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CURSO DIREITO

DISCIPLINA: TEORIA GERAL DO ESTADO


TEMA: Teoria do Estado. Objeto central. Estado e Sociedade. Conceito de Estado. Estado e Direito.
Personalidade Jurídica do Estado.

TEXTO PARA APOIO AO ESTUDO

O que é o Estado?

• Entidade abstrata, invisível, “da ordem do espírito”.


• É a sede do poder. Sem ele, nada funciona.
• Envolve um conjunto de pessoas, num determinado
território.

1. Conceito de Estado:

“O Estado é a corporação de um povo, assentada num determinado território e dotada de um


poder originário de mando.” (George Jellinek e Paulo Bonavides)

“Estado é a ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em
determinado território”. (Dalmo Dallari)

2. O que difere o Estado de um simples grupamento social?

>> Sociedade: é uma coletividade de indivíduos reunidos e organizados para alcançar uma finalidade
comum, seja ela qual for. Toda sociedade é marcada pelos seguintes elementos:

• Finalidade ou valor social


• Ordem social
• Poder social

>> Estado: é uma sociedade politicamente organizada, de fins gerais, com autoridade superior, que
fixa as regras de convivência entre seus membros. Se ocupa da totalidade das ações humanas e fins
particulares, coordenando-os em função de uma finalidade comum – o bem comum.

3. Estado como Pessoa Jurídica

A ideia de Estado como pessoa jurídica tem origem nas teorias contratualistas, mas se
desenvolveu a partir do século XIX, através da obra dos publicistas alemães. O Estado como
pessoa jurídica é reputado como titular de direitos e deveres. É através desta ideia que se
normatiza sua atuação, especialmente quanto ao relacionamento do Estado com os cidadãos.

São diversas as teorias sobre a personalidade jurídica do Estado:


a) Estado como Pessoa Jurídica Artificial: Teorias ficcionistas, a partir das quais o Estado é
justificado como pessoa jurídica por motivos de conveniência.
• Friedrich Carl Von Saviny – apenas os indivíduos dotados de consciência e vontade
podem ser entendidos como pessoas reais. O Estado merece personalidade jurídica
apenas por tutelar interesses coletivos.
• Hans Kelsen – o Estado é a personificação da ordem jurídica, sendo assim um sujeito
artificial.

b) Estado como Pessoa Jurídica Real: Teorias realistas, a partir das quais o Estado é
identificado como um organismo próprio, explicando assim sua personalidade.
• George Jellinek – o Estado é uma unidade coletiva, que é uma síntese da nossa
consciência, base das nossas instituições, tão capaz de adquirir subjetividade jurídica
quanto os indivíduos.
• Alexandre Groppali – personalidade jurídica do Estado é abstração, em oposição à ficção.

O ordenamento jurídico brasileiro se refere expressamente ao Estado como pessoa jurídica


através dos seguintes diplomas normativos:

Constituição Federal
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”

Código Civil (Lei nº 10.406/2002)


“Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito
privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as
pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.

OBSERVAÇÃO:

Não confundir Estado com nação! Tais conceitos são distintos. O Estado se assemelha mais a
uma sociedade, mas não a uma sociedade qualquer, uma sociedade política e de fins gerais. A
Nação está ligada à comunidade. Dispensa os elementos finalidade, ordem social e poder.
Formada espontaneamente, independente de finalidade comum, e mantém-se unida em razão
de vínculos afetivos, de sentimento de pertencimento, independente de ordenação social. Não
existe poder instituído, mas meros centros de influência. A ideia de nação surge no final do
século XVIII, a partir da burguesia que almejava a conquista do poder e é desprovida de
significação jurídica.

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