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DIREIT DIREITO
O
T
Direito
emas de teoria do
direito. A palavra direito possui mais de um significado correlato:
ANTROP
 sistema de normas de conduta imposto por um conjunto de instituições para regular as relações sociais: o que o
OLOGIA DO sentido, equivale ao conceito de "ordem jurídica". Este significado da palavra pode ter outras ramificações:
DIREITO
Análise o como o sistema ou conjunto de normas jurídicas de um determinado país ou jurisdição ("o direito portu
o como o conjunto de normas jurídicas de um determinado ramo do direito ("o direito penal", "o direito d
econômica do
 faculdade concedida a uma pessoa para mover a ordem jurídica a favor de seus interesses: o que os ju
direito quiser" ou "ele tinha direito àquelas terras".
Constitui  ramo das ciências sociais que estuda o sistema de normas que regulam as relações sociais: o que os juri
conseguir um bom emprego".
ção da República
Federativa do Apesar da existência milenar do direito nas sociedades humanas e de sua estreita relação com a civilização (costuma-se
Brasil de 1988 conceito e de sua natureza. Mas, qualquer que sejam estes últimos, o direito é essencial à vida em sociedade, ao definir d
vão desde uma simples corrida de táxi até a compra de um imóvel, desde uma eleição presidencial até a punição de um cr
Crítica
Jurídica O direito é tradicionalmente dividido em ramos, como o direito civil, direito penal, direito comercial, direito constituc
Direito aspectos da vida em sociedade.
comparado
No mundo, cada Estado adota um direito próprio ao seu país, donde se fala em "direito brasileiro", direito português"
Direito e principais são o grupo dos direitos de origem romano-germânica (com base no antigo direito romano; o direito portugu
moral inglês e o estadunidense), embora também haja grupos de direitos com base religiosa, dentre outras (ver Direito compara
as relações entre Estados no plano internacional.
Estudos
críticos do direito Etimologia
FILOSO
A palavra "direito" vem do latim directus, a, um, "que segue regras pré-determinadas ou um dado preceito", do particípi
FIA DO DIREITO
grafia atual (documentada no século XIII).
Hermenê
utica jurídica Para outros autores, a palavra faz referência à deusa romana da justiça, Justitia, que segurava em suas mãos uma balança
HISTÓRI
As línguas românicas ocidentais compartilham a mesma origem para a palavra "direito": diritto, em italiano, derecho, em
A DO DIREITO têm origem germânica (riht), do indo-europeu *reg-to- "movido em linha reta".O termo indo-europeu é a origem do latim
SOCIOL
OGIA DO Em latim clássico, empregava-se o termo IVS (grafado também ius ou jus), que originalmente significava "fórmula reli
"direito objetivo" (ius est norma agendi) e "direito subjetivo" (ius est facultas agendi). Segundo alguns estudiosos, o te
DIREITO sânscrita ju, "ligar". Mais tarde, ainda no período romano, o termo directum (ver acima) passou a ser mais empregado p
Teoria "governar", donde os termos latinos rex, regula e outros.
Geral do Direito
O latim clássico ius, por sua vez, gerou em português os termos "justo", "justiça", "jurídico", "juiz" e muitos outros
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Natureza

Natureza da norma jurídica

O direito difere das demais normas de conduta pela existência de uma sanção pelo seu descumprimento. Na foto, policiai

A vida em sociedade e as conseqüentes interrelações pessoais exigem a formulação de regras de conduta que discipline
chamadas normas éticas ou de conduta, podem ser de natureza moral, religiosa e jurídica. A norma do direito, chamada
deixe de fazer algo, objetivamente, e atribuindo responsabilidades, direitos e obrigações. Compare-se com as normas mor

Outra característica a distinguir a norma jurídica é a existência de uma sanção obrigatória para o caso de seu descum
descumprimento da regra moral não é organizada, sendo, ao revés, difusa por toda a sociedade.

Nem toda norma de conduta, portanto, é jurídica. A sociedade atribui a proteção máxima do direito a apenas alguns valor

O direito constitui, assim, um conjunto de normas de conduta estabelecidas para regular as relações sociais e garantidas p
pois da natureza da norma de direito a existência de uma ameaça pelo seu não-cumprimento (sanção) e a sua imposição
paz e a organização sociais). Alguns juristas, entretanto, discordam da ênfase conferida à sanção para explicar a natureza

As normas jurídicas têm por objetivo criar direitos e obrigações para pessoas, quer sejam pessoas naturais, quer pessoas j
de proteger direitos ou gerar obrigações para pessoas, ainda que, modernamente, o interesse protegido possa ser o de toda

Direito positivo e direito natural

Dá-se o nome de "direito positivo" ao conjunto de normas em vigor ditadas e impostas por um Estado em dado território
determinado Estado, é necessariamente peculiar àquele Estado e varia segundo as condições sociais de uma determinada
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, promulgada durante a Revolução Francesa, é um exemplo da incorp

Os filósofos gregos foram os primeiros a postular uma distinção entre o direito positivo, fundado na lei posta pelos hom
efetivo. O direito romano também acolheu a distinção, contrapondo o ius civile (posto pelos cidadãos de um lugar e apen
de conteúdo imutável, o que corresponde à definição de direito natural.Na Idade Média, os juristas identificavam a natu
direito positivo derivariam do direito natural.

Embora o conceito de direito natural surja na Grécia antiga e seja tratado pelos juristas romanos, sua importância para o d
direito e propugnava a existência de um direito natural (por exemplo, os direitos fundamentais do homem) acima do dire
representou, historicamente, uma forma de libertação em relação à ordem jurídica imposta pelas autoridades das monarq
de codificação orientado pela razão, apontada, naquela altura, como base do direito natural.

A codificação de normas tidas como imutáveis e eternas - cerne da teoria do direito natural - foi parcialmente responsáv
independência à ciência do direito, em meio às demais ciências sociais. Surge assim o juspositivismo.

Os que defendem a existência do direito natural e o estudam denominam-se "jusnaturalistas". Contrapõem-se a estes os
direito eterno, imutável e geral para todos os povos, afirmando que direito é apenas o que é imposto pela autoridade.

No século XX, surgiram correntes do pensamento jurídico que procuram conciliar ou sintetizar os pontos de vista jusna
direitos e liberdades fundamentais ao direito positivo (em geral, nas constituições modernas) e com a consolidação do Est

Fontes

As normas do direito são criadas, modificadas e extintas por meio de certos tipos de atos, chamados pelos juristas de font

Historicamente, a primeira manifestação do direito é encontrada no costume, consubstanciado no hábito de os indivídu


sociais passaram a incumbir um chefe ou órgão coletivo de ditar e impor as regras de conduta, o que fez com que o direito
ou menor grau, ambas as fontes - o costume e a lei - convivem no direito moderno, juntamente com outras importantes fo

Tradicionalmente, consideram-se fontes do direito as seguintes:

 a lei: entendida como o conjunto de textos editados pela autoridade superior (em geral, o poder Legislativo ou
regulamentos administrativos.
 o costume: regra não escrita que se forma pela repetição reiterada de um comportamento e pela convicção geral
 a jurisprudência: conjunto de interpretações das normas do direito proferidas pelo poder Judiciário.
 os princípios gerais de direito: são os princípios mais gerais de ética social, direito natural ou axiologia jurídica,
o sistema jurídico.
 a doutrina: a opinião dos juristas sobre uma matéria concreta do direito.

Outra escola enxerga na vontade (individual, de um grupo ou da coletividade como um todo) o elemento essencial da
sensu como fontes do direito: um negócio jurídico, uma sentença e a vontade unilateral, por exemplo.Outros estudiosos, p

Cada direito nacional atribui importância maior ou menor a cada uma das fontes. Como regra geral, os países de tr
secundárias, na ausência de norma decorrente da lei. Já os países que adotam o sistema da Common Law atribuem maior

Classificação

Direito público e direito privado

A tradicional dicotomia do direito em direito público e direito privado remonta aos antigos romanos, com base na distin
Estado e à sociedade e que merecem ter posição privilegiada. Trata-se de distinção que perdura até hoje, por vezes nebulo

Há diversos critérios para diferenciar regras de direito público e de direito privado. Os três mais difundidos são:

 critério do interesse: predominância do interesse público ou do interesse privado;


 critério da qualidade dos sujeitos: intervenção do Estado ou de outros entes públicos na relação jurídica; e
 critério da posição dos sujeitos: se o Estado age como ente soberano, com ius imperii, ou se age de igual para igu

Como regra geral, entendem-se como pertencentes ao direito público as normas que regulam as relações em que o Esta
igual com o indivíduo (por exemplo, no caso de empresas estatais), a matéria poderá ser da alçada do direito privado.
processual.

Já o direito privado não cuida apenas dos interesses individuais mas inclui também a proteção de valores caros à soc
comercial.

O direito privado baseia-se no princípio da autonomia da vontade, isto é, as pessoas gozam da faculdade de estabelecer en
somente pode fazer o que é previsto em lei. A autonomia da vontade também está sujeita ao princípio da legalidade, mas

Alguns ramos do direito são considerados mistos, por ali coincidirem interesses públicos e privados, como o direito do tra

Ramos do direito

O direito divide-se em ramos de grande diversidade. A relação a seguir não é exaustiva:

 Direito Administrativo

o Direito Aeronáutico
 Direito Alternativo
 Direito Ambiental
o Direito de Águas
 Direito Bancário
 Direito Canônico
 Direito Civil
 Direito Crítico
o Direito de Família
o Direito das Obrigações
o Direito das Sucessões
o Direito das Coisas

 Direito Imobiliário
 Direito do Consumidor
 Direito da Criança e do Adolescente
 Direito Constitucional
 Direito do Estado
 Direito Desportivo
 Direito Econômico
 Direito Eleitoral
 Direito Empresarial ou Comercial
 Direito Societário
 Direito Marítimo
 Direito Financeiro
 Direito Fiscal
 Direito Tributário
 Direitos Humanos
 Direito Indígena
 História

A história do direito está ligada ao desenvolvimento das civilizações. O direito do antigo Egito, que
data de pelo menos 3000 a.C., incluía uma compilação de leis civis que, provavelmente dividida em
doze livros, baseava-se no conceito de Ma'at e caracterizava-se pela tradição, pela retórica, pela
igualdade social e pela imparcialidade. Em cerca de 1760 a.C., o rei Hamurábi determinou que o direito
babilônio fosse codificado e inscrito em pedra para que o povo pudesse vê-lo no mercado: o chamado
Código de Hamurábi. Neste caso, tal como o direito egípcio, poucas fontes sobreviveram e muito se
perdeu com o tempo. A influência destes exemplos jurídicos antigos nas civilizações posteriores foi,
portanto, pequena. O mais antigo conjunto de leis ainda relevante para os modernos sistemas do direito
é provavelmente a Torá do Velho Testamento. Na forma de imperativos morais, como os Dez
Mandamentos, contém recomendações para uma boa sociedade. A antiga cidade-Estado grega de
Atenas foi a primeira sociedade baseada na ampla inclusão dos seus cidadãos, com exceção das
mulheres e dos escravos. Embora Atenas não tenha desenvolvido uma ciência jurídica nem tivesse uma
palavra para o conceito abstrato de "direito", o antigo direito grego continha grandes inovações
constitucionais no desenvolvimento da democracia.
Primeira página da edição original (1804) do Código Napoleônico, um dos primeiros e mais influentes
códigos civis da história.

Considerado uma ponte entre as antigas experiências do direito e o mundo jurídico moderno, o direito
romano foi fortemente influenciado pelos ensinamentos gregos, mas suas regras detalhadas e
sofisticadas foram desenvolvidas por juristas profissionais. Ao longo dos séculos transcorridos entre a
ascensão e a queda do Império Romano, o direito foi adaptado para lidar com as mudanças sociais e
passou por um grande esforço de codificação por ordem do Imperador Justiniano I, o que resultou
no Corpus Iuris Civilis. O conhecimento do direito romano perdeu-se na Europa Ocidental durante a
Idade Média, mas a disciplina foi redescoberta a partir do século XI, quando juristas medievais,
posteriormente conhecidos como "glosadores", começaram a pesquisar os textos jurídicos romanos e a
usar os seus conceitos. O direito romano - e o sistema jurídico nele baseado - afetou o desenvolvimento
do direito em todo o mundo. É o fundamento dos códigos da maior parte dos países da Europa e
desempenhou um importante papel no surgimento da ideia de uma cultura europeia comum.

Na Inglaterra medieval, os juízes reais começaram a desenvolver um conjunto de precedentes que viria
a tornar-se a Common Law.

Aos poucos, formou-se na Europa medieval a Lex Mercatoria, que permitia aos mercadores comerciar
com base em práticas padronizadas. A Lex Mercatoria, precursora do direito comercial moderno,
enfatizava a liberdade de contratar e a alienabilidade da propriedade.Quando o nacionalismo
recrudesceu nos séculos XVIII e XIX, a Lex Mercatoria foi incorporada ao direito interno dos diversos
países do continente em seus respectivos códigos civis. O Código Napoleônico e o Código Civil
Alemão tornaram-se as leis civis mais conhecidas e influentes.

A Índia e a China antigas possuíam tradições distintas em matéria de direito, com escolas jurídicas
historicamente independentes. O Arthashastra, datado de cerca de 400 a.C., e o Manusmriti, de 100,
constituíam tratados influentes na Índia e que eram consultados em questões jurídicas. A filosofia
central de Manu, tolerância e pluralismo, era citada de um lado ao outro do sudeste da Ásia.Esta
tradição hinduísta, juntamente com o direito muçulmano, foi suplantada pelo Common Law quando a
Índia se tornou parte do Império Britânico. A Malásia, Brunei, Cingapura e Hong Kong também o
adotaram. A tradição jurídica do leste da Ásia reflete uma mistura singular entre o religioso e o secular.
O Japão foi o primeiro país da área a modernizar o seu sistema jurídico conforme o exemplo ocidental,
ao importar partes dos códigos civis francês e alemão.Do mesmo modo, o direito chinês tradicional foi
modernizado segundo o padrão ocidental nos anos finais da dinastia Qing, na forma de seis códigos de
direito privado baseados no modelo japonês do direito alemão. O direito da República Popular da
China sofreu forte influência do direito socialista soviético, que basicamente hipertrofia o direito
administrativo às expensas do direito privado. Hoje, entretanto, a China tem promovido reformas na
sua ordem jurídica, ao menos no que se refere aos direitos econômicos, como no caso do novo código
de contratos de 1999.

     

O papel do Estado
A sociedade medieval constituía-se de uma diversidade de agrupamentos sociais, cada um com uma o
Estado (que ainda não existia em sua acepção moderna), mas pela sociedade civil, por meio do costum
social, ou até mesmo com o recurso à eqüidade. Com a formação do Estado moderno, este concentrou
por meio da lei, quer pelo reconhecimento e controle das demais fontes do direito). Bobbio chama es
A partir da Idade Moderna, portanto, os conceitos de direito e de Estado se confundem, pois se este ú
passa a ser ditado e imposto pelo Estado. À consolidação do Estado moderno corresponde o paulatino

Teoria do direito

Escolas
 Escola de Viena: diz que o Estado é a personificação da Ordem Jurídica.
 Escola Alemã: supremacia do Estado sobre o Direito.
 Escola do Direito Natural: surgiu entre os séculos XVII e XVIII, e diz que o Direito é natural
 Escola Histórica de Savigny: apresenta uma visão histórica do Direito.
 Teoria do Direito Divino: segundo a qual, as leis humanas são de inspiração divina, inefáveis.

Famílias do direito
O estudo das semelhanças e diferenças entre os ordenamentos jurídicos dos vários Estados permite ag
famílias do direito são a do sistema romano-germânico e a da Common Law.

A família romano-germânica é formada pelo conjunto dos direitos nacionais que sofrem forte influên
esta família os direitos da maioria dos países europeus (mas não o do Reino Unido e o da Irlanda), de
romano-germânicos os direitos nacionais do Brasil e de Portugal. Caracterizam-se pelo fato de a regr
genérica costuma ser criada por meio de lei escrita. A generalização permitiu o fenômeno da codifica
aplicadas pelos juristas e tribunais.

Já a família da Common Law é formada a partir do direito originário da Inglaterra, com as atividades
inclui todos os países de língua inglesa, inclusive os Estados Unidos (exceto pelo estado da Luisiana)
do stare decisis (ou regra do precedente), pela qual as decisões judiciais anteriores (os precedentes) d

Interpretação
A norma jurídica existe para ser aplicada - no mundo moderno, como regra, pelas autoridades admini
pesquisa do seu conteúdo. É o processo de interpretação que permite aplicar, nos dias de hoje, preceit
estadunidense de 1789 ou o Código Napoleônico de 1804.

Toda norma jurídica sujeita-se a interpretação, razão pela qual o brocardo in claris cessat interpretati

A atividade interpretativa pode ser classificada em dois grandes grupos:

 quanto à origem: interpretação autêntica, judicial e doutrinária; e


 quanto aos elementos: interpretação gramatical, lógica e sistemática.

A interpretação autêntica ou pública é a realizada pelo próprio legislador, caso reconheça a eventual a
exercício de sua função específica de aplicar o direito ao caso concreto. A interpretação doutrinária é

A interpretação gramatical ou literal da norma é realizada pela análise filológica do texto e pela obser
de sinônimos. Cabe ressaltar que o direito reserva para si um vocabulário técnico, por vezes de signif
inúteis, o esforço interpretativo não pode descartar qualquer termo contido no texto nem concluir que

A interpretação lógica ou racional vale-se da comparação com outros dispositivos jurídicos, das razõe
"condições ambientes que a inspiraram".

Pesquisa-se a razão da norma.

Designa-se como interpretação sistemática o esforço de entender a norma com base na sua subordina
analisada não existe sozinha e, portanto, não pode ser entendida isoladamente.

Alguns autores referem-se também à interpretação histórica, baseada na averiguação dos antecedente

NOÇÕES DE DIREITO
1. 1. O homem é um ser social e desde o início de sua existência na terra tem vivido em
sociedade. Esta foi a forma que ele encontrou para melhor suprir algumas de suas
necessidades coletivas, tais como segurança.
2. 2. HOMEM SER SOCIAL
3. 3. COM O CRESCIMENTO DAS AGLOMERAÇÕES HUMANAS, A SOCIEDADE FOI
SE TORNANDO CADA VEZ MAIS COMPLEXA, HAVENDO NECESSIDADE DA
CRIAÇÃO DE UM ENTE COM PODERES DE ORGANIZAR E EXECUTAR AS
TAREFAS DE INTERESSE COLETIVO.
4. 4. O ESTADO VISA PROPORCIONAR O BEM ESTAR À SOCIEDADE ATRAVÉS DA
PROMOÇÃO DA SAÚDE, SEGURANÇA, EDUCAÇÃO, ETC.
5. 5. BEM ESTAR ORDEM SOCIAL ESTABELECER RESTRIÇÕES DETERMINAR
LIMITES
6. 6. <ul><li>ORGANIZAÇÃO </li></ul><ul><li>A organização da sociedade se verifica
através da edição de normas de toda espécie. </li></ul><ul><li>DIVISÃO DE PODERES
</li></ul><ul><li>Executivo, Legislativo e Judiciário </li></ul><ul><li>NECESSIDADES
</li></ul><ul><li>Recursos materiais e humanos </li></ul>
7. 7. <ul><li>“ Ubi societas, ibi jus ” </li></ul><ul><li>“ Onde está a sociedade, está o
direito. </li></ul><ul><li>Onde está o direito, está a sociedade.” </li></ul>
8. 8. DIREITO DETERMINA REGRAS DA VIDA EM SOCIEDADE
9. 9. DIREITO É O CONJUNTO DE NORMAS GERAIS E POSITIVAS, QUE REGULAM
A VIDA SOCIAL (Radbruch)
10. 10. DIREITO <ul><li>Conceito básico de direito : </li></ul><ul><li>A palavra “direito”
vem do latim directum , que supõe a idéia de regra, direção.
</li></ul><ul><li>Juridicamente se considera direito como norma de conduta social ,
garantida pelo poder político e organizadora da sociedade em suas partes fundamentais, de
modo a serem atingidas determinadas finalidades. </li></ul>
11. 11. É UM REGRAMENTO DE CONDUTA <ul><li>O direito não existe sem sociedade.
</li></ul><ul><li>Como norma de conduta, o direito atribui faculdade ou poderes a uma
parte e impõem a outra, obrigações. </li></ul><ul><li>Portanto, o Direito se expressa por
meio de normas que enlaçam o direito de uma parte, com o dever de outra.
</li></ul><ul><li>O direito é parte integrante da vida diária. </li></ul><ul><li>As regras
de conduta ou normas obrigatórias são necessárias para extinguir conflitos e criar uma certa
ordem entre as diversas pessoas de uma mesma sociedade. </li></ul>
12. 12. O Direito não constitui um fim, mas um meio (direitos e deveres) para tornar possível a
convivência e o progresso social. Sua característica é essencialmente humana, instrumento
para o convívio social
13. 13. DIREITO Sentido Comum Jurídico
14. 14. DIREITO POSITIVO DIREITO NATURAL Idéia abstrata do direito - inspiração
Ordenamento jurídico em vigor
15. 15. Direito Natural O homem sempre teve consciência de direitos fundamentais decorrentes
de sua natureza, que não viessem de pactos, contratos, convenções ou tratados. De uma
certa forma existem tendências gerais, comuns a todos os homens, de iguais emoções,
impulsionando-os. Atos humanos seriam acolhidos ou repudiados por uma consciência
coletiva, capaz, naturalmente de separar o bem, do mal. O certo do errado, o direito do torto,
o justo do injusto. O direito natural é a idéia abstrata de direito, ou seja, aquilo que
corresponde ao sentimento de justiça da comunidade. Os gregos criticavam as leis e
mostravam-se céticos ao direito, porque diziam eles que as leis eram feitas exclusivamente
com motivações políticas, e ditadas por elas. É famosa a passagem, que afirmavam que
aquilo que é natural é em todos os lugares. O mesmo fogo, diziam, que arde na Grécia arde
na Pérsia, porém as leis vigentes na Grécia divergem daquelas vigentes na Pérsia. Logo o
fogo é natural; o direito, simplesmente artificial.
16. 16. Direito Positivo Ao contrário do direito natural, o Direito Positivo é aquele conjunto de
regras elaborados e vigentes num determinado país em determinada época. São as normas,
as leis, todo o sistema normativo posto, ou seja, vigente no país. Exemplo: Código Civil,
Código Penal, Código Comercial, Código de Defesa do Consumidor, Leis esparsas...
DIREITO POSITIVO & DIREITO NATURAL O direito positivo, por exemplo, uma lei,
não obriga ao pagamento de duplicata prescrita, ao passo que para o direito natural esse
pagamento seria devido e correto.
17. 17. Direito comporta cinco realidades diferentes:  Norma:  a regra social obrigatória. 
Faculdade:  a prerrogativa que o Estado tem de criar leis.  Justo:  o que é devido por
justiça.  Ciência:  a sistematização teórica e racional do Direito.  Fato Social:  o está
ligado aos fatos sociais – econômicos, artísticos, culturais, esportivos, etc.
18. 18. Norma É o mandamento de um comportamento normal, extraído do senso comum de
justiça de cada coletividade. Ex: pertence ao senso comum que não se deve matar, roubar,
furtar ou estuprar, logo a ordem natural de conduta é não matar, não furtar, não estuprar, e
assim por diante. A norma, portanto, é uma regra proibitiva não escrita, que se extrai do
espírito dos membros da sociedade, isto é, do senso de justiça do povo. Lei É a regra escrita
feita pelo legislador com a finalidade de tornar expresso o comportamento considerado
indesejável e perigoso pela sociedade. É o meio pelo qual a norma aparece e torna
obrigatória sua observância. De acordo com o princípio da reserva legal, não há crime sem
lei que o descreva. Assim, a lei é descritiva e não proibitiva. A norma sim é que proíbe.
19. 19. LEI <ul><li>Leis são as regras que se estabelecem para disciplinar o comportamento do
homem na sociedade, realizando o ideal de justiça, solucionando equilibradamente os
interesses individuais em conflito. </li></ul><ul><li>A lei se caracteriza pela bilateralidade
, ou seja, por enlaçar o direito de uma parte com o dever de outra, por disciplinar uma
relação social entre duas ou mais pessoas (físicas ou jurídicas), na qual uma parte tem a
faculdade de exigir a observância do dever jurídico imposto pela norma à outra parte.
</li></ul>
20. 20. LEI <ul><li>A norma jurídica exerce pressão social sobre seus destinatários, obrigando-
os a observá-la. A ameaça de aplicação de uma sanção, coloca o destinatário da norma no
seguinte dilema: observar espontaneamente a regra de direito ou sofrer uma sanção aplicada
pelo Estado. </li></ul><ul><li>As normas jurídicas são diferentes das normas morais ou
religiosas, pois as últimas você aceita por sua vontade, sem coerção. </li></ul>
21. 21. LEI <ul><li>São características das Leis: </li></ul><ul><li>a) Estabelecer justiça – a
lei tem por finalidade principal estabelecer justiça entre os homens, seu fundamento é dar a
cada um o que é seu. </li></ul><ul><li>b) Impor deveres a uma parte – a lei impõe o
cumprimento de um dever ou obrigação a uma das partes. Aquele que assumiu um
compromisso terá de cumpri-lo da forma e dentro do prazo estabelecido. </li></ul>
22. 22. LEI <ul><li>c) Atribuir direitos à outra parte – à parte lesada poderá exigir o
cumprimento da obrigação imposta à outra parte. Diante do descumprimento, o que foi
lesado pode exigir o cumprimento da obrigação na forma e no prazo estabelecido.
</li></ul><ul><li>d) Poder ser imposta pelo uso da força – se a norma jurídica não for
obedecida, o Estado poderá impô-la pelo uso da força, visto que à parte prejudicada tem o
direito de pedir a aplicação das sanções previstas. Exemplos: Condenação por perdas e
danos ou medida de busca e apreensão. </li></ul>
23. 23. LEI <ul><li>e) São de conhecimento geral – Há presunção absoluta de que toda
população conhece as normas. </li></ul><ul><li>Art. 3º da LICC – “Ninguém se escusa de
cumprir a lei, alegando que não a conhece”. </li></ul>
24. 24. LEIS <ul><li>Quanto a origem legislativa: </li></ul><ul><li>A) Federais;
</li></ul><ul><li>B) Estaduais; </li></ul><ul><li>C)Municipais. </li></ul>
25. 25. FONTES DO DIREITO <ul><li>Fonte material: é o motivo pelo qual se cria uma
norma jurídica. </li></ul><ul><li>O Direito não é um produto arbitrário da vontade do
legislador, mas uma criação que se lastreia no querer social. É a sociedade como centro de
relações de vida, como sede de acontecimentos que envolvem o homem, quem fornece ao
legislador os elementos necessários à formação dos estatutos jurídicos. </li></ul>
26. 26. FONTES DO DIREITO <ul><li>Como causa produtora do Direito, as fontes materiais
são constituídas pelos fatos sociais, pelos problemas que emergem na sociedade e são
condicionados pelos chamados fatores do Direito , como a Moral, a Economia, a Geografia,
etc. </li></ul><ul><li>As normas sempre nascem após os fatos. </li></ul><ul><li>As
regras ou normas do Direito não nascem ao acaso, mas sim da própria realidade de uma
sociedade, refletindo o seu sistema de valores e tendo por finalidade estabelecer, para as
pessoas que formam a sociedade, ordem, equilíbrio e harmonia. </li></ul>
27. 27. FONTES DE DIREITO <ul><li>Fontes formais: são meios pelos quais o Direito se
manifesta, são os meios pelos quais o Direito pode ser conhecido. </li></ul><ul><li>Fontes
formais são os meios de expressão do direito, as formas pelas quais as normas jurídicas se
exteriorizam. </li></ul><ul><li>As principais fontes formais do Direito são:
</li></ul><ul><li>a lei, o costume, a doutrina e a jurisprudência </li></ul>
28. 28. FONTES DO DIREITO <ul><li>Vejamos: </li></ul><ul><li>a) Lei – é a norma
jurídica escrita, obrigatória e executória, elaborada pelo legislador, ou seja, por órgãos do
Estado, dotados de poder legislativo (assembléias legislativas, chefe de Estado). É, portanto,
fruto de elaboração consciente e refletida. </li></ul><ul><li>b) Costume – é o
comportamento das pessoas de uma sociedade. O costume nasce de uma prática geral,
espontaneamente, sem leis escritas, e que as pessoas respeitam como uma regra natural e
não prevista em lei. </li></ul>
29. 29. FONTES DO DIREITO <ul><li>Jurisprudência – todo processo tem uma sentença
final, que poderá ser alvo de recurso à uma instância superior, ou seja, ao tribunal, que é
composto por um colegiado de juízes superiores àqueles que julgou, chamados
desembargadores. A decisão dos desembargadores, se por várias vezes entendem a mesma
decisão, passam a ser respeitadas como normas jurídicas. </li></ul>
30. 30. FONTES DO DIREITO <ul><li>d) Doutrina – é o conjunto de estudos sobre o direito.
Consiste nas lições e estudos originados dos pareceres dos juristas ou jurisconsultos de
notório saber jurídico, que servem de base ao sistema do direito. </li></ul><ul><li>Esse
trabalho consiste em livros, comentários, aulas, pareceres, monografias, etc., que abordem o
estudo de determinado assunto de direito. </li></ul>
31. 31. PRINCIPAIS RAMOS DO DIREITO <ul><li>A divisão fundamental do direito é:
</li></ul><ul><li>Direito Público e Direito Privado </li></ul><ul><li>O interesse
protegido pelo direito determina a sua natureza. </li></ul>
32. 32. PRINCIPAIS RAMOS DO DIREITO <ul><li>Direito público é o direito composto,
inteiro ou predominantemente, por normas de ordem pública. </li></ul><ul><li>Direito
privado é o composto, inteiro ou predominantemente, por normas de ordem privada .
</li></ul>
33. 33. DIREITO PÚBLICO E PRIVADO <ul><li>Normas de ordem pública são normas
imperativas, de obrigatoriedade inafastável. </li></ul><ul><li>Normas de ordem privada
são normas de caráter supletivo, que vigoram apenas enquanto à vontade dos interessados
não dispuser de modo diferente do previsto pelo legislador. </li></ul>
34. 34. DIREITO PÚBLICO E PRIVADO <ul><li>A punição por tentativa de homicídio, por
exemplo, é inafastável, mesmo havendo concordância da vítima, por se tratar de norma de
ordem pública , prevista no Código Penal. </li></ul><ul><li>Já a divisão das despesas com
a construção de um muro divisório pode ser dispensada, por acordo ou omissão dos
interessados por se tratar de norma de ordem privada . </li></ul>
35. 35. DIREITO PÚBLICO E PRIVADO <ul><li>DIREITO PÚBLICO (exemplos)
</li></ul><ul><li>Interno = Direito Constitucional </li></ul><ul><li>Direito
Administrativo </li></ul><ul><li>Direito Penal </li></ul><ul><li>Direito Tributário
</li></ul><ul><li>Direito Ambiental </li></ul><ul><li>Externo = Direito Internacional
Publico </li></ul>
36. 36. DIREITO PÚBLICO E PRIVADO <ul><li>DIREITO PRIVADO (exemplos)
</li></ul><ul><li>Direito Civil </li></ul><ul><li>Direito Empresarial
</li></ul><ul><li>Direito do Consumidor </li></ul>
37. 37. DIRE ITO PÚBLICO E PRIVADO <ul><li>Exceto para fins didáticos, encontra-se
superada a distinção entre direito público e privado, segundo a qual aquele tem por objeto o
interesse da coletividade e este possui a finalidade de satisfazer as necessidades ou
utilidades particulares </li></ul>
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Faculdade de Direito
Ketlin Stringhini


Fontes de direito
Ricardo_Roque

A Escola de Bill Gates


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DIREITO TRIBUTÁRIO
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DIREITO TRIBUTÁRIO
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Direito
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A escultura A Justiça, de Alfredo Ceschiatti, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF),
em Brasília, capital do Brasil, segue a tradição de representá-la com os olhos vendados (para
demonstrar a sua imparcialidade) e com a espada (símbolo da força de que dispõe para impor o
direito). Algumas representações da justiça possuem também uma balança, que representa a
ponderação dos interesses das partes em litígio. Sarmento, p. 19.

Este artigo não possui uma seção introdutória ou ela está


malformatada. Se puder, ajude-nos a melhorar este
artigo com uma seção introdutória de qualidade e de acordo
com o livro de estilo. (Fevereiro de 2020)

A palavra direito possui mais de um significado correlato:

 É o sistema de normas de conduta e princípios criado e imposto por um


conjunto de instituições para regular as relações sociais:[1] é o que
os juristas chamam de direito objetivo, e a que os leigos se referem quando
dizem, por exemplo, "o direito proíbe a poligamia". Neste sentido, equivale
ao conceito de "ordem jurídica". Este significado da palavra pode ter outras
ramificações:
o é o sistema ou conjunto de normas jurídicas de um determinado
país ou jurisdição (o direito português); ou
o é o conjunto de normas jurídicas de um determinado ramo do
direito ("o direito penal", o "direito constitucional", o "direito da família",
o direito tributário e outros).
 é a faculdade que tem uma pessoa de mover a ordem jurídica segundo
seus interesses:[1] é o que os juristas chamam de direitos subjetivos, e a que
os leigos se referem quando dizem, por exemplo, "eu tenho o direito de
falar o que eu quiser" ou "ele tinha direito àquelas terras".
 é o ramo das ciências sociais que estuda o sistema de normas que
regulam as relações sociais: é o que os juristas chamam de "ciência do
direito", e a que os leigos se referem quando dizem, por exemplo, "eu
preciso estudar direito comercial para conseguir um bom emprego". [carece  de fontes]
A sociedade humana é o meio em que o direito surge e se
desenvolve[2] (costuma-se dizer que "onde está a sociedade, ali está o direito").
É essencial à vida em sociedade, ao definir direitos e obrigações entre as
pessoas e ao resolver os conflitos de interesse. Seus efeitos sobre o quotidiano
das pessoas vão desde uma simples corrida de táxi até a compra de
um imóvel, desde uma eleição presidencial até a punição de um crime, dentre
outros exemplos.
O direito é um fenômeno de regulação social de enorme importância e, ao
mesmo tempo, de grande ambiguidade, pois mantém-se relacionado com
inúmeros outros fenômenos sociais, tais como a religião, a política, a
economia, a cultura, a moral, a linguagem.
O direito é, ademais, um conceito enormemente disputado, confirmando sua
importância social. Por isso, alguns autores dizem: "É inerente, portanto, à
condição do Direito positivado exercer simultaneamente pretensão de validade
formal (correção formal), pretensão de justeza moral (correção axiológica),
pretensão de legitimidade na adesão das vontades individuais (correção
política) e pretensão de vinculação da conduta (correção impositiva)". [3]
O direito é tradicionalmente dividido em ramos, como o direito civil, direito
penal, direito comercial, direito constitucional, direito administrativo e outros,
cada um destes responsável por regular as relações interpessoais nos diversos
aspectos da vida em sociedade.
No mundo, cada Estado adota um direito próprio ao seu país, donde se fala em
"direito brasileiro", direito português”, "direito chinês" e outros. Aqueles "direitos
nacionais" costumam ser reunidos pelos juristas em grandes grupos: os
principais são o grupo dos direitos de origem romano-germânica (com base no
antigo direito romano; o direito português e o direito brasileiro fazem parte
deste grupo) e o grupo dos direitos de origem anglo-saxónica (Common
Law (ver Direito comparado). Há também direitos supranacionais, como o
direito da União Europeia. Por sua vez, o direito internacional regula as
relações entre Estados no plano internacional.

Índice

 1Etimologia
 2Natureza
o 2.1Natureza da norma jurídica
o 2.2Direito positivo e direito natural
 3Fontes
 4Classificação
o 4.1Direito público e direito privado
o 4.2Ramos do Direito
o 4.3Abordagens de estudo do Direito
 4.3.1Abordagens humanísticas
 4.3.2Abordagens Interdisciplinares
 4.3.3Abordagens científicas
 4.3.4Abordagens aplicadas
 5História
o 5.1O papel do Estado
 6Teoria do Direito
o 6.1Escolas
o 6.2Famílias do direito
o 6.3Interpretação
 7Ver também
 8Notas
 9Referências
o 9.1Bibliografia

Etimologia[editar | editar código-fonte]
A palavra "direito" vem do latim directus, a, um, "que segue regras pré-
determinadas ou um dado preceito", do particípio passado do verbo dirigere. O
termo evoluiu em português da forma "directo" (1277) a "dereyto" (1292), até
chegar à grafia atual (documentada no século XIII).[nota 1]
Para outros autores,(Sebastião Cruz) a palavra faz referência à deusa romana da justiça,
"Justitia", que segurava, em suas mãos, uma balança com fiel. Dizia-se que
havia "justiça" quando o fiel estava absolutamente perpendicular em relação ao
solo: de-rectum, perfeitamente reto. Tal termo surgiu entre as classes
populares e fontes extrajurídicas antes de tornar-se erudito, o que ocorreu com
o uso dessas palavras pelos juízes do Baixo Império Romano.
As línguas românicas descrevem o conceito de "direito" com termos que
possuem a mesma origem: diritto, em italiano, derecho, em espanhol, droit,
em francês, dret, em catalão, drech, em occitano, drept, em romeno. Os
vocábulos right, em inglês e Recht, em alemão, têm origem germânica (riht),
do indo-europeu *reg-to- "movido em linha reta". O termo indo-europeu é a
origem do latim rectus, a, um (ver acima) e do grego ὀρεκτός.
Em latim clássico, empregava-se o termo IVS (grafado também ius ou jus), que
originalmente significava "fórmula religiosa" [4] e que por derivação de sentido
veio a ser usado pelos antigos romanos na acepção equivalente aos modernos
"direito objetivo" (ius est norma agendi) e "direito subjetivo" (ius est facultas
agendi). Segundo alguns estudiosos, o termo ius relacionar-se-ia com iussum,
particípio passado do verbo iubere,[nota 2] que quer dizer "mandar", "ordenar", da
raiz sânscrita ju, "ligar". Mais tarde, ainda no período romano, o
termo directum (ver acima) passou a ser mais empregado para referir o direito.
Como já se viu, directum vem do verbo dirigere que, por sua vez, tem origem
em regere, "reger", "governar", donde os termos latinos rex, regula e outros.[nota 3]
O latim clássico ius, por sua vez, gerou em português os termos "justo",
"justiça", "jurídico", "juiz" e muitos outros.[4]

Natureza[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Lista de definições do direito
Natureza da norma jurídica[editar | editar código-fonte]
O direito difere das demais normas de conduta pela existência de uma sanção pelo seu
descumprimento. Na foto, policiais da Baviera prendem um suspeito

A vida em sociedade e as consequentes inter-relações pessoais exigem a


formulação de regras de conduta que disciplinem a interação entre as pessoas,
[5]
 com o objetivo de alcançar o bem comum e a paz e a organização social.
Tais regras, chamadas normas éticas ou de conduta, podem ser de
natureza moral, religiosa e jurídica. A norma do direito, chamada "norma
jurídica", difere das demais, porém, por dirigir-se à conduta externa do
indivíduo, exigindo-lhe que faça ou deixe de fazer algo, objetivamente, e
atribuindo responsabilidades, direitos e obrigações. Compare-se com as
normas morais e religiosas, dirigidas precipuamente à intenção interna, ao
processo psicológico.
Outra característica a distinguir a norma jurídica é a existência de
uma sanção[1] obrigatória para o caso de seu descumprimento, imposta por uma
autoridade constituída pela sociedade organizada, enquanto que a sanção
aplicada pelo descumprimento da regra moral não é organizada, sendo, ao
revés, difusa por toda a sociedade.[nota 4]
Nem toda norma de conduta, portanto, é jurídica. A sociedade atribui a
proteção máxima do direito a apenas alguns valores que ela julga essenciais e
que os juristas chamam de "o mínimo ético".[6]
O direito constitui, assim, um conjunto de normas de conduta estabelecidas
para regular as relações sociais e garantidas pela intervenção do poder público
(isto é, a sanção que a autoridade central - no mundo moderno, o Estado -
impõe). É pois da natureza da norma de direito a existência de uma ameaça
pelo seu não cumprimento (sanção) e a sua imposição por uma autoridade
pública (modernamente, o Estado) com o objetivo de atender ao interesse geral
(o bem comum, a paz e a organização sociais). Alguns juristas, entretanto,
discordam da ênfase conferida à sanção para explicar a natureza da norma
jurídica.
As normas jurídicas têm, por objetivo, criar direitos e obrigações para pessoas,
quer sejam pessoas naturais, quer pessoas jurídicas.[nota 5] Isto não significa que
o direito não discipline as coisas e os animais, por exemplo, mas o faz com o
propósito de proteger direitos ou gerar obrigações para pessoas, ainda que,
nos dias de hoje, o interesse protegido possa ser o de toda uma coletividade
ou, até mesmo, da humanidade abstratamente.
Direito positivo e direito natural[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Positivismo jurídico
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, promulgada durante a Revolução Francesa, é
exemplo da incorporação de princípios do direito natural ao direito positivo

Dá-se o nome de "direito positivo" ao conjunto de normas em vigor ditadas e


impostas por um Estado em dado território. É portanto um conceito muito
próximo aos de ordem jurídica e de direito objetivo. O direito positivo, gerado
por um determinado Estado, é necessariamente peculiar àquele Estado e varia
segundo as condições sociais de uma determinada época. [nota 6]
Os filósofos gregos foram os primeiros a postular uma distinção entre o direito
positivo, fundado na lei posta pelos homens, e o direito natural, que teria em
toda parte a mesma eficácia e não dependeria da opinião dos homens para ser
efetivo.[nota 7] O direito romano também acolheu a distinção, contrapondo o ius
civile (posto pelos cidadãos de um lugar e apenas a estes aplicável) ao ius
gentium, definido como o direito posto pela razão natural, observado entre
todos os povos e de conteúdo imutável, o que corresponde à definição de
direito natural.[nota 8] Na Idade Média, os juristas identificavam a natureza
ou Deus como fundamento do direito natural, e São Tomás de Aquino, dentre
outros, afirmava que as normas de direito positivo derivariam do direito natural.
[nota 9]

Embora o conceito de direito natural surja na Grécia antiga e seja tratado pelos
juristas romanos, sua importância para o direito contemporâneo advém
do movimento racionalista jurídico do século XVIII, que concebia a razão como
base do direito[nota 10] e propugnava a existência de um direito natural (por
exemplo, os direitos fundamentais do homem) acima do direito positivo. Este
direito natural seria válido e obrigatório por si mesmo. [nota 11] Defendido
pelos iluministas, o direito natural representou, historicamente, uma forma de
libertação em relação à ordem jurídica imposta pelas autoridades das
monarquias absolutistas. Com as Revoluções Liberais, capitaneadas
pela Revolução Francesa (1789), iniciou-se um processo de codificação
orientado pela razão, apontada, naquela altura, como base do direito natural.
A codificação de normas tidas como imutáveis e eternas - cerne da teoria do
direito natural - foi parcialmente responsável pelo surgimento de uma nova
teoria e prática do direito que dava primazia ao direito positivo e procurava
conferir independência à ciência do direito, em meio às demais ciências
sociais. Surge, assim, o juspositivismo.
Os que defendem a existência do direito natural e o estudam denominam-se
"jusnaturalistas". Contrapõem-se a estes os "juspositivistas", que só
reconhecem a existência do direito positivo. Rejeitam, portanto, a tese da
existência de um direito eterno, imutável e geral para todos os povos,
afirmando que direito é apenas o que é imposto pela autoridade.
No século XX, surgiram correntes do pensamento jurídico que procuram
conciliar ou sintetizar os pontos de vista jusnaturalista e juspositivista. De
qualquer forma, a distinção em pauta perdeu parte de sua força após a
incorporação dos direitos e liberdades fundamentais ao direito positivo (em
geral, nas constituições modernas) e com a consolidação do Estado moderno e
o seu monopólio sobre a produção jurídica. Ferraz Junior. [7]

Fontes[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Fontes do direito

Nos países de tradição romano-germânica, a lei escrita é a principal fonte do direito. Na imagem,


a Lei Áurea do Brasil

As normas do direito são criadas, modificadas e extintas por meio de certos


tipos de atos, chamados pelos juristas de fontes do direito.
Historicamente, a primeira manifestação do direito é encontrada no costume,
consubstanciado no hábito de os indivíduos se submeterem à observância
reiterada de certos usos, convertidos em regras de conduta. Com o tempo, os
grupos sociais passaram a incumbir um chefe ou órgão coletivo de ditar e
impor as regras de conduta, o que fez com que o direito passasse a ser um
comando, uma lei imposta coativamente e, a partir de certo momento, fixada
por escrito.[8] Em maior ou menor grau, ambas as fontes - o costume e a lei -
convivem no direito moderno, juntamente com outras importantes formas de
produção das normas jurídicas, como a jurisprudência.
Tradicionalmente, consideram-se, fontes do direito, as seguintes:
 a lei: entendida como o conjunto de textos editados pela autoridade
superior (em geral, o poder Legislativo ou a Administração pública),
formulados por escrito e segundo procedimentos específicos. Costuma-se
incluir aqui os regulamentos administrativos;
 o costume: regra não escrita que se forma pela repetição reiterada de
um comportamento e pela convicção geral de que tal comportamento é
obrigatório e necessário;
 a jurisprudência: as interpretações das normas do direito proferidas
pelo poder Judiciário;
 os princípios gerais de direito: são os princípios mais gerais
de ética social, direito natural ou axiologia jurídica, deduzidos pela razão
humana, baseados na natureza racional e livre do homem e que constituem
o fundamento de todo o sistema jurídico;
 a doutrina: a opinião dos juristas sobre uma matéria concreta do direito.
Outra escola enxerga na vontade (individual, de um grupo ou da coletividade
como um todo) o elemento essencial da teoria das fontes do direito. Este
critério reconhece, a par das fontes tradicionais, todos os outros atos
jurídicos lato sensu como fontes do direito: um negócio jurídico,
uma sentença e a vontade unilateral, por exemplo.[8] Outros estudiosos, porém,
consideram-nos uma simples decorrência das fontes tradicionais.
Cada direito nacional atribui importância maior ou menor a cada uma das
fontes. Como regra geral, os países de tradição romano-germânica consideram
a lei como principal fonte do direito, deixando às demais o papel de fontes
secundárias, na ausência de norma decorrente da lei. Já os países que adotam
o sistema da Common Law atribuem maior importância à jurisprudência
(ver Direito comparado).[8]

Classificação[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Classificação decimal de direito
Direito público e direito privado[editar | editar código-fonte]
O direito no mundo ocidental é dividido em ramos, como o direito civil, direito
penal, direito comercial, direito constitucional, direito administrativo e outros,
cada um destes responsável por regular as relações interpessoais nos diversos
aspetos da vida em sociedade.
A tradicional dicotomia do direito em direito público e direito privado remonta
aos antigos romanos,[nota 12] com base na distinção entre os interesses da esfera
particular, entre duas ou mais pessoas, e os interesses públicos, que são
relativos ao Estado e à sociedade e que merecem ter posição privilegiada.[nota
13]
 Trata-se de distinção que perdura até hoje, por vezes nebulosa, em especial
na zona limítrofe entre os dois grupos.
Há diversos critérios para diferenciar regras de direito público e de direito
privado. Os três mais difundidos são:

 critério do interesse: predominância do interesse público ou do interesse


privado;
 critério da qualidade dos sujeitos: intervenção do Estado ou de outros
entes públicos na relação jurídica; e
 critério da posição dos sujeitos: se o Estado age como ente soberano,
com ius imperii, ou se age de igual para igual com os demais sujeitos
da relação jurídica.
Como regra geral, entendem-se como pertencentes ao direito público as
normas que regulam as relações em que o Estado exerce
a soberania, imperium, em que o indivíduo é um sú(b)dito. Por outro lado,
quando o Estado age de igual para igual com o indivíduo (por exemplo, no caso
de empresas estatais), a matéria poderá ser da alçada do direito privado.
Pertencem ao direito público ramos como o direito constitucional, o direito
administrativo, o direito penal e o direito processual.
Já o direito privado não cuida apenas dos interesses individuais mas inclui
também a proteção de valores caros à sociedade e de interesse coletivo, como
a família. Pertencem ao direito privado ramos como o direito civil e o direito
comercial.
O direito privado baseia-se no princípio da autonomia da vontade, isto é, as
pessoas gozam da faculdade de estabelecer entre si as normas que
desejarem. Já o direito público segue princípio diverso, o da legalidade estrita,
pelo qual o Estado somente pode fazer o que é previsto em lei. A autonomia da
vontade também está sujeita ao princípio da legalidade, mas em menor grau -
em direito privado, tudo que não é proibido é permitido.
Alguns ramos do direito são considerados mistos, por ali coincidirem interesses
públicos e privados, como o direito do trabalho.
Ramos do Direito[editar | editar código-fonte]
O Direito divide-se em ramos de uma enorme diversidade. A relação a seguir
não é exauriente:
 Direito administrativo  Direito internacional
 Direito aeronáutico o Direito comunitário
 Direito alternativo  Direito da União
 Direito ambiental Europeia
o Direito de águas  Direito do Mercosul
 Direito bancário o Direito internacional penal
 Direito canônico  Direito internacional privado
 Direito civil  Direito judiciário
o Direito de família o Direito de execução penal
o Direito das obrigações o Direito de execução civil
o Direito das sucessões o Direito de execução fiscal
o Direito das coisas  Direito militar
 Direito imobiliário  Direito penal
 Direito Comparado  Direito processual
 Direito do consumidor o Teoria Geral do Processo
 Direito da criança e do adolescente o Direito processual civil
 Direito constitucional o Direito processual penal
o Direito do Estado o Direito processual do trabalho
 Direito desportivo  Direito da propriedade intelectual
 Direito econômico o Direito autoral
 Direito eleitoral  Direito registral e notarial
 Direito eletrônico  Direito sanitário
 Direito empresarial ou comercial  Direito da segurança social
o Direito cambiário  Direito Societário
o Direito falimentar o Direito Previdenciário
o Direito societário  Direito securitário
o Direito marítimo  Direito do trabalho
 Direito aduaneiro o Direito individual do trabalho
 Direito Financeiro o Direito coletivo do trabalho
o Direito fiscal o Direito sindical
o Direito tributário  Direito urbanístico
 Direitos humanos  Direito dos valores mobiliários
 Direito indígena
 Direito da informática

Abordagens de estudo do Direito[editar | editar código-fonte]


Abordagens humanísticas[editar | editar código-fonte]

 Filosofia do direito
 Ética no direito
 Hermenêutica jurídica
 Doutrina jurídica
Abordagens Interdisciplinares[editar | editar código-fonte]

 Teoria Geral do Direito


 Teoria tridimensional do direito
Abordagens científicas[editar | editar código-fonte]

 Ciência do direito
o Positivismo jurídico
o Sociologia jurídica
o Antropologia jurídica
 História do Direito
 Direito Comparado
Abordagens aplicadas[editar | editar código-fonte]

 Advocacia
 Solicitadoria
 Processo legiferante
 Produção de políticas públicas

História[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: História do direito
Parte superior da estela do Código de Hamurabi

A história do direito está ligada ao desenvolvimento das civilizações. O direito


do antigo Egito, que data de pelo menos 3 000 a.C., incluía uma compilação de
leis civis que, provavelmente dividida em doze livros, baseava-se no conceito
de Ma'at e caracterizava-se pela tradição, pela retórica, pela igualdade social e
pela imparcialidade.[9][10] Em cerca de 1 760 a.C., o rei Hamurabi determinou que
o direito babilônio fosse codificado e inscrito em pedra para que o povo
pudesse vê-lo no mercado: o chamado Código de Hamurabi.[nota 14] Neste caso,
tal como o direito egípcio, poucas fontes sobreviveram e muito se perdeu com
o tempo. A influência destes exemplos jurídicos antigos nas civilizações
posteriores foi, portanto, pequena.
O mais antigo conjunto de leis ainda relevante para os modernos sistemas do
direito é provavelmente a Torá do Velho Testamento. Na forma de imperativos
morais, como os Dez Mandamentos, contém recomendações para uma boa
sociedade. A antiga cidade-Estado grega de Atenas foi a primeira sociedade
baseada na ampla inclusão dos seus cidadãos, com exceção das mulheres e
dos escravos. Embora Atenas não tenha desenvolvido uma ciência jurídica
nem tivesse uma palavra para o conceito abstrato de "direito", o antigo direito
grego continha grandes inovações constitucionais no desenvolvimento
da democracia.[nota 15]
Primeira página da edição original (1804) do Código Napoleônico, um dos primeiros e mais
influentes códigos civis da história

Considerado uma ponte entre as antigas experiências do direito e o mundo


jurídico moderno, o direito romano foi fortemente influenciado pelos
ensinamentos gregos, mas suas regras detalhadas e sofisticadas foram
desenvolvidas por juristas profissionais.[nota 16] [nota 17] Ao longo dos séculos
transcorridos entre a ascensão e a queda do Império Romano, o direito foi
adaptado para lidar com as mudanças sociais e passou por um grande esforço
de codificação por ordem do Imperador Justiniano I, o que resultou no Corpus
Iuris Civilis.
O conhecimento do direito romano perdeu-se na Europa Ocidental durante
a Idade Média, mas a disciplina foi redescoberta a partir do século XI, quando
juristas medievais, posteriormente conhecidos como "glosadores", começaram
a pesquisar os textos jurídicos romanos e a usar os seus conceitos. O direito
romano - e o sistema jurídico nele baseado - afetou o desenvolvimento do
direito em todo o mundo. É o fundamento dos códigos da maior parte dos
países da Europa e desempenhou um importante papel no surgimento da ideia
de uma cultura europeia comum.[nota 18]
Na Inglaterra medieval, os juízes reais começaram a desenvolver um conjunto
de precedentes que viria a tornar-se a Common Law.
Aos poucos, formou-se na Europa medieval a Lex Mercatoria, que permitia aos
mercadores comerciar com base em práticas padronizadas. A Lex Mercatoria,
precursora do direito comercial moderno, enfatizava a liberdade de contratar e
a alienabilidade da propriedade.[nota 19] Quando o nacionalismo recrudesceu nos
séculos XVIII e XIX, a Lex Mercatoria foi incorporada ao direito interno dos
diversos países do continente em seus respectivos códigos civis. O Código
Napoleônico e o Código Civil Alemão tornaram-se as leis civis mais conhecidas
e influentes.
A Índia e a China antigas possuíam tradições distintas em matéria de direito,
com escolas jurídicas historicamente independentes. O Arthashastra, datado
de cerca de 400 a.C., e o Manusmriti, de 100, constituíam tratados influentes
na Índia e que eram consultados em questões jurídicas. [nota 20] A filosofia central
de Manu, tolerância e pluralismo, era citada de um lado ao outro do sudeste da
Ásia.[nota 21] Esta tradição hinduísta, juntamente com o direito muçulmano, foi
suplantada pelo Common Law quando a Índia se tornou parte do Império
Britânico.[nota 22] A Malásia, Brunei, Singapura e Hong Kong também o adotaram.
A tradição jurídica do leste da Ásia reflete uma mistura singular entre o religioso
e o secular.[nota 23]
O Japão foi o primeiro país da área a modernizar o seu sistema jurídico
conforme o exemplo ocidental, ao importar partes dos códigos civis francês e
alemão.[nota 24] Do mesmo modo, o direito chinês tradicional foi modernizado
segundo o padrão ocidental nos anos finais da dinastia Qing, na forma de seis
códigos de direito privado baseados no modelo japonês do direito alemão. [nota
25]
 O direito da República Popular da China sofreu forte influência do direito
socialista soviético, em que o direito administrativo está mais presente que
o direito privado.[nota 26] Hoje, a China tem promovido reformas na sua ordem
jurídica, notadamente no que se refere aos direitos econômicos, como no caso
do novo código de contratos de 1999.
O papel do Estado[editar | editar código-fonte]
A sociedade medieval constituía-se de uma diversidade de agrupamentos
sociais, cada um com uma ordem jurídica própria, local. Na alta Idade Média, o
direito era um fenômeno produzido não pelo Estado (que ainda não existia em
sua acepção moderna), mas pela sociedade civil, por meio do costume jurídico,
que vem a ser um tipo de consenso manifestado pelo povo quanto a uma certa
conduta social, ou até mesmo com o recurso à equidade. Com a formação do
Estado moderno, este concentrou todos os poderes da sociedade, como o de
criar o direito com exclusividade (quer diretamente, por meio da lei, quer pelo
reconhecimento e controle das demais fontes do direito). Bobbio chama este
processo de monopolização da produção jurídica por parte do Estado. [7]
A partir da Idade Moderna, portanto, os conceitos de direito e de Estado se
confundem, pois se este último é estabelecido e regulado pelo direito
(como pessoa jurídica de direito público), o primeiro passa a ser ditado e
imposto pelo Estado. À consolidação do Estado moderno corresponde o
paulatino fortalecimento do direito positivo (posto pelo Estado), em detrimento
do chamado direito natural.

Teoria do Direito[editar | editar código-fonte]


Escolas[editar | editar código-fonte]

 Escola de Viena: diz que o Estado é a personificação da Ordem Jurídica.


 Escola Alemã: supremacia do Estado sobre o Direito.
 Escola do Direito Natural: surgiu entre os séculos XVII e XVIII, e diz que
o Direito é natural do ser humano, algo inato e universal.
 Escola Histórica de Savigny: apresenta uma visão histórica do Direito.
 Escola realista do direito: em um Estado de Direito lei é tudo que o
judiciário usa para embasar suas sentenças.
 Teoria do Direito Divino: segundo a qual as leis humanas são de
inspiração divina, inefáveis.
Famílias do direito[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Direito comparado
O estudo das semelhanças e diferenças entre os ordenamentos jurídicos dos
vários Estados permite agrupá-los em grandes famílias, conforme as suas
características mais relevantes.[nota 27] As duas principais famílias do direito são a
do sistema romano-germânico e a da Common Law.
A família romano-germânica é formada pelo conjunto dos direitos nacionais que
sofrem forte influência do direito romano e do seu estudo ao longo dos tempos.
[nota 28]
 Em termos geográficos, pertencem a esta família os direitos da maioria dos
países europeus (mas não o do Reino Unido e o da Irlanda), de toda a América
Latina, de grande parte da África, do Oriente Médio, do Japão e da Indonésia.
São romano-germânicos os direitos nacionais do Brasil e de Portugal.
Caracterizam-se pelo fato de a regra de direito ser genérica, para aplicação ao
caso concreto pelos tribunais. Esta regra de direito genérica costuma ser criada
por meio de lei escrita. A generalização permitiu o fenômeno da codificação do
direito, pelo qual as regras genéricas são compiladas em códigos de leis e
posteriormente aplicadas pelos juristas e tribunais.
Já a família da Common Law é formada a partir do direito originário
da Inglaterra, com as atividades dos tribunais reais de justiça,[nota 29] após
a conquista normanda. Além do direito britânico, este sistema inclui todos os
países de língua inglesa, inclusive os Estados Unidos (exceto pelo estado
da Luisiana). A base desta família do direito é jurisprudencial (a case law, em
inglês), cujo cerne é a regra do stare decisis (ou regra do precedente), pela
qual as decisões judiciais anteriores (os precedentes) devem ser respeitadas
quando da apreciação de um caso concreto.[nota 30]
Interpretação[editar | editar código-fonte]
A norma jurídica existe para ser aplicada - no mundo moderno, como regra,
pelas autoridades administrativas e pelos órgãos judiciários. Sua aplicação
exige o trabalho prévio de entendimento e pesquisa do seu conteúdo. É o
processo de interpretação que permite aplicar, nos dias de hoje, preceitos
jurídicos estabelecidos há anos ou séculos, mas ainda em vigor, como
a Constituição estadunidense de 1789 ou o Código Napoleônico de 1804.[11]
Toda norma jurídica sujeita-se a interpretação, razão pela qual o brocardo in
claris cessat interpretatio (e suas variações) não é procedente.[11]
A atividade interpretativa pode ser classificada em dois grandes grupos: [11]

 quanto à origem: interpretação autêntica, judicial e doutrinária; e


 quanto aos elementos: interpretação gramatical, lógica e sistemática.
A interpretação autêntica ou pública é a realizada pelo próprio legislador, caso
reconheça a eventual ambiguidade do preceito jurídico. A interpretação judicial
é a efetuada pelo poder Judiciário, no exercício de sua função específica de
aplicar o direito ao caso concreto. A interpretação doutrinária é a empreendida
pelo jurisconsulto, em parecer ou trabalho teórico ou, ainda, em sala de aula.
A interpretação gramatical ou literal da norma é realizada pela
análise filológica do texto e pela observação da sua linguagem. Estudam-se
aqui o significado de vocábulos, sua posição na frase e o uso de sinônimos.
Cabe ressaltar que o direito reserva para si um vocabulário técnico, por vezes
de significado diferente do comum. Ademais, na suposição de que o legislador
não emprega expressões inúteis, o esforço interpretativo não pode descartar
qualquer termo contido no texto nem concluir que a norma contém um conceito
absurdo.
A interpretação lógica ou racional vale-se da comparação com outros
dispositivos jurídicos, das razões que ditaram o preceito, da transformação por
que o direito passou com a nova norma e das "condições ambientes que a
inspiraram".[11] Pesquisa-se a razão da norma.
Designa-se como interpretação sistemática o esforço de entender a norma com
base na sua subordinação ao conjunto de disposições jurídicas. O intérprete
parte do princípio de que a norma a ser analisada não existe sozinha e,
portanto, não pode ser entendida isoladamente.
Alguns autores referem-se também à interpretação histórica, baseada na
averiguação dos antecedentes da norma e no seu processo de produção.

Referências
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2. ↑ Hermes Lima, capítulo I.
3. ↑ Bittar, Eduardo C. B. A discussão do conceito de direito, in Boletim da Faculdade
de Direito de Coimbra, Volume 81, Coimbra, 2005, p.824. [S.l.: s.n.]
4. ↑ Ir para:a b Dicionário Houaiss, verbete "jur-".
5. ↑ Hermes Lima, capítulo I Lima, Hermes
6. ↑ Kelsen, Hans. Paulson, Bonnie Litschewski. Paulson, Stanley L. Introduction to
the problems of legal theory: a translation of the first edition of the Reine Rechtslehre or
Pure theory of law. Oxford University Press. 1997. p. 22. ISBN 0-198-25568-
3 OCLC 24107564 (em inglês)
7. ↑ Ir para:a b Bobbio, capítulo I. Bobbio, Norberto.
8. ↑ Ir para:a b c Pereira, 9. Pereira, Caio Mário da Silva.
9. ↑ Théodoridés. «law».  Encyclopedia of the Archaeology of Ancient Egypt
10. ↑ VerSteeg, Law in ancient Egypt
11. ↑ Ir para:a b c d Pereira, 38. Pereira, Caio Mario da Silva

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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40328-5OCLC 685242954
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 ↑ DAVID, R. Os Grandes Sistemas do Direito Contemporâneo. São
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 ↑ VERSTEEG, R. Law in Ancient Egypt. Durham, N.C. Carolina
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Qual é o papel do Direito dentro da sociedade?


O ser humano, por sua natureza, possui forças instintivas que atuam sobre ele, forças
essas que influenciam na construção de seu mundo cultural.
Assim, para viver em sociedade, o homem deve passar por um processo de adaptação,
que deve se dar tanto na esfera interna quanto na externa. Diz-se interna quanto for
relativa ao corpo, sem a interposição da vontade, como o funcionamento dos órgãos
diante de diferentes situações em que deva se adaptar. Já na esfera externa a relação é
do homem com o espaço exterior. O homem tem inúmeras necessidades, que são
satisfeita pela natureza. O homem adapta e transforma o mundo a sua volta, e na
carência de recursos, constrói, cria e transforma a natureza para satisfação de
determinada necessidade.

Essas adaptações repercutem na formação da cultura de um determinado local e


influenciam a vida em sociedade. O homem, assim, irá conviver e participar da vida em
sociedade e para que essa convivência seja a mais harmônica deve haver normas e
regras a serem seguidas.

O Direito e o homem se influenciam mutuamente. Enquanto o Direito faz parte do


processo de adaptação do homem, devendo este se adequar e obedecer as normas, o
homem também influencia na criação do Direito, vez que este deve estar focado e
adaptado ao meio para o qual foi produzido, obedecendo os valores que a sociedade
elege como fundamentais.

É importante dizer que o Direito Natural possui como leis fundamentais as leis advindas
da natureza e do conceito da expressão justiça. Dessa forma, como o Direito Natural não
se originou de uma criação humana, por ser, inclusive, anterior ao próprio homem, não
pode ser classificado como processo de adaptação social. Entretanto, a criação do
Direito, em uma sociedade, deve estar baseada nas principais regras do Direito Natural,
pois seus princípios de respeito à vida, à liberdade, dentre vários outros, devem estar
contidos em qualquer lei.

O Direito também possui importante missão: serve como instrumento para gerar a paz e
harmonia nas diversas relações sociais. Vale dizer que o Direito não deve refletir
interesses individuais, mas sim interesses de toda a coletividade, que muitas vezes
colidem com os interesses individuais.

O Direito, por ser fruto da elaboração humana, sofre influencia do tempo e do local, e
por isso, ele deve estar sempre aberto às mudanças que ocorrem durante as diferentes
épocas. O tempo faz surgir inúmeras e constantes transformações, e devido a isso, o
Direito deverá estar sempre atualizado.

Cumpre salientar que o Direito exige a imposição de determinados comportamentos e


posturas, que limitam a liberdade dos homens para uma interação harmônica. Há outras
manifestações sociais que também auxiliam o Direito nessa missão, quais sejam: a
religião, a moral, a ética e as regras de trato social.

Os conteúdos do site podem ser citados na íntegra ou parcialmente, desde que seja citado o nome do
autor (quando disponível) e incluído um link para o site www.jurisway.org.br.
o Direito na Sociedade
DOMINGO, 29 DE AGOSTO DE 2010

A Importância do Direito na Sociadade


Quando se analisa a história das sociedades, verifica-se que o indivíduo não nasceu
para viver de forma isolada, faz-se necessário um conjunto de regras ou normas
jurídicas que visam orientar e disciplinar estas condutas humanas dentro da
interferências subjetiva das sociedades, sob pena de causas desordem social e um
Estado de insegurança jurídica entre as pessoas. A história nos mostra que o indivíduo
embora possua a sua liberdade individual, ele deve compreender que o seu direito
termina onde começa o do outro, tal liberdade de forma descontrolada acabaria com o
fim da própria humanidade em face dos interesses pessoais e da feitura da justiça
pelas próprias mãos, dai podemos destacar a importância da vedação constitucional
dos tribunais de exceção.
Observa-se que em qualquer estrutura da vida social há que se ter regras para que a
sociedade possa viver em um ambiente protegido pelo direito e pela segurança em
sua liberdade de ir e vir, como já dizia o saudoso Justiniano, que o direito tem a função
primordial de dar a cada um o que é seu, não lesar a outrem, sendo assim, observa-se
que: em qualquer agrupamento humano há que se ter regras de condutas
disciplinadoras das relações jurídicas quer sejam estas regras impostas pelo direito,
pela moral, pelos costumes, pelo trato social, embora em todas estas categorias,
apenas o direito possui o direito de aplicar Sanções aos indivíduos que comete alguma
irregularidade, em face do principio da legalidade e do poder-dever conferido ao
Estado-Juiz para se fazer valer seus comando mesmo sem a vontade do agente
quando este infringe alguma norma estabelecida previamente em algum ordenamento
jurídico. A pena ou  Sanção é aplicada em acordo com o fato típico cometido pelo
agente.
Por outro lado há que se destacar aqui a importância da obra de Rousseau, que ao
expor as suas idéia no livro o Contrato Social, influenciou sobremaneira a idéia de
solidariedade e a Revolução Francesa, acontecimento político que haveria de mudar
os rumos da Europa e de outros países nos séculos seguintes. Quando Rousseau diz
que a familia é o primeiro modelo das sociedades políticas, onde o chefe é a imagem
do pai, o povo é a imagem dos filhos e todos, tendo nascido iguais e livres, não
alienam a  liberdade a não ser para sua utilidade, toda diferença é que, na familia, o
amor do pai por seus filhos o compensa dos cuidados que estes lhe dão, ao passo que
no Estrado o prazer de comandar substitui o amor que o chefe não sente pelo seu
povo.
Sendo assim, é importantíssimo destacar que quando Rousseau vai dizer que o
individuo cede parte de sua liberdade individual para que o Estado venha tutelar em
prol da coletividade e dos interesses gerais, o direito se destaca dentro dessa
delegação conferida pelo povo, porque imaginemos se vivêssemos em um Estado de
desordem, fazendo justiça com as próprias mãos a sociedade seria aniquilada e teria o
seu fim, e, mesmo com tantas regras jurídicas e formas de modelos pronto a regular
as diversas situações jurídicas que ocorrem quer sejam gerados dos negócios
jurídicos que criam, modificam, extinguem  direitos, e tantas outras situações que o
direito é chamado constantemente a regular, ainda o legislador não conseguiu prevê
todas as situações futuras e presente, isso porque a sociedade evolui diariamente  e o
direito as vezes não acompanha na mesma velocidade essas mudanças, sem contar
que ainda existem pessoas que desafiam o direito fazendo justiça pela próprias mãos,
e neste caso o direito tem que reprimir tal atitude em prol da segurança jurídica.
é óbvio que cada pessoa na medida de suas necessidades tenta encontrar o meio
mais fácil de solucionar seus problemas, mas, há que ressaltar que esses meios
ilegais podem sim interferir e causar danos irreparáveis a outrem, por isso, há que se
ter um conjunto de regras disciplinadoras dessas relações jurídicas onde somente o
direito é o único detentor de regular e aplicar as devidas penalidades ao indivíduo que
comete tal irregularidade. Sendo assim, concluímos estas breves análises jurídicas
que embora a justiça para alguns seja morosa, para outros lenta até demais,esta ainda
é a instituição que devemos acreditar e confiar, mesmo com tantos problemas, até
porque como já dizia  Calmon de Passos, insigne processualista, aduzia que : _ a
Justiça não é lenta o procedimento deve ser demorado para que não se cometa
injustiças, ou seja, busca- se averiguar o máximo antes de se decidir a vida  ou a
história de alguém que precisa do Estado de uma decisão para o seu caso, é neste
contexto que observa-se que o direito é esta instituição tão respeitada que merece
todo respeito da parte da sociedade que terá sempre um caminho legal para se fazer
valer e postular os seus direito ou interesses na maneira mais legal.
encontrar uma forma de associação que deifnida e projeta com toda a força comum
das pessoas e os bens de cada associado e pela qual cada um, unindo-se a todos,
obedeça portanto senão a si mesmo e permaneça tão livre como anteriormente esse é
o problema fundamental, cuja solução é dada pelo contrato social. O Contrato Social é
uma das obras mais interessantes que concretiza o ideal de segurança jurídica e de
uma grau de amadurecimento de uma sociedade racional e que busca viver em
harmonia dentro da sociedade, contando com o Estado como detentor de regular
essas relações jurídicas conflituosas e criando normas de prevenção e segurança
jurídica.
O papel do direito perante a sociedade e a busca
pela justiça
Ramon Ysleane Fernandes
Publicado em 05/2015. Elaborado em 05/2013.
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O objetivo tratar do Direito como controle da sociedade, mas também como um
instituto que causa expectativas na sociedade.
RESUMO:

Esse artigo tem como objetivo tratar do Direito como controle da


sociedade, mas também como um instituto que causa expectativas na
sociedade e é visto como uma forma de segurança e garantia da cidadania. A
pena é pensada pela sociedade como uma forma de retribuição, pois ainda não
conseguimos ver um criminoso de forma totalmente humanística e acreditar na
sua recuperação. Já para o Direito e o Estado, a pena deve ter o papel de
retribuir, como também de ressocializar o individuo porque é esse o proposto
por ambos. Trazendo a consciência do que vem a ser justiça e o papel do
Direito e da sociedade na busca por ela. Abordando ainda, o papel da
consciência da finitude humana na transformação do homem. Sendo a morte o
maior temor da humanidade a busca pela salvação é uma forma de abrandar
as angústias causadas pela certeza desse fenômeno inevitável e irreparável.

PALAVRAS-CHAVE: Direito; sociedade; punição; Estado; Cidadania;


Justiça; Vingança; Punição; Morte.

1. INTRODUÇÃO
O termo justiça vem sendo utilizado ao longo da história como uma
forma de resposta à determinada situação, e muitas vezes fora confundido com
a vingança. Certo é que para fazer justiça é necessário ao menos saber o que
ela significa e o que ela realmente é para todos nós, essa por sinal é uma
tarefa bastante dificultosa.  Determinadas situações tiram das pessoas toda e
qualquer compaixão, fazendo com que desejem que o seu próximo pague de
alguma forma pelo mal que cometera. Isso é muito comum perante os crimes,
sejam eles de que ordem for. Os crimes despertam nas pessoas o desejo e a
“sede” de justiça, para alguns, até mais que isso, o desejo de vingança. Houve
um tempo em que quem praticasse determinado crime “pagava na mesma
moeda”, “olho por olho, dente por dente”. Contudo, com a evolução humana e,
conseqüentemente, com o surgimento do Direito, este ficou responsável por
fazer justiça e punir aqueles que infringirem a lei. O papel do Direito é fazer
com que essa justiça esperada pela sociedade seja alcançada, e mais que
punir os infratores é papel também do Direito ajudar a resocializá-los para
tentar trazer pessoas melhores para o meio social. Apesar da racionalidade
que possui o homem pode ser considerado um ser que age muito
impulsivamente e, por isso, necessita de algo que lhe controle externamente. É
para exercer esse tipo de “controle” que o Direito surgiu. Afinal, o Direito não se
trata apenas de um conjunto de normas direcionadas a punição, mas também é
um instituto que pensa na prevenção e age como um guia na vida das pessoas
dizendo o que é permitido ou não mediante a Lei. Nesse contexto, acreditamos
que a criação do Direito trouxe imensos benefícios para a sociedade, pois
assim, a justiça não se concentra somente nas mãos de um Soberano, mas
nas mãos de magistrados, defensores, e de toda uma sociedade em conjunto
que busca por ela. Quando tratamos de punição no Direito, tocamos numa
“ferida” que está aberta há muitos anos e que nunca conseguiram uma receita
certa para alcançar a cura das pessoas que passam por ela. Antigamente, os
castigos eram brutais e desproporcionais aos crimes cometidos, as pessoas
pagavam com o próprio corpo pelos que cometiam. Era uma época dura, com
leis muito severas, mas ainda assim havia muitos crimes. Até que então, surgiu
a idéia de apenas prender o criminoso numa cadeia na qual ele iria ter muito
tempo para refletir e tentar mudar. Em alguns casos, quando já não existia
a pena de morte e outros castigos físicos eram perpétuos, o que ainda é
realidade em alguns países. Sendo a “válvula de escape” há muitos anos e
mesmo sendo contestada, ainda é a melhor opção para os crimes de grande
potencial ofensivo. A sua falha tem sido notada mediante a forma como tem
sido aplicada. Os encarcerados vivem em condições subumanas nas cadeias e
não são incentivados de forma alguma a adquirir uma nova forma de vida fora
delas. São pessoas tratadas como bichos e que realmente se tornam bichos
com o passar do tempo, sem vontades, sem sonhos, sem escrúpulos, sem
alma, vivem pelo próprio instinto, para garantir a sobrevivência somente. A
falha da prisão é não proporcionar a ressocialização que é pretendida.

                            

1. O PENSAMENTO DA SOCIEDADE MEDIANTE OS CRIMES


 A revolta da sociedade em relação a esses criminosos é grande, e
com razão. A violência chegou a tal ponto que torna a nós os cidadãos os
encarcerados. Vivemos com medo e angústias, imaginando como viver e
driblar tantos acontecimentos desagradáveis ao nosso redor. É assustador
imaginar que não podemos confiar inteiramente em vizinhos, amigos, parentes
e sempre estar atentos em relação a tudo, inclusive às crianças. Os Direitos
não são mais respeitados, nem mesmo o maior deles que é a vida.
Assassinatos de forma banal acontecem cada vez mais. A insegurança e a
impunidade não deixam que a sociedade se desenvolva como deveria ser.

A vida em sociedade exige o sacrifício que é a


limitação do exercício dos direitos naturais. Não podem
todos ao mesmo tempo exercer todos os seus direitos
naturais sem que daí advenha à balbúrdia, o conflito.
(FILHO, 2008, p.84)
Acredita que não é a severidade da pena que leva o homem a refletir,
mas sim a certeza que ela será aplicada, assim, segundo Beccaria. No Brasil,
por exemplo, existem leis severas e que poderiam ser eficientes, no entanto,
não são. Isso ocorre não pela falta delas, mas da pouca aplicação e segurança
oferecidas por elas. Os infratores cometem crimes com a certeza de que não
será punido, ver-se que não se trata de haver ou não leis duras, mas ocorre a
certeza da impunidade e a falta de temor por parte dos criminosos.

            Ao pensar nessas pessoas com o lado humano, imaginamos


que não se trata de eliminá-los ou tratá-los como inimigos do Estado, mas sim
recuperá-los para que encontrem um lugar na sociedade e tornem-se cidadãos
de bem e com expectativas na vida. No entanto, a realidade não é tão bonita
quanto é relatada na teoria. A verdade é que dentro do pensamento de cada
ser humano existe também uma parte instintiva e até emocional, que o leva a
uma revolta diante de determinada situação, e o primeiro pensamento induz à
vingança. A retribuição é o único desejo das vítimas, a prevenção é um desejo
do Estado e do Direito. Isso é muito notado nos crimes contra os direitos de
personalidade. Os casos atuais mais freqüentes estão ligados a internet.
Quando, por exemplo, uma pessoa tem suas fotos íntimas divulgadas em sites
pornográficos ou é vitima de chantagem, o que a vítima deseja é que
encontrem quem o fez e que o faça pagar pelo cometido. O Direito tem um
papel maior, tem o dever de encontrar uma forma de prevenir outras pessoas e
evitar que casos como esse se repita, e ainda, criar leis que tutelem a punição
devida a esse tipo de crime, se for o caso. É por isso que podemos afirmar que
para a vítima a punição tem o papel de retribuição e de fazer justiça com isso,
mas para o Estado e para o Direito ela tem de cumprir com a obrigação de
ressocializar o criminoso porque foi isso o prometido por eles.

Os direitos de personalidade são próprios do ser


humano, direitos que são próprios da pessoa. Não se trata
de direito à personalidade, mas de direitos que decorrem da
personalidade humana, da condição de ser humano.
Com direitos da personalidade, protege-se o que é próprio
da pessoa, como direito à vida, o direito à integridade física
e psíquica, o direito à integridade intelectual, o direito à
liberdade, o direito à honra, o direito à imagem, o direito ao
nome, dentre outros. Todos esses direitos são expressões
da pessoa humana considerada em si mesma. Os bens
jurídicos mais fundamentais, primeiros, estão contidos nos
direitos da personalidade. (BORGES, 2007, p. 21)

            O mais preocupante para a sociedade é não poder agir sozinha,


porque é papel do Estado garantir a segurança para a população. E já que
temos nossos Direitos desrespeitados, temos também comprometido um dos
princípios pilares da Constituição Federal, que é o principio da dignidade da
pessoa humana. Diante disso, nos tornamos cada vez mais “reféns” da
insegurança, da violência e de seres humanos que não respeitam nem os seus
direitos e muito menos os direitos dos outros.

1. A JUSTIÇA E A PUNIÇÃO
A justiça se confunde com vingança desde o surgimento da
humanidade. Sentir-se acusado sendo inocente é injusto, assim como ver
alguém que cometeu crimes não pagando pelo que fez. Para muitos, a justiça
compete em retribuir o mal que fora aplicado a alguém. Outros consideram que
humanamente é possível retribuir e recuperar o ser humano ao mesmo tempo.
Mas, quem pode dizer o que é mais justo?

Para proteger-se dos males e dos inimigos, os homens abrem mão de


parte de sua liberdade para poderem gozar de mais segurança. O conjunto
dessas liberdades cedidas causou certo direito de cobrar do outro que também
sacrificasse um pouco da própria liberdade em prol da sociedade e quem não o
fizesse estava desobedecendo a uma ordem que era para todos, fazendo
necessária a existência da punição. O conjunto dessas porções de liberdade
cedidas forma o direito de punir. A punição está para os homens como uma
forma de disciplina e de essencial importância para alcançar êxito na educação
e reeducação das pessoas.

O infrator é visto como agressor de toda a sociedade e deve ser punido


por infringir as leis da boa convivência social. Desta forma, a pena serve tanto
para retribuir o feito quanto para proteger a sociedade.

            Nos primórdios não se falava em fazer justiça, mas sim, de


revidar o mal cometido. Algumas vezes fundamentada no argumento de
proteção da sociedade e em outros momentos totalmente ligadas a
religiosidade, a vingança era algo comum e honrado entre as civilizações
antigas. No entanto, fazer justiça com as próprias mãos ou vingar-se de
maneira individual causava brigas extensas entre famílias e as deixava
desprotegidas e vulneráveis, o que não era bom. Foi então, que o direito de
punir passou a concentrar-se num poder central.

                                     

Depreende-se dessa sucinta análise que a pena,


durante a Antiguidade, migrou da esfera privada para a
esfera central de poder, estribada em cunho eminentemente
religioso, buscando a satisfação da divindade agredida pela
ação delituosa, tendo em um segundo momento servido à
satisfação do próprio corpo social em virtude do surgimento
dos primeiros centros urbanos na Grécia, sem, contudo
distanciar-se essencialmente do seu conteúdo vingativo.
(GOMES, 2008, p. 35)

A verdade é que há muito tempo percorremos caminhos e procuramos


a melhor forma de punir crimes. Diante disso, Paulo Queiroz, 2008, fala que o
autor de um crime deve ser necessariamente castigado, porque é preferível,
que mora um homem a perder todo um povo, pois a se desprezar a justiça, já
não terá sentido a vida dos homens sobre a terra. Teorias absolutas:
retribuição moral jurídica, nesta teoria quem comete o crime deve pagar pelo
mesmo, dando a justiça sua maior credibilidade. Sendo sua finalidade a
retribuição que o mal será pago com o próprio mal, ou seja, conforme a lei de
talião, olho por olho e dentre por dentre aplicação da pena é a realização da
mesma. Pois para quem vai alem da ordem da sociedade, o qual viola suas
leis, tinham de ser castigado imediatamente. Se tornando a pena um modo de
desmontar que ali tinham ordem. Mas, a pena é ou não é para ser usada como
uma forma de justiça. Pois a mesma entra na sociedade. A vingança e
retribuição fora o método mais utilizado durante a história. Somente quando o
pensamento saiu do crime e passou a se concentrar no criminoso pudemos
imaginar não somente uma maneira de fazê-lo penar pela infração como
também resgatá-lo de volta à sociedade. A prisão, então, passou a ser a
“solução” para as infrações. Contudo, o sistema carcerário brasileiro falhou e
continua falhando, e a finalidade da prisão não consegue ser alcançada como
fora imaginado.

No sistema punitivo brasileiro a pena privativa de liberdade parece ser


o único apoio do Estado e sua única alternativa no combate até mesmo de
crimes de pequeno porte. A maneira como essa privação de liberdade é
mantida contraria de imediato um de seus principais princípios: o da dignidade
humana. Alguns autores, assim como Geder Luiz, trabalham com a idéia de
que é totalmente possível aplicar penas alternativas para crimes de menor
potencial ofensivo, e que essas penas seriam até mais eficazes do que a pena
privativa de liberdade, que como é perceptível, não consegue alcançar sua
finalidade por completo devido a sua forma de aplicação. Isso porque a forma
como é aplicada a pena traz um efeito totalmente contraditório ao discurso da
dignidade da pessoa humana e os direitos fundamentais pregados pelo Estado
e escritos na Constituição Federal. Levando o Direito a demonstrar um
interesse apenas na vingança, como era nos tempos remotos quando o mesmo
surgira. Temos infratores de grande porte convivendo com pequenos infratores.
Temos no sistema carcerário nada mais que uma faculdade de crimes. Sim,
pois pessoas que praticaram pequenos furtos saem da prisão transformada em
assassinos frios e calculistas. A idéia voltou-se ao contrário. Ao em vez de
serem recuperados, os detentos se tornam mais perigosos e revoltados com a
sociedade e o Estado.

Muitos cidadãos desconhecem a forma de sobrevivência dessas


pessoas que estão encarceradas mesmo sabendo que é injusto uma pessoa
matar e somente lhe ser tiradas a liberdade. Enquanto outros consideram que
esses infratores, mesmo havido cometido crimes, ainda possuem direitos
fundamentais que devem ser respeitados mediante a Constituição Federal.

O Direito é caracterizado, principalmente, por fazer com que uma


pessoa decida pelo destino de outrem e julgue a ação do mesmo. Sendo
assim, ele é muito mais que um conjunto de normas que devem ser apenas
obedecidas, trata-se de um tutor de direitos e deveres dos cidadãos. Apesar de
ser visto como “aquele que detém o poder da decisão”, o juiz não tem total
autonomia sobre os casos que julga porque está sempre muito preso ao dogma
e tem a obrigação de ficar sempre submisso à Constituição e aos Tratados. A
sociedade tem em mente que o juiz é o “todo poderoso”, e na verdade não é.
Às vezes, ele realmente tem o poder para executar certas coisas, no entanto,
não tem autorização para aquilo no determinado momento. Para condenar é
necessário que haja provas contra o acusado.
O poder é aquele que pode, e a autoridade, aquela
que autoriza. Uma toma a iniciativa e a realiza a ação; a
outra, a censura ou lhe dá validade. “O poder é a liberdade
de executar, a autoridade é a obrigação procedimental; a
outra, passiva e negativa”. (GARAPON, 1999, p. 180)

Acreditar na justiça e deixar que o Direito decida o destino dos


criminosos foi uma decisão sensata na tentativa de acabar com os “crimes
justificados”, ou os crimes de vingança. Além disso, garante a todos o direito de
resposta e de buscar seus direitos como cidadão. Mas, o Direito nem sempre
supre as expectativas das pessoas. Essencialmente no Brasil, as pessoas não
acreditam muito na justiça. Isso se deve ao fato de vermos muitos casos de
injustiças, assim como ricos que não pagam devidamente pelos crimes que
praticam ou pessoas irresponsáveis que conseguem, simplesmente, ficarem
livres mesmo tendo cometidos crimes graves, como os crimes de trânsito, por
exemplo. A insatisfação da sociedade anda conjunta com a indignação por
sermos testemunhas de tanta impunidade. As leis são claras, mas os casos
são subjetivos e necessitam de provas concretas, devido a isso nem sempre o
Direito é capaz de fazer justiça. A verdade é que a parte mais subjetiva do
Direito está centrada na idéia de justiça. Isso porque fazer cumprir leis é fácil, o
difícil é encontrar uma solução justa para cada caso que acontece.

A busca pela justiça mexe muito com a vida das pessoas, até mesmo
com a saúde física e mental. Ela pode tornar-se uma obsessão que prende ao
passado e não deixa viver o agora, e dessa forma o tempo vai passando e a
vida também. Segundo Ferry, “vivemos quase toda a nossa vida entre
lembranças e projetos, entre nostalgia e esperança”. É obvio que ninguém, por
mais generoso que seja, consegue deixar passar um crime cometido contra si
próprio ou com alguém que ame, mas é preciso continuar a viver, seguir em
frente e aproveitar o presente que é o único tempo real que existe.

1. A MORTE COMO PUNIÇÃO


Os crimes que mais revoltam a sociedade são aqueles que lidam com a
vida e a integridade física e moral das pessoas. A forma muitas vezes banal
como as pessoas são assassinadas fazem com que pensemos se tudo isso
seria tão constante se houvesse a pena de morte no nosso país. Contudo, num
país corrupto como o nosso, muitos inocentes poderiam ser condenados e a
massa pobre seria a mais prejudicada, já que a maioria da criminalidade é
representada pela classe baixa. Além disso, a pena de morte contraria o direito
à vida que é o mais importante e mais valioso bem defendido pela Constituição
Brasileira.

Para Beccaria, a severidade da pena não intensifica o temor do infrator,


mas sim a certeza de que ela será aplicada. O que realmente está faltando
para o Direito brasileiro não são leis mais severas, mas sim, o cumprimento
real das que já existem de forma igual para todos. 

A pena de morte é um tema polêmico e forte porque lida com dois


lados opostos: a vida e a morte. O maior temor do ser humano é a morte,
assim como sua maior certeza. Pensar na morte, para alguns, é difícil e até
mesmo doloroso porque ela representa a finitude humana. Já para outros, ela é
apenas uma passagem.

Tendo chegado a certo nível de sabedoria teórica e


prática, o ser humano compreende que a morte não existe
verdadeiramente, que ela é apenas a passagem de um
estado a outro, não um aniquilamento, mas um modo de ser
diferente. (FERRY, 2010, p.59)

Sendo assim, a maneira como encaramos a morte também influencia


na hora de definirmos o que é justo. Isso porque alguns diriam que o mais
correto é punir um homicida com o seu próprio crime, ou seja, matando-o.
Contudo, para outros, matar seria uma forma de libertá-lo e não puni-lo. A pena
de morte não dá a oportunidade do arrependimento e nem da remissão, assim,
pode-se afirmar que é muito mais justo que o mesmo pague pelo seu crime
tendo sua liberdade privada por longos anos, pois assim, além de puni-lo
damos a oportunidade de reflexão e de arrependimento para o mesmo. A morte
é cruel porque ela suga as esperanças e não deixa alternativa. Refletir sobre a
mesma é também uma forma de designar o que temos de real importância na
vida e o que queremos fazer dela.

Com o passar do tempo o personagem percebe a


indiferença de seus familiares e frieza com a qual os tratam.
Acaba por deduzir que só era importante quando trabalhava
e podia sustentá-los, ou mesmo, que nunca fora realmente
importante para eles. Isso porque todos seguiam sua vida
com muita naturalidade sem sequer lembra-se de sua
existência. A dor dele era tão grande que se tornou
insuportável, causando sua própria morte. Não pelo ferimento
da maça atirada pelo seu pai, mas por muitas outras feridas
causadas pelo descaso e a cegueira daqueles a quem amava
diante dos seus sofrimentos (Kafka, 2009. P.47).

O ser humano sem conseguir voltar a sua situação normal e ao longo


de sua vida como inseto pode conhecer verdadeiramente aqueles a quem
chamava família. Desmotivado e desolado ao tinha forças nem mesmo para ir
embora e tentar reconstruir sua vida em outro lugar, ou mesmo para lutar
contra aquele mal que o assolava e voltar a sua condição normal. Deu o alivio
aqueles que o escondiam e aquém envergonhavam. Para muitas famílias a
morte de alguém doente significa a libertação. Aprender a morrer é também
uma forma de aprender a viver. Já se ouve falar em muitos casos de
criminosos que dentro do sistema carcerário viraram adeptos de determinadas
religiões cristãs, alguns renovam suas vidas e aprendem novos modos de
recomeçar. Assim, para os presidiários, a busca pela salvação é uma forma de
ter esperança e buscar uma vida mais digna e feliz longe do crime. E se ela
não consegue nos livrar da morte, ao menos, pode nos livrar das angústias
provocadas por ela.

Ora, é exatamente isso o que, num momento ou


noutro, atormenta esse infeliz ser finito que é o homem, já
que apenas ele tem consciência de que o tempo lhe é
contado, que o irreparável não é uma ilusão, e que é preciso
que ele reflita bem sobre o que deve fazer de sua curta vida.
(FERRY, 2010, p.23)

 Segundo a filosofia, o homem passa a buscar a salvação à medida


que acredita na possibilidade de superar o seu maior medo que é a morte. A
busca pela salvação é uma forma de renovar a esperança perdida e de
também acreditar em algo que fortifica e justifica a vida humana, porque se ela
não existe, somos meras figuras que surgem para enfeitar o mundo e que
depois perdem a cor e desaparecem no tempo. E então, não haveria nenhum
sentido na nossa existência. A salvação é um alvo traçado tanto pela filosofia
quanto pela religião, mas há diferenças no modo de cada uma lidar com o
assunto. A religião prega a busca pela salvação através da fé em Deus, um Ser
onipotente que nos ama acima de qualquer coisa. Segundo Rubens Alves,
2009, “as igrejas ditas cita, para proteger suas verdades valiam de meios que
elas mesmas lamentavam. Os fins justificam os meios, alegavam”. Quanto às
convictas de possuidores da verdade sua indignação é total, ou seja, ele
sempre estar convencido que este certo e nem quer saber de aprender.
Termos um defeito grande, em relação à religião, pois diante de tantas religiões
e doutrinas todos acham que estão certos, sendo que o correto é fazer
conforme Deus ordenou segundo a bíblia sagrada. Pois no passado os
mesmos que tinham essas convecções mataram, roubaram varias famílias só
por pensarem diferentes. Sendo assim, a religião em relação à ciência tem
dogmas, diante disso, é que a maioria dos cientistas não crê em Deus, ou seja,
na religião.  Enquanto a filosofia trabalha com a idéia de que devemos buscar a
salvação por nós mesmos, sem a ajuda de Deus.

Por não conseguir acreditar num Deus salvador, o


filósofo é antes de tudo aquele que pensa que, se
conhecemos o mundo, compreendendo a nós mesmos e
compreendendo os outros, tanto quanto nossa inteligência o
permite, vamos conseguir pela lucidez e não por uma fé
cega, vencer nossos medos.  (FERRY, 2010, p. 24)

 Muitos podem acreditar que a salvação é uma ilusão, mas, às vezes, é


muito melhor acreditar em algo do que acreditar no nada, e para quem não
está disposto a ter fé e conquistá-la mediante uma doutrina cristã, existe
também na filosofia uma teoria que afirma que a salvação é sim algo possível.
A verdade é que a vivencia e os estudos filosóficos, assim como também as
outras ciências, buscam respostas para tudo e deram a Deus o nome de um
Cosmos, mas em nenhum momento conseguiram provar a não existência Dele.
Na filosofia, os estóicos afirmaram existir um Deus, mas não um Deus pessoal,
mas um tipo de Todo que organiza todo o espaço existencial. E para eles a
salvação é algo totalmente possível e certo.

Sobretudo, não se engane: o Deus de que fala


Epicteto não é um ser pessoal como o dos cristãos; é
apenas um equivalente do cosmos, outros nomes para a
razão universal que os gregos chamavam logos, rosto do
destino que devemos aceitar, e até mesmo querer com toda
a nossa alma, quando, vítimas das ilusões da consciência
comum, creram sempre ter de nos opor a ele para tentar
submetê-lo. (FERRY, 2010, p.68/69)

Se o homem busca a salvação, então, além de ser racional, é também


capaz de evoluir e transformar-se ao longo do tempo. Sendo assim, vale à
pena acreditar na recuperação de pessoas ligadas ao mundo do crime. Afinal,
a idéia de ressocialização é muito boa e bonita, só não é tão real quanto
parece. A realidade no sistema carcerário é muito diferente do que é pensado
pela sociedade. Mas, ainda assim, mediante a religião e a filosofia os homens
podem ser recuperados, sejam pela fé ou pela razão.

1. O DIREITO COMO NORMA


O direito pode ser avaliado por duas esferas: uma subjetiva e outra
objetiva. De maneira subjetiva o Direito significa o poder de agir, e de maneira
objetiva o direito vem demonstrado como normas que regem a nossa vida em
sociedade, ou seja, a lei escrita. A teoria da norma jurídica busca entender o
Direito de maneira objetiva, ou seja, olhando-o a partir das suas normas
jurídicas.

O Estado de Direito significa que o Poder Político


está preso e subordinado a um Direito Objetivo, que
exprime o justo. Tal Direito – na concepção ainda
prevalecente no século XVII, cujas raízes estão na
antiguidade greco-romana – não era fruto da vontade de um
legislador humano, por mais sábio que fosse, mas sim da
própria natureza das coisas. (FILHO, 2008, p. 2)

A norma jurídica é aquela cuja execução é garantida por sanção


externa e institucionalizada, e para que haja Direito, é necessário existir um
sistema normativo composto por três tipos básicos de norma: as que permitem
determinada conduta, as que proíbem e as que obrigam determinada conduta.
Desta forma, o autor deixa claro que a norma observada isoladamente não
consegue revelar o Direito totalmente, e acaba afirmando que a base do Direito
não é a norma jurídica, mas sim o ordenamento jurídico que seria o conjunto de
normas.

O estudo das normas jurídicas e do próprio ordenamento jurídico está


estreitamente relacionado ao estudo das fontes do Direito, dos meios e
processos dos quais o ordenamento faz surgir suas normas. A teoria das
fontes, modernamente, parte do princípio de que o Direito não é um dado
sagrado ou da natureza, mas uma construção elaborada a partir de fatores
principalmente históricos e culturais. O autor relata em seu texto acerca de
duas teorias que tentam definir o Direito, a teoria da instituição e a teoria da
relação. O Direito como instituição só reafirma que o mesmo é uma construção
feita pelos cidadãos e que precisa ser mantida.

O Direito não se trata apenas de uma legislação estatal, mas é


composto por um ordenamento jurídico. Sendo assim, o direito não está
centrado na norma, mas sim no ordenamento, ou seja, no conjunto de normas
de uma determinada ordem jurídica. Não há possibilidades de definir que é o
Direito olhando apenas para as normas isoladamente, já que elas são apenas
partes que forma um todo que é o ordenamento jurídico.

Compreende-se que a justiça é um campo amplo que nem sempre o


Direito consegue completar. Se aplicar a lei já é uma tarefa difícil, a justiça é
maior ainda por ser algo muito subjetivo de cada caso, pois pode ser que uma
sentença seja justa para um crime, mas não seja para outro. A punição é algo
concreto, a justiça é abstrata. No final de tudo, as pessoas desejam mesmo é
que o infrator pague pelo que fez, independentemente de achar que ele vai ser
capaz de transformar ou não a sua vida. A sede de justiça tem também um
pouquinho haver com a vingança. Sim, pois a retribuição nada mais é que uma
forma de vingar-se.

Acreditar que a morte pode ser uma forma de punição é afirmar que
uma pessoa tem o direito de tirar a vida de seu próximo. É uma maneira de
punir, mas que não luta contra a violência, ao contrário, é uma pena que está
totalmente ligada a ela. A vida é algo sagrado. Pelo pensamento lógico se um
homicida não possuía o direito de matar a sua vitima, a sociedade também não
tem o direito de tirar a vida dele. Cabe sim ao Direito puni-lo devidamente pelo
que fez, mas de outra forma.

Independentemente do grau de periculosidade que a pessoa possua, o


seu maior medo é a morte. Ela é a maior aflição do ser humano, porque temos
consciência que mais cedo ou mais tarde ela chegará para algum de nós, e
quando se lida com o crime ela chega até muito mais rápido do que se imagina.
É por isso que devemos refletir sobre a morte, para aprendermos a viver.
Porque se não pensamos sobre nossas vidas acabamos dando valor a
determinadas coisas que não fazem sentido. É preciso desapegar das coisas
materiais e valorizar a vida e aceitá-la como ela é assim fica muito mais fácil
encarar os desafios. Fazer muitos projetos ou ficar remexendo muito no
passado é uma maneira de atrapalhar o tempo vivido no agora. Porque os
projetos podem não se concretizar, ou até mesmo se concretizem e, então,
percebamos que não era tão bom e importante quanto parecia na imaginação.
Desapegar do passado é uma forma de libertar-se para conseguir viver bem,
pois o tempo não volta atrás. 

            A morte nos assusta pelo fato de representar o “nunca mais”, e


a salvação nos anestesia a dor das angústias causadas por ela. Porque para
quem acredita na salvação, esse “nunca mais” não existe. É certo que não
habitaremos mais neste mundo e que as pessoas amadas serão deixadas, mas
é justamente por isso que refletir sobre a morte nos ajuda a viver melhor, já que
é somente desta forma que conseguimos distinguir o que temos de real valor
na vida. É importante para todos considerar a relevância do Direito para a
regulação de nossas vidas. Em praticamente tudo que fazemos, ele está lá,
tutelando e nos dizendo como devemos agir. A expectativa da sociedade diante
do Direito e do Estado é de ter assegurada a sua segurança e poder acreditar
em ambos e tê-los como aliados na luta contra a violência e a criminalidade
que nos rodeia. O medo e angústia de determinadas situações leva a
população a querer agir por si própria, a revolta e a indignação mediante os
crimes faz com que as pessoas pensem somente na retribuição e esqueçam-se
da ressocialização. No entanto, todos nós fazemos parte desse processo.
Afinal, sem a ajuda da sociedade não há como o Estado agir sozinho. É preciso
também pensar que existem pessoas que saem do cárcere e tentam ter uma
vida diferente, contudo, necessita, principalmente, da confiança da sociedade
que irá acolhê-lo e possivelmente ajudar o Estado a lhe oferecer
oportunidades.

           

REFERÊNCIAS:

BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e das Penas. São Paulo: Martin


Claret, 2001.

BOBBIO, Norberto. Teoria da Norma Jurídica. 2ª Edição. Bauru, SP:


Edipro, 2003

BORGES, Roxana Cardoso Brasileiro. Direitos da personalidade e


autonomia privada. 2ª Ed. Saraiva: São Paulo, 2007.

FILHO, Manoel Gonçalves Ferreira. Direitos


Humanos Fundamentais. 10 ed. São Paulo: Saraiva 2008.

FERRY, Luc. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos. Rio de


Janeiro: Objetiva, 2010.

GARAPON, Antoine. O Juiz e a Democracia: o guardião de


promessas. Rio de Janeiro: Revan, 1999.

GOMES, Geder Luiz Rocha. A substituição da prisão: alternativas


penais: legitimidade e adequação. Bahia: JusPodivm, 2008.

Ramon Ysleane Fernandes


Bacharel em Direito pelo Faculdade de Ciências Humanas e Sociais -
UNIAGES

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