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CÉU – PURGATÓRIO – INFERNO.

PURGATÓRIO.
❑ A nossa Igreja ensina que só poderemos
entrar na comunhão com Deus no céu e
participar de sua glória se estivermos
perfeitamente santificados, sem resquício
algum de pecado.
❑ Diz a carta aos Hebreus: “a santidade sem a
qual ninguém pode ver o Senhor” (Hb12,14)
❑ Deus sabe que são muito poucos os que
morrem perfeitamente santificados, por isso
existe o Purgatório, que não é um lugar – a
alma é espiritual, não ocupa espaço – mas
um estado de purificação.
❑ O Catecismo da Igreja nos ensina sobre a
realidade do Purgatório:
❑ “Os que morrem na graça e na amizade de
Deus, mas não estão completamente
purificados, embora tenham garantida sua
salvação eterna, passam, após sua morte, por
uma purificação, a fim de obter a santidade
necessária para entrar na alegria do Céu”.
❑ “A Igreja denomina Purgatório esta
purificação final dos eleitos, que é
completamente distinta do castigo dos
condenados. A Igreja formulou a doutrina da
fé relativa ao Purgatório sobretudo no
Concílio de Florença (DS 1304) e de Trento
(DS 1820). Fazendo referência a certos trechos
da Escritura (1 Cor 3,15; 1 Pd 1,7), a tradição
da Igreja fala de um fogo purificador” (1030-
1031).
❑ ASPECTOS A CONSIDERAR:
❑ A morte de cada homem marca o fim do estado
de peregrinação e o fim de toda possibilidade de
decisão.
❑ O homem deve fazer sua opção, fazer sua
escolha no arco de tempo entre o nascimento e a
morte.
❑ É neste mundo que o homem tem a
possibilidade de tomar sua decisão definitiva.
O viver neste mundo é o tempo de decisão, de
escolha de como será nossa vida futura.
“Aliás, todos temos de comparecer, às claras,
perante o tribunal de Cristo, para cada um
receber a devida recompensa — prêmio ou
castigo — do que tiver feito, de bem ou de
mal, ao longo de sua vida corporal” (2Cor
5,10).
❑ Existe apenas a possibilidade de uma
purificação dos pecados: o purgatório. A
“Morte é cisão (entre alma e corpo) e decisão
(por ou contra Deus e sua graça).
❑ Na morte dá-se uma iluminação plena sobre
nossa vida, que aparecerá então em toda a
sua transparência. É a grande “hora da
verdade”.
❑ É o momento culminante da nossa vida
terrena. Aí temos uma última chance de
retomarmos nossa vida por inteiro em nossas
mãos e nos pronunciarmos por ou contra a
oferta de graça de Deus.
❑ Somente esta vida e esta história é para o
homem tempo de escolha, de decisão que na
morte se torna decisão definitiva. A teologia
cristã sobre a vida e a morte não admite a
hipótese da reencarnação, da metempsicose
ou transmigração das almas.
❑ A Sagrada Escritura e os Símbolos de fé mais
antigos conhecem somente o juízo final ou
universal por ocasião da volta do Senhor.
❑ A reflexão sobre o juízo particular
imediatamente depois da morte inicia na
Igreja nas obras dos Padres que afirmam um
encontro com o Senhor e uma comunhão
com ele antes do fim do mundo.
❑ Há teólogos que pensam que, diante dessa última
visão de Cristo, não haveria coração que resista
ainda à oferta de seu amor.
❑ o Papa Bento XVI reassumiu, conferindo-lhe assim
maior peso. Eis suas palavras:
❑ “Alguns teólogos recentes são do parecer que o que
fogo que simultaneamente queima e salva é o
próprio Cristo, o Juiz e Salvador. O encontro com ele
é o ato decisivo do Juízo. Ante seu olhar, funde-se
toda a falsidade. É o encontro com ele que
queimando-nos, nos transforma e liberta, para nos
tornar verdadeiramente nós mesmos. (…) Porém, na
dor desse encontro está a salvação. O seu olhar, o
toque do seu coração curanos por meio de uma
transformação certamente dolorosa ‘como pelo
fogo’, mas é uma dor feliz (…) No momento do juízo,
experimentamos e acolhemos esse prevalecer do seu
amor sobre todo o mal do mundo e em nós. A dor do
amor torna-se a nossa salvação e a nossa alegria”.
(BENTO XVI, SPE SALVI, N. 47).
❑ É no Concilio de Lião (1274), na bula
“Benedictus Deus” (1336) e no Concílio de
Firenze que a doutrina do juízo particular
vem afirmada de modo oficial pelo
Magistério.
❑ Desde o período da Escolástica busca-se uma
harmonização entre “esses dois juízos”: o
particular e o final.
❑ A primeira solução foi dada por Tomás de
Aquino, onde o homem é julgado como
pessoal, individual, no juízo particular e
como membro da comunidade humana,
inserido na história será julgado no juízo
universal.
❑ TEMOS QUE COMPREENDER QUE:
❑ O pecado é uma desordem interior de impulsos
desregrados.
❑ Na confissão recebemos o perdão de nossas
culpas, mas a contrição e o arrependimento
encontra em nós uma resistência em nosso
íntimo.
❑ Por isso que a desordem – raiz do pecado, não é
sempre extirpada.
❑ E é essa batalha de cada um: lutar contra essa
desordem e erradicá-la, a fim de chegarmos a
santidade perfeita – comunhão com Deus e vê-lo
face a face.
❑ Se o cristão não chega a essa santidade na sua
vida presente, deverá se libertar dos resquícios
do pecado no além – é o no estado que a Igreja
chama de Purgatório.
❑ Temos que lembrar que a palavra
Purgatório, não existe na Bíblia, mas foi
cunhada pela Igreja, para expressar a
realidade da purificação no além.
❑ Algumas passagens mostram imagens nítidas
do Purgatório:
❑ Lc 12,45-48
❑ Lc 12, 58-59
❑ Mt 5,25-26
❑ Esse ensinamento apoia-se também na
prática da oração pelos defuntos, da qual a
Escritura já fala – assim o Catecismo
relembra:
❑ “Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a
memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu
favor, em especial o sacrifício eucarístico, a fim de
que, purificados, eles possam chegar à visão
beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as
esmolas, as indulgências e as obras de penitência
em favor dos defuntos” (1032)
❑ “A nossa oração por eles (no Purgatório) pode não
somente ajudá-los, mas também torna eficaz a sua
intercessão por nós” (958)
❑ A tradição da Igreja sempre reforçou a essa
prática: rezar pelas almas dos falecidos –
Purgatório, vejamos:
❑ “Levemos-lhe socorro e celebremos sua memória.
Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício
de seu pai (Jó 1,5), por que não deveríamos
duvidar de que nossas oferendas em favor dos
mortos lhes levem alguma consideração?” São
João Crisótomo.
❑ “Numa misteriosa troca de dons, eles (no
Purgatório) intercedem por nós e nós oferecemos
por eles nossa oração de sufrágio” São João Paulo
II.
❑ “A esposa roga pela alma de seu esposo e pede
para ele o refrigério, e que volte a reunir-se com
ele na ressurreição; oferece sufrágio todos os dias
aniversários de sua morte” Tertuliano.
❑ “ Enfim também rezemos pelos Santos Padres e
Bispos e defuntos e por todos em geral que entre
nós viveram; crendo que este será o maior auxílio
para aquelas almas que se reza” São Cirilo.
❑ Vejamos os que os santos falam sobre o
Purgatório:
❑ “Que não vos pareça inútil o ser contínua esta
súplica porque há algumas pessoas que
consideram ruim não rezar muito por sua própria
alma. Que melhor oração do que essa?” Santa
Teresa D’Ávila.
❑ “Mas que doce será a morte para quem já se
penitenciou de seus pecados e não ter de ir para o
Purgatório! Já na terra poderá fluir da glória”
Santa Teresa D’Àvila.
❑ “Está a razão pela qual as almas detidas no
Purgatório padecem grandes dúvidas sobre se hão
sair jamais daquele, e se as suas penas terão fim”
São João da Cruz.
❑ O grande doutor da Igreja, São Francisco de
Sales nos deixou também um ensinamento
maravilhoso sobre o Purgatório. Ele ensinava
que “é preciso tirar mais consolação do que
temor do pensamento do Purgatório. Eis o que
ele nos diz.
❑ 1. As almas ali vivem numa contínua comunhão
com Deus.
❑ 2. Estão perfeitamente conformadas com a
vontade de Deus. só querem o que Deus quer [...]
❑ 3. Purificam-se voluntariamente, amorosamente,
porque assim o quer Deus.
❑ 4. Querem permanecer na forma de agradar a
Deus e por todo o tempo que for da vontade Dele.
❑ 5. São invencíveis na prova e não podem ter um
movimento sequer de impaciência, nem cometer
qualquer imperfeição.
❑ 6. Amam mais a Deus do que a si próprias, com
amor simples, puro e desinteressado.
❑ 7. São consoladas pelos anjos.
❑ 8. Estão certas da sua salvação, com uma
esperança inigualável.
❑ 9. As suas amarguras são aliviadas por uma paz
profunda.
❑ 10. Se é infernal a dor que sofrem, a caridade
derrama-lhes no coração inefável ternura, a
caridade que é mais forte do que a morte e mais
poderosa que o inferno.
❑ 11. O Purgatório é um feliz estado, mais desejável
que temível, porque as chamas que existem lá são
chamas de amor. Tirado do livro: o Breviário da
Confiança. Mons. Ascânio Brandão.
INFERNO.
❑ A palavra inferno é um substantivo derivado
do vocábulo latino infra – significa: “lugar
inferior”.
❑ Segundo a concepção antiga: debaixo da terra
havia um compartimento reservado aos
ímpios.
❑ Atualmente essa imagem não tem mais valor,
embora permaneça o conceito de uma vida no
além sem Deus e de sofrimento.
❑ O Catecismo da Igreja ensina que:
❑ “seguindo o exemplo de Cristo, a Igreja adverte
os fiéis acerca da triste e lamentável realidade
da morte eterna, denominada também de
inferno”.
❑ “A pena principal do Inferno consiste na
separação eterna de Deus, o Único em que o
homem pode ter a vida e a felicidade para as
quais foi criado e às quais aspira”. Notem
que o Catecismo faz questão de evitar a
palavra lugar para designar o inferno, mas
fala de “estado” e, isso, justamente para
evitar o mal-entendido de determinar
fisicamente o inferno. O papa não se refere
ao inferno como lugar físico e nem mesmo os
“sofrimentos” infernais como físicos. Aliás,
nestes textos analisados, se quer toca na
questão do “fogo do inferno” (CIC, 1035).
❑ Bento XVI, em sua última encíclica, a Spe
Salvi, sobre a Esperança Cristã, publicada
em 2007, volta à questão escatológica, mas
seu objetivo é falar da esperança de salvação
e não de uma possível condenação, embora
real, quando fala do inferno, ele afirma:
❑ “Pode haver pessoas que destruíram
totalmente em si próprias o desejo da verdade e
a disponibilidade para o amor; pessoas nas
quais tudo se tornou mentira; pessoas que
viveram para o ódio e espezinharam o amor
em si mesmas. Trata-se de uma perspectiva
terrível, mas algumas figuras da nossa mesma
história deixam entrever, de forma
assustadora, perfis desse gênero. Em tais
indivíduos não haveria nada de remediável e a
destruição do bem seria irrevogável: é isso que
se indica com a palavra inferno” (SPE SALVI,
45).
❑ Jesus falou muitas vezes da possibilidade da
pessoa viver a condenação eterna se não
aderir ao amor de Deus.
❑ Fundamentação bíblica do inferno é clara:
❑ Mt 25, 31-46 – divisão dos homens em fiéis e
infiéis e o destino de todos.
❑ Mt 5,29 – O olho como ocasião de pecado –
extirpar para não ter o corpo jogado na
geena.
❑ Mt 13,49-50 – a separação dos maus por meio
dos anjos.
❑ Ef 5,5 – os verdadeiros idólatras – dissolutos,
impuros e avarentos – não terá a herança
eterna.
❑ Gl 5,20-21: As obras da carne e as obras do
Espírito.
❑ 1Cor 6,9-10: aqueles que não possuirão o
Reino de Deus.
❑ Jesus fala muitas vezes da “Geena” – fogo
que não se apaga, reservado aos que recusam
até o fim de sua vida crer e converter-se, e no
qual se pode perder ao mesmo tempo a alma
e o corpo.
❑ Jesus anuncia em termos graves que
“enviará seus anjos, e eles erradicarão de seu
Reino todos os escândalos e os que praticam
a iniquidade, e os lançarão na fornalha
ardente” – Mt 13, 41-42.
❑ OUTROS ASPECTOS A CONSIDERAR:
❑ O Magistério sempre afirmou que o inferno é
“real”. Isso não quer dizer “físico”. Há aqui um
preconceito, comum no mundo moderno, que o
que é real é físico.
❑ Afirmar que o inferno é real, quer dizer que ele
existe, não se reduz a uma figura de linguagem.
❑ O sofrimento que esta “situação” infernal
comporta, deverá ser adequada a este novo
modo de existir, que pode ser dito somente
com as palavras do Catecismo: uma
separação eterna de Deus. Em relação ao que
isto significa, não podemos afirmar nada, já
que o ser humano ainda não fez a experiência
de existir completamente sem Deus.
❑ A respeito do inferno (e consequentemente
do diabo), é preciso que nos lembremos
sempre de ao menos dois princípios:
❑ Nossa fé é primeiramente voltada para Deus
Trino. Ele sim é onipotente, onipresente e
onisciente. Portanto, também nosso discurso
e nossa evangelização deverão falar
primeiramente da bondade de Deus e não do
diabo! Seria um grave equívoco pautar nossa
fé e nosso discurso não prioritariamente no
amor de Deus, mas na ameaça aterradora do
diabo.
❑ Que o inferno existe é uma verdade de nossa
fé. Mas ele deve ser interpretado como uma
exceção e não regra. Do contrário o projeto
salvífico do Pai e a morte do Filho seriam em
vão. Além do que, é dever cristão desejar e
rezar para que todos se salvem, inclusive os
“inimigos”. Isto é consequência do
mandamento do amor de Jesus. Von
Balthasar dizia que: “por verdade de fé deve-
se afirmar que o inferno exista; mas por
dever cristão deve- se desejar que esteja
vazio!”
❑ Diz o catecismo da Igreja Católica:
❑ “As afirmações da Sagrada Escritura e os
ensinamentos da Igreja a respeito do Inferno são
um apelo ao sentido de responsabilidade com que
o homem deve usar da sua liberdade, tendo em
vista o destino eterno. Constituem, ao mesmo
tempo, um apelo urgente à conversão: «Entrai
pela porta estreita, pois larga é a porta e espaçoso
o caminho que levam à perdição e muitos são os
que seguem por eles. Que estreita é a porta e
apertado o caminho que levam à vida e como são
poucos aqueles que os encontram!» (Mt 7, 13-14):
«Como não sabemos o dia nem a hora, é preciso
que, segundo a recomendação do Senhor, vigiemos
continuamente, a fim de que, no termo da nossa
vida terrena, que é só uma, mereçamos entrar com
Ele para o banquete de núpcias e ser contados
entre os benditos, e não sejamos lançados, como
servos maus e preguiçosos, no fogo eterno, nas
trevas exteriores, onde "haverá choro e ranger de
dentes”» (1036)
❑ Importante ressaltar aqui: “Deus quer que todos os
homens se salvem e cheguem ao conhecimento da
verdade” (1Tm 2,4) e Cristo morreu na cruz para
isto.
❑ Mas o homem pode, por abuso de sua liberdade,
frustrar esse desígnio de Deus. Ele respeita a nossa
liberdade e não nos obriga voltar-nos para Ele.
❑ A recusa a Deus começa nesta vida e se prolonga
no além, caso a criatura morra consciente e
voluntariamente avessa ao Senhor.
❑ Não podemos dizer, portanto, que Deus nos
condena, nós nos condenamos; que Deus nos
castigue, nós nos castigamos nos afastando d’Ele,
única fonte de vida plena; contra o que
popularmente se costuma dizer: Deus não nos
“manda para o inferno”, somos nós que “vamos
por conta própria”, e isso contra a vontade d’Ele.
❑ Embora o Evangelho fale de “fogo” do inferno, não
se trata de fogo igual ao que se conhece na terra,
mas se trata de uma pena que os teólogos explicam
como uma réplica das criaturas materiais que todo
pecado neste mundo maltrata e violenta.
❑ Assim ninguém deve imaginar o inferno como um
caldeirão de enxofre fumegante, no qual os
demônios com tridentes espetam e atormentam os
réprobos.
❑ O Concílio de Trento (1545-1563) pediu sobriedade
aos mestres e pregadores que pregam sobre o
inferno: este, antes do mais, é a voluntária perda
do Bem Infinito (e insubstituível), Bem para o qual
a criatura humana foi feita. E este estado não tem
fim, após a vida presente não é possível a criatura
mudar de opção.
❑ Os santos que tiveram visões do inferno
relatam que entre os sofrimentos que eles
apontam, estão:
❑ Dor contínua da perda de Deus.
❑ O remorso da consciência.
❑ O triste destino eterno.
❑ Concluindo: o cristão não deve temer o inferno,
mas viver no amor de Deus, mesmo
caminhando nesta vida entre nossas quedas,
Deus entende a nossa miséria e estende a nós
sua misericórdia.
❑ Até o último instante de nossa vida, Deus busca
a salvação de todos. Por isso Jesus morreu na
Cruz. O que mais Deus não faria para nos
salvar?
CÉU.
❑ “O desejo de Deus está inscrito no coração do
homem, já que o homem por Deus e para
Deus; e Deus não cessa de atrair o homem a
si, e somente em Deus o homem há de
encontrar a verdade e a felicidade que não
cessa de procurar” – CIC 27.
❑ “Mas essa “união íntima e vital com Deus,
pode ser esquecida, ignorada a até rejeitada
explicitamente pelo homem” –CIC 29.
❑ Esta formação tem por objetivo aprofundar
sobre as três realidades que nossa alma pode
chegar, dependendo de como será o nosso
caminhar neste mundo.
❑ Antes de mais nada, ao falar dessas
realidades, estamos falando de dogmas.
❑ Segundo o CIC nº89: “os dogmas são luzes
no caminho de nossa fé que o iluminam e
tornam seguro. Na verdade, se a nossa vida
for reta, nossa inteligência e nosso coração
estarão abertos para acolher a luz dos
dogmas da fé.
❑ Diante do exposto vamos explicitar sobre
essas três realidades:
❑ CÉU – é o fim último e a realização das
aspirações mais profundas do homem, o
estado de felicidade suprema e definitiva.
❑ São Paulo ao falar de Céu, expressa com
grande alegria, vejamos:
❑ “Somos cidadãos do Céu! É de lá que também
esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”.
[...] Fl 3,20-21.
❑ “Tenho para mim que os sofrimentos da vida
presente não tem proporção alguma com a
glória futura que nos deve ser manifestada”
Rm 8,18
❑ “A nossa presente tribulação, momentânea e
ligeira, produz em nós um peso eterno de
glória incomensurável” 2Cor 4,17
❑ A Igreja ensina que:
❑ “Os que morrem na graça e na amizade de Deus,
e que estão totalmente purificados, vivem para
sempre com Cristo. São sempre semelhantes a
Deus, porque o veem “tal como ele é (1Jo 3,2),
face a face” (1Cor 13,12) (CIC 1023). “Verão a
sua face e o seu nome estará nas suas frontes” (Ap
22,4).
❑ Segundo o Papa Paulo VI no Credo do Povo de
Deus, diz:
❑ “Cremos que a multidão das almas que estão
reunidas em torno de Jesus e de Maria no paraíso
forma a Igreja do Céu, onde na beatitude eterna
veem a Deus tal como Ele é, e onde estão também,
em graus diversos, associadas com os santos anjos
ao governo divino exercido pelo Cristo na glória,
intercedendo por nós e ajudando nossa fraqueza
por sua solicitude fraterna” (CPD 29)
❑ O texto fala de uma das dimensões da Igreja: a
Igreja Triunfante, que está em comunhão com as
outras duas dimensões: A Padecente (as almas do
Purgatório) e a Militante (nós que estamos na
Terra).
❑ IGREJA TRIUNFANTE: são todos aqueles que
se encontram em estado de graça, possuem o Céu.
❑ A salvação é gratuita, mas depende da
misericórdia de Deus – fomos feridos pelo pecado,
mas chamados a Bem Aventuranças – Mt 5,12.
❑ No Céu só há os vitoriosos – os triunfantes – nele
só há os santos – os que presenciam a Glória de
Deus, viverão eternamente em santidade.
❑ Esta é a beleza infinita da Igreja Triunfante – o
Céu.
❑ O Papa Bento XII (1334 – 1342), pela Constituição
“Benedictus Deus”, de 29/01/1336, definiu como
dogma de fé a realidade do céu e que as almas dos
que morrem em perfeito estado de santidade ali
estarão:
❑ “Com a nossa autoridade apostólica definimos que,
segundo a disposição geral de Deus, as almas de
todos os santos mortos antes da Paixão de Cristo [...],
e de todos os outros fiéis mortos depois de receberem
o santo Batismo de Cristo, nos quais não houve nada
a purificar quando morreram, [...], ou ainda, se
houve ou há algo a purificar, quando depois de sua
morte, tiverem acabado de fazê-lo [...], antes mesmo
da ressurreição em seus corpos e do juízo geral , e
isto desde a Ascensão do Senhor e Salvador Jesus
❑ Cristo ao céu, estiverem , estão e estarão no céu,
no Reino dos Céus e no paraíso celeste com
Cristo, admitidos na sociedade dos santos anjos.
Desde a Paixão e a Morte de Nosso Senhor Jesus
Cristo, viram e veem a essência divina com uma
visão intuitiva e até face a face, sem a mediação
de nenhuma criatura”
❑ A Igreja chama de Céu, a vida de comunhão
perfeita com a Santíssima Trindade, com a
Virgem Maria, os anjos e todos os bem-
aventurados.
❑ O céu é a comunidade bem-aventurada de todos
os que estão perfeitamente incorporados a
Cristo.
❑ OUTROS ASPECTOS A CONSIDERAR:
❑ Não podemos continuar falando das três
realidades, sem levar em consideração, alguns
pontos:
❑ 1. O SER HUMANO DIANTE DA MORTE: O
confronto com thanatos: É a pergunta (e a
resposta) que se dá a questão da morte que dá
sentido a vida. Se não existe nada além dessa
vida – a vida mesma se torna absurda.
❑ O homem é a única criatura que tem
consciência do dever morrer. A certeza da
morte está presente em cada ser humano. A
certeza da morte já nos acompanha no
horizonte da própria vida.
❑ A morte é um mistério que permeia a existência
humana. É um mistério porque por mais que
saibamos hoje sobre o fato que chamamos morte,
tudo o que sabemos refere-se à morte do outro.
❑ A morte é um fato universal: atinge a todos. Nos
iguala a todos: frente à morte desaparecem todas as
diferenças culturais, raciais, econômicas,
intelectuais, etc.
❑ 2. A MORTE NA BÍBLIA: A tradição bíblica
consagra muito mais atenção à escatologia
comunitária que à individual. Encontramos na
Palavra dois grupos de textos:
❑ Aqueles que ensinam que com a morte termina o
tempo de prova, de decisão: com a morte termina
este tempo de decidir-se por ou contra Deus (Sb 2-
5; Mt 13,37s; 25,34ss; Jo 3,17ss; 5,29; 12,47ss;
particularmente: 2Cor 5,10 e Hb 9,27).
❑ Aqueles que ensinam que com a morte começa
a retribuição definitiva: esta ideia é
desconhecida do AT; ela pressupõe a revelação
neo-testamentária: Lc 23,42s (Ap 1,6).
❑ 3. MORTE E SENTIDO DA VIDA: A morte é
um fato humano. Só o homem morre. Os outros
seres desaparecem. Isto significa que só o
homem tem consciência que deve morrer.
❑ Diante da morte, a única resposta realmente
consoladora vem da fé. Fé que não esvazia o
significado presente da vida, mas o plenifica - e
por isso mesmo não é uma fuga, como tantos
quiseram interpretá-la.
❑ A fé nos leva mais longe, abre nossos olhos para
uma realidade que transcende a imediaticidade
de nosso cotidiano. Como nos diz a carta aos
Hebreus: “A fé é um modo de já possuir aquilo
que se espera, é um meio de conhecer
realidades que não se veem”
❑ E nossa fé assenta-se na ressurreição de Jesus
Cristo. É a única resposta plausível diante da
morte. “Se com Ele morremos, com ele
viveremos” (2Tim 2, 11)
❑ AS IMAGENS DO CÉU NA BÍBLIA.
❑ Como é impossível explicar em palavras o
mistério do céu: a Bíblia fala dele em imagens:
❑ Vida.
❑ Luz.
❑ Paz
❑ Festa de Casamento – Jo 2.
❑ Vinho do Reino.
❑ Casa do Pai –Jo 14.
❑ Jerusalém Celeste – Ap 21 e 22.
❑ Banquete – Mt 8,11; 22, 2-14; 26,29; Lc 13,24;
14,16; Ap 3,20; 19,9.
❑ A imagem do banquete era usual no judaísmo –
representava a era messiânica sob a forma de
uma festa.
❑ Jesus retoma essa imagem para ensinar a
intimidade dos bem aventurados com Deus e a
comunhão dos justos entre si.
❑ A Igreja chama de “visão beatífica” a
contemplação de Deus no céu pelo homem,
quando Ele mesmo se revela ao homem e o
capacita para contemplar a sua glória celeste.
❑ O QUE OS SANTOS FALAVAM SOBRE O CÉU:
❑ Santa Teresinha: “Tenho sede do Céu, dessa mansão
bem aventurada, onde se amará Jesus sem restrições .
Mas para lá chegar é preciso sofrer e chorar[...]”
❑ Santo Tomás de Aquino: “A contemplação da
Essência divina – não absorve os santos de maneira a
impedir-lhes a percepção das coisas sensíveis, a
contemplação das criaturas e a sua própria ação.
Reciprocamente, essa percepção, essa contemplação e
essa ação não os podem distrair da visão beatífica de
Deus[...]
❑ São Francisco Xavier: “ Peço a Deus que, se não
pudermos nos tornar a ver na terra, gozemos unidos na
feliz eternidade o repouso que não se pode encontrar na
vida presente [...]”
❑ FONTES:
❑ AQUINO, Felipe Rinaldo Queiroz de. Os Dogmas da
Fé: A doutrina católica – 2ªed. Lorena : Cleófas, 2012.
❑ STEVANELI, José Adriano. Disciplina: Escatologia.
Campo Grande: UCDB, 2017. 82 p.

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