leis de bases: o órgão com competência legislativa, perante uma matéria ou disciplina toda a matéria ou num
primeiro momento ensaia os grandes princípios dessa matéria – fixa as bases. Pode o Gov emanar decretos de
leis de bases? Art 165º
A quem compete?
Se a lei de bases é da matéria da reserva do parlamento, há que ver como é que a constituição da reserva
dessa matéria art 165º
As leis de base na área concorrencial so podem ser desenvolvidas pelo gov 198/1cº
Se da crp referir que todo o regime jurídico é da competência da AR pode
1. Disciplinar na integra o regime jurídico
2. Dar ao Gov a possibilidade
3. Pode ser ela a fixar as bases
4. Tendo a AR ou o Gov fixado as bases, se todo o regime é da AR pode
5. Não é a AR que
Jorge Miranda
Na aula concorrencial, o gov fixa o dl e as bases – 169º
198/1c
1. Nas matérias concorrenciais, se o gov tem uma competência reservada para resolver, então a Ar so tem
competência para fazer leis de bases
2. A competência do gov é limitada pela alínea c do 227/1 porque atribui o poder de desenvolver as RA
3. Se o gov tem poder para desenvolver as bases, a AR pode fazer alterações art 169º
Leis de base e de desenvolvimento
165 leis de autorização legislativa
1. Durante a vigência da autorização legislativa, a AR não perde competência
2. 60 dias para elaborar o DL
3. Não são o cheque em branco
Limites: o gov não pode legislar sobre todas as matérias segundo um AL
As leis de autorização legislativa, no 165/2, devem definir o objeto e como o
165/4º
165/5º
Será que podem existir leis de autorização legislativa retroativas?
Como é que a AR aprova um processo legislativo parlamentar
Comum e RA
PROCESSO LEGISLATIVO:
- Sucessão de formalidades, de atos que têm um propósito: o exercício da função
legislativa, a feitura de uma lei.
∙ Monarquia absoluta
∙ Governo representativo clássico liberal
∙ Democracia jacobina/radical
Jorge Miranda ∙ Governo cesarista
∙ Monarquia limitada
∙ Democracia representativa
∙ Governo leninista
∙ Governo fascista
∙ Governo islâmico fundamentalista
∙ Democracias representativas
∙ Regimes ditatoriais
Jorge Reis
∙ Regimes de transição
Novais
∙ Regimes políticos de estado absoluto e de estado autocrático ∙ Regimes políticos de estado
de direito (monarquia – limitada, orleanista e parlamentar -, governo representativo e
democracia representativa)
∙ Regime democrático
Luís Pereira ∙ Regime autoritário
Coutinho ∙ Regime totalitário
∙ Regime teocrático
∙ Regime democrático – não há uma ideologia nem uma doutrina abrangente adotada por
este estado; limitação do poder político pela separação de poderes, pelo respeito e pela
proteção dos direitos e liberdades fundamentais; participação dos cidadãos na designação
dos governantes e no controlo do exercício do poder político
∙ Regime autoritário – o estado adota uma doutrina abrangente ou impede que as
José Melo pessoas adotem livremente outras doutrinas; a separação de poderes e os direitos
Alexandrino fundamentais não limitam o poder político; existem restrições graves ao pluralismo e
a liberdade e à liberdade de participação política
∙ Regime totalitário – presença de uma ideologia como princípio absoluto de governo;
existência de um poder político ilimitado, face ao direito e à moral; aniquilação e
instrumentalização da pessoa humana, manipulada e dissolvida na massa
Tipos de Fiscalização