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Introdução às Relações Internacionais

Definição de RI
“As RI parecem ser, por definição, relações entre Nações (…) a Nação
equivale a qualquer coletividade política, organizada territorialmente”
(Raymond Aron).
“Conjunto de relações entre entidades que não reconhecem um poder
político superior, ainda que não sejam estaduais, somando-se as relações
directas entre entidades formalmente dependentes de poderes políticos
autónomos” (Adriano Moreira).

Objecto da disciplina de RI:


O estudo científico dos factos e vida internacionais são, o objecto desta
disciplina .
Atores das Relações Internacionais
• Estados
• Organizações Internacionais
• Atores Transnacionais

Internacionalização dos problemas:


A interdependência significa a socialização do mundo em todos os
problemas globais em que a decisão humana tem um papel sobre: a fome,
a explosão demográfica, a domesticação da energia atómica, a paz, são
indivisíveis. ; Multiplicação das relações internacionais (convergência).;
A autonomia das relações internacionais surge após a I Guerra Mundial,
com instituições a dedicarem-se ao ensino e à investigação neste âmbito
específico, primeiro nos EUA, na Grã-Bretanha e na Alemanha.
Tradicionalmente, o estudo das RI incidia sobre: História diplomática ;
Filosofia política ; Direito internacional.
Hoje em dia, o estudo das RI é mais abrangente, incluindo análises da
perspetiva da: Economia ; Sociologia ; Psicologia ; Antropologia ;Etc.
Vocação conservadora: lida com a identidade e com a necessidade de
preservar valores essenciais que preenchem a parte mais valiosa do que se
chama a tradição.
Ex: antes da II Guerra Mundial, a relação entre Estados soberanos estava
sujeita a uma escala de valores que exprimiam respostas experimentadas
a problemas antigos.
Vocação inovadora: relacionada com a própria subsistência do Estado,
traduz a sua necessidade de encontrar respostas novas para problemas
novos.
Ex: antes da II Guerra Mundial, a relação entre Estados soberanos estava
sujeita a uma escala de valores que exprimiam respostas experimentadas
a problemas antigos.

Surgiu da necessidade de dar voz a uma comunidade internacional


baseada no:
Direito Natural: conjunto de leis às quais, pela sua natureza, as pessoas
devem obedecer, mesmo que não exista um poder formal que as imponha,
com base numa moral e numa filosofia de valores humanos e universais,
civilizacionais acima das leis humanas. Ex: Tribunal de Nuremberg,
Alemanha (1945-1946) para julgar crimes da II Guerra Mundial
Direito Internacional: Trata-se do sistema de normas e princípios que
disciplinam os membros da sociedade internacional ao agirem numa
posição jurídico-pública
Perspetiva técnico-jurídica: regras jurídicas sob forma de normas ou
princípios, vinculativas pelo seu enunciado e integrados no corpo jurídico
que é o ordenamento jurídico-internacional.
Axiológica: resulta da relação com valores e princípios civilizacionais no
plano internacional (dignidade da pessoa humana e paz).
Histórica-Sociológica: aproximação entre a norma e a realidade, ou seja,
com os factos que condicionam a sua aplicação). Perspetiva sobre a
evolução da comunidade internacional.
Direito Internacional Público visa reduzir a anarquia (ausência de governo
global) na sociedade internacional e delimitar as competências dos seus
membros (países); Regular a cooperação internacional; Satisfazer
interesses comuns dos Estados; Promover a paz e a co concórdia entre os
povos.
Sociedade Internacional: comunidade não integrada; não possui as
particularidades do Estado moderno enquanto conceito estratégico,
organização racional do poder político, instrumento burocrático e sistema
jurídico coerente. Características: heterogeneidade entre Estados;
caracter interestatal (vários Estados); carater paritário (igualdade jurídica
entre os seus membros).

Idealismo Político:
Jean-Jacques Rousseau: que escreveu o “contrato social” defendia que
“todos os homens nascem livres”, sendo os indivíduos bons e livres “por
natureza” e que são as instituições e o poder político que os corrompe.
Mas não era a favor da anarquia; não advogava o fim do poder político;
sustentava que a democracia direta era a única forma de preservar a
liberdade dos indivíduos, pois assim as limitações da liberdade derivavam
do “consentimento prévio” (contrato social entre todos e cada um dos
membros da sociedade pelo bem geral).
Immanuel Kant defendia a “Paz Perpétua”.
Kant defende que “nenhum tratado de paz deve ser entendido como tal se
tiver sido feito com reserva secreta de matéria para uma futura guerra”, ou
seja, um tratado que contém elementos para uma guerra futura pode ser
tudo menos um tratado de paz. Partindo do pressuposto que a paz não
significa a suspensão de um conflito, mas “o fim de todas as hostilidades”,
Kant propõe dispositivo pacífico mais estável que o tradicional tratado de
paz: ou seja, uma liga ou federação de paz (federalismo de Estados livres).
Enquanto o tratado de paz põe fim a uma guerra, a Federação de paz
postula colocar fim a todas as guerras e para sempre. A finalidade da
Federação é garantir a conservação dos Estados que livremente se
associaram. Ela executa suas funções sem intervir na soberania dos
Estados federados.

O Idealismo Politico:
-Promove a Cooperação Internacional ;
-Numa situação extrema propõe a criação de uma Federação onde antes
havia Estados independentes,
-Assenta sobre a ideia iluminista de uma sociedade perfeita ou pacífica
(“Paz Perpétua” de Emmanuel Kant)
-Enfatiza o papel da comunidade internacional e do Direito Internacional.
-A sua fonte é a noção de direito natural no sistema internacional (noção
de justiça na base das relações entre os Estados).
Reação moral aos horrores da I Guerra Mundial e da II Guerra Mundial.
Exemplo: União Europeia e Assembleia Geral da ONU.
REALPOLITIK/ REALISMO POLÍTICO:
-Os cidadãos desejam SEGURANÇA
-Dinâmicas de Poder no xadrez internacional. Balança de poderes no
xadrez internacional
-Os tratados assinados visam o fim de hostilidades entre estados em
conflito.
-Gestão de conflitos.
-No extremo, num xadrez mundial agressivo, pode expandir o seu poder
além fronteiras. Imperialismo, ou seja, política expansionista do estado
-Diretório alguns países mais fortes dentro de grupo.

Ordem Social: «Em primeiro lugar, todas as sociedades procuram garantir


que a vida seja protegida de alguma forma contra a violência que leve os
indivíduos à morte ou produza avultados danos materiais. Todas as
sociedades procuram a garantia de que as promessas feitas sejam
cumpridas, e que os acordos sejam implementados.
Ordem: pode ou não existir na política internacional. Implica:
-A preservação do sistema e da sociedade de Estados.
-Manter a independência ou a soberania externa dos Estados.
-Manutenção da Paz
-Eliminação da violência, mediante a adoção de regras que regulem a
propriedade.
Os Estados, por terem certos interesses e valores compartilhados, sentem-
se vinculados a um inter-relacionamento, e ao mesmo tempo, procuram
cooperar para o funcionamento de certas instituições internacionais.
O crescimento das trocas internacionais foi sobretudo estimulado pelo
desenvolvimento das redes de comunicação associadas ao progresso
tecnológico, assim como pela divisão internacional do trabalho e a
constituição de um mercado mundial.
A revolução tecnológica trouxe novos sistemas de armamento cuja
aplicação em larga escala é suscetível de ameaçar toda a humanidade.
Lei da Complexidade Crescente:
-À medida que as comunidades convivem entre si, aumenta a quantidade
e a qualidade de fóruns internacionais de diálogo e cooperação, e das
relações entre palcos estratégicos.
-As questões são cada vez menos internas e cada vez mais internacionais.

Á ordem interna, o conceito de soberania de um Estado remete-nos para


o conjunto de poderes de que este se dota para permitir a governação da
sociedade, entendida como “comunidade definida pelo seu território
geográfico e dentro do qual a população compartilha de uma cultura
comum e uma forma de vida em condições de relativa autonomia,
independência e autossuficiência”. A soberania traduz o poder máximo
existente na sociedade e é necessária ao seu regular funcionamento e
desenvolvimento.
Se no plano interno a soberania se traduz na autonomia da decisão, no
plano externo releva a inviolabilidade das suas fronteiras bem como a
não ingerência nos seus assuntos internos por parte dos outros Estados.
O que é o Poder?
Poder: capacidade de deliberar, agir e mandar. Faculdade de exercer
autoridade, soberania, posse, domínio, influência ou força //// Poder: v.t.
Ter a faculdade ou a possibilidade de … ( Diversos tipos de poder: o poder
social, o poder económico, o poder militar, o poder político.)
Poder (social). O poder de um indivíduo ou instituição é a capacidade de
este conseguir algo, quer seja por direito, por controle ou influência.
Definição de Poder em RI: Produto de recursos materiais e imateriais, que
se integram à disposição da vontade política do agente, e que este usa
para influenciar, condicionar, congregar, vencer, o poder de outros agentes
que lutam por resultados favoráveis aos seus próprios interesses”.
Poder político é a força que o estado detém para controlar o
comportamento de uma coletividade humana, a fim de garantir
determinadas relações sociais.
Projeção de Poder e Influência
• Hard Power - ameaça ou efetiva aplicação de força militar.
• Soft Power é exercido mediante cooperação. Permite alcançar
objetivos através da autoridade, da persuasão, da atração e/ou do
exemplo.
• Smart Power - que procura combinar Hard e Soft Power

-O poder é a capacidade de obrigar - Max Weber (alemão, 1864-1920):


-Conhecer os outros é inteligência, conhecer-se a si próprio é verdadeira
sabedoria. Controlar os outros é força, controlar-se a si próprio é o
verdadeiro poder. - Lao-Tsé (filósofo chinês, 570-490 a.C.)
-O poder revela o homem - Sófocles (filósofo grego, 496-406 a. C):
Quanto maior o poder, mais perigoso o abuso. - Edmund Burke (político
irlandês, 1729-1797):
O poder não satisfaz, ou melhor, é como a droga e exige sempre doses
maiores. -Luciano De Crescenzo (escritor italiano, 1928-/)
O poder não consiste em bater muito ou muitas vezes, mas em acertar
em cheio. - Honoré de Balzac (escritor francês, 1799-1850):
Abusos de Poder:
• Político: O uso da autoridade para sobrepujar o mais fraco de modo
ilegítimo.
• Ideológico: Quando se utiliza a ideologia socialmente aceite de
forma ilícita para vencer opositores.
• Nepotismo: uso de notoriedade, conhecimentos ou autoridade para
favorecer outrem de forma ilícita.
• Ditador: Hoje em dia, aplica-se a governante autocrático que
assume solitariamente o poder sobre o Estado.
• Tirano: Tirania é uma forma de governo usada em situações
excepcionais em alternativa à Democracia. Nela o chefe governava
com poder ilimitado, embora sem perder de vista que devia
representar a vontade do povo. Hoje em dia aplica-se ao
governante que abusa do seu poder perante o povo.
• Déspota: Concentração dos poderes na mão de um líder que
governa sem leis. Este não depende do governante ter condições de
se sobrepor à população, mas do povo não ter condições de se
expressar por medo.
• Autocrata: Autocracia: autos (por si próprio) e kratos (poder), poder
por si próprio. É uma forma de governo na qual há um único
detentor do poder.

Força: dimensiona, de forma qualitativa e quantitativa, os recursos à


disposição da vontade política do agente.
Liderança: forma de chefia, de comandar indivíduos ou comunidades
inteiras.
Autoridade: A Autoridade implica a legitimação do poder e é uma fonte de
poder. Encontra-se na base da organização hierarquizada. (Poder legítimo,
autoridade das leis (administração, governo: decisão da autoridade
competente). Autoridade de um líder (ascendência, influência resultante
de estima, de pressão moral).)
Max Weber identificou três tipos de Autoridade:
Legal: a aceitação da autoridade baseia-se na legalidade das leis e
regulamentos. Esta autoridade pressupõe um tipo de dominação legal que
vai buscar a sua legitimidade no carácter normativo da lei.
Tradicional: (ou feudal, ou patrimonial), em que a aceitação da autoridade
se baseia na crença de que o que explica a legitimidade é a tradição e os
costumes. Em suma, os subordinados aceitam como legítimas as ordens
superiores que emanam dos costumes e hábitos tradicionais.
Carismática: em que a aceitação advém da lealdade e confiança nas
qualidades normais de quem governa. Em presença de um líder ou chefe
que personifique um carisma invulgar ou excecional, qualquer
subordinado aceitará a legitimidade da sua autoridade.
Democracia - Democracia vem da palavra grega “demos” (povo). O povo
detém o poder soberano sobre o poder legislativo e o executivo.
A Democracia é o governo do povo , pelo povo , para o povo.
Estado de Direito Democrático
O termo Estado de Direito foi invocado por Robert Von Mohl, jurista
alemão, no século XIX. O poder público é regulado por uma Constituição.
O poder político é regido por normas jurídicas. Primado da Lei. O Estado
possui personalidade jurídica e nele há separação dos poderes Legislativo,
Judiciário e Executivo. Direitos humanos. Salvaguarda dos direitos
fundamentais dos cidadãos.

Ditadura- a ditadura implicava a concentração num homem (ditador) dos


poderes executivo, legislativo e judicial.

Hierarquia de potências
• Superpotência: Grande capacidade para influenciar/controlar a
“ordem internacional”.
Características de uma superpotência:
-Projeção de poder militar à escala internacional;
-Capacidade de projetar uma cultura, uma ideologia à escala internacional;
-Vantagens competitivas do país (exemplos: grande extensão de terra;
autossuficiência de recursos; tecnologia “de ponta”)
-Poder sobre países “vizinhos” (inclui arquipélagos e países próximos sem
fronteira comum)
-Forte economia de mercado (exemplo: elevado PIB per capita, elevado
índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
-Poderoso exércitos (atualmente tem de possuir armas nucleares);
-Forte Diplomacia e capacidade de influência no xadrez mundial.

• Grandes potências
• Potências médias
• Pequenas potências
• Estados exíguos

A luta pela hegemonia e a hierarquia das potências, pode levar ao


surgimento de fenómenos de exploração/manipulação/ discriminação;
de imperialismo/ colonialismo.
Imperialismo: supremacia pela força de um Estado sobre outros
Estados ou povos. Razões:
 prestígio internacional; política expansionista;
 necessidades de defesa nacional;
 expansão económica; procura de novos campos de investimento;
exploração e obtenção de mercado de matérias-primas;
 conquista de território para fazer face a excedentes populacionais.

GUERRA
Definição de guerra , tipos de guerra , motivos da guerra
Guerra: exercício de uma violência armada contra pessoas e coisas, sem
hesitações sobre o aniquilamento de ambas, até à eliminação de qualquer
resistência à imposição da vontade do vencedor.
Guerra existencial: considera a eliminação do adversário como um evento
natural do processo.
Guerra por procuração: uma grande potência (mundial ou regional) está
envolvida na guerra entre dois países mas de forma disfarçada ou apenas
indirectamente. Exs: fornecedor de armas; apoia politicamente um dos
partidos da guerra civil; envia trocas a pedido de um país mas sem o
declarar oficialmente
Antes da Guerra: Prevenção, Diálogo e Cálculo de Danos.
A Guerra visa: A rendição incondicional definitiva e/ou a eliminação da
estrutura político-jurídica (o desaparecimento da personalidade
internacional do Estado vencido). A eliminação física do povo adversário (o
Direito Internacional considera crime de genocídio). Os dividendos da paz
(preço a pagar pelo vencido ao vencedor pelo fim da guerra).
Motivos que impulsionam a guerra:
Para salvaguardar interesses estratégicos / em nome da defesa
nacional // por valores morais/espirituais/religiosos/ideológicos //
impor a supremacia de um certo grupo étnico / impor uma supremacia
económica e,ou militar / modificar a ordem política internacional

Terrorismo
Terrorismo: ação armada e violenta contra civis por razões políticas. Pode
ser perpetrado por Estados ou por agentes não estaduais, tais como
guerrilhas ou grupos “terroristas” (quando são exclusivamente dedicados a
atividades que causem a morte ou sofrimento).
Target específico: Terrorismo circunscrito a uma pessoa ou grupo de
pessoas
Terrorismo aleatório: em espaços públicos.
Operações de contra-força: operações destinadas unicamente a inutilizar o
inimigo, a atacar e eliminar a sua capacidade para lutar;
Operações contravalor: principal objetivo é causar sofrimento ao inimigo.
Pôr bombas ao acaso num mercado, reter diplomatas para obter um
resgate e sequestrar aviões de carreira são ações que caem todas na
categoria de contravalor, ou seja na categoria de terrorista

Propaganda
Propaganda é uma forma de manipular a informação; a mensagem pode
conter informação verdadeira mas quase sempre enviusada, partidarizada,
desprovida de um quadro completo e balanceado do objecto em questão.
Propaganda remete ao sentido de "aquilo que precisa ser espalhado".
A Propaganda é uma poderosa arma na guerra. Nesse caso, sua função é
normalmente desumanizar o inimigo e criar aversão contra um grupo em
especial. Pode ser conseguida de forma indireta ou mesmo direta, com
objetivos claros e planeados à partida.

Polemologia – estudo da guerra

• Instinto de agressão;
• Teoria da assimetria dos poderes;
• Nacionalismo;
• Darwinismo Internacional;
• Conceito de “Estado Espetáculo”;
• Competição armamentista;
• “O ataque é a melhor defesa”;
• Teoria dos ciclos;
• Complexo militar-industrial;
• Malthusianismo.
• Instinto de agressão : Com base nesta perspetiva, a guerra
resulta de um natural instinto de agressão, que nem o progresso
tecnológico e social das civilizações modernas conseguiu descartar
completamente.
Baseia-se na ideia do ser humano sentir necessidade de preservar o
seu espaço de atuação.
As pessoas precisam de espaço e lutam para o obter, manter ou
recuperar. Vontade de conquista, necessidade de vingança ,
ambição, orgulho, honra. Por querer ser o melhor, mais capaz,
maior.

• Teoria da assimetria dos poderes: Baseia-se na ideia: “se


queres a paz, prepara-te para a guerra”. O poder exerce-se. Quem
tem poder, tenta dominar quem tem menos poder ou é vulnerável.
Neste caso, a balança de poderes é insuficiente para manter a paz. A
superioridade é a única garantia.

• Nacionalismo:
Separatismo: quando um grupo nacionalista visa autonomizar-se,
para sair de um Estado a que pertence com o intuito de formar um
outro independente.
Irredentismo: ao contrário do separatismo, não via a
independência. O objetivo é sair de um Estado para entrar noutro
(ou posterior anexação por outro Estado).

• Darwinismo Internacional: Mais do que o ser humano ter


instinto de agressão, esta teoria admite que a guerra ocorre por as
pessoas serem animais (sofisticados, evoluídos, mas que nunca
verdadeiramente perderam as suas características de primatas).
Assume-se que as sociedades (tal como as espécies animais)
evoluem com base na competição e na seleção natural - Lei da
sobrevivência do mais forte.

• Conceito de “Estado Espetáculo” : A Guerra pode ocorrer


quando o Estado passa a servir os interesses de um líder
orgulhoso, ambicioso, que almeja conquistar território e
desenvolver uma política expansionista ou imperialista.

-Todos os meios justificam os fins.


-O Estado utiliza técnicas que aperfeiçoam as supostas
“vantagens do regime” face a terceiros países.
-Espionagem.
-Propaganda.
-“Estratégia indireta” para submeter o inimigo: luta do poder
político para enfraquecer a lealdade das populações submetidas
à soberania adversária, denegrindo-lhe a imagem.

• Competição armamentista : é apontada como uma causa da


guerra (se o país x investe em armas, então, o país y sente-se
ameaçado e declara guerra). Também é apontada como um
substituto para a guerra (o país x é uma superpotência, então, o país
y deixa de ameaçar e passa a cooperar, porque não tem capacidade
de resposta).

• “O ataque é a melhor defesa”: uso intencional do conflito


externo para resolver problemas internos; Se o povo contesta o
governo ou a liderança do governo, “inventa-se” um inimigo ou uma
ameaça externa, para os “entreter” e “unir” em prol de interesses
supostamente comuns (segurança dos cidadãos). forma de manter o
poder interno.
• Teoria dos ciclos: A guerra ocorre de vez em quando. A guerra
tem ciclos militares .Uma geração pode ser mais pacífica, outra
menos. As relações internacionais têm a teoria dos ciclos, ou seja,
períodos de guerra são precedidos e sucedidos por períodos de paz,
e assim sucessivamente. Os ciclos podem basear-se, por exemplo:
Na memória dos sofrimentos de guerra (quando se apagam, a
declaração de guerra passa a ser uma possibilidade); Ciclo da
substituição das lideranças, sobretudo em países onde os ditadores
se perpetuam no poder, centralizando todo o poder na sua pessoa.
Quando o líder morre, há dificuldades ao nível da sucessão ou não
há líder suficientemente forte na oposição que agrade à maioria da
população.

• Complexo militar-industrial: Com base nesta teoria, grupos de


pressão com interesses na indústria do armamento, exercem a sua
influência no Governo e, portanto, podem promover interesses que
levem à declaração de guerra ou à venda de armamento a um país
terceiro.
Economia de guerra e Interesses empresariais (públicos ou privados)
podem manter/agravar as tensões entre países. O objetivo destes
agentes é obter lucro.
A vontade de ganhar dinheiro com a guerra é mais forte do que a
consciência sobre os efeitos do conflito armado (que pode gerar
mortos e feridos, entre civis )
Para obter apoio popular, estes agentes apelam:
Ao patriotismo; // À necessidade de salvaguardar a segurança
nacional. /// Colocam os cidadãos ou os poderes políticos
“em pânico” perante a suposta iminência “de um ataque”. ///
Defesa dos “direitos humanos” no exterior.
• Malthusianismo: Doutrina de Thomas Robert Malthus (1766-
1834), que defendia a necessidade de impor um limite à reprodução
do ser humano, pois o crescimento demográfico implicaria sempre
falta de alimentos (pois a população cresce em progressão
geométrica e os recursos alimentares em progressão aritmética, ou
seja, mais lentamente que a população). A guerra seria uma forma
de limitar o crescimento da população de um determinado país ou
região do globo ou seja a guerra enquanto “regulador de
excedentes”.

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