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A denominação formal de Teoria Geral do Estado é de origem alemã, foi criada em 1672 pelo
professor Ulrik Huber. O uso da palavra Estado, entretanto, deve-se a Maquiavel (O Príncipe,
1513), vem da palavra poder. Estuda os fenômenos do Estado, desde sua origem, formação,
estrutura, organização, funcionamento e suas finalidades. Essa teoria sistematiza
conhecimentos jurídicos, filosóficos, sociológicos, políticos, históricos, geográficos,
antropológicos, econômicos e psicológicos.
Na visão mecanicista, a sociedade não é mais que mera soma das partes, que não gera nenhuma
realidade suscetível de subsistir fora ou acima dos indivíduos. Nela, o Estado é visto como um
arranjo rígido, onde os indivíduos são como peças mecânicas.
Povo é um conjunto de pessoas que detêm o poder político. População representa a massa total
dos indivíduos que vivem dentro dos limites territoriais de um país. É mera expressão numérica,
demográfica ou econômica que não revela o vínculo existente entre a pessoa e o Estado. Nação
é um grupo de indivíduos que se sentem unidos por ideais e aspirações comuns.
Povo é o elemento humano do Estado, composto pelo conjunto de cidadãos, isto é, o conjunto
das pessoas que mantêm um vínculo jurídico-político com o Estado. Segundo Kelsen, é o
âmbito pessoal de validade da ordem jurídica estatal. Esse elemento pessoal é fundamental para
a constituição e a existência do Estado, uma vez que sem ele não é possível haver Estado e é
para ele que o Estado se forma.
Território nacional, em sentido jurídico, é: âmbito espacial sujeito ao poder soberano do Estado
(Ásua, Jimenez de; p. 771); e, em sentido efetivo ou real, são: superfície terrestre (solo e
subsolo), águas territoriais (fluviais, lacustres e marítimas) e espaço aéreo correspondente.
Segundo o princípio da territorialidade, a lei penal só tem aplicação no território do Estado que
a editou, pouco importando a nacionalidade do sujeito ativo ou passivo. Já o princípio da
extraterritorialidade preocupa-se com a aplicação da lei brasileira às infrações penais
cometidas além de nossas fronteiras, em países estrangeiros.
Com seu formalismo invariável, viu Kelsen no Estado apenas o ângulo jurídico, ao concebê-lo
como “a reunião de uma multidão de homens vivendo sob as leis do Direito”. Segundo essa
concepção jurídica do Estado, este é resolvido totalmente no ordenamento jurídico e, portanto,
desaparece como entidade diversa do direito. Os juristas se preocupam com a validade ideal das
normas, enquanto os sociólogos com a validade empírica.
“... o Estado é um ordenamento jurídico. Mas nem todo ordenamento jurídico pode ser
designado como Estado; só o é quando o ordenamento jurídico estabelece, para a produção e
execução das normas que o integram, órgãos que funcionam de acordo com a divisão do
trabalho. Estado significa ordenamento jurídico quando já alcançou certo grau de
centralização...”. (KELSEN, 2006, pág. 133)
“... o que se denomina de ‘elementos’ do Estado, a soberania, o território e o povo, não é senão
a validade do ordenamento estatal em si, e âmbito da validade espacial e pessoal desse
ordenamento...”. (KELSEN, 2006, pág. 138)
A soberania, que exprime o mais alto poder do Estado, a qualidade de poder supremo (suprema
potestas), apresenta duas faces: a interna e a externa.
A soberania interna significa o imperium que o Estado tem sobre o território e a população,
bem como a superioridade do poder político frente aos demais poderes sociais, que lhe ficam
sujeitos, de forma mediata ou imediata.
A soberania externa é a manifestação independente do poder do Estado perante outros Estados.
Existem dois tipos de causas referentes à crise da soberania: a teórica e a política. Segundo a
teórica, a limitação da soberania acontece quando se dá o constitucionalismo. Já para a
concepção política, são várias as causas, como tratados/compromissos/contratos internacionais,
globalização, criminalidade internacional e corporações econômicas. Todas elas limitam, esteja
o Estado de acordo ou não, a soberania deste.
13. Compare a teoria contratualista de Hobbes com a de J. J. Rousseau.
A teoria hobbesiana diz que o desejo de destruição e de domínio de seus semelhantes é inerente
ao homem, caracterizando uma competição constante e um eterno estado de guerra, caótico.
Torna-se necessária a existência de um poder estatal para controlar o estado de natureza dos
homens. O contrato consiste na abdicação de seus direitos a um Estado soberano que possa
garantir o bem-estar da coletividade.
O estado de natureza em Rousseau descreve homens que cuidam de sua própria sobrevivência
e com poder soberano, convivendo em perfeita harmonia, até o momento em que surge a
propriedade privada, gerando as desigualdades socioeconômicas. O contrato social é um
mecanismo que consiste na transferência dos direitos naturais para o Estado poder criar os
direitos civis, onde o governante não é um soberano e sim um representante da soberania
popular, onde a propriedade privada é um efeito do contrato social.
O homem vive inicialmente num estado de natureza caracterizado pela luxúria e pela
insaciabilidade dos homens, levando a uma situação caótica de constante enfrentamento. Uma
vez que todos os homens são inicialmente iguais, eles são movidos pelo medo de que outros
possam tomar-lhe bens ou causar-lhes algum mal, gerando um estado de confiança que leva os
homens a agredirem antes de serem violados. A celebração do contrato social consiste na
renúncia de seu direito a todas as coisas para que a liberdade seja concedida com respeito a si
próprio. A preservação da liberdade, no entanto, depende da existência de um Estado que
mantenha os homens dentro de limites e os obrigue por temor ao castigo a realizar seus
compromissos e à observância das leis.
No estado de natureza, os homens são livres para decidir suas ações, dispor de seus bens e usar
de qualquer meio para defender-se de semelhantes que venham a ofender seus direitos naturais
de acordo com seu próprio arbítrio a fim de salvaguardar vidas, liberdades, saúde e posses. A
vida no estado natural implica na incerteza e na insegurança da manutenção de seus próprios
direitos, pois o homem está constantemente submetido à violação de seus domínios. O contrato
social consiste na renúncia da condição de liberdade pela sujeição e submissão ao domínio de
outro poder instituído através do consenso entre os indivíduos a fim de reestabelecer apropria
liberdade, o que seria possível numa sociedade politicamente organizada e regulada por uma
instituição comum a todos, que suprirá as carências e deficiências do estado de natureza,
garantindo a preservação da propriedade e das liberdades através de leis claras e conhecidas,
um magistrado imparcial e um poder legítimo para fazer valer a execução de sua sentença.
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O Estado não é um ideal de moral ou de razão, mas uma força externa da sociedade que garante
a dominação de uma classe por outra e a manutenção da propriedade privada. O Estado surge
junto à propriedade a fim de protegê-la, gerando um conflito inconciliável entre as classes
sociais, constituindo um aparelho de dominação.
Maquiavel exibia uma concepção cíclica da história em que as formas de governo estão sempre
se degenerando e dando origem a outros governos, formando um ciclo vicioso pelo fato de
serem formas impuras.
Kelsen parte da definição de Estado, como sendo o ordenamento jurídico, desse modo a forma
de governo de um estado é relativo a forma de criação das normas. No caso do Estado
Democrático, o ordenamento jurídico é criado a partir de baixo, pois os destinatários das normas
participam da elaboração das mesmas, sendo assim uma forma de produção autônoma, que leva
a um governo democrático em sua forma pura.
O estado autocrático é aquele em que não há participação na criação da norma por parte
daqueles sujeitos a ela, ou seja, a população em geral. Ela teria que aceitar as decisões tomadas
pelos legisladores criadores da norma.
Para Mosca, a única forma de governo existente seria a Oligarquia isto é, o governo estaria nas
mãos de um grupo corrupto que regeriam o país visando apenas o benefício próprio em
detrimento das necessidades do povo. Ele explica como se dá o governo oligárquico através da
sua Teoria das Elites. Nela, grupos elitistas nasceriam naturalmente no meio social podendo
partir das classes mais ricas ou mesmo das inferiores, se organizando de forma a buscar
objetivos que privilegiariam unicamente a si próprios.
28. Quais os critérios adotados por Aristóteles para classificar as formas de governo?
Aristóteles classificou as formas de governo como puras e impuras. Haveria para ele, três
formas puras e outras três impuras para se pôr contra elas. Seriam elas:
• A Monarquia - governo de um, mas que visasse o bem - e a Tirania -governo tirânico
de um monarca que visa apenas seus próprios interesses e priva o povo de seus
direitos fundamentais.
• A Aristocracia – governo gerido por um pequeno grupo dos melhores indivíduos da
sociedade - e a Oligarquia – governo onde um pequeno grupo controla o poder e o
usa apenas para benefício próprio.
• A Democracia – Governo de muitos, poder do povo, representantes eleitos por meio
de votação popular – e a Demagogia – a manipulação das massas com propostas que
provavelmente não serão cumpridas pelo grupo que as promete, visando apenas
galgar o poder político.
O Estado democrático de direito é um conceito que designa qualquer Estado que se aplica a
garantir o respeito das liberdades civis, ou seja, o respeito pelos direitos humanos e pelas
garantias fundamentais, através do estabelecimento de uma proteção jurídica. Em um estado de
direito, as próprias autoridades políticas estão sujeitas ao respeito das regras de direito.