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Direito Constitucional – Organização do


Estado e Poderes

Professor: Luciano Antonio da Rosa

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• Direito Constitucional

• Organização do Estado e Poderes

• Estado??

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• Direito Constitucional

• Estado é uma figura abstrata criada pela sociedade.


• Estado é uma sociedade política criada pela vontade de
unificação e desenvolvimento do homem, com intuito de
regulamentar, preservar o interesse público.
• O Estado originou-se da vontade de preservação desse
interesse ou bem comum, posto que a
sociedade natural não detinha os mecanismos
(regulamentação) necessários para promover a paz e o
bem estar de seus membros. Assim, a única forma de
preservação do bem comum foi a delegação de poder a
um único centro, o Estado.
• O Estado não é reconhecido somente através do seu
poder, mas sim de elementos constitutivos, tais como
povo, território e a soberania.
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• Direito Constitucional

• Hobbes entendia que homem viveria sem poder e sem


organização, num estágio que ele o denominou de
estado de natureza, o qual representava uma condição
de guerra.
• Com intuito de evitar a guerra, Hobbes propôs que
haveria à necessidade de se criar o Estado para controlar
e reprimir o homem o qual vivia em estado de natureza.
• O Estado seria, na visão de Hobbes, o único capaz de
entregar a paz, e para tanto o homem deveria ser
supervisionado pelo Ente Estatal legitimado por
um contrato social.

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• Direito Constitucional

O contrato social tem como objetivo, nas palavras de


Rosseau:

“[…] encontrar uma forma de associação que defenda e


proteja a pessoa e os bens de cada associação de qualquer
força comum, e pela qual, cada um, unindo-se a todos, não
obedeça, portanto, senão a si mesmo, ficando assim tão
livre como dantes”.

O Estado é o aglutinamento de pessoas, através


do contrato social visando, necessariamente, o bem
comum. Neste mesmo raciocínio Immanuel Kant corrobora:

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• “O ato pela qual um povo se constitui num Estado é o
contrato original. A se expressar rigorosamente, o
contrato original é somente a idéia desse ato, com
referência ao qual exclusivamente podemos pensar na
legitimidade de um Estado. De acordo com o contrato
original, todos (omnes et singuli) no seio de um povo
renunciam à sua liberdade externa para reassumi-la
imediatamente como membros de uma coisa pública, ou
seja, de um povo considerado como um Estado
(universi). E não se pode dizer: o ser humano num
Estado sacrificou uma parte de sua liberdade externa
inata a favor de um fim, mas, ao contrário, que ele
renunciou inteiramente à sua liberdade selvagem e sem
lei para se ver com sua liberdade toda não reduzida
numa dependência às leis, ou seja, numa condição
jurídica, uma vez que esta dependência surge de sua
própria vontade legisladora”. 7
• Direito Constitucional

• Entendemos que o Estado é a vontade de unificação de


membros do grupo social, visando o bem comum ou
bem público.
• A palavra Estado vem do latim status que
significa posição e ordem.
• Essa posição e ordem transmitem a idéia de
manifestação de poder, ou seja, podemos conceituar
que estado é uma forma de sociedade organizada
politicamente.

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• Direito Constitucional

• “É uma sociedade natural, no sentido de que decorre


naturalmente do fato de os homens
viverem necessariamente em sociedade e
aspirarem naturalmente realizar o bem geral que lhes é
próprio, isto é, o bem público. Por isso e para isso a
sociedade se organiza em Estado” (AZAMBUJA,
Darcy. Teoria geral do estado. 36 ed. São Paulo: Globo,
1997, p. 3)

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• Direito Constitucional

• “O Estado é uma sociedade politicamente organizada


porque é uma comunidade constituída por uma ordem
coercitiva […]” (KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e
do estado. Tradução: Luis Carlos Borges. 3 ed. São Paulo:
Martins Fontes, 2000, p. 273)

• Para realização do bem comum o homem realiza pactos


e contratos sociais visando transferir direitos naturais
(renúncia) em favor do interesse público.

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• O Estado possui três elementos constitutivos, sendo que


a falta de qualquer elemento descaracteriza a formação
do Estado.
• Para o reconhecimento do Estado perfeito se faz
necessário a presença do:
• - Povo (elemento humano, população),
• - Território (espaço), e
• - Soberania.

• Nação - é o conjunto de indivíduos interligados por


valores sócio-culturais idênticos, e ainda, Estado e nação
são conceitos distintos, já que Estado necessita do
elemento constitutivo território, enquanto a nação não
possui um critério espacial delimitado.
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• Direito Constitucional

• “Nação é um grupo de indivíduos que se sentem unidos


pela origem comum, pelos interesses comuns e,
principalmente, por ideais e aspirações comuns. Povo é
uma entidade jurídica; nação é uma entidade moral no
sentido rigoroso da palavra. Nação é muita coisa mais do
que povo, é uma comunidade de consciências, unidas
por um sentimento complexo, indefinível e
poderosíssimo: o patriotismo”. (AZAMBUJA,
Darcy. Teoria geral do estado. 36 ed. São Paulo: Globo,
1997, p. 19)

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• Direito Constitucional

• “Povo é a população do Estado, considerada sob o


aspecto puramente jurídico, é o grupo humano encarado
na sua integração numa ordem estatal determinada, é o
conjunto de indivíduos sujeitos às mesmas leis, são
os súditos, os cidadãos de um mesmo Estado.
(AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do estado. 36 ed. São
Paulo: Globo, 1997, p. 19. )

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• Direito Constitucional

• O segundo elemento constitutivo do Estado é


o território que é a delimitação territorial ou espacial
que dará limite à soberania do Estado.
• “O segundo elemento essencial à existência do Estado é
o território, a base física, a porção do globo por ele
ocupada, que serve de limite à sua jurisdição e lhe
fornece recursos materiais. O território é o pais
propriamente dito, e portanto pais não se confunde com
povo ou nação, e não é sinônimo de Estado, do qual
constitui apenas um elemento”. (ZAMBUJA, Darcy. Teoria
geral do estado. 36 ed. São Paulo: Globo, 1997, p. 36.)

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• Direito Constitucional

• A especificação territorial do Estado, como elemento


constitutivo de seu reconhecimento destaca o critério
espacial (aonde) ocorrerá à incidência de normas
jurídicas.

• “A unidade do território de Estado e, portanto, a


unidade territorial do Estado, é uma unidade jurídica,
não geográfica ou natural. Porque o território do Estado,
na verdade, nada mais é que a esfera territorial de
validade da ordem jurídica chamada Estado”. (KELSEN,
Hans. Teoria geral do direito e do estado. Tradução: Luis
Carlos Borges. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p.
301)
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• Direito Constitucional

• E, ainda, podemos destacar que o território não


compreende unicamente o solo, mas também o subsolo
e o espaço aéreo, mar, ilhas, ou seja, a união de todas as
especificidades do signo território demarca o domínio
(regulamentar) do Estado.

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• Direito Constitucional

• A soberania do Estado encontra-se intrinsecamente no


segundo elemento constitutivo e será exercida em seu
território e essa transporta a ideia de ordem interna,
com poder de impor determinações e condições, isto é:
regulamentar a ordem social interna.
• “A afirmação de que a soberania é uma qualidade
essencial do Estado significa que o Estado é uma
autoridade suprema. A “autoridade” costuma ser
definida como o direito ou poder de emitir comandos
obrigatórios. O poder efetivo de forçar os outros a certa
conduta não basta para constituir uma autoridade”
(KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do
estado. Tradução: Luis Carlos Borges. 3 ed. São Paulo:
Martins Fontes, 2000, p. 544.)
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• Direito Constitucional

• “Soberania é tanto a força ou o sistema de força que


decide do destino dos povos, que dá nascimento ao
Estado Moderno e preside ao seu desenvolvimento,
quanto a expressão jurídica dessa força no Estado
constituído segundo os imperativos éticos, econômicos,
religiosos etc., da comunidade nacional, mas não é
nenhum desses elementos separadamente: a soberania
é sempre sócio-jurídico-política, ou não é soberania”.
(REALE, Miguel. Teoria do direito e do estado. 5 ed. rev.
São Paulo: Saraiva, 2000, p. 139.)

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• Direito Constitucional

• A soberania, em outras palavras, é a capacidade jurídica


e territorial de autodeterminação, fixando competências
dentro do território estatal e limitando a invasão de
outro Estado.

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 Referências:
 AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do estado. 36 ed. São Paulo:
Globo, 1997.
 BARROSO, Luis Roberto. Curso de Direito Constitucional
contemporâneo. 6. ed . São Paulo: Saraiva, 2017.
 LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 23. ed. São
Paulo: Saraiva Jur, 2019.
 HOBBES, Thomas. Leviatã ou matéria, forma e poder de um
Estado eclesiástico e civil. São Paulo: Martin Claret, 2003.
 MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso
de direito constitucional. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. (virtual)
 KANT. Immanuel. A Fundamentação da Metafísica dos
Costumes. A Doutrina Universal do Direito.
 REALE, Miguel. Teoria do direito e do estado. 5 ed. rev. São
Paulo: Saraiva, 2000.
 ROSSEAU, Jean-Jacques. O Contrato Social. Rio de Janeiro:
Tecnoprint, 1762.

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