Texto: Sahid Maluf -- Teoria Geral do Estado, Cap. XXXII a XXXIV
Júlia Valentin – 31910218 XXXII – Formas de Estado: 1. Classificações: O Estado tem por característica seus três elementos constituintes: população, território e governo. Quanto a população ainda permite ser classificado em nacional ou plurinacional. Quanto ao seu território, tomando por base sua posição geográfica, o Estado pode ser central ou marítimo. E ainda possuem diferentes classificações quanto a forma de governo. 2. Estados Perfeitos e Imperfeitos: Estado perfeito: possui os três elementos morfológicos do Estado em sua integridade, “plena personalidade jurídica do direito público internacional”. Estado imperfeito: possui os três elementos, mas sofre restrição em algum deles, “não é pessoa jurídica do direito público internacional”. (Estado vassalos e protegidos) 3. Estados simples e compostos: Estado simples: população homogênea, território tradicional e um único governo. Estado composto: “é uma união de dois ou mais Estados, apresentando duas esferas distintas de poder governamental, e obedecendo a um regime jurídico especial, variável em cada caso, sempre com a predominância do governo da união como sujeito do direito público internacional”. 4. União pessoal: “Forma própria da monarquia, que ocorre quando dois ou mais Estados são submetidos ao governo de um só monarca”. “Os Estados conservam sua autonomia nacional e internacional, esta última personificada no rei. Ligam-se apenas pela pessoa física do imperante”. 5. União real: “União íntima e definitiva de dois ou mais Estados, conservando cada um à sua autonomia administrativa, a sua existência, mas formando uma só pessoa jurídica do direito público internacional”. 6. União incorporada: “União dois ou mais Estados distintos para a formação de uma nova unidade” – os Estados cessam de existir. 7. Confederação: “Reunião permanente e contratual de Estados independentes que se ligam para fins de defesa externa e paz interna” – os Estados não tem restritas ou limitadas sua soberania, nem deixam de ser pessoa jurídica do direito público internacional. “Os Estados não foram feitos para o acordo, mas o acordo para os Estados” – os membros só iram permanecer na confederação enquanto estiverem precisando, enquanto lhes for conveniente. 8. Outras formas: URSS: “uma cooperação efetiva de nações, com o fim de estabelecer a paz, de forma duradoura, dentro da ordem comunista”; “As unidades que integravam a união russa eram classificadas como republicas e gozavam de soberania nos limites da Constituição”. 9. Império Britânico: Não é nenhuma das formas de Estados citadas acima, mas sim uma combinação de unidades (colônias da coroa, domínios, etc) que formam a British Commonwealth. Colônias da Coroa: integralmente submetidas ao governo inglês, e administradas pela metrópole. Colônias com instituições representativas, mas sem governo responsável: “possuem suas próprias instituições legislativas, mas (...) a função executiva subordina-se ao governo central”. Colônias Autônomas: se organiza nos moldes do regime parlamentar inglês, “executivo colegiado e responsável perante a própria assembleia dos representantes nacionais”. Federações Coloniais: “desfrutam de amplas prerrogativas, até mesmo no campo do direito público internacional”. “Todos os membros do agregado britânico prestam obediência à Coroa, que é o símbolo vivente da nação”. XXXIII – Estado Federal: 1. Estado unitário: “Apresenta uma organização política singular, com um governo único de plena jurisdição nacional, sem divisões internas que não sejam simplesmente de ordem administrativas” – sem autonomia política. 2. Estado federal: “Se divide em províncias politicamente autônomas, possuindo duas fontes paralelas de direito público, uma nacional e outra provincial” – sofre influência de dois governos distintos: o federal e o estadual. Plano internacional: Estado federal é visto como um só. “A União tenha supremacia sobre os Estados-membros e estes sejam entidades dotadas de autonomia constitucional perante a mesma união”. Este modelo foi produto de uma experiência bem-sucedida – a americana –, uma vez que os exemplos históricos são de descentralização administrativa e não política. “As unidades federadas elegem os seus próprios governantes e elaboram as leis relativas ao seu peculiar interesse, agindo com autonomia predefinida, ou seja, dentro dos limites que elas mesmas estipularam no pacto federativo”. 3. Características essenciais do Estado federal: “Distribuição de poder em dois planos harmônicos: federal e provincial (ou central e local) ” – fica para a União os interesses comuns a todas as unidades federativas e as relações internacionais e diplomáticas do Estado como um todo, e os Estados-membros exercem as funções não direcionadas a União e que não foram vetadas pela constituição federal (em casos de poderes concorrentes, prevalece a hierarquia do Governo Federal). “Sistema Judiciarista”: maior amplitude da competência do Poder Judiciário. “Composição bicameral do Poder Legislativo”: câmara dos deputados representando a nação e o senado representando os Estados-membros. 4. O federalismo nos EEUU da América do Norte: “A constituição norte-americana de 1787 é o marco inicial do moderno federalismo”. 5. O problema da soberania no Estado federal: A soberania é nacional, portanto compete ao governo federal e não aos governos regionais. As unidades federadas são divisões de uma nação. Os Estados-membros norte-americanos divergem em inúmeros quesitos, uma vez que o a ordem federal somente exige que sejam respeitados os princípios fundamentais da República e do regime democrático. 6. O federalismo no Brasil: Federalismo orgânico “A constituição de 1891 estruturou o federalismo brasileiro segundo o modelo norte-americano. Ajustou a um sistema jurídico-constitucional estrangeiro uma realidade completamente diversa. Daí resultou que a constituição escrita não pode reproduzir, como não reproduziu, a Constituição real do país”. 7. Federalismo orgânico: Os Estados-membros devem organizar-se à imagem e semelhança da União, assim como suas Constituições, e suas leis ficaram subordinadas ao princípio da hierarquia. XXXIV – Formas de Governo: 1. Classificações secundarias: Governo pode ser classificado em de direito ou de fato, dependendo da origem do poder; legal ou despótico, dependendo da relação com os governados; e ainda constitucional ou absolutista, dependendo da extensão do poder. Governo de direito: foi constituído conforme estipula a lei, portanto, é considerado legitimo. Governo de fato: “implantado ou mantido por via de fraude ou violência” – golpes, ditaduras. Governo legal: “se desenvolve em estrita conformidade com as normas do direito positivo”. Governo despótico: “se conduz pelo arbítrio dos detentores do poder” Governo Constitucional: “se forma e se desenvolve sob a égide de uma Constituição”. Governo absolutista: todos os poderes em um só órgão, em uma só pessoa. 2. Classificação essencial de Aristóteles: Dividia os governos em normais – objetivam o bem do todo e de todos – e anormais – objetivam apenas vantagens para os governantes. São as formas normais: monarquia – uma só pessoa governa; aristocracia – uma classe restrita governa; democracia – todos os cidadãos governam; suas respectivas formas anormais seriam tirania, oligarquia e demagogia. 3. Monarquia e República: Maquiavel “O governo renova-se mediante eleições periódicas – estamos diante da forma republicana; o governo é hereditário e vitalício – está caracterizada a monarquia”. Características fundamentais da monarquia: hereditariedade e vitaliciedade; da república: eletividade e temporariedade. 5. “REFERENDUM”: “O povo se manifesta sobre o problema que lhe é submetido, aprovando ou desaprovando a solução proposta”. 6. Plebiscito: “Casos de alteração das divisas interestaduais ou municipais, criação de Distritos, Municípios, Comarcas ou Estados, casos em que as deliberações das assembleias representativas ficam condicionadas a aprovação das populações interessadas” – semelhante ao referendum. 7. Outros institutos: Iniciativa popular: direito da população de formular projetos de lei e submete-los ao parlamento. Veto popular: direito do povo de recusar uma lei emanada do parlamento. Recall: “o povo recusava a decisão judicial e fazia prevalecer a Lei declarada inconstitucional”.