Você está na página 1de 22

AULAS DE

DIREITO CONSTITUCIONAL II
Bibliografia

ALEXANDRINO, José Melo, Lições de Direito Constitucional, Vol. II, 4.ª ed., Lisboa, 2024

Orgãos Do Poder Político/Atos Legislatoivos – Paulo Otero VII

Orgãos do Poder Político – O sistema político de Blanco Morais

Curso de Direito Constuticional v.II – Atos Legislativos – Blanco Morais

Regimento da Assembleia da República

Atos legislativos – Tomo V

19, 20 e 26 de Fevereiro de 2024

HISTÓRIA CONSTITUCIONAL PORTUGUESA

O constitucionalismo não é apenas o conjunto dos textos constitucionais que define o


conjunto das regras fundamentais aplicadas num dado Estado, sendo que é preciso ter em
conta outras fontes que eventualmente estejam presentes nesse âmbito:

 Costume constitucional;
 Forma como as normas constitucionais são aplicadas, entendidas e interpretadas pelo
poder judiciário.

Isto faz com que não possamos limitarmo-nos a saber que existem seis constituições
portuguesas: Constituição de 1822, Carta Constitucional de 1826, Constituição de 1838,
Constituição de 1911, Constituição de 1933 e a atual Constituição de 1976.

É de apontar que não existe uma sucessão linear entre as Constituições devido à instabilidade
política e social que caracterizou os períodos de crise em qualquer uma das época relativas a
qualquer constituição. O clima político e social só estabiliza quando se inicia o período da
Regeneração.

Por exemplo, a Carta Constitucional de 1826 não vigorou até 1838 e, por outro lado, a
Constituição de 1822 nem 1 ano de vigência teve (devido ao episodio revolucionário de
Vilafrancada). Por sua vez, a Carta de 1826 vigorou 2 anos, depois ocorreram as guerras liberais
entre D.Miguel , absolutista, e D.Pedro IV, liberal constitucionalista. Venceram os liberais e
surge de novo a Carta Constitucional. Os liberais não ficam satisfeitos e esta vem abaixo e volta
a vigorar a Constituição de 1822, ainda que tenha sido uma vigência quase fictícia. A Carta
Constitucional de 1926 era demasiada conservadora e a Constituição de 1822 demasiado
liberal então cria-se a Constituição de 1838 que era um meio termo mas, ainda assim, não
agradou e vigorou durante 4 anos.
1.º PERÍODO: CONSTITUCIONALISMO LIBERAL

 Duração: 1820 (Revolução) até 1926 (Golpe militar de 26 de maio de 1926 que instaura
o Estado Novo)
 Constituições de 1822, 1826 e 1838 e 1.ª Revisão da Carta Constitucional,
Constituições Monárquicas, Constituição de 1911 (Restauração Da Republica em 1910);
 Este primeiro período pode ser subdivido em períodos:
o PERÍODO DE INSTAURAÇÃO/REVOLUÇÃO – 1822 até regeneração
 1890 - Crise de Monarquia/ Ultimato e mapa cor de rosa etc. / Difusão
do republicanismo / Regicídio – 5 de outubro cai a república
 Noite sangrenta
 Várias constituições, revoluções, golpes, etc.
o PERÍODO DE ESTABILIDADE/ Constitucionalista autoritário – 1926 até 1971
 Golpe de estado de 1926
 7 anos sem constituição
 Salazar prepara a constituição de 1933 que dura até 1974 – 41 anos –
constituição semântica -Portugal manteve-se alheio à ideia de
constituição normativa até 1976
 Período de ditadura militar – 1926 até 1933
 Período de vigência da constituição
o PERÍODO DEMOGRÁTICO – 1974 até à atualidade
 1976 – Constituição
 Período Revolucionário – 1974 a 1976
 Período de Instauração do Regime/Vigência da versão
originária da Constituição
o Constituição compromissória entre o caminho para o
socialismo e uma sociedade organizada com um
modelo democrático representativo
o Isto não durou para sempre na medida em que apenas
se poderia optar por um caminho.
 Período de sedimentação democrática – 1982 até à atualidade

Antes de 1820 existia um constitucionalismo: centralização no poder executivo (Rei)


chegando até ao absolutismo na fase final, todavia existia, pelo menos no pensamento
político, jurídico e filosófico, existia uma ideia de limitação do poder régio. Fala-se em
constitucionalismo dos Antigos.
Em 1820 começa o constitucionalismo dos Modernos. A passagem destas fases é
marcada por crises e tumultos. É sempre uma resolução que está no início de cada
fase.

Revolução de 1820 - Quando Napoleão invade a Península Ibérica, Portugal submete-se


a Napoleão sendo que a sua ideia é dividir Portugal em três. O rei e a família real
viajam para o Brasil. O rei poderia ter regressado a Portugal logo em 1815/1816, sendo
que, no entanto, apenas regressou 7 anos depois. Até lá, Portugal esteve sob o domínio
de Inglaterra. Tal situação levou à revolução de 1820 e o rei foi obrigado a regressar. Já
antes tinha existido uma tentativa de constituição entre 1808 – Portugal dirigiu uma
súplica constitucional a Napoleão para que lhe permitisse uma constituição.
A primeira Constituição é de 1822 – o poder constituinte é exercido por uma
assembleia constituintes (constituição considerada radical, inspirada numa constituição
espanhola) e fixa uma separação rígida de poderes, na medida em que o rei era o
centro do poder politico mas os poderes da corte eram muito fortes. É um texto mais
simbólico do que efetivo. Esta constituição vigorou durante 7 meses, voltando,
posteriormente, a vigorar, embora não tenha sido aplicada, durante mais 2 anos, até
por fim ter cessado vigência.

O rei D.Pedro IV faz a Carta Constitucional (constituição elaborada por


monarcas/chefes de Estado e disponibilizada aos súbditos) e oferece-a aos seus
súbditos. Esta Carta foi a que mais vigorou de entre as constituições liberais. Existia um
negócio entre os absolutistas (Carlota Joaquina – recusou jurar pela Constituição) e os
liberais. A Carta Constitucional, com a sua visão conservadora do poder politico, acaba
por vencer e ela, diferentemente da Constituição de 1822, fixa que o Rei tem muitos
mais poderes (poder moderador – poder para compor os conflitos entre os demais
poderes, realçando o poder do rei face aos distantes, veto legislativo, …) e a existência
de duas câmaras (câmara dos deputados e câmara dos pares). A Carta vigorou durante
muito tempo ainda que com alterações trazidas pelas revisões constitucionais.

No séc.XIX, o principio da separação de poderes era entendido de forma muito literal


mas mesmo na Carta estava presente essa versão.

Presidente do Ministério/Primeiro-Ministro – Ministro que auxiliava o Rei e


progressivamente estava encarregue dos demais ministros. Semente para a
autonomização do Governo enquanto órgão político.

Inicialmente não existiam partidos políticos, mas sim fações. Com a regeneração
surgem os partidos e cria-se uma situação de rotativismo – um partido ganha as
eleições, as coisas não corriam bem, o Rei dissolvia o governo e colocava no poder o
outro partido. As eleições eram sempre vencidas por quem as organizava pelo que o
outro partido tinha o seu mandato legitimado. Isto significava que existiam alturas em
que não existiam cortes/parlamento – não havia possibilidade de fazer leis. O Governo
fazia decretos ditatoriais – não havia parlamento pelo que o executivo aprovava esses
decretos e o parlamento aprovava, posteriormente, por lei esses decretos e uma lei
que exemptava de responsabilidade os autores desses decretos.
Em 1910 dá-se a Revolução Republicana e temos um período de 1 ano em que não
há constituição. É convocada uma Assembleia Constituinte e a feitura da Constituição
não é democrática porque há uma hegemonia – só há um partido: o Partido
Republicano. Mesmo mais tarde é muito difícil aos outros partidos desalojar o Partido
Republicano e os seus herdeiros - situação de 1920/21. Alguma historiografia afirma
que a relativa democratização que existia no período monárquico foi revertida pela
ação da República. Os governos duravam 15 dias, 1 mês, isto é, era raro que os
governos durassem muito tempo, algo que não se entendia devido à hegemonia
partidária.
Durante as sessões da assembleia constituinte houve muita gente que defendeu que
não deveria existir qualquer chefe de Estado, mas entendeu-se que deveria existir um
Presidente eleito pelo Parlamento e destituído pelo Parlamento.
Por sua vez, o episódio do Sidonismo surge na posterioridade do Golpe de Estado
depois da participação de Portugal na 1.º GM, dando origem a que Sidónio Pais
governe o país através de leis constitucionais que concentravam o poder no executivo.
Este episódio durou 1 ano, sendo que Sidónio Pais trabalhou afincadamente através da
promoção da imagem e manipulação política e pública.

Constituição de 1933

 Golpe militar de 1926 – agentes conservadores, monárquicos, integralistas;


 Interregno bastante grande entre 1926 e 33 – vigorava a constituição anterior com
diversas modificações;
 A redação da Constituição não foi publica, não houve Assembleia Constituinte, tendo
sido preparada por um conjunto de notáveis
 A Constituição foi feita e apresentada publicamente, sendo posteriormente sujeita a
plebiscito, não existindo grande chance de discordar / Os votos de abstenção foram
considerados a favor.
 Constituição que se caracteriza por ser contrária ao parlamentarismo, ao liberalismo,
aos partidos (não eram admitidos partidos políticos, a não ser o partido do regime –
União Nacional), à democracia – Constituição Autoritária
 A ideia era que a constituição se basea-se num estado corporativo – que ao invés do
regime democrático representativo, a vontade do povo seria expressa através de
corporações,
 Sistema político anti-parlamentar,
 Autonomização clara do órgão de Governo;
 Chefe de Estado, Governo e Assembleia Nacional;
 O Governo era reponsável perante o CE mas não perante a AN pelo que isto o afastava
do tipo parlamentar;
 Centralidade do Presidente do Conselho; o PR Óscar Carmona deixou a definição do
rumo político do Estado para o Presidente do Conselho – Salazar;
 -------------------
 Com a saída de Salazar do poder, as coisas inverteram-se e passou a ser o PR a escolher
o PC: Marcello Caetano.
 A constituição material e real deste período não é passível de análise a partir da
Constituição de 1933, na medida em que não foi aplicada – se fosse aplicada teríamos
direitos fundamentais (com a publicação das leis que os fundamentavam), regime em
que a definição do rumo politico caberia ao CE;
 Poder legislativo do Governo: primeiro este tem um poder legislativo diminuto e
depois da revisão de 45 passou a possuir a maioria deste poder (identificação entre a
prática e a constituição);
 Forma de Estado: atá 1974, pertence a Portugal um território em vários continentes –
Estado unitário regionalizado.
 Constituição Autoritária, com predomínio do executivo; que não teve aplicação prática.

CONSTITUIÇÃO DE 1976
 Esta revolução teve como incentivos: a Guerra Colonial;
 16 de março de 1974 - Golpe das Caldas;
 Acabar com a Guerra Colonial e adotar a Democracia,
 Imterregno – entre 74 e 76
 Golpe militar, tornado revolução, tem uma ideia de Direito nova: programa de
movimento de forças, que surge fixado na lei constitucional 3/74.
 28/09/74 – Golpe de Estado – Spínola sai do país;
 Conselho da Revolução, no qual predominam os radicais, com ideias marxistas;
 11/03/75 – maior radicalização do regime;
 Eleições para a assembleia constituinte – eleições livres (PCP, oposição, apenas teve
12,5%, CDS 15%, …) – Os militares radicais, do conselho de revolução, impõe aos
partidos um pacto que traçava as linhas da Constituição a aprovar : um presidente não
eleito pelo povo, mas pela assembleia da república e do MFA; de acordo com o espirito
da revolução
 Verão Quente: Ataques terroristas; período marcado por muita violência
 A AR é cercada por operários em protesto, durante os trabalhos constitucionais.
 25/11/1975
 Os partidos propuseram ao MFA um segundo pacto, menos radical, recuperando a
eleição direta do PR e foi assim que a Constituição foi feita;
 Os partidos tinham de assinar o primeiro pacto, sob pena de violência;
 A Constituição foi aprovada, com votos favoráveis de todos, menos do CDS;
 Esta Constituição:
o Mecanismos, instrumentos e institutos próprios da democracia representativa:
existia fiscalização da constitucionalidade, direitos fundamentais;
o Conselho de Revolução: não tinha legitimidade democrática, mas tinha
legitimidade militar - Sociedade do tipo socialista (marxista).
o Era uma constituição compromissória e dividida.
o Sistema semipresidencial
 1.ª revisão de 1982 – As coisas clarificaram-se – democracia representativa; ideia de
constituição definida; já não há uma divisão que tinha caracterizado a versão
originária;
 2.ª revisão de 1989 – Fez ao sistema económica aquilo que a 82 tinha feito ao político:
retirou a ideologia do sistema económica, acabando com a irreversibilidade das
sanções, etc. – resultado da consolidação democrática e da adesão de Portugal às
comunidades europeias; introdução das leis de valor reforçado;
 3.ª revisão de 1992 – Devido ao Tratado de Maastricht;
 4.ª revisão de 1997 – Aprofundou os direitos fundamentais;
 5.ª revisão de 2001: necessária para a vinculação de Portugal ao Tribunal Penal
Internacional;

Em 2005 tivemos uma última revisão, de forma a fazer referência aos tratados da união
europeia.

CRP 76

Cláusula militar implícita – Obrigação do PR ser militar – durante a vigência da CRP


originária – teria de presidir ao Conselho da Revolução.
28/02/2024

PADRÕES ESTRUTURANTES DA CONSTITUIÇÃO DE 1976

(Princípios fundamentais da ordem constitucional)

 ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO

Em sentido amplo, é considerado um super-princípio – “a mãe de todos os princípios” –


porque esta fórmula concentra em si praticamente tudo aquilo que a Constituição vai
desenvolver.

Esta ideia/trave estrutural da Constituição não estava presente nestes termos na versão
originária, aparecendo no art.2.º em 1982.

Este princípio: não há nada que tenha relevância constitucional e tenha ficado fora deste
artigo. Tem um conteúdo vasto e abstrato. Não é propriamente um princípio que se
condiga traduzir em princípios ou normas para resolver casos concretos. Possui antes uma
função normogenético. Daqui decorrem princípios, posteriormente sub princípios e, por
fim, regras.

A sua menção na constituição não se limita ao art.2.º, tendo outras consagrações: art.9.º,
que fixa 3 tarefas do Estado e têm a ver com a concretização do Estado de Direito
Democrático. Tratam-se de normas programáticas, ou seja, são objetivos uteis que se
tentam trilhar. Primeiro a liberdade de cada um garantida pelos direitos fundamentiais,
depois a liberdade politica e, por fim, XXX.

Esta fórmula teve um papel e aplicação prática no que toca à participação de Portugal na
construção europeia.

Art.7.º, n.º6 - Portugal pode transferir ou delegar, não alienar, poderes de soberania
desde que isso não ponha em causa os princípios fundamentais de Estado Democrático. E
no art.8.º, n.º4 surge fixada a mesma coisa: ideia de prevalência/primado do direito da
união sobre o direito interno, incluindo a Constituição: menos os princípios fundamentais
de Estado Democrático.

O princípio democrático ( a vontade da m aioria pretende uma determinada deliberação


que corresponde à vontade do povo expressa pelos seus represengtantes9, no entanto o
princpio da segurança jurídica opõe-se a essa deliberação ou decisão democrática.

Os princípios aplicam-se na medida de uma ponderação entre eles – são princípios que
estão debaixo do mesmo chapéu – princípio do “Estado de Direito Democrático”.

Os princípios que decorrem do princípio do EDD possuem “igual hierarquia”.

Este princípio tem 3 grandes componentes:


 Princípio do Estado de Direito (Juridicidade): Também se desdobra em
subprincípios e regras. É uma expressão amplamente difundida. O “Estado de
Direito” tem como princípio fundamental “Estado onde se aplica o Direito” ou
“Estado que vive sob o Direito”; E se o Direito for injusto? ; Um Estado sem Direito
é um estado de arbítrio – uma sociedade governada por decisões imprevisíveis,
estando sujeita ao arbítrio do governador – não há normas para aplicar; Seria a
força a fixar a decisão dos casos concretos.
o História:
 Na Antiguidade Clássica, Aristóteles dá-nos aideia de que é sempre
preferível uma comunidade em que existe uma soberania da lei
sobre os homens;
 Depois falamos na Rule Of Law;
 Tradição jurídica alemão do séc.XIX – Kant – autor fundamental
para o Direito;
 Para Kant só pode haver uma comunidade epolitica justa
se hoyuver um ERstado de Direito: todo o poder se
encontra subordinado ao Direito:
o princípio da liberdade (para Kant consiste na
faculdade que cada um de nos tem de prosseguir a
sua própria felicidade de acordo com os ditames
da sua consciência e tendo apenas por limite a
situação recíproca dos outros);
 Kant diz que podemos prosseguir a nossa
felicidade sob os limites da lei – a lei no
entanto, não deve fazer mais do que isso –
só deve intervir na medida do necessário
para manter a liberdade que cada um
deve ter para prosseguir a sua felicidade,
respeitando a liberdade dos outros;
 A lei só deve intervir nos limites
necessários, não deve escolher quais os
fins que devemos seguir, isso está na
autonomia de cada um, não devendo ser a
lei a fazê-lo;
 Há condutas que são permitidas
pelo Estado pois vão contra
valores bases da sociedade ou
contra os bons costumes;
o Duas pessoas não podem
celebrar entre si um pacto
de morte.
o Princípio da igualdade (formal – igual submissão
de todos à mesma lei e ausência de privilégios
para grupos sociais)
 Sou livre na medida em que obedeço à lei
geral, à qual, através do meu voto, dei o
meu consentimento.
 Esta ideias foram abandonadas durante o séc. 19 sendo
recuperadas na 2ª metade do séc. 20.
 Atualmente, conjuga-se o aspeto formal (trabalhado
durante o séc. 19 E 20) e o aspeto material do Estado de
Direito:
o O Estado de Direito é, portanto, “significa que o
poder do Estado só pode ser exercido
Com o fim e garantir a dignidade da pessoa
humana, a liberdade e a segurança (STERN);
 Subprincípios, suscetíveis de aplicação à resolução de casos
concretos:
o Aspeto formal
 Separação de poderes
 Constitucionalidade das leis
 Legalidade da administração
 Independência do poder judicial
o Aspeto material
 Dignidade da pessoa humana
 Liberdade
 Justiça
 Segurança
o MELO ALEXANDRINO
 Dignidade da pessoa humana
 Respeito pelos Direitos fundamentais
 Igualdade
 Proporcionalidade
 Democracia (Pluralismo):
 Estado Social (ou de bem-estar):

LUCIA AMARAL – LIÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO

Não resultam critérios para a resolução de casos concretos:

 Separação de poderes – essencial para o Princípio do Estado de Direito – a ideia é


que cada função do Estado seja atribuída, fundamentalmente, a um órgão ou
conjunto de órgãos – de forma que haja sempre um órgão ou conjunto de órgãos
do Estado ao qual cabe, essencialmente, exercer aquela função: tribunais e função
jurisdicional, Parlamento e função legislativa, Governo e função administrativa;
o Art.111.º CRP – Separação dinamizada (os órgãos têm as suas
competências constitucionalmente fixadas) por uma interdependência – a
separação não significa que não existam órgãos de controlo para que não
existam abusos de poder – algo que ocorre no caso do veto – o PR também
participa na atividade legislativa; Quando à subsistência do Governo – o
parlamento pode fixar uma moção de censura – o poder executivo por ser
destituído se a AR assim fixar;
 Constitucionalidade das leis: a CRP prevalece sobre os atos do Estado e das
pessoas coletivas públicas de grau inferior – prevalece a Constituição sobre as leis;
o Art.3.º CRP – O Estado (comunidade) subordina-se à constituição e a
validade de leis, contratos administrativos, etc., está dependente da sua
conformidade com a CRP;
o Os próprios tribunais respeitam a Constituição e, por conseguinte, não
podem aplicar normas inconstitucionais – para a constituição ser
normativa e ter aplicação, é necessário que os tribunais possam dizer que
uma lei é inconstitucional quando viole a Constituição e a desaplique – isto
não coloca em causa a separação de poderes – a CRP dá aos tribunais
mandato e dever de fiscalizar a constitucionalidade das leis – art.204.º CRP
- Nos seus julgamentos os tribunais não podem aplicar normas
inconstitucionais, mesmo que estejam fixadas em leis;
o Art.280.º CRP – recurso para o TC quando os tribunais recusem a aplicação
de qualquer norma com fundamento na sua inconstitucionalidade;
 Legalidade da administração: A AP tem de atuar de modo conforme a lei:
o Princípio da supremacia de lei: as leis têm superioridade/preferência face
aos atos de regulação pública; a administração não pode ir contra a lei e,
por outro lado, deve fazer tudo para se verificar o cumprimento da lei;
o Princípio da reserva da lei: qualquer atuação administrativa tem de estar
fundada na lei – qualquer atuação da administração pública que não se
encontra em elei anterior é inválida;
 Independência do poder judicial – Art.203.º CRP (lei, atos legislativos +
Constituição / ao Direito),
o Se os tribunais não fossem independentes, não se garantiriam os direitos
das pessoas então dificilmente estaríamos num regime democrático;
o Não basta afirmar que o poder administrativo esteja subordinado à lei,
sendo necessário haver uma independência por parte dos tribunais;
o Os particulares acedem aos tribunais para verem protegidos e defendidos
os seus direitos – art.20.º CC.
 Dignidade da pessoa humana
o É aquilo que está na base de todo o ordenamento jurídico, dando unidade
de sentido aos direitos fundamentais – art.1.º da CRP (DUDH – ver);
o Para alguns autores (Aristóteles) o ponto de partida é antropológico: o
Homem, enquanto dotado de razão, possui superioridade face aos seres
irracionais (Kant);
 Crianças, idosos e os possuidores de doenças mentais – não
possuem razão nem liberdade de decisão, então não possuem
dignidade? – Art.71.º CRP – Esta ideia kantiana não é aceitável;
o Gomes Canotilho fixa que a dignidade humana assenta 3 pressupostos:
individuo que faz as suas escolhas; indivíduo enquanto limite político;
indivíduo enquanto não coisa; abertura a ideia de comunidade
constitucional inclusiva - espirito de abertura para todas as visões do
mundo;
o Jaime Valle: 2 vertentes que prosseguem o mesmo fim: salvaguarda das
condições que permitam a realização pessoal:
 Dimensão de autossubsistência e realização material (através do
trabalho e dinheiro e meios de subsistência);
 Dimensão de autodeterminação e realização espiritual (operada
através de uma multiplicidade de formas: religiosas, políticas,
familiares, etc.).
o Eutanásia: Liga-se diretamente ao direito à vida (24 CRP) –decisões de TC;
 O que está em causa é a possibilidade ou não de renúncia a um
direito fundamental - à vida;
 A dignidade da pessoa humana é a possibilidade de fazer escolhas;
 Em certas situações, acaba por se chegar à conclusão de que é
digno manter as pessoas a vive em determinadas condições, de
sofrimento e dor – a integridade moral dessas pessoas seria posta
em causa;
 Objeção de consciência – há um abuso por parte dos médicos (tal
como se vê no caso do aborto);
 A Bélgica e Holanda têm vindo a observar uma evolução –
despachar idosos que estão fartos de viver, isto é, pessoas
deprimidas – suscita-se se pessoas deprimidas se podem inserir no
caso da eutanásia.
 Na Europa Ocidental há o acordo de que a eutanásia pode ser
aplicada em certas situações.
 Homicídio a pedido da vítima – pena de 5 anos – verificado no
âmbito dos hospitais.
 Princípio da Igualdade: Justiça – art.13.º CRP

 Só com as justificações fixadas no art.13.º, n.º2 CRP não pode haver diferenciação –
tratar igual o que é igual e de forma diferente o que é diferente, na medida da
diferença

 Proibição do arbítrio: A lei não pode estabelecer soluções que não


tenham um fundamento material justificado;
 Podem existir soluções e tratamentos diferentes, mas
estes têm de ser justificados, não sendo decisões
arbitrárias;
 Igualdade na aplicação da lei: A lei tem de ser aplicada de forma
igual a todos – não se pode criar uma lei e depois não a aplicar;
 Igualdade de oportunidades – Sentido controverso porque o que
se diz é que a lei deve servir para tornar equivalente as
possibilidades de cada um atingir um determinado fim, quando
partem de situações diferentes;
 Por exemplo: as mulheres são sub-representadas na
política e, nesse sentido, de forma a conseguir uma maior
representação na política, instituiu-se que pelo menos 40%
das listas tinham de ser formadas por mulheres – Lei das
Paridade (Quotas);
 Será correto admitir condições de favorecimento para
afastar desvantagens? Está fixada em vários preceitos
constitucionais – art.76.º n.º1 CRP, por exemplo;
 Igualdade perante os encargos públicos -
 Art.62.º, n.º2 CRP – expropriação pública
 Princípio da Proibição do Excesso (Proporcionalidade)
o O Estado deve ter uma atuação junto dos cidadãos equilibrada e
ponderada – não deve, sobretudo quando atua de forma desfavorável com
as pessoas, ir mais longe do que aquilo que é necessário;
o Este princípio tem relevo em matéria de restrição de direitos, tendo 3
subprincípios:
 Adequação
 Necessidade
 Equilíbrio
o O Estado só pode restringir direitos para proteger um outro direito ou para
proteger interesses públicos – o Estado deve escolher a forma, embora
necessária, menos restritiva e, nesse sentido, equilibrada;
o Por exemplo, ao restringir o acesso à carreira médica aos estudantes de
medicina, estão em causa interesses públicos e outros direitos: os possíveis
danos e riscos para a vida e integridade física;
 É necessário, equilibrado e adequado exigir que médicos possuam
o curso de Medicina.
 Princípio da Segurança – Segurança, em termos jurídicos – o Estado de Direito
implica a segurança das pessoas quanto à atuação dos poderes públicos, sendo
que esta segurança é, sobretudo, uma ideia de proteção de confiança/tutela da
confiança legítima (que tem a ver com previsibilidade da atuação das entidades
publicas, com clareza das normas, não retroatividade das leis, transparência da
atuação pública, etc.);
o As legitimas expetativas jurídicas das pessoas não devem ser postas em
causa.

11/03/2024

PRINCÍPIO DA LIBERDADE

A liberdade é dada pelo conjunto dos direitos fundamentais. No âmbito dos indivíduos há
uma regra de autonomia privada: podemos fazer tudo o que não está proibido. Mas isto não
basta, na medida em que é necessário delimitar o que é permitido e conferir proteção a tal. Há
certas posições jurídicas que, tendo em vista a sua dignidade humana têm de ser protegidas de
forma mais intensa.

O nosso catálogo de Direitos Fundamentais é um conjunto muito heterogéneo, que se divide


em:

 Direito, liberdades e garantias (art.24.º a art.57.º CRP): surgem, fundamentalmente


enquanto direitos de defesa contra o Estado e outras entidades públicas, de forma que
as vantagens ali fixadas não sejam afetadas, retiradas ou limitadas;
o Há, no entanto, mais direitos para além destes e que não estão, por isso,
fixados na parte dos “Direitos Fundamentais”: art.276.º que fixa o direito da
defesa da pátria;
o Por outro lado, muitas das consagrações não são, efetivamente, direitos;
o Além disso, há outros direitos fundamentais que não estão consagrados na
Constituição;
o Nem sempre os direitos estão bem “arrumados” – o direito de propriedade
privada sempre foi visto como um direito de defesa, tendo este direito ido
parar aos direitos sociais;
o No art.16.º, n.º2 CRP surge fixada a abertura à ordem internacional através da
DUDH – há problemas se se verificar choque entre as normas constitucionais e
as normas desta declaração;
 Direitos e deveres económicos, sociais e culturais (art.57.º a art.79.º CRP): foco na
intervenção dos poderes públicos de forma que estes forneçam as prestações que
permitam a proteção daqueles direitos (por exemplo: direitos à saúde e à educação,
etc.) – de forma lata, tratam-se de “coisas” que o Estado deve fornecer.

LIBERDADE, IGUALDADE E SOLIDARIEDADE

PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO

Aparece na CRP em diversas formas e locais:

Há um conjunto de fatores que possibilitam a democracia: eleições para escolher os dirigentes


e representantes do povo, que têm de ser livres, periódicas e justas (fdeve haver igualdade de
oportunidades para os divee4soss candidatos)., tem de haver liberdade de expressão na
comunidade de forma que as ideias políticas possam ser transmitidas e desenvolvidas,
liberdade de imprensa (forma de comunicar e desenvolver a discussão sobre as ideias políticas
e não só), liberdade de informação (isto é, de ser infomrado – não pode existir um monopólio
publico de órgãos de comunicação social -deve haver forma de as várias correntes de opinião
se expressarem). Liberdade de associação, cidadania inclusiva,

O problema nas sociedades atuais são as fakes news.

Diversas consagrações do PD – art.1.º CRP “vontade popular” – o titular do poder é o povo;

Art.2.º CRP; art.9.º CRP; art.10.º; art.108.º; art.109.º; art.113.º; art.114; art.288.º H) e i);

DEMOCRACIA – Há várias definições:

Popper: sistema em que os governantes podem ser afastados do poder sem violência;

Sistema em que os conflitos políticos são resolvidos sejam recurso à violência;


Tomada de decisões pela regra da maioria, quer pelo povo nas eleições, quer pelos seus
representantes, nos órgãos colegiais - regra da maioria – principal fundamento da democracia,
a partir de dois pressupostos: o poder está na titularidade do povo e que pode ser exercido
pelos seus representantes eleitos.

A CRP consagra três tipos de democracia:

 Participativa: sufrágio universal e multipartidarismo;


 Semi-direta:
 Representativa: Em sentido formal tem a ver com a legitimidade de título, ao passo
que em sentido material tem a ver com a legitimidade de exercício, implicando que os
representantes eleitos ajam de forma que consigam obter o assentimento dos
representados.

DEMOCRACIA SEMI DIRETA

Na nossa Constituição expressa-se através de dois mecanismos:

 Referendo: Muito mais importante, pelo menos em teoria. O referendo a nível


constitucional não está presente na Constituição – ameaça o monopólio dos partidos
na decisão política. Em vez de serem os partidos a escolher, é o povo. Em 82 temos o
referendo local, a partir de 89 temos o referendo regional e nacional. A nível nacional
já houve alguns que não foram vinculativos, mas a nível político, os decisões políticos
consideraram-se vinculados. É um mecanismo que não é utilizado com grande
frequência, ao contrário de outros países como a Suíça, por exemplo. Mesmo os
referendos locais também não são muito frequentes. A decisão sobre a convocação do
referende é do PR, a nível nacional – tem de ser por iniciativa da AR ou do GOV
consoante a matéria em causa caiba a um ou outro. É o PR que decide. A CRP diz que
pode ser objeto de referendo – art.115.º, n.º1 e CRP. O tribunal não intervém se a
questão é ou não de relevante interesse nacional. No entanto, a CRP não permite
certos temas -art.115.º, n.º4. Proíbe-se que se remeta a decisão para o povo
relativamente às questões mais importantes – art.115.º, c) e d). Fiscalização preventiva
do referendo.
o Art.256.º CC –
o Art.115.º, n.º11 CRP – se não participar metade o resultado não é vinculativo,
mas a prática política mostra que tem sido tomado como tal - convenção
constitucional neste sentido;
o https://www.publico.pt/2023/06/28/p3/fotogaleria/25-anos-votavase-
primeiro-referendo-aborto-imagens-contam-como-foi-410491
o https://www.publico.pt/2018/05/30/sociedade/noticia/aborto-precisou-de-
dois-referendos-e-dez-anos-para-ser-despenalizado-1832596
o Art.115.º, n.º2 CRP
o Nacional, regional e local
 Iniciativa popular em matéria legislativa – Traduz-se na possibilidade de ser
apresentada uma proposta de lei por um conjunto de cidadãos eleitores mediante a
recolha de um determinado número de assinaturas (nos termos e condições
estabelecidos na lei)
o Art.167.º CRP – Lei 17/2003
DEMOCRACIA PARTICIPATIVA

 Art.2.ºCRP – “(…) da democracia participativa.”


 Art.9.º c) CRP – “(…)
 Art.109.º CRP – participação política dos cidadãos;
 Art.21.º CRP- Direito de resistência

PRINCÍPIO DO ESTADO SOCIAL/DA SOCIALIDADE

Art.2.º, Art.9.º d),

A CRP estabelece balizas e objetivos.

Art.58.º a art.79.º CRP

Cada governo/AR de acordo com as suas opções políticas desenvolverá mais ou menos estes
objetivos do Estado Social. Uma opção mais conservadora tenderá a não investir tanto nos
direitos sociais.

Rendimento mínimo garantido (rendimento social de inserção)

 Ideia de solidariedade – tem em conta as necessidades coletivas e individuais;


 Igualdade real e de oportunidades
 Cooperação entre setor público e civil

Princípio que tem vindo a sofrer propostas de reformulação – atingiu o seu apogeu na Europa
nos anos 70, mas a crise do petróleo de 73 e as crises financeiras dos anos 80 levaram ao
emergir de doutrinas económicas de teor liberal que teorizavam a privatização e tem havido
um movimento, em certos países, de se “emagrecer” o Estado social e o Estado deixar de ser
um Estado prestador de serviços e benefícios, mas sim um Estado regulador. Por sua vez, em
Portugal, como chegou atrasado cá, o Estado Social ainda está em desenvolvimento.

PRINCÍPIO DO ESTADO UNITÁRIO DESCENTRALIZADO

Tem a ver com a forma como o poder político é estruturado no tocante ao território.

 ESTADO UNITÁRIO: Única constituição e único poder soberano;


o Tradição do estado português - mesmo quando o Estado Português tinha
território em vários continentes, com exceção da 1ª Constituição, foi sempre
unitário;
 ESTADO DESCENTRALIZADO: Pluralismo de poderes políticos ao nível territorial sem
prejuízo da prevalência do Direito produzido pelo Estado pelo Direito produzido pelos
outros entres públicos abaixo do Estado.

 No Estado Unitário só cabe às regiões o que lhes for atribuído – o resto cabe ao Estado,
 Cláusula de supletividade do Direito do Estado -mesmo em matérias em que seja
possível uma norma regional ou local, se ela não existir aplica-se o Direito do Estado –
art.228.º, n.º2 CRP - De forma a garantir que não existe um vazio legal.
 A descentralização tem a ver com a repartição do poder por mais do que uma pessoa
coletiva para além do Estado – quando o Estado cria autarquias locais, ou
universidades, ou institutos ou associações públicas – nalguns casos estas
descentralização cria poderes autónomos mas às vezes cria pessoas coletivas mas que
não possuem a mesma autonomia – funções públicas – estão sujeitas à
superintendência do Estado.
 A descentralização traduz-se em vários aspetos e princípios:
 Princípio da autonomia regional – regionalização político administrativa, as regiões
autónomas têm a através desta regionalização competência própria em termos
políticos, legislativos e administrativas
 Princípio da autonomia local – descentralização administrativa / de menor âmbito – as
autarquias locais não criam leis, apenas regulamentos administrativos.
 Princípio da descentralização democrática da administração pública;
 Subsidiariedade – apareceu numa das revisões constitucionais, não é muito claro
quanto ao seu sentido – a ideia é que a decisão de qualquer questão deve ser tomada
pela estrutura que está mais próxima dos destinatários.

A decisão de um determinado assunto só deverá ser tomada por uma pessoa coletiva de
âmbito mais amplo se a pessoa coletiva de âmbito mais restrito não conseguirem tratar dela -
Art.6.º CRP.

AULA 18/03/2024

PRINCÍPIOS GERAIS DA ORGANZIAÇÃO DO PODER POLÍTICO

 Princípio da lealdade institucional: Trata-se de um princípio não exclusivo do Direito


Constitucional, também presente no Direito da União Europeia e, segundo o mesmo,
um órgão não deve exceder ou ir para além daquilo que a ordem jurídica lhe permite
no controlo do exercício dos poderes de outros órgãos;
o Acaba por surgir como um princípio complementar do princípio da separação
de poderes, que além de fixar a separação dos poderes, fixa também a sua
interdependência;
o Não se encontra expresso na Constituição, mas é aferido das normas que
preveem os mecanismos de controlo dos poderes dos órgãos;
 Princípio de Solidariedade entre Órgãos: Há uma necessidade de respeito do
estatuto constitucional dos outros órgãos, havendo ainda um dever de solidariedade
entre os mesmos.
o Art.189.º CRP: Há uma definição comum de objetos e um exercício diretivo da
atividade destes órgãos e dessa atividade diretiva resulta que eles têm de
respeitar os objetivos e políticos definidos no CM e no programa do Governo.
 Princípio de Auto-organização dos Órgãos de Soberania: Os órgãos soberanos devem
ter poder de estabelecer as regras do seu próprio funcionamento e organização;
 Princípio da Competência: se a lei não atribui a competência, ela não existe – se a
competência para um determinado ato é dada por lei – não é possível que este órgão
delegue esta competência, a não ser que esteja prevista na CRP
o Art.110.º CRP:
o Teoria das competências implícitas: Se a um órgão são atribuídos
determinados fins ou atribuições para alcançar e não estão definidos pela lei
ou Constituição, poderes (ou todos os poderes) para alcançar essas
atribuições ou fins, então deve retirar-se dessa atribuição de fins, de forma
implícita, a atribuição de competências e poderes para que esses fins fossem
atingidos.
 Esta ideia não deve, no entanto, vigorar – apenas em casos muitos
excecionais.

ORGÃOS DE SOBERANIA (ART.110.º CRP): Presidente da República, Assembleia da República,


Governo e Tribunais;

 Soberania: Supremacia na ordem interna e igualdade na ordem internacional;


o O que é, efetivamente, ser soberano? Estes órgãos são muitos importantes e
supremos para a caracterização dos regimes – o essencial da sua competência
e estatuto deve estar definido na CRP – ART.110.º N.º2 CRP - Norma
enganadora, visto que apenas o funcionamento, competências só estão
efetivamente bem definidos no caso do Presidente da República.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA

O Presidente da República é o Chefe de Estado, não tendo, efetivamente, uma função muito
importante, a não ser em momentos de crise: o Presidente é, fundamentalmente, um órgão de
garantia pelo que os seus poderes crescem em momentos de crise. Estes períodos de crise
ocorrem, portanto, quando é necessário vetar leis, pedir a fiscalização da constitucionalidade,
encorajar o espírito nacional quando há tragédias, resolver o Governo, … No entanto, o papel
do Presidente da República não é, efetivamente, a atuação no dia a dia político.

A sua caracterização geral surge fixada no art.120.º CRP, sendo que surge aqui fixado um
conjunto de funções e objetivos que o Presidente da República deve prosseguir e posições e
funções que ele desempenha pelo simples facto de ser Presidente da República (por exemplo,
o Presidente da República é, por inerência, Comandante Supremo das Forças Armadas).

O Presidente da República representa a República: trata-se aqui, não de uma representação


ativa como ocorre no Direito Civil com as procurações, mas sim de uma representação
simbólica. O Presidente da República representa a unidade nacional e, nesse sentido, deve
atuar de forma integrativa (função de integração), de forma que o maior número possível de
eleitores se reveja nele: não deve ser muito partidário ou assertivo sobre assuntos que dividem
muito a opinião pública.

Além disso, o Presidente da República possui funções de garantia e de direção política, além
de garantir a unidade do Estado. Além disso, tem como função regular o funcionamento das
instituições democráticas, pelo que resolve as crises políticas.

As funções de garantia, passam por várias competências: fiscalização da constitucionalidade,


através da qual garante a Constituição.

No que toca às funções de direção política: veto político de diplomas do governo ou da


assembleia da república – tratam-se de opiniões sobre mérito de diplomas/ discordância
política por parte do presidente da república.

Por fim, tem o poder que não está expressamente previsto, mas que resulta de um conjunto
de poderes: nomeadamente, os poderes de exteriorização do pensamento político ou da
palavra. O Presidente da República pode falar sobre inúmeros assuntos: aquilo que constitui o
exercício das suas funções, sempre com moderação, devido à sua função integradora.

A representação simbólica é, geralmente, feita por coisas, como hinos e bandeiras, mas
também pode ser feita por pessoas, neste caso, o Presidente da República. A nobreza de
caráter deve ser transmitida através desse símbolo. A força da representação simbólica é,
portanto, mais político do que propriamente jurídica – art.220.º CRP.

Legitimidade de título: como é que o presidente da república chega a esse título? Tem de ser
um português de origem e ter, pelo menos, 35 anos – capacidade eleitoral passiva para a
presidência da república. Esta exigência de idade reconduz-se à necessidade de a imagem do
Presidente da República conferir sabedoria e experiência – art.122.º CRP.

A eleição é por sufrágio universal direito e secreto, quer pelos recenseados em Portugal quer
pelos recenseados no estrangeiro. Até 1997, este sufrágio era, no entanto, reservado para os
portugueses.

Quem vive fora do país terá menos a dizer acerca da sua governação, daí que o seu peso seja
bastante reduzido face aos portugueses que vivem em Portugal. Isto relativamente à AR, que é
um órgão colegial, no entanto, o PR é um órgão de um único titular, pelo que não seria possível
fazer isto. Nos termos do art.121.º, n.º2 CRP, fixa-se que os cidadãos portugueses residentes no
estrangeiro podem votar dependendo da existência de laços de efetiva ligação à comunidade
nacional.

O PR tem legitimidade democrática direta, algo que não acontece noutros sistemas, como o
Parlamentar, em que é eleito pelo Parlamento, possuindo, portanto, uma legitimidade mas
diminuta.

Se o PR tem legitimidade democrática direta, tem força política para exercer poderes
autónomos: veto político não ultrapassável, dissolução do parlamento, etc.

Já no caso dos presidentes eleitos pelo parlamento, estes têm poderes mais reduzidos do que
os seus congéneres eleitos por sufrágio direto.

Os sistemas de governa semipresidenciais tinham como um dos seus pressupostos a eleição


direta do seu PR, algo que não chega visto que temos sistemas em que isso acontece mas a
posição do presidente, pela prática, ficou na sombra, não sendo usual ele exercer poderes
relevantes, tal como se verifica na Áustria ou Irlanda – o presidente tem legitimidade
democrática direta mas não tem tantos poderes, na medida em que se criou uma convenção
nesse sentido.

121

As candidaturas surgem fixadas no art.124.º CRP – única eleição em que os partidos não
participam, sendo o seu papel remetido para um plano secundário. O sistema eleitoral é
maioritário, de maioria absoluta – art.126.º CRP.

No que toca ao mandato, este dura 5 anos, ao contrário do que sucede no caso da AR, o
mandato para o PR é o mandato de 5 anos – ao ter um mandato superior, o PR consegue, de
certa forma, sobrepor a sua legitimidade em caso de conflito com a AR, sobrepondo a sua
legitimidade, visto já estar no cargo há mais tempo. Caso haja uma vacatura, o novo presidente
não completava o mandato que faltava, mas iniciava sim um novo mandato. O Presidente da
Assembleia da República assegura o cargo – art.132.º e 128.º CRP – não tem todos os poderes
que o PR tem, não podendo praticar certos atos.

Só pode ser eleito para duas mandatos consecutivos – eleito uma vez e reeleito uma vez. Se
quiser voltar a exercer funções então deve esperar pelo menos um mandato – art.123.º CRP.

A cessação das suas funções – causas naturais, renunciar (art.131.º CRP), incumprimento das
normas decorrentes do art.129.º CRP (referente à ausência do território nacional),
responsabilidade criminal (art.130.º CRP).

Crimes praticados nos exercícios das suas funções – espionagem, etc. – a condenação implica a
destituição do cargo e a impossibilidade de reeleição. O MP não pode iniciar procedimentos
sem a autorização da A.R.

Em Portugal não termos a possibilidade de terminar o mandato do PR, como ocorre na


Áustria, através do recall, em que se existir uma quantidade suficiente de assinaturas
descontentes com o presidente ou uma maioria parlamentar a favor da destituição do PR,
então faz-se uma espécie de referendo – recall.

PODERES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Que resultam da função de representação simbólica: dada pela exteriorização do pensamento


político, isto é, discursos e presença – dentro desta função cabe pouca coisa: concessão de
condecorações (função que o CE tem e é bastante importante – art.134.º, i) CRP), concessão de
amnistia (tem de ouvir o Governo - art.134.º, f) CRP) – indulto a pessoas condenadas apenas –
os PR devem utilizar esta competência com prudência – problemas

ART.133.º, 134.º E 135.º - DIVISÕES (FUNÇÃO - +IMPORTANTE!)

Os seus poderes agrupam-se de acordo com a função que o presidente desempenha.

Temos duas funções, principais: de garantia (art.120.º CRP).

Alguma doutrina entende que o PR não tem qualquer poder a nível de direção política. JV não
des

Na fase final da feitura de um DL ou L o PR tem um papel em que pode pedir fiscalização


preventriva ao TC, vetar e promulgar.

Vetar é uma discordância sobre o mérito e oportunidade de um diploma. Cavaco Silva –


casamento entre pessoa do mesmo sexo. Este veto tem de ser justificado. É algo que o PR
define de acrodo com aquilo que entende ser melhor para o país. Estamos, portanto., no
âmbito da direção política.

O veto tem efeitos diferenciados consoante o que seja alvo do mesmo. No caso do veto de uma
lei (decreto a ser promulgado como lei) o decreto é devolvido à AR e esta possui hi+póteses de
atuação: conformar-se, alterar o projeto de diploma no sentido de ir ao encontro das questões
e objeções que o PR suscitou, ou então pode confirmar a decisão e nesse caso o PR é obrigado
a promulgar. A confirmação é, por regra, por maior absoluta – pelo menos mais de metade dos
deputados em efetivadade de funções, sendo que em matéria mais importantes, como
relativas à defesa nacional ou de leis orgânicas (art.186.ç CRP) pode requer maioria de 2/3.
No caso dos decretos do Governo, para serem promulgados como decreto-lei, esta
promulgação é absoluta: não há hipótese de o Governo se impor ao PR, diferentemente do que
ocorre com a AR,

Envia ao PR para promulgação, que veta o decreto – pode apresentar o projeto de lei à AR e se
tiver apoio maioritário, a AR aprova e vai para o PR como lei e, se o PR vetar, este veto pode ser
ultrapassado pela AR.

A promulgação é uma confirmação, tendo antecedentes na sanção real. No entanto, na sanção


real, o monarca era coautor da lei juntamente com as cortes, ao passo que a promulgação é
um ato de controlo em que o presidente da república não age enquanto autor da
proposta/projeto.

Se o presidente da república tem dúvidas relativamente à constitucionalidade do diploma


então deve pedir uma fiscalização preventiva por parte do Tribunal Constitucional. Cavaco Silva
– OE inconstitucional por parte de CS, mas para não atrasar, aprovou-o e depois convocou
fiscalização sucessiva.

Fiscalização preventiva – o diploma nem chega a produzir efeitos.

Fiscalização sucessiva – o diploma já produziu efeitos, sendo que, em princípio, estes podem
ser eliminados, mas nem sempre isto acontece por razões de equidade e segurança jurídica.

REFERENDOS

Uma área em que o PR tem poderes de direção político é o âmbito das relações externas: o PR
é o comandante das forças armadas.

Poder de nomear o PM e os restantes membros do Governo: o PM é nomeado tendo em conta


os resultados eleitorais e ouvidos os partidos (art.187.º CRP). Estes resultados são os das
eleições da AR. Dependendo da situação, o Presidente da República tem margem para a fazer a
sua escolha.

No caso em que um partido vence com maioria absoluta, o PR já não tem grande margem,
tendo de nomear a pessoa que o partido mais votado indicar. Há margem quando, por
exemplo, se o programa do Governo chumbar, o Governo não inicia funções plenas – só as
inicia quando discutido o programa na AR, sendo que durante esse período exerce funções de
gestão. Dessa forma, poderia tentar um governo tecnocrata.

Nomeação dos mais membros do Governo é também limitada e não está sujeita a grandes
margens - ele nomeia atendendo à opinião do PM, que é o chefe do Governo, ao qual os
ministros e secretários respondem. O PR só pode negar a nomeação de um determinado
ministro se essa nomeação for inconstitucional, nos outros casos, não – por exemplo, se a AD e
o Chega formassem uma coligação, e se indicasse o André Ventura enquanto ministro, o PR não
poderia negar essa nomeação.

Pode presidir ao Conselho de Ministros.


PODERES DE GARANTIA

Há uma grande discussão sobre um poder importante do PR: dissolução da Assembleia da


República. Embora grande parte da doutrina diga que é um poder livre do PR, no então o JV
não concorda. Os poderes presidenciais, e de qualquer órgão, são dados com determinado fim
em vista: garantir o regular funcionamento das instituições e do sistema político. O poder de
dissolução da assembleia da república só pode intervir quando não se consegue, no meio
daquela composição parlamentar, existir um Governo.

DEMISSÃO DO GOVERNO – Art.195.º/2 CRP

Este poder pode ser exercido quando há motins nas ruas por causa de impostos, Lisboa está
bloqueada e o Governo não consegue fazer nada, preso em São Bento – está em causa o
regular funcionamento das instituições democráticas: demissão do Governo. Ou então num
caso parecido com o Watergate. A dissolução da AR acarreta a demissão do Governo.

DISSOLUÇÃO DAS ASSEMBLEIAS LEGISLATIVAS REGIONAIS

REQUERER A FISCALIZAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE OU LEGALIDADE – Fiscalização


preventiva, sucessiva abstrata e por omissão

ADMISSÃO DOS MEMBROS DO GOVERNO

O PR não pode demitir membros do Governo – só o pode fazer por proposta do primeiro-
ministro.

O chefe do Governo é o primeiro-ministro: se um ministro perder a confiança do PM e este


propor a sua substituição ao PR e este negar, efetivamente o PR pode fazê-lo. No entanto, o PM
é o chefe do Governo, sendo independente face ao PR, pelo que o PR deve demitir.

NÃO HÁ MOÇÕES DE CENSURA AO PR NEM PO DE SER CENSURADO

Nenhum órgão pode fazer cessar o mandato do presidente da república. O que pode existir é
responsabilidade política difusa, que é um conceito doutrinário italiano que se refere às
consequências da crítica à atuação dos órgãos do poder político. Isto só por si não tem efeitos
jurídicos - no entanto, se forem muito acentuados pode levar os PR a declararem a sua
emissão. Isto é relativamente pronunciado em regimes parlamentares em que o PR não tem
legitimidade democrática direta, mas sim indireta. O que pode ocorrer é eleitorado não voltar a
votar no PR se este se voltar a candidatar.

Art.140.º CRP: Referenda Ministerial - Há uma série de atos do PR que têm de ser assinados
pelo Governo, sob pena de inexistência. Quando o ato presidencial for inexistente o PR pode
recusar a assinatura do referendo, mas fora desses casos não o poder fazer sendo que se
pudesse então seria o dono do sistema político. Se o Governo recusar, então pode ser demitido
pelo PR por pôr em causa o regular funcionamento das instituições.
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Art.147.º CRP – A representação simbólica apresenta aqui contornos diferentes face à do PR:
enquanto o PR simboliza a unidade do Estado, a AR representa o pluralismo político na
sociedade. Trata-se de um espaço em que as várias visões políticas contrastantes para o país
são apresentadas, decorrentes das diferentes visões e objetivos que os eleitores têm para a
sociedade.

 Nós sabemos que a AR tem 230 devido à conjugação do 148.º CRP e da 13.º da LEAR
(Lei Eleitoral da Assembleia da República).
 Sufrágio secreto, direito e universal –
 As candidaturas são apresentadas por partidos políticos – os candidatos independentes
têm sempre de se apresentar numa lista para serem deputados da AR;
 Sistema Eleitoral: num sentido mais restrito considera-se o método eleitoral (método
de Hondt - Critério para revertermos votos em mandatos) mas num sentido mais
amplo são todas as regras relacionadas com o processo eleitoral;
 Círculos eleitorais plurinominais (elegem-se mais do que um representante) (22):
Forma de organização do território para se aplicar o método eleitoral - limitações
geográficas, através das quais se percebem qual o número da população de forma a
fazer a conversão de mandatos – art.149.º e art.152.º CRP;
 Proibição de “cláusula barreira” – não é possível nós colocarmos um linear que se não
for preenchido não poderá haver tradução do voto em mandato – proibição de
cláusulas que fixem um número mínimo de percentagem para o acesso ao parlamento
– permite um pluralismo democrático maior;
 “Voto útil” : introdução de um círculo nacional de compensação, faria com que certos
votos, num certo sentido inúteis (por não serem em partidos mais fortes e que ficam
tendencialmente nos primeiros lugares nas eleições - votar Livre em Beja, na medida
em que este círculo apenas possui 2 deputados);
 O nosso método eleitoral não é favorável para os partidos mais pequenos, mas
também não é pior – quando há empate de votos, o mandato vai para o órgão menos
representado. O nosso método é ampliamentos conhecido como muito potenciador de
um bipartidarismo (PS e PSD), no entanto, nos últimos anos tem se verificado um
aumento de relevância de partidos pequenos  O funcionamento dos sistemas
eleitorais também estão relacionados com aspetos sociológicos, por exemplo;
 Mandato de 4 anos; 4 sessões legislativas; liberdade de renúncia ao mandato; não há
eleições intercalares ou parciais (não se pode ir a votos para eleger um deputado,
quando o partido já não tem possibilidades de o substituir);
 Estruturas parlamentares primárias (existem também as secundárias):
o Plenário: prática dos atos mais relevantes de todas as funções desempenhadas
pela AR (existem comissões por racionalização de recursos e especialização),
instância de recurso de decisões tomadas por outras estruturas do Parlamento;
“reserva de plenário” – art.168.º/4 CRP; deliberações sujeitas a maiorias
agravadas (maioria simples – 116-º/3 CRP) – art.168.º/5 (maioria absoluta),
art.174.º/2 (maioria de 2/3 dos deputados presentes) , art.136.º/3 (maioria de
2/3 dos deputados presentes desde que superior á maioria absoluta) ,
art.286.º/1 (2/3 dos deputados em efetividade de funções), art.284.º/2 (4/5
dos deputados em efetividade de funções) CRP;
o Presidente da AR: Art.175.º/2 CRP; Art.132.º CRP (presidente da república
interino – não pode, no entanto, praticar os mesmos atos do PR, tais como
dissolver a AR); compete-lhe:
 Representar a AR; Presidir à Mesa; dirigir os trabalhos parlamentares;
dirigir os serviços administrativos da AR ; analisar a conformidade
constitucional dos projetos de lei e das propostas de lei; solicitar a
fiscalização sucessiva abstrata da constitucionalidade;
 12.º e 16.º-19.º RAR; 281.º/2 b) CRP;
o Mesa da AR: art.175.º/1 CRP e art.22.º e ss RAR; órgão colegial que coadjuva o
PAR no exercício das suas funções, assegura os serviços
o Comissões: previstas na RAR e eventuais (art.29.º e ss RAR), principio do
pluralismo (art.178.º CRP) e participação dos membros do governo (art.177.º/3
CRP).
o Comissão permanente: funcionamento fora do período normal (art.179.º CRP;
39.º ss RAR) e elenco de atos previstos no art.179.º/3;
 Art.174.º - iniciativa fora do período de funcionamento no art.174.º
CRPP;
o Grupos Parlamentares:180.º CRP; Art.6.º e ss RAR
 Qual a natureza jurídica dos grupos parlamentares? Órgãos dos
partidos políticos? Do parlamento? Ambos? Os grupos parlamentares
são formados pelos partidos e desempenham funções no contexto
parlamentar.
 A AR e o Governo são órgãos complexos: órgão que se desdobre noutros órgãos.
 ATOS – 116.º CRP
o Lei Constiticuonal – art.284.º e seguintes
o Lei orgânica (tipo de lei de valor reforçado) – art.112.º/3
o Lei – 112/1
o Moção (de censura, de confiança e de rejeição do PG) – 192 a 194
o Resolução – 166/5 (categoria residual – categoria aplicável quando não se
pode aplicar nenhum dos outros)
o Regimento - 175/a
o Os diferentes tipos de ato refletem as várias funções da AR: quando exerce a
função legislativa temos uma lei ou lei orgânica, quando exerce a fiscalização
da constitucionalidade temos uma lei constitucional, …

Você também pode gostar