Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
“Não oprima o imigrante: vocês conhecem a vida do imigrante, porque vocês foram
imigrantes no Egito”. (Êxodo 23, 9);
“Quando um imigrante habitar com vocês no país, não o oprimam. O imigrante será
para vocês um concidadão: você o amará como a si mesmo, porque vocês foram
imigrantes na terra do Egito. Eu sou Javé, o Deus de vocês.” (Levítico 19, 33)
Levítico 19, 33-34:
33
E quando o estrangeiro peregrinar convosco na vossa terra, não o oprimireis.
34
Como um natural entre vós será o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-ás
como a ti mesmo, pois estrangeiros fostes na terra do Egito. Eu sou o SENHOR vosso
Deus.
Números 9, 14:
“Um estrangeiro residente entre vocês, que queira celebrar a Páscoa do Senhor,
deverá fazê-lo de acordo com as leis e ordenanças da Páscoa. Vocês terão as
mesmas leis para o estrangeiro e para o natural da terra”.
Antiguidade
O Direito surge na forma de uma
ordenação social organizada, tendo como
seu exemplo mais antigo o Código de
Hamurabi (rei da Babilônia), constituído
por decretos de equidade insculpidos
num monolito de pedra de quase 3
metros de altura e 2 de circunferência,
datando de mais de 2.000 anos antes da
era cristã (se encontra no Museu do
Louvre, em Paris).
Esse mesmo Código trata de algumas
regras acerca do comércio na Babilônia e
com outros países.
Em Roma é que se encontra a primeira manifestação de ordenamento cujos traços
poderiam ser tomados como a origem de um sistema de direito uniforme para
tratamento do estrangeiro naquele solo.
Foi o Imperador Justiniano I, um notável legislador e codificador de leis,
responsável pelo ressurgimento do estudo do direito romano na idade média e
pelas modernas codificações civis.
Código de Justiniano
Em 529 d.C., veio, por uma comissão de juristas, o “Corpus
Juris Civilis”. Foi o Direito dividido em quatro partes:
Digesto, Novelas, Institutas e Pandectas.
Algumas normas do Código:
- O encargo da prova fica com aquele que afirma, e não
com o que nega.
- Ninguém pode ser retirado à força de sua própria casa.
Esses códigos são algumas das mais importantes
compilações de leis do Direito Romano.
Os povos primitivos tinham desprezo e ódio pelos estrangeiros.
Certos povos desenvolveram, em maior ou menor proporção, a prática da
hospitalidade, movidos que fossem por interesses comerciais, políticos ou
mesmo culturais. Ainda assim, nutriam a prática da inferioridade dos
estrangeiros. Estes não podiam ser proprietários, nem herdar dos cidadãos ou
os cidadãos deles.
Os intelectuais, como Sócrates e Cícero, não compartilhavam desse
pensamento, entendendo serem cidadãos do mundo.
Há de se destacar a importância da república grega inicialmente e de Roma e
do Direito Romano, posteriormente, quanto à situação jurídica do estrangeiro.
Os estrangeiros, à exceção dos bárbaros, eram na Grécia antiga equiparados
aos atenienses em alguns pontos.
O “jus gentium”, entre os romanos, não significava o que significa hoje “Direito das
Gentes”. Era uma parte do Direito Privado. Era tido como o Direito comum ao gênero
humano e que se apresenta como consequência necessária à vida humana e às
relações que existem entre os homens.
Há quem entenda que o “jus gentium” inicialmente restrito a aplicação quanto aos
apátridas (eram os estrangeiros sem leis) e a certos negócios, representou uma
tentativa uniformizadora supressora do “jus civile” (direito civil) e do “jus peregrinum”
(direito dos peregrinos – regulava estes e suas relações com os cidadãos romanos),
para se confundirem num só direito: o romano
Outros entendem que o “jus gentium” não pode ser visto como origem da tentativa de
criação de normas de DIPr, pois quando regulava a situação do estrangeiro o fazia
por meio arbitrário, imperativo, e quando solucionava um conflito de leis não escolhia
entre a lei romana e a peregrina em choque qual a competente, mas apenas aplicava
uma norma jurídica única, o Direito Romano interno.
Os Bárbaros e a personalidade das Leis
O conflito de leis ocorre quando há dúvidas em relação à qual lei que deverá
ser aplicada em determinada situação em virtude do tempo.
Mas ocorre que, posteriormente, essa lei fora revogada, surgindo uma nova lei
que disciplina o assunto em questão.
Nesse caso haverá conflito entre qual a lei que deverá ser aplicada sobre os
efeitos de um fato que ocorreu na vigência de uma lei passada.
O Direito que trata da questão temporal denomina-se “Direito Intertemporal”.
Esse princípio está consagrado pela CF, no art. 5º, XXXVI, dentro dos direitos
e garantias fundamentais do indivíduo.
“a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; ”
Com base nesses critérios foi criada a Teoria dos Estatutos, desenvolvida
ao longo do tempo, e por vários Estados, a fim de solucionarem o conflito
espacial.