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DO DIREITO
Marjorie de
Almeida Araujo
Revisão técnica:
Conceituar código.
Apresentar a evolução na história das codificações legais.
Demonstrar o movimento das atuais descodificações.
Introdução
A sociedade primitiva, com o surgimento dos primeiros caracteres, já viu
a necessidade de organizar as suas normas jurídicas, passando a gravá-
-las em pedras e tábuas. Na Antiguidade, com o surgimento da escrita,
a sociedade começou uma organização mais sistemática e variada, até
que, na Idade Média, surge a primeira codificação da história do Direito.
Neste capítulo, você vai ler a respeito da definição de código, da
evolução histórica das codificações e do movimento das descodificações.
Definição de código
A palavra código vem do latim primitivo codex, que significava tábua. Isso
porque, a princípio, as leis eram escritas em tábuas. Hoje, entendemos por
código um conjunto de normas jurídicas criadas, em um único corpo, com
o objetivo de regulamentar determinada área do Direito, sendo criadas por
meio de leis ordinárias.
De forma errônea, alguns creem que a codificação mais antiga foi o cha-
mado Código de Ur-nammu ou o de Hamurabi; porém, essas primeiras normas
elaboradas pela sociedade não podem ser chamadas de códigos, pois tratavam,
em um único corpo, de normas pertencentes a diversos ramos do Direito.
Todavia, isso não significa que não tenham contribuído ou que não sejam
importantes para a história evolutiva do Direito.
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Não se engane! O código de Manu, que, para alguns, seria considerado o terceiro código
mais antigo da civilização, escrito por volta de 1.000 a.C., não é tido verdadeiramente
como um código. Isso porque o Código de Manu é essencialmente religioso, sendo
respeitado ainda hoje na Índia pelos seguidores do hinduísmo.
Essa legislação traz em seu bojo regras religiosas, morais e algumas normas gerais que
previam a manutenção do reino. Com muito esforço, poderíamos tentar compará-lo
mais com uma constituição do que com um código. Porém, ainda assim faltariam
requisitos substanciais para tal, visto que, na sua estrutura, existe mais uma preocupação
religiosa do que social.
A sua autoria é desconhecida, embora os hindus acreditem que tenha sido escrito
por Manu, figura mítica do hinduísmo.
Esses códigos da Antiguidade, na verdade, podem ser chamados adequadamente
de coleção de leis.
Codificação brasileira
No Brasil, temos variados códigos, tanto de Direito Material quanto de Pro-
cessual. Entre eles, temos:
A codificação no Brasil
Antes do descobrimento do Brasil, só existiam índios no território brasileiro,
não havendo um Direito positivado, razão pela qual era comum a prática da
chamada justiça por meio da vingança coletiva e a conhecida lei de talião,
que tinha rigorosa penalidade para os crimes, baseando-se em conceitos como
“olho por olho e dente por dente”.
A legislação brasileira não teve influência nas regras de conduta dos seus
primeiros habitantes (os índios), pois, com a colonização, os seus costumes
perderam força e foram abafados pelas leis dos seus colonizadores.
As primeiras leis, a serem aplicadas no Brasil colônia, foram as de Portugal,
chamadas de Ordenações do Reino. As Ordenações Afonsinas vigoraram até
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Movimento de descodificação
O movimento de descodificação se expressa pelo entendimento dos juristas
pela extinção dos códigos, argumentando que, para a sociedade moderna, o
mais adequado é a legislação avulsa. Isso porque se percebeu que a codificação
paralisou o Direito, engessando-o dentro de um diploma legal, carregado de
um sistema extremamente burocrático a qualquer renovação, fazendo-o ficar
defasado por vários e vários anos.
Ora, como sempre dizemos, a sociedade vive em constante transformação — que tem
ocorrido com cada vez mais velocidade devido à globalização e ao avanço tecnológico.
Portanto, deve o Direito ser dinâmico, a fim de acompanhar esse processo, não podendo
ser estatizado sob a justificativa de que um código traz maior segurança jurídica, visto
que não pode ser seguro um Direito ineficaz, que já caiu em desuso, mas continua
em um diploma legal considerado vigente.
dos códigos deveria ser mais flexível, pois é certo que não temos como frear a
elaboração de leis, visto que nascem das necessidades imediatas da sociedade.
Frisamos que a ideia de descodificação ainda não parece ser aceita pelo
Brasil, uma vez que, ao longo dos anos, não houve freio na criação dos códi-
gos, já se cogitando até a possibilidade de futura elaboração de um Código
de Família, devido à quantidade de normas desse eixo espalhadas por toda a
legislação brasileira. Existem também projetos para elaboração de um novo
Código Comercial, Penal e Processo Penal.
Napoleão Bonaparte foi líder político no final da Revolução Francesa, sendo conhecido
como Imperador Napoleão I, que governou os franceses de 1804 a 1815, período
em que realizou a reforma da legislação francesa. Tomou o poder de Luis XVIII, que
depois o retomou.
Treinado como oficial de artilharia, na França, começou a se destacar nos grandes
combates em que liderou, até, finalmente, ser proclamado imperador. Morreu exiliado
pelos britânicos, na ilha de Santa Helena.
Morreu de câncer, segundo autópsia, mas nunca se afastou a possibilidade de
envenenamento, uma vez que muitos deviam ficar temerosos com ele ainda vivo,
sabendo que era bem quisto entre os oficiais e a população francesa. Além disso,
Bonaparte não era apenas brilhante nas batalhas, mas também intelectualmente.
Eis uma das suas frases mais famosas: “Minha grandeza não consiste em não nunca
ter caído, mas em levantar-se para sempre”.
https://goo.gl/7jV6aJ
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Referência
NADER, P. Introdução ao estudo do Direito. 23. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2003.
Leituras recomendadas
BRASIL. Lei de 16 de dezembro de 1830. Manda executar o Código Criminal. Disponível
em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim-16-12-1830.htm>. Acesso
em: 5 out. 2017.
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MIRABETE, J. F. Manual de Direito Penal. Parte Especial - art 121 a 234 do CP. São Paulo:
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REALE, M. Teoria tridimensional do Direito. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 1994.
SCHULTZ, T. Napoleon Bonaparte. 2016. Disponível em: <https://www.slideshare.net/
dmarcelos/napoleon-bonaparte-59495928>. Acesso em: 5 out. 2017.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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