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UNIVERSIDADE LICUNDO

CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE FILOSOFIA

NOME: JOÃO LINDOLFO ALBERTO

CADEIRA DE ÉTICA POLÍTICA

Docente: Guido Muamuiro

1. ORIGEM E SIGNIFICADO DO ESTADO E POLÍTICA

O que é Política?

Política (do latim. políticos, do grego. politikós), tudo aquilo que diz respeito aos
cidadãos e ao governo da cidade, aos negócios públicos. Vista como ciência ou arte de
governar a cidade. A filosofia política é assim a análise filosófica da relação entre os
cidadãos e a sociedade. As formas de poder e as condições em que este se exerce, os
sistemas de governo, e a natureza, a validade e a justificação das decisões políticas. Na
concepção de Aristóteles, e na tradição clássica em geral, a política corno ciência
pertence ao domínio do conhecimento prático e é de natureza normativa, estabelecendo
os critérios da justiça e do bom governo.

Política é o conjunto de esforços feitos com vista a participar do poder ou a influenciar


a divisão do poder, seja entre Estados, seja no interior de um único Estado.

Origem da palavra estado


O termo Estado provém do latim status significando, de forma literal, estar firme.
Segundo definição de Fernando de Azevedo, o referido termo pode ser definido como
fixo, imóvel, decidido, regular e constante empregado para designar uma condição geral
de estado, de ser, como, por exemplo, status libertatis.

O conceito de Estado mais difundido, segundo Manuel Gonçalves Ferreira Filho, é o


que estabelece ser ele uma associação humana (povo), radicada em base espacial
(território), que vive sob o comando de uma autoridade (poder) não sujeita a qualquer
outra (soberania). Nesta noção se encontram presentes os elementos do Estado, quais
sejam, povo, território, poder e soberania.
O Estado é “a unidade de um sistema jurídico que tem em si mesmo o próprio centro
autónomo e que é possuidor da suprema qualidade de pessoa.

O Estado passa a ser considerado como a “organização das relações sociais (poder)
através de procedimentos técnicos preestabelecidos (instituições, administração), úteis
para a prevenção e neutralização dos casos de conflito e para o alcance dos fins terrenos
que as forças dominadoras na estrutura social reconhecem como próprias e impõem
como gerais a todo o país.

O Estado é um ente jurídico, criado pelos signatários do contrato social e institui-se por
meios de ordenamentos. O Estado também se caracteriza por ser senhor da ordem
jurídica, posto que elabora, executa e aplica as leis. As regras, criadas pelo Estado, são
superiores às regras sociais, de cortesia ou morais. Em geral, as regras sociais não
dispõem de sanção exercida por particulares ou por autoridades públicas. O
ordenamento jurídico estatal, contudo, é impositivo, atribuindo às autoridades o poder
de, compulsoriamente, exigir o respeito, observada a legalidade. O Estado, mesmo que
esteja no comando ou como guardião da ordem jurídica, não é ou não deve ser titular de
poderes absolutos. Age e reage, somente, se os poderes de agir e reagir estão nas leis,
defesa e protecção dos interesses sociais.

2. Tipos de dominação Legítima

Dominação tradicional

A dominação tradicional é em virtude na crença da santidade dos ordenamentos e


poderes senhoriais desde sempre existentes, sendo seu tipo mais puro a dominação
patriarcal na qual o “senhor” manda e os “súditos” obedecem. Neste caso, obedece-se a
pessoa em virtude de sua dignidade própria, por fidelidade e o conteúdo das ordens
existe pela tradição. Seus princípios são os da equidade ética e material, da justiça ou da
utilidade prática. A dominação tradicional é um exemplo de influência de valores
morais e éticos existentes desde a antiguidade, que aos poucos, a partir da Idade
Moderna foi sendo substituído pela forma de dominação legal.

A dominação tradicional é baseada no costume, “sempre foi assim”. É a política “arroz


com feijão”. Por que você come arroz com feijão quase todos os dias? Você se pergunta
sobre isso? Provavelmente não. É uma tradição, na maior parte do Brasil, comer arroz
com feijão quase todos os dias e as pessoas acabam comendo arroz com feijão por
costume. A política, de maneira geral, tem força na tradição. As maiorias das pessoas
estão muito acostumadas a viverem sob um regime político e nem sequer conseguem
imaginar como seria a vida se não existisse um governo, leis e juízes. Os políticos que
estão no poder pela força da tradição têm seu poder reconhecido mais ou menos dessa
maneira: as pessoas estão tão acostumadas em serem governadas por eles (e por seus
familiares e parentes) que essa própria tradição legítima, em grande parte, a autoridade
desses políticos. Mesmo que haja eleições a cada quatro anos que podem tirar esses
caras do poder, eles acabam voltando porque já é uma tradição que aquele lugar seja
governado pela família.

A dominação carismática.

É aquela baseada na ideia de que o líder político parece possuir qualidades ou dons
extraordinários. Líderes carismáticos são figuras muito amadas pelo povo. Muita gente
chega a idolatrá-los. Alguns líderes carismáticos parecem realmente compreender as
necessidades do povo como nenhum outro. Hitler, apesar de ter feito coisas
monstruosas, conquistou os alemães porque parecia que só ele entendia o que os
alemães precisavam para se reerguer da grave crise que vivenciavam. Evo Morales,
presidente da Bolívia, é uma figura extremamente popular, pois foi o primeiro
presidente boliviano a realmente ter “a cara” do povo boliviano. De origem indígena e
humilde, Evo enfrentou os interesses da pequena elite branca que mandava e
desmandava no país. Enfim, um líder carismático é um governante extremamente
popular embora odiado por alguns e reconhecido por muitas pessoas como um líder que
realmente as representa. Muitos líderes carismáticos conseguiram chegar e se manter no
poder, mesmo quebrando as leis e a tradição, usando a força de seu apelo popular.

Por último, define-se a dominação carismática, em virtude da devoção afectiva ao


“senhor” e aos seus dons gratuitos (carisma), vinda de capacidades mágicas, heroísmo,
poder do espírito e do discurso. A associação de domínio é de carácter comunitário,
sendo aquele que ordena o “chefe”. Não existe aqui o conceito racional de competência,
nem o conceito de estado e de privilégio, sendo o “chefe” seguido pelos seus
“discípulos” segundo o carisma e vocações pessoais. A autoridade carismática é dita por
Weber como uma das grandes forças revolucionárias da História, em sua forma pura
tem carácter eminentemente autoritário e dominador. O dominador carismático é
reconhecido pela legitimidade democrática por forma de “eleição”, sendo este um
funcionário eleito pelos “súditos” por vontade livre. Weber desconfia do carisma, teme
que elementos emocionais predominem na política, para ele, a “massa” pensa apenas em
curto prazo, estando sujeita a influências emocionais e irracionais.

Dominação racional-legal

É aquela baseada na obediência às leis, afinal, vivemos em um “Estado democrático de


Direito”. Tudo que diz respeito a política no nosso país, todas as discussões que
fazemos a respeito de como deve ser a nossa convivência em sociedade deve estar na
letra da lei. Não somos obrigados a fazer nada que não seja proibido pela lei e os
políticos só devem fazer o que lhes compete, segundo a lei. Essas leis foram pensadas,
debatidas. São leis que têm um fundamento racional (e não simplesmente existem
porque “foi sempre assim”). Um governo que se legitima pelas leis é um governo em
que, a obediência às leis e às regras estabelecidas é mais importante que a figura pessoal
do líder político. Por exemplo, mesmo que um governante tenha pouca popularidade
porque seu governo não está dando certo, ele consegue se manter no poder porque não
está fazendo nada comprovadamente ilegal: ele ganhou as eleições conforme as leis e
está governando dentro da lei até que se prove em todas as instâncias o contrário.

Por isso seu governo é reconhecido como legítimo. Outro exemplo: em uma sociedade
em que a legitimidade do governo se baseia sobretudo no cumprimento das leis, uma
pessoa que tentasse assumir o governo por meio de um golpe ou de fraude ou seja, sem
obedecer às regras eleitorais não conseguiria se manter no poder. Mesmo que essa
pessoa tivesse muito apoio popular, o povo alegaria que a forma como ela tentou chegar
ao poder foi fora do estabelecido pela lei e, portanto, seu governo não é legítimo.

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