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DIREITO CONSTITUCIONAL I

Aula: 06/03/23

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
O TERMO ESTADO
• Por Estado entende-se a unidade
administrativa de um território.
• Não existe Estado sem território.
• Na sua forma moderna, o Estado é
constituído por um conjunto de
instituições permanentes que
organizam e controlam o funcionamento
da sociedade.

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O TERMO ESTADO
• O Estado é uma entidade com poder
soberano para governar um povo
dentro de uma área territorial
delimitada.
• Esse poder soberano é geralmente
aceito como legítimo pelas pessoas que
a ele se submetem (no caso de uma
democracia, os cidadãos).

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ESTADO
• Os elementos constitutivos dos Estados
são:
1) Povo (elemento pessoal, humano);
2) Território (elemento físico);
3) Soberania (poder / governo soberano);
4) Finalidade (capacidade de estabelecer
relações com ou outros Estados).

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ESTADO
• A organização e a estrutura do Estado sob três
aspectos:
1) Forma de governo (República ou Monarquia);
2) Sistema de governo (Presidencialismo ou
Parlamentarismo);
3) Forma de Estado ( Unitário ou Federação).

• O Brasil adotou a forma republicana, o sistema


presidencialista e a forma federativa.

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FORMA DE GOVERNO
• A palavra política vem do grego politiké, cuja semântica está
associada à arte ou ciência de dirigir, de governar.
• Os gregos, há mais de dois mil anos, organizaram-se em
cidades-estados, dotadas de governos próprios, chamadas de
polis.
• Mas, para a formação do governo, necessário se fez que fosse
instituído um conjunto de normas e organizados
mecanismos para a imposição de seu cumprimento.
• Monarquia: o chefe de Estado se mantém no poder durante
toda a vida, ou até abdicar.
• República: o chefe de Estado é eleito democraticamente para
um determinado período de tempo.

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SISTEMA DE GOVERNO
• Presidencialismo: é um sistema de governo
marcado pela concentração de poder no presidente.
Foi adotado no Brasil com a proclamação da
república, em 1889. O presidente é chefe de Estado
e também chefe do Executivo.
• A CF/1988 estabelece os limites do presidencialismo
no Brasil. Adoção do sistema de Três Poderes, com
Executivo, Legislativo e Judiciário.
• Exs: Brasil, Chile, EUA, México, Uruguai...

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SISTEMA DE GOVERNO
• Parlamentarismo: Parlamentarismo é um sistema de governo
exercido por um primeiro-ministro que necessita do apoio do
parlamento ( Câmara dos Deputados e Senado) para governar.
• É um sistema de governo representativo onde o poder
legislativo (parlamento) oferece a sustentação política (apoio
direito ou indireto) para o poder executivo.
• Logo, o poder executivo necessita do poder do parlamento para
ser formado e também para governar. No parlamentarismo, o
poder executivo é, geralmente, exercido por um primeiro-
ministro (chanceler).
• Os poderes executivo e legislativo são, portanto, interligados
neste sistema de governo.

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SISTEMA DE GOVERNO
Parlamentarismo:
Chefe de Governo: quem governa de fato é chamado de primeiro-
ministro. Lidera de fato as ações do poder executivo. Tem
responsabilidades amplas, como a execução de praticamente
todas as políticas públicas. Indicado pelo parlamento. Não
possui mandato fixo e pode ser removido a qualquer momento
pelo próprio parlamento.
A grande diferença é que a pessoa que comanda o país não é
eleita diretamente pelo voto do povo: ela é escolhida pelos
parlamentares eleitos (parlamento).
Exs: Canadá, Inglaterra, Suécia, Itália, Alemanha, Holanda,
Noruega, Finlândia, Islândia, Bélgica, Armênia, Espanha....

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FORMA DE ESTADO
• Quando da formação dos Estados, este poder
político foi distribuído de diferentes formas no
território nacional.
• Em alguns, foi estruturado apenas um núcleo de
poder em todo o espaço geográfico; em outros,
houve uma divisão, passando a haver vários
polos de poder dentro do mesmo território.
• Essa diversidade deu origem ao conceito de
“formas de estado”, ou seja, ao modo como é
distribuído geograficamente o poder político (= arte de
governar).   

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FORMA DE ESTADO
• Pergunta:

O que significa Estado


unitário?

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FORMA DE ESTADO
ESTADO UNITÁRIO
• Estado unitário: é formado por um único Estado,
existindo uma unidade do poder político interno, cujo
exercício ocorre de forma centralizada; qualquer grau
de descentralização depende da concordância do
poder central.
• Quando só há um centro de poder, ou seja, apenas
um órgão legislativo, executivo e judiciário, temos o
estado unitário (o poder não se reparte).
• Na CF/1824, fomos estruturados como um estado
unitário.

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FORMA DE ESTADO
ESTADO UNITÁRIO
• Tínhamos unidades administrativas, não prevendo a
carta constitucional a possibilidade de delegação de
poderes legislativos às divisões provinciais.
• Exs: Afeganistão, África do Sul, Albânia, Angola,
Armênia, Brasil- Império, Portugal, China...
• O Estado unitário pode ser descentralizado
administrativamente.
• A tomada de decisões está concentrada no poder
central (Governo Nacional), mas avança na
descentralização da execução de decisões políticas
já tomadas.
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FORMA DE ESTADO
FEDERAÇÃO
• A palavra federação significa pacto, aliança.
• Isto porque foi concebido, inicialmente, como um
acordo entre estados que cediam a sua soberania,
para integrarem um novo estado.
• Nasceu na América, em que 13 antigas colônias
britânicas resolveram se unir, para se protegerem
das ameaças externas e afastar possíveis tentativas
de recolonização. Os Estados formaram, através de
um tratado internacional, um pacto de colaboração
(Artigos de Confederação /1787).

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FORMA DE ESTADO
FEDERAÇÃO
• Federação é um modelo de descentralização
política, a partir das repartições constitucionais de
competências entre as entidades federadas
autônomas que a integram.
• A federação é a reunião de entes federados
autônomos, sendo estes ligados por uma corrente
inquebrável (pacto federativo), ou seja, os estados-
membros jamais poderão se tornar independentes
da unidade soberana, sujeitando-se ao risco de
intervenção federal.

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FORMA DE ESTADO
FEDERAÇÃO
CONCEITO SEGUNDO PEDRO NUNES:
• Federação é a "união de várias províncias, Estados
particulares ou unidades federadas, independentes entre si,
mas apenas autônomas quanto aos seus interesses privados,
que formam um só corpo político ou Estado coletivo, onde
reside a soberania, e a cujo poder ou governo eles se
submetem, nas relações recíprocas de uns e outros”.
• As Federações são unidades de divisões históricas,
geográficas e político-administrativas de uma só Nação. Une-
se pelo pacto federativo que expressa a vontade nacional que
é permanente e indissolúvel.

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FORMA DE ESTADO
FEDERAÇÃO
• Pouco a pouco, a experiência
federalista foi se espalhando para
outros países.
• O Brasil é uma República Federativa
formada pela ligação dos Estados,
Municípios, União e Distrito Federal.
• Autônomos, com a possibilidade de se
autogovernarem.

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FORMA DE ESTADO
FEDERAÇÃO
• Tipologias do Federalismo:
1) Federalismo por agregação ou por desagregação
(segregação);
2) Federalismo dual ou cooperativo;
3) Federalismo simétrico ou assimétrico;
4) Federalismo orgânico;
5) Federalismo de integração;
6) Federalismo equilíbrio;
7) Federalismo de segundo grau.

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Tipologias do Federalismo:
1) Federalismo por agregação ou por desagregação
(segregação): essa classificação leva em
conta a formação histórica, a origem do federalismo em
determinado Estado: agregação ou desagregação.
Agregação /centrípeta: os Estados soberanos
resolvem abrir mão de parte de sua soberania para
agregar-se entre si e formar um novo Estado, agora,
Federativo. Exs: EUA, Alemanha, Suíça...
Desagregação / centrífuga: quando o Estado unitário
resolve descentralizar-se e surge a Federação (divisão
do poder central). Ex: Brasil (deixou de ser unitário e passou
a adotar novo modelo na CF/1891).
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Tipologias do Federalismo:
2) Federalismo dual ou cooperativo: analisa-se o
modo de separação de atribuições (competências)
Dual / clássico: dois níveis distintos de governo:
governo central e governos subnacionais, com rígida
separação de competências e de atribuições. Ex: EUA
em sua origem (1789-1930).
Cooperativo: surgimento do Estado do bem-estar
social. Ênfase na descentralização das políticas
públicas. Esvaziamento das funções do governo
central, fortalecendo a descentralização e autonomia
dos governos subnacionais. Ex: Brasil.

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Tipologias do Federalismo:
3) Federalismo simétrico ou assimétrico: decorre de
fatores variados como cultural, língua.
Simétrico: existe homogeneidade de cultura,
desenvolvimento e língua. Ex: EUA
Assimétrico: decorre da diversidade da cultura,
desenvolvimento e língua. Procura acomodar
divergências acentuadas de regiões dentro de um
mesmo território – inclusive com tendências
separatistas. Exs: regiões Basca e Catalunha na
Espanha e quatro grupos étnicos diferentes da Suíça e
Canadá, país bilíngue e multicultural.

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Tipologias do Federalismo:
4) Federalismo orgânico: O Estado é visto como
organismo, com a presença marcante do Estado
Federal sobre os entes federados. Concepção
centralizadora do Estado central para com os demais.
Os Estados-membros são apenas reflexo do todo-
poderoso poder central.
5) Federalismo de integração: em nome da
integração nacional, passa a ser verificada a
preponderância do Governo central sobre os demais
entes, atenuando, assim, as características do modelo
federativo.

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Tipologias do Federalismo:
6) Federalismo equilíbrio: o federalismo equilíbrio
traduz a ideia de que os entes federativos devem
manter-se em harmonia, reforçando-se as instituições.
7) Federalismo de segundo grau: No federalismo
brasileiro é reconhecido a existência de três ordens:
União (ordem central), Estados (ordens regionais) e
Municípios (ordens locais), razão pela qual é
classificado como federalismo de 2º grau.
Distrito Federal: A partir de CF/88, não tem natureza
nem de Estado nem de Município, sendo caracterizada:
unidade federada com autonomia.

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CARACTERÍSTICAS DA
FEDERAÇÃO
• Apesar de cada Estado federativo apresentar características
peculiares, inerentes às suas realidades locais, existem pontos
em comum:
1) Descentralização política: núcleos de poder político;
2) Repartição de competências: autonomia, equilíbrio entre os
entes federativos;
3) Constituição rígida: estabilidade constitucional;
4) Inexistência do direito de secessão: não se permite o direito
de retirada, de separação;
5) Soberania do Estado federal: é do país em sim e não dos
Estados;

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CARACTERÍSTICAS DA
FEDERAÇÃO
6) Intervenção: instrumento para assegurar o
equilíbrio;
7) Auto-organização dos Estados-Membros:
elaboração das Constituições Estaduais (art. 25 CF/88);
8) Guardião da Constituição: No Brasil, STF;
9) Repartição de receitas: assegura o equilíbrio entre
os entes federativos ( art. 157 a 159).

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FEDERAÇÃO BRASILEIRA
• Preceitua o art. 1º, caput, da CF/88: A
República Federativa do Brasil é formada
pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do DF.
• Art. 18: A organização político-administrativa
da República Federativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o DF e os
Municípios, todos autônomos, nos termos
desta Constituição.

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FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL
• Art. 1º: enumera, como fundamentos da
República Federativa do Brasil:
1) Soberania;
2) Cidadania;
3) Dignidade da pessoa humana;
4) Valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa;
5) Pluralismo político.

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OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
• Os objetivos fundamentais não podem ser
confundidos com os fundamentos:
• Segundo Celso Bastos: “ a ideia de objetivos não
pode ser confundida com a de fundamentos. Os
fundamentos são inerentes ao Estado, fazem parte
da sua estrutura.
• Quanto aos objetivos, estes consistem em algo
exterior que deve ser perseguido”.

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OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
• Art. 3º, CF/88:
1) Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
2) Garantir o desenvolvimento nacional;
3) Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;
4) Promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.

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PRINCÍPIOS QUE REGEM A
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
• Art. 4º, CF/88:
1) Independência nacional;
2) Prevalência dos direitos humanos;
3) Autodeterminação dos povos;
4) Não intervenção;
5) Igualdade jurídica entre os Estados;
6) Defesa da paz;
7) Solução pacífica dos conflitos;
8) Repúdio ao terrorismo e as racismo;
9) Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
10)Concessão de asilo político.

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IDIOMA E SÍMBOLOS DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL
• O idioma oficial é a língua portuguesa.
• Comunidades indígenas = línguas maternas
• Símbolos: a bandeira, o hino, as armas e o selo nacional.
• O Brasil não adota nenhuma religião oficial ( laico).
• Apesar da CF não classificar como símbolo da República as
cores nacionais, a Lei 5.700/71, no seu art. 28, definiu, como
nacionais o verde e o amarelo, permitindo que sejam usados
sem quaisquer restrições, inclusive associados a azul e branco
( art. 29).

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IDIOMA E SÍMBOLOS DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL
• A Lei 5.700/71 - art. 35: caracteriza como
contravenção penal condutas que
violam/desrespeitam os símbolos da República.
• Ex: Militares, devidamente fardados, que postaram
na internet dança do Hino Nacional em ritmo de funk.
• Considerado conduta desrespeitosa, imprópria e
inadequada dos militares, constituindo ultraje ao Hino
Nacional Brasileiro ( crime de desrespeito – art. 161
CPM ).

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MUNICÍPIOS
• Município pessoa jurídica de direito público interno e
autônoma nos termos e de acordo com as regras da CF.
• São entes federativos, dotados de autonomia própria,
materializada por sua capacidade de auto-organização,
autogoverno, autoadministração e autolegislação.
• São autônomos, na medida de sua competência,
constitucionalmente, delimitada.
MUNICÍPIOS
• Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois
turnos, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos
nesta Constituição.

O que significa lei orgânica?


MUNICÍPIOS
• Lei Orgânica: A Lei Orgânica tem a contribuição equivalente à
Constituição, porém aplicada no âmbito municipal. É considerada a lei
mais importante, em que cada município realiza a sua própria elaboração.
• As leis orgânicas são normas que regulam a vida pública na cidade,
sempre respeitando a CF e a Constituição do Estado. Sendo ela um
instrumento para fazer o poder público assumir obrigações de interesse
local em favor da população.
• Cada município brasileiro pode determinar as suas próprias leis orgânicas,
contanto que estas não infrinjam a constituição e as leis federais e
estaduais.
MUNICÍPIOS
• Entende-se como lei orgânica aquela que apresenta uma importância
que fica entre a lei ordinária e a constitucional, devendo ser
profundamente estudada e analisada antes de ser votada, pois
apresenta uma rigidez na sua regulamentação.
• A Lei Orgânica Municipal é a lei maior de uma cidade. A LOM, como é
chamada, é um conjunto de normas que disciplina as regras de
funcionamento da administração pública e dos poderes municipais.
Em linhas gerais, a Lei Orgânica é uma espécie de Constituição do
município.
• Hierarquicamente: 1) CF; 2) Lei Orgânica e 3) Leis Municipais
( ordinárias e complementares).
MUNICÍPIOS
• Art. 29, caput, CF:
Auto-organização: ... votada em dois turnos, e aprovada por
dois terços dos membros da Câmara Municipal...
Autogoverno: elege, diretamente, o Prefeito, Vice-Prefeito e
Vereadores (art. 29, I).
Autoadministração e autolegislação: regras de competência =
art. 30.
FORMAÇÃO DOS MUNICÍPIOS
ETAPAS: 4
• Art. 18 (…) – fixa as regras para a criação, incorporação, fusão e desmembramento.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por
lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão
de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após
divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da
lei.
1)Lei complementar federal: determinará o período para a mencionada criação,
incorporação, fusão ou desmembramento de Municípios.
Diferem das Leis Ordinárias por exigirem o voto da maioria dos parlamentares que
compõe a Câmara dos Deputados e o Senado Federal para serem aprovadas. Devem ser
adotadas para regulamentar assuntos específicos.
FORMAÇÃO DOS MUNICÍPIOS
2)Estudo da viabilidade municipal: deverá ser apresentado, publicado e
divulgado, na forma da lei, estudo demonstrando a viabilidade da criação,
incorporação, fusão ou desmembramento de Municípios.
• O Estudo de Viabilidade Municipal se configura um instrumento
federativo de extrema importância que tem como principal objetivo
diagnosticar tecnicamente a viabilidade de criação de um novo ente
político.
• É uma ferramenta de planejamento (um novo município significa
novos gastos com as Secretarias, a Câmara, a Prefeitura e a
manutenção da infraestrutura local).
FORMAÇÃO DOS MUNICÍPIOS
2)Estudo da viabilidade municipal:
O intuito das pesquisas é avaliar, de forma conclusiva, a
capacidade do local em modificar a estrutura, sem que haja
perda de unidade histórico-cultural do ambiente urbano,
alteração de divisas territoriais dos Estados, quebra de
continuidade territorial de qualquer um dos municípios ou a
perda de continuidade territorial.
FORMAÇÃO DOS MUNICÍPIOS
3)Plebiscito: desde que positivo o estudo de viabilidade, far-se-á consulta às
populações dos Municípios, para aprovarem ou não a criação, incorporação,
fusão ou desmembramento.
• O plebiscito será convocado pela Assembleia Legislativa. Ele é a condição
de procedibilidade para o processo legislativo da lei estadual. Se favorável,
o legislador estadual terá discricionariedade para aprovar ou rejeitar o
projeto de lei de criação do novo Município.
• Em igual sentido, mesmo que aprovada pelo legislador estadual, o
Governador do Estado poderá vetá-la.
FORMAÇÃO DOS MUNICÍPIOS
4)Lei Estadual: dento
do período que a lei complementar federal
definir, desde que já tenha havido um estudo de viabilidade e
provação plebiscitária, serão criados, incorporados, fundidos
ou desmembrados, através da lei estadual.
• Toda lei estadual que criar Municípios sem a existência da lei
complementar federal estará eivada de
inconstitucionalidade.
FORMAÇÃO DOS MUNICÍPIOS
• Entendimento do STF:
"Como se vê, o procedimento de criação, incorporação, fusão e
desmembramento de municípios continua a ser realizado, em tese, por
intermédio de lei estadual. Sem embargo, passou-se a exigir a edição prévia
de lei complementar federal que determine o período em que autorizado o
processo e de lei que regule a elaboração dos Estudos de Viabilidade
Municipal. Em síntese, os requisitos constitucionais atuais são: (i) aprovação
de lei complementar federal com fixação do período no qual será autorizada a
criação e alteração de municípios; (ii) edição de lei que verse sobre os Estudos
de Viabilidade Municipal; (iii) publicação de lei estadual autorizativa; e (iv)
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações das cidades envolvidas“.
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS DOS
MUNICÍPIOS
• Art. 30 CF: compete aos Municípios legislar sobre assuntos de
interesse local e suplementar a legislação federal e a estadual no
que couber ... = ( competência exclusiva).
• Ex: compete ao Município administrar o transporte público local,
cuidar do planejamento das vias urbanas, cuidar da manutenção,
iluminação e limpeza de parques e praças da cidade; promover
eventos culturais, atrações turísticas...
• Interesse local = as necessidade/ interesses do Município
• Suplementar ´no que couber´= necessidade da localidade.
DISTRITO FEDERAL
• A construção de Brasília começou em 1956 e a sua inauguração data de
21/abril/1960. Nessa época, o DF foi transformado em Estado da Guanabara.
• A partir da construção da capital federal, delimitou-se o Distrito Federal, ou
seja, a divisão administrativa da federação que corresponde ao poder central
do país.
• O Distrito Federal recebe esse nome por abrigar a sede do governo
brasileiro.
• O Distrito Federal é uma das 27 unidades de federação do Brasil. Está
localizado na região Centro-Oeste e abriga a sede do governo do país,
situada em Brasília.
DISTRITO FEDERAL
• A criação do DF surge da transformação do antigo território neutro
( que era a sede da Corte e Capital do Império – CF /1891), passando
a ser a Capital da União, mantida anteriormente a sede na cidade do
Rio de Janeiro.
• A capital federal passou a ser Brasília, situada no território do DF,
tornando-se ente federativo.
• A CF/88 elencou o DF entre os entes federativos (arts. 1º e 18),
dotando-o de autonomia organizatória, político, administrativa e de
Governo.
DISTRITO FEDERAL
• O DF é, portanto, uma unidade federada autônoma, visto que possui
capacidade de auto-organização (art.32, caput) , autogoverno (art.
32,§§2º e 3º), autoadministração e autolegislação.
• O único município que existe dentro do território do DF é Brasília, as
demais regiões administrativas são chamadas de cidades-satélites.
• O DF tem características tanto de Estado como de Município, possui
um governador, e este que determina os administradores das regiões
administrativas, inclusive a de Brasília.
CARACTERÍSTICAS DO DISTRITO FEDERAL
1) Impossibilidade de divisão do DF em Municípios: o art. 32, caput,
expressamente, veda a divisão do DF em Municípios, ao contrário
do que acontece com os Estados e Territórios.
2) Autonomia parcialmente tutelada pela União: o art. 32, §§ 4º,
declara inexistirem polícia civil, polícia penal, polícia militar e corpo
de bombeiros militar, pertencentes ao DF. Tais instituições, embora
subordinada ao Govenador do DF, são organizadas e mantidas
diretamente pela União ( EC 104/2019).
O Poder Judiciário e o MP do DF são organizados e mantidos pela
União.
COMPETÊNCIAS DO DISTRITO FEDERAL
• O DF titulariza competências próprias, legisla sobre elas e as executa
por meio de suas autoridades. Possui as mesmas autonomia das
demais unidades da federação brasileira.
• Art. 32,§1º: Ao DF são atribuídas as competências legislativas
reservadas aos Estados e Municípios.
• As competências legislativas e administrativas são praticamente as
mesmas atribuídas aos Estados e aos Municípios, exceto no tocante à
organização e manutenção do Poder Judiciário, MP, polícia civil,
polícia penal, polícia militar e corpo de bombeiros militar, bem como
do MP do DF, todas atribuídas à União.
COMPETÊNCIAS DO DISTRITO FEDERAL
• 1) Competência comum (art. 23): trata-se de competência não legislativa comum
aos 4 entres federativos ( União, Estados, DF e Municípios);
2) Competências legislativas (art. 32,§1º):
a) Elaboração da própria lei orgânica ( art.32, caput);
b) Residual ( art. 25, §1º): toda competência que não for vedada, ao DF estará
reservada;
c) Delegada ( art. 22,§ único): a União poderá autorizar o DF a legislar sobre
questões específicas das matérias de sua competência privativa. Tal autorização
dar-se-á mediante lei complementar;
d) Concorrente ( art. 24): União legisla sobre normas gerais e ao DF sobre normas
específicas.
COMPETÊNCIAS DO DISTRITO FEDERAL
2) Competências legislativas (art. 32,§1º):

d) Suplementar ( art. 24,§§ 1º e 4º): no caso de inércia


legislativa da União, o DF poderá suplementar a regulamentar
as regras gerais sobre o assunto, sendo que, na superveniência
de lei federal sobre norma geral;
e) Interesse local ( art. 30, I): necessidade e interesse da
localidade....
TERRITÓRIOS FEDERAIS
• A CF/1891: estabeleceu o primeiro território federal do Brasil, o ACRE ( O Brasil
comprou da Bolívia).Em 1962 o presidente João Goulart o elevou à categoria
de Estado.
• Até a CF/88, havia 3 territórios Federais existentes, Roraima, Amapá e
Fernando de Noronha.
• Roraima (Boa Vista) e Amapá (Macapá) foram extintos e tornaram-se Estados.
• Fernando de Noronha foi extinto e sua área foi reincorporada ao Estado do
Pernambucano.
• Houve a criação de mais um Estado no Brasil, na região Norte, o Tocantins
( Palmas) – foi criado por meio da divisão de Goiás.
TERRITÓRIOS FEDERAIS
• Apesar de ter personalidade, o território não é dotado de
autonomia política. Trata-se de mera descentralização
administrativo-territorial da União, ou seja, uma autarquia.
• Não existem mais territórios no Brasil, porém, podem a vir a
ser criados novos territórios.
• O artigo 18, §§ 2° da CF/88 diz como um Território Federal
poderá ser criado. Condiciona-se esse processo de criação do
território, de sua reintegração ou transformação em Estado
por meio de Lei Complementar.
UNIÃO FEDERAL

O que significa União Federal?


UNIÃO FEDERAL
• Segundo José Afonso da Silva: “ ... Se constitui pela congregação das
comunidades regionais que vêm a ser os Estados- Membros. Então
quando se fala em Federação se refere à união dos Estados. No caso
brasileiro, seria a união dos Estados, DF e Municípios. Por isso se diz
União Federal...”.
• União = unidade federativa= ordem central que se forma pela reunião
de partes, através de um pacto federativo.
• República Federativa do Brasil é formada pelo reunião da União,
Estados-Membros, DF e Municípios.
UNIÃO FEDERAL
• República Federativa do Brasil é soberana no plano internacional.
• Entes federativos são autônomos entre si.
• União possui dupla personalidade, pois assume um papel
internamente e outro internacionalmente.
• Internamente: é uma pessoa jurídica de direito público interno,
componente da Federação Brasileira e autônoma na medida em que
possui capacidade de auto-organização, autogoverno, autolegislação
e autoadministração, com autonomia financeira, administrativa e
política.
UNIÃO FEDERAL
• Internacionalmente: a União representa a República Federativa do
Brasil, a soberania é da República Federativa do Brasil, representada
pela União Federal.
• A União age em nome de toda a Federação, quando, no plano
internacional, representa o país.
• No plano interno, a União intervém em um Estado-membro. A união
organiza a Justiça Federal, realiza obra pública ou organiza um serviço
público federal.
UNIÃO FEDERAL
• Internacionalmente: A atividade internacional da União consiste em
manter relações com Estados estrangeiros e participar de
organizações internacionais; declarar a guerra e celebrar a paz;
assegurar a defesa nacional; permitir, nos casos previstos em lei
complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território
nacional ou nele permaneçam temporariamente.

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