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Bruno Miragem-
Método comparativo/histórico:
Esse método observa a evolução histórica da norma de acordo com as mudanças sociais, históricas,
econômicas, ou seja, a forma como a norma jurídica se modifica de acordo com os acontecimentos
sociais.
Compilação: Tem por objetivo reunir uma determinada quantidade de regras em um corpo, com o fito
de apenas essas normas passar a ter validade. São reunidas sem um critério sistemático, de forma
fragmentada e não cria novas leis, reúne as normas do passado. Ex. o Corpus Iuris Civilis de Justiniano.
Recepção: Se dá quando um ordenamento jurídico estrangeiro é recebido com direito próprio. Ex.
Argentina com o projeto de Texeira de Freitas.
Consolidação: Essa técnica justapõe as normas vigentes para articulá-las sob uma determinada
orientação (ordem cronológica), sem pretensões criativas na matéria, como faz a codificação. Ex.
consolidação das leis civis com Texeira de Freitas.
Favoráveis: desfavoráveis:
- A consolidação permite a unificação do direito -vigente
PARA de um
ALGUNS A CODIFICAÇÃO PERMITE
país por um critério de uniformidade; possibilitando a unidade
FOSSILIZAÇÃO DAS RELAÇÕES JURÍDICAS
política da nação. SEU DESENVOLVIMENTO ULTERIOR;
- PARA OUTROS,
- FACILITA O ESTUDO SISTEMATIZADO DO DIREITO, QUE PERMITIRIA A ESTAGNAÇÃO DO DIREITO
SE MOSTRA DE FORMA CIENTIFICAMENTE CIVIL;
GARANTINDO UMA MAIOR ESTABILIDADE NAS RELAÇÕES
JURÍDICAS;
- POR ATENDER A EXIGÊNCIAS DA VIDA SOCIAL APENAS
NO INSTANTE EM QUE SE ESTABELECE, SE TORNARIA
DESARRAZOADA;
- PERMITE A PASSAGEM DO DIREITO PENSADO NA
DOUTRINA PARA O DIREITO POSITIVADO.
-
Slide:
● Direito clássico:
Desenvolve-se ao lado do ius civilis, o ius gentium e os ius honorarium (dos preatores urbanos e
peregrinos)
● Direito pós-clássico:
Concentra-se a maior fase de produção do direito, a partir de decretos e constituições imperiais.
Desaparece a distinção ius civiles e ius honorarium. Há uma maior vulgarização do direito, pelas suas
compilações e mesclas com o direito comum. No Império Romano do Ocidente as leis se confundem
com o direito germânico. No Império Romano do Ocidente ocorre um dos maiores processos de
compilação- o Corpus Iures Civilis de Justiniano.
Percebe-se a falta de uma preocupação em sistematizar esse direito sob uma ótica coerente ou
racional, o que de fato não tira seu mérito já que inspirou até os dias atuais (CC/16 e CC/02) boa parte
das instituições e disposições- Pessoa, usucapião, contrato, delitos, etc.
Após a queda do Império Romano o direito romano, instaura-se a Idade Média, e ele deixa de ser
amplamente utilizado e é substituído pelo direito canônico e consuetudinário.
A sua “redescoberta” se dá em meados do séc. XI, na Idade Moderna, com a Universidade de
Bolonha, pela sua necessidade de utilização frente ao desenvolvimento do comércio, escola dos
glosadores. No movimento de codificação moderna destacam-se alguns diplomas legislativos- como o
Código da Prússia e da Áustria.
O Direito Romano/Canônico cede espaço para as legislações comerciais, expressas nos Códigos
Comerciais, e nas legislações sobre as relações intersubjetivas, a partir de um paradigma calcado na
propriedade privada, expressa nos Códigos Civis.
Esse Código traz uniformidade ao direito francês- uniformidade de fontes, cuja principal seria a lei;
uniformidade de entendimento, afirma valores da incipiente burguesia e aqueles forjados ao longo do
desenvolvimento histórico do direito.
Críticas- Código burguês, de alto teor individualista, por isso preza tanto pela propriedade privada,
liberdade contratual...
Sistema completo, fechado e autossuficiente.
A partir dos Códigos Civis francês e alemão, muitos outros se sucederam e receberam influência
destes, tais como o Código de Seabra português, o Código Italiano e até mesmo o Código
brasileiro.
● Ordenações Filipinas- O texto português mais longevo, editado para atualizar a Ordenação
anterior, que deveria ser adaptada a nova realidade das Descobertas. Essa vigorou no Brasil,
mesmo no pós-independência, até a edição do CC/16.
Obs; Vale ressaltar a influência em Portugal, e, portanto, no Brasil, das reformas feita pelo Marquês de
Pombal, ao ensino jurídico, a atividade dos juristas (lei da boa razão).
Texeira de Freitas, ainda, é o primeiro a sistematizar o direito brasileiro, e no seu Esboço já divide o
Código em uma Parte Geral, que vem a explicar os conceitos para interpretação da Parte Especial.
Passou todo o período do Império e não tivemos, nessa época, um Código Civil.
CRÍTICAS: DEFESA:
É de registrar a atualização e
aperfeiçoamento de normas
havidas na codificação anterior,
como o critério de idade para
aquisição de capacidade plena,
de 21 para 18 anos
A expressão pessoa, no artigo, é utilizada substituindo a antiga expressão “homem”. Pois, é mais
compatível com a ordem constitucional.
Pessoa, de acordo com o artigo, é o ente que pode ser sujeito de relações jurídicas.
E a capacidade mencionada no artigo é a capacidade de direito (ou de gozo), que como se firma, se
destina a todas as pessoas, com maior ou menor grau.
● O conceito de pessoa é para o Direito, é ontológico, ao passo que simboliza uma construção
jurídica e não uma questão natural. Assim se dá, pois, nem toda pessoa de fato é uma pessoa
para o Direito. (Só é pessoa quem o Direito diz que é pessoa- alto potencial de excludência)
Foram excluídos do conceito de pessoa por muito tempo os povos originários, os estrangeiros,
os escravos, as mulheres. Com a DUDH minimiza esse potencial de excludência do conceito de
pessoa.
Atualmente se engloba também os apátridas/estrangeiros/expulsos e exilados, a reprodução
assistida, os animais, as inteligências artificiais.
É válido lembrar também que o conceito de pessoa é construído historicamente dentro de cada tempo
histórico e cada cultura
- A ideia de pessoa remonta a Grécia Antiga, onde os filósofos começaram a elaborar seu conceito. (Há
o estudo de Sócrates sobre o exame da pessoa humana)
- Em Roma- Pessoa era quem tivesse o status de liberdade, cidadão romano e não possuísse
deformidades;
- Na Idade Média- Pessoa eram a imagem e semelhança de Deus, também sem deformidade.
- Na Modernidade- Temos um conceito de pessoa baseado na racionalidade, liberdade e
responsabilidades das suas ações, e também nas demais dimensões emocionais (Freud).
O Direito se apropria desses elementos culturais e históricos para o mundo jurídico, para criar o seu
próprio conceito. O Direito iguala a PESSOA ao SUJEITO DE DIREITO em plenitude.
Sujeito de Direito é mais amplo que pessoa- é o ponto de confluência de diversas normas, titular de
direitos e obrigações em uma ordem jurídica. Toda pessoa física ou jurídica é um suj. de direito, mas a
recíproca n é verdadeira, no conceito de sujeito de direito também se incluem os patrimônios.
5. A PESSOA NATURAL:
Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro.
Obs: A primeira parte do artigo fixa o início da personalidade, e a segunda ressalva os direitos do
nascituro.
O Direito busca o conceito de vida na medicina que estabelece que, há vida no instante em que se
constata que a pessoa tem seu sistema cardiorrespiratório funcionando, aferível pelo exame da
docimasia hidrostática de Galeno. Assim, observando esses critérios, ela adquire imediatamente sua
personalidade jurídica, tornando-se sujeito de direito, mesmo que venha a falecer segundos depois.
NATIMORTO- Não existe respiração, não existe vida e não existe, consequentemente, personalidade-
Já nasce morto.
NEOMORTO- O que respira, mas morre em seguida, contudo ainda assim é dotado de personalidade
jurídica/civil.
5.2) O nascituro:
A situação jurídica do nascituro é palco de controvérsias doutrinárias.
Quem é o nascituro? em tese é quem está em desenvolvimento no ventre feminino, ou seja, é um ente
concebido, embora ainda não nascido.
Há desentendimentos doutrinários para saber em que medida um nascituro é considerado pessoa.
TEORIA NATALISTA- Diz que se adquire personalidade a partir do nascimento com vida, o que o
nascituro tem é expectativa de direito, mas ainda não possui personalidade jurídica. (Teoria do CC/02)
TEORIA CONDICIONAL- Não atribui ao nascituro a personalidade jurídica, embora considere que,
mesmo antes de nascer, ele já seja titular de direitos da personalidade (como o direito à vida). Porém,
os direitos adquiridos ainda na sua concepção se materializam ao nascer com vida, caso não ocorra
não há uma perda ou transmissão de direitos.
TEORIA CONCEPCIONISTA- Esses defendem que a aquisição da personalidade jurídica começa com
a concepção, ou seja, o nascituro já é pessoa, alcançando, inclusive, efeitos patrimoniais. - Esse é o
entendimento da jurisprudência brasileira para maior proteção ao nascituro.
A doutrina do Brasil adota a teoria natalista, embora a visão concepcionista venha ganhando espaço na
jurisprudência brasileira. Porém, independente da teoria adotada, não há discussão que o nascituro
tenha direito à vida, inclusive para que se possa gozar dos direitos futuros, decorrentes do nascimento
com vida.
É estabelecido ainda no art. 2°- a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
● Ainda no âmbito do Direito do Trabalho é garantido a gestante a estabilidade, desde a
concepção da criança, mesmo que seja do desconhecimento do empregado e empregador (não
pode ser demitida sem justa causa ou de forma arbitrária, desde a concepção até completar 5
meses (ADCT- art. 10).
● Ademais, a gestante tem, em prol do nascituro, o direito aos chamados “Alimentos gravídicos “,
que compreendem todos os gastos necessários a proteção do feto.
● A tutela do nascituro se estende ao natimorto (morto no ventre), pois, este é titular dos direitos
da personalidade- nome, imagem, sepultura.
● “nondum conceptus” - futuro nascituro, porém já com testamento a seu favor. Os bens que lhe
são destinados ficam sob a proteção de alguém (nomeado pelo testador ou pelo juiz)
● A reprogenética humana não cabe ao art. 2°, deverá ter estatuto próprio.
CONCEPTURO- o que se forma a partir da fecundação (14 dias até que ocorra a nidação); ainda não concebido,
mas com a possibilidade de ser,
Ambos têm o direito de herdar, tem personalidade jurídica em partes (pois tem direitos, como o direito à vida) mas
ainda não tem personalidade de contrair obrigações (é uma antinomia jurídica), não é considerado pessoa.
obs- ainda que não seja considerado PESSOA (ter personalidade jurídica) este é titular de direitos
Com o fito de identificar o cidadão (que depois incumbe ao CPF ou CNPJ), provar o seu nascimento,
além de ser um direito fundamental de acordo com a Convenção Internacional dos direitos da criança.
Art. 50- Todo nascimento que ocorrer no território nacional deverá ser dado a registro, no lugar em que tiver ocorrido o parto ou
no lugar da residência dos pais, dentro do prazo de 15 dias, que será ampliado em até 3 meses para os lugares distantes a
mais de 30 km da sede do cartório.
§ 1º Quando for diverso o lugar da residência dos pais, observar-se-á a ordem contida nos itens 1º ffffffe 2º do art. 52.
§ 2º Os índios, enquanto não integrados, não estão obrigados a inscrição do nascimento. Este poderá ser feito em livro
próprio do órgão federal de assistência aos índios (FUNAI- por meio da RANI)
§ 3º Os menores de vinte e um (21) anos e maiores de dezoito (18) anos poderão, pessoalmente e isentos de multa,
requerer o registro de seu nascimento.
§ 4° É facultado aos nascidos anteriormente à obrigatoriedade do registro civil requerer, isentos de multa, a inscrição de
seu nascimento.
§ 5º Aos brasileiros nascidos no estrangeiro se aplicará o disposto neste artigo, ressalvadas as prescrições legais
relativas aos consulados.
O descumprimento desse prazo não implica em impossibilidade do registro extemporâneo. Mas, caso o
registro se dê de forma tardia serão imputadas duas consequências: obrigatoriedade do registro no
domicílio da residência do interessado, e a necessidade de um requerimento assinado por 2
testemunhas.
1o) o pai ou a mãe, isoladamente ou em conjunto, observado o disposto no § 2o do art. 54;
2º) no caso de falta ou de impedimento de um dos indicados no item 1o, outro indicado, que terá o prazo para
declaração prorrogado por 45 (quarenta e cinco) dias
3º) no impedimento de ambos, o parente mais próximo, sendo maior achando-se presente;
4º) em falta ou impedimento do parente referido no número anterior os administradores de hospitais ou os médicos e
parteiras, que tiverem assistido o parto;
5º) pessoa idônea da casa em que ocorrer, sendo fora da residência da mãe;
A lei de Registros Públicos (6.015/73) determina que os registros civis de pessoas naturais
compreendem, nos termos do artigo 29:
II - os casamentos;
III - os óbitos;
§ 1º Serão averbados:
b) as sentenças que julgarem ilegítimos os filhos concebidos na constância do casamento e as que declararem a
filiação legítima;
§ 2º É competente para a inscrição da opção de nacionalidade o cartório da residência do optante, ou de seus pais. Se
forem residentes no estrangeiro, far-se-á o registro no Distrito Federal.
“A pessoa natural registra-se porque nasce, e a pessoa jurídica nasce porque se registra”
Assim, pretende-se com o registro conferir publicidade aos atos jurídicos em geral, tornando-os
cognoscíveis a toda sociedade.
Capacidade de direito
Capacidade de fato Capacidade civil
Capacidade
plena específica
Art. 3 o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16
(dezesseis) anos.
a. Incapacidade absoluta:
A incapacidade civil diz respeito a falta de aptidão para praticar pessoalmente os atos da vida civil, a
pessoa tem a capacidade de direito, por força do art. 1° do CC, mas não tem a capacidade de fato, em
razão da falta de discernimento, seja porque não atingiram idade suficiente para tal, seja porque não
possuem integridade mental.
Por serem absolutamente incapazes, os menores de 16 anos
devem ser representados nos atos da vida Civil.
é válido salientar que nem sempre foi assim.OOCódigo de 2002, por sua vez, tratou como
Civil de 1916 incluía como absolutamente incapaz
absolutamente incapaz:
● os menores de 16 anos, ● os menores de 16 anos,
● os loucos de todos os gêneros, ●os que por enfermidade ou doença mental não
tiverem o discernimento para a prática de tais atos,
● os surdos-mudos que não puderem exprimir a sua
vontade, ● os que, mesmo por causa transitória, não puderem
exprimir a sua vontade.
● os ausentes declarados tais por ato do juiz.
O que fez mudar essa concepção foi a entrada em vigor do Estatuto da pessoa com deficiência (lei
13.146/ 2015), que como principal medida, tirou a pessoa com deficiência da categoria de incapaz, por
afirmar que a deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa. Revogando todos os incisos e
deixando apenas a questão etária.
O Estatuto, homenageando o princípio da dignidade da pessoa humana, pretende fazer com que a
deficiência deixe de ser rotulada como incapacidade, para ser considerada dotada de plena capacidade
legal, ainda que com a adoção de institutos assistenciais específicos- a tomada de decisão apoiada e,
excepcionalmente a curatela.
● a tomada de decisão apoiada é um instituto consagrado pelo Estatuto, no qual a pessoa enferma
ou com deficiência elege pelo menos 2 pessoas de confiança para prestar-lhe apoio na tomada
de decisão sobre os atos da vida civil, fornecendo os elementos e informações necessárias
exercer sua capacidade.
● a curatela, poderá ser utilizada, excepcionalmente, em atos de natureza patrimonial e negocial.
b. A incapacidade relativa:
Art. 4 o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial
Essas se encontram em uma zona intermediária, nem são plenamente capazes, nem tão pouco
absolutamente incapazes, pois podem exercer alguns atos da vida civil. Mas, para outros precisam
estar assistidos ou acompanhados.
● Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir a sua vontade.
É uma novidade da lei 13.146/2015.
Os que por causa transitória não pudessem exprimir a sua vontade eram tratados, inicialmente pelo
CC/02, como absolutamente incapazes, sendo transformados em relativamente.
Stolze adverte que os que permanentemente não puderem exprimir vontade alguma não deveriam ser
tratados como relativamente capazes. (mal localizado no Código). Em tese eles são assistidos, e não
representados, o que implica que ele deverá agir em conjunto com o assistente, mas como?????????
Para serem assistidos precisam do recurso à interdição, e posteriormente a curatela, levando em conta
o estado mental da pessoa,
● Os pródigos:
A lei reconhece a relativa incapacidade aos que, segundo Bevilaqua, gasta e destrói desordenadamente
a sua fazenda, reduzindo-se à miséria por sua culpa. Haja vista que reflete tanto no patrimônio
individual, como na família e sociedade.
Capacidade de interdição do pródigo- art. 1.782 do CC- A interdição do pródigo só o privará de, sem
curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar,
em geral, os atos que não sejam de mera administração.
A curatela só de dá para atos que possam diminuir o seu patrimônio.
art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do representado,
a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a
estes excederem.
Enquanto que os relativamente incapazes suprem a incapacidade por meio da assistência. Estes não
agem em nome do relativamente incapaz, mas em conjunto com ele, haja vista que o relativamente
incapaz pode agir por si só em alguns atos da vida civil, e só vai precisar desse instituto em alguns
casos e situações.
Sob pena de anulabilidade.
5.7) Restituição ou anulação por conflito de interesse (representante X representado): *
Com o fito de proteger o incapaz (principalmente o seu patrimônio) o CC/16 estabelece que um ato
celebrado por um menor, no qual tenha saído lesado, poderá ser anulado, mesmo que cumprindo as
exigências formais- é o benefício da restituição
Caso seja praticado sem as exigências formais, representação ou assistência, deverá ser invalidado, à
luz da teoria das nulidades.
Apesar do CC/02 não consagrar expressamente o benefício da restituição, a orientação doutrinária e
jurisprudencial é a mesma.
Ademais, quando o representante age extrapolando a sua função, que é agir em benefício do
representado, poderá ser anulado o ato, caso se convença o magistrado de um conflito de interesses.
a. Emancipação voluntária:
A emancipação voluntária acontece pela concessão dos pais, ou de um deles, na falta do outro. Quando
o menor completa 16 anos, os pais podem conceder a sua emancipação, mediante instrumento público
que não depende de homologação judicial.
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente
de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
A emancipação é ato irrevogável. Porém, os pais podem ser responsabilizados solidariamente pelos
danos causados pelo filho que emanciparam.
b. Emancipação judicial:
A emancipação voluntária é aquela concedida pelo juiz, ouvindo o tutor, quando o menor completa 16
anos.
Esse tipo de emancipação judicial só se dará na falta de ambos os pais (pois na presença desses é
realizado extrajudicialmente). E só produz efeito quando comunicada ao oficial de registro, ou seja,
registrado.
c. Emancipação legal:
Aquelas decorrentes dos incisos do art. 5°, exceto o inciso I.
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA-
São formas de individualizar a pessoa natural: Faz-se mister individualizar o indivíduo, tanto para
questões operativas (direito processual, entregas) pois traz segurança para as relações jurídicas,
quanto para que consigamos distinguir uma pessoa de outra, e para que consigamos reconhecer o nível
de capacidade de uma pessoa (especial pelo Estado).
⮚ Nome: O nome é o principal elemento de identificação da pessoa natural. Assim, o Estado evita ao
máximo os homônimos, nomes idênticos. Porém, sabendo que existem nomes idênticos, há outras
formas de se individualizar a pessoa;
O nome integra a personalidade da pessoa; sendo inalienável (não posso vende-lo, posso autorizar a
sua utilização), imprescindível (não o perco por falta de utilização), irrenunciável (não posso optar por
não ter um nome), imutável (em regra, não muda).
São irrenunciáveis (não posso renunciar o seu estado de filho), imprescindíveis e inalienáveis. Mas é
mutável.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
O significado da expressão nome, utilizado no artigo, corresponde à denominação completa que se
encontra no registro civil. Ex. Márlla Sabrinne de Oliveira Alves. E compreende, necessariamente,
duas partes, o prenome e o sobrenome:
a. Prenome: É o primeiro nome da pessoa, que pode ser simples ou composto. E, em regra, é
imutável.
Particularidades:
Apelido: Pode ter utilizado tanto como sinônimo do patronímico, o sobrenome, quanto como sinônimo
de cognome.
Cognome: Designação dada a alguém em razão de uma particularidade especial. EX. Garrincha.
Agnome: Sinal distintivo que se acrescenta aos nomes idênticos para diferenciá-lo de parentes
próximos e indicar a posição familiar. EX. sobrinho, Neto, Júnior.
Codinome ou pseudônimo: Nome escolhido pelo próprio indivíduo para o exercício de uma atividade
específica. EX. Gustavo Lima.
⮚ Alteração do nome:
Como vimos, o prenome é, em regra, imutável, haja vista que é marca indelével do indivíduo. Assim,
para poder alterar o nome é necessário que o indivíduo apresente um motivo muito relevante, como as
causas necessárias ou voluntárias. É importante lembrar que a jurisprudência vem mudando essa
concepção.
As causas necessárias dizem respeito às mudanças decorrentes do estado de filiação; como em casos
de adoção.
Ademais, a proteção ao nome se dá no âmbito do CC, nos artigos 17 e 18, onde se protege o nome
contra utilização indevida, mesmo sem animus difamandi.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a
exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
A utilização do nome é privativa do seu titular, haja vista que é a principal forma de individualização da
pessoa.
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
tornando-se, consequentemente; o centro dos seus negócios jurídicos e sua atividade profissional:
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde
esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio
para as relações que lhe corresponderem.
⮚ Pluralidade de domicílio:
Há pessoas que residem, habitualmente, em dois locais, mas adotam apenas um como domicílio;
Assim como existem pessoas que possuem dupla residência, onde viva em ambas alternadamente, é
permitido adotar a pluralidade de domicílios. No Processo Civil, o réu é demandado em qualquer um
deles.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á
domicílio seu qualquer delas.
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.
⮚ Mudança de domicílio:
Ao mudar de residência, com o animus definitivo de mudar de domicílio, mudar-se-á.
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar.
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares,
que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a
acompanharem.
⮚ Tipos de domicílio:
c) De eleição:
É o domicílio eleito e fixado pelas partes em um contrato, para especificar o foro das prováveis
complicações.
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os
direitos e obrigações deles resultantes.
Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde
tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro
onde o teve.
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Art. 6 o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos
em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
A existência da pessoa natural, e a consequente perda da capacidade, termina com a morte.
Tipos de morte:
⮚ Morte civil:
A morte civil, admitida em tempos pretéritos, extinção da personalidade de pessoas biologicamente
vivas, e consequentemente da sua capacidade, e consideração como sujeito de direito. Assim, a pessoa
natural viva era tratada como se morta fosse, para efeitos de direitos da vida cível- inexistindo mínima
dignidade à pessoa humana e excluindo-a da sociedade.
● Tais como acontecia com pessoas condenadas à pena perpétua ou a religiosos;
● extinta do nosso ordenamento.
Obs: Apesar da extinção da personalidade jurídica pós evento morte, há direitos da personalidade que
se estendem e se projetam post mortem. Ex. direito à imagem, sepultura, restos mortais. A lei protege,
post mortem, tanto a pessoa como o patrimônio.
⮚ Morte presumida:
É possível haver situações em que seja necessário decretar-se morte mesmo sem haver a presença do
cadáver, é a presunção de morte, mas não tem como se constatar precisamente se teve a morte em si.
o
Art. 7 Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as
buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento
● O juiz irá decretar a morte sem decretar a ausência, se utilizando da justificativa de óbito (atesta-
se a morte, sem a exumação do cadáver).
Com decretação de ausência:
Art. 6°- ... presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão
definitiva.
A ausência consiste no reconhecimento jurídico de uma situação fática, onde não se sabe o paradeiro
de uma pessoa, por um longo período de tempo, conferindo-se efeito de morte a essa situação fática,
abrindo-se todo um procedimento de sucessão:
- recolhimento dos bens do ausente, para tutelá-los,
- abertura da sucessão provisória,caso este não retorne.
- abertura da sucessão definitiva.
Tem-se todo esse processo, pois, diferentemente da outra situação, esta pessoa, em tese, não estava
em iminente perigo de vida.
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado
representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado
ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não
queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias,
observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos
antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
§ 1º Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem,
não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
A decretação de ausência não produz efeitos de morte real, a intenção, nesse caso, é tutelar os bens do
ausente, na expectativa que este os encontre intactos quando retornar. Ainda há uma alta expectativa
de retorno.
⮚ Sucessão provisória:
Após um ano do recolhimento dos bens do ausente, ou três anos sob a tutela do representante ou
procurador escolhido por ele, poderão os interessados querer a declaração de ausência e que se abra a
sucessão provisória. (Art. 26)
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias
depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se
houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido (equiparação).
§ 1º Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao
Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
§ 2º Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em
julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente
pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a
deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União.
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles,
mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
§ 1º Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será
excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro
designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
§ 2º Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão,
independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada,
perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão
para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas
assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono. (Obrigados a conservar os bens)
Essa sucessão é ainda feita com cautela, pois ainda não tem certeza da morte, de certa forma garante
a restituição do bem, caso o ausente se apresente.
⮚ Sucessão definitiva:
10 anos após o trânsito em julgado da sentença da sucessão provisória é que esta se converterá em
definitiva, caso os interessados requeiram. (Art. 37)
A partir de então, tem-se a morte presumida, por força do art. 6° do CC.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade,
e que de cinco datam as últimas notícias dele.
⮚ Retorno do ausente:
A ausência pode ser uma morte presumida, mas também não se descarta a possibilidade de retorno do
ausente.
Se o ausente aparecer na fase de arrecadação dos bens não há prejuízo, continua a gozar plenamente
dos seus bens.
Se o ausente aparecer na fase de sucessão provisória, e se provar que o motivo da ausência foi
voluntário e injustificado, o ausente perde os rendimentos e os frutos em favor do sucessor provisório.
Caso contrário, cessa as vantagens dos sucessores.
Se o ausente aparecer quando a sucessão já estiver definitiva terá direito aos seus bens existentes, no
estado que se acharem.
Obs- decorrente da ausência, até o casamento pode ser dissolvido.
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de
seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que
se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados
houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum
interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou
do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da
União, quando situados em território federal.
⮚ Justificação de óbito:
A justificação do óbito se dá quando não é possível fazer exame médico no cadáver, ou exumação,
ainda em hipótese de campanha militar, desastre ou calamidade, para proceder ao assento de óbito.
Art. 8 o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
Quando não há como comprovar a ordem cronológica das mortes dos comorientes, a lei afirmará a
presunção de haver falecido no mesmo instante. O que faz com que, caso os comorientes sejam
parentes, não haja sucessão entre eles.
Não existe comoriência entre pessoas que não transmitem direitos entre si, não a razão de ser, haja
vista que essa é a única razão de ser da comoriência.
Denominações: Por ser mais expressiva e exata, nosso CC adotou a expressão pessoa jurídica.
Porém, há outras denominações. Texeira de Freitas adotou a expressão “entes de existência ideal”,
pessoas fictícias, coletivas, compostas…
1. teoria da ficção: Essa teoria não reconhecia a existência real à pessoa jurídica, mas a
reconhecia como uma abstração, legal ou doutrinária, ou seja, como uma mera criação da lei ou
da doutrina.
problema- se a PJ é uma ficção, o Estado, que é um ente real, o que seria? Haja vista que é uma PJ de
Direito Público por excelência.
2. teoria da realidade objetiva: Para esses, a pessoa jurídica não é uma mera abstração, mas
tem existência real, social, tal como os indivíduos.
3. teoria da realidade técnica: O entendimento dessa teoria é que as PJ tem existência real,, haja
vista que o Direito lhes concede personalidade, que deverá ser utilizada para determinados fins.
- A personificação da pessoa jurídica é, de fato, construção da técnica jurídica. Haja vista, que
para existirem necessitam de um registro, que configura um ato constitutivo.
Pressuposto para configuração da PJ:
● Liberdade de associação,
● Finalidade específica, pautado na vontade humana, haja vista que as PJ de direito privado são
criadas livremente, e não por uma imposição estatal.
● Licitude do seu objetivo, sob pena de associação crimonosa.
● Ato constitutivo- irá criar, de fato, a PJ. Deverá observar as condições legais para a sua
instituição.
Sociedades- contrato social;
Associações- estatuto;
Fundações- testamento ou escritura pública,
2. É proveniente, em regra, da vontade humana. O que significa que, em regra, não precisa de
autorização.
A PJ possui capacidade jurídica especial, pois encontra-se delimitada no contrato social, no estatuto
ou na própria lei. Sendo vetadas da prática de atos que extrapolem a sua finalidade social. Mas
possuem capacidade plena, na forma dos atos constitutivos.
Outrossim, por não configurar um ente biopsíquico, a PJ não pode atuar por si só, daí falar em
presentação da PJ. Pessoas naturais que a compõem, praticando atos como se fosse a própria PJ, os
atos são da PJ e não física, proveniente da capacidade plena da PJ. Por isso disciplina o art. 49 que:
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado,
nomear-lhe-á administrador provisório.
Classificação da PJ:
Quanto à estrutura interna- As PJ podem ser formadas por pessoas (universitas personarum-
associações e sociedades) ou formada por bens e patrimônios (universitas bonorum- fundações).
Ainda que recolham valores para sua manutenção e/ou gere renda, não as descaracterizam. Mesmo nessas
pessoas jurídicas, tem-se a necessidade de constatar que os membros possuem responsabilidades (art. 47, CC).
Os associados não compartilham lucros.
Gradação de associados-
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens
especiais.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência
daquela não importará, de per si , na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo
disposição diversa do estatuto.
A exclusão do associado só é permitida por justa causa, mas poderá sair a qualquer momento que
quiser (Art. 57 e Art. 5°, XX, CF)
Por meio de uma Assembleia Geral, serão tomadas as decisões. Sendo convocada na forma do
Estatuto. Cabendo, especialmente, a mesma, destituir os administradores e alterar o Estatuto.
Consequências da dissolução-
O remanescente do patrimônio passará à entidade de fins não econômicos, designado no Estatuto, ou
na falta disso, por deliberação dos associados. Em último caso, devolvido à Fazenda.
B. Sociedades:
As sociedades configuram associação de pessoas, com personalidade própria, decorrida de ato
constitutivo, com o fito de exercer atividade econômica e partilhar lucros.
Classificação:
Sociedades simples- A PJ que embora exerça atividade econômica, não configura atividade
empresarial. ex. médicos, advogados. O registro é feito no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas.
(pessoalidade)
Sociedades empresárias- A PJ que exerça atividade econômica organizada para a produção ou
circulação de bens ou serviços, com registro na Junta Comercial, sujeita à legislação falimentar.
(impessoalidade)
C. Fundações:
São formadas por universitas bonorum, o que significa que não resulta da união de indivíduos, mas da
afetação de um patrimônio, designado por testamento ou escritura pública, destinado a determinado
fim.
A personalidade jurídica é atribuída a um patrimônio.
C. Legal- É aquela dissolução prevista em lei ou no estatuto, por sentença do juiz é determinando
extinção.
D. Judicial
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Direitos da personalidade:
Os direitos da personalidade se voltam para a condição humana como um valor a ser tutelado, e não
somente o seu patrimônio.
1. Importância da matéria:
A previsão legal desses direitos eleva a dignificação do homem, haja vista que se destina a proteção do
homem em sua essência e não apenas dos seus patrimônios.
É um sintoma da mudança axiológica da nova codificação civil, que retira seu caráter essencialmente
patrimonialista e se volta ao indivíduo e sua proteção em concordância com o texto constitucional.
2. Conceito:
Os direitos da personalidade são aqueles direitos que têm por objeto os atributos físicos, psíquicos e
morais do indivíduo e suas projeções sociais.
Dessa forma se mostram como sendo extrapatrimoniais, pois são valores que não são redutíveis
pecuniariamente, como o direito à vida, honra, imagem…
INERENTES A TODAS AS PESSOAS, PELA CONDIÇÃO DE SER HUMANO.
3. Denominação:
O código adota “Direitos da personalidade”, que é a denominação preferida pela doutrina nacional.
● “direitos essenciais da pessoa”
● “direitos personalíssimos”
● “direitos subjetivos essenciais”
● “direitos sobre a própria pessoa”
● “direitos à personalidade”
● “direitos fundamentais da pessoa”
4. Natureza jurídica:
A tese dominante é que se trata de poderes que o homem exerce sobre a sua própria pessoa.
a) Corrente positivista: Reconhece como direitos da personalidade somente aqueles “criados
pelo Estado” pelas normas positivas.
❖ Rol exaustivo.
5. Titularidade:
O titular dos direitos da personalidade é por excelência o ser humano. Porém, incluem também:
Os nascituros, apesar de não possuírem personalidade jurídica, têm os seus direitos ressalvados desde
a concepção, como os direitos da personalidade.
As pessoas jurídicas, pois estas têm o direito e dever de zelar pelo seu nome e imagem, por exemplo.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade
a) absolutos: Pois são oponíveis contra todos (erga omnes), haja vista que todos têm o dever de
respeitá-los.
c) Extrapatrimoniais: Não são redutíveis pecuniariamente, ainda que a sua lesão gere efeitos
econômicos.
Ademais, algumas espécies de direitos podem se manifestar pecuniariamente. Ex. do direito à imagem
nos realitys.
d) Indisponíveis: São intransmissíveis e irrenunciáveis; O indivíduo, nem por vontade própria pode
mudar de titularidade.
São intransmissíveis, não posso cedê-los de forma gratuita ou onerosa (alienar) para outro;
❖ mas é possível facultar o uso, por meio da cessão desses direitos, realizada contratualmente.
E irrenunciáveis , não posso abdicar e dispor desses direitos.
e) Imprescintíveis: Não existe prazo para a sua aquisição e extinção, e não se extingue pela falta
de uso.
Obs: Na petição o lesado pode pedir, inclusive ao mesmo tempo, a sua livre escolha:
- prática lesiva;
- apreensão;
- multa/ pena;
- reparação dos danos;
- perseguição criminal;
- medidas cautelares.
(Responsabilidade civil)
DIREITO À VIDA:
O direito à vida é o mais precioso, e em torno dele giram os demais, haja vista que sem a vida não tem
como se desenvolver nenhum outro.
- É um direito de caráter negativo, que exige de todos o dever de respeitá-lo.
vedações:
A sua proteção começa antes mesmo do nascimento, punindo o aborto e protegendo o nascituro.
Sendo permitido: Para salvar a vida da gestante (aborto terapêutico), ou quando resultar de estupro.
Por ser um direito à vida e não sobre a vida, é vedado também a eutanásia.
- O CP trata como homicídio privilegiado. Causa de diminuição da pena, porém é punido.
- Não considera crime a ortotanásia, quando o médico deixa de empregar recursos objetivando
apressar o falecimento do doente.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção
cirúrgica
- Em casos de falta de tempo hábil para ouvir o paciente, o médico tem o dever de realizar o
procedimento, e em casos de impossibilidade da sua manifestação, ouve-se o representante
legal do doente.
A autolesão também é proibida, haja vista que causa lesão ao funcionamento normal do corpo humano,
e ninguém é autorizado a tentar contra a própria vida.
Porém, é lícito e permitido a prática de esportes com alto risco de lesão à integridade física, pela
assunção e conhecimento do risco pelo praticante. E de profissões, compete ao responsável, nesse
caso, tomar providências que minimizem as possibilidades de dano.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar
diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida
em lei especial.
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em
parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
DIREITO À VOZ:
A voz também é protegida como um direito da personalidade. Haja vista que identifica pessoas e
estilos; tal como os dubladores de desenhos famosos; a CF assegura a proteção à reprodução da voz.
❖ Ademais, o uso da voz de artistas é sujeito à legislação autoral.
Acepção jurídica em sentido estrito: Nesse caso, é comumente utilizado como sinônimo de coisa, ou
seja, de bem corpóreo/materializado. Porém, como já vimos, os bens jurídicos também incorporam os
bens imateriais(incorpóreos) como os direitos da personalidade, direitos subjetivos de crédito.
Sendo assim, todo bem econômico é jurídico, porém, a recíproca não é verdadeira, haja vista que
os bens jurídicos têm valor jurídico, independente de ter, ou não, apreciação econômica.
Seguindo a linha de Stolze e Pamplona Filho, adotamos BENS como gênero e COISAS como
espécie.
Coisas: Bem:
Nós nos identificamos sobCompreendem
o aspecto da todas as utilidades corpóreas (palpáveis) e incorpóreas
sua materialidade (existência
(não
palpável)
palpáveis),
. objetos de uma relação intersubjetiva, que têm relevância
para o Direito, independente do seu valor econômico.
São as utilidades corpóreas, objetos de
uma relação intersubjetiva, com valor
econômico.
- BENS MATERIAIS;
Assim, há bens que não são coisas, ex. a vida, haja vista que não
possuem existência palpável.
- COISAS + BENS IMATERIAIS.
2. Patrimônio jurídico:
De acordo com os clássicos, o patrimônio representa economicamente uma pessoa, seja positivo, seja
negativo. Universalidade de
Complexo de relaç
Em melhores palavras, o patrimônio é uma universalidade de direito, dotada de valor econômico, e por
(bens corpóreos e
isso passível de ser negociado (ser objeto de contrato), com a destinação que lhe der o seu titular.
apreciáveis econo
possuem destinaç
função de um imp
Característica:
- É vinculado à personalidade do indivíduo, haja vista que toda pessoa tem seu próprio
patrimônio, principalmente na concepção de mínimo existencial.
-
- Engloba todos os complexos de relações jurídicas (bens corpóreos e incorpóreos),
direitos reais e obrigacionais (relações jurídicas ativas e passivas), direitos da
personalidade economicamente valoráveis, direitos subjetivos.
Antigamente (PENSAMENTO DO CC/16): Uma pessoa era considerada cidadã em razão do seu
patrimônio, e o patrimônio era tido como coisa, ou seja, como bens corpóreos de valor econômico.
Atualmente (PENSAMENTO DO CC/02): A CF garante um mínimo existencial. Onde, todo mundo deve
ter direito a algum patrimônio mínimo que garanta a subsistência básica que lhe permita viver com
dignidade, sem poder ser reduzido a mendicância, onde o Estado, muitas vezes intervém, fornecendo
prestações materiais aos que não tem condições de obtê-las por meios próprios.
- o mínimo existencial é individualizado.
Para PAMPLONA E STOLZE, em conformidade com Clóvis de Beviláqua e Caio Mário P. da Silva, o
patrimônio é uno, haja vista estar vinculado à personalidade. “Um homem, um patrimônio”. Nos
casos de comunhão parcial de bens, por exemplo, não há a separação do patrimônio, mas a distinção
de procedência diversa dos bens que formam o patrimônio.
Os bens imóveis:
Não podem ser transportados de um lugar para o outro sem que haja alteração da sua substância.
- obs: A alienação dos bens imóveis revestem-se de formalidades não exigidas para os bens
móveis. REGISTRO.
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro
local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
Os bens móveis:
São movimentados, por força própria ou alheia, sem que se altere a sua substância ou sua destinação
econômico-social.
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da
substância ou da destinação econômico-social.
- obs: Para alienação dos bens móveis, dispensa-se registro, exigindo apenas a tradição da
coisa.
-
- Atualmente, devido às inovações tecnológicas e importância econômica, os bens móveis têm
gozado de ampla proteção.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua
qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.
3. Semoventes:
Suscetíveis de movimentos próprios.
EX. Animais.
4. Por antecipação:
embora incorporados ao solo, naturalmente imóveis, tornam-se bens móveis por ação humana.
Enquanto que os bens inconsumíveis, suportam o uso continuado sem perecimento ou prejuízo da
substância.
Bens coletivos são aqueles, compostos de várias coisas singulares, são consideradas em conjunto,
formando um todo homogêneo.
Dividem-se em:
Regra: O acessório segue a sorte do principal, é o princípio da gravitação jurídica. Exceto por vontade
das partes.
a) Frutos:
São bens acessórios que podem ser definidos como, utilidades produzidas periodicamente pela coisa
principal, cuja percepção não diminui a substância do bem principal.
❖ O art. 1214 afirma que o possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos
percebidos.
b) Produtos:
São utilidades produzidas pela coisa principal, cuja percepção ou extração diminui a substância do bem
principal.
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio
jurídico.
c) Rendimentos:
São, de acordo com Pamplona Filho e Stolze, frutos civis.
Utilidades que a coisa periodicamente produz, viabilizando a percepção de uma renda, ou de
utilização por outrem que não o proprietário.
d) Benfeitorias:
São as despesas ou obras realizadas na coisa principal, com o objetivo de conservá-la, melhorá-la ou
embelezá-la.
❖ Se realizam apenas em bens imóveis.
❖ É incorporado permanentemente ao bem principal.
❖ Sempre é ARTIFICIAL.
❖ É realizado em coisa já existente, e não necessariamente cria coisa nova.
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a
intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.
Podem ser: Úteis, necessárias e voluptuárias.
1. Necessárias: As benfeitorias realizadas com o objetivo de conservar e evitar a deterioração ou
ruína do bem.
Não depende da autorização de terceiros;
É dever do proprietário custear essa benfeitoria;
O possuidor pode fazer, mas deve ser sempre indenizado e reembolsado, desde que prove que a
benfeitoria é realmente necessária. Não pode ultrapassar o valor do bem.
Parte integrante são os bens que, unidos com a parte com a parte principal formam um todo, mas são
desprovidos de existência material própria fora do bem principal, embora mantenham a sua identidade.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o
contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
Bens particulares ou de direito privado: São aqueles que, por exclusão, não pertencem ao domínio
público, mas, à iniciativa privada.
Bens públicos: São aqueles bens que pertencem as PJ de direito público interno, à União, aos
Estados ou aos Municípios. Tornam-se, assim, objetos de domínio público
.
a) Bens de uso comum do povo: Os que possuem utilização irrestrita e imediata do povo, sem
qualquer tipo de discriminação ou ordem especial de fruição. (Praças, rios, mares, estradas)
b) Bens de uso especial: São aqueles bens que, apesar de público, que possuem atribuição
específica, como os bens afetados para os serviços da administração pública.
c) Bens dominicais ou dominiais: São públicos, não são de uso comum e não estão afetados
para os serviços da administração pública, mas são aqueles que pertencem ou constituem o
patrimônio estatal.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
Características:
❖ São, em regra, inalienáveis; enquanto conservarem a sua qualificação, na forma determinada
em lei. (Bens de uso comum do povo ou de uso especial)
❖
❖ Apenas os dominicais podem ser alienados, observadas as exigências legais.
❖
❖ Proibidos de usucapião. (Art. 102)
❖
Podem ser gratuitos ou retribuídos, conforme estabelecido legalmente pela entidade cuja
administração pertença. (Art. 103)
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por
qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou
pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
O lar familiar deve ser sempre posto fora das dívidas contraídas.
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou
pela entidade familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal
condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
Art. 4º Não se beneficiará do disposto nesta lei aquele que, sabendo-se insolvente,
adquire de má-fé imóvel mais valioso para transferir a residência familiar, desfazendo-se ou
não da moradia antiga.
A súmula 364 do STJ abrange essa proteção aos que residem solidariamente, tais como viúvos,
separados, solteiros.
Súmula 486 do STJ protege os imóveis locados que são de uso total para a subsistência
familiar.
b) Convencional:
Dá-se mediante um ato voluntário de vontade da entidade familiar, por escritura pública ou testamento.
Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou
testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não
ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras
sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial.
Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por testamento ou
doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges
beneficiados ou da entidade familiar beneficiada.
Art. 1.712. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios,
destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários , cuja renda será
aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família.
Art. 1.713. Os valores mobiliários, destinados aos fins previstos no artigo antecedente, não poderão exceder o
valor do prédio instituído em bem de família, à época de sua instituição
Art. 1.714. O bem de família, quer instituído pelos cônjuges ou por terceiro, constitui-se pelo registro de seu título
no Registro de Imóveis.
Art. 1.715. O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição, salvo as que
provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio.
Art. 1.717. O prédio e os valores mobiliários, constituídos como bem da família, não podem ter destino diverso do
previsto no art. 1.712 ou serem alienados sem o consentimento dos interessados e seus representantes legais,
ouvido o Ministério Público.
Art. 1.722. Extingue-se, igualmente, o bem de família com a morte de ambos os cônjuges e a
maioridade dos filhos, desde que não sujeitos a curatela.
a) Inapropriáveis pela própria natureza: Tais como os bens de uso inexaurível, as coisas comum
a todos, o sol, por exemplo, e os direitos da personalidade.
b) Legalmente inalienáveis: Embora possa-se comercializar, a lei veta ou restringe a sua
alienação.
c) Inalienáveis pela vontade humana: Aqueles que por ato de vontade