O documento resume os principais pontos do texto "Política como Vocação" de Max Weber. Ele define política como o esforço para participar ou influenciar a divisão do poder entre Estados ou dentro de um Estado. Explora os tipos de autoridade e como a obediência dos dominados se deve ao medo e esperança. Também discute como os políticos precisam de paixão, responsabilidade e proporção.
Descrição original:
Título original
Fichamento Max Weber -- Ciência e Política, PARTE II - Política como Vocação
O documento resume os principais pontos do texto "Política como Vocação" de Max Weber. Ele define política como o esforço para participar ou influenciar a divisão do poder entre Estados ou dentro de um Estado. Explora os tipos de autoridade e como a obediência dos dominados se deve ao medo e esperança. Também discute como os políticos precisam de paixão, responsabilidade e proporção.
O documento resume os principais pontos do texto "Política como Vocação" de Max Weber. Ele define política como o esforço para participar ou influenciar a divisão do poder entre Estados ou dentro de um Estado. Explora os tipos de autoridade e como a obediência dos dominados se deve ao medo e esperança. Também discute como os políticos precisam de paixão, responsabilidade e proporção.
Fichamento Aula 3 - "Política como Vocação" - um estudo a partir de Max Weber
Júlia Valentin – 31910218
Texto: Max Weber -- Ciência e Política, PARTE II - Política como Vocação Para entender o conceito de Política é primeiro preciso entender o conceito de Estado, que se define por seu instrumento principal, a força física. Assim o Estado nada mais é do que aquele que detém “o monopólio legitimo da violência física”. É possível definir o conceito de política então como: “o conjunto de esforços feitos com vistas a participar do poder ou a influenciar a divisão do poder, seja entre Estados, seja no interior de um único Estado” – ou seja, a política consiste basicamente em assegurar influência acerca das decisões tomadas no mundo. resposta 2 e 3 “Todo homem, que se entrega a política, aspira ao poder”. O Estado tal como o conhecemos consiste “em uma relação de dominação do homem sobre o homem”, dessa maneira só é possível que o Estado exista a partir do consentimento dos súditos em serem governados por tais soberanos. Existem três tipos de autoridade: primeiramente o poder tradicional, esse fundamento nos costumes, na tradição que os homens tem em respeitar e obedecer – próprio do patriarca ou senhor de terra; em segunda lugar o poder carismático, em que a autoridade do soberano se funda em seus atributos pessoais, “alguém que se singulariza por qualidades prodigiosas, por heroísmo ou por outras qualidades exemplares que fazem dele o chefe” – próprio do profeta, ou do líder do partido; e em último lugar o poder pautado na “legalidade”, “a autoridade fundada na obediência, que reconhece obrigações conforme ao estatuto estabelecido” – próprio do servidor público. É importante ressaltar, no entanto, que a obediência dos dominados, no mundo real, pratico, se deve a duas coisas o medo – de perder sua liberdade e privilégios – e a esperança – de ganho ou recompensa. “A dominação organizada necessita, por um lado, de um estado-maior administrativo e, por outro lado, dos meios materiais de gestão”. Para assegurar a durabilidade de uma dominação que se pauta na violência e na coerção física, é preciso que haja certos bens materiais. Partindo desse critério, é possível dividir as gestões em dois tipos: na primeira o estado-maior administrativo é o proprietário dos meios de gestão de que depende o detentor do poder; na segunda é justamente o contrário, “o estado-maior é ‘privado’ dos meios de gestão. Na primeira situação (o estado detentor dos meios), o soberano precisa da ajuda de uma aristocracia independente, de modo a ter que dividir o poder com a mesma. Já na segunda, o soberano procura apoio em pessoas diretamente dependentes dele, ou seja, em camadas desafortunadas e desonradas – de maneira a angariar a fidelidade desses cedendo parte de sua riqueza e um certo poder. “O desenvolvimento do Estado moderno tem por ponto de partida o desejo de o príncipe expropriar os poderes ‘privados’ independentes” – ou seja, parte da vontade do governante em tomar para si o monopólio da governança assim como dos meios materiais para tal. “O Estado moderno é um agrupamento de dominação que apresenta caráter institucional e que procurou (com êxito) monopolizar, nos limites de um território, a violência física legítima como instrumento de domínio e que, tendo esse objetivo, reuniu nas mãos dos dirigentes os meios materiais de gestão”. Há diversas maneiras de se dedicar a política, através do exercício da sua cidadania – votando, protestando, concordando ou discordando de leis, etc –, exercendo-a como profissão secundaria, como a filiação a algum partido, ou participação periódica nos assuntos da lei etc, e também a exercendo diretamente através de mandatos políticos propriamente. Há somente dois modos, no entanto, de se “fazer política”: ou se vive “dá” política, no caso de essa ser a principal fonte de rendas; ou se vive “para” a política, no caso de os ganhos provenientes dessa não serem relevantes para a sobrevivência. Governo “plutocrático”: os homens que já conquistaram sua independência econômica têm menos probabilidade em exigir ganhos e lucros provenientes de seus esforços do que os demais – ainda que se beneficiem dos mesmos ganhos e tal fator não seja via de regra. De maneira que, “ o recrutamento não plutocrático do pessoal político, sejam chefes ou seguidores, envolve, necessariamente, a condição de a organização política assegurar-lhe ganhos regulares e garantidos” – não há voluntários. “A evolução, ao mesmo tempo em que transformava a política em uma ‘empresa’, ia exigindo formação especial daqueles que participavam da luta pelo poder e que aplicavam os métodos políticos, tendo em vista os princípios do partido moderno”. Dividiu-se assim os funcionários em duas categorias: os funcionários de carreira – da magistratura, “inamovíveis”, como deputados e senadores – e os funcionários políticos – passiveis de realocação periódica (como troca de governo), como secretários e ministros. O Príncipe, que detinha os meios materiais da gestão, procurava nas camadas inferiores o apoio de seguidores, diversos foram esses grupos ao longo do tempo, mas sua evolução resultou por fim na criação do sistema partidário, o qual não passa de um sistema de interesses. “O verdadeiro funcionário (...) não deve fazer política exatamente devido a sua vocação: deve administrar, antes de tudo, de forma não partidária”. “A honra do funcionário reside em sua capacidade de executar conscienciosamente uma ordem, sob responsabilidade de uma autoridade superior, ainda que (...) ela se obstine a seguir uma falsa via” – ex: diplomatas devem seguir a política exterior estabelecida pelo governo no poder, independentemente de suas crenças pessoais. “A honra do chefe político, ao contrário, consiste justamente na responsabilidade pessoal exclusiva por tudo quanto faz, responsabilidade que ele não pode rejeitar, nem delegar”. “Um número relativamente restrito de homens interessados pela vida política e desejosos de participar do poder aliciam seguidores, apresentam-se como candidatos ou apresentam a candidatura de protegidos seus, reúnem os meios financeiros necessários e se põem a caça de sufrágios” – homens se unem em um partido político, escolhem um líder, o candidatam e saem em busca de votos de maneira a eleger seu representante. “A existência de chefes e seguidores que, enquanto elementos ativos, buscam recrutar, livremente, militantes e, por outro lado, a existência de um corpo eleitoral passivo constituem condições indispensáveis à existência de qualquer partido político”. 3 qualidades determinantes do homem político: “paixão, sentimento de responsabilidade e senso de proporção”. A paixão se traduz num “proposito a se realizar”, ou seja, devoção apaixonada por uma causa ou ideal. Não é suficiente, no entanto somente a paixão. O sentimento de responsabilidade e o senso de proporção se fazem qualidades indispensáveis para que o homem político possa reproduzir um certo distanciamento acerca dos assuntos da política. É imprescindível que o homem político se atente a um inimigo constante do ser humano: a vaidade. Tal sentimento faz com que o homem se veja cego a devoção, ao recolhimento e ao afastamento de si mesmo, e preze única e exclusivamente a exaltação pessoal. O sentimento da vaidade provoca no homem a busca pelo poder exclusivamente pelo poder. Existem “duas espécies de pecado mortal em política: não defender causa alguma e não ter sentimento de responsabilidade (...). A vaidade (...) induz frequentemente o homem político a tentação de cometer um ou outro desses pecados simultaneamente. “Quanto à natureza da causa em nome da qual o homem político procura e utiliza o poder, nada podemos adiantar: ela depende das convicções pessoais de cada um. (...). Seja qual for o caso, uma crença qualquer é sempre necessária, pois, caso contrário (...) a inanidade da criatura eclipsará até mesmo o êxito político aparentemente mais solido. Ética: toda ação orientada segundo a ética se pauta em duas máximas: a ética da convicção e a ética da responsabilidade. No primeiro caso, o partidário político atribui as responsabilidades de suas ações “ao mundo, à tolice dos homens ou à vontade de Deus”, dessa maneira “o partidário da ética da convicção só se sentirá ‘responsável’ pela necessidade de velar em favor da chama da doutrina pura, a fim de que ela não se extinga” – ou seja, age apaixonadamente seguindo sua causa ou doutrina e não toma responsabilidade por falhas ou considera os possíveis erros antes de agir. Já no segundo caso, “o partidário da ética da responsabilidade contará com as fraquezas comuns do homem (...) e entenderá que não pode lançar a ombros alheios as consequências previsíveis de sua própria ação” – age pensando nos resultados. “Essa analise não esgota, entretanto, a matéria. A nenhuma ética é dado ignorar o seguinte ponto: para alcançar fins ‘bons’, vemo-nos, com frequência, compelidos a recorrer, de uma parte, a meios desonestos ou, pelo menos, perigosos, e compelidos, de outra parte, a contar com a possibilidade e mesmo a eventualidade de consequências desagradáveis, e nenhuma ética pode dizer-nos a que momento e a que medida um fim moralmente bom justifica os meios e as consequências moralmente perigosos”. “Quem deseja a salvação da própria alma ou de almas alheias deve, portanto, evitar os caminhos da política que, por vocação, procura realizar tarefas muito diferentes, que não podem ser concretizadas sem violência”.