Você está na página 1de 1

Tema - A democracia: Instituições políticas, poderes de administração e

influência na sociedade

A Constituição Federal de 1988 assegura que todo poder emana do povo.


Embora o Brasil adote o sufrágio universal, o voto direto, o plebiscito, o referendo e a
iniciativa popular, além de outros instrumentos de participação direta do povo nas
ações políticas, é perceptível que essa convivência ainda é muito tímida e muitas
vezes irreconhecível. Isso infelizmente acontece pelo conceito falho que os cidadãos
possuem de cidadania, dos seus direitos e dos instrumentos de tomada de decisão
somado às limitações que são impostas à participação popular.
Salienta–se que quanto menos se sabe, menos se age, menos coisa há para se
fazer e, consequentemente, mais raiva, impotência e ressentimento se acumulam. Por
não conhecer seus direitos políticos, o cidadão atua de diversas maneiras (e muitas
vezes nocivas) pensando estar amparado por sua cidadania. Exemplos disso são os
atos antidemocráticos como manifestações em redes sociais ou em protestos se
opondo ao regime democrático de direito, ataque às suas instituições e a todo
princípio assegurado pela Constituição. Isso gera regressão e desmoralização da
democracia fazendo crescer o autoritarismo, que é a morte da vida política.
Acrescentado a isso estão as limitações à participação popular. No Brasil, desde
1988, houve apenas 4 casos de proposta de Lei de Inciativa Popular que de fato
viraram lei (e para o projeto ser reconhecido pelo Poder Legislativo necessita de 1%
do eleitorado brasileiro além de 0,3% de eleitores de ao menos 5 estados) mostrando
a enorme burocracia para a participação social. Ademais, existiram apenas 4
plebiscitos e 1 referendo. Além disso, várias áreas do poder público necessitam de
especialistas e um cidadão comum não conseguiria palpitar em projetos de modo
eficaz.
Dessa forma, surge o distanciamento da sociedade no exercício da democracia
direta. É necessário que o Estado, através de seus gestores e parlamentares, estimule
a participação do povo em suas ações. Isso pode ser feito gerando conhecimento para
o cidadão, iniciando pelo âmbito escolar, com ferramentas que abordem a ciência
política básica para que o aluno conheça o desenho institucional do Estado brasileiro,
seus direitos políticos e o papel de cada um dos poderes. Assim, a participação social,
como nos debates públicos, nas fases de elaboração e aprovação das leis, seria
amparada na soberania da vontade popular, que é a essência da democracia.

Você também pode gostar