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Internacionais
Prof. Péricles Pedrosa Lima
Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Péricles Pedrosa Lima
L732h
ISBN 978-65-5663-022-9
CDD 327.09
Impresso por:
Apresentação
O estudo da disciplina de História para o acadêmico de Relações
Internacionais deverá proporcionar a compreensão das contradições políticas
e ideológicas, das pressões que influenciam os homens de Estado, dos
condicionantes econômicos, sociais e culturais. Nesse sentido, a disciplina
de História das Relações Internacionais (HRI) encontra-se dentro da
grande área que são as Relações Internacionais (RI). A ampliação do campo
historiográfico busca ultrapassar a tradicional história diplomática e, assim,
superar o simples conhecimento do desenrolar dos processos históricos,
muitas vezes interpretados por tratados, documentos oficiais e arquivos
diplomáticos. Portanto, o estudo da História das Relações Internacionais
não se encontra apenas no monitoramento dos movimentos diplomáticos
e de seus respectivos processos políticos, mas também em uma análise de
condicionantes diversos que gerariam os movimentos políticos, sociais
e econômicos, por exemplo, como os diferentes processos de decisão e
barganha em seus diferentes momentos. As Escolas Inglesa e Francesa são as
precursoras dessa reflexão e evolução teórica-metodológica.
III
aprimoramento da economia e do comércio, consagrando uma forma de
poder que se tornou a base da sociedade europeia e de sua expansão.
IV
a queda do Império Romano no Ocidente, nenhum poder absoluto voltou
a controlar o continente e considerável parte da história da Europa deriva
desse momento de formação.
V
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
VI
VII
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
VIII
Sumário
UNIDADE 1 – DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX.............1
X
TÓPICO 2 – O FIM DA GUERRA FRIA E O COLAPSO DO COMUNISMO...........................165
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................165
2 A DISSUASÃO POSSÍVEL...............................................................................................................165
3 O COLAPSO DO COMUNISMO.....................................................................................................167
3.1 A QUEDA DO MURO DE BERLIM . ..........................................................................................171
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................173
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................174
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................192
XI
XII
UNIDADE 1
DA EXPANSÃO EUROPEIA AO
NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
EXPANSÃO EUROPEIA
1 INTRODUÇÃO
A Europa dos séculos XV e XVI é caracterizada pelo avanço dos povos
ibéricos, principalmente por portugueses e espanhóis, para fora do continente.
Usualmente, considera-se a chegada dos portugueses em Ceuta, norte de África,
em 1415, como marco inicial do que chamamos Expansão Europeia. A importância
do fato e dos momentos que se seguem na próxima década do século XV, quando
alcançam diferentes ilhas no Atlântico Norte (Madeira em 1420 e Açores 1427),
vêm impulsionar a navegação de cabotagem ao longo da costa ocidental da África
realizada pelos navegadores portugueses. O sentido das expedições marítimas
para o Atlântico Sul está fortemente associado à busca de rotas comerciais e
de matéria-prima para um capitalismo incipiente no continente europeu. O
surgimento em séculos posteriores – séculos XVI, XVII e XVIII – de entrepostos
comerciais e colônias ao sul do Equador, que mais tarde no século XIX tornaram-
se Estados independentes, reforça a importância de iniciarmos nossos estudos
por essa Europa Moderna expansionista.
3
UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
ATENCAO
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TÓPICO 1 | EXPANSÃO EUROPEIA
muitas vezes lutavam entre si e não prezavam pelo saber científico e tecnológico
das grandes civilizações do Oriente. Ainda assim, o continente viveu nos séculos
XV e XVI uma revolução cultural impulsionada pelo despertar da curiosidade
científica, da busca pelos avanços tecnológicos e por novas rotas de comércio,
seja por terra e, principalmente, pelo mar. As viagens marítimas se tornaram
projetos de colonização que alcançaram a América, a África e a Ásia, chegando
até o Japão. O processo avançou de forma progressiva e abrangente e, em meados
do século XVIII, vários países europeus haviam se tornado potências mundiais
com colônias em diferentes partes do globo.
NOTA
5
UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
NOTA
6
TÓPICO 1 | EXPANSÃO EUROPEIA
NOTA
7
UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
FIGURA 1 – MAPA COM AS VIAGENS DOS PORTUGUESES E ESPANHÓIS NOS SÉCULOS XV E XVI
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TÓPICO 1 | EXPANSÃO EUROPEIA
FONTE: <https://i1.wp.com/files.professor-leandro.webnode.com.br/200000227-82a2284978/
cabral2.png>. Acesso em: 12 mar. 2020.
A União Ibérica (1580 a 1640) colocou Portugal sob controle dos Habsburgos
espanhóis – a dinastia Filipina – deixando os holandeses impossibilitados de
receber os produtos do Oriente trazidos pelos portugueses. Tal fato impulsionou
os holandeses a começarem a comercializar diretamente com o Oriente por meio
de empresas mercantes holandesas. A primeira expedição holandesa chegou à
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UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
FONTE: <https://arteeartistas.com.br/wp-content/uploads/2016/11/
cria%C3%A7%C3%A3oMichelangelo.jpg>. Acesso em: 23 jun. 2019.
Essa figura do século XVI traz a imagem de Deus criando o homem, Adão.
O catolicismo e seus valores estavam presentes em considerável parte da Europa
Ocidental e moldavam a vida dos homens, mesmo depois do fim da Idade Média.
A ideia de um Deus Pai, criador e criatura, estavam presentes no cotidiano e
na fé professada. Os europeus, ao se expandirem para diferentes regiões do
globo, levaram consigo a fé cristã e propagavam tais valores para os povos que
encontravam.
10
TÓPICO 1 | EXPANSÃO EUROPEIA
séculos XVI e XVII criou colônias dependentes e espoliadas por suas metrópoles
em seus diferentes recursos e, por vezes, travadas em seu desenvolvimento,
resultando assim uma periferia no sistema. Ao fim do século XVIII, a América era
composta de províncias dependentes da sociedade europeia de Estados.
DICAS
11
UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
NOTA
12
TÓPICO 1 | EXPANSÃO EUROPEIA
NOTA
NOTA
13
UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
NOTA
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Paz_de_Vestfália#/media/Ficheiro:Europe_map_1648.
PNG>. Acesso em: 21 jun. 2019.
Para Hedley Bull era necessário construir uma nova sociedade internacional
onde deveriam conter forças hegemônicas e prezar pelas independências,
criando uma base anti-hegemônica, o que veio a contribuir para o crescimento
da consciência nacional. As tendências hegemônicas dos Habsburgos marcaram
o Século XVI e acabaram por criar uma aliança anti-Habsburgos liderada pela
França. Nesse sentido entende-se que, sob o ponto de vista da disputa entre os
14
TÓPICO 1 | EXPANSÃO EUROPEIA
NOTA
As bases de Westfália foram ameaçadas por Luís XIV, rei da França, entre
1661 e 1714, apesar dos tratados terem proporcionado um cenário que propiciou
15
UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
NOTA
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TÓPICO 1 | EXPANSÃO EUROPEIA
E
IMPORTANT
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UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
FONTE: <https://static.alunosonline.uol.com.br/conteudo_legenda/
c69e33385b91272beb1c7d37268df101.jpg>. Acesso em: 14 dez. 2019.
18
TÓPICO 1 | EXPANSÃO EUROPEIA
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UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
E
IMPORTANT
20
TÓPICO 1 | EXPANSÃO EUROPEIA
NOTA
Para o filósofo Kant, a “Paz Perpétua” tem a ver com o sentido republicano de
separação de poderes no plano interno dos estados. Já no plano externo, a interação entre
os atores estatais deveria sempre ocorrer buscando soluções pacíficas e evitando a guerra.
FONTE: <https://miro.medium.com/max/2780/1*Oc1aLgnHQTE30Mu8KlJL5g.jpeg>.
Acesso em: 12 mar. 2020.
22
TÓPICO 1 | EXPANSÃO EUROPEIA
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f2/Kant_gemaelde_3.jpg>.
Acesso em: 12 mar. 2020.
NOTA
A Figura 8 traz o filósofo Immanuel Kant, que em 1795 publicou a sua obra A
paz perpétua. O autor se torna referência ao abordar e defender a razão como uma força
de poder dos estados, seja no plano doméstico, com a divisão de poderes, seja no plano
internacional, na busca de relações pautadas pela paz.
DICAS
23
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
24
AUTOATIVIDADE
I- O conceito de Estado torna-se mais absolutista e não passa por uma nova
interpretação. Se anteriormente o soberano era o Estado, agora, mais
fortalecido, o soberano centraliza seu poder e domínio tanto interna quanto
no externamente.
25
politicamente independente, mas mesmo no século XVII deve-se entender
que a propensão à hegemonia no sistema intereuropeu continuou a ser um
traço constitutivo, a despeito da legitimidade anti-hegemônica trazida por
Westfália.
PORQUE
PORQUE
26
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Ambas as afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
b) ( ) Ambas as afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a
primeira.
c) ( ) A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa.
d) ( ) A primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira.
e) ( ) Ambas as afirmações são falsas.
27
28
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos as revoluções que marcaram de forma
indelével a Europa e, consequentemente, o novo mundo, a América. A Revolução
Americana com a independência das treze colônias britânicas trouxe uma
nova configuração política, muito distante do “antigo regime” que durante
séculos predominava no espaço europeu. A emergência política e econômica da
Inglaterra não só na Europa, mas em boa parte do sistema internacional, deve
ser entendida como fruto do desenvolvimento da revolução industrial. Por sua
vez, a Revolução Francesa, ocorrida no espaço doméstico francês, e a posterior
obra militar e política de Napoleão no espaço europeu, trazem alterações e um
contexto de guerra para o continente. O Congresso de Viena (1814-1815), fruto
do fim do Império Napoleônico, procura restabelecer a paz europeia e de forma
conservadora trazer os monarcas aos tronos numa configuração denominada
de Hegemonia Coletiva. Na segunda metade do século XIX surge diferentes
nacionalismos, que trazem novas turbulências à Europa.
2 AS REVOLUÇÕES
As revoluções que marcaram o século XVIII e o sistema de estados
europeus deverão ser entendidas à luz do Iluminismo. O desenvolvimento da
economia de mercado, a ascensão da classe burguesa e o declínio da influência
dos nobres vieram acompanhados pelo questionamento do poder da Igreja
Católica, dos privilégios desses nobres e do sistema absolutista pautado no
direito divino dos reis. A Europa do século XVIII abandonava antigos valores e
crenças e começava a se pautar pelo conhecimento científico e filosófico, e assim,
também na política, mudam-se as concepções, valores e entendimentos. Como
dito anteriormente, esse sentimento de racionalidade atingiu a América e se
propagou em movimentos revolucionários.
30
TÓPICO 2 | AS REVOLUÇÕES DO SÉCULO XVIII
E
IMPORTANT
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UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
E
IMPORTANT
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UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
A primeira fase tem início em 1789, quando o rei Luís XVI convoca os
“Estados Gerais”, o parlamento, que era formado pelo clero, nobreza e pelos
representantes do terceiro Estado, o povo. Esse terceiro Estado queria mais voz e
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TÓPICO 2 | AS REVOLUÇÕES DO SÉCULO XVIII
direito a voto, o que lhe fora negado. A rebelião iniciada posteriormente conduz
à segunda fase do processo conhecida como “Assembleia Nacional”.
Em janeiro de 1793, o rei Luís XVI foi acusado de crimes contra a nação,
sendo condenado e executado. Em 1795, após o período de terror revolucionário
em que milhares de pessoas foram expulsas ou executadas, acusadas de serem
antirrevolucionárias ou pró-monarquistas, o comitê criado de segurança pública
é substituído por uma nova organização.
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UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
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TÓPICO 2 | AS REVOLUÇÕES DO SÉCULO XVIII
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UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
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TÓPICO 2 | AS REVOLUÇÕES DO SÉCULO XVIII
FONTE: <https://imagenes.universia.net/gc/net/images/cultura/l/li/lib/liberdade-liderando-o-
povo-noticias.jpg>. Acesso em: 12 mar. 2020.
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/14/Joseph-Bonaparte.
jpg/390px-Joseph-Bonaparte.jpg>. Acesso em: 12 mar. 2020.
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UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
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TÓPICO 2 | AS REVOLUÇÕES DO SÉCULO XVIII
41
UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
FONTE: <https://lh5.ggpht.com/_5ZVfrqNx7ZM/SiKjH0xr6EI/AAAAAAAAEbY/Kfto9FWz-30/
Congresso%20de%20Viena.jpg>. Acesso em: 12 mar. 2020.
NOTA
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TÓPICO 2 | AS REVOLUÇÕES DO SÉCULO XVIII
A classe média, cada vez mais consciente de sua posição social e influência
adquirida, questionava a legitimidade dinástica e promovia revoluções em
diferentes comunidades europeias. Chamava para si uma nova legitimidade
que se contrapunha à antiga legitimidade dinástica; era o “direito dos povos”
que passaria a determinar a que Estado queriam pertencer e como deveriam
ser governados. A ideia de Estado-nação passa a ser incorporada nos debates
europeus do século XIX, nacionalismo e democracia passariam a fazer sentido
para se questionar a legitimidade dos estados europeus, para se transformar a
sociedade europeia e a forma de governar. Os europeus passavam a se sentir muito
mais como cidadãos e cada vez menos como súditos e assim acreditava-se na
necessidade da participação popular nos governos, exigia-se uma reestruturação
da Europa e do seu sistema de estados em bases nacionalistas e liberais.
43
UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
5.1.1 Pan-eslavismo
A Rússia, após o término do período napoleônico, torna-se um importante
ator no cenário europeu, não só pela participação na derrota das tropas francesas
como também na proporção territorial que atingia ao se expandir em diferentes
frentes. Na onda nacionalista que varria o continente europeu, a possibilidade de
união e formação de um grande Estado nacionalista que abrigaria os povos eslavos
– ameaça remota para Watson (2004) e de difícil administração – desestabilizaria o
equilíbrio europeu. O suposto estado nacionalista se estenderia da Boêmia ao sul,
no mar Mediterrâneo, ao norte até o Ártico e mar Báltico, e por fim no extremo
leste até o Pacífico. A religião ortodoxa era a base da sociedade, assim como a
monarquia dos czares que vinha desde o século XVI. O estado nacionalista não
surgiu e, somente com a revolução de 1917, a monarquia russa é destronada.
NTE
INTERESSA
A família Romanov foi mais uma das grandes famílias que estavam no poder
na Europa. A Dinastia dos Romanov, também conhecida como família imperial russa,
governou o Grão-Ducado de Moscou e depois o Império russo do século XVII ao século
XX, tendo sido eliminada pelos revolucionários de 1917. A Revolução Russa de 1917 pôs fim
ao regime monárquico na Rússia e levou ao poder o partido bolchevique sob a liderança
de Lênin. A Dinastia dos Romanov termina com a execução do czar Nicolau II e de toda
a sua família. Era o fim de uma aristocracia no país mais populoso da Europa, fortemente
rural e onde 90% da população era analfabeta.
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TÓPICO 2 | AS REVOLUÇÕES DO SÉCULO XVIII
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Império_Russo#/media/Ficheiro:Peter_de_Grote.jpg>.
Acesso em: 13 jul. 2019.
5.1.2 Pan-italianismo
O Congresso de Viena confirmara a divisão da Península Itálica em um
conjunto de pequenos estados. O movimento pan-italianismo nasceu, inicialmente,
de uma sociedade revolucionária – Carbonaro – que lançou a proposta de
unificação, da criação de uma nação italiana independente e republicana. Dentre
os vários movimentos nacionalistas que se espalharam pela península, diferentes
líderes foram projetados na cena política italiana do século XIX, como Camilo
Cavour, primeiro-ministro do Piemonte ao Norte, associado a Vítor Emanuel e
Giuseppe Garibaldi ao Sul, com seu exército de voluntários.
NOTA
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UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/un/if/unificacaoitalianamapa-cke.jpg>.
Acesso em: 12 mar. 2020.
5.1.3 Pangermanismo
Dentre os cinco estados do Concerto europeu, a Prússia “era claramente a
mais fraca das cinco potências” e não se caracteriza, segundo Watson (2004, p. 345),
como uma força considerável. Sua política era conduzida pelo chanceler Otto Von
Bismarck e, sempre que podia, o Estado se comportava independentemente do
concerto europeu. O chanceler desconfiava do nacionalismo popular germânico
e o enxergava como desestabilizador das monarquias prussianas e austríaca.
Na condução do processo de unificação alemã não se incluiu a Áustria, outra
potência germânica, mas que se opunha ao processo de unificação.
46
TÓPICO 2 | AS REVOLUÇÕES DO SÉCULO XVIII
NOTA
47
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
48
AUTOATIVIDADE
PORQUE
49
50
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você estudará que a diplomacia de Bismarck (1871-1890)
conseguiu formar um sistema de alianças que visava principalmente isolar a
França após a Guerra Franco-Prussiana. Na segunda metade do século XIX, os
nacionalismos, por vezes, não foram contidos e guerras como a Franco-Prussiana,
principalmente, colocam em campo de batalha o império alemão recém-criado e
a França. A Europa estava longe de uma ação coletiva como queriam os homens
de Viena em 1815 e a nova estratégia dos atores era o militarismo e a formação de
alianças. Esses cenários trazem novas turbulências à Europa no século XX.
51
UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
NOTA
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TÓPICO 3 | O FIM DO SÉCULO XIX E A EMERGÊNCIA DO SÉCULO XX
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/ot/to/otto_von_bismarck.jpg>.
Acesso em: 2 jul. 2019.
53
UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
NOTA
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TÓPICO 3 | O FIM DO SÉCULO XIX E A EMERGÊNCIA DO SÉCULO XX
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/01/Kaiser_
Wilhelm_I._.JPG/245px-Kaiser_Wilhelm_I._.JPG>. Acesso em: 12 mar. 2020.
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UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
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TÓPICO 3 | O FIM DO SÉCULO XIX E A EMERGÊNCIA DO SÉCULO XX
Em 1776, Nova York é tomada pelos britânicos, o que fez iniciar uma série
de negociações entre as partes, o que não evitou que se proclamasse em 4 de
julho de 1776, a Declaração de Independência. Somente em novembro de 1782 os
britânicos assinam um acordo reconhecendo a independência dos EUA, acordo
este ratificado no ano seguinte em Paris, quando George Washington se torna o
primeiro presidente; acordo que ficou conhecido como Acordo de Paris de 1783.
Nos anos seguintes, os limites das treze colônias começam a ser rompidos com o
avanço para o oeste.
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UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
FONTE: <https://i.pinimg.com/originals/01/4b/ff/014bff7144c406d567f3f3461b9e1e68.jpg>.
Acesso em: 12 mar. 2020.
58
TÓPICO 3 | O FIM DO SÉCULO XIX E A EMERGÊNCIA DO SÉCULO XX
DICAS
Assista ao seguinte vídeo: A Saga dos EUA EP. Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=KXVkimSfTJ0&list=PLfNlc9-a0AD4NcqRAjupJEhyI2c3CmqP9&index=2.
4 A CONFERÊNCIA DE BERLIM
A segunda metade do século XIX ficou marcada pelo avanço das forças
capitalistas, com um acelerado desenvolvimento da Revolução Industrial
e com a corrida em busca de novos mercados e novas fontes de matérias-
primas. A ideia de superioridade da sociedade europeia frente aos novos
povos determina o imperialismo praticado pelos estados capitalistas europeus,
sendo tal fato legitimado pelos povos e pela diplomacia europeia. Dessa vez,
os europeus lançavam-se sobre outros territórios dentro de um modelo liberal
de empreendimento, por meio de companhias de comércio e transporte que
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UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
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TÓPICO 3 | O FIM DO SÉCULO XIX E A EMERGÊNCIA DO SÉCULO XX
por vezes enviando suas forças militares para defender e ocupar, além de
formalizarem partilhas por meio de conferências e tratados.
DICAS
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UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
entre empresas e bancos foi o meio para grande parte dos excedentes de capital
ser colocado no exterior e investido. O jogo político agora estava fortemente
associado ao jogo econômico e a Grã-Bretanha liderava o processo.
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/pa/rt/partilhadaafricamapa-cke.jpg>.
Acesso em: 12 mar. 2020.
5 O IMPERIALISMO NA ÁSIA
O imperialismo na Ásia pode ser entendido como uma associação entre
conquistas territoriais e influência política e social. O exemplo mais notável é o caso
da Inglaterra na Índia, em que se exerceu uma dominação indireta promovendo a
preparação de uma elite local para o exercício do poder.
FIGURA 21 – ÍNDIA
FONTE: <https://www.google.com/search?tbm=isch&q=%C3%A1sia+india+imagens>.
Acesso em: 5 jul. 2019.
NOTA
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TÓPICO 3 | O FIM DO SÉCULO XIX E A EMERGÊNCIA DO SÉCULO XX
DICAS
FONTE: <https://i.pinimg.com/originals/d6/21/f4/d621f438e5c25265a67c2d4d635a3e3c.png>.
Acesso em: 12 mar. 2020.
A China não sofreu uma ocupação direta em seu território ou sua partilha
pelas potências europeias, entretanto, por meio das guerras do ópio – a primeira
entre 1838 e 1842 e a segunda, entre 1856 e 1860 – conseguiu a abertura da China
às mercadorias europeias e privilégios diplomáticos intensificaram a presença de
tropas estrangeiras nos portos e em Pequim.
65
UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
6 O IMPERIALISMO NORTE-AMERICANO
Pode-se entender o surgimento de um avanço norte-americano com
características imperialistas ao darmos atenção aos diferentes movimentos de
emancipação, tanto na América Central quanto na Ásia – Caribe e Pacífico – em
que os EUA tiveram atuação.
NOTA
66
TÓPICO 3 | O FIM DO SÉCULO XIX E A EMERGÊNCIA DO SÉCULO XX
67
UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
A Alemanha, por sua vez, desde 1882 desenvolvia uma aliança com
a Áustria-Hungria e a Itália, uma Tríplice Aliança que seria no contexto da
Primeira Guerra Mundial, o outro bloco presente nos enfrentamentos. No
contexto da expansão ultramarina das grandes potências europeias, a Alemanha
passa a reivindicar igualdade de direitos com as demais potências com relação
às possessões coloniais. Esse debate se estende até por volta de 1905, pautado em
questões que estavam localizadas fora do continente europeu.
FIGURA 24 – ÁUSTRIA-HUNGRIA
FONTE: <https://www.google.com/search?tbm=isch&q=austria+hungria&chips>.
Acesso em: 5 jul. 2019.
68
TÓPICO 3 | O FIM DO SÉCULO XIX E A EMERGÊNCIA DO SÉCULO XX
DICAS
69
UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
LEITURA COMPLEMENTAR
NAPOLEÃO
70
TÓPICO 3 | O FIM DO SÉCULO XIX E A EMERGÊNCIA DO SÉCULO XX
71
UNIDADE 1 | DA EXPANSÃO EUROPEIA AO NACIONALISMO DO SÉCULO XIX
72
TÓPICO 3 | O FIM DO SÉCULO XIX E A EMERGÊNCIA DO SÉCULO XX
FONTE: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-87752010000100017>.
Acesso em: 9 abr. 2020.
73
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Nesses primeiros anos após a formação do império alemão, o objetivo era isolar
a França e manter aliados no sistema. Por isso a importância para a estabilidade
do sistema de estados europeus da diplomacia de Bismarck e seu sistema de
alianças.
• A Europa, nas últimas décadas do século XIX, caminhava para uma configuração
bélica em que os atores recorreram às alianças se dividindo em diferentes
blocos, prenunciando uma guerra que se iniciou em 1914.
74
AUTOATIVIDADE
III- As ideias propagadas pelo avanço francês sobre a Europa deram força ao
nacionalismo e, a partir desse momento, as pessoas queriam ser tratadas
como iguais e não mais como súditos leais a um soberano, e em posição
subalterna.
75
( ) I, II e V, apenas.
( ) III, IV e V, apenas.
( ) I, III e IV, apenas.
76
UNIDADE 2
A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO
DA EUROPA: O CENTRO DE PODER
FORA DO CONTINENTE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
77
78
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A Europa do século XIX, após o Tratado de Viena, foi marcada por um
sistema que primava pela hegemonia coletiva e assim se manteve até a metade do
século. Os homens de Estado da segunda metade do século XIX abandonaram os
princípios e valores oriundos de Viena e uma nova configuração política passou a
moldar as relações internacionais no continente europeu. O Sistema Bismarckiano
de alianças foi essencial para manter a paz após o surgimento do império alemão
em 1870, oriundo da vitória prussiana na guerra franco-prussiana.
FONTE: <https://img.haikudeck.com/mi/B9CF64F7-F63D-451B-AE9D-5215FDF3F6CC.jpg>.
Acesso em: 16 mar. 2020.
80
TÓPICO 1 | O SÉCULO XIX: O SISTEMA DE ALIANÇAS E A PRIMEIRA GRANDE GUERRA
a sua presença, o que facilitaria a difusão de seu comércio pelas rotas mundiais e
ao mesmo tempo evitaria o nascimento de um concorrente de grandes proporções
comerciais e bélicas.
NOTA
FONTE: <https://1.bp.blogspot.com/-YRybiTTCHF0/UKGjBiNtAxI/AAAAAAAAcUI/LFxUGl9pn9M/
s1600/82421-004-21842b2b.jpg>. Acesso em: 16 mar. 2020.
81
UNIDADE 2 | A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA: O CENTRO DE PODER FORA DO CONTINENTE
DICAS
82
TÓPICO 1 | O SÉCULO XIX: O SISTEMA DE ALIANÇAS E A PRIMEIRA GRANDE GUERRA
FONTE: O autor
83
UNIDADE 2 | A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA: O CENTRO DE PODER FORA DO CONTINENTE
FONTE: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcQT8jgcBPpLLsGSHvN-
FSENInWpsSqPTwrwpfdOzTWL5rgU8edR>. Acesso em: 16 mar. 2020.
84
TÓPICO 1 | O SÉCULO XIX: O SISTEMA DE ALIANÇAS E A PRIMEIRA GRANDE GUERRA
NOTA
DICAS
AssistaSarajevo.Disponívelem:https://www.youtube.com/watch?v=pKhnFHrDp7U.
87
UNIDADE 2 | A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA: O CENTRO DE PODER FORA DO CONTINENTE
NOTA
Os Bolcheviques
O partido Bolchevique (em russo, “maioritário”) representava a população operária na URSS
do final do século XIX, início do século XX. Liderados por Lênin, defendiam uma revolução
armada que desse ao povo soviético o poder e a autonomia sobre as decisões do Estado.
88
TÓPICO 1 | O SÉCULO XIX: O SISTEMA DE ALIANÇAS E A PRIMEIRA GRANDE GUERRA
FONTE: <https://historiamilitaronline.com.br/wp-content/uploads/2019/01/arquiduque-franz-
ferdinand-em-sarajevo.jpg>. Acesso em: 12 mar. 2020.
89
UNIDADE 2 | A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA: O CENTRO DE PODER FORA DO CONTINENTE
FONTE: <https://citacoesdosampaio.files.wordpress.com/2016/05/woodrow-wilson-escritor-
presidente-americano.jpg>. Acesso em: 16 mar. 2020.
uma crise econômica que se espalha pelo mundo e que ficou conhecida como “A
Grande Depressão de 1929”. Ao mesmo tempo, o Japão e a China iniciam seus
programas de industrialização, se inserindo lentamente na economia mundial.
NOTA
O Tratado de Brest-Litovsk
O Tratado de Brest-Litovsk foi assinado pelos bolcheviques e por Alemanha, Império Austro-
Húngaro, Bulgária e Império Otomano, com o objetivo de formalizar a saída soviética
da Primeira Guerra Mundial. Foi considerado por Lênin um acordo vergonhoso, pois a
partir dele, a Rússia abriu mão do controle sobre os territórios da Finlândia, Países Bálticos,
Bielorrússia, Ucrânia e Polônia.
91
UNIDADE 2 | A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA: O CENTRO DE PODER FORA DO CONTINENTE
NOTA
92
TÓPICO 1 | O SÉCULO XIX: O SISTEMA DE ALIANÇAS E A PRIMEIRA GRANDE GUERRA
DICAS
A França, por sua vez, ocupava na conferência de paz uma posição que
lhe dava uma projeção como vitoriosa contra a Alemanha, o que levaria aos seus
representantes uma desenvoltura para regulamentar as condições e prevalecer
a sua percepção de que a paz somente seria possível com o enfraquecimento da
Alemanha. Não encontrara a resistência pela Áustria e a Hungria, que havia sido
desfeita, e nem pela Rússia, que estava em plena guerra civil. O presidente Wilson, e
seu idealismo de criar uma sociedade das nações, fora obrigado a barganhar entre
os atores europeus, mas não obteve apoio em seu próprio ambiente doméstico.
93
UNIDADE 2 | A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA: O CENTRO DE PODER FORA DO CONTINENTE
territoriais dos atores vencedores. Por fim, podemos ressaltar que os europeus
se tornaram devedores da nova potência norte-americana. Os Estados Unidos já
se tornaram uma potência industrial em 1914, chegando em 1919 como também
uma potência comercial e financeira com grandes estoques de moeda, de ouro e
tendo o dólar com a sua conversibilidade no pós-guerra garantida.
FONTE: <https://i.pinimg.com/170x/61/8d/a2/618da2cf5024450d8361a66552c7b940.jpg>.
Acesso em: 16 mar. 2020.
94
TÓPICO 1 | O SÉCULO XIX: O SISTEMA DE ALIANÇAS E A PRIMEIRA GRANDE GUERRA
NOTA
95
UNIDADE 2 | A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA: O CENTRO DE PODER FORA DO CONTINENTE
NOTA
NOTA
O III Reich
O período de domínio nazista na Alemanha foi denominado “III Reich”. Reich, em alemão,
significa “reino”, e foi um termo utilizado para designar períodos específicos da política no
país. O primeiro reich teria existido do ano 800 a 1806; o segundo, de 1871 a 1918 e, o
terceiro, teve início em 1933, com a ascensão de Adolf Hitler.
96
TÓPICO 1 | O SÉCULO XIX: O SISTEMA DE ALIANÇAS E A PRIMEIRA GRANDE GUERRA
99
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
100
AUTOATIVIDADE
101
102
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A política internacional do início do século XX foi marcada, conforme visto
anteriormente, pela deflagração do maior conflito entre potências visto até então
e pela tentativa fracassada de estabelecimento de uma estrutura institucional que
findasse o histórico de guerras e destruição. O presente tópico tem como objetivo
discutir as etapas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), seus principais atores
e consequências.
103
UNIDADE 2 | A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA: O CENTRO DE PODER FORA DO CONTINENTE
DICAS
104
TÓPICO 2 | A POLÍTICA INTERNACIONAL NO CONTEXTO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
3 A OCUPAÇÃO DA FRANÇA E
MUNDIALIZAÇÃO DA GUERRA
Em abril de 1940, Hitler desembarca na Dinamarca e na Noruega. Em
junho, as tropas alemãs já estão em Paris. A invasão alemã à França levou ao
êxodo – cerca de 8 milhões de civis franceses – e dividiu o governo francês. A
França encontrava-se dividida e paralisada frente dois líderes: o general De Gaulle
e o marechal Pétain, este, por sua vez, defensor do armistício com a Alemanha.
A França se torna um país vencido e que assinara um armistício. O General
De Gaulle cria um governo de resistência em Londres. A França foi dividida,
encontrando-se parte sobre ocupação alemã, uma pequena zona sobre influência
italiana e o restante uma zona livre. A Bélgica, por sua vez, assinara a rendição e
a Holanda optou pela capitulação militar.
105
UNIDADE 2 | A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA: O CENTRO DE PODER FORA DO CONTINENTE
DICAS
106
TÓPICO 2 | A POLÍTICA INTERNACIONAL NO CONTEXTO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
DICAS
107
UNIDADE 2 | A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA: O CENTRO DE PODER FORA DO CONTINENTE
DICAS
Acesse:
• Segunda Guerra Mundial - a visão russa da história.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=eKnkwKetX5I.
• Segunda Guerra Mundial - Batalha de Stalingrado.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=50lPIxaNIDw.
• Rússia comemora os 70 anos da Batalha de Stalingrado.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YwePI2R9KiA.
108
TÓPICO 2 | A POLÍTICA INTERNACIONAL NO CONTEXTO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Entre 1942 e 1945, a guerra se torna total, envolvendo quase todo o planeta
e mobilizando diferentes forças. Buscava-se conter tanto o avanço militar japonês,
quanto o avanço militar alemão. De Stalingrado a Casablanca, as resistências ao
exército alemão marcavam os destinos da guerra. Em 1944, o exército soviético
consegue forçar o recuo das tropas alemãs no leste europeu. A balança de poder
começa a se alterar em direção aos aliados, também com a tomada da Normandia
e a ocupação da Alemanha, momentos marcantes da recomposição das forças
militares e morais dos aliados.
O ataque a Pearl Harbor deverá ser visto não só como a entrada do Japão
na guerra europeia, mas como uma etapa decisiva do processo de mundialização
do conflito. Os Estados Unidos foram trazidos para a guerra pelo ataque japonês a
sua base naval em suas ilhas no Havaí, em dezembro de 1941. O ataque teve como
motivações japonesas os seus problemas econômicos. As relações entre os EUA
e o Japão se deterioravam na medida em que os norte-americanos auxiliavam os
chineses a enfrentar os japoneses. Acrescido a isso podemos ressaltar o embargo
americano ao fornecimento de petróleo ao Japão, em julho de 1941, a exigência
norte-americana da retirada japonesa, não só do território chinês, mas também da
península da Indochina.
DICAS
5 A SOLUÇÃO FINAL
O comportamento dos alemães e dos japoneses em territórios que
conquistavam era violento e brutal. Os nazistas tratavam os povos do leste europeu
como raça inferior. Nesse sentido, Hitler defendia a destruição do poder dos
judeus e dentro do partido nazista defendia a ideia de expulsá-los da Alemanha.
Ao longo das últimas décadas, não havia uma forma exata com que isso fosse
posto em prática. Para Hitler, era necessário que a opinião pública abraçasse
110
TÓPICO 2 | A POLÍTICA INTERNACIONAL NO CONTEXTO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Judeus eram mortos não somente por meio de trabalho forçado ou pela
inanição, mas por uma política de total destruição. O genocídio implementado por
meio de um programa de extermínio cada vez mais ganhava força e a eliminação
de judeus do leste europeu, e boa parte dos que vinham da Europa ocidental,
continuou mesmo quando o desenvolvimento dos conflitos não se tornava mais
favorável aos alemães. Mesmo assim, Hitler insiste que o programa de extermínio
deveria continuar, mesmo quando percebeu que a guerra seria perdida.
111
UNIDADE 2 | A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA: O CENTRO DE PODER FORA DO CONTINENTE
DICAS
112
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Nesse período, a política externa de Hitler foi focada no avanço militar contra
a França, sua principal rival desde o conflito anterior. O líder ocupa o norte do
território francês logo no início do conflito e bombardeia a Grã-Bretanha, em
uma demonstração de força militar.
• A segunda fase da guerra ocorreu com a entrada dos EUA e da URSS, além da
consolidação do Eixo, com a entrada do Japão. Esses movimentos deram início
à fase de fato mundial do conflito.
113
AUTOATIVIDADE
114
UNIDADE 2 TÓPICO 3
O SÉCULO XX E OS DESAFIOS DA
POLÍTICA MUNDIAL NO PÓS-GUERRA
1 INTRODUÇÃO
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, coube às potências vitoriosas
negociar os termos de paz e estabelecer uma estrutura institucional e política
responsável por evitar outro conflito de grandes proporções. Este tópico
será dedicado à discussão das consequências da guerra, tanto em termos
quantitativos quanto em termos qualitativos. Quantitativamente, a Segunda
Guerra Mundial foi o conflito mais sangrento e letal da história até o presente
momento. Qualitativamente, provocou a busca pela manutenção da paz pela via
institucional, dessa vez procurando evitar os problemas que levaram ao fim da
Liga das Nações.
2 CONSEQUÊNCIAS DA GUERRA
E OS ACORDOS DE PAZ
A Segunda Guerra Mundial provocou cerca de 40 milhões de mortes. Mais
da metade era russa, 6 milhões de poloneses, 4 milhões de alemães, 2 milhões de
chineses e 2 milhões de japoneses. Em termos comparativos, EUA e Grã-Bretanha
saíram da guerra com poucas perdas. Consideráveis regiões da Alemanha e
suas áreas industriais e cidades importantes foram completamente arrasadas.
Parte da Rússia ocidental foi destruída e cerca de 25 milhões de pessoas ficaram
desabrigadas (LOWE, 2011).
115
UNIDADE 2 | A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA: O CENTRO DE PODER FORA DO CONTINENTE
DICAS
3 AS NAÇÕES UNIDAS
As Nações Unidas sucedem a Liga das Nações, tendo como um dos seus
principais objetivos manter a paz e a ordem mundiais. A organização foi criada
em São Francisco como uma organização para a paz e cooperação internacional.
A Carta de São Francisco, assinada em 25 de junho de 1945, tornou-se um dos
grandes instrumentos de regulação das relações internacionais. Ao se construir
um sistema de veto do Conselho de Segurança das Nações Unidas, construiu-
se um diretório de cinco grandes vencedores da guerra, que visava garantir
o compromisso de controle da segurança mundial. A carta também previa
instrumentos para a cooperação internacional.
NOTA
NOTA
117
UNIDADE 2 | A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA: O CENTRO DE PODER FORA DO CONTINENTE
118
TÓPICO 3 | O SÉCULO XX E OS DESAFIOS DA POLÍTICA MUNDIAL NO PÓS-GUERRA
119
UNIDADE 2 | A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA: O CENTRO DE PODER FORA DO CONTINENTE
120
TÓPICO 3 | O SÉCULO XX E OS DESAFIOS DA POLÍTICA MUNDIAL NO PÓS-GUERRA
DICAS
visando à criação de dois Estados. Até os dias de hoje a situação encontra-se sob
fortes tensões, e longe de uma solução que pudesse satisfazer às partes envolvidas
no processo. Diferentes acordos foram assinados nas décadas de 70, 80 e 90 do
século XX, mas a paz continua distante.
NOTA
A sessão da AGNU que criou o Estado de Israel em 1947 foi presidida pelo
chanceler brasileiro Osvaldo Aranha.
DICAS
Veja:
• Inch´ Allah (2011)
• Nós, Eles e Eu (2016)
• 1967 La Guerra de los Seis Días documental canal historia 12 hd
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PzQaNa8YJgQ.
122
TÓPICO 3 | O SÉCULO XX E OS DESAFIOS DA POLÍTICA MUNDIAL NO PÓS-GUERRA
FIGURA 20 – STALIN
123
UNIDADE 2 | A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA: O CENTRO DE PODER FORA DO CONTINENTE
NOTA
A Conferência de Bretton-Woods
Bretton-Woods criou um tripé institucional, composto pelo Fundo Monetário Internacional
(FMI), Banco Mundial e o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT). Essas três instituições
pautaram a hegemonia norte-americana no imediato pós-guerra. O FMI tem o objetivo de
fomentar a cooperação entre os países e estimular o comércio e o desenvolvimento do
potencial econômico dos Estados. Proporciona empréstimos de curto prazo a países com
dificuldades financeiras, após a aprovação pelo próprio fundo de políticas econômicas.
Nesse caso, os Estados deverão estar dispostos a alterar suas políticas sob a orientação
do fundo.
124
TÓPICO 3 | O SÉCULO XX E OS DESAFIOS DA POLÍTICA MUNDIAL NO PÓS-GUERRA
7 A DOUTRINA TRUMAN
A Doutrina Truman foi a primeira formulação política nos Estados Unidos,
em 1947, no sentido de auxiliar a Grã-Bretanha, inicialmente, a combater regimes
comunistas da Grécia e na Turquia. A Grã-Bretanha, destruída economicamente
pela guerra, apresentava pouca capacidade de intervir em questões internacionais.
O apoio norte-americano oferecido pelo presidente foi de primorosa importância,
associado a uma dimensão ideológica, fato este que veio pautar a política externa
dos Estados Unidos. A doutrina Truman pregava uma concepção de liderança
norte-americana em que a missão dos Estados Unidos era a busca pela paz
mundial, dentro de suas concepções, o que refletiria na segurança da própria
nação norte-americana.
FIGURA 21 – TRUMAN
8 O PLANO MARSHALL
Pode-se entender o Plano Marshall como a tradução econômica da
Doutrina Truman. Como anteriormente dito, a consolidação da hegemonia norte-
americana tem como pilares a questão política e a questão econômica. Nesse
sentido, o plano do secretário de Estado norte-americano, George Marshall, vem
em sintonia com o aumento dos votos para os comunistas nas eleições europeias
no imediato pós-guerra. O plano anunciado em junho de 1947 apresentou um
programa para recuperação da Europa por meio de ajuda financeira e econômica,
que viria garantir mercados para as exportações europeias, mas que politicamente
procuraria impedir o avanço político do comunismo.
DICAS
126
TÓPICO 3 | O SÉCULO XX E OS DESAFIOS DA POLÍTICA MUNDIAL NO PÓS-GUERRA
forte influência política, que poderia se estender até o leste europeu. Nesse sentido,
o bureau comunista de informações surge em resposta ao Plano Marshall.
9 REAÇÕES SOVIÉTICAS
O Cominform pode ser considerado um comitê de informação política
que nasceu na Conferência dos Nove Partidos Comunistas, em setembro de
1967. Assim, foi articulado e desenvolvido pelos comunistas franceses, italianos,
húngaros, búlgaros, romenos, iugoslavos, romenos e tchecos, sob a liderança dos
russos. Passou a funcionar como um instrumento de propagação do comunismo
no mundo e como um controle ideológico no leste europeu. Para tanto, Stalin
acreditava que não bastava ser comunista, mas praticar um comunismo no estilo
russo. Buscava trazer para o leste europeu um processo de industrialização
coletivizado e centralizado e, assim, o comércio basicamente passaria a funcionar
com os membros do Cominform, não estimulando contato com países não
comunistas. Ainda nesse sentido, em 1947 foi estabelecida outra organização,
o Conselho de Assistência Econômica Mútua (Comecon) para que as políticas
econômicas pudessem estar articuladas.
127
UNIDADE 2 | A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA: O CENTRO DE PODER FORA DO CONTINENTE
128
TÓPICO 3 | O SÉCULO XX E OS DESAFIOS DA POLÍTICA MUNDIAL NO PÓS-GUERRA
129
UNIDADE 2 | A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA: O CENTRO DE PODER FORA DO CONTINENTE
LEITURA COMPLEMENTAR
Patrícia Daehnhardt
Entre 1914 e 1918 viveram-se quatro anos de «guerra total», com cerca de
24 milhões de mortes, miséria generalizada e destruição total que mudou o mundo
fundamentalmente. Na gestão de conflitos políticos e militares, a Primeira Guerra
Mundial foi a primeira «guerra total», um conflito tecnológico-industrial em grande
escala que desenvolveu e testou a utilização de armas novas, como tanques, aviões
e submarinos e a arma química como a primeira arma de destruição maciça. Entre
agosto e setembro de 1914, a mais poderosa e próspera parte do mundo, escreve a
historiadora Margaret MacMillan, tinha iniciado um processo de autodestruição.
Foi uma guerra que poderia estar concluída no final do outono de 1914, quando se
tornou claro que os planos de guerra de todas as Grandes Potências participantes
falharam e que a continuação da guerra poria em marcha desenvolvimentos que
todas elas tinham procurado evitar. Mas a Guerra perdurou durante quatro longos
anos e quando terminou, em novembro de 1918, as potências europeias estavam
enfraquecidas, com novos regimes e impérios coloniais debilitados.
Este artigo, não sendo escrito por uma historiadora e não tendo a autora
realizado investigação em arquivos para o efeito, tem como objetivo analisar o
conjunto de debates e de publicações mais recentes sobre o papel da Alemanha
em inícios da Primeira Guerra Mundial. A primeira seção problematiza a temática
do ‘estatuto’ de uma Grande Potência; a segunda seção analisa o debate histórico
sobre a questão da culpabilização e o papel da Alemanha, desde a análise
convencional prevalente na Alemanha até ao revisionismo das décadas de 1960
e 1970 que deu origem ao chamado primeiro ‘debate histórico’ na Alemanha
Federal, até à interpretação prevalente na Alemanha unificada.
131
UNIDADE 2 | A DESTRUIÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA: O CENTRO DE PODER FORA DO CONTINENTE
132
TÓPICO 3 | O SÉCULO XX E OS DESAFIOS DA POLÍTICA MUNDIAL NO PÓS-GUERRA
133
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
134
AUTOATIVIDADE
PORQUE
135
a renúncia forçada de Bismarck inicia-se uma política externa ofensiva que
se caracterizou por tensões crescentes.
136
UNIDADE 3
A GUERRA FRIA E A
POLÍTICA INTERNACIONAL
NA CONTEMPORANEIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades, com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
137
138
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você acompanhará a reconstrução da Europa e a descolonização
da África com o direito à autodeterminação dos povos. A descolonização e a
formação das Organização das Nações Unidas (ONU) buscavam colocar em pé de
igualdade as nações. As superpotências desenvolveram uma corrida armamentista
e espacial, e ainda, dentro desse espírito de disputa enfrentaram crises na América
Central e na Ásia. A hegemonia norte-americana passa a ser central para as relações
internacionais e, assim, não somente na Ásia, mas também na América Central e do
Sul, os EUA promoveram interferências políticas e militares.
O colapso da ordem comunista, ao fim dos anos 1980, início dos anos
1990, marca o fim de um período de extrema rivalidade entre os atores, e
o surgimento de uma nova ordem internacional, pautada pelo liberalismo
econômico. Logo de início, prenuncia-se uma substituição do mundo bipolar por
um momento unipolar. Entretanto, a potência norte-americana nos anos 1980
passa a manifestar um declínio econômico relativo, com o surgimento de novas
potências tecnológicas e comerciais – o Japão e a própria Alemanha unificada.
Outra característica do período são os conflitos que não mais ocorrem em grande
escala, mas em escala regional, envolvendo atores estatais e não estatais.
DICAS
Assista ao vídeo: 1945 a 1946 - A Guerra Fria - A Vida Após Hitler 1. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=4tv4zU2SonM.
NTE
INTERESSA
140
TÓPICO 1 | A GUERRA FRIA: REFLEXOS NA EUROPA, NA ÁSIA, NA ÁFRICA E NA AMÉRICA
141
UNIDADE 3 | A GUERRA FRIA E A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
guerra e a reconstrução de seu país eram prioridades e que essas ações seriam a
base formadora de sua política externa. Foi, portanto, um projeto expansionista
soviético que veio ameaçar o Ocidente, principalmente os Estados Unidos.
Por seu lado, a URSS, junto ao seu processo de reabilitar as suas zonas de
guerra, reflete a movimentação do Ocidente quando, em 1947, cria o bureau de
informação política, por ocasião da Conferência dos Nove Partidos Comunistas
Europeus, bureau este denominado Cominform, que era articulado entre
comunistas búlgaros, romenos, húngaros, tchecos, iugoslavos, poloneses, italianos
e franceses. O bureau funcionava não só como um instrumento de propagação do
comunismo no mundo, mas também como uma forma de controle ideológico
dos partidos comunistas no leste europeu por Moscou. Tal fato demonstrava a
capacidade soviética de influenciar e intervir no Leste Europeu e a adesão de
Stalin à bipolaridade. Ainda dentro desse primeiro período da denominada
Guerra Fria, ressalta-se o bloqueio da cidade de Berlim, realizado em 1948,
estipulado por Stalin como uma forma de reação à Doutrina Truman.
142
TÓPICO 1 | A GUERRA FRIA: REFLEXOS NA EUROPA, NA ÁSIA, NA ÁFRICA E NA AMÉRICA
143
UNIDADE 3 | A GUERRA FRIA E A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
DICAS
144
TÓPICO 1 | A GUERRA FRIA: REFLEXOS NA EUROPA, NA ÁSIA, NA ÁFRICA E NA AMÉRICA
145
UNIDADE 3 | A GUERRA FRIA E A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
NOTA
NOTA
146
TÓPICO 1 | A GUERRA FRIA: REFLEXOS NA EUROPA, NA ÁSIA, NA ÁFRICA E NA AMÉRICA
147
UNIDADE 3 | A GUERRA FRIA E A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
ATENCAO
148
TÓPICO 1 | A GUERRA FRIA: REFLEXOS NA EUROPA, NA ÁSIA, NA ÁFRICA E NA AMÉRICA
NTE
INTERESSA
149
UNIDADE 3 | A GUERRA FRIA E A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
Tais atores procuravam uma equidistância em relação aos dois polos que
norteavam o sistema econômico internacional. Tinham, portanto, como objetivo,
a busca de uma alternativa de inserção internacional independente, autônoma,
sem um alinhamento dirigido. O espírito de Bandung vem em sintonia ao espírito
libertário, que conduzira à independência, no pós-guerra, de diferentes países.
O primeiro conjunto de independências pode ser identificado em um grupo de
países eminentemente asiáticos, já em 1947 (Índia, Paquistão, Birmânia e Ceilão).
A Índia conseguira sua independência dos britânicos, o que resultou na separação
entre hindus e muçulmanos, surgindo, portanto, o Paquistão.
NOTA
150
TÓPICO 1 | A GUERRA FRIA: REFLEXOS NA EUROPA, NA ÁSIA, NA ÁFRICA E NA AMÉRICA
152
TÓPICO 1 | A GUERRA FRIA: REFLEXOS NA EUROPA, NA ÁSIA, NA ÁFRICA E NA AMÉRICA
DICAS
153
UNIDADE 3 | A GUERRA FRIA E A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
dos anos 1960 até o fim dos anos 1990. A Coreia do Norte, por outro lado, após
extensivos bombardeios norte-americanos, foi praticamente destruída em termos
industriais. Após o armistício, o líder norte-coreano, Kim Il-Sung, solicitou
assistência econômica e industrial à URSS e à China, que se tornaram os dois
principais parceiros comerciais e políticos do país.
DICAS
NTE
INTERESSA
154
TÓPICO 1 | A GUERRA FRIA: REFLEXOS NA EUROPA, NA ÁSIA, NA ÁFRICA E NA AMÉRICA
DICAS
155
UNIDADE 3 | A GUERRA FRIA E A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
DICAS
NTE
INTERESSA
Cuba sofre até hoje com o embargo econômico implementado pelos EUA
nos anos 60, mesmo não representando nenhuma ameaça ao país. Durante o governo
Obama houve certo relaxamento das relações tensas entre os atores, mas atualmente, na
gestão Trump, voltam a existir tensões e forte embargos à ilha.
156
TÓPICO 1 | A GUERRA FRIA: REFLEXOS NA EUROPA, NA ÁSIA, NA ÁFRICA E NA AMÉRICA
NOTA
157
UNIDADE 3 | A GUERRA FRIA E A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
NTE
INTERESSA
158
TÓPICO 1 | A GUERRA FRIA: REFLEXOS NA EUROPA, NA ÁSIA, NA ÁFRICA E NA AMÉRICA
NOTA
O Escândalo Watergate
Richard Nixon era membro do partido republicano e candidato à reeleição à Presidência
dos Estados Unidos em 1972. Durante a campanha, o jornal Washington Post denunciou
um assalto ao Comitê do Partido Democrata no complexo de prédios “Watergate” e
verificou-se a tentativa de instalação de aparelhos de escuta, provavelmente com o
objetivo de descobrir a estratégia democrata para as eleições. Durante a investigação do
caso, verificou-se a participação de Nixon no incidente, levando a sua posterior renúncia
em agosto do mesmo ano.
FIGURA – NIXON
DICAS
159
UNIDADE 3 | A GUERRA FRIA E A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
NTE
INTERESSA
DICAS
160
TÓPICO 1 | A GUERRA FRIA: REFLEXOS NA EUROPA, NA ÁSIA, NA ÁFRICA E NA AMÉRICA
161
RESUMO DO TÓPICO 1
• A Guerra Fria teve várias fases, não sendo um período histórico homogêneo e
de fácil compreensão.
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AUTOATIVIDADE
2 Após a guerra iniciou-se uma nova fase das relações internacionais no qual
EUA e URSS assenhorearam-se dos espaços e criaram um condomínio de
poder. Os anos entre 1947 e 1968 evidenciaram a consagrada ordem bipolar.
Stalin não reconstruiria a economia soviética na lógica da abertura comercial
ao Ocidente. Dessa forma, doutrinas, planos e instituições surgiram de
ambos os lados, em um movimento de ação e reação. Desenvolva a temática,
descrevendo-a.
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UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Os últimos momentos da Guerra Fria foram marcados por uma coexistência
e por dissuasão entre as grandes potências, assim como pela gradual necessidade
de reformas políticas e econômicas na URSS. O presente tópico tem como objetivo
discutir os acontecimentos derradeiros do conflito, a emergência de Gorbatchov
na Rússia e o declínio do comunismo ao leste europeu. O primeiro subtópico
trata dos acordos de limitação do uso de armas nucleares, o que já sinalizava que
o conflito estaria próximo do fim. O segundo discute os últimos momentos da
URSS e sua dissolução gradual, a partir das reformas e mudanças implementadas
por Gorbatchov.
2 A DISSUASÃO POSSÍVEL
O relaxamento permanente das tensões entre os atores, denominado
“détente”, pôde já ser percebido a partir de 1970. Após as crises em Berlim, nos
anos 60 e em Cuba, os atores reavaliam o padrão de conduta e de política frente
aos limites impostos, respectivamente, por ambos. A partir de um equilíbrio do
terror acadêmico, de uma corrida espacial, e de uma constante disputa entre
Washington e Moscou, durante uma boa parte dos anos 60, atinge-se uma fase
mais madura do relacionamento entre as superpotências e novos arranjos passam
a ser estabelecidos.
DICAS
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UNIDADE 3 | A GUERRA FRIA E A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
NTE
INTERESSA
O líder soviético, Brezhnev, ficou no poder por décadas tendo que conviver
com diferentes líderes norte-americanos, democratas e republicanos.
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TÓPICO 2 | O FIM DA GUERRA FRIA E O COLAPSO DO COMUNISMO
3 O COLAPSO DO COMUNISMO
As duas últimas décadas do século XX representam um momento de
transição entre a Guerra Fria e uma nova ordem internacional. Assim, separa-se
um momento de bipolaridade com uma nova situação política e econômica, que
pode ser entendida num momento inicial como unipolaridade norte-americana,
mas que avança para múltiplas polaridades na medida em que a União Europeia
se fortalece na Europa e os demais continentes passam por mudanças que levam
à emergência de uma série de lideranças regionais.
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UNIDADE 3 | A GUERRA FRIA E A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
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TÓPICO 2 | O FIM DA GUERRA FRIA E O COLAPSO DO COMUNISMO
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UNIDADE 3 | A GUERRA FRIA E A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
E
IMPORTANT
Por sua vez, a URSS avança para a economia de mercado de forma pouco
organizada, com o processo se espalhando pela Europa Oriental, principalmente
após a queda do Muro de Berlim em 1989. O fenômeno da integração econômica
mundial, dentro de um sentido maior de economia de mercado, passa a ser
identificado como um fenômeno de globalização econômica. O processo de
transição do socialismo para o capitalismo, que vários países atravessam nesse
momento, trouxe mais impacto ao fenômeno da globalização. Outros países do
terceiro mundo também aumentam a sua presença nessa economia a partir dos
anos 1980, buscando diminuir sensivelmente o grau de intervenção governamental
e uma abertura econômica e maior liberalização comercial.
DICAS
NTE
INTERESSA
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TÓPICO 2 | O FIM DA GUERRA FRIA E O COLAPSO DO COMUNISMO
Assim, conclui-se que a crise do socialismo, no fim dos anos 1980, atuou
como um catalisador no poderoso processo de transformação do sistema em
termos políticos e econômicos, abrindo assim um novo espaço nas relações
internacionais. A ordem de Vestfália e o equilíbrio de poder conhecido desde o
século XIX foram colocados em xeque, não só pelas transformações ocorridas, mas
pelo surgimento de outras formas de conflito, mais regionalizadas, envolvendo
etnias ou movimentos nacionalistas.
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UNIDADE 3 | A GUERRA FRIA E A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
NTE
INTERESSA
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RESUMO DO TÓPICO 2
• O fim da Guerra Fria foi marcado pelo colapso gradual do comunismo, não só
na URSS em si, mas em boa parte de suas zonas de influência.
• A queda do Muro de Berlim foi o grande símbolo desse processo, que culminou
com a abertura econômica soviética e com uma série de reformas político-
econômicas no país.
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AUTOATIVIDADE
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UNIDADE 3
TÓPICO 3
A POLÍTICA INTERNACIONAL NA
CONTEMPORANEIDADE
1 INTRODUÇÃO
A política internacional pós-Guerra Fria é marcada majoritariamente pela
ascensão de temas não tradicionais, como a agenda de governança ambiental,
proteção aos direitos humanos, não proliferação de armas nucleares e gestão
econômica. Essa ampliação de temas na agenda internacional foi reflexo dos
esforços dos Estados de manutenção de uma ordem internacional pacífica. Isso
não significa, porém, que os conflitos internacionais findaram – o fim da Guerra
Fria também marca uma mudança na temática de segurança internacional. Se
antes os conflitos eram fortemente marcados por rivalidades e alianças em nível
mundial, agora passam a ter caráter regional.
2 CONFLITOS REGIONAIS
A evolução das relações internacionais no pós-Guerra Fria trouxe diferentes
enfrentamentos, seja no Oriente Médio, na Ásia ou na África, caracterizados pelo
envolvimento de questões étnicas ou envolvendo nacionalismos reprimidos,
ou com dinâmicas regionais próprias. Nesse sentido, passamos a ver conflitos
no Oriente Médio, como conflitos no Líbano, a guerra Irã-Iraque (1980-1988),
a guerra do Golfo (1990-1991), a continuação do conflito árabe-israelense, na
África, conflitos envolvendo etnias e tribos e no leste europeu, tensões na região
balcânica.
Em Serra Leoa, o conflito foi decorrente de uma crise política que durava
desde a independência do país, em 1961. A violência nos processos eleitorais,
além da má administração governamental, levou à população a recorrer a grupos
extremistas armados, como a Frente Revolucionária Unida, que toma o controle do
país. O conflito teve fim formalmente em 2002, mas as consequências econômicas
e sociais perduram até os dias atuais no país.
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TÓPICO 3 | A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
onda de violência à África do Sul, tanto por parte do governo, quanto por parte
dos movimentos de resistência. A crescente oposição no fim da década de 1980,
somada à série de embargos econômicos impostos ao país por parte das grandes
potências, levou à vitória do Congresso Nacional Africano nas eleições de 1994,
liderado por Nelson Mandela.
3 GUERRA AO TERROR
Os Estados Unidos pós-Guerra Fria tornaram-se a única superpotência
do mundo. Para muitos era considerado o fim da história e o surgimento de um
período de paz e harmonia, no qual a potência norte-americana lideraria o restante
do mundo no avanço rumo à democracia e à prosperidade. Nesse sentido, Estados
considerados “delinquentes” deveriam estar sob o controle da superpotência. O
desenvolvimento da sociedade e de suas diferentes formas de governo deveriam
ter como meta a democracia liberal e o capitalismo de mercado. O que se pôde
comprovar é que considerável parte do sistema não pretendia estar sob a égide
norte-americana.
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TÓPICO 3 | A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
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UNIDADE 3 | A GUERRA FRIA E A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
NTE
INTERESSA
alguns atores – EUA, Reino Unido e Espanha – pressionavam por outra resolução,
outros atores – França, Rússia e China – acreditavam que os inspetores de armas
deveriam permanecer mais tempo antes de qualquer ação militar.
4 O PAPEL DO ESTADO-NAÇÃO
Deve-se considerar, após os anos 1990, que a construção de uma nova
ordem internacional, tanto em dimensões políticas quanto econômicas, trazem
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UNIDADE 3 | A GUERRA FRIA E A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
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TÓPICO 3 | A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
FIGURA 17 – RIO 92
Os conflitos que surgem nessa nova ordem que emerge no século XXI são
conflitos que refletem a transição de poder e o surgimento de novas potências
como a China, como a Rússia, recuperada de uma prolongada crise econômica
e com o surgimento de novas coalizões, como os BRICS. A partir de 2001, essa
cooperação envolvendo Brasil, Rússia, Índia, China e, posteriormente, África
do Sul, traz a ideia de um grupo de países em desenvolvimento com potencial
significativo para um crescimento econômico e para investimentos estrangeiros.
O que inicialmente era apenas um acrônimo evoluiu para uma coalizão política e
um esforço cooperativo entre esses países considerados emergentes.
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UNIDADE 3 | A GUERRA FRIA E A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
FIGURA 18 – BRICS
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TÓPICO 3 | A POLÍTICA INTERNACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE
LEITURA COMPLEMENTAR
Geopolítica e fragmentação
Exterminação e terrorismo
o grupo de Osama Bin Laden (como também foram os EUA que financiaram e
contrataram Saddam Hussein para atacar o Irã).
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RESUMO DO TÓPICO 3
• O papel das Nações Unidas também passa a ser mais relevante e as instituições
internacionais tornam-se atores importantes da política internacional.
• O fim do século XX e início do século XXI também marca a expansão dos temas
da agenda internacional, que se torna menos baseada no papel do Estado-
nação Westfaliano tradicional e mais aberta a temáticas como meio ambiente,
direitos humanos, questões de gênero etc. e a atores para além do Estado, como
organizações internacionais, empresas, grupos transnacionais e a sociedade
civil como um todo.
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AUTOATIVIDADE
3 Deve-se considerar, após os anos 90, que a construção de uma nova ordem
internacional, tanto em dimensões políticas quanto econômicas, trazem um
novo papel para o Estado-nação. Como entender as novas dimensões que
afetam o ator estatal?
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REFERÊNCIAS
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HOBSBAWM, E. J. A era das revoluções: 1789 – 1848. São Paulo: Paz e Terra,
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HOBSBAWM, ERIC J. A era do Capital: 1848 – 1875. São Paulo: Paz e Terra,
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HOBSBAWM, ERIC J. A era dos Impérios: 1875 – 1914. São Paulo: Paz e Terra,
2016c.
192
JOFFE, G. A Primavera Árabe no Norte de África: origens e perspectivas de
futuro. Relações Internacionais, Lisboa, n. 30, p. 85-116, jun. 2011. Disponível
em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-
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PARKER, P. História mundial. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor Ltda., 2011.
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SARAIVA, J. F. S. (Org.) Relações Internacionais: entre a preponderância
europeia e a emergência americano-soviética (1815-1947). Vol. I. Coleção
Relações Internacionais, Brasília, IBRI, 2001.
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