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Direito Constitucional II

Regente: Prof. Doutor Paulo Otero

História Constitucional Portuguesa


Divide-se em 2 períodos:

 Período pré-constitucional – do século 12 até 1820


 De 1820 até à atualidade (período mais estudado)

PERÍODO PRÉ – CONSTITUCIONAL: SÉC XII – 1820

- Constituição em sentido histórico, material e não escrita


Fontes:
1) Leis fundamentais do reino: normas predominantes consuetudinárias que regiam as instituições
políticas. 3 grupos de normas:

 Atas das Cortes de Lamego : Natureza hereditária da coroa, permitem aos portugueses
escolherem na falta de herdeiros da coroa, o seu rei, e definem as regras de sucessão.
Duvidosamente se acredita que existiram. Estas atas foram a bandeira na sequência da
restauração da independência para legitimar o afastar da dinastia filipina, e na legitimação do
duque de Bragança. A partir das cortes de 1641, estas atas passaram a ser o cerne das leis
fundamentais. Chegaram a 1820, os monarcas não as podiam alterar. Atas: cartas de regência.
 Leis produzidas em cortes: a partir de 1641 passaram a alterar as regras das Cortes de Lamego –
as leis positivas que alteraram as leis fundamentais.
 Costumes: fontes de natureza consuetudinária.

2) Atos jurídicos bilaterais – o mais importante foi o contrato de casamento entre a infanta D. Beatriz,
filha do rei dom Fernando, com o rei de Castela D. João I. Nela estavam estipuladas as regras de
sucessão do reino. O contrato foi rasgado nas cortes de Coimbra.

3) Atos unilaterais de regência:


 Testamento do Rei: foi graças aos testamentos que a natureza hereditária da monarquia foi
mantida
 Cartas de regência: quando o rei estava ausente, através de uma carta de regência nomeava-se
um substituto
 Certas declarações do governante: Declarações de Paris de Bolonha
 Forais: cartas de privilégio que o rei concebia a determinadas localidades e tinham conteúdo
constitucional, como a isenção de certos impostos. Serviam para a delimitação territorial

4) Assentos das cortes: decisões tomadas em corte com natureza constitucional, como os assentos das
Cortes de Tomar em 1580 que proclamaram o rei Filipe II de Espanha, rei de Portugal
Momentos político-constitucionais relevantes
1. 1128 - 1179
 Proclamação (1128 – Batalha de S. Mamede) e reconhecimento da independência (1179) em relação a
Leão e Castela bem como o reconhecimento no plano externo
 Afirmação da individualidade própria – a consciência nacional justifica a independência
 Em 1179, o papa reconhece o estado: afirmação de Portugal perante a comunidade internacional – Bula
Papal
 Subordinação de Portugal ao Papa

2. 1211 - 1223
 reinado de D. Afonso II e a edificação do Estado.
 Em 1211 é publicado o primeiro “pacote legislativo” – leis gerais para todo o reino – relevando a
prevalência da vontade do rei sobre os costumes (a importância da lei como vontade do soberano e a
centralização do poder).
 São nomeados juízes de fora – juízes nomeados pelo rei para as diversas localidades, juízes que são da
confiança do rei e que aplicam o direito do rei
 Este é o rei (D. Afonso II) que vem publicar e desencadear o processo de inquirições e confirmações
(perguntar se tu fazes prova da propriedade que dizes ter, és tu o proprietário? Ou fazia prova e
mantinha as suas terras ou se não o provasse, as terras passavam para a coroa)
 O direito canónico não é superior ao Estado, mas sim o Estado que decide respeitar o direito canónico.

3. 1245
 O rei D. Sancho II é afastado do poder pelo Papa – argumento: tu não garantes a justiça e por causa
disso não deves governar.
 Pensamento de Santo Agostinho: um governante que não garante a justiça não pode governar.
 O poder político vem de Deus com mediação do Papa e, por isso, o Papa pode retirar o poder de D.
Sancho II – prevalência da rés publica Cristiana, expressão do modelo feudal.
 O Papa oferece o poder ao irmão de D. Sancho II – D. Afonso III – primeiro como curador e regedor, só
depois como rei. D. Afonso III garante ao Papa que vai garantir a justiça.

4. 1254
 A importância das cortes de Leiria, no reinado de D. Afonso III;
 É a partir deste momento que temos prova inequívoca que o povo participava nas cortes, as cortes só
eram cortes se tivessem presentes os representantes do povo – a inclusão democrática da participação
cívica. A terceira classe passa a estar representada.

5. 1297
 Reinado de D. Dinis, tratado de Alcanizes, desde 1297 até hoje não existiram verdadeiras alterações na
fronteira terreste portuguesa.
 Tratado que definiu as fronteiras de Portugal Continental. Art 5º CRP
 Durante o regime do general Franco em Espanha e de Salazar em Portugal, quando existiam opositores
políticos portugueses que se refugiavam em Espanha, o general Franco colocava-os em Olivença,
demonstrando assim que Olivença pertencia a Espanha e não a Portugal (Salazar não pedia extradição
por esse mesmo motivo, estaria a confirmar que Olivença era espanhola).

6. 1385
 Importância da sucessão de D. Fernando.
 Com a morte do rei em 1383, surge o problema do contrato de casamento da filha, ela é a herdeira.
Surge assim uma grande revolta do povo de Lisboa por querer afastá-la da coroa e aos filhos ilegítimos
de D. Pedro.
 Nas cortes de Coimbra há uma primeira manifestação da legitimidade democrática, pois, vai ser nas
cortes que escolhem o novo rei.
 Mestre de Avis é escolhido nas cortes - importante para a compreensão do constitucionalismo pois torna
o rei suscetível de referenda popular. Elemento democrático.

7. 1415
 Expansão de Ceuta – traduz uma opção política pois Portugal ao não poder expandir-se mais num
contexto europeu, avança com o critério ultramarino.
 Início do século XV até ao século XX: a expansão permite explicar a divisão do mar, a presença
portuguesa no Brasil, em África, no ocidente… e até o 25 de abril.
 Portugal torna-se um estado Plurilocalizado surgindo a questão: deve a lei de Portugal ser aplicada a
todos os que pertencem ao território português ou devem existir leis especiais para cada território.

8. 1438
 Importância as cortes de torres novas e o regimento aprovado nas cortes de torres novas.
 Problema político: rei D. Duarte morre e o filho é menor. A quem compete assegurar o governo do país?
D. Duarte deixa a informação que a mulher é que deve governar (esta é espanhola) e, ao assumir a
regência, o irmão de D. Duarte revolta-se – guerra civil.
 O problema resolve-se através do regimento do reino: é a primeira constituição escrita 1438 – decidem-
se matérias da competência do e da regente, que antes só podiam ser decididas por outro órgão -
separação de poderes.

9. 1536
 Estabelecimento da inquisição de D. João III em Portugal.
 Forma de condicionar a liberdade de expressão, a liberdade religiosa e também a liberdade cultural.
 Também teve como propósito enriquecer o estado pois os bens que eram confiscados revertiam para o
estado (o que explica que as perseguições quer no reinado de D. Manuel quer no de D. João III, levaram
a que uma parte da burguesia (não eram cristãos, eram judeus) se deslocou para a europa central –
consequências culturais.
 Centralização do poder régio

10. 1580
 Morte do cardial D. Henrique e problema da sucessão, quem vai ser o herdeiro? Afastam os
pretendentes portugueses do trono
 Repete - se a solução - convocar cortes que vão escolher o novo rei, desta vez em Tomar.
 Aqui passa a existir uma união pessoal, o mesmo rei D. Filipe II de Espanha passa a ter 2 coroas, união
verdadeiramente pessoal, restauração da independência.

11. 1640
 Cortes em lisboa) - argumento: o espanhol Filipe não garantia o direito dos portugueses.
 O povo pode afastar o monarca se este for tirano.
 Cria-se a ideia de que há as Leis Fundamentais Do Reino com origem nas cortes de Lamego: o rei
jamais poderia ser estrangeiro, servindo de desculpa para a restauração da independência; Dinastia de
Bragança e fim da dinastia filipina.
12. 1667
 Ano em que o rei D. Afonso VI é afastado do poder acusado de ser mentalmente inato, a verdade é que
ele ganha todas as batalhas da restauração, tendo até ficado com o cognome “Vitorioso”. Golpe de
estado pelo irmão.
 O rei casou e, durante a vigência do casamento não houve descendentes, o irmão do rei desencadeia um
golpe contra o mesmo e depois vem pedir a declaração de nulidade do seu casamento e casa com a
cunhada.
 O golpe de 1667 é acompanhado de uma lei sobre regências, uma lei que integra a constituição da
história portuguesa – “se o rei não tem condições para exercer o poder,
deve ser designada uma regência que deve ser assegurada pelo irmão mais velho, se o rei morrer sem
descendentes a coroa passa para o irmão mais velho e respetivos descendentes”

13. 1778
 Questão do novo código: inico do reinado de D Maria I - criação de um código.
 Primeira preocupação em codificar o que já existia e adaptar as ideias já existentes na europa

14. 1807-1821
 1807 (invasão francesa em Portugal) a 1821 (regresso) da família real para o Brasil.
 É importante porque pela primeira vez, a capital de um país europeu, deslocava o seu governo para um
território colono de Lisboa, deixou de viver na europa em Lisboa, para ir para o Rio de Janeiro.
 Em 1815, o Brasil é elevado a categoria de reino, deixa de ser colónia para ser reino, começa a vigorar
uma união real entre o rei do Brasil e o rei português. Isto alimenta sentimentos nacionalistas por parte
do Brasil, que depois não quer voltar ser colónia com a partida do rei para lisboa.
 Brasil não permite que a situação de colónia se repita.
 As cortes em Portugal continuam a exigir o regresso do infante D. Pedro, mas este permanece no Brasil.
 Independência brasileira: 1822

15. 1808
 Súplica de constituição, para que o imperador Napoleão concedesse o texto constitucional aos
portugueses

16. 1820
 Revolução liberal de base nacionalista para expulsão dos invasores e recuperação da identidade
constitucional. Esta identidade constrói-se através das fontes de Direito Constitucional

1128 a 1820 (3 pontos a reter):


 Centralidade do rei: com a discussão sobre a origem do poder real – o poder real vem de Deus ou o
poder real vem do povo (origem democrática); também há formas mistas, Deus com mediação do Papa
– o que justifica o que foi mencionado anteriormente.
 As cortes: as cortes só existem com intervenção do rei, em dois momentos históricos, sem a presença do
povo e depois com a presença do povo. Tinham poder consultivo ou deliberativo? Qual o seu papel?
Como instrumento do povo – apresenta queixas ao rei do clero e da nobreza? Quais as matérias que
podiam intervir e quais eram indispensáveis?
2 instituições constitucionais: Monarca e Cortes
DE 1820 ATÉ À ATUALIDADE
Revolução liberal 1820
Propósito:
1. Acabar com a presença inglesa
2. Problema político interno: exigência do regresso da família real
3. Espírito europeu – consagração dos valores da revolução francesa através de um texto constitucional
formal: liberdade, igualdade, propriedade e segurança, princípio da separação de poderes e defesa dos
direitos fundamentais

- Início do constitucionalismo formal: intencionalidade de regular o poder político.


Cortes constituintes: eleição de cortes no parlamento com o propósito de fazer essa regulação.
1821: elaboradas as bases da constituição:
 Separação de poderes
 Igualdade perante a lei
 Garantia dos direitos fundamentais
 Embrião da ideia de direitos sociais: educação, instrução, direito à assistência
 Afirmação da dinastia de Bragança

Constituição de 1822
1º constituição formal, o tema principal é o Brasil (exigir que D. Pedro regressasse…) - quando a constituição
entrou em vigor já estava desatualizada.
Esta constituição tem um pendor parlamentar e desvalorizador do papel do rei – visível fundamentalmente
em 2 circunstâncias:
1. O rei é obrigado a jurar a constituição: imposição por parte das cortes ao rei
2. Não há um veto absoluto por parte do rei, o parlamento pode impor a sua vontade legislativa ao rei,
porque o rei tem apenas um veto de natureza suspensiva. O rei não pode dissolver as cortes, tem de
viver com elas.
O sistema de governo seria tendencialmente um sistema parlamentar de assembleia, os membros do governo
seriam responsáveis pelos seus atos.

2 pontos da constituição:
- Estrutura unicameral das cortes;
- Direitos socias: direito à assistência e à instrução pública (educação) de ambos os sexos (Portugal é o primeiro
país a consagrar este direito na sua constituição) – constam nas bases da constituição de 1821 e, também na
constituição de 1822.
A rainha recusou jurar a constituição - os inimigos da constituição estavam dentro do próprio palácio real.
1823: Vila-Francada
 Movimento militar e político contrário à constituição: impôs a cessação da vigência da constituição
(esteve mais tempo a ser elaborada do que em vigor).
 Voltam a vigorar as leis fundamentais do reino – a antiga constituição
 Golpe de estado levado a acabo por D. Miguel, em Vila Franca de Xira
 A constituição de 1822 não volta a vigorar, mas o rei terá pedido a juristas que elaborassem um projeto
de constituição.
 Restaurando o absolutismo e as regras monárquicas anteriores
1824: Abrilada
 Golpe de estado liderado também por D. Miguel, querendo afastar o modelo liberal.
 Reduzindo o papel do rei, força D. João VI a abdicar do torno;
 D. Miguel foi obrigado a exilar-se;
 A constituição não retornou a entrar em vigor;
1826: Morte de D. João VI
1. Quem é o sucessor? O filho mais velho era na altura imperador do Brasil,
impossibilitando a sucessão usual;
2. Pacto: D. pedro é reconhecido como rei e irá conceder uma constituição (Carta
Constitucional), simplesmente D. pedro abdicará a favor da filha Maria da Glória que
casará com o tio D. Miguel

Carta constitucional de 1826: carater monárquico limitado

1 vigência: 1829-1828
 A sua legitimidade era o Rei que se auto vinculava
 Separação de poderes de Benjamim Constant – poder moderador art 71º
 Parlamento bicameral com a camara dos deputados eletiva por sufrágio indireto e a camara dos pares –
cargo hereditário e vitalício
 A carta constitucional de 1826 é uma copia da constituição brasileira de 1824.
 1º grande referência: fonte da legitimidade, foi o rei que a outorgou, o rei é o centro da constituição.
 Texto constitucional que vigorou mais tempo em Portugal.

Constitucionalismo Português
 Instabilidade política – rotativismo entre 2 partidos
 Texto constitucional que vigorou mais tempo em Portugal.
Não é o regresso ao antigo regime. Porquê?
1. Porque o rei passa a ter um texto constitucional que o autolimita. Este texto só pode
ser alterado pelas cortes.
2. O rei não é titular de poder livre. Há o conceito de separação de poderes, existe
supremacia, mas não absolutismo. Existem liberdades e garantias.

Poder Moderador
 Nomeação dos pares (uma das camaras do parlamento)
 Poder de veto absoluto do rei – não existia lei sem a vontade do rei e
 Contrariamente à Constituição de 22 este veto não podia ser ultrapassado por novo voto parlamentar
 Dissolução do parlamento - que tinha 2 câmaras, a democrática e a aristocrática
 Nomeação e demissão de ministros- que faziam parte do executivo que este liderava e não dependia
politicamente do parlamento.
 Tribunais aplicam lei em nome do rei
 Poder residual – no silêncio da Constituição poder pertencia ao rei
 Algumas destas faculdades integravam-se no poder executivo e outras no poder moderador, sendo que
ambos eram da titularidade do rei.

Poder legislativo: pertencia às cortes, mas as leis só eram leis com a sanção do rei, o rei tinha o poder de veto
absoluto, isto é, se o rei disser não, as cortes nunca poderiam ultrapassar o veto do rei. A lei é, por isso, a
conjugação entre 2 legitimidades, a democrática e a monárquica; a prática política criou autorizações
legislativas para que o governo legislasse matéria que era das cortes.

Sistema de governo: ministros eram da confiança do rei, porque o poder executivo pertencia ao rei com os
ministros – compromisso: o rei continua presente no poder executivo, mas não o pode exercer sozinho, no
entanto os ministros são da sua confiança

Monarquia limitada (quem assumia a responsabilidade política pelos atos do rei era sempre o ministro que
referendava os atos do rei)

Em Portugal as eleições resultavam dos governos.

 O governo legislava abundantemente durante o período de ditadura, opressão legislativa – decretos


ditatoriais
 O novo governo nomeava para todos os municípios/freguesias representantes do governo, caciques
locais, com competência política e administrativa (que depois “coagia” a população a votar no partido
que estava no governo)
 Lei Bill de Indemnidade – isentar de responsabilidade quem aprovou os decretos ditatoriais e legitimá-
los
 Sistema de rotativismo: 2 partidos alternando o poder.
 A carta constitucional consagrava pela 1º vez o princípio da irretroatividade, direitos fundamentais no
final do direito constitucional
 Em 1828 começa, até 1834, o governo de D. Miguel, neste período são repostas as leis fundamentais do
reino
 De 1826 a 1828 – vigência da carta constitucional
 Açores fica fiel à carta constitucional e não ao governo de D. Miguel
 Guerra civil entre liberais e absolutistas (última guerra civil em Portugal)

1834→ Vitória liberal


 Conduz à reposição em vigor da Carta Constitucional;
 Dá-se a 2ª vigência da Carta Constitucional, 1834-1836:
 Instabilidade constitucional

2ª vigência da Carta Constitucional


 Revolução setembrista→ é reposta à Constituição de 1822, dando-se a sua
segunda vigência. Com uma nova particularidade: a constituição não exerce a
sua função de lei fundamental. É uma constituição flexível;
 Vai ser agora aceite uma nova Assembleia constituinte (1837), com o
propósito de fazer uma síntese entre a constituição de 22 e a carta de 26;

 Em 1836 volta a vigorar a constituição de 1822 (como constituição flexível)


 Em 1837 há um novo momento político, Belènzada – acordo: vamos fazer uma nova constituição
 Em 1837 as cortes constituintes aprovam em 1838 a constituição de 1838 – a segunda vigência da
constituição de 1822 vai de 1836 a 1838

Constituição de 1838
 É uma constituição promissória entre duas legitimidades: a democrática e a monárquica;
 A constituição é aprovada pelas cortes, contudo só entra em vigor com a concordância Régia
 Esta constituição faz com que o poder moderador desapareça, contudo, o poder encarregue ao rei,
continua a existir, mas sob forma de poder executivo;
 Antes o veto era suspensivo, depois absoluto, agora passa a ser silencioso. Não havia nenhum
mecanismo no caso de falta de sanção por parte do rei na proposta de uma lei;
 Não havendo esse mecanismo, constatou-se que o silêncio se iguala ao poder de veto absoluto,
originando a falta de poder de resposta do parlamento.
 A constituição de 1838 é uma síntese entre as constituições de 1822 e 1826

Chamava-se constituição, mas o conteúdo era da carta constitucional, não havia poder moderador, mas o rei
pode continuar a fazê-lo através do poder executivo.
 A constituição de 1838 permite ao rei dissolver as cortes (fontes: constituição belga de 1831,
constituição Francesa)
 1842: volta a vigorar a constituição, de 1842 a 1910

Constituição de 1911
1º Constituição Republicana, última constituição liberal

 Estatuto do presidente da república – figurante, porque o protagonista é o parlamento


 O sistema de governo é um sistema de governo parlamentar de assembleia
 O presidente não tem poder de dissolução do parlamento
 O presidente não tem poder de veto e é eleito pelo congresso
 Democratização
 Laicização
 Descentralização

Fontes

Constituição brasileira de 1891, com influência em 3 momentos:


1. A constituição portuguesa de 1911 é a 1ª constituição que consagra a fiscalização da lei pelos
tribunais. Todos os tribunais têm o dever de recusar a aplicação de normas inconstitucionais,
algo que vigora até hoje (artigo 204.º);
2. Prende-se com a figura do habeas corpus, perante uma detenção ilegal, poder ir a tribunal pedir a
libertação do arguido;
3. Cláusula aberta em matéria de direitos fundamentais, ou seja, os direitos fundamentais que estão
na constituição escritos não esgotam a possibilidade de existirem outros direitos fundamentais.

Constituição suíça
1. Introdução do referendo;
2. Descentralização.

Influência francesa da 3ª república da Constituição de 1775


1. Presidente eleito por sufrágio indireto;
2. Instituição de um sistema parlamentar de assembleia;

Inovações:
 Regime republicano democrático e laico;
 Diminuíram o papel do chefe de Estado, sendo o Presidente uma figura decorativa.
Esta diminuição apresenta-se na eleição de sufrágio indireto, na falta de poder de veto e de não poder
dissolver o parlamento;
 Reforço dos direitos fundamentais;
 Fiscalização judicial da constitucionalidade de normas.

Revisões constitucionais:
 Em 1916 (devido à intervenção de Portugal na Primeira Guerra Mundial, tornou-se possível dar
condecorações militares)
 Em 1917/18 (em dezembro de 1917 há um golpe de Estado protagonizado por Sidónio de Pais,
transitando para um sistema presidencialista em que o Presidente era eleito por sufrágio direto. A revisão
foi à margem da constituição, procurando introduzir o elemento corporativo no Parlamento. A Câmara
alta do Senado passa a ter uma composição com grupos de interesse corporativo. Esta vigência é curta,
com a morte de Sidónio Pais em 1918, volta-se a implementar a Constituição de 1911)
 1919 a 1921 – Poder de dissolver o Congresso. “A monarquia do Norte” Há um multipartidarismo
desorganizado (em 16 anos atuaram mais de 50 governos) o que leva à instabilidade governativa, com 3
tentativas de controlo:
❖1915 – General Pimenta de Castro que assume um governo ditatorial. Corre mal e o Presidente é obrigado a
renunciar o cargo;
❖1917/18 – Sidónio de Pais; criação de uma modificação da constituição em termos inconstitucionais,
introduzindo presidencialismo (Portugal foi o país que, a seguir à França, teve um sistema presidencial)

❖ 28 de maio de 1926 – termo da vigência da Constituição na totalidade, começa a Ditadura Militar, que teve o
maior período de interregno constitucional e uma grande influência na Constituição atual.

Ditadura Militar de 1926 a 1933


Os militares assumiram o poder político, de tal forma que só em 1976 com a eleição de Mário Soares, Portugal
teve 60 anos com presidentes da república militares. Esta forte componente militar é a justificação do 25 de
abril, em 1974. Neste ano deu-se um movimento militar, com uma preocupação: a guerra colonial. É o maior
período de interregno parlamentar: não há parlamento de 1926 a 1935.

Constituição de 1933
Salazar foi o maior impulsionador desta nova constituição. É submetida a plebiscitium e entra em vigor em
1936

1. É a constituição do Estado Novo, da 2ª república. Obviamente, em confronto com a “velha republica”.


Oposição à constituição de 1911, que era naturalmente parlamentar. A de Salazar era antiparlamentar.
Porquê? O governo é da confiança do presidente da república. O PR nomeia e pode demitir livremente o
presidente do conselho de ministros. Institui um sistema de chanceler. Assente essencialmente na ideia
da constituição atribuir o poder executivo ao presidente. Contudo, ele delega-o com o chanceler, não o
exerce por si só. Também conhecido como presidencialismo bicéfalo/de ministro, o PR é a chave dos
demais poderes. Pode dissolver a assembleia nacional e demitir o chanceler. A gestão corrente, não era
assumida pelo PR, mas sim pelo chanceler;
2. Salazar e Marcelo Caetano marcaram o novo período da nova república;
3. A constituição de 1911 é abstencionista, enquanto a de hoje seria bastante intervencionista no plano
económico. O plano era reconhecido como corporativismo, algo que não se alinha nem com o
capitalismo nem com o socialismo. Houve a vontade do surgimento de uma segunda camara, que nunca
chegou a existir. Apenas como órgão consultivo: a camara corporativa;
4. A constituição de 1911 era liberal, a de 1933 é fortemente antiliberal. Não só no plano político, mas
como no plano económico e social. É uma constituição que representa o modelo intervencionista, com o
propósito de criar um estado social.
5. Transposição da figura do rei para a do chefe de estado;
6. A importância da doutrina social da igreja e da constituição alemã de 1919;

Do primeiro grupo de revisões da constituição: (as maiores alterações)

1. Em 1945 atribui-se ao governo uma competência legislativa normal:


 O governo só podia legislar através da autorização legislativa da assembleia, ou mediante a invocação
de urgência e necessidade. A competência legislativa normal estava nas mãos da assembleia nacional;
 Entre 1933 e 1945, o governo legislava sobre todas as matérias e invocava sempre urgência e
necessidade. Usou e abusou destas condições;
 Em 1945, a revisão afirma que há matérias que são apenas de competência da Assembleia Nacional, da
reserva do parlamento. Há matérias de lei que o parlamento pode autorizar o governo a legislar. As
restantes, passam por uma competência legislativa concorrencial. Isto significa que ambos concorrem
para se destacarem. Ainda hoje está em vigor o modelo concorrencial legislativo.
 Esta revisão teve um caracter político de grande relevância, ao transpor à letra, o que era a prática do
governo, quando usava e abusava do conceito de urgência e necessidade.

2. Em 1959, o PR passa a ser eleito por sufrágio indireto. A fonte constitucional mãe foi a constituição
francesa de 1958.
 O regime tremeu com a oposição. Para evitar esse tipo de situações no futuro, o modelo de eleição foi
alterado;
 Desta revisão, é de frisar que as províncias ultramarinas foram elevadas à categoria de regiões
autónomas em 1971.
Constituição de 1976

IDENTIDADE CONSTITUCIONAL: que elementos permitem verificar a especificidade da


Constituição de 1976? Vol. 1 Paulo Otero

3 critérios:
-Identidade axiológica da constituição
-Identidade estrutural da Constituição
-Identidade relacional da Constituição: Relação da Constituição portuguesa quer com outras Constituições
portuguesas, quer com a influência de outros textos constitucionais estrangeiros

1º critério: IDENTIDADE AXIOLÓGICA

- Todas as Constituições transmitem sempre uma ordem de valores;


- Não há Constituições axiologicamente neutras;
- Uma constituição é, basicamente, uma síntese de valores de uma determinada sociedade;
- A constituição, sendo ela, essa síntese, dá unidade ao sistema jurídico – a ordem de valores da constituição vai
estar presente em todo o sistema jurídico (se não tiver, surge a inconstitucionalidade)
- Todo o sistema jurídico tem de estar em conformidade com essa ordem de valores.

Rosto identificativo da Constituição:

- Ideia de direito da constituição, conceito de estado de direitos humanos;


- Critério ideológico/teleológico da constituição, faz com q a constituição consagre um estado de direito
democrático;
- Projeção organizativa – estado com soberania internacionalizada, limitada, europeizada;
- Organização interna - Portugal é um estado unitário descentralizado;

Isto gera efeitos:


- Dever de agir em conformidade, o poder legislativo, executivo, etc…
- Dever negativo: estão proibidos de agir em sentido contrário;
- O direito ordinário deve ser interpretado em conformidade com a constituição, significa que se há duas
soluções interpretativas da mesma norma, do mesmo enunciado, a interpretação A e a interpretação de B, sendo
que a A é contraria à CRP, enquanto a B leva à conformidade com a CRP, na dúvida, escolhe-se a B;
- Conflitos entre valores: constituição espanhola, brasileira, italiana, etc…
- A constituição é uma constituição plural compromissória, mas também uma constituição com uma ordem de
valores heterogénea e aberta – a constituição permite que possa existir nacionalizações e privatizações;
- Conflitos em que os valores são alternativos, ou é o valor A ou B, ou se nacionaliza ou se privatiza;
- Conflitos em que os valores são cumulativamente tomados em consideração, já não é A ou B, mas sim A e B -
ex.: direito à informação vs direito à vida privada, o bem-estar das crianças vs responsabilidade parental,
liberdade de ensinar vs liberdade de aprender;
Como resolver estes conflitos?
Há 2 critérios:

1. Há uma hierarquia de valores, há um valor que tem prevalência: art 19º/6


2. Os valores que não têm hierarquia, estão ao mesmo nível - resolver através da ponderação

Não podemos permitir que um dos valores esgote o espaço mínimo de operabilidade do outro (legítima defesa)
- Princípio da proporcionalidade.

- Dimensão temporal da ordem de valores da constituição: quanto maior é o tempo de vigência de uma
constituição maior é a probabilidade da mudança da sua ordem de valores. (o mesmo texto constitucional pode
sofrer alterações que decorrem de um processo intencional de modificar a constituição - revisão constitucional;
Costume contrário ao que está descrito na constituição – mutação da constituição; Decurso do tempo - permite
criar uma mudança na ordem de valores)

A mudança pode conduzir a uma outra constituição material. Quando se muda a constituição material numa
outra constituição (respeitando as regras de revisão da constituição) chama-se transição constitucional.

- O que é que esta transição constitucional dá a mais do que a mera revisão constitucional? Na transição
constitucional muda-se a identidade material da constituição.

Em Portugal há elementos que permitem afirmar que muito mudou desde o texto original de 1976,
materialmente estamos perante uma constituição diferente.

4 ordens de razões:

1. A eliminação do princípio socialista


2. Mitigação/reconfiguração da soberania - união europeia. Os Estados membros não têm uma plena soberania
3. Alteração do sistema de governo – no texto original é parlamentar racionalizado, na prática é
presidencialismo do primeiro-ministro
4. Constituição económica Portuguesa: União Europeia e não nos artigos

Também as constituições podem ter a sua identidade axiológica com o decurso do tempo.
Não é necessário rever a constituição, mas a realidade é diferente.
Não é preciso alterar o texto escrito da constituição, mas pode haver mudanças na identidade

4 pontos da identidade axiológica: pag 31

- Referência ao Estado de direitos humanos incompletos por falta de garantia e tutela da vida humana;
- Há uma referência no artigo 1º CRP, dá dignidade da vida humana o que ilumina a vontade popular: ius
cogens. Força jurídica supraconstitucional
- Obrigação universal da proteção de direitos humanos
- Eficácia reforçada sobre os direitos fundamentais art 18º
- Dtos fundamentai que não podem ser atingidos e suspensos 19º/6, hierarquia
- Princípio da máxima efetividade das normas sobre direitos, a solução X é a que mais favorece os direitos
fundamentais, a Y é a que menos favorece, opta-se pela X
- A efetividade do direito X pode colidir com o direito Z – como resolver? Princípio da proporcionalidade: 108º,
2º e 1º CRP
- Estado de direito democrático - estado subordinado ao direito – auto vinculação - a que se refere o 2º da CRP,
tem como pressuposto:
1. soberania popular
2. pluralismo de expressão e de organização política
3. respeito pelos direitos e liberdades fundamentais
4. separação e interdependência de poderes

Instrumentos:
1. Realização da democracia económica social e cultural, modelo de bem-estar;
2. Aprofundamento da democracia participativa.

O estado de direito democrático do artigo 2º CRP, desdobra-se em 3 ideias:

1. Princípio do pluralismo
2. Juridicidade
3. Bem-estar

Pluralismo + juridicidade + bem-estar = estado de direito democrático

PLURALISMO
O princípio do pluralismo: esta ligado à ideia de democracia. Pluralismo e princípio democrático com 2
modelos de democracia radicalmente distintos e ambos com consagração na constituição
- A vontade orgânica da maioria do povo está ligada ao pensamento de Rousseau e do positivismo legalista.
Importância da lei como fonte de dto. Art 10/1 CRP
- A vontade inorgânica da nação: o espírito do povo. Eagel: está ligada à escola histórica do direito. Costume
como fonte do dto. Art 78/2 – c CRP: identidade cultural comum. O que é mais democrático? Alterar a
constituição por via das normas ou por um costume?

Duas ideias democráticas:


A tolerância
A igualdade de oportunidade

É a base dos direitos fundamentais. Não há respeito pelos direitos fundamentais sem pluralismo. Estado de
partidos para a legitimação democrática do poder.
Está subjacente na organização do poder político. Separação de poderes: condição de liberdade

Limites ao pluralismo:
O estado e a cultura o serviço da pessoa humana
Devemos ser tolerantes ou não relativamente a quem é intolerante. Art 46/4 CRP
Importância do apelo que a constituição tem a uma função democrática da nação. Art 225/1. Pluralismo de
expressão.

JURIDICIDADE
O princípio da juridicidade: subordinação do estado ao direito incluindo o direito que está acima da vontade do
estado. Problema da obediência ao direito inválido

Art 41/6. O dto a não praticar atos ilegais.

Corolários e limites
1. Reversibilidade das decisões: nada é eterno
2. A segurança e a tutela da confiança
3. A subordinação de todo o poder político art 266/2
4. Direito à tutela jurisdicional efetiva: todos temos o dto de ir a tribunal se estamos lesados nos nossos
interesses

BEM – ESTAR
O princípio do bem-estar: mecanismos de garantia

1. Fiscalização da constitucionalidade e da legalidade


2. Responsabilidade civil e criminal do poder e dos titulares do poder
3. O dto de resistência, de desobediência e a insurreição como última garantia com o princípio da
proporcionalidade

A inserção do estado português no contexto internacional


Art 1: o estado é uma república soberana e articula-se com a independência nacional. Art 288º. Soberania no
plano político, populacional, legislativos e limitada
1. Limitada porque Portugal insere-se num contexto internacional à luz dos princípios da declaração
internacional dos direitos do homem, do direito internacional pulico comum imperativo a todos os
estados, carta das nações unidas

2. Somos um estado-membro da união europeia. Hétero vinculação, mas foi por vontade do estado
português que decidiu estar submetido de base auto vinculativa ao contrário das normas das nações
unidas

Clausula constitucional art 7º na construção e aprofundamento da união europeia. Art 8/4 – cheque em branco
pois tem a ver com a uma força jurídica em Portugal. Há uma desvalorização deslizante da soberania que vai
passando de Lisboa para Bruxelas

Um estado unitário descentralizado


Art 3º/1: o Estado tem o poder de definir a competência. Todas as entidades publicas têm o poder que o Estado
lhes confere
Se não há norma jurídica a atribuir poderes, o estado tem uma competência residual. Tem competência de tudo
o que não for atribuída a outra entidade. A constituição é a garantia última do estado.

Decentralização: o Estado reconhece que há outras entidades publicas art 6 CRP

1. Autonomia regional
2. O princípio da subsidiariedade: as competências pertencem as entidades publicas menores salvo se não
puderem, não quiserem ou não conseguirem exercer esses poderes
3. Princípio da autonomia autárquica: cria para os municípios e freguesias uma área especifica de decisão
4. Descentralização ao nível de outras entidades publicas

Consagra a unidade do pluralismo: há interesses gerais da coletividade que justificam o protagonismo do


Estado. Manifesta-se através:
 Princípio da prevalência do direito do Estado:
- O dto do estado tem primato em relação aos dtos e normas provenientes de outras entidades
publicas. Art 205/2 CRP.
- As decisões dos tribunais prevalecem.
- Os estatutos das regiões autónomas são uma lei da AR.
- As leis de bases são diplomas legislativos da república que definem princípios fundamentais da
legislação sendo acatadas pelas regiões autónomas.
- Os regulamentos do governo aplicam-se às autarquias locais. Art 241º
 Princípio da supletividade do direito e do Estado: art 228/2º CRP – mesmo nas matérias que
estão atribuídas às entidades publicas infra estaduais, caso não elaborem normas sobre essas
matérias, ou tenho elaborado normas e essas lacunas têm um vazio, é ilegal. O direito que se
deve aplicar é o dto do estado mesmo que sejam de competência de outra entidade

2º critério: IDENTIDADE ESTRUTURAL

1. Uma constituição compromissória: em termos genéticos entre a legitimação militar e partidos


políticos.

- Em termos normativos – entre normas que têm de ter uma aplicação simultânea e conciliadas. Não se pode ter
privatização e nacionalização. Aplicação sucessiva: dto de resistência.
- Compromisso constitucional normativo: entre a CRP e ius cogens.
- Compromisso de aplicação: Ex: excesso de legitima defesa, conflito dos dtos de personalidade
- Compromissos politico-procedimentais: a CRP pode exigir que certas normas para serem alteradas devem ser
aprovadas pelos partidos políticos

2. A constituição é aberta: estrutural - não é um projeto definitivo pois


pode ser modificada. Abertura normativa, pois, pode atribuir valor constitucional a outras normas. Ex: a
clausulas de constitucionalização de outras fontes – art 8/1, art 29/2, art 8/4, art 33/5, art 16/1 EXEMPLO

 Abertura a costume, não apenas a normas escritas


 Abertura política – alternância democrática. Substituição de uma maioria a outra e à participação
dos cidadãos e da liberdade conformadora do legislador. A legislação não impõe a solução art
209/9: “podem existir”
 Abertura interpretativa: pluralidade de interpretações, multivalências, de pré compreensões
interpretativas. Pluralidade de interpretes. O tribunal constitucional é o último interprete ou a AR
se criar uma lei interpretação – interpretação autêntica (a última palavra)

A lei interpretativa tem limites de retroatividade devido aos princípios da confiança, da separação de poderes,
intangibilidade do caso julgado. Há princípios gerais que encerram conceitos indeterminados.
Capacidade civil: conceito definido no âmbito da teoria geral do direito
Normas extrajurídicas: vida humana

Limites decorrentes da fiscalização da constitucionalidade, liberdade de associação, do dto penal

3. É uma constituição transfigurada: um organismo vivo. Ao longo dos tempos modifica a sua imagem

- É transfigurada porque sofreu várias revisões constitucionais


- Ao longo dos 47 anos de vigência, a constituição pode ter sofrido uma transição constitucional: a soberania
hoje é europeizada e o modelo económico também é distinto, a nível político pois
- O decurso do tempo, desenvolvimento constitucional: mudança interpretativa das normas constitucionais
- O decurso do tempo gerou uma constituição não oficial

A nível do passado:
- O peso do passado
- O peso dos partidos políticos
- Peso da união europeia
- Socialismo

Desatualização da constituição económica


Mudança do significado das eleições parlamentares
Preponderância do governo em matéria legislativa
Mudança de um estado de partidos para o partido governamental

3º critério: IDENTIDADE RELACIONAL

 As constituições têm relações de identidade pois umas têm como fonte outras. A constituição portuguesa
tem fontes que traduzem a influencia histórica na ct portuguesa. Tal influência provém das anteriores ct
portuguesas
 Influencia de constituições: italiana 1947, francesa, alemã 1919
 Há influencia da constituição em outras constituições: espanhola 78, brasileira 88, países africanos de
expressão portuguesa, constituição de Timor-Leste. Há uma família constitucional lusófona
 Há casos de plagio constitucional: carta const de 1929 é plagio da brasileira em 1924

Limites da identidade relacional


1. inserção teleológica e localização sistemática das normas: o fim da norma. Para que serve a norma?
Interpretação sistemática – está integrada em que? As normas podem ter o mesmo enunciado, mas ter
um sentido totalmente diferente
2. a vivência constitucional: como são aplicadas pelos tribunais e pelo poder político
3. as diferentes pré compreensões do intérprete condicionam o sentido das normas: pode existir identidade
de texto, mas o sentido ser radicalmente diferente.

ORGANIZAÇÃO DO PODER POLÍTICO


Está estruturada em torno dos princípios estruturais do poder político e os órgãos de soberania

Princípios fundamentais da organização e funcionamento do poder político


A regulação do poder político
 Organização e funcionamento do poder político, princípios que dizem respeito às instituições ou
aos titulares do poder
 Fontes que regulam o poder político

1. Princípio da separação e da interdependência de poderes art 111º CRP, princípio estruturante do art
2 estado de direitos. Elemento sobre o qual se edifica o Estado democrático

- Nenhuma autoridade pode, por iniciativa própria, concentrar em si todo o poder correspondente a uma
função do Estado
- Há uma pluralidade de estruturas decisórias no exercício de diferentes funções no Estado.
- Há núcleos essenciais de cada função:
a função jurisdicional – tribunais,
a função legislativa – AR, assembleias legislativas das RA,
a função administrativa – governo e pluralidade da admn. Pública.
- A violação gera uma inconstitucionalidade orgânica: usurpação de poderes, invade.

Montesquieu: A liberdade pressupõe a limitação do poder. O poder tem 2 faculdades: de estatuir ou atribuir.
interdependência entre os diferentes poderes.

Benjamim Constant: Deve haver uma divisão do poder, que o mesmo seja distribuído – principio da
cooperação.
Na const portuguesa há o poder moderador pelos 3 diferentes órgãos – PR, a conformidade das normas com a
constituição -Tribunal Constitucional e o Provedor de justiça – garantia dos cidadãos perante o poder

2. Princípio da equiordenação dos órgãos constitucionais: todos os órgãos constitucionais estão no


mesmo plano. Não há hierarquia. Paridade entre as estruturas orgânicas previstas na const.

Limites:
 Art 205/2 afirma que as decisões dos tribunais prevalecem ao do poder político
 A competência autorizada do governo tem de respeitar as leis da autorização legislativa da AR –
art 112/2
 Há casos previstos de vínculo hierárquico
- Agentes do ministério publico ao procurador-geral da República
- As chefias militares estão subordinadas ao poder político - ministro da defesa
- As forças armadas

3. Princípio da pluralidade de vinculações constitucionais: os órgãos constitucionais relacionam-se


entre si e tal obedece a 3 tipos de relacionamento

- Solidariedade: forma mais intensa pois pressupõe a confiança política. Não se pode expor os outros
membros
- A cooperação: não é preciso a confiança política. Deve haver uma forma de não criar obstáculos gratuitos.
Poderes intercruzados – devem cooperar para exercer os poderes sem guerrilhas
- O respeito institucional: a mais fraca. Tem como fundamente a igual dignidade e legitimidade
constitucional de todos os órgãos. Envolve um dever de convivência democrática, mas também regras de
civilidade que proíbem que não exista o mínimo de regras de trato social entre os diferentes órgãos.
Haverá uns pós eficácia do princípio: quando o cargo acaba ainda está vinculado aos princípios? Ao respeito
institucional – Paulo Otero. Limite da liberdade de expressão

4. O princípio da continuidade dos serviços: todas as instituições têm serviços públicos. Todos mantêm a
função até que o novo governo tome posse. Art 186/4

Exceções: quando morre ou escândalo público


Os membros podem fazer greve? Não.

É possível o dto de greve? Os que exercem a nível profissional ou não. Dto de greve dos juízes sim, mas não
por exemplo ao PM ou PR – Paulo Otero
5. Princípio da auto-organização interna: os órgãos podem definir regras para a sua própria organização.
Art 198/2

6. Princípio da responsabilidade: regra decorrente do princípio democrático. Não há democracia se os


órgãos não prestam contas. Responsabilidade disciplinar, civil, financeira, criminal…

Limites:
- Não há responsabilidade disciplinar dos cargos políticos.
- Os deputados gozam de irresponsabilidade das suas funções 157/2.
- Os juízes não podem ser responsabilizados pelas suas funções 216/2

7. Princípio maioritário: conceito de democracia.


Corolários
1. A força da maioria está pelo respeito da minoria: se a minoria não tem a expetativa de chegar ao poder, a
democracia está colocado em causa. Paradoxo: a forca da maioria reside na importância da minoria
2. A maioria é critério de decisão e não de verdade: não é pelo fato de legitimar algo que o torna legitimo.
Expressa-se nos atos eleitorais e nos órgãos colegiais (aquele que tem 2 ou mais titulares) art 116º/2 e 3º
CRP – 2 maiorias: 1 é a maioria que permite funcional o órgão. Metade mais um (maioria de
funcionamento). Qual é a maioria exigida para que o órgão colegial aprove determinadas soluções. Em
Portugal é com a maioria simples, a maior quantidade de votos.
Maioria absoluta
Maioria relativa art.º 45 e 46º
Exceção para o órgão colegial: concelho de ministros não aprova as suas decisões com o princípio
maioritário.

Princípio da solidariedade: aprovadas por consenso


8. Princípios da imodificabilidade da competência: a competência não é modificável a não ser:
1. Se a competência é conferida pela constituição, so pode ser modificada com a expressão
constitucional. A constituição reserva para si o poder de modificar ou não as suas próprias normas
2. A competência prevista por lei so pode ser modificada se a lei permitir. Casos de competência
implícita: resulta de uma norma expressa ou a que resulta da definição de fins. Quando se definem
os fins presume-se que se atribuem os meios para alcançar esses fins. Ex: art 9º CRP. Quem pode o
mais pode o menos

9. Princípio da competência dispositiva: quando a constituição atribui competência, o seu destinatário, o


órgão a quem é atribuída essa competência, pode ou não exercer essa competência. Casos em que a CRP
impõe o exercício da competência
Permite que se decida e revogar a decisão

Limites:
1. Há casos em que a constituição fixa pressupostos para o exercício da competência.
Podem ser de facto: o governo poe em causa as instituições democráticas
Pode ser de direito: o PR so pode nomear ministros se tiver uma proposta do PM
Ambos: declaração do Estado de emergência: pandemia – facto + a autorização da AR – direito

2. Há casos em que a competência dispositiva é vinculada: perante um juízo de inconstitucionalidade, o PR


deve vetar. Há casos em que não há competência revogatórias. Casos irrevogáveis – promulgação. (Atos
de graça – problema de erro: pode-se revogar um ato de graça?)
10. Princípio do autocontrolo da validade: cada órgão publico tem o poder e a obrigação de fiscalizar a
sua própria conduta. Se verificar que houve ilegalidade deve repor a legalidade

Problema ao nível da competência: o órgão que é incompetente tem competência para revogar os atos que
praticou devido a este princípio. Ex: art 164º reserva absoluta.
A revogação pode ser retroativa, mas implica o princípio da confiança

Princípios respeitantes aos titulares do poder político – lei 34/87º


1. Princípio da legitimidade democrática: dos titulares art 208º
2. Princípio da renovação: ninguém pode exercer vitaliciamente o seu poder. Art 118/1º. Exceção
paradoxal: os ex presidentes da republica são órgãos vitalícios do conselho de Estado
3. Princípio da fidelidade à constituição: juramento do PR art 127/3º. Dever de não violar, agir em
conformidade, de implementar e de educa a favor da constituição.
4. Princípio da responsabilidade pessoal: pode ser responsável a nível criminal, disciplinar, político e
financeiros. Art 22º: princípio da solidariedade no âmbito das obrigações. Quando causam um prejuízo,
aquele que ficou lesado pode:
Pedir responsabilidade civil ao estado ou a entidade publica. Responsabilidade institucional. 156º
CRP, 157/4º
Desencadear a responsabilidade contra a pessoa física. Responsabilidade pessoal
5. Princípio da titularidade de situações funcionais: quem exerce poderes de cargos públicos, para alem
de poder ter prerrogativas do exercício desse cargo, pode estar sujeito a especiais deveres. O conjunto de
direitos e deveres que alguém tem com decorrência do exercício de cargos públicos, corresponde as
situações funcionais – princípio da proporcionalidade e imparcialidade. Ativas (imunidade) e passivas
(responsabilidade)
6. Princípio da proibição de acumulação de funções: art 269/4º – não podem ter dois empregos
diferentes.
7. Princípio da proibição do abandono de soluções: não podem abandonar, pois, é crime. O PR, quando
se ausenta, deve pedir autorização a AR
8. Princípio da Renunciabilidade ao cargo: todos os titulares do poder podem renunciar. Casos quando a
renuncia exige aceitação: art 195/1 – bº demissão do PM deve ter aceitação do PR

Princípios sobre as fontes reguladoras da organização do poder político


1. O princípio da não exclusividade da conformação formal do poder político: nem todas as fontes que
regulam o poder político, são fontes com intencionalidade. Há fontes não intencionais: costume. Nem
todo o poder político é formal. O formal – art 108º CRP – a expressão do poder político formal. O povo
só pode exercer os poderes de acordo com a constituição – eleitorado. 155º CRP ~

Será que o povo pode exercer o poder político fora da constituição? A soberania popular aponta para a
centralidade do povo. O poder político formal pode domesticar o povo? É possível contestar

- A força da constituição depende do grau de obediência dos seus destinatários. Ex: não tem força
para impedir revoluções. A revolução é a principal fonte de direito constitucional – PO
- É hoje um mito a omnipotência da constituição: pois a constituição nacional não é a única fonte de
dto constitucional devido a EU… e há princípios jurídicos fundamentais que se impõem ao contexto
escrito da constituição – normas inconstitucionais
- Há um poder constituinte informal: costume constitucional
- Há um poder político informal – poder de exteriorização informal: exprimir uma vontade
através de declarações públicas.
Limites: competência constitucional do órgão, dever de fidelidade aos quadros da constituição –
dever de contenção e respeito, princípio de prudência

- O poder dos meios da comunicação social: há uma responsabilidade política difusa dos titulares
de poder. A condenação na praça pública

- O poder oculto: o poder dos bastidores, não é visível. Ex: Lobbys – grupos de pressão de natureza
financeira

2. Princípio da não exclusividade das fontes normativas formais na regulação do poder político: Nem
sempre o poder político é regulado através de fontes normativas formais

Existência de uma norma de valores supra positiva: toda a norma que violar esta norma será uma norma
inconstitucional
A factualidade pode gerar direito: a falta de efetividade de uma norma. O desuso. Norma não escrita
contraria a lei escrita - normatividade não oficial.

Fontes normativas informais que regulam o poder político

- Costume e praticas dos usos constitucionais.


- O que é habitualmente seguido. Necessidade – fonte de facto do dto constitucional
- Convenções constitucionais: processos bilaterais nos quais se alicerça a conduta do poder
político.
- Os precedentes constitucionais: basta um caso e passa a ser padrão de conduta – princípio da
confiança e igualdade
- Fenómenos constitucionais

3. Princípio da não exclusividade das fontes jurídico-políticas reguladoras do poder político: Nem
todas as fontes que regulam o poder políticas são jurídicas: Extrajudicial. Nem sempre a disciplina da
vida social é pautada por regras jurídicas

1. Normatividade técnico – científica: normas produzidas no âmbito da técnica e ciência. Ex: art 149º, 260º
O orçamento de estado é feito com regras de contabilidade
A constituição fala que a vida humana é inviolável art 24º. Quando começa a vida humana? Quando
termina a vida humana? Solução dada pelas ciências biomédicas
Regras informáticas
2. Normatividade moral e ética: da ética parte a conduta dos governantes. Nem tudo o que é lícito é
honesto
3. Normas de trato social: normas de cortesia e boa educação
Problemas: juridificação de trato social
- Quem deve entrar primeiro?
- Normas do trato social que deve ser pensada à luz da constituição. Ex: senhoras primeiras –
principio da igualdade
Órgãos de soberania – art 110/1º CRP4
PR, AR, GOV, tribunais (exceto os arbitrais)
PR
Art 120º
1. O único órgão de soberania unipessoal
2. Órgão autónomo em relação à AR e GOV´
3. Eleito por sufrágio direto
4. Mandato de 5 anos

Funções:
1. Representa a República no plano interno (recebendo sindicatos, alertando deficiências do problema
através da presidência aberta…) poder informal – magistratura de influência e a nível externo (palavra
em cenários de guerra…)
2. É o garante político da constituição: é o tutor da constituição, a chave dos demais poderes, imagem do
poder moderador. É a expressão pois:
- Exerce o poder de fiscalização
- Poder arbitral: resolução de conflitos
- Poder de exceção: dissolver o parlamento
- Exerce o poder de fiscalização
3. é o comandante supremo das Forças Armadas: funções protocolares ou de cerimónia, e poderes de
nomeação e exoneração. Tem um poder informal de se dirigir as forças armadas.

5 causas da destituição do PR
1. morte ou incapacidade física ou permanente
2. ausência do território não autorizada
3. destituição do cargo por crimes praticados no exercício das funções: traição à pátria. Art 130º - acusação
da AR, mas o julgamento é no Supremo Tribunal
Art 130/4 só responde no final do mandato
4. O abandono de funções permanecendo no território nacional
5. Renuncia: ato voluntário

Substituição: art 132º CRP – Presidente da Assembleia da República


1. Em caso de vagatura do cargo: deve convocar novas eleições
2. Em caso de impedimento temporário: estar doente, intervenção cirúrgica
Há uma limitação dos poderes do PAR
Ponto 17.5

Competências do presidente – poderes art 133º a 135º CRP (competências de exercício vinculado,
condicionado e livre
Quanto a outros órgãos, pratica de atos próprios, relações externas e internacionais
Maior ou menor grau de competência no exercício desses poderes
1. Poderes em que o PR é titular de poderes que exerce livremente
2. Poderes cujo exercício dos poderes depende de outros órgãos constitucionais
1. Competências de exercício vinculado: Todos os atos do presidente que forem devidos ou obrigatórios.
Ex: obrigado a promulgar leis, obrigado a vetar um diploma sobre o qual a AR tenha declarado
inconstitucional, art 133/hº marcar a data das eleições.
2. Exercício condicionado: poderes que o PR não dispõe de liberdade de decisão, só pode exercer sobre a
condição da participação de outros órgãos. Ex: o PR só pode declarar estado de emergência se tiver a
autorização da AR. A intervenção dos órgãos dá-se à posteriori. A referenda ministerial: poder de
controlo, exigência de assinatura
3. Exercício livre: todas aquelas em que o PR pode exercer poderes com uma substancial margem quanto
à escolha do momento em que adota o ato quer quanto ao conteúdo desse mesmo ato. Como e quando
vetar os diplomas do parlamento e do governo

Competências administrativas internas do PR


faculdade de nomear, escolher e demitir os membros dos órgãos dos seus 23. Serviços internos.

Poderes presidenciais
1. Poder da promulgação: art 136º - ato político através do qual atesta e declara que um determinado
diploma foi elaborado para valei como lei, decreto-lei… atos legislativos. Conhecimento qualificado,
qualificação de um determinado ato como de certo tipo, correspondente declaração solene por parte do
PR, existência jurídica do ato. É um poder de controlo
Promulgação com reservas: exceções
 Na CRP pode ser: livre, obrigatória, vedada (não pode temporariamente promulgar),
 Regime: dispõe 20 dias para promulgar ou vetar se vier da AR e de vier do governo são 40 dias
art 136/1 e 4º. Se 8 dias para suscitar a fiscalização preventiva art 278/1. Não é possível o veto
de bolso
 Veto político: exercido através de uma declaração d. A assembleia pode: desistir do diploma,
confirmar o diploma ou reformular o diploma. O governo não pode confirmar
Pratica das devoluções informais do diploma: em vez de vetar, pede para corrigir. Acordo entre
GOV E PR
 Veto jurídico: pode suscitar a fiscalização preventiva da constitucionalidade. Se o diploma vier
do GOV este pode: expurgar a norma julgada como inconstitucionais pelo TC. Se o diploma vier
da AR: pode expurgar, abandonar a iniciativa que tomou, mas pode confirmar por uma maioria
de 2/3. Caso o parlamento tenha confirmado, o PR pode promulgar e faz prevalecer o juízo
parlamentar ou pode recusar a promulgação e da prioridade ao TC servindo de arbitro. Conflito
entre o legislador democrático e o TC. Democracia vs constituição – o PR decide qual. Paulo
Otero: se estiver em causa os direitos de liberdade e garantia, o PR não poderá ser o fiel da
balança e deve fazer prevalecer a vontade do TC.

Situações especiais do PR:


1. O presidente eleito: aquele que ganhou, mas ainda não exerce as funções: período de transição. Não tem
poderes jurídicos, mas sim aquele que ainda é.
2. Presidente interino: aquele que substitui o PR – PAR. Não tem os mesmos poderes que o PR por estar de
forma provisória art 139º. Pode ser interino existindo PR so que esse está impedido ou doente. Ou
também pode se não houver PR
3. Presidente substituído: aquele que, sendo o PR, está impedido de exercer essas funções por
incapacidade. O presidente substituído não pode exercer poderes. É PR mas com uma competência
vazia
4. Ex presidente da república: cessou as suas funções: cessou, mas permanece como membro do conselho
de estado ou cessou e já não pode ser.
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Art 147º CRP ss – representativa de todos os cidadãos portugueses. Representação concentrada da sociedade
através dos partidos políticos

Princípios na constituição sobre a AR


1. Princípio do unicameralismo: veio da constituição de 33 e de 1822. Uma única camara
2. Princípio da flexibilidade configurativa: art 148º e 149º - o nº de deputados pode ser entre 180- 230.
Flexibilidade quanto aos ciclos eleitorais – ciclos plurinominais (hoje em dia só existem estes),
uninominais e locais
3. Princípio da auto-organização interna: art 175/a – o parlamento tem competência para elaborar o seu
próprio regimento
4. Princípio da dependência política do parlamento em relação ao PR: ao PR compete marcar as
eleições, dissolver o parlamento, todas as leis provenientes do parlamento estão sujeitas a promulgação,
as propostas de referendo aprovadas pelo parlamento estão pendentes da intervenção do PR
5. Permeabilidade do parlamento à instrumentalização governamental: quando há um governo
maioritário assente numa maioria absoluta, o parlamente funciona ao abrigo da segunda regra “o
governo quer, o parlamento aprova e vice-versa”. Os deputados são fungíveis, estar A ou B é irrelevante.
O que interessa é a disciplina. presidencialização de PM no funcionamento do parlamento.
6. Princípio da complexidade da organização interna do parlamento: ao funcionar em plenário, pode
funcionar em comissões que são um órgão restrito. Institucionalizadas no regimento da assembleia
(comissão de defesa…) ou ad hoc para investigar casos concretos. Comissão permanente: assegura em
caso de dissolução ou ferias, a presença da AR. Importância da mesa da AR e o PR
7. Princípio da permanência de funcionamento: o parlamento funciona de 15 set a 15 jun – sessão
legislativa. Durante as ferias há a comissão permanente
8. Princípio da imunidade da sede parlamentar: as FA não podem entrar no parlamento sem o pedido à
autoridade parlamentar competente

DEPUTADOS
1. Eleição: art 151º - candidaturas
Só podem ser deputados quem aparece em listas de partido político
Art 149/1
Mandato parlamentar de 4 anos
1. O mandato só começa com a posse dos deputados
2. Pode ser abreviado: dissolução do parlamento, renuncia do próprio deputado, sancionado com perda do
mandato
Estão organizados em grupos parlamentares: associação de DP sem personalidade jurídica e dotada de poderes
internos de atuação parlamentar.
Cada legislatura divide-se em 4 sessões legislativas: pode ser interrompida através da dissolução

3 limites à dissolução:
1. Não pode ocorrer nos 6 meses apos a eleição do parlamento
2. O parlamento não pode ser dissolvido nos últimos 6 meses do mandato do PR. Capacidade jurídica
diminuída
3. Não é possível dissolver o parlamento em estado de exceção constitucional: emergência
Art 136º e 116º

3 ideias - deliberação
1. O parlamento só pode deliberar existindo quórum – 116/230
2. Normalmente o parlamento delibera de forma de maioria simples
3. Pode deliberar de forma 4/5, 2/3

Competência da AR: 161º – 165º, 169º, 175º


Tem competência normativa, política e administrativa interna

Normativa: pode aprovar normas


1. Leis de revisão constitucional
2. Leis ordinárias
3. Convenções internacionais
4. Atos de auto-organização interna

Política
1. Orientação política: aprovando ou rejeitando o programa de governo, aprova recomendações para o
governo
2. A AR tem a competência da fiscalização política da legalidade ou do mérito dos atos do governo, do PR
(estado de emergência)
Para a fiscalização pode formular perguntas ao governo, requerer informações, interpelar o gov sobre as
medidas que esteja a tomar, inquéritos parlamentares

Efeitos: podem acabar numa moção de censura, cessação de vigência de decretos de lei art 169º, em pedir ao
TC que revise a constitucionalidade de certas normas, intervenção junto do ministério público

Paradoxo: quando mais necessária é a fiscalização política, menos eficaz ela se revela porque
1. A fiscalização política é mais importante quando é maioritário e forte, mas é menos eficaz
paradoxalmente. Nunca é possível aceitar uma moção de censura se a maioria não vai aprovar

Competência administrativa interna: abrange poderes do parlamento em relação aos deputados

Competência legislativa do parlamento:


Matérias que são da reserva absoluta da AR – 161/1
1. Art 164º CRP, 161º - b, d, e, f, g, h, 168/6º, 293º. Se o governo legislar há inconstitucionalidade orgânica
Reserva relativa: art 165/1 – a matéria é da AR, mas pode através da lei da autorização legislativa que o gov
sobre ela legisle. Durante o período de autorização o parlamento não perde poder. O gov, ao elaborar o DL
autorizado deve respeitar os termos.

Matérias que dizem respeito ao funcionamento do gov – 198/1 - a


1. Art 198/2º. Se a AR legislar há inconstitucionalidade orgânica

A competência legislativa concorrencial: sobre aquelas matérias tanto pode legislar a AR com o Gov em pé
de igualdade. Exclui as outras 3 matérias

1. A fonte historia desta solução está na const. de 1933 no período da ditadura militar
2. Nesta matéria, o princípio é o que vem no art 112/2 CRP – lei e DL têm igual valor jurídico. Importante
na área concorrencial porque permite dizer que o governo e a AR têm a mesma força jurídica para
produzir atos jurídicos. Princípio da paridade hierárquica normativa
3. A competência legislativa concorrencial tem 2 limites ditados pelo princípio da separação de poderes
- Não pode invadir a reserva dos tribunais
- Não pode invadir a reserva da administração
As leis podem ter 3 configurações
1. Leis de regime geral de um determinado instituto
2. Leis que se limitam a fixar os grandes princípios a que deve obedecer o regime jurídico: leis de base
3. Com base nas leis de base, pode existir o desenvolvimento dessas bases: a pormenorização, o detalhe e a
implementação dos princípios – leis de desenvolvimento
Bases + desenvolvimento = regime geral – art 164º

O desenvolvimento é da área concorrencial ou o PO defende que o desenvolvimento é reserva do Gov art


198/1-C – leitura de Matilde 5 stars AKA Roxy
A quem compete disciplinar o arrendamento urbano? AR e Gov com autorização 165º

GOVERNO
Órgão autónomo de soberania, mas tem dependência política da AR pois esta pode fazer cessar a vigência de
um governo, este é constituído pelos resultados eleitorais

Características – 182º
 Órgão de condução da política geral do país e órgão superior da admn. publica
 Tem que ter em consideração o PR, a AR e a EU

Programa do Gov:
 síntese do que o governo pretende implementar. Os fins e os objetivos
 expressão de uma auto vinculação do Gov
 forma de o Gov se hétero vincular perante a AR e os portugueses
 a sua apresentação perante o parlamento é condição do gov passar à plenitude de funções: o gov é
governo de gestão anteriormente, art 186/5º só pode praticar os atos estritamente necessários para
assegurar os negócios públicos. Adquire quando apresenta o programa
- O programa não precisa de ser aprovado, mas não pode ser rejeitado pois esta determina a demissão
do mesmo e ficam sempre como gov de gestão
- Está sujeito à opinião pública
- A alteração de circunstâncias é fundamento para não se cumprir o programa? Sim.

Poderes do Governo
1. Poderes de intervenção Intra administrativa
2. É o guardião administrativo 199º

Princípios
1. Complexidade organizativa e funcionamento interno do Governo: o gov é o órgão constituído por outros
órgãos. Todos os ministros são iguais em termos jurídicos exceto o PM. Há um ministro que tem
poderes de veto sobre as matérias financeiras – MF
2. Unidade política Intra governamental: o conselho de ministros é o único órgão colegial que não obedece
ao princípio da maioria. O programa de governo da a unidade política
3. Princípio da solidariedade art 189º: com o programa de governo, com as deliberações tomadas no
conselho de ministros.
4. Princípio da tripla responsabilidade imperfeita: o gov é responsável perante a assembleia, o PR, opinião
pública
5. Residualidade da competência: 199º compete praticar todos os atos com vista à realização do bem-estar
social

Fontes da organização e funcionamento


1. Constituição
2. O DL elaborado ao abrigo do art 198/2º

Regras de confirmação e composição do Gov


Há membros do governo obrigatórios: ministros e PR
Vice-primeiro ministro e subsecretário de estado
Governos de iniciativa presidencial: liderados de personalidade externas ao Gov
Nomeação do PM
1. A pratica política diz nos que o PR antes de nomear formalmente o PM faz a indigitação do mesmo. PM
indigitado: convida para formar gov
2. A amplitude dos poderes do PR em nomear o PM
Funções do PM
1. Competência de gestação do Gov
2. Competência de chefia admn.
3. Funções de controlo de atuação dos membros do seu Gov

É responsável perante a AR e PR

MINISTROS
1. Competência de execução
2. Coordenar os serviços dependentes do ministro
3. Participar na política através do conselho de ministros
4. Representar o gov fora ou no parlamento
5. Substituir o PM em caso de impedimento ou de ausência 185/1º

Cessação de funções do Gov


1. Intervenção da AR: esta rejeita uma moção de censura (deputados) ou aprova uma moção de confiança
(governo). Rejeição do programa de governo´
2. Ato voluntario do PM
3. Intervenção do PR
4. Causas objetivas ou involuntárias: morte do PM, impossibilidade física…

Estatutos especiais do Gov


1. Governo de gestão
2. Governos de missionários: ainda não se demitiram, mas vão fazer
3. Governos com AR dissolvida – menos poder

SISTEMA DE GOVERNO
1. Realidade normativa emergente da constituição
2. Realidade paralela emergente da constituição não oficial

O sistema de governo divide-se em 3 princípios


1. Pluralismo orgânico-funcional: o sistema de governo assenta num triangulo: PR, ASS, GOV –
semipresidencialismo. O parlamento dita a sorte dos governos e se deve ter ou não a plenitude
- O governo depende da confiança do presidente: à data da const do gov e não pode demitir
livremente o gov pela quebra da confiança. O PR decide quando o gov pode ou n em causa o
regulamento das instituições
- O presidente francês é quem tem o eixo do governo e em Portugal é o PM
- O presidente francês é uma amalgama entre o PM britânico e o norte americano. É quem dirige o
conselho de ministro – francês

O PR tem o poder de exteriorização - declarações, poder de influência


Não se pode falar em semipresidencialismo em frança.

Sistema de parlamentarismo racionalizado


1. O Gov é responsável perante a AR. Rejeição do programa de gov e moção de censura – retirar a
confiança do Gov e rejeição da moção de confiança
2. O PM é nomeado segundo os resultados das eleições parlamentares
3. O gov é um órgão autónomo em relação ao PR e a AR

2. Princípio da permeabilidade à factualidade: o sistema de gov é nos transmitido pela const n oficial
Há fatores extrajurídicos que condicionam o sistema de governo: o sistema partidário e a prática
institucional: há ou n maioria absoluta
Coligação – pré-eleitoral e pós-eleitoral: assenta num programa de dois ou mais partidos, que os
partidos façam parte do Gov

Sem maioria absoluta:


- É condicionada a nomeação do PM
- Maior ou menor amplitude da fiscalização política pelo governo
- O papel do PM

Pratica institucional:
 o PR é ou não o líder da maioria parlamentar? Em França, o que reforça o poder do PR é o facto
de que é o líder do partido da maioria do sistema parlamentar. Em Portugal, todos os PR foram
líderes de um dos maiores partidos, mas n eram líder a data em que foram eleitos, exceto o
general Ramalho Eanes. Tentou dinamizar um partido político porque só aceitou ser líder desse
partido quando não fosse PR
 A liderança sempre pertenceu ao PM

3. Princípio da flexibilidade: o sistema de Gov não tem sido o mesmo desde 76 ate 2023. O
parlamentarismo racionalizado transformou-se num sistema presidencialismo do PM. Sistema aberto.
Quem é o líder parlamentar?

TRIBUNAIS CONSTITUCIONAIS

Cada tribunal é um órgão de soberania


Função: admn a justiça
Art 202º CRP

Fiscaliza a constitucionalidade, extingue uma organização – componente política


Propósito da função jurisdicional
1. resolver litígios: entre 2 particulares ou entre 1 particular e uma entidade pública ou entre 2 entidades
públicas
2. alcançar a paz jurídica – objetivo último
3. Só os tribunais podem exercer a função jurisdicionais
4. os tribunais são terceiros em relação aos litígios

Categorias de tribunais 209º


1. tribunais do estado: criados pelo estado – ordinários
2. tribunais arbitrários: criados por particulares, exercício privado

4 princípios dos tribunais


1. princípio da independência – art 203º
2. princípio da obrigatoriedade das suas decisões – art 205/2º. Nenhuma lei pode revogar uma decisão
judicial
3. princípio da prevalência das decisões dos tribunais – art 205º
4. princípio do controlo do fundamento normativo das decisões – os tribunais têm o poder de controlar
as normas que aplicam e devem recusar normas inválidas – fiscalização difusa da lei

OUTROS ORGÃOS CONSTITUCIONAIS

Órgãos de âmbito nacional


Conselho de Estado art 141 a 146º - síntese dos protagonistas da 3 república
- O conselho de estado aconselha o PR, permite a criação de compromissos institucionais, permite
sensibilizar os protagonistas do poder político. Competência interna, informal
- Conselho superior de defesa nacional: art 274º o PR pode exercer uma componente política
- Provedor de justiça: art 23º - estrutura do poder moderador. Poder de desencadear a fiscalização da
constitucionalidade
- Conselho superior de magistratura: art 217 e 218º - órgão de gov dos juízes. Quem deve exercer o poder
sobre os juízes? Os próprios, os políticos ou estrutura mista?
- Conselho superior dos tribunais administrativos: 217º
- Procuradoria geral da república: art 220º órgão de defesa da legalidade
Conselho económico-social: expressa a democracia participativa. Funciona junto ao parlamento art 92º
- Autoridades administrativas independentes: art 267/3º - proteção de dados pessoais art 35/2º

Órgãos Constitucionais de âmbito Local


Representante da República nas regiões autónomas – art 230ºCRP: até 2004 designava-se ministro da
República
Organização do Gov Regional
1. Órgão político do estado
2. representa, na região autónoma o PR e a República
3. estatuto constitucional próximo do PR: é nomeado e é da confiança do Pr, o seu mandato termina
quando termina o mandato do PR salvo se o próprio renunciar ao cargo, em causa de morte ou
impedimento e se o Pr lhe retirar a confiança
4. tem poderes semelhantes aos do PR em relação à República – art 231º . os membros do gov regionais
são propostos pelo PGR ao RR

Poderes de assinatura e de veto relativamente aos diplomas regionais


2 tipos de diplomas:
1. Decretos legislativos regionais: atos legislativos produzidos pelas regiões autónomas. Leis regionais. O
RR não promulga, mas sim assina. O diploma é enviado aprovado pela AL e enviada para o RR assinar.
Quando recebe pode assinar e vai para publicação do jornal oficial, pode discordar politicamente - veto
político e devolve o diploma à ALR fundamentando, ou pode duvidar sobre a constitucionalidade do
diploma e pode fazer o mesmo que o PR faz e pede ao TC para fiscalizar a constitucionalidade; este
pode decretar que não é inconstitucional ou inconstitucional – veto jurídico. A ALR pode acolher as
recomendações e modifica, teima na solução e reprovam o diploma e o RR é obrigado a assinar pois foi
por maioria absoluta, e pode não fazer nada e deixar cair o diploma. Devido a inconstitucionalidade a
ALR pode modificar o diploma. Se houver inconstitucionalidade orgânica, não pode fazer nada. A AR
pode confirmar o diploma por maioria de 2/3, o PR pode escolher ou não promulgar um diploma que foi
considerado inconstitucional pelo TC mesmo aprovado pela AR.o art 279º não é aplicado às RA. Os
órgãos de soberania são hierarquicamente superiores de outros orgãos
2. Decretos regulamentares regionais: emanados pela região autónoma
- Não há fiscalização preventiva de DRR.
- Os DRR que sejam objeto de veto político do RR, o veto é suspensivo em relação aos DRR da AL e é
sempre absoluto dos que provêm do GR – o GR pode transformar a sua solução regulamentar que
apresenta a AL, e esta aprovando, o RR tem que assinar o diploma. So não sucede na matéria de
organização do gov e funcionamento art 231/6º. Consequência: se o RR vetar politicamente um diploma
do GR sobre o funcionamento do próprio, o veto é absolutíssimo art 231/6. Passo atrás da autonomia da
região Paulo Otero
231/2g
À luz da lei do estado de emergência, quem exerce os poderes nas RA é o RR, mas no Covid foi pelo
GR

Presidente da assembleia legislação da Região Autónoma


 Pode exercer funções de substituição do RR – art 230/3
 Em casos de vagatura do caso, ausência ou impedimento temporário
 Quando o PLRA substitui, não age como órgão da RA, mas sim como órgão da AR
 Art 229 permite que o Governo da República delegue poderes ao Governo Regional: quando o Governo
Regional age como delegado do Governo da República, este age como Governo da República de âmbito
local

Governador Civil: extinção do cargo

ESTRUTURAS POLÍTICAS INFRA ESTADUAIS

Regiões autónomas e autarquias locais


Constituição de 33 e revisão constitucional de 71

Fundamento da autonomia 225º


- Circunstâncias geográficas
- Históricas aspirações
- Princípio da subsidiariedade
- Princípio democrático
- Unidade nacional

Objetivo da autonomia regional 225/2


- Reforçar a participação

Limites 225/3
1. A constituição
2. Natureza unitária do estado
3. Reserva de competência dos órgãos de soberania
4. Interesse nacional: princípio da prevalência do dto do Estado
5. Compromissos internacionais: dto internacional público e da EU
6. Estatutos político administrativos: art 226º

2 ideias – os estatutos político administrativos


1. São uma lei da AR. Não são uma constituição da RA. São uma lei proveniente do parlamento
2. É uma lei que tem um estatuto especial: é de todas as leis ordinárias a que tem hierarquia superior. A
mais importante é mais perto da constituição. Subordina todas as demais leis

Processo do estatuto político administrativo: em geral art 226º CRP


1. Há uma iniciativa legislativa reservada: o poder de desencadear o processo legislativo. Distinção
entre iniciativa – pontapé de saída: apresentação de propostas e competência é o poder de decidir,
aprovar e rejeitar. É reservada às regiões autónomas, só há um órgão que tem o poder de desencadear – a
ALR Açores e Madeira. A ALR não aprova o estatuto
2. A decisão final é da AR: ART 161ºb
3. A AR pode não concordar: pode dizer que em vez da solução x é melhor y – alterações se as regiões
autónomas desencadeiam o processo
4. As alterações da AR voltam à RA: a RA não aprova, mas deve pronunciar-se.
5. Mesmo perante a unanimidade, a AR tem a última palavra

Há uma reserva constitucional estatutária: art 227/1º, art 231/7º


O EPA – tem um valor reforçado
1. O dto regional é igual aos DLR mais outras fontes subordinadas
2. Todas as leis da república estão subordinadas ao estatuto
3. Acima do estatuto só esta a CRP
Podem existir leis ilegais Art 280/2 – b e c

Conteúdo da autonomia regional: art 227/1º


1. Autonomia legislativa: as RA podem elaborar atos legislativos através dos DLR.
1976 – Atribuição da autonomia legislativa aos arquipélagos
2004 – Definiu o atual quadro da competência legislativa das RA
- Competência exclusiva/reservada: sobre aquela matéria, só as RA podem legislar: art 227/1º i, l, n, p,
q.
- Competência autorizada: art 227/1 bº - a AR pode, em algumas das matérias, conferir uma autorização
legislativa para as RA legislarem. A AR só o pode fazer se as RA mostrarem de anteprojeto, o que
pensam elaborar sobre aquela matéria.
- Competência de desenvolvimento: art 227/1 cº - a ALRA elaborará um DLR de desenvolvimento. Lei
ou DL de bases do regime jurídico.
- Competência estatutária: art 227/1 aº - a matéria sobre a qual as RA pode legislar tem que estar nos
estatutos e não pode invadir a competência dos órgãos de soberania: pressuposto positivo e negativo.
A fiscalização preventiva é só para casos de inconstitucionalidade, não para ilegalidade

Princípio da Prevalência do direito do Estado – unidade do Estado através de leis de bases –


instrumento através do qual a República faz prevalecer o dto do estado. Isto justifica a intervenção dos
órgãos de soberania. A AR legislará através da alínea c) e não da a).

2. Autonomia financeira e tributária: natureza patrimonial e orçamental, criar impostos


3. Autonomia administrativa: têm uma competência regulamentar, poder executivo próprio, poder para
celebrar contratos administrativos, poderes de intervenção sobre a administração pública regional
4. Autonomia de intervenção internacional: as nossas têm mais poder a nível internacional do que
qualquer estado da federação brasileira ou russa.
- Participam em mecanismos de cooperação internacional
- Participam em organizações internacionais
- Participações na EU
- Poder de integrar as delegações portuguesas
- Participação no âmbito interno: política nacional, procedimento legislativo se a matéria disser respeito
à RA
Fiscalização da ilegalidade caso não ouçam as RA – Art 281/1 – dº

ESTRUTURA ORGÂNICA das RA


Tem 2 órgãos de governo próprio

1. Assembleia legislativa: eleita por sufrágio direto universal. Art 231º e 232º. Os deputados regionais têm
um estatuto inspirado para o estatuto dos deputados da AR.
- Competência legislativa: o único órgão das RA com esta competência: o Gov regional não tem
competência legislativa.
- Competência política: o gov regional é politicamente responsável perante a ALRA. Tem poderes para
desencadear o processo de alteração de um novo estatuto político administrativo
- Competência administrativa: regulamentam as leis da República que não tenham reservado para o GR
esse tipo de competência. Elaboram os regulamentos necessários à execução dos DLR. O GR não pode
regulamentar as leis da república, mas sim os DLR.
Pode ser dissolvida pelo PR.

2. Governo regional: art 232º


- Órgão de condução da vida política regional. Órgão superior da administração publica da RA.
Compete ao RR a escolha da individualidade que vai presidir ao GR. Os secretários regionais e
subsecretários regionais são nomeados pelo RR sobre proposta do PGR.
- Tem de apresentar programa à AL e esta pode aprovar moções de censura ou rejeitar moções de
confiança. Sistema parlamentar com presidencialismo de 1 ministro
- Competência administrativa: regulamentar os decretos DLR em concorrência com a AL
- Competência política: órgão de condução da vida política

ESTRUTURAS NORMATIVAS
Fontes de direito – fontes do ordenamento jurídico
1. Princípio da não exclusividade das fontes normativas formais: o dto não se resume a normas de dto
escrito. Ex: costume – conte de dto constitucional e internacional
2. Princípio da pluralidade de fontes formais: não há uma mas sim várias fontes de dto produzidas por
vários órgãos:

Fontes internas
- Fontes legislativas: leis de revisão constitucional, leis da AR, DL do Gov, DLR (ACRA)
- Fontes regulamentares: cada identidade pública tem capacidade para efetuar regulamentos
Fontes externas
- Fontes internacionais: tratados solenes e acordos de forma simplificada
- Fontes da EU: atos administrativos, decisões judiciais
3. Princípio da tipicidade da reserva de lei: a reserva de lei significa matérias que obrigatoriamente têm
que ser disciplinadas por atos legislativos. Reserva da função legislativa. Não significa reserva de
parlamento porque também o DL é um ato legislativo art 112/1º.
Este princípio significa que só há reserva de lei nos casos identificados pela constituição. Há uma
enumeração e um elenco fechado. A forma e a reserva de lei só podem ser usadas obrigatoriamente nos
casos identificados na constituição. As matérias que a constituição não regula, não há obrigatoriedade de
a intervenção ser feita por lei e pode ser feita por regulamento.
4. Princípio da tipicidade dos atos legislativos: só podem existir os atos legislativos que a constituição
identifique. A lei ordinária não pode criar novos tipos de atos legislativos. Art 112/1 e 5 – 1 parteº. Só a
constituição pode criar atos legislativos.

Leis orgânicas – categoria autónoma dentro das leis, art 290/2º - direito ordinário anterior à CRP deve
estar de acordo com a mesma. São uma nova categoria de atos legislativos: art 166/2º - natureza formal
e a especificidade: art 168/5º 136º a lei sendo aprovada por maioria absoluta, o veto político do PR é
inoperativo. Fiscalização
preventiva da constitucionalidade art 278/4,5º o PR perde o monopólio e deve de esperar um tempo para
promulgar para os deputados ou o PM pedirem a FP.

5. Princípio da revogabilidade das normas: todas as normas podem ser revogadas – lei posterior revoga
a lei anterior.
6. Princípio da não comunicabilidade entre normas de diferente natureza: Ex: uma lei de 1990 e que
hoje surge uma convenção internacional, tratado de 2023, que é incompatível com a lei. Esta revogará a
lei de 1990? Não, pois, têm natureza diferente – ato de direito interno e internacional. A lei anterior
mantem-se em coma jurídico, mas não revoga. Se o dto da EU tem uma lei a 2020 e Portugal cria uma
lei em 2023, há autores que defendem que é inválida e outras não dependendo da hierarquia que
atribuem – DOUTRINA
7. Princípio da pluralidade de relações inter normativas: as normas relacionam-se entre si. Ex: lei
geral, lei especial e lei extraordinária. Lei nova e lei antiga. Dentro das leis há leis ordinárias que têm
um valor reforçado Ex: lei formularia, estatutos, lei de bases…e há leis ordinárias comuns
8. Princípio da vinculação da administração e dos tribunais à lei: a administração deve aplicar as leis
mesmo que sejam inconstitucionais. Só pode recusar se:
- Ofenderem a consciência jurídica universal
- As leis violam direitos, liberdades e garantias dotados de aplicabilidade direta 18/1º
- A constituição diz que a violação acarreta a inexistência jurídica do ato ou da sua eficácia
O juiz deve obediência à lei, mas pode só aplicar as normas que el entenda que são válidas
9. Princípio da supletividade do direito do Estado: onde não há disciplina jurídica por parte de uma
entidade infra estadual, deve-se aplicar o direito do estado. Mas esta pode elaborar uma norma que torne
inaplicável o dto do Estado. Art 228/2º
10. Princípio da prevalência do direito do Estado: há interesses públicos a cargo do estado que se
impõem as soluções normativas das identidades intraestaduais. A CRP é um exemplo da lei do estado
aplicada pelos tribunais do estado. Os estatutos políticos administrativos são uma lei do Estado.

O sentido da lei
1. A constituição utiliza a expressão lei com uma pluralidade de sentidos
- A lei pode ser identificada com a norma jurídica na sua globalidade art 13º
- A lei pode ter o sentido de fonte intencional do dto art 4º
- Ato legislativo art 111/2º
- Sentido mais restrito de ato legislativo proveniente da AR art 112/1º
2. lei em sentido material: ato normativo
3. lei em sentido formal: o seu não necessário conteúdo normativo. Tem forma de lei sem que o conteúdo
seja de natureza material. A CRP adota, normalmente, este sentido porque há certos casos que a CRP
exige a natureza geral e abstrata, extrai-se a contrário sensu que nos outros casos não se exija isso. EX:
art 18/3º

Problemas:
- Há matérias que não podem ser de forma especial art 18/3º
- Podem existir leis que não são leis em sentido material – lei de autorização legislativa, leis de amnistia,
leis medida: lei para resolver um caso concreto como forma legislativa. Adota soluções administrativas
sobre forma legislativa pelo Gov. a AR não pode fazer estas medidas pois não tem competência
administrativa e viola a separação de poderes

4. Deslegalização: retirar a natureza legislativa à matéria, desvalorizar.


Pressupostos:
- Nunca pode ocorrer nas matérias que são de reserva de lei: nunca pode deixar de ser tratada sobre a
forma legislativa. Ex: art 4º os preceitos desta lei não têm força legislativa, está a desvalorizar o diploma
– auto deslegalização e hétero deslegalização – a lei y diz da lei x. a deslegalização significa que aquela
matéria pode ser revogada e modificada por atos administrativos/ regulamentos.

Força de lei
1. Material: a relação que a lei tem com as situações da vida e do dia a dia, é traduzida na força material
da lei. A lei pode disciplinar todas as matérias pela primeira vez – força de lei material positiva. Tem
capacidade para revogar, alterar.... Há apenas 3 áreas que não pode:
- Reserva de jurisdição (tribunais)
- Reserva de administração: o poder administrativo tem o monopólio da definição do direito e não pode
ser invadido através da lei.
- Há limites à intervenção do Estado: normas internacionais Ex: deontologia, a reserva da vida privada,
o espaço de liberdade. Apenas em casos excecionais
2. Formal: a lei tem capacidade de modificar, revogar… atos de diferente natureza – positiva
negativa: o costume posterior em sentido contrário tornará invalido a revogação da lei positivada
- Declaração de inconstitucionalidade do TC com força obrigatória geral
- As decisões dos tribunais
Relações entra os atos legislativos (Intra legislativas)
Nem todas as leis têm a mesma posição jurídica – leis ordinárias de valor reforçado (se forem contrariadas por
outras leis geram a invalidade das leis que lhe são contrárias) e sem valor reforçado. Art 281/1º - subordinam as
leis da R e a legislação regional.
As leis orgânicas têm valor reforçado art 112/2º
Consequências:
 As leis ordinárias de valor reforçado não podem ser modificadas por leis ordinárias comuns
 As leis ordinárias comuns têm de estar subordinadas que resultam das leis de valor reforçado sob pena
de ilegalidade
 A lei posterior só revoga a lei anterior se for de igual natureza
 Exceção ao princípio da paridade entre lei e DL

Tipos de leis ordinárias reforçadas


1. Leis reforçadas de caráter geral: disciplinam qualquer matéria
- Estatutos político administrativos das RA
- Lei do orçamento de estado
- As leis resultantes de referendos
2. Leis reforçadas de caráter especial: reforçados entre o ato que está em dependência
- Lei da autorização legislativa
- Decreto legislativo regional autorizado
- Lei de bases
Relação entre lei do plano e lei do orçamento
3. Leis reforçadas de caráter próprio: distingue-se dos demais
- publicação e identificação de formulário dos diplomas
- Leis que definem a participação das organizações

Tipos de atos legislativos: na competência da AR


1. Leis de revisão constitucional: exercício de poder constituinte derivado que aprovam estas leis.
- Podem modificar a constituição
- Podem interpretar a constituição: interpretação autêntica da crp por via desta lei
A iniciativa parte dos deputados – art 285º

Regras sobre a aprovação


1. São aprovadas por maioria de 2/3
2. As alterações obrigam à republicação da CRP integrando essas mesmas alterações art 286/2º
3. 286/3º - O PR não pode recusar a promulgação
- Se a constituição diz que não pode recusar significa que não há veto político
- O PR pode desencadear a fiscalização preventiva pois é o garante da constituição. Se o tribunal
constitucional declarar que é constitucional deve promulgar, mas se não regressa ao parlamento. Se
o parlamento aprova pela maioria de 2/3 o PR está obrigado a promulgar, mas pode pedir ao tribunal
constitucional a inconstitucionalidade. Art 286/3º e 281º
Limites à revisão:
1. Limites temporais
Se a AR rever a constituição só o poderá fazer novamente após 5 anos da publicação da lei de revisão art
284/1. Exceção pode fazer se existir uma maioria de 4/5 se for urgente
2. Limites circunstanciais
não se pode rever em estado de emergência art 289º
3. Limites materiais – art 288
Conjunto de matérias que não podem ser objeto de revisão – art 288º (não é uma norma a cima do
estado por isso pode ser modificada)
Tese da dupla revisão: remove- se o 288º e ao fim de 5 anos altera-se. Prof Jorge Miranda

Alternativa
Os pais da constituição estabeleceram uma ditadura para as gerações futuras
Para mudar a constituição, só por via de rutura

Será que todos os limites materiais podem ser modificados? O respeito das liberdades e garantias pode
desaparecer? Os limites materiais não são uma tentativa não democrática? Será legitima a existência de
uma geração que teve toda a liberdade para estabelecer limites materiais?
Leis de bases: o órgão com competência legislativa, perante uma matéria ou disciplina toda a matéria ou num
primeiro momento ensaia os grandes princípios dessa matéria – fixa as bases. Pode o Gov emanar decretos de
leis de bases? Art 165º
A quem compete?
 Se a lei de bases é da matéria da reserva do parlamento, há que ver como é que a constituição da reserva
dessa matéria art 165º
 As leis de base na área concorrencial so podem ser desenvolvidas pelo gov 198/1cº
Se da crp referir que todo o regime jurídico é da competência da AR pode
1. Disciplinar na integra o regime jurídico
2. Dar ao Gov a possibilidade
3. Pode ser ela a fixar as bases
4. Tendo a AR ou o Gov fixado as bases, se todo o regime é da AR pode
5. Não é a AR que

Jorge Miranda
Na aula concorrencial, o gov fixa o dl e as bases – 169º
198/1c
1. Nas matérias concorrenciais, se o gov tem uma competência reservada para resolver, então a Ar so tem
competência para fazer leis de bases
2. A competência do gov é limitada pela alínea c do 227/1 porque atribui o poder de desenvolver as RA
3. Se o gov tem poder para desenvolver as bases, a AR pode fazer alterações art 169º
Leis de base e de desenvolvimento
165 leis de autorização legislativa
1. Durante a vigência da autorização legislativa, a AR não perde competência
2. 60 dias para elaborar o DL
3. Não são o cheque em branco
Limites: o gov não pode legislar sobre todas as matérias segundo um AL
As leis de autorização legislativa, no 165/2, devem definir o objeto e como o
165/4º
165/5º
Será que podem existir leis de autorização legislativa retroativas?
Como é que a AR aprova um processo legislativo parlamentar
Comum e RA

PROCESSO LEGISLATIVO:
- Sucessão de formalidades, de atos que têm um propósito: o exercício da função
legislativa, a feitura de uma lei.

Processo legislativo parlamentar


 Iniciativa legislativa: possibilidade de apresentar uma proposta de lei, um processo de lei – 167º CRP.
(há casos de iniciativa legislativa reservada, só algumas destas estruturas podem desencadear processos
legislativos - exemplo: só as AL das regiões autónomas podem alterar os estatutos; só o governo pode
apresentar o orçamento);
Competência: poder de aprovar/rejeitar a feitura de uma lei
Regra no direito português: iniciativa legislativa concorrencial
Mesmo nas matérias da reserva absoluta da AR, o governo tem iniciativa legislativa e pode apresentar propostas
de lei. O governo não tem iniciativa legislativa em matéria de constituição, quanto aos estatutos político-
administrativos das regiões autónomas, leis sobre eleições dos deputados das AL (fundamento: 226º).
Só o governo pode pedir autorizações (os deputados não têm essa iniciativa legislativa).

Iniciativa legislativa originária: poder de apresentar propostas e projetos de lei


Iniciativa legislativa derivada/superveniente: tendo sido desencadeada uma iniciativa isso não impossibilita que
outras estruturas com iniciativa legislativa possam apresentar as suas propostas (exemplo: a proposta do
orçamento de estado tem de ser apresentada pelo governo, mas depois de apresentada os deputados podem
apresentar outras propostas).
O presidente da AR pode admitir ou não a iniciativa/ a proposta, com fundamento de serem contrárias à CRP.
O plenário da AR pode alterar o sentido desta decisão e se o projeto for admitido deve ser publicado no diário
da AR. Toda a iniciativa legislativa que não tiver sido votada na sessão legislativa em que foi apresentada não
precisa de ser renovada na sessão legislativa seguinte, salvo se se verificar o termo da legislatura e neste caso
caducam os projetos que não tenham sido objeto de avaliação - 167º/5 CRP.
Apreciação da proposta: primeiro no parlamento, depois externa (com a participação das regiões autónomas,
por exemplo
Regimes políticos (doutrina)
∙ Regimes ditatoriais – imposição dogmática de uma filosofia de estado, na sua
aplicação sistemática através de um aparelho político que subordina a garantia dos
Marcelo direitos essenciais dos cidadãos a lógica da linha ideológica exclusiva ou dominante e às
Rebelo de conveniências do poder político
Sousa ∙ Regimes democráticos – é respeitado o pluralismo de conceções filosóficas, onde
são salvaguardados os direitos fundamentais dos cidadãos e onde estes participam na
designação e controlo dos governantes

∙ Monarquia absoluta
∙ Governo representativo clássico liberal
∙ Democracia jacobina/radical
Jorge Miranda ∙ Governo cesarista
∙ Monarquia limitada
∙ Democracia representativa
∙ Governo leninista
∙ Governo fascista
∙ Governo islâmico fundamentalista

∙ Democracias representativas
∙ Regimes ditatoriais
Jorge Reis
∙ Regimes de transição
Novais
∙ Regimes políticos de estado absoluto e de estado autocrático ∙ Regimes políticos de estado
de direito (monarquia – limitada, orleanista e parlamentar -, governo representativo e
democracia representativa)

Paulo Otero ∙ Regime de modelo pluralista


∙ Regime de modelo não pluralista

Miguel ∙ Regime liberal-democrático


Nogueira de ∙ Regime autoritário
Brito ∙ Regime totalitário

∙ Regime democrático
Luís Pereira ∙ Regime autoritário
Coutinho ∙ Regime totalitário
∙ Regime teocrático

∙ Regime democrático – não há uma ideologia nem uma doutrina abrangente adotada por
este estado; limitação do poder político pela separação de poderes, pelo respeito e pela
proteção dos direitos e liberdades fundamentais; participação dos cidadãos na designação
dos governantes e no controlo do exercício do poder político
∙ Regime autoritário – o estado adota uma doutrina abrangente ou impede que as
José Melo pessoas adotem livremente outras doutrinas; a separação de poderes e os direitos
Alexandrino fundamentais não limitam o poder político; existem restrições graves ao pluralismo e
a liberdade e à liberdade de participação política
∙ Regime totalitário – presença de uma ideologia como princípio absoluto de governo;
existência de um poder político ilimitado, face ao direito e à moral; aniquilação e
instrumentalização da pessoa humana, manipulada e dissolvida na massa

Critérios de classificação de regime político (MRS):


i) O facto de o poder político assumir uma filosofia de estado como
exclusiva ou dominante como tal politicamente imposta, ou, em
alternativa, o reconhecimento de um pluralismo ideológico
ii) A existência ou não de um aparelho político colocado ao serviço da
filosofia de estado, com sacrifício dos direitos fundamentais dos cidadãos,
em particular dos seus direitos políticos
iii) A adoção de formas autocráticas ou democracias de designação dos
governantes, bem como de controlo do exercício do poder político

Critérios de classificação de regimes políticos (JMA):


iv) Presença ou ausência de uma ideologia ou de uma doutrina abrangente
v) Presença ou ausência da limitação do poder político, particularmente
por ia da garantia efetiva dos direitos fundamentais dos cidadãos
vi) Presença ou ausência do pluralismo e da efetiva participação dos
governados na designação dos governantes e no controlo do poder
político
Limitações jurídicas e não-jurídicas ao poder do estado
Estado liberal Estado social e democrático de direito

∙ Declaração de direitos ∙ Normas de ius cogens - (conjunto de normas


∙ Constituição escrita imperativas de direito internacional as quais não
Limitações ∙ Separação de poderes é possível qualquer derrogação)
jurídicas ∙ Direito de resistência ∙ Constituição
∙ Princípio da legalidade ∙ Direito Internacional Publico ∙ Direito da
União Europeia

∙ Direito natural ∙ Moral


∙ Separação entre estado e sociedade ∙ Pluralismo de organização política
Limitações ∙ Não intervenção do estado na esfera ∙ Opinião publica
não- económica e social (prevalecendo a ideia ∙ Meios de comunicação social
jurídicas de estado mínimo ou Estado-Guarda
Noturno)

Tipos de Fiscalização

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