parlamentar, no século XVIII, implica que o governo passa a responder politicamente ao Parlamento. Através da primeira fase de ampliação das franquias eleitorais, os partidos que antes possuíam base exclusivamente parlamentar, acabam por orientar-se em função do processo eleitoral, tornando os partidos consolidados através da implantação do sufrágio universal. Subsequentemente há o “governo de partidos”, na qual o Executivo é responsável perante o parlamento, o governo e os partidos são responsáveis perante a sociedade. Consequentemente o Estado que era somente “responsável” passa a “responder”, sendo suscetível às forças externas. É relevante destacar duas preposições elaboradas pelo autor, que permite avaliar o desempenho do sistema político no seu teor democrático, a fim de entendimento de questões sobre a natureza e as consequências políticas do sistema eleitoral.
Primeiro: a representação política será mais intensa se os
mais diversos sentidos que são associados ao representar estiverem presentes e mais frequentes, ou seja, quanto mais intensa e generalizada a representação, mais democrática será. Segundo: quanto mais cargos públicos forem preenchidos pela eleição direta e em maiores segmentos do governos, maior é a probabilidade da representação, tornando o governo mais democrático. Através da evolução do sufrágio universal e as preposições do teor democrático do sistema de representação forma-se um ideal. “um homem, um voto, um valor” Supondo que o sufrágio universal não tem restrições, exceto o critério da idade e a igualdade política dos cidadão- eleitores (voto de todos com mesmo valor). Com base nisso, forma-se duas outras preposições.
Primeiro: uma eleição será mais democrática quanto maior
ser o corpo eleitoral “todos que são afetados pelas decisões políticas.” Segundo: será mais democrática quanto menor for as desigualdades no sistema eleitoral que atribuem valor diferente ao voto, pois todos tem o mesmo valor. Os princípios de representação política: A primeira obrigação do Parlamento é a integração política da população ao governo central, assim a representação inicial se basearia na dimensão territorial e representaria a maioria para legitimar a função governamental de arrecadar impostos e a defesa territorial. Desse modo os princípios de representação majoritário e de pluralidade vinculam-se historicamente à função governativa. Apenas no século XIX que o princípio de representação passou a ser discutido e comparado em dupla função: formar governo e constituir representação. Dessa forma contribuindo para ampliar as franquias eleitorais e o surgimento dos partidos de massa. Conforme o autor Alencar, “o voto é o elemento da soberania, a representação o meio de concentrar a vontade nacional para a organização do poder público”, essa frase permite analisar o teor democrático dos modelos de representação ligado na soberania popular. Segundo o mesmo autor o sistema representativo deve ter os seguintes elementos que indicam seu caráter democrático: Soberania nacional. Democracia direta e governo popular. Ausência de exclusão da opinião pública . Assim sendo a Democracia necessita de igualdade e imparcialidade, que o comprometimento dos cidadãos seja duplo: por um lado, contribuir com impostos e lutar pela defesa do país, e por outro lado, o cidadão deve ser ouvido, votar e participar da formação do governo constituindo sua representação. No contexto eleitoral, a lei vai incorporar o princípio da igualdade de tratamento com o eleitor e com o partido, para atingir o ideal democrático. “um homem, um voto, um valor” Consequentemente o sistema eleitoral será mais democrático quanto maior for o tratamento igualitário conferido aos eleitores e aos partidos.