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O Limbo das

crianças
Entende-se por limbo, a situação ou
estado dos que morreram sem receber
o batismo antes do uso da razão – por
não possuirem a vida sobrenatural que
comunica este sacramento – e que
tampouco são responsáveis de pecado
pessoal algum.
o É uma dedução teológica diante de questões que os dados bíblicos, magisteriais
e da Tradição não conseguiam responder;
o Este estado corresponderia a felicidade natural plena;
o Nunca foi qualificado pelo magistério da Igreja como verdade de fé.

Portanto, é preciso que todos se convertam a Cristo conhecido pela pregação da


Igreja e que sejam incorporados, pelo Batismo, a Ele e à Igreja, seu corpo. O
próprio Cristo, aliás, ao inculcar por palavras expressas a necessidade da fé e do
Batismo, confirmou também, por isso mesmo, a necessidade da Igreja, na qual os
homens entram pelo Batismo, que é como que a porta de entrada. Por isso, não se
poderiam salvar aqueles que, não ignorando que Deus fundou por intermédio de
Jesus Cristo a Igreja católica como necessária, não quisessem, apesar disso, entrar
nela ou nela perseverar». Por isso também, embora Deus, por caminhos que só
Ele sabe, possa conduzir à fé, sem a qual é impossível ser-Lhe agradável, os
homens que ignoram o Evangelho sem culpa sua, incumbem à Igreja, apesar de
tudo, a obrigação e o sagrado direito de evangelizar.

Ad gentes, 7
 Deus quer a salvação de todos os homens (1Tm 2,4)

 O carinho de Jesus pelas crianças exclui a possibilidade de


Jesus não as querer perto somente pelo fato delas não terem
cumprido um mandato sem culpa pessoal

 Não há dados de que a redenção universal, alcançada por


Cristo, exclui as crianças

Quanto às crianças que morrem sem Batismo, a Igreja não


pode senão confiá-las à misericórdia de Deus, como o faz no
rito do respectivo funeral. De fato, a grande misericórdia de
Deus, «que quer que todos os homens se salvem», e a
ternura de Jesus para com as crianças, que O levou a dizer:
«Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis» (Mc 10,
14), permitem-nos esperar que haja um caminho de
salvação para as crianças que morrem sem Batismo. Por
isso, é mais premente ainda o apelo da Igreja a que não se
impeçam as criancinhas de virem a Cristo, pelo dom do
santo Batismo.

CIC 1261
O Inferno
Fundamentação
bíblico-teológica
■ Um destino sem Deus com a consequência da carência dos
verdadeiros bens que dão sentido à vida do homem;
■ Advém da rejeição por parte dos homem do Deus que os criou e
de Deus aos que não optaram por Ele;
■ Os condenados vivem privados da companhia de Deus e
experimentam o mais profundo sentido de um fracasso total que
perpetuará sua existência
■ A maior pena do inferno não é o sofrimento em si, mas a
consciência de ter perdido a Deus e não ter alcançado o fim para
o qual a alma foi criada (pena do dano)
■ A verdade mais quantitativamente afirmada
no Novo Testamento é a advertência sobre a
possibilidade da condenação
■ A palavra inferno aparece 80 vezes no N. T.
■ 36 vezes falando de sua eternidade (Mt
18,8; 25,41), (Mc 9,46-48), (Mt 3,12), (Mc
9,43), (Lc 16,19-31 – rico epulão)
■ 18 vezes menciona classe de castigos
■ Na pregação de Jesus persiste a possibilidade da condenação
■ Ainda que quantitativamente a palavra inferno não aparece
tanto na pregação de Jesus, isso se deve ao fato que mais que
pregar o inferno, Jesus veio pregar e instaurar o Reino de Deus
■ Em sua pregação o anúncio do perdão sobressai ao da
condenação (Jo 4,4-43, a samaritana; Jo 8,1-11, a mulher pega
em adultério; Lc 15,11-24, Filho pródigo; Lc 23,42-43, ladrão
arrependido)
■ A vontade se torna inamovível quando se acaba essa vida,
portanto, o pecado perdura
■ É como que uma situação na qual se está em um presente sem
sucessão, não há angústia de sucessão de dias
■ “Cada um será julgado segundo as suas
obras” – IV Concílio de Latrão em 1215. O
mesmo nos concílio de Lião II (ano de
1274), e Florença (ano de 1439) onde se
declara que a condenação eterna começa
imediatamente depois da morte.
■ “Os condenados vão para o inferno e são
atormentados por penas infernais” –
Benedictus Deus de Bento XII em 1336
■ “os que corresponderam ao Amor e à
Misericórdia de Deus irão para a vida
eterna; porém os que os tiverem recusado
até a morte serão destinados ao fogo que
nunca cessará” Credo do Povo de Deus,
12
Com a morte, a opção de vida feita pelo homem torna-se definitiva; esta
sua vida está diante do Juiz. A sua opção, que tomou forma ao longo de
toda a vida, pode ter caracteres diversos. Pode haver pessoas que
destruíram totalmente em si próprias o desejo da verdade e a
disponibilidade para o amor; pessoas nas quais tudo se tornou mentira;
pessoas que viveram para o ódio e espezinharam o amor em si mesmas.
Trata-se de uma perspectiva terrível, mas algumas figuras da nossa
mesma história deixam entrever, de forma assustadora, perfis deste
género. Em tais indivíduos, não haveria nada de remediável e a destruição
do bem seria irrevogável: é já isto que se indica com a palavra inferno.

Bento XVI, Spe Salvi, 45


O Inferno
Questões teológicas
 Representações fantasiosas
 Saída de uma civilização muito preocupada com a
Dificuldades em salvação para uma sociedade despreocupada com isso
 Perda do sentido do transcendente
crer no inferno e  A rejeição de uma vida além dessa e as diversas
tentativas de identificar o Reino de Deus com o reino dos
suas penas homens
 A ausência histórica de uma punição aos maus
 A “vivência” de uma fé pessoal sem um conteúdo objetivo;
ou seja, a fé sem a Igreja
Onde fica a bondade de Deus diante da eternidade das penas do inferno?

 Não é Deus que condena o homem, mas o próprio homem que escolhe um estilo de vida que o
conduz a perda do destino final
 A realidade e eternidade do inferno não contradiz o princípio de 1 Tim 2,3
 Deus é empenhado na salvação do homem desde o princípio da criação, se encarna por esse
motivo, morre e ressuscita por isso
 Atribuir a Deus a condenação do homem é não entender nem a Deus, nem a sua missão salvadora
A perdição continua uma real possibilidade, mas não nos é dado
conhecer, sem especial revelação divina, quais os seres humanos
que nela estão efetivamente envolvidos. O pensamento do inferno -
e menos ainda a utilização imprópria das imagens bíblicas - não
deve criar psicoses ou angústia, mas representa uma necessária e
salutar advertência à liberdade, no interior do anúncio de que Jesus
Ressuscitado venceu Satanás, dando-nos o Espírito de Deus, que
nos faz invocar «Abbá, Pai» (Rm 8, 15; Gl 4, 6).

Catequese de São João Paulo II, 28 de jul de 1999


Podemos definir, então, o inferno, não como um lugar subterrâneo, mas como
um estado de espírito, onde a alma sofre, não com fogo físico e chamas que o
destroem, mas com um duplo tormento: o do fracasso pessoal de não ter
alcançado o fim à qual a alma foi criada, assim como, a desarmonia de todos
os seus desejos, anseios e expectativas que não encontram ordenamento nem
possibilidade de se realizar pessoalmente em toda a eternidade.

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