UNIESP

DIREITO CONSTITUCIONAL II

Professora: Alessandra Costa

DIVISÃO ESPACIAL DO PODER — ORGANIZAÇÃO DO

ESTADO

I - NOÇÕES GERAIS

- Elementos Integrantes do Estado

a) Soberania
b) Finalidade
c) Povo
d) Território

- Organização e Estrutura do Estado

a) Formas de governo: República ou Monarquia;
b) Sistema de governo: presidencialismo ou parlamentarismo
c) Forma de Estado: Estado unitário ou Federação
* Brasil: República Federativa sob o sistema presidencialista

II - FORMAS DE ESTADO: “O modo de exercício do poder

político em função do território dá origem ao conceito de forma
de Estado” (José Afonso da Silva).
a) Estado Unitário: unidade de poder sobre o território,
pessoas e bens. Possui apenas um centro de Poder que se estende
por todo o território nacional e toda a população, controlando as
sociedades regionais. Pode ser:
- Descentralizado Administrativamente: é descentralizado
apenas para a execução das decisões políticas tomadas pelo
Governo Nacional, como “se fossem uma extensão deste (longa
manus), ao executar e administrar as decisões políticas já
tomadas” (Pedro Lenza).
- Descentralizado administrativa e politicamente: Há uma
dependência do Poder Unitário, Nacional e Central, no entanto, há
autonomia administrativa e certa autonomia política, desde que
voltada para a implementação do comando do Estado Unitário.
* Estado Regional e Estado autonômico: se identificam pela
descentralização administrativa e legislativa. Há um único Poder
Constituinte, mas pluralidade de fontes legislativas/normativas

III – FEDERAÇÃO: ocorre quando há um órgão central,

responsável pela centralização e unificação, passando, nesse
momento, os estados integrante a serem autônomos entre si,
dentro do pacto federativo.

a) Tipos de Federalismo
- Federalismo por agregação ou por desagregação (segregação):
considera a formação história e a origem do federalismo.
* Federalismo por agregação: os Estados independentes ou
soberanos resolvem abrir mão de parcela de sua soberania para
agregar-se entre si e formar um novo Estado, agora, Federativo,
passando a ser, entre si, autônomos. Tem por principal
característica a indissolubilidade do vínculo federativo.
Exemplos: Estados Unidos, Alemanha.
* Federalismo por desagregação (segregação): ocorre quando
um Estado Unitário se descentraliza. Exemplo: Brasil.

- Federalismo dual ou cooperativo: considera o modo de

separação de competências.
* Dual: a separação de atribuições entre os entes da Federação
são rígidos, não se admitindo cooperação ou interligação entre
eles.
* Cooperativo: surge com o Estado do Bem-Estar Social ou do
denominado Estado-Providência. As atribuições dos entes
federativos são exercidas de forma comum e concorrente,
havendo uma cooperação entre os mesmos. Federalismo
Brasileiro.
- Estado do Bem Estar social (welfare state) configura-se como
sendo o governo protagonista da manutenção e promoção do
bem-estar político e social do país e de seus cidadãos. A primeira
teoria do Estado do Bem-Estar social foi desenvolvida em 1936,
pelo economista britânico John Maynard Keynes e essa proposta
de Estado tomou maior proporção após a Segunda Guerra
Mundial = Ao Estado do Bem-Estar social opõe-se o Liberalismo
idealizado por John Locke e caracteriza-se pela observância de 03
direitos básico aos governados: liberdade, propriedade e vida.
Defendendo a não-intervenção estatal na economia, Adam Smith,
pioneiro do liberalismo econômico. Essa forma de pensar foi
abalada com a ocorrência da Primeira Guerra Mundial e da Crise
Econômica de 1929.
- Federalismo simétrico ou assimétrico; leva em consideração
vários fatores, como cultura, desenvolvimento regional, língua,
etc.
*Simétrico: Há homogeneidade de cultura e desenvolvimento,
bem como de linguagem. Estados Unidos.
* Assimétrico: Há diversidade de língua e cultura. Exemplo:
Canadá.
- Pedro Lenza considera que no Brasil há o chamado “Erro de
Simetria”, “pelo fato de o constituinte tratar de modo idêntico os
Estados, como se verifica na representação no Parlamento (cada
Estado, não importa o seu tamanho, o seu desenvolvimento, elege
o número fixo de 3 Senadores, cada qual com dois suplentes —
art. 46, §§ 1.º e 3.º)”. Sustenta o doutrinador que o constituinte
deveria ter levado em consideração o tamanho do território
nacional, o desenvolvimento econômico das regiões,
casuisticamente consideradas, a cultura, etc.

- Federalismo orgânico: o Estado é considerado como um

“organismo único”, buscando-se sustentar a manutenção do
“todo” em detrimento da “parte”. Essa teoria surgiu ao longo do
Século XX, desenvolvidas com fundamento de ideologias que
visavam estabelecer concepções centralistas, atendendo, de forma
direta ou indireta, aos objetivos das ditaduras estabelecidas na
América Latina.

- Federalismo de integração: Caracteriza-se como sendo um

Federalismos que privilegia a preponderância do Governo Central
em detrimento dos demais entes da Federação. Federalismo
Formal, possui forte dependência dos Estados membros em
relação ao Governo da União Federal.

- Federalismo equilíbrio: Integra a ideia de que deve haver forte

harmonia entre os entes da federação, tendo como escopo a
harmonia e o reforço das instituições.
- Federalismo de Segundo Grau: O Brasil consagra um
federalismo de segundo grau, posto que o poder de auto-
organização dos entes estatais deve observar “dois graus”, a saber,
a Constituição Federal e a Constituição do Estado.

IV - CARACTERÍSTICAS DA FEDERAÇÃO

1. Descentralização Política
2. Repartição de competência
3. Constituição rígida como base jurídica
4. Inexistência do direito de secessão
5. Soberania do Estado federal
6. Auto-organização dos Estados-Membros:
7. Órgão representativo dos Estados-Membros
8. Repartição de receitas:

VOCABULÁRIO

1. República: forma de governo na qual o povo é soberano,

governando o Estado por meio de representantes investidos
nas suas funções em poderes distintos. O poder emana do
Povo e em seu nome deve ser exerecido.