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CONTRIBUIÇÕES DA RENASCENÇA PARA A FORMAÇÃO DO

MUNDO MODERNO

DO TÍTULO ORIGINAL:

OS SÉCULOS

XVI E XVII
ROLAND MOUNIER

(1907-1993)

CIA EUROPÉIA DO LIVRO, 1973. 4ª EDIÇÃO. 394 P.

RESUMO:

HERISSON BARBOSA PEREIRA

Palmeira dos Índios,

05 de agosto de 2011.
Contribuições da Renascença para a Formação

do Mundo Moderno.

A Baixa Idade Média engendrou um conjunto de transforma-


ções que culminaram na Revolução Comercial, na Revolução Reli-
giosa e no absolutismo político. Não somente isto, pois incorreram
em reformulações culturais, entre os séculos XIV e XVI, que muda-
ram a cosmovisão do homem europeu. Condensada sob o nome de
Renascimento, essa série de mudanças determinariam o reconheci-
mento de novos modos de pensar e executar as artes, as ciências e
as relações sócio-políticas.

Para, contudo, proceder-se uma análise que tencione abordar


as contribuições da Renascença para a formação do mundo moder-
no, é necessário estabelecer que o renascimento não representou
uma mera renovação da cultura clássica. Antes, o primeiro grande
movimento cultural burguês dos tempos modernos significou, so-
bretudo, uma ruptura, um contraponto à Idade Média. A Renascença
inspirou-se na cultura greco-romana e caracterizou-se por ser um
movimento anticlerical e antiescolástico, pois sua proposta de cul-
tura leiga opunha-se ao teocentrismo medieval. Tal ruptura é de-
monstrada no próprio forjar do nome “Renascimento”, atribuído ao
crítico de arte Giorgio Vasari, para designar uma situação inteira-
mente distinta da “Idade das Trevas”, outra denominação dada en-
tão à Idade Média e fortemente sugestiva (MOUSNIER, 1973).

Sob tal aspecto, é possível notar-se a forte tendência huma-


nista do movimento. O florescimento da verdadeira humanidade que
emerge da profundeza escolástica é, sem dúvida, uma das princi-
pais contribuições da Renascença. O homem renascentista, artista,
cientista, literato, confunde-se com o próprio deus medieval por
sua genialidade e criatividade. Como analisa MOUSNIE R: “o ho-
mem é, como Deus, um artista universal”. Neste contexto, o antigo
monopólio de conhecimento que garantia a posição central na de-
tenção do saber por parte da Igreja viria a esmorecer. Além da ten-
dência antropocêntrica, a tendência hedonista e naturalista do re-
nascimento foram vitais para moldar a percepção marcadamente
sensorial vigente no campo das artes.

Do ponto de vista histórico, todas estas inovações tiveram


seus primeiros passos desenvolvidos no interior das ricas cidades
comerciais italianas. Como porta de entrada do mercado, recebiam
pessoas de vários lugares, possibilitando a circulação de novos co-
nhecimentos e valores. Além disso, o ambiente mercantil destas
cidades favoreceu a ascensão de uma rica camada de comerciantes
interessados em financiar as obras de artistas e intelectuais – o
mecenato.

Ocorrido ao longo de vários séculos e em diferentes lugares,


o Renascimento italiano se impôs efetivamente a partir do século
XIV, estendendo-se até o XVI. Este tem sido dividido em três épo-
cas diferentes: Trecento, que abarca os anos de 1300 e onde se des-
taca Giotto; o Quattrocento, que envolve as manifestações do sécu-
lo XV e onde aparece Leonardo da Vinci, um dos humanistas mais
completos do movimento; e o Cinquecento¸ que compreende o sécu-
lo XVI, com destaque para Nicolau Maquiavel, o iniciador do mo-
derno pensamento político. Entretanto, é preciso observar que o
Renascimento surge de modo difuso nas nações europeias.

Observado como um todo, o Renascimento retirou da Igreja o


monopólio da explicação das coisas do mundo. Aos poucos, o mé-
todo experimental passou a ser o principal meio de se alcançar o
saber científico da realidade. O empirismo se impôs. Estavam lan-
çados os fundamentos que derrubariam definitivamente a escolásti-
ca, fundamentada no misticismo. Assim, a crítica, o naturalismo e a
dimensão humanista culminariam o racionalismo, no empirismo ci-
entífico dos séculos XVII e XVIII. As principais barreiras culturais
do progresso científico foram suficientemente abaladas para não
mais representarem ameaça ao progresso capitalista burguês em
curso. Os pressupostos sobrenaturalistas sobre o Universos caiam e
o racionalismo inaugurava o renascimento científico.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

MOUSNIER, Roland. Os séculos XVI e XVII: os progressos


da civilização europeia. Rio de Janeiro: Cia Europeia do Livro,
1973. 4ª ed. 394 p.

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