Você está na página 1de 8

HISTÓRIA DO DIREITO

PORTUGUÊS

REFORMA DOS FORAIS


HUMANISMO JURÍDICO
EXTRAVAGANTES DE DUARTE NUNES DE LEÃO

ORDENAÇÕES FILIPINAS
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
Séc. XV: desactualização dos forais
Pedidos de reforma (agravos dos concelhos) dos forais
apresentados em Cortes (reinados de D. Afonso V, de D. João II
e de D. Manuel)
1. preceitos revogados pela legislação geral (v.g. relativos à
administração, direito penal, processo civil)
2. preceitos obsoletos e em desuso
a) referência a pesos, medidas e moedas fora de uso
b) incerteza resultante providências estabelecidas com vista à actualização
monetária das prestações
c) linguagem desatualizada e dúvidas de interpretação
3. estado de deterioração e dúvidas de autenticidade
A transformação dos forais em “meros registos de tributos”
(inclusão de leis gerais como a lei da vizinhança) e…obras de arte
Fortalecimento do poder real e uniformização jurídica
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS

Conclusão da reforma em 1520


Acompanhada: Ordenação e Regimento dos Pesos; e Regimento
dos Oficiais das Cidades, Vilas e Lugares destes Reinos (entre
1502 e 1504)
Uma nova classificação:
Forais Novos ou Manuelinos
Forais Velhos
Forais Novíssimos (posteriores à reforma; em número
muito reduzido)
Termina aqui a “carreira” dos forais como “estatutos
político-concelhios”
Seriam extintos no Século XIX por Mouzinho da Silveira
(Decreto de 13 de Agosto de 1832; confirmação da Carta de Lei
de 22 de Junho de 1846)
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
Humanismo: Renascimento da antiguidade romana e grega – restauração da pureza da cultura antiga 
desejo de voltar ao direito romano e latim puros. Este movimento diz respeito a todas as áreas da cultura e,
inevitavelmente, também ao Direito.

Cuja: Autor
francês,
HUMANISMO JURÍDICO
fundador da
Escola CujacianaMOS GALLICUS
Escola Cujaciana; Escola dos Juristas Cultos; Escola
Histórico-Crítica; Escola Culta, Elegante…
• O quadro geral do Renascimento e do Humanismo
(restauração erudita dos textos da Antiguidade clássica)
• Decadência da escola dos comentadores (uso rotineiro da
metodologia escolástica; utilização pouco criativa das
opiniões precedentes; impreparação histórica; deselegância
do estilo e desconhecimento das “bonae litterae”)
• André Alciato; Cujácio (Jacques Cujas); António de Gouveia…
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
• O direito romano como manifestação da cultura clássica
• Renovação (“renovatio”), restituição (“restitutio”) e
historicismo
• Contestação da metodologia medieval (v.g. Bártolo), do
“barbarismo linguístico” e da deturpação do direito romano.
Lorenzo Valla
• “Mos gallicus” versus “mos italicus”: um “direito teórico”
e um “direito prático”
• Tendência filológico-crítica: estudo crítico das fontes romanas
(as interpolações) e a reconstrução dos textos clássicos
• Procura do direito romano “puro”: qual?...
• Impulso racionalista (razão e direito romano)
• Liberdade e autonomia do jurista na exegese da lei: “a
autoridade era substituída pela liberdade frente ao texto, pela
razão”
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS

O efémero movimento humanista


Impacto em Portugal
• Da virulência do ataque aos comentadores à moderação
nacional
• Juristas portugueses no estrangeiro, mas escassa
influência da escola em Portugal: os que não regressaram;
os que perderam “as ilusões” humanistas; os que se
desinteressaram pelo direito.
• Bártolo: ainda “iuris lucerna” e “supremus doctor”. As
Ordenações
• Racionalismo iluminista: a vingança e o vingar do
humanismo jurídico
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS

COLEÇÃO DE LEIS EXTRAVAGANTES DE DUARTE


NUNES DE LEÃO

• Iniciativa: Cardeal D. Henrique (regente, menoridade de D.


Sebastião)
• Licenciado Duarte Nunes de Leão (procurador da Casa da
Suplicação)
• Alvará de 14 fevereiro de 1569: força vinculativa.
• I Compilação (manuscrita, 4 partes). II Compilação, edição
“princeps”, 1569 (única durante a sua vigência)
• Seis partes (Parte III: lei de D. João III sobre a “ordem do
juízo”)
• Resumo e excertos das leis (não transcrição integral)
• Leis e assentos
• Vigorou paralelamente às O.M.
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS

ORDENAÇÕES FILIPINAS
Elaboração: Filipe I
• Substituição da Casa do Cível pela Relação do Porto
• Lei da Reformação da Justiça
• Aproveitamento político? Nada “espanholizantes”…
• Jorge de Cabedo; Afonso Vaz Tenreiro; Duarte
Nunes de Leão
Conclusão e aprovação: 1595. Início da vigência: 1603, Filipe
II
Sistematização e conteúdo
Direito subsidiário. Alteração sistemática e seu significado
(O.F. L.III. T.64)
Confirmação por D. João IV: 1643 (revolução de 1640)
Apreciação crítica: os “filipismos”

Você também pode gostar