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Direito Constitucional II- Aulas práticas- Professor Assistente Pedro Fernández

Sanchéz

Aula Nº1

Estrutura das aulas dividas em duas grandes partes:

1- Estudo das anteriores constituições portuguesas/História constitucional portuguesa

2- A constituição da república portuguesa de 1976

Bibliografia obrigatória- Direito Constitucional Português- I e II Volume;

Bibliografia complementar para brilhar nas aulas práticas- Curso de Direito


Constitucional Tomo I- Carlos Blanco de Morais (Atos legislativos); Manual de Direito
Constitucional- Tomo V / Atos legislativos- Jorge Miranda; Manual de Direito
Constitucional Tomo I- Jorge Miranda

Avaliação- 50% de frequência e 50% de participação nas aulas práticas

Preparar próxima aula- Quais as constituições portuguesas (1822, e as principais


características

Índice esquemático do estudo-

Primeira constituição portuguesa foi escrita e aprovada em 1822 após a revolução


liberal portuguesa de 1820, ou seja, quase dois anos para que a constituição fosse
escrita. Esta revolução foi fortemente influenciada pela revolução francesa de 1789 que
fora uma revolução liberal

Até a revolução de 1820 a monarquia portuguesa era uma monarquia hereditária e


absoluta, dá-se a sua queda com a revolução de 1822 e com a criação da constituição de
1822 que o rei tinha de jurar

Influência da revolução francesa assim como a influencia de pensadores como Rosseau


e Montesquieu, a constituição de 1822 mistura os dois autores

Esta constituição de 1822 caracterizava-se por uma assembleia representativa e pela


supremacia do poder legislativo, sendo o executivo fraco no caso o governo. A primeira
constituição durou pouco mais do que um ano devido ao facto de que em 1823 restaura-
se a monarquia absoluta, com o movimento da Vila-Francada. Mais tarde é criado um
novo texto constitucional em 1826- A carta constitucional-
Esta foi a única que tivemos e fora feita por D. Pedro IV, é uma carta que outorgada
pelo rei, oferece a carta ao povo, porém salvaguarda determinados poderes para si, esta
carta é fortemente influenciada por Benjamin Constant. Assim a carta tem o carácter
profundamente monárquico com executivo forte e assembleia fraca, estava muito mais
adaptada ao modelo português quer querendo ou não
Com todo o respeito e perdoem-me o termo, mas D. Miguel I era um burro- Pedro
Fernández Sanchéz 23/02/2024- , não tendo aceitado a carta constitucional e queria era
a implantação de uma monarquia absoluta

Entre 1832 e 1834 ocorre a guerra civil portuguesa entre o os liberais, no caso apoiantes
de D. Pedro IV, e os absolutistas, no caso os apoiantes de D. Miguel I, no final ocorre a
vitória dos liberais

A constituição de 1838- É um pacto entre as duas legitimidades, no caos de 1822 e


1826, a legitimidade vintista caracterizava-se por ser mais revolucionária, progressista,
prevalência da assembleia, a outra legitimidade cartista caracterizada pelo seu cariz
monárquico, não funcionou e foi restaurada em 1842 a Carta Constitucional de 1826,
vigorou até ao ano 1910, mais precisamente quando se proclamou a república

Em 1911 é a escrita e aprovada a quarta constituição, é a primeira constituição


republicana, cria-se uma assembleia e legislativo forte, um parlamentarismo de
assembleia, concentra em si os poderes. É muito inspirado no sistema francês, durou até
1926, havia uma enorme instabilidade político devido à existência de vários governos e
de diversos presidentes da república

Há um golpe militar em 1926 que é apoiado pela população, instauram e proclamam


uma ditadura militar

Constituição de 1933- É a constituição da ditadura, foi assim a segunda que mais


durou, só cai em no dia de 25 de abril 1974, é de foro conservador

Constituição de 1976- Os criadores da constituição de 1976 aperceberam-se que


nenhuma constituição durava sem um governo forte

Preparar para a próxima aula- Abordar sobre as características da primeira


constituição de 1822 e se houver tempo falamos da 1826, não devemos perder tempo
com a constituição de 1838 devido ao facto que durou pouco tempo, assim avançar logo
para a constituição de 1911 e a de 1933

Constituição de 1822- Há a consagração de diversas ideias fundamentais e


nucleares tais como por exemplo:

- Liberalismo- A Constituição de 1822 representou a consolidação dos princípios


liberais em Portugal, inspirados nas ideias da Revolução Francesa. Procurou assim
limitar o poder do monarca e garantir direitos e liberdades individuais.

- Soberania Nacional- A constituição de liberal de 1822 estabeleceu o princípio da


soberania nacional, afirmando que todo o poder emana da Nação.
Isso representava uma mudança em relação à conceção anterior, que atribuía o poder ao
monarca por direito divino, podiam votar todos os cidadãos masculinos maiores de 25
anos com algumas limitações. Sendo constituído assim o poder e o princípio da
cidadania ativa
- O poder legislativo: Pertencia na posse de uma câmara única- As Cortes- era eleita
por dois anos, era 1 deputado por 30 000 habitantes, principais funções- Apresentar e
votar leis, fiscalizar e controlar o poder executivo

- O poder executivo: O veto do rei é meramente suspensivo, não pode dissolver as


cortes, o sistema se tivesse funcionado seria uma monarquia parlamentar de assembleia,
a constituição demorou mais tempo do que o tempo de vigência, entra em vigência em
setembro de 1822, mas na Vila-Francada em 1823 cessa a sua vigência através do golpe
de estado liderado pela rainha e pelo filho D. Miguel

- O poder judicial: Entregue aos tribunais que eram autónomos e independentes com
juízes perpétuos e inamovíveis, nomeados pelo rei

- Liberdades Individuais- Procurou assegurar diversas liberdades individuais,


incluindo a liberdade de expressão, liberdade de imprensa e garantias processuais, com
o objetivo de proteger os cidadãos contra a arbitrariedade do poder. Em especial a
consagração da separação de poderes, afirmação dos direitos básicos- Liberdade,
propriedade, segurança e igualdade perante a lei

- Separação de poderes- Assim como outras constituições liberais da época, a de 1822


previa a divisão de poderes entre o executivo, legislativo e judicial, com o intuito de
evitar abusos e garantir um governo mais equilibrado.

- Igualdade de todos perante a lei- Estabeleceu o princípio da igualdade perante a lei,


procurando criar uma sociedade mais justa e igualitária, onde todos os cidadãos teriam
direitos iguais.

- Reconhecimento da dinastia de Bragança na pessoa do rei D. João

- Influencia da constituição francesa de 1791 e de Cádis (Espanhola) de 1812

- A Constituição de 1822 teve uma vida relativamente curta, foi suspensa em 1823
com a Vila-Francada e em 1824 com a Abrilada, existindo um interregno constitucional
devido a diversos períodos marcados pelas lutas políticas em Portugal e substituída por
outras constituições ao longo do século XIX.

- A base está aquilo que corresponde à esquerda liberal, designada de vintismo, é a


primeira constituição monárquica

- As primeiras medidas tomadas duas imposições- Eram que o principie voltasse a


Portugal e dois terços dos debates constituintes foram em torno do Brasil, este dominou
a discussão nas cortes, com esta particularidade consagra uma regência no Brasil, mas
quando a constituição entrou em vigor já estava desatualizada porque o Brasil tornou-se
independente; Obrigaram o rei e a rainha a jurar a constituição, mas esta última recusou
e a oposição começou no próprio palácio real

- Inicia o constitucionalismo- Marcou o início do constitucionalismo em Portugal, ou


seja, a ideia de que a constituição é a lei fundamental do país e deve ser respeitada por
todos os poderes e cidadãos.
- Rejeição da constituição- A Constituição de 1822 nunca foi aceite pelas forças mais
tradicionalistas, desde logo os absolutistas, liderados por D. Miguel e pela mãe, D.
Carlota Joaquina. Houve diversos momentos que simbolizavam a rejeição da
constituição como foi o caso da Vila-Francada, em 1823, e a Abrilada em abril de 1824,
ambas lideradas por D. Miguel, reconduziram Portugal aos princípios de uma sociedade
tradicionalista e aboliram o sistema constitucional.

- Origem de uma corrente política- A constituição de 1822 deu origem a uma corrente
mais radical e progressista da política portuguesa: O vintismo.

Aula Nº2

Notas principais sobre a constituição de 1822:

1- No âmbito dos direitos fundamentais e direitos sociais: Liberdade dependente das


leis, parte importante de Rosseau e Montesquieu;
2- A lei já é garante dos direitos fundamentais, é a principal garantia;
3- Montesquieu- O juiz aplica a lei e não a constituição, os juízes é a boca da lei, há a
recusa de um tribunal forte;
4- A liberdade religiosa não existiu verdadeiramente, no caso é o artigo 8º, até 1976;
5- Democracia limitada com sufrágio censitário e capacitário;
6- Artigo 29º- Está aqui qual é o regime político;
7- Artigo 30- Índice de todos os poderes, quer legislativo, quer executivo, quer judicial;
8- Faculdade de estatuir- É das Cortes e Faculdade de impedir- É do rei, mas é
limitado;
9- Ligação entre o os artigos 26º e 32º- Quem representa a nação, no caso são as
Cortes, a soberania é das Cortes;
10- Definição formal de lei- Não é relevante o conteúdo no artigo 104º, a única
exceção é que tem de preceder uma discussão pública, competência das Cortes e
discussão desta, resultado é da lei como é o caso do pensamento de Marsílio da Pádua,
Hobbes até Kant;
11- O artigo 112 da atual CRP diz o que são as leis- Não há qualquer definição
material da lei e sim formal, alei tem limites aos conteúdos;
12- Artigo 110- Poder aparente do rei, no caso o rei tem veto suspensivo, se na votação
chegar-se à conclusão de que a lei deve passar a lei é novamente apresentada ao rei e
tem de aceitar;
13- Artigo 114º- No caso de utilizar o veto de bolso ou de gaveta;
14- Pensamento de Montesquieu- A lei deve ser o produto da vontade de todas as
potências sociais

Artigos mais importantes 2º, 6º, 7º, 8º e 19º, 26º, 29º, 30º, 32º, 104º, 110º, 112º e 114º
da CRP de 1822

Carta Constitucional de 1826- Principais características:


Principais diferenças da constituição de 1822- Este texto era bastante mais moderado.
Desde logo ele nasce da vontade real devido ao facto que foi outorgado pelo rei D.
Pedro IV e não da legitimidade da Nação.

Divisão de poderes- Assim como a Constituição de 1822, a Carta Constitucional de


1826 previa a divisão de poderes entre o executivo, legislativo e judicial. Assim a
separação dos poderes é mantida, mas ao executivo, legislativo, judicial foi
acrescentado um quatro poder, privativo do rei: o poder moderador. Contudo, o poder
moderador do monarca permanecia como um elemento muito influente no plano
político.

Poder legislativo- Este poder era representado por duas câmaras sendo por isso
bicameral, a câmara dos deputados, eleita pelos cidadãos eleitores, por sufrágio indireto
e censitário; Já a câmara dos pares nomeada pelo rei, hereditária, vitalícia e sem número
fixo.

Poder executivo- Este poder pertencia única e exclusivamente ao rei que nomeava o
governo podendo também demiti-lo. Veto absoluto sobre os diplomas da Corte, para
aprovarem uma lei, este só valia como lei se o rei concordasse, as cortes nada podiam
fazer, o poder legislativo era sempre a conjugação das duas legitimidades e vontades

Poder judicial- É composto pelos tribunais com juízes nomeados pelo rei.

Poder moderador- É neste último contexto que o rei pode usar o poder moderador que
se estende ao veto absoluto das leis e à dissolução das Cortes. Este é um poder
moderador reforçado- A carta constitucional de 1826 enfatizou o papel do poder
moderador, atribuindo ao monarca a capacidade de intervir nos outros poderes para
garantir a estabilidade e o equilíbrio do sistema político.

Legitimidade da Nação e legitimidade Real- A Carta Constitucional foi um


documento que tentou equilibrar a sociedade portuguesa, mantendo a legitimidade da
Nação, através da eleição da câmara dos deputados, equilibrada pelo poder real que
nomeava a segunda câmara, por proposta do governo, onde estavam representados os
titulares e os grandes proprietários, elementos mais conservadores.

- Origem de uma corrente política- A Carta Constitucional deu origem a outra


corrente mais moderada da política portuguesa: O cartismo.

- Influência do Modelo Britânico- A Carta Constitucional de 1826 tinha algumas


influências do modelo constitucional britânico, especialmente no que diz respeito ao
sistema bicameral, com a presença de uma Câmara dos Pares e uma Câmara dos
Deputados.

- Restrições ao sufrágio e à cidadania ativa- Embora tenha ampliado a participação


política em comparação com o período absolutista, a Carta de 1826 ainda impunha
certas restrições ao sufrágio, limitando o direito de voto a cidadãos que atendiam a
determinados critérios, como propriedade e renda. era eleita por sufrágio capacitário e
censitário- Quem sabia ler e escrever e quem tinha rendimento
- Religião Oficial- A Carta manteve o catolicismo como a religião oficial do Estado,
embora garantisse a liberdade de culto para outras religiões. Reforçou o caráter católico
do Estado, estabelecendo a religião católica como a religião oficial e concedendo ao
monarca o título de "Defensor Perpétuo da Fé."

- As quatro vigências da Carta Constitucional- A carta constitucional teve 4 de


vigências- 1826-1828- D. Miguel assume o poder, o poder absolutista vai de 1828 e
1834, em 1834 até 1836 é restaurada a carta constitucional, tinha sido a bandeira D.
Pedro, início da segunda vigência da carta constitucional, muito breve.

A terceira vigência em 1842, é colocada em vigor a carta constitucional- É a terceira


vigência mais longa pois vai de 1842 até 1911, é o texto constitucional que mais
vigorou em Portugal. A quarta vigência ocorreu quando a monarquia do Norte 1919 é
proclamada durante escassas semanas

Suspensão temporária da constituição em caso de necessidade- A Carta previa a


possibilidade de suspensão temporária da constituição em situações de necessidade,
uma medida que concedia certa flexibilidade em períodos de crise.

Em síntese:

 A Constituição de 1822 revelou-se muito radical para a época: rei com poucos
poderes e um sistema unicameral.
 A Carta Constitucional de 1826 tentou alcançar um equilíbrio entre liberais
conservadores e mais progressistas, do mesmo modo que esta procurou integrar
os absolutistas na sociedade portuguesa.
 Constituição e Carta estabeleceram o nascimento de duas grandes famílias
políticas em Portugal: Os vintistas, liberais progressistas, e os cartistas, liberais
mais conservadores.

Não nos preocuparmos com a constituição de 1838 e avançar com a de 1911

Aula Nº3

Ainda sobre a carta constitucional de 1826- É necessário assegurar a separação dos


poderes, a visão de D. Pedro é uma separação de poderes diferente conforme o artigo
11º da Carta Constitucional de 1824 com a existência do poder moderador, confia-se o
poder moderador ao rei.
Benjamin Constant- Poder neutro, mas a doutrina portuguesa e brasileira denomina-se
de poder moderador

Estratégia de D. Pedro, ao dizer que os representantes das cortes gerais têm o exercício
do poder da soberania, depois de perceber isto coloca no artigo 12 que os representantes
da nação são o rei e as cortes, o rei em primeiro lugar

Artigo 13- Não há veto suspensivo e sim o veto absoluto, conforme está no artigo 58º,
há um bloqueio por parte do poder real
Artigo 14- Sistema bicameral, o rei nomeia os membros da câmara dos pares, o rei pode
bloquear logo a lei através da câmara dos pares sem estar sempre a vetar de forma
absoluta, assim não há degaste, no artigo 39 está a nomeação do rei da câmara dos
pares sem número fixo

Artigo 71- Cópia do manual de Benjamin Constant, definição do poder moderador

Sobre o poder do rei dentro do poder judicial afirma que faz parte do poder
executivo, nomeia os magistrados conforme está no artigo 75º Nº3, caso acontecesse
alguma coisa é o poder moderador que suspende os magistrados conforme está no artigo
74º Nº6

Esta é a mais monárquica de todas as constituições, esta constituição não iria ser
aceite por Benjamin Constant devido ao facto que o rei para além de um árbitro,
este é um árbitro que joga à bola

O poder executivo é tão centralizado pois teve um impacto quer social quer
cultural, daí termos este poder executivo tão forte em Portugal

Constituição de 1838

Casamento entre as duas correntes políticas- O vintismo e o cartismo

Preâmbulo- Não é como a carta, esta constituição é feita pelas cortes, há uma diferença
fundamentalmente, é uma constituição pacatíssia há duas legitimidades, a mais liberal e
a mais monárquica

Existem duas câmaras conforme está previsto no artigo 36º, porque é que isto
acontece? É preciso que uma bloqueia a outra, há um controlo dos abusos legislativos,
é uma forma de condicionar o poder legislativo

A câmara dos senadores deixa de ser nomeada pelo rei e vitalícia, passa a ser eletiva
e temporária conforme está no artigo 58º

A constituição é omissa sobre a natureza do veto, entende-se por isso que é de


origem absoluta, nada é dito no artigo 81º

Os vintistas queriam afastar o poder moderador, este é apagado da constituição de


1838, porém só se apagou o nome, as competências mantêm-se, está previsto no
artigo 81º e 82º

Esta constituição cai em 1842 e é a carta constitucional de 1826 que vigora

Em Inglaterra quando não tem a monarquia absoluta, mas tem o poder executivo forte,
porém quem tem este poder passa a ser o governo, há uma centralização da vida política
para o governo, o rei passa ser árbitro, não governa. Assim o governo passa a responder
perante o rei e o parlamento
O rei D. Pedro IV começa a confiar a condução da vida da política, o ministério, mais
precisamente o chefe do ministério, o rei passa a ser arbitro.
Passam a existir revisões constitucionais, mas a próprio texto constituição já previa isso,
bastava nomear os ministros e a confiar-lhes a vida política.

Esta evolução à maneira de Inglaterra e França que faz com que a Carta Constitucional
de 1826 dure até 1910, não há degaste do rei e sim do presidente do ministério, caso
este se encontre degastado basta o rei demitir o ministério e nomear um novo. Há uma
inversão total quando o rei dissolve a câmara depois de formar governo, ou seja, o reino
unido forma governo quem ganha as eleições, em Portugal ganha as eleições quem
estava no governo

Preparar a constituição de 1911

Constituição de 1911 é a escrita e aprovada a quarta constituição, é a primeira


constituição republicana, cria-se uma assembleia e legislativo forte, um
parlamentarismo de assembleia, concentra em si os poderes. É muito inspirado no
sistema francês, durou até 1926, havia uma enorme instabilidade político devido à
existência de vários governos e de diversos presidentes da república

1- República Portuguesa:
- A Constituição de 1911 formalizou a mudança do regime político em Portugal,
declarando o país como uma república.

2- Soberania Popular:
- Estabeleceu o princípio da soberania popular, enfatizando que todo o poder emana
do povo. Isso representou uma mudança significativa em relação à conceção anterior,
que atribuía o poder ao monarca.

3- Divisão de Poderes:
- Assim como as constituições liberais anteriores, a de 1911 previa a separação de
poderes entre o executivo, legislativo e judiciário, buscando garantir um sistema
equilibrado e impedir abusos de poder.

4- Sistema Parlamentar:
- Adotou um sistema parlamentar, com um parlamento bicameral composto pela
Câmara dos Deputados e pelo Senado. O chefe de Estado era o Presidente da República,
eleito pelo povo.

5- Sufrágio Universal Masculino:


- A Constituição de 1911 introduziu o sufrágio universal masculino, permitindo que
todos os homens adultos tivessem direito de voto- Artigo 8º

6- Separação Igreja-Estado:
- Estabeleceu a separação entre a Igreja e o Estado, rompendo com a influência da
Igreja Católica na governança política. A liberdade religiosa foi assegurada, e as
instituições religiosas foram retiradas de funções públicas- Artigo 3º/Nº8, 9 e 12º

7- Liberdades Individuais:
- Garantiu diversas liberdades individuais, incluindo a liberdade de expressão, de
imprensa, de reunião e de associação. A constituição reforçou a proteção dos direitos
fundamentais dos cidadãos.

8- Educação Laica:
- Introduziu a laicidade na educação, retirando a influência eclesiástica do sistema
educacional e estabelecendo princípios de ensino laico e gratuito- Artigo 3/ Nº 10 e 11

9- Autonomia Local:
- Reconheceu a autonomia local, permitindo uma maior descentralização do poder
para as regiões e municípios- Artigo 66º e 67º

10- Leis Trabalhistas:


- A Constituição de 1911 abordou questões trabalhistas, estabelecendo princípios
fundamentais para as relações de trabalho, incluindo a limitação da jornada de trabalho
e a proteção dos direitos dos trabalhadores- Artigo 3º/Nº26

Artigo 3º/Nº22 – Não há tortura, pena de morte e pena perpétua

Artigo 11º - Cada legislatura de 3 em 3 anos

Artigo 31º - Limitação ao veto do presidente da república

Artigo 82º - Revisão constitucional obrigatória de 10 em 10 anos

No dia 5 de outubro 1910 é proclamada a república, é convocada então uma


assembleia constituinte com objetivo de redigir uma nova constituição, surge assim
a última constituição liberal e a primeira constituição liberal

Esta constituição afirma-se contra a carta constitucional, esta última é


monárquica, é composta por tudo do programa do partido republicano, é de
origem republicano como é evidente

Fontes da constituição de 1910- Fonte Suíça de 1874- Sobretudo acerca da


descentralização do poder, é discutido se devia existir ou não PR. Influência da terceira
república francesa, assim em 1911 é implantado um parlamentarismo de assembleia.
Influencia da constituição do 1891 do Brasil- Através de três instituições, a fiscalização
judicial da constitucionalidade das normas, é introduzida a fiscalização difusa, todos os
tribunais têm o poder de não aplicar- Artigo 204 da CRP de 1974 é a constituição dos
EUA é a primeira a introduzir a fiscalização das leis

Cláusula aberta/principio da não equidade sobre os direitos fundamentais- Há mais


direitos fundamentais do que aqueles que resultam do elenco da constituição, são
encontrados direitos fundamentais do direito ordinário- Artigo 16 da CRP, a fonte é o
Brasil, mas copiou da constituição do EUA;

Consagração do Habeas Corpus- Faculdade de quando alguém é detido sem culpa


formada poder ser desencadeada uma providencia cautelar sobre corpo da pessoa, assim
as autoridades têm de libertar a pessoa- A sua fonte está no Brasil, copiou EUA e por
sua vez o RU- Artigo 3º/N´31

Estrutura bicameral do parlamento- O chefe de estado do presidente da república é


eleito por sufrágio indireto, no caso pelo parlamento/assembleia. O presidente da
república não tem poder de dissolução do parlamento/assembleia nem poder de veto

A Constituição de 1911 marcou o início de uma nova era política em Portugal,


representando a transição para a república e a adoção de princípios democráticos. No
entanto, ao longo do século XX, Portugal passou por períodos de instabilidade política,
incluindo ditaduras e revoluções, que afetaram o desenvolvimento do sistema
constitucional do país.

Aula Nº4

Reação contra um poder executivo forte, descentralização do poder executivo para o


poder legislativo

Artigo 63- Fiscalização das leis por parte dos tribunais, este é o atual artigo 204 da CRP
de 1976

Mecanismos que a maioria implementou para que não houvesse nenhuma lei
inconstitucional- Artigo 13, 14, 25, 26, 31, 35, 37

Direitos fundamentais nas mãos da lei- Não há problema que a CRP aborde a
fiscalização judicial, a lei não é inconstitucional porque a própria constituição permitia
que se instaurasse essa mesma limitação pela lei. A lei nunca é inconstitucional porque
está a fazer uso da abertura da constituição permitia.

Apesar de protestarem contra o voto censitário, estes limitaram ainda mais o sufrágio.
Ao proceder à laicização, alienaram grande parte da opinião pública (População
extremamente rural)

Tribunais especiais criados pelo governo para julgar os opositores (não está na
constituição e foi tutelado em legislação especial). Enfraquecimento do presidente
através de sufrágio indireto- Artigo 46º- Se o presidente é fraco, o governo que ele
escolhe também o é. A legitimidade, quando um órgão está próximo do povo garante a
sua legitimidade, aumentando o seu poder

O congresso passou a intervir nos regulamentos (Poder executivo) - Artigo 26º Nº24
Constituição de 1933

Estado que não aceita o totalitarismo porque reconhece os direitos fundamentais,


pretende é a sua limitação, é autoritário e não totalitarismo

Estado limitado pela moral e pelo direito

Lista dos direitos fundamentais artigo 8º depois do 20º, limitação dos paragrafo 20

As leis especiais regularão os direitos fundamentais

Aceitação do artigo 122 é muito parecido ao artigo 204

Aula Nº6- Sempre que alguém fizesse algo contra o Estado existia um tribunal
especial- Artigo 116º

Artigo 118º e 119º

Artigo 81º- O presidente da república era um árbitro, este não tinha limite de escolha de
presidente do conselho de ministros, o único limite era ser português

Artigo 89º- Onde está consagrada a imunidade parlamentar

Artigo 111º- Não existem moções de censura ao governo

Se fosse levado a sério era um sistema de chanceler

Está aqui uma grande influência da carta constitucional- Salazar usou toda a
história constitucional português e o regime da caciquocracia

Regime ditatorial do Estado Novo adveio da 1º república

Portugal distingue-se de todos os países da europa pela sua enorme capacidade dos
governos de legislar, assim quase toda a legislação provinha do executivo

Decretos ditatoriais para legislar sem governo- Isto era inconstitucional, porém não
havia outra forma de legislar. O governo ganha as eleições, assim que a assembleia se
reúne esta retifica os decretos ditatorias e isenta de responsabilidade criminal- A
denominada Bill the indemnidade

Artigo 108

Revisão constitucional- O governo tem a competência de elaborar decretos de lei, ou


seja, de legislar salvo em matérias reservadas à assembleia- A CRP atual segue este
mesmo modelo
A constituição de 1911 previa uma economia liberal, antecipava um Estado com
nenhuma intervenção económica e com a constituição de 1933 António de Oliveira
Salazar afirmava-se antiliberal não só no sentido político, mas também no sentido
económico, no caso afirmava que a não intervenção do Estado deixava os seres
humanos desprotegidos, defende e cria um estado intervencionista/social

Podemos afirmar que a constituição de 1933 é programática, ou seja, tem


múltiplas tarefas e programas de foro económico e social- Exemplo do artigo 29,
artigo 31 e 34;

Defende ainda que ao invés de haver sindicatos e patrões queria a sua união em
corporações, por isso é que era preciso um estado legislador, um estado tem de retribuir
a riqueza por isso tem de legislar mais, é o que obriga a ter um governo legislador, nós
temos isto devido à constituição intervencionista e programática

Há uma discussão se não existia partidos ou se existia apenas um partido- A maior


parte da doutrina diz que existia um partido, no caso era a União Nacional, assim
controlava a Assembleia, havia um controlo do poder legislativo

A nossa constituição da república portuguesa de 1933 e a carta constitucional de 1826

Preparar para a próxima aula- A versão inicial constituição de 1976 e as revisões de


1982 e 1989

O 25 de abril de 1974 veio por fim ao Estado Novo, é criada a 1976- Principais
fenómenos que vão ditar a vida política

O movimento militar que existiu constituiu uma componente militar no governo


que vai de 1974 a 1976, este componente militar está presente no período neste período
entre 1974 e 1976

Os órgãos de soberania são os mesmo atualmente consagrados na constituição de


1976 com a exceção do conselho da revolução que foi extinto em 1975

O primeiro presidente da república foi o General Ramalho Eanes, foi militar, foi
eleito e teve dois mandatos, cessou funções assim em 1986

Portugal era considerada uma democracia na ponta das espadas devido forte
componente militar, a frente civil foi eleita em 1975 através dos partidos políticos,
assim partidos políticos existentes estavam representados na assembleia constituinte,
existiam os dois principais partidos que eram o PS e o PPD/PSD, e os restantes partidos
como o PCP, CDS, MDP e UDP (Antecedente do atual Bloco de Esquerda)

Existem diversas políticas na constituição de carácter marxista-leninista- Modelo


económico socialista de 1976
Esta constituição de 1976 foi uma constituição de compromisso, havia uma
vertente militar e vertente democrática, existe a realização das eleições
constituintes de 1975, esta dependeu de um pacto entre o MFA (Movimento das
Forças Armadas) e os partidos políticos, há uma predeterminação do texto
constitucional na componente militar

Entre 1974 e 1976- Há datas históricas que são relevantes:

28 de setembro de 1974- Data de tentativa de correção da revolução e conduz a dois


dias depois à demissão de António de Spínola, ocorre uma radicalização da revolução, o
primeiro-ministro pós 25 de abril, foi o professor Adelino da Palma Carlos, mas amigo
do professor Marcelo Caetano

11 de marco de 1975- Aqui ocorrem as nacionalizações, existe a transferência da


propriedade dos privados e passam para a esfera pública, quer estruturas empresariais e
terras- A denominada da reforma agrária- É de algum modo o que incentiva em 25 de
novembro de 1975- Ramalho Eanes faz uma correção da desta radicalização

Há outro pacto, este não escrito, entre o MFA e os partidos políticos, permitem que o
Presidente da República seja eleito por sufrágio direto para dar uma legitimidade
própria, o MFA aceitou isto, mas com uma condição, no caso que o primeiro presidente
da república tinha de ser um militar

Durante este período que vai de 1974 a 1976, ocorrem diversas situações: A
descolonização, na descolonização ficou apenas pendentes três situações- O Estado da
Índia, Goa e Damão, aceitou a sua integração na união indiana, atual Índia; O caso de
Macau passou a ser da China; O caso de Timor-Leste porque tinha sido invadido, mas
Portugal estava junto das Nações Unidas que administrava

Eleição de uma assembleia constituinte, nacionalização das empresas e de terras, e


a descolonização- Termina assim o período de história constitucional português

Vigorava a constituição de 1933 entre 1974 e 1976, mas é flexível

Há uma pluralidade de leis constitucionais- Elaboradas pela junta de salvação


nacional, herda o poder no dia 25 de 1974, em maio define o presidente general António
de Spínola, primeiro-ministro e Adelino Palma da Carlos

A junta de salvação nacional desaparece com 11 de marco, aparece o conselho da


revolução, vai ficar a consagração constitucional

A constituição de 1976 é fruto da constituição de 1933, é fruto da constituição


alemã de 1949, italiana de 1947, francesa de 1958 e jugoslava de 1974
Esta constituição consagra o princípio socialista expressa no preâmbulo e no artigo
Nº2- É uma constituição de tensão entro do princípio socialista e a economia de
mercado, há ainda uma união entre a legitimidade de poder militar e civil, uma mais
revolucionaria e outra, mas democrática, uma forma de militar do poder

O monopólio dos partidos políticos- São apenas estes que podem apresentar
candidatos à assembleia da república, é uma forma assim de limitar o poder dos
militares visto que estes não se podiam candidatar à AR

Organização política- Consagração dos órgãos de soberania, como o presidente da


república, a assembleia da república, o governo, os tribunais, mas havia ainda mais um
o caso do conselho da revolução (Órgão consultivo do presidente da república, órgão
legislativo em matéria militar e fiscalização da constitucionalidade, competência
política, legislativa, administrativa e judicial- Democracia das espadas)

Figura das regiões autónomas- Aproveitando a revisão de 1951- É a revisão que vem
substituir as palavras colónias por províncias ultramarinas, mudança muito curta; Os
municípios, autarquias passaram a designar o poder local, foco da descentralização
local; Há um novo sistema de fiscalização da constitucionalidade, defendia-se uma
fiscalização desta de forma concentrada (Não havia Tribunal Constitucional mas sim
Conselho da Revolução)

Existiram várias revisões constitucionais

Em 1982- Extinguiu o conselho da revolução, veio criar o Conselho de Estado como


órgão consultivo do Presidente da República, criou o Tribunal Constitucional para tratar
da fiscalização constitucional, veio retirar a linha marxista, veio desmarxizar, entre 1976
e 1982, quer dos governos de Mário Soares quer pelo Sá Carneiro e Pinto Balsemão,
houve uma predominância da economia de mercado, mais tarde veio pedir a adesão à
CEE para entrar nesta organização, no caso a atual EU, isto ia totalmente contra a
sociedade socialista, não houve qualquer nacionalização de propriedades

Mudou o sistema de governo porque reduziu o poder do presidente da república,


acordo entre PS, PSD e CDS, esta frente levou a duas ações e que ainda hoje
vigoram- Diminuir os poderes do presidente da república, este só pode demitir o
governo põe o regular funcionamento das instituições, o sistema deixou de ser
semipresidencialista para parlamentar

- O Tribunal Constitucional é composto pelos juízes pelo parlamento e estes juízes


eleitos escolhem outros três, o presidente da república foi marginalizado

Em 1989- Desmarxizacao da CRP, quer no artigo 1º quer no artigo 2º, deixa de existir a
irreversibilidade das nacionalizações, em 1986 dizia que tudo o que foi nacionalizado
não pode voltar a ser privatizado, em 1989 isto cai

Há uma reformulação dos atos legislativos


Em 1992 e subsequentes, as revisões são marcadas por uma preocupação com a
União Europeia e com a intercionalização de Portugal

Pequena nota- Na europa Portugal negociou a adesão ao Euro, veio substituir o escudo
pelo Euro e pelo papel do Banco Central europeu, quando Portugal vem modificar a
constituição, esta é uma conclusão contra a constituição, esta andou a reboque da União
Europeia

- O governo passou através deste mecanismo passou a ter um poder não escrito da
revisão da constituição, formalmente era quem aprovava a constituição, mas tudo já
estava previamente definido, ou embarcava no Euro ou ficava apiado em relação aos
outros países da EU

Aula Nº6

Constituição inicial de 2 de abril de 1976

Artigo 1º e 2º- ARTIGO 1º (República Portuguesa) - Portugal é uma República


soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na
sua transformação numa sociedade sem classes.

ARTIGO 2º (Estado democrático e transição para o socialismo) - A República


Portuguesa é um Estado democrático, baseado na soberania popular, no respeito e na
garantia dos direitos e liberdades fundamentais e no pluralismo de expressão e
organização política democrática, que tem por objetivo assegurar a transição para o
socialismo mediante a criação de condições para o exercício democrático do poder pelas
classes trabalhadoras.

Artigo 3º Nº2 (Soberania e legalidade) - O Movimento das Forcas Armadas, como


garante das conquistas democráticas e do processo revolucionário, participa, em aliança
com o povo, no exercício da soberania, nos termos da Constituição. – Soberania
dualista, esta reside no povo e no MFA

Artigo 80º (Fundamento da organização económico-social) - Organização


económico-social de um país que caminha em direção ao socialismo: A organização
económico-social da República Portuguesa assenta no desenvolvimento das relações de
produção socialistas, mediante a apropriação coletiva dos principais meias de produção
e solos, bem como dos recursos naturais, e o exercício do poder democrático das classes
trabalhadoras.

Artigo 81º (Incumbências prioritárias do Estado)

Artigo 82º (Intervenção, nacionalização e socialização) - Em especial o Nº2- A lei


pode determinar que as expropriações de latifundiários e de grandes proprietários e
empresários ou acionistas não dêem lugar a qualquer indemnização.
Artigo 84º (Cooperativismo) - 1- O Estado deve fomentar a criação e a atividade de
cooperativas, designadamente de produção, de comercialização e de consumo.

Artigo 91º- Influência da constituição Jugoslava

Artigo 96º- Reforma agrária

Artigo 97º- Eliminação dos latifúndios

Artigo 113º- Órgãos de soberania iguais aos dias de hoje à exceção do Conselho da
Revolução

Artigo 123º- Cláusula militar, o presidente da república assume as funções de


Presidente do Conselho da Revolução e de Comandante Supremo das Forças Armadas.

Artigo 142º- Definição do Conselho da Revolução

Artigo 148º- Competências em matéria militar do Conselho da Revolução

Artigo 190º- Quem escolhe o primeiro-ministro é o presidente da república, mas


também leva em conta os resultados eleitorais

Artigo 193º- O governo é responsável perante o PR e a AR- Semipresidencialismo

Artigo 207º- Aceita a fiscalização da inconstitucionalidade, mas ao contrário do que


ocorria na constituição de 1933 desta vez é a sério

Artigo 218º- Competência dos tribunais militares

Artigo 221º- A técnica da exceção é a mesma que ocorria na CRP de 1933

Artigo 308º- Incapacidades cívicas

Artigo 309º- Lei Nº 8/75, de 25 de Julho- Lei sentença, lei que aplica já a sentença

Ler o artigo sobre a Inconstitucionalidade de normas constitucionais do professor


regente Paulo Otero- Lex corrupta

Artigo 310- Saneamento da função pública

Preparar para a próxima aula as revisões constitucionais de 1982 e 1989

Existiram várias revisões constitucionais


Em 1982- Extinguiu o conselho da revolução, veio criar o Conselho de Estado como
órgão consultivo do Presidente da República, criou o Tribunal Constitucional para tratar
da fiscalização constitucional, veio retirar a linha marxista, veio desmarxizar, entre 1976
e 1982, quer dos governos de Mário Soares quer pelo Sá Carneiro e Pinto Balsemão,
houve uma predominância da economia de mercado, mais tarde veio pedir a adesão à
CEE para entrar nesta organização, no caso a atual EU, isto ia totalmente contra a
sociedade socialista, não houve qualquer nacionalização de propriedades

Mudou o sistema de governo porque reduziu o poder do presidente da república,


acordo entre PS, PSD e CDS, esta frente levou a duas ações e que ainda hoje
vigoram- Diminuir os poderes do presidente da república, este só pode demitir o
governo põe o regular funcionamento das instituições, o sistema deixou de ser
semipresidencialista para parlamentar

- O Tribunal Constitucional é composto pelos juízes pelo parlamento e estes juízes


eleitos escolhem outros três, o presidente da república foi marginalizado

Em 1989- Desmarxização da CRP, quer no artigo 1º quer no artigo 2º, deixa de existir a
irreversibilidade das nacionalizações, em 1986 dizia que tudo o que foi nacionalizado
não pode voltar a ser privatizado, em 1989 isto cai

Há uma reformulação dos atos legislativos

Em 1992 e subsequentes, as revisões são marcadas por uma preocupação com a


União Europeia e com a intercionalização de Portugal

Pequena nota- Na europa Portugal negociou a adesão ao Euro, veio substituir o escudo
pelo Euro e pelo papel do Banco Central Europeu, quando Portugal vem modificar a
constituição, esta é uma conclusão contra a constituição, esta andou a reboque da União
Europeia

- O governo passou através deste mecanismo passou a ter um poder não escrito da
revisão da constituição, formalmente era quem aprovava a constituição, mas tudo já
estava previamente definido, ou embarcava no Euro ou ficava apiado em relação aos
outros países da EU

Aula Nº7

Constituição de 1976 atual- Artigos mais importantes em comparação com a


constituição inicial e com a atual depois das revisões- Artigo 1, 2, 3, 10 e 82

O preâmbulo deveria alterado? - Chegou-se a um consenso em que todos partidos


concordaram que não devia ser alterado devido ao facto que não tem força normativa, é
apenas um texto histórico

Legitimidade democrática- Artigo 110º

Artigo 111º- Governo é o produto dos dois órgãos com legitimidade democrática
Fiscalização da constitucionalidade por parte de todos os tribunais, não só do
tribunal constitucional- Artigo 204º

Parte III- Poder político- Saber estes artigos para os casos práticos

Artigo 108 até ao 119º- Artigos das regras gerais que se aplicam a todos os órgãos

Órgãos de soberania:

Definição, nascimento, vida e morte do órgão- Cada órgão começa por uma
definição- Como se forma? (Nascimento); Como é o seu funcionamento? (Vida); Como
se extingue o órgão? (Morte); Qual a sua competência? (Competência do próprio órgão)

Presidente da República- Definição artigo 120, nascimento artigo 121º até 126º, vida
artigo 127º ao 128º, morte artigo 129º até 132, e competência artigo 133º até 140º da
CRP

Assinalar o artigo 136º da CRP

Assembleia da República- Definição artigo 147º, nascimento artigo 148º até 152º, vida
artigo 153º até 159º; morte artigo 160º, e competência artigo 161º até 181º

Assinalar os artigos 164º e 165º (Competência reservas do parlamento); Artigo 166º


(Quais são as leis normal VS leis orgânicas); Artigo 167º e 168º (Maior parte para o
procedimento legislativo); Artigo 171º (Assembleia como um todo)

Governo- Definição artigo 182º, nascimento artigo 186º até 188º, vida artigo 189 até
193º, morte artigo 194º até 196º, e competência artigo 197º até 201º

Assinalar o artigo 198º (Competência legislativa) do CRP

Tribunais- Artigos mais importantes são os artigos 202º, 203º e 204º

Recuso-me a dizer este artigo porque quem não souber este artigo pode se atirar da
janela, estou a brincar- Pedro Fernández Sanchéz 15/03/2024

Assinalar os artigos 217º e 223º

Notas adicionais- Regiões autónomas, artigo 225 e seguintes; Artigo 277- Ver
apontamentos do final do primeiro semestre

Dicas- 1- Lista dos órgãos de soberania no artigo 110º da CRP- É a própria


constituição que decide quais são os órgãos de soberania, podem fazer leis sobre as
câmaras municipais, mas ninguém pode fazer uma lei sobre as funções do PR, é de
reserva da CRP (Artigo 110 N2)

2- Artigo 111 Nº2 da CRP- Nenhum órgão de soberania pode delegar as suas funções
noutros órgãos, o 111 Nº2 completa o 110 Nº2

3- Artigo 113 Nº5 da CRP- Sistema eleitoral proporcional;

4- Artigo 115º da CRP

Aula Nº8

O artigo 112º da CRP trata das principais regras e norma em Portugal, e cada ato
pertence a um órgão diferente. Os governos das regiões autónomas não têm
competência legislativa, tal como o PR. Quais as relações dos decreto-lei e das leis? –
Estas têm igual valor, ou seja, em Portugal, em princípio do Parlamento não valem mais
do que os decretos-leis do Governo. Nem todas as leis valem o mesmo, já que existem
diferentes categorias de leis (exceções): o Nº 3 chama leis de valor reforçado. Uma lei
pode ser ilegal, uma vez que violou uma lei superior.

Leis de bases: Quais é que são as leis que prevalecem? – As leis orgânicas (tem de
ser respeitadas pelas outras); As leis que carecem de aprovação por maioria de dois
terços – Artigo 168º Nº 6; leis que só podem ser aprovadas depois de outras já
existirem – há casos em que o parlamento pode autorizar o governo a legislar. Ora,
se o governo legisla, tem de respeitar a CRP, mas também a própria lei de autorização: a
lei de autorização tem um valor reforçado em relação ao decreto-lei autorizado; As leis
de base são aquelas que estabelecem os princípios fundamentos de certa matéria –
Será desenvolvida por decretos-lei de desenvolvimento; As leis que devem ser
respeitadas pelas outras. Todas as leis têm de respeitar o estatuto: como, por
exemplo, a lei do orçamento de estado (tem de ser respeitado por todos).

Regiões autónomas - Para uma região poder legislar, ela pode afastar uma lei do
estado, mas é preciso que tenha um estatuto. Mesmo que esteja no estatuto, não pode ser
reservada à AR, na medida em que assenta numa matéria reservada ao parlamento pela
CRP – (Redirecionada para o artigo 22º Nº 1, alínea a) da CRP). Na falta da legislação
da região, aplica-se a lei do estado (Artigo 228º nº 2 da CRP). Uma vez que o
estado é unitário, os órgãos de soberanias podem derrogar o direito regional, tal
como afirma o professor regente Paulo Otero. Pode existir o princípio da
autonomia regional ou o princípio do Estado.

No artigo 112º Nº 5 da CRP, os atos legislativos são aqueles que estão no Nº 1 e não
podem ser criados outros: Princípio da tipicidade dos atos legislativos. Pode-se
evitar que haja uma fraude dos atos legislativos, se a própria lei autorizasse atos
inferiores a derrogar os seus preceitos – A lei não deu autorização que atos inferiores
a derroguem – Estamos a violar o princípio da tipicidade dos atos legislativos.
Deslegalização - É lei abdicar de regular uma matéria, que permite que um ato inferior
a regule: por exemplo, o doutoramento pode ser regulado pela universidade em
questão. A lei não se pode suicidar, mas pode-se manter em silêncio.

O artigo 116º refere os órgãos colegiais – O Nº 2 diz qua a maioria necessária para
funcionar. Quantas pessoas têm de estar presentes para puder haver uma votação –
nunca pode haver uma votação que não sejam 116. Já uma coisa diferente é o Nº 3, que
indica quem tem de votar a favor: basta mais votos a favor do que contra. A regra geral
é haver mais votos a favor do que contra: maioria simples. Sempre que a CRP não
refira nada em contrário, a maioria é sempre simples, mas, caso contrário, tem de
se criar uma maioria reforçada.

Casos práticos de Direito Constitucional II

Hipótese A

Durante a campanha eleitoral com vista às eleições legislativas, os chefes dos


dois principais partidos políticos — “Partido por Portugal” e “Partido do Trabalho” —
proclamaram que eram “candidatos a Primeiro-Ministro”.

Na sequência das eleições legislativas, o Partido por Portugal ganhou as


eleições, com 100 Deputados, seguido do “Partido do Trabalho”, com 99.

A terceira força mais votada, o “Partido dos Trabalhadores” — com a qual o


“Partido do Trabalho” tinha celebrado um acordo pré-eleitoral (embora não uma
coligação) —, obteve 20 Deputados.

Após ouvidos os partidos com representação parlamentar e o Conselho de


Estado, o Presidente da República nomeou Primeiro-Ministro o chefe do “Partido do
Trabalho”.

O chefe do “Partido por Portugal” considera inconstitucional a escolha do


Presidente da República, em virtude de ter sido designado pelo eleitorado “Primeiro-
Ministro”.

Questões:
1. Aprecie as formalidades exigidas para a nomeação do Primeiro-Ministro e a
regulação constitucional da competência do Presidente da República para essa
nomeação.
2. Aprecie o argumento do chefe do “Partido por Portugal”, à luz da “Constituição
não oficial”. Em especial, existem “candidatos a Primeiro-Ministro”, do ponto
de vista jurídico-constitucional?
Resolução da hipótese A-

1- À luz do artigo 187º Nº1 da CRP, o primeiro-ministro é nomeado pelo Presidente da


República, ouvindo os partidos representados na Assembleia da República, e tendo em
conta os resultados eleitorais - O primeiro-ministro é nomeado pelo Presidente da
República, sendo ele a cabeça de lista do partido maioritário, consoante o resultado das
eleições legislativas, e também com o número de deputados que conseguiu eleger para a
Assembleia da República.

2- O argumento do Partido por Portugal declara inconstitucional a decisão do


Presidente da República, uma vez que este ganhou as eleições e conseguiu eleger mais
deputados na Assembleia da República (Tradicionalmente, o primeiro-ministro é aquele
que ganha as eleições). Todavia, não existem candidatos a primeiro-ministro, mas
existem, sim, partidos políticos com o objetivo de comandarem o governo, e, mediante
disso, o partido que ganhar, naturalmente, terá como primeiro-ministro a cabeça de
lista.

Algumas notas à resolução do caso prático


Qual o caminho para a formação do governo- Ouvir os partidos políticos e logo a
seguir a nomeação do primeiro-ministro

Artigo 192 Nº1- Não era possível realizar isto, era muito complexo, foi preciso criar
uma informalidade no caso a indigitação, o PR indigita o Primeiro-Ministro, ou seja, faz
um convite a um cidadão para formar governo

O governo inicia as funções depois da sua tomada de posse- Artigo 186º Nº1

O atual governo é apenas um governo de gestão, tem e existe sempre governo,


nunca há um período onde não há governo- Artigo 186 Nº5

Quando é que o governa cessa as funções? Cessa as suas funções com a sua
exoneração, após a tomada de posse do novo governo- Artigo 186º Nº2

Artigo 192 Nº3- Só existe votação se algum partido propor a rejeição, geralmente isto
não acontece

Passos para a formação do governo- Audição dos partidos políticos, indigitação,


nomeação do primeiro-ministro e a tomada de posse do novo governo
Hipótese B

Em 2 de Fevereiro, o grupo parlamentar do partido político A apresentou, na


Assembleia da República, uma moção de censura ao Governo, com base “em notícias
vindas a público sobre alegada corrupção ocorrida no Instituto Ferroviário Nacional”.

A moção foi aprovada por 100 votos a favor, 90 contra e 40 abstenções.

Quid juris?

Resolução da hipótese B- Tendo em conta que a Assembleia da República tem 230


deputados, e que para se aprovar uma moção de censura tem de se ter no mínio 116
votos a favor, por uma maioria absoluta, é inconstitucional que tenha sido aprovada,
uma vez que não compre com os requisitos pedidos. O artigo que demonstra os
requisitos para o mesmo é o 194º da CRP.

Algumas notas à resolução do caso prático

A moção de censura - É um instrumento de responsabilização e é de iniciativa da


Assembleia da República, para além disso tem de ser sobre um assunto relevante

A moção de confiança - É de iniciativa do Governo

Sessão legislativa dura um ano - Artigo 174º

Legislatura dura quatro anos - Artigo 171º

Hipótese C

(Causas de demissão do Governo)

a) Na sequência de o Ministro da Justiça instaurar um processo disciplinar a um


juiz, o Presidente da República demitiu o Governo.
b) O PR demitiu o Governo, por não concordar com a redução de benefícios
fiscais no Orçamento Geral do Estado.
c) Nas eleições presidenciais, Carlos, que era um inimigo de Daniel, Primeiro-
Ministro em funções, foi eleito. Uma semana após a tomada de posse, considerando a
legitimidade democrática advinda da sua eleição, Carlos demitiu o Governo em funções.

Aprecie as causas de demissão do Governo.

Resolução da hipótese C –
a) - Neste caso, o Presidente da República não pode demitir o governo, uma vez que não
se encontra, no artigo 195º da CRP, um aspeto que legitime a demissão do Governo, na
sequência de o Ministro da Justiça instaurar um processo disciplinar a um juiz;

Algumas notas à resolução do caso prático

Artigo 217º - Nomeação, colocação, transferência e promoção de juízes - O Conselho


Superior de Magistratura (CSM) é que pode instaurar um processo disciplinar a
um juiz

Revisão constitucional de 1982 - Constituiu um critério limitativo para a demissão do


Governo, no caso é o artigo 195º Nº2 (“O Presidente da República só pode demitir o
Governo quando tal se torne necessário para assegurar o regular funcionamento das
instituições democráticas, ouvido o Conselho de Estado.”)

Indicação do ministro a ser demitido por parte primeiro-ministro e depois a


confirmação do presidente da república - Nos termos do artigo 133º alínea h)

Artigo 190º e 191º - Responsabilidade do Governo e Responsabilidade dos membros do


Governo

Poderia ou não entrar no artigo 195º Nº2

b) - Nesta situação, o Presidente da República não pode demitir o Governo por não
concordar com o Orçamente Geral do Estado. O Orçamento de Estado é proposto à
Assembleia da República e votação da proposta de lei do Orçamento realiza-se no
prazo de 50 dias após a data da sua admissão pela Assembleia da República. O
Orçamento do Estado só pode ser, ou não, executado pelo Governo, na medida que o
Presidente da República não tem competência para fazer chumbar o Orçamento –
Aprovação pela Assembleia da República, apenas este tem a competência legislativa
para o aprovar e o Governo é que tem competência administrativa para fazer executar o
Orçamento de Estado.

Algumas notas à resolução do caso prático

Artigo 195 Nº2- É inconstitucional, norma sem sanção, este é o último árbitro

c) - Carlos, mesmo que tenha sido eleito Presidente da República, não pode demitir o
governo por meras razões pessoais. Mediante artigo 195º nº2 da CRP, o Presidente da
República só pode demitir o Governo quando tal se torne necessário para assegurar o
regular funcionamento das instituições democráticas (…). Para além disto, o
Presidente tem ainda de ouvir o Conselho de Estado para tomar esta decisão.

Hipótese D

Silas, deputado de um partido da oposição, veio para os jornais criticando


duramente o facto de o Presidente da República ter resolvido fazer férias em Janeiro
numa estância de esqui durante 10 dias; chegou a acusar o Presidente de não ter
qualquer sentido de Estado, afirmando que, em seu entender, a Assembleia da
República o deveria censurar publicamente.

Vítima de uma súbita crise nervosa, o Presidente da República foi hospitalizado


sem que se saiba quando terá alta. Numa manifestação de solidariedade para com o
Chefe de Estado, o Presidente da Assembleia de República procedeu à dissolução da
Assembleia da República.
Quid juris?

Hipótese D - Primeiramente, de acordo com o artigo 129º Nº2 da CRP, o Presidente da


República não pode fazer uma viagem sem carácter oficial de duração superior de cinco
dias, e por isto mesmo, este não se pode ausentar durante os dez dias, uma vez que não
se trata de uma viagem oficial. Porém, o PR deve dar conhecimento prévio à AR. No
decorrer da viagem, o PR, devido a uma súbita crise nervosa, este foi hospitalizado sem
se saber quando terá baixa. No entanto, num ato de solidariedade, o presidente da
assembleia da república decidiu dissolver a assembleia – mas, à luz do 172º Nº2 da
CRP, este não tem poder para a dissolver, mesmo que este, na sua ausência, o
represente, tal como está disposto no artigo 132º Nº1 da CRP.

Hipótese E

A Assembleia da República superou um veto político presidencial através de


uma votação nos termos do art.º 136.º, n.º 2, da CRP. Inconformado com a obrigação
de proceder à promulgação do diploma, o Presidente da República decidiu consultar o
Conselho de Estado sobre a conveniência de uma eventual dissolução da Assembleia
da República.

Não obstante o parecer negativo daquele órgão, o Presidente da República


dissolveu o Parlamento e convocou eleições legislativas para dali a 6 meses.

O Presidente decidiu ainda atribuir competências legislativas excepcionais ao


Governo enquanto se preparavam as eleições.
Quid juris?

Hipótese E - Neste caso, a AR superou um veto político presidencial através de uma


votação, nos termos de artigo 136º Nº2 da CRP. Para que o diploma seja aprovado, é
necessário que haja o voto por maioria absoluta dos deputados em efetividade de
funções, e, mediante disto, o PR deverá promulgá-lo no prazo de oito dias a contar da
sua receção. No entanto, o PR dissolveu o parlamento, consultando o Conselho de
Estado, mas não ouvindo os partidos nela representados – Este ato é inconstitucional. E
para além disto, o PR não pode atribuir competências legislativas excecionais ao
Governo, enquanto se preparavam para as eleições.
Concluindo, o PR não pode dissolver o Parlamento, por se ver obrigado a vetar um
diploma, na medida que, se esse diploma for aprovado pela maioria absoluta dos
deputados em efetividade de funções, o diploma passará.

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