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SUMÁRIO
Agentes públicos .................................................................................................................................. 3
Conceito............................................................................................................................................ 3
Classificação dos agentes públicos................................................................................................... 3
Agentes Políticos .......................................................................................................................... 3
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS POR REGIME JURÍDICO................................................... 5
SERVIDORES ESTATAIS (SERVIDOR PÚBLICO) ............................................................................ 5
REGIME JURÍDICO ÚNICO. EC Nº19 E MULTIPLICIDADE DE REGIMES. ......................................... 5
ADI 2.135/2008 ........................................................................................................................... 5
Servidores Temporários ................................................................................................................ 7
EMPREGADOS PÚBLICOS - REGIME CELETISTA FEDERAL - LEI 9.962/2000 ............................ 10
AGENTES PARTICULARES EM COLABORAÇÃO ............................................................................... 11
REQUISITADOS OU AGENTES HONORÍFICOS ............................................................................... 11
VOLUNTÁRIOS ............................................................................................................................ 11
DELEGADOS ................................................................................................................................ 11
AGENTES CREDENCIADOS .......................................................................................................... 11
AGENTES DE FATO .......................................................................................................................... 12
AGENTES DE FATO NECESSÁRIOS ............................................................................................... 12
AGENTES DE FATO PUTATIVOS ................................................................................................... 12
CARGO PÚBLICO ............................................................................................................................. 12
CRIAÇÃO E EXTINÇÃO DE CARGOS ............................................................................................. 12
DELEGAÇÃO PARA CRIAÇÃO E EXTINÇÃO DE CARGOS .............................................................. 13
OBSERVAÇÕES: CRIAÇÃO DE EMPREGO PÚBLICO E ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO .... 13
CARREIRA, CLASSE E QUADRO ................................................................................................... 14
FUNÇÃO PÚBLICA ....................................................................................................................... 15
TIPOS DE CARGOS: VITALÍCIO; EFETIVO; EM COMISSÃO. .......................................................... 15
NEPOTISMO .................................................................................................................................... 15
NEPOTISMO CRUZADO OU TRANSVERSO .................................................................................... 16
PROVIMENTO DE CARGOS .............................................................................................................. 16
PROVIMENTO ORIGINÁRIO: NOMEAÇÃO ..................................................................................... 16
PROVIMENTOS DERIVADOS ........................................................................................................ 16
PROVIMENTO DERIVADO VERTICAL: PROMOÇÃO ...................................................................... 16
ASCENÇÃO TRANSPOSIÇÃO E ACESSO ........................................................................................ 17
PROVIMENTO DERIVADO HORIZONTAL ...................................................................................... 17
READAPTAÇÃO ........................................................................................................................... 17
TRANSFERÊNCIA ......................................................................................................................... 17
PROVIMENTOS DERIVADOS DE REINGRESSO .............................................................................. 17

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REINTEGRAÇÃO .......................................................................................................................... 17
RECONDUÇÃO ............................................................................................................................. 17
REVERSÃO .................................................................................................................................. 18
APROVEITAMENTO ..................................................................................................................... 18
NOMEAÇÃO; POSSE E EXERCÍCIO ............................................................................................... 18
FORMAS DE DESLOCAMENTO DO SERVIDOR: REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO ............................ 18
REMOÇÃO ................................................................................................................................... 18
REDISTRIBUIÇÃO ........................................................................................................................ 19
FORMAS DE DESINVESTIDURA: EXONERAÇÃO E DEMISSÃO .......................................................... 19
EXONERAÇÃO ............................................................................................................................. 19
DEMISSÃO ................................................................................................................................... 19
EFEITOS DO PAD ........................................................................................................................ 19
VACÂNCIA .................................................................................................................................. 20
CONCURSO PÚBLICO ...................................................................................................................... 20
ACESSIBILIDADE ......................................................................................................................... 20
BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS ................................................................................... 20
ESTRANGEIROS ........................................................................................................................... 21
PORTUGUESES EQUIPARADOS .................................................................................................... 21
CARACTERÍSTICAS E PRINCÍPIOS DO CONCURSO PÚBLICO ....................................................... 21
CONTEÚDO E ALCANCE DO CONCURSO PÚBLICO: ..................................................................... 21
VEDAÇÕES NO CONCURSO PÚBLICO .......................................................................................... 22
JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................................................ 22
EXCEÇÕES AO CONCURSO PÚBLICO .......................................................................................... 23
CONSELHOS PROFISSIONAIS ....................................................................................................... 23
REQUISITOS DO CONCURSO ............................................................................................................ 23
CRITÉRIOS DISCRIMINATÓRIOS .................................................................................................. 23
ATO AUTORIZATIVO ESTATAL ................................................................................................... 23
MOMENTO PARA COMPROVAR OS REQUISITOS EXIGIDOS ......................................................... 24
IDADE .......................................................................................................................................... 24
INDEFERIMENTO DA INSCRIÇÃO ................................................................................................. 24
TAXA DE INSCRIÇÃO ................................................................................................................... 25
LIMITAÇÃO GEOGRÁFICA ........................................................................................................... 25
NEGROS (LEI 12.990/2014) ....................................................................................................... 26
DEFICIENTES (LEI 7.853/1999 E DECRETO 3.298/99) .............................................................. 26
EXAME PSICOTÉCNICO................................................................................................................ 27
ALTERAÇÕES NO EDITAL ............................................................................................................ 27
VALIDADE DO CONCURSO .......................................................................................................... 27
FORMALIZAÇÃO DO EDITAL DO CONCURSO PÚBLICO ................................................................ 27
JURISPRUDÊNCIA RECENTE......................................................................................................... 27

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AGENTES PÚBLICOS
CONCEITO
“É o conjunto de pessoas que, a qualquer título, exercem uma função pública como
preposto do Estado”. (José dos Santos Carvalho Filho) “A qualquer título” significa que não é
só a pessoa que recebe remuneração é considerada agente público, mas toda pessoa –
ainda que sem remuneração – exerça uma função pública.
Deve estar exercendo uma atividade pública, ainda que indiretamente (a exemplo dos que
trabalham nos serviços internos), como preposto do Estado, por exemplo, concessionárias de
serviço público. O art. 2º da Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92 – LIA) traz o
conceito de agente público, para fins de sanção por ato ímprobo.
“Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função
nas entidades mencionadas no artigo anterior.”
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS
AGENTES POLÍTICOS
“Agentes políticos são aqueles que concretizam a vontade superior do Estado. O regime
jurídico desses agentes, geralmente, vem da CF ou de leis especiais.”
Ø Chefes do Poder Executivo e membros do Poder Legislativo
Em regra, os agentes políticos - que estão na esfera de decisão superior do Estado que vai
disciplinar as demais manifestações do Poder Público – são os Chefes do Poder Executivo, e
seus auxiliares imediatos (ministros e secretários) e membros do Legislativo.
O vínculo desses agentes se dá por nomeação (exemplo, um secretário nomeado pelo
Governador do Estado-Membro) ou por escolha popular. O entendimento da doutrina,
portanto, é que o Poder Judiciário está excluído desse campo (agentes políticos). Todavia não
é esse o entendimento dos Tribunais.
Ø Poder Judiciário e MP
Os Tribunais Superiores compreendem que os Membros da Magistratura e do Ministério
Público também são agentes políticos. O vínculo jurídico desses agentes (Juízes e MP) se dá
por concurso público (diferentemente os agentes políticos do Executivo e Legislativo).
A Jurisprudência diz que a Magistratura e o MP têm caráter de serviços públicos especiais
até porque os seus direitos e deveres estão em normas especiais. É importante lembrar que a
EC nº 19 trouxe, para fins remuneratórios, uma equiparação dos agentes políticos MP e
Magistratura.
O Supremo já se manifestou nesse sentido porquanto tem uma visão mais ampla em
relação aos agentes políticos. No RE 228977 o STF se posicionou no sentido de que, em razão
da liberdade e da autonomia funcional dos Juízes e Promotores (e Procuradores da República),
a atividade do Poder Judiciário e do MP é diferente daquela exercida pelo Executivo e
Legislativo.
1. Recurso extraordinário. Responsabilidade objetiva. Ação
reparatória de dano por ato ilícito. Ilegitimidade de parte passiva.
2. Responsabilidade exclusiva do Estado. A autoridade judiciária não
tem responsabilidade civil pelos atos jurisdicionais praticados. Os

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magistrados enquadram-se na espécie agente político, investidos


para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de
plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com
prerrogativas próprias e legislação específica.
3. Ação que deveria ter sido ajuizada contra a Fazenda Estadual -
responsável eventual pelos alegados danos causados pela autoridade
judicial, ao exercer suas atribuições -, a qual, posteriormente, terá
assegurado o direito de regresso contra o magistrado responsável,
nas hipóteses de dolo ou culpa.
4. Legitimidade passiva reservada ao Estado. Ausência de
responsabilidade concorrente em face dos eventuais prejuízos
causados a terceiros pela autoridade julgadora no exercício de suas
funções, a teor do art. 37, § 6º, da CF/88.
5. Recurso extraordinário conhecido e provido.
Ø MEMBROS DOS TRIBUNAIS DE CONTAS
O Supremo Tribunal Federal (STF) já declarou em reiteradas decisões que Conselheiro de
Tribunal de Contas do Estado não é uma exceção à Súmula Vinculante Nº 13, ou seja, é sim
atingindo pelos princípios constitucionais que condenam a prática de nepotismo.
O caso foi pacificado quando do julgamento do RE 579.951/RN, que teve como relator o
ministro Ricardo Lewandowski, e que serviu como base para edição da exemplar Súmula
Vinculante Nº 13, declarando “a prática de nepotismo no âmbito dos três poderes da República
afronta à Lei Maior”.
Na Súmula, o Supremo faz distinção entre o “cargo estritamente administrativo” e o “cargo
político”, declarando na ocasião nulo o ato de nomeação de motorista, e nas conformidades da
lei um ato de nomeação de um secretário municipal de Saúde. Este por ser considerado um
agente político.
A função de Conselheiro de TCE, porém, se enquadra, segundo a Súmula do Supremo,
como “cargo estritamente administrativo”, sendo a prática, caso a nomeação seja feita por
parente, um caso de nepotismo.
Esse fato fica explícito e foi ratificado em análise preliminar durante a apreciação do
agravo de instrumento interposto contra decisão monocrática que manteve na função de
conselheiro o irmão do então governador do Paraná, Roberto Requião.
Na análise, o ministro relator, Ricardo Lewandowski, - o mesmo que relatou o RE
579.951/RN - sustentou em seu voto que “o plenário enfrentou situação semelhante à deste
caso”, ao da análise da indicação do irmão de Roberto Requião para conselheiro do TCE”, e que
o entendimento era o de que a situação em análise enquadrava-se como prática de nepotismo.
Em seu voto, seguido de forma unânime por outros 6 dos 11 ministros que compõem a
Corte - os demais não estavam presentes -, Lewandowski citou inúmeros doutrinadores para
fundamentar sua posição contrária ao enquadramento de Conselheiro de TCE na categoria de
“agente político”, estes sim, fora do alcance da Súmula Vinculante Nº 13, salvo, “nas exceções”
de nepotismo cruzado ou pratica ilegal.
Entre os doutrinadores citados no voto estão Marçal Justen Filho, Maria Sylvia Zanella Di
Pietro e Celso Antônio Bandeira de Mello. O trio é enfático ao distinguir agente político de
administrativo.
“São agentes políticos apenas o presidente da República,
governadores, prefeitos, e respectivos vices, os auxiliares imediatos
dos chefes de executivo, isto é, ministros e secretários das diversas
pastas, bem como os senadores, deputados federais e estaduais e os
vereadores”, diz o entendimento de Celso Antônio Bandeira de Mello,
em trecho transcrito no voto de Lewandowski.

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Em outra passagem do voto do magistrado, ele lembra que “ao examinar a natureza do
cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas, de seu turno, Maria Sylvia Zanella Di Pietro,
também conclui que este não se enquadra no conceito de agente político, uma vez que exerce a
função de auxiliar do Legislativo no controle da Administração Pública”.
“Em suas atribuições constitucionais, nada se encontra que justifique
a sua inclusão entre as funções de governo; não participam, direta ou
indiretamente, das decisões governamentais”, volta a transcrever o
magistrado trecho de outro doutrinador, desta vez de Di Pietro.
Com isso, decidiu que a nomeação do irmão para o cargo de Conselheiro, feito pelo então
governador do Paraná era uma “afronta direta aos mais elementares princípios republicanos”.
Com base nesta fundamentação sustou, de imediato, os efeitos da nomeação de Maurício
Requião.
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS POR REGIME JURÍDICO
Servidor Estatutário Geral: é aquele regido pela Lei 8.112 (Estatuto Geral dos
Servidores Públicos);
Empregado Público: seu vínculo é contratual e regido, predominantemente, pela CLT
(Lei 9.962/2000, na esfera Federal; CLT e Contrato).
Regime especial: temporário, com fundamento no art. 37, IX da CF.
SERVIDORES ESTATAIS (SERVIDOR PÚBLICO)
Definição por exclusão: Servidor Estatal (Público) é o agente público que não se enquadra
na definição de agente político nem como particulares em colaboração com o Estado. A natureza
de sua relação com o Estado é profissional, de caráter permanente (não eventual); desempenha
uma profissão – função pública - com relação jurídica de trabalho.
O Servidor Público em geral está em um cargo público ou em uma função pública; pertence
à Administração Direta ou Indireta e seu vínculo se dá por meio de lei. O regime jurídico do
Servidor consta da CF a qual estabelece que seu detalhamento seja feito por lei. Pergunta-se:
um mesmo ente pode ter várias categorias de agentes? Ou seja, ter servidores da lei geral e
empregados regidos pela CLT?
REGIME JURÍDICO ÚNICO. EC Nº19 E MULTIPLICIDADE DE REGIMES.
ADI 2.135/2008
A CF/88, até a EC 19 estabelecia um regime jurídico único. Assim, a União, os Estados e
Municípios deveriam optar entre ter uma lei específica (estatuto) a reger seus Servidores (que
seriam estatutários) ou, não ter lei alguma e seguir a CLT. A União e os Estados optaram por lei
específica, para melhor gerir seu corpo de funcionários. Os Municípios, em regra, optaram pelo
regime celetista (CLT). Em 1998, a EC 19 estabeleceu a possibilidade de regimes múltiplos
(estatutários e celetistas) às pessoas jurídicas de Direito Público.
Entretanto, essa regra não se aplicou às pessoas jurídicas de direito privado – que
atuam pelo Poder Público – porque para estas o regime sempre foi o celetista. O STF, na ADI
2.135/2008 (em medida cautelar), suspendeu a eficácia dessa regra da multiplicidade de
regimes, por inconstitucionalidade formal da EC19 (a aprovação deveria ser, em cada Casa
do Congresso, em 2 turnos, por 3/5 de seus membros; mas, em um dos turnos não houve
aprovação, pelo quórum exigido, na Câmara dos Deputados).
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e
planos de carreira para os servidores da administração pública
direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADI nº 2.1354)

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Medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade. Poder


constituinte reformador. Processo legislativo. Emenda constitucional
19 de 04.06.1998. Art. 39, caput, da constituição federal servidores
públicos. Regime jurídico único. Proposta de implementação, durante
a atividade constituinte derivada, da figura do contrato de emprego
público. Inovação que não obteve a aprovação da maioria de três
quintos dos membros da câmara dos deputados quando da
apreciação, em primeiro turno, do destaque para votação em
separado (dvs) nº 9. Substituição, na elaboração da proposta levada
a segundo turno, da redação original do caput do art. 39 pelo texto
inicialmente previsto para o parágrafo 2º do mesmo dispositivo, nos
termos do substitutivo aprovado. Supressão, do texto constitucional,
da expressa menção ao sistema de regime jurídico único dos
servidores da administração pública. Reconhecimento, pela maioria
do plenário do supremo tribunal federal, da plausibilidade da
alegação de vício formal por ofensa ao art. 60, § 2º, da constituição
federal. Relevância jurídica das demais alegações de
inconstitucionalidade formal e material rejeitada por unanimidade.
1. A matéria votada em destaque na Câmara dos Deputados no DVS
nº 9 não foi aprovada em primeiro turno, pois obteve apenas 298
votos e não os 308 necessários. Manteve-se, assim, o então vigente
caput do art. 39, que tratava do regime jurídico único, incompatível
com a figura do emprego público.
2. O deslocamento do texto do § 2º do art. 39, nos termos do
substitutivo aprovado, para o caput desse mesmo dispositivo
representou, assim, uma tentativa de superar a não aprovação do
DVS nº 9 e evitar a permanência do regime jurídico único previsto na
redação original suprimida, circunstância que permitiu a
implementação do contrato de emprego público ainda que à revelia
da regra constitucional que exige o quórum de três quintos para
aprovação de qualquer mudança constitucional.
3. Pedido de medida cautelar deferido, dessa forma, quanto ao caput
do art. 39 da Constituição Federal, ressalvando-se, em decorrência
dos efeitos ex nunc da decisão, a subsistência, até o julgamento
definitivo da ação, da validade dos atos anteriormente praticados
com base em legislações eventualmente editadas durante a vigência
do dispositivo ora suspenso.
4. Ação direta julgada prejudicada quanto ao art. 26 da EC 19/98,
pelo exaurimento do prazo estipulado para sua vigência.
5. Vícios formais e materiais dos demais dispositivos constitucionais
impugnados, todos oriundos da EC 19/98, aparentemente
inexistentes ante a constatação de que as mudanças de redação
promovidas no curso do processo legislativo não alteraram
substancialmente o sentido das proposições ao final aprovadas e de
que não há direito adquirido à manutenção de regime jurídico
anterior. 6. Pedido de medida cautelar parcialmente deferido.
Portanto, a situação, hoje, está da seguinte forma:
• Até a data da MEDIDA CAUTELAR NA ADI 2.135, em março/2008: regimes
múltiplos;
• Após a cautelar: com a suspensão da eficácia da EC 19, voltou a vigorar o regime
único, com a vedação de criação de novos regimes para contratação de
servidores.

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Atenção: a CRFB/88, desde sua redação original, sempre trouxe a previsão dos
temporários, contratados pelo Estado e que são regidos por lei especial. Portanto, a própria CF,
desde o início, traz uma duplicidade de regimes.
SERVIDORES TEMPORÁRIOS
A CF, em seu art. 37, inciso IX estabelece a forma e os requisitos de contratação
temporária.
Art. 37, IX CF- a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público; (...).
Requisitos:
Ø Lei específica: o dispositivo acima é uma norma de eficácia limitada, pois necessita
de uma lei específica que venha a estabelecer os casos de contratação temporária.
No âmbito federal alei que trata do assunto é a Lei 8.745/93.
Ø Necessidade temporária: deve ter tempo determinado, caso contrário, a contratação
deve ser feita por concurso para cargos efetivos.
Ø NÃO EXIGE CONCURSO PÚBLICO. Trata-se de “silêncio eloquente” da Constituição.
É um requisito negativo, mas nada impede que o ente público, o qual pretenda
contratar temporários, realize concurso (pode não ser viável, pois é uma situação
para atender a uma necessidade temporária). A lei 8.745 estabelece um “processo
seletivo simplificado” para a contratação de servidores temporários, mas apenas na
esfera federal, não podendo tal exigência ser imposta no âmbito estadual.
Ø Observações quanto ao primeiro requisito (lei específica):
I. Trata-se de um regime especial, ou seja, os temporários não são celetistas conforme
decisão do STJ no REsp. 573.202 Ag. 38.459.
Administrativo. Processual civil. Agravo regimental no recurso
especial. Servidor público municipal. Contratação temporária.
Vínculo jurídico administrativo inafastável. Emenda constitucional
19/98. Pluralidade de regimes jurídicos. Suspensao dos efeitos pelo
STF. Inexistência de relação celetista. Fgts. Pagamento.
Impossibilidade. Agravo não provido.
1. A contratação temporária de trabalho, nos termos do art. 37, IX,
da CF, tem natureza nitidamente administrativa, excluindo-se a
competência da Justiça do Trabalho para a apreciação dos feitos
relativos a esse vínculo.
2. A Emenda Constitucional 19/98, que permitia a pluralidade de
regimes jurídicos pela Administração, foi suspensa, nesse ponto, pelo
Supremo Tribunal Federal, impossibilitando a contratação de
servidor público pelo regime trabalhista (ADI 2.135- MC/DF).
3. O Supremo Tribunal Federal adotou o entendimento de que a mera
prorrogação do prazo de contratação de servidor temporário não é
capaz de transmudar o vínculo administrativo que este mantinha
com o Estado em relação de natureza trabalhista (RE 573.202/AM,
Rel. Min. RICARDO LEWANDOWISKI).
4. Agravo regimental não provido.
II. Pergunta-se: qual a consequência se a contratação de temporários foi feita com base
em uma lei declarada inconstitucional – ou se a contratação foi contrária à própria norma
editada pelo ente contratante? O servidor passará a ser regido pela CLT (será celetista). Tal
situação gerou certa celeuma porque, de acordo com o primeiro entendimento do STJ, a

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competência das ações - envolvendo tais servidores temporários - passaria a ser da Justiça do
Trabalho e não da Justiça Comum.
Entretanto o STF decidiu que a competência, nesses casos, será sempre da Justiça comum
(Federal ou Estadual) independente da validade do vínculo.
STF - Recl. 4.351/2015:
Contratação de servidores temporários e competência.
A justiça comum é competente para processar e julgar causas em que
se discuta a validade de vínculo jurídico-administrativo entre o poder
público e servidores temporários. Esse o entendimento do Plenário
que, em conclusão e por maioria, deu provimento a agravo
regimental e julgou procedente pedido formulado em reclamação
ajuizada com o objetivo de suspender ação civil pública proposta pelo
Ministério Público do Trabalho perante vara trabalhista. No caso, o
“parquet” pretendia a anulação de contratações e de
credenciamentos de profissionais — ditos empregados públicos —
sem a prévia aprovação em concurso público. Alegava-se afronta ao
que decidido pelo STF na ADI 3.395 MC/DF (DJU de 10.11.2006),
tendo em conta que o julgamento da lide competiria à justiça comum
— v. Informativo 596. O Colegiado asseverou que a orientação
firmada na decisão paradigma seria no sentido de competir à justiça
comum o julgamento de litígios baseados em contratação
temporária para o exercício de função pública, instituída por lei local
em vigência antes ou depois da CF/1988. Isso não atrairia a
competência da justiça trabalhista a alegação de desvirtuamento do
vínculo. Assim, a existência de pedidos fundados na CLT ou no FGTS
não descaracterizaria a competência da justiça comum. Por fim, o
Tribunal deliberou anular os atos decisórios até então proferidos
pela justiça laboral e determinar o envio dos autos da ação civil
pública à justiça comum competente. Vencidos os Ministros Marco
Aurélio (relator) e Rosa Weber, que negavam provimento ao agravo.
Rcl 4351 MC-AgR/PE, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão
Min. Dias Toffoli, 11.11.2015. (Rcl-4351 MC-AgR)
III. Limite temporal (ex.: SIVAM – Serviço de Vigilância na Amazônia; a lei trazia o limite
05 anos).
IV. Outro exemplo é o dos temporários nas Forças Armadas (até 09 anos, pois quando o
agente atinge 10 anos de serviço é estabilizado). Conforme o Supremo3, ainda que
ultrapassados os 10 anos, o servidor temporário não se estabiliza porque o vínculo já nasceu
precário. Se, eventualmente, for considerado algum vínculo, este será trabalhista.
V. As remunerações recebidas, na prorrogação do prazo, não serão devolvidas porque o
agente trabalhou; o contrário geraria enriquecimento sem causa, por parte do Estado
(entendimento, inclusive, do TCU).
VI. A lei 8.745/93 proíbe a recontratação dois anos do término da contratação anterior,
desde que do mesmo órgão, segundo interpretação da doutrina.
Art. 9º O pessoal contratado nos termos desta lei não poderá:
I - receber atribuições, funções ou encargos não previstos no
respectivo contrato;
II - ser nomeado ou designado, ainda que a título precário ou em
substituição, para o exercício de cargo em comissão ou função de
confiança;
III - ser novamente contratado, com fundamento nesta Lei, antes de
decorridos 24 (vinte e quatro) meses do encerramento de seu
contrato anterior, salvo nas hipóteses dos incisos I e IX do art. 2º
desta Lei, mediante prévia autorização, conforme determina o art. 5º

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desta Lei. (Inciso com redação dada pela Lei nº 11.784, de


22/9/2008)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.784, de 22/9/2008)
VII. A Lei 8.745/93 (art. 6º.) também veda a contratação temporária de servidores da
ativa.
Art. 6º É proibida a contratação, nos termos desta Lei, de servidores
da Administração direta ou indireta da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, bem como de empregados ou
servidores de suas subsidiárias e controladas.
Com relação ao servidor público aposentado, no entanto, o STJ entende que não há
vedação à contratação temporária porque o servidor aposentado não estará exercendo um
cargo público e, sim, em uma função pública temporária. Assim, não haverá cumulação de
regimes (pois o segundo regime será o celetista) nem cumulação de cargos. REsp. 1.298.503 de
2015:
Administrativo. Mandado de segurança. Possibilidade de cumulação
de proventos de aposentadoria de emprego público com
remuneração proveniente de contratação temporária. Possibilidade.
Arts. 118, § 3º, da lei n. 8.112/1990 e 6º da lei n. 8.745/1993. Ausência
de vedação legal.
1. Discute-se na presente ação mandamental a possibilidade de a
impetrante, servidora aposentada, poder cumular seus proventos
com a remuneração proveniente de exercício de cargo temporário.
2. A impetrante, ora recorrida, candidata aprovada em processo
seletivo simplificado destinado à contratação temporária de técnicos
de nível superior para o Ministério do Meio Ambiente, insurgiu-se
contra ato do Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas da referida
Pasta, o qual proferiu despacho informando a impossibilidade de sua
contratação temporária, em razão de ela ser empregada pública
aposentada da Embrapa, empresa pública federal, o que encontraria
óbice no disposto no art. 6º da Lei n. 8.745/1993.
3. Preceitua o art. 118, § 3º, da Lei n. 8.112/1990 que, se considera
"acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo ou
emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando
os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis
na atividade", do qual se infere que a vedação nele contida diz
respeito apenas à acumulação com remuneração de cargo ou
emprego público efetivo, categorias nas quais não se insere a função
pública exercida por força de contratação temporária, preenchida
via processo seletivo simplificado.
4. O art. 6º da Lei n. 8.745/1993 dispõe que "É proibida a contratação,
nos termos desta Lei, de servidores da Administração direta ou
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
bem como de empregados ou servidores de suas subsidiárias e
controladas". Não se extrai de sua redação nenhuma restrição aos
servidores inativos.
5. Inexistente expressa vedação legal que impeça a acumulação de
proventos de aposentadoria no RGPS, ainda que em emprego público,
com remuneração de função pública, natureza de que se reveste o
conjunto de atribuições exercidas por força de contratação
temporária, há que se manter a segurança concedida. Recurso
especial improvido. RELATOR: MINISTRO HUMBERTO MARTINS
(STJ) Brasília (DF), 07 de abril de 2015 (Data do Julgamento).

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EMPREGADOS PÚBLICOS - REGIME CELETISTA FEDERAL - LEI 9.962/2000


Em 2000, a União aprovou a lei 9.962 que é uma norma federal, não aplicável aos demais
entes; a CLT é aplicada subsidiariamente.
É importante ressaltar que os demais entes não podem aprovar uma legislação específica
porque apenas a União pode legislar em matéria de Direito do Trabalho (competência privativa
da União, art. 22, I da CF).
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário,
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (...).
OBSERVAÇÃO: o cargo em comissão na esfera federal é regulado pela lei 8112, embora
esteja vinculado ao RGPS.
ELEMENTOS DO VÍNCULO
Ø Natureza contratual;
Ø Recrutamento por Concurso Público (diferente dos temporários);
Ø Prazo indeterminado
MOTIVOS LEGAIS DE DISPENSA
Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deu provimento
parcial, ao Recurso Extraordinário (RE) 589998, para assentar que é obrigatória a motivação
da dispensa unilateral de empregado por empresa pública e sociedade de economia mista
tanto da União, quanto dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
SERVIDORES EM ENTES DE DIREITO PRIVADO
Atuam na Administração Indireta em regime de Direito Privado (ex.: CEF);
obrigatoriamente, são celetistas; não gozam da estabilidade que os servidores estatutários
possuem e a dispensa pode ser imotivada. A Competência para resolver os litígios é da Justiça
do Trabalho.
Súmula 390 do TST: Estabilidade. Art. 41 da CF/1988. Celetista.
Administração direta, autárquica ou fundacional. Aplicabilidade.
Empregado de empresa pública e sociedade de economia mista.
Inaplicável. (Conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 229 e
265 da SDI-1 e da Orientação Jurisprudencial nº 22 da SDI-2 - Res.
129/2005, DJ 20.04.2005)
I - O servidor público celetista da administração direta, autárquica
ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da
CF/1988. (ex-OJ nº 265 da SDI-1 - Inserida em 27.09.2002 e ex-OJ nº
22 da SDI-2 - Inserida em 20.09.00)
II - Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia
mista, ainda que admitido mediante aprovação em concurso público,
não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-Oj
nº 229 - Inserida em 20.06.2001)
AI 648.453 – STF: "Ambas as Turmas desta Corte possuem
entendimento no sentido de que os empregados admitidos por
concurso público em empresa pública ou sociedade de economia
mista podem ser dispensados sem motivação, porquanto aplicável a
essas entidades o art. 7º, I, da Constituição" (AgR-AI 648.453). [Art.
7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social: I - relação de emprego
protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos;].

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Servidores em entes de Direito Privado são, no entanto, equiparados aos servidores


públicos no seguinte:
Ø Ingressam por concurso público;
Ø Não acumulação de emprego, salvo as constitucionais;
Ø Submetem-se ao Teto Remuneratório;
Ø Funcionário públicos para fins penais;
Ø Estão submetidos à Lei de Improbidade Administrativa
OBSERVAÇÃO: Segundo o Supremo, os Correios exercem uma atividade econômica, mas
com monopólio estatal e as regras de Direito Público prevalecem sobre as de direito privado;
assim, a dispensa dos empregados dos Correios exige motivação.
AGENTES PARTICULARES EM COLABORAÇÃO
São particulares que foram requisitados para o desempenho de uma função pública. Hely
Lopes Meireles, dentro dessa categoria, subdividiu em agentes honoríficos, agentes delegados,
agentes credenciados e gestores de negócio público (voluntários).
REQUISITADOS OU AGENTES HONORÍFICOS
Os primeiros agentes particulares colaboradores, são os colaboradores por compulsão.
São os requisitados pela Administração Pública mediante ato unilateral, fundado em lei, para
desempenhar certa função ou executar determinado serviço. Desses agentes são exemplos os
jurados (componentes do Conselho de Sentença do Tribunal do Júri), os mesários eleitorais, os
escrutinadores (componentes das juntas apuradoras de votos) e os convocados para a
prestação de serviço militar obrigatório.
VOLUNTÁRIOS
Outra categoria de agentes de colaboração são os gestores de negócios públicos, os
quais, na eventual falta ou impedimento de autoridades constituídas ou de agentes regulares,
assumem espontânea e validamente a gestão de atividades públicas em situações de
emergência, como por exemplo, em casos de enchentes, incêndios, epidemias, ou no caso de
prisão de um criminoso.
DELEGADOS
Por último, temos como agentes delegados ou de colaboração; os concessionários e os
permissionários de obras e serviços públicos, os quais realizam as incumbências que lhes
foram delegadas em nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo normas impostas pelo
Poder Público e sob a permanente supervisão e fiscalização da entidade delegante.
Também são agentes de colaboração, os titulares de serventias não oficializadas
incumbidos dos serviços notariais e de registros públicos (artigo 236 da CF e Lei nº 8.935/94)
AGENTES CREDENCIADOS
Os agentes credenciados são aqueles que, em razão de suas aptidões singulares, são
credenciados para desempenho de uma função pública. Exemplo da doutrina é advogado
famoso contratado pelo Estado para atuar em nome dele em Tribunal Internacional. Se vai
receber ou não, não é importante porque enquanto estiver credenciado para esta função ele
será considerado como agente público. Isso é importante porque a lei de improbidade prevê
um conceito amplo de agente público.

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AGENTES DE FATO
AGENTES DE FATO NECESSÁRIOS
São aqueles chamados pela Administração em situações excepcionais, ex.: guerras,
calamidades públicas.
AGENTES DE FATO PUTATIVOS
São aqueles os quais fazem crer que são servidores, mas seu vínculo é ilegal e nulo de
pleno direito. A nulidade existe desde o momento em que tal pessoa começou a trabalhar e,
como o vício gera nulidade total, seus efeitos são ‘ex tunc’. O sujeito exerce a função pública com
presunção de legitimidade, mas a ilegalidade é descoberta posteriormente.
Consequências dos atos realizados pelos agentes putativos (teoria da aparência e teoria
do fato consumado – ausência de confiança legítima)
Ø Atos internos: os atos praticados internamente, na Administração, podem ser
questionados e até invalidados, desde que a anulação não prejudique terceiros. O
terceiro não pode ser prejudicado em virtude da confiança que detinha naquele que
atuava como servidor.
Ø Atos externos: devem ser convalidados pelo Princípio da boa-fé (Teoria da
Aparência) e da segurança jurídica.
Ø Manutenção no cargo: o Judiciário tem sido prudente em conceder liminar para
que o sujeito tome posse a titulo precário; em regra, não é possível, mas deve-se
analisar o caso concreto (ex.: engenheiro da computação – que não é técnico – e foi
aprovado em concurso para técnico da área de informática).
CARGO PÚBLICO
O cargo público é uma unidade mais simples e indivisível e somente existe no regime
estatutário (não compreende os temporários nem os empregados públicos).
Cargo público é um conjunto de atribuições e responsabilidades de um servidor
estatutário com remuneração prevista em lei (art. 3º da lei 8112/90).
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades
previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um
servidor.
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros,
são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago
pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em
comissão.
CRIAÇÃO E EXTINÇÃO DE CARGOS
A própria CF, no art. 48, inciso X, exige lei para a criação de cargo público.
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da
República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52,
dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre:
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e
funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b
Exceção: criação de serviços auxiliares do Poder Legislativo.
O Poder Legislativo pode CRIAR cargo para serviços auxiliares, sem lei (através de
resolução, por exemplo) sendo uma liberdade ampla. Porém, a remuneração deve ser
estabelecida por lei de iniciativa da Casa Legislativa e requer a SANÇÃO do Chefe do
EXECUTIVO.

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A iniciativa do projeto de lei para criação de cargo público é do Chefe do respectivo Poder
(ex.: a lei que cria cargos no Judiciário será de iniciativa do Poder Judiciário).
O mesmo se diz com relação ao MP e à Defensoria Pública.
DELEGAÇÃO PARA CRIAÇÃO E EXTINÇÃO DE CARGOS
A CF permite ao Presidente da República delegar a Ministro, ao PGR e ao AGU para
PROVER o cargo (mas não, criar).
Art. 84. Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar
as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte,
aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao
Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas
respectivas delegações.
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
Nesse sentido o MS 26955/2010 – STF
Constitucional. Mandado de segurança contra ato do procurador-
geral da república. Portaria n. 286/2007. Alteração das atribuições
de cargo público por meio de portaria. Impossibilidade. Precedentes.
Segurança concedida.
1. Contraria direito líquido e certo do servidor público a alteração,
por meio de portaria, das atribuições do cargo que ocupa.
2. A inexistência de direito adquirido a regime jurídico não autoriza
a reestruturação de cargos públicos por outra via que não lei formal.
3. Segurança concedida.
O chefe do Poder Executivo não pode criar cargos por decreto.
O Presidente da República pode extinguir cargos por decreto desde que VAGOS (art.
84, inciso VI, b, CF).
Art. 84 CF. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...) VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
OBSERVAÇÕES: CRIAÇÃO DE EMPREGO PÚBLICO E ATIVIDADE NOTARIAL E DE
REGISTRO
Ø É necessária lei para criação de emprego público da Administração Direta e esse
emprego será regido pela CLT.
Ø No caso de Pessoa Jurídica de Direito Privado, da Administração Indireta, o emprego
é criado pelos atos constitutivos daquela organização.
Ø A atividade notarial é atividade privada, não se lhe aplicando as regras de cargos
públicos e, portanto, a remuneração dos funcionários de Cartório não está limitada
ao teto constitucional. Todavia, de conformidade com o § 3º do art. 236 da CF, o
ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas
e títulos.
Art. 236 CF. Os serviços notariais e de registro são exercidos em
caráter privado, por delegação do poder público.(...) § 3º O ingresso
na atividade notarial e de registro depende de concurso público de
provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga,
sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de
seis meses.
MS 27.909/2014 – STF:

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MS 27909 AGR / DF
EMENTA: CONSTITUCIONAL. SERVENTIA EXTRAJUDICIAL.
PROVIMENTO, SEM CONCURSO PÚBLICO. ILEGITIMIDADE. ARTIGO
236 E PARÁGRAFOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: NORMAS
AUTOAPLICÁVEIS, COM EFEITOS IMEDIATOS, MESMO ANTES DA LEI
9.835/1994. INAPLICABILIDADE DO PRAZO DECADENCIAL DO
ARTIGO 54 DA LEI 9.784/1999. PRECEDENTES DO PLENÁRIO.
1. É firme a jurisprudência do STF (v.g.: MS 28.279, Min. ELLEN
GRACIE, DJe de 29.04.2011), no sentido de que o art. 236, caput, e o
seu §3º da CF/88 são normas autoaplicáveis, que incidiram
imediatamente desde a sua vigência, produzindo efeitos, portanto,
mesmo antes do advento da Lei 8.935/1994. Não há direito adquirido
à titularidade de serventias que tenham sido efetivadas sem a
observância das exigências do art. 236, quando o ato tiver ocorrido
após a vigência da CF/88. À base desse pressuposto, tem-se como
certo que, a partir da vigência da Constituição de 1988, o ingresso ou
a movimentação dos titulares de serviço notarial e de registro, devem
sempre estrita observância ao novo regime, ficando dependentes de
prévio concurso de provas e títulos.
2. É igualmente firme a jurisprudência do STF no sentido de que a
atividade notarial e de registro, sujeita a regime jurídico de caráter
privado, é essencialmente distinta da exercida por servidores
públicos, cujos cargos não se confundem (ADI 4140, Min. ELLEN
GRACIE, Plenário, DJe de 20.09.2011; ADI 2.891-MC, Min.
SEPÚLVEDA PERTENCE, Plenário, DJ de 27.06.2003; ADI 2602, Min.
JOAQUIM BARBOSA, Plenário, DJ de 31.03.2006; e ADI 865-MC, Min.
CELSO DE MELLO, Plenário, DJ de 08.04.1994).
3. O Plenário do STF, em reiterados julgamentos, assentou o
entendimento de que o prazo decadencial de 5 (cinco) anos, de que
trata o art. 54 da Lei 9.784/1999, não se aplica à revisão de atos de
delegação de serventias extrajudiciais editados após a Constituição
de 1988, sem o atendimento das exigências prescritas no seu art. 236.
Nesse sentido: MS 28.279 DF, Min. ELLEN GRACIE, DJe 29.04.2011
(“Situações flagrantemente inconstitucionais como o provimento de
serventia extrajudicial sem a devida submissão a concurso público
não podem e não devem ser superadas pela simples incidência do que
dispõe o art. 54 da Lei 9.784/1999, sob pena de subversão das
determinações insertas na Constituição Federal”); MS 28.371-AgRg,
Min. JOAQUIM BARBOSA, DJ 27.02.13 (“a regra de decadência é
inaplicável ao controle administrativo feito pelo Conselho Nacional
de Justiça nos casos em que a delegação notarial ocorreu após a
promulgação da Constituição de 1988, sem anterior aprovação em
concurso público de provas”; e MS 28.273, Min. RICARDO
LEWANDOWSKI, DJe de 21.02.2013 (“o exame da investidura na
titularidade de cartório sem concurso público não está sujeito ao
prazo previsto no art. 54 da Lei 9.784/1999”).
4. É de ser mantida, portanto, a decisão da autoridade impetrada que
interferiu na atuação irregular do Tribunal submetido ao seu
controle e considerou ilegítimo o provimento de serventia
extrajudicial, sem concurso público, com ofensa ao art. 236, § 3º, da
Constituição.
5. Agravo regimental desprovido.
CARREIRA, CLASSE E QUADRO
Ø Carreira é o conjunto de classes funcionais de progressão funcional. Com o próprio
nome indica, cargos isolados não compõem uma carreira.

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Ø Classe é o cargo de mesma profissão, atribuição e responsabilidade.


Ø Quadro é o conjunto de carreiras e de cargos isolados de um órgão ou Poder.
FUNÇÃO PÚBLICA
Ø Função é a atividade a ser desenvolvida pelo servidor no cargo que ocupa. Mas,
existe função sem cargo.
Ø Alguns cargos possuem remuneração específica e o servidor pode acumular a
remuneração do cargo e da função; se não estiver no cargo, receberá apenas pela
função.
Ø (Ex.: pode ser que um servidor de fora exerça uma determinada função (ex.: um
servidor da Prefeitura é cedido ao Gabinete do Juiz ou ao cartório de uma Vara; esse
servidor não tem um cargo no Judiciário, mas exerce uma função).
Ø Assim, todo cargo tem função; mas nem toda função tem cargo e existem funções
que não são gratificadas (ou comissionadas).
Ø Desvio de função: segundo o Supremo, nem mesmo a insuficiência de servidores
justifica o desvio de função. (RMS 37248) Emprego público tem função, mas não tem
cargo porque o cargo está relacionado ao regime estatutário.
TIPOS DE CARGOS: VITALÍCIO; EFETIVO; EM COMISSÃO.
Ø Vitalício: é maior garantia de permanência e visa dar independência ao servidor o
qual só perde o cargo por sentença transitado em julgado. O juiz substituto
adquire a vitaliciedade após 02 anos de estágio probatório. O Magistrado de segundo
grau, que ingressa no Tribunal pelo Quinto Constitucional (reservado aos
Advogados e MP), adquire a vitaliciedade com a posse (ou seja, a vitaliciedade
desses magistrados é imediata, não há estágio probatório). Trata-se de reserva
constitucional (CF); constituições estaduais e leis orgânicas – inclusive a lei orgânica
do DF – não podem criar cargos vitalícios.
Ø Efetivo: também é permanente e o servidor só perde o cargo após a estabilidade,
por:
• Sentença judicial transitada em julgado; ou
• Avaliação negativa de desempenho; ou
• Excesso de despesas (o cargo é extinto); ou
• PAD por infração grave (não pode ser média).
Ø Em comissão: é transitório (não tem estabilidade); é de livre nomeação e
exoneração (ad nutum); apenas para as atribuições de:
• Direção;
• Chefia;
• Assessoramento.
Art. 37, V,CF - as funções de confiança, exercidas exclusivamente
por servidores cocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
NEPOTISMO
É a imoralidade administrativa no sentido de colocar familiares e parentes para assumir
cargos públicos sem concurso ou para realizar funções públicas sem o preenchimento de
requisitos.

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As primeiras regulamentações a vedar o nepotismo foram a Res. n. 07 do CNJ e a Res.


37/2009 do CNMP.
O entendimento do Supremo é que a moralidade não necessita de lei em sentido formal
para ser regulamentada e editou a SÚMULA VINCULANTE n. 13.
A SV 13 do STF levou a vedação de contratação de parentes para toda a Administração
Direta e Indireta, em todas as esferas, e estabelece que:
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica,
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função
gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal.
Exceções:
Ø Se o familiar for titular de cargo efetivo não há nepotismo, mas de qualquer forma
é vedado atuar em subordinação à autoridade nomeante (ex.: esposa do Juiz é
Assistente Judiciário na única Vara da comarca em que atua o magistrado; ela não
poderá exercer função de confiança do Juiz, por este ser seu marido).
Ø Possibilidade para exercer cargo político (não eletivo), de escolha do titular do cargo
eletivo (ex.: Prefeito escolhe seu irmão para ser seu secretário).
NEPOTISMO CRUZADO OU TRANSVERSO
O nepotismo cruzado ou transverso foi vedado pela SV 13; caracteriza-se pelo ajuste de
designações recíprocas de familiares, ainda que em órgãos distintos (ex.: o prefeito nomeia a
esposa do Governador e o Governador nomeia um parente do prefeito).
PROVIMENTO DE CARGOS
Ato de provimento é o ato que atribui um cargo a um servidor; a CF permite a delegação,
pelo Presidente da República, a Ministro, PGR e AGU.
PROVIMENTO ORIGINÁRIO: NOMEAÇÃO
O único provimento originário é a nomeação; o servidor entra, pela primeira vez
naquela carreira. A regra é a nomeação decorrente de concurso público, mas há exceções, como
o cargo comissionado.
Concurso interno: somente é permitido para progressão dentro da própria carreira; não
é possível para outra carreia.
O momento para a nomeação é ato discricionário da Administração, desde que respeitado
o prazo de validade do concurso (a Administração não é obrigada a nomear aquele aprovado
em concurso, ainda que haja cargo vago).
PROVIMENTOS DERIVADOS
O provimento natural é a nomeação, os demais derivam dela (isto é, deve ter ocorrido a
nomeação para que haja outros provimentos derivados).
PROVIMENTO DERIVADO VERTICAL: PROMOÇÃO
A promoção é o único provimento derivado vertical; é a progressão dentro da mesma
carreira. Dentre outros requisitos estabelecidos em lei, é necessário, para a promoção, o curso

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de formação e aperfeiçoamento. Mas é preciso que, naquela carreira, haja Escolas disponíveis;
caso contrário, não é possível vedar a promoção do servidor.
ASCENÇÃO TRANSPOSIÇÃO E ACESSO
Ascenção transposição e acesso eram formas de entrada em outra carreira sem concurso
público (havia o concurso interno); foram abolidas pela CRFB/88.
PROVIMENTO DERIVADO HORIZONTAL
READAPTAÇÃO
É forma de provimento derivado horizontal; é a investidura de servidor em cargo
compatível com suas limitações físicas ou mentais. Ex.: um servidor (oficial de justiça)
sofreu um acidente de carro e não pode se locomover (passou à condição de pessoa com
deficiência, mas não é incapaz de exercer a função pública).
O novo cargo deve ser adequado às habilitações do servidor, nível de escolaridade e
remuneração (ex.: se o servidor era oficial de justiça, não pode ser colocado para exercer a
função de porteiro do fórum; mas pode ser readaptado para analista judiciário). Não havendo
vaga, ficará na condição de excedente, trabalhando. No entanto, se a junta médica julgar que a
limitação torna o servidor totalmente incapaz, ele será aposentado por invalidez.
TRANSFERÊNCIA
Possibilitava a passagem de um cargo efetivo, para de igual denominação de outra
carreira. Foi EXTINTA.
PROVIMENTOS DERIVADOS DE REINGRESSO
REINTEGRAÇÃO
É o retorno do servidor estável por invalidação da decisão administrativa ou judicial (que
o afastou do cargo) com todas as vantagens do período de afastamento. O efeito da reintegração
é ex tunc, ou seja, retroage. Se o cargo estiver ocupado, o servidor ocupante será reconduzido
(o ocupante volta para o cargo anterior).
Se o cargo foi transformado, o reintegrado vai para o cargo transformado (ex.: quando
saiu, era datilógrafo; ao ser reintegrado, será digitador). Se o cargo foi extinto, o reintegrado
ficará em disponibilidade.
RECONDUÇÃO
O servidor estável retorna para seu cargo de origem:
Ø Se ocorrer a reintegração de outro servidor, que ocupava o cargo originalmente; ou
Ø O servidor foi inabilitado em estágio probatório em novo cargo, pode pedir a
recondução ao cargo anterior (do qual saiu) se era estável. Se o cargo estiver
ocupado, aquele que saiu (o reconduzido) poderá ocupar outro cargo equivalente;
não havendo cargo, ficará em disponibilidade.
Ø Se houver desistência do novo cargo, isto é, por vontade, o servidor poderá ser
reconduzido ao cargo que ocupava (esta hipótese não está na lei 8112, sendo
entendimento do STJ) – MS 8.339
MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO ESTÁVEL. ESTÁGIO
PROBATÓRIO EM OUTRO CARGO PÚBLICO. RECONDUÇÃO AO CARGO
ANTERIORMENTE OCUPADO. POSSIBILIDADE. ORDEM
PARCIALMENTE CONCEDIDA.
1. O servidor público estável que desiste do estágio probatório a que
foi submetido em razão de ingresso em novo cargo público tem
direito a ser reconduzido ao cargo anteriormente ocupado.

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2. Inteligência do parágrafo 2º do artigo 20 da Lei nº 8.112/90.


Precedentes do STF.
3. "O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança"
(Súmula do STF, Enunciado nº 269). "Concessão do mandado de
segurança não produz efeitos patrimoniais, em relação a período
pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou
pela via judicial própria." (Súmula do STF, Enunciado nº 271).
4. Ordem parcialmente concedida.
REVERSÃO
É o retorno do aposentado:
Ø De oficio: quando a causa da aposentadoria por invalidez foi suprida ou nunca
existiu. Se o cargo foi transformado, o aposentado volta para esse cargo; se extinto,
ficará em disponibilidade, mas a reversão irá se operar.
Ø A pedido do aposentado desde que:
I. seja no interesse da Administração;
II. a aposentadoria tenha sido voluntária;
III. aposentadoria foi concedida até 05 anos do pedido de reversão;
IV. o servidor era estável;
V. exista cargo vago.
APROVEITAMENTO
É o retorno do servidor em disponibilidade. A disponibilidade ocorre quando o cargo é
extinto ou há a reintegração daquele que ocupava o cargo anteriormente. O servidor em
disponibilidade está inativo, mas é remunerado com pagamentos proporcionais; é
reaproveitado ao surgir uma vaga.
NOMEAÇÃO; POSSE E EXERCÍCIO
Ø Nomeação é a atribuição de um cargo a uma pessoa; é forma de provimento
originário. Em regra, a nomeação é decorrente de aprovação em concurso público
(exceção: cargo em comissão).
Ø Posse é a aceitação da nomeação pelo servidor. Com a aceitação ocorre a investidura
(encontro de duas vontades).
SÚMULA 16, STF: Funcionário nomeado por concurso tem direito à
posse.
Prazo para a posse: após a nomeação o servidor tem 30 dias para tomar posse (salvo
por motivo de impedimento justificável). Se o servidor não tomar posse em 30 dias, o ato de
nomeação caducará.
Ø Exercício é o efetivo desempenho das funções; prazo para entrar em exercício é de
15 dias da posse.
Exceção: na função de confiança o servidor deve entrar em exercício imediatamente, a
partir da data de publicação do ato de designação.
FORMAS DE DESLOCAMENTO DO SERVIDOR: REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO
REMOÇÃO
É o deslocamento do servidor com ou mudança de sede.
A remoção pode ser no interesse da Administração ou a pedido do servidor.
Ø Por interesse da Administração: nesse caso, o servidor recebe ajuda de custo;
Ø A pedido do servidor, a remoção ficará a critério da Administração;

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Ø A pedido do servidor, independente do interesse da Administração (é direito


subjetivo do servidor), nas seguintes hipóteses:
a. para acompanhar cônjuge (servidor) que foi removido no interesse da
Administração;
b. por motivo de saúde do servidor ou dependente;
c. por processo seletivo aberto pela Administração.
A lei passou a classificar essa hipótese como sendo remoção “a pedido”, portanto não há
direito à ajuda de custo.
REDISTRIBUIÇÃO
É o deslocamento do cargo (ocupado ou vago). Caso o servidor ocupante não seja
distribuído, ficará em disponibilidade.
FORMAS DE DESINVESTIDURA: EXONERAÇÃO E DEMISSÃO
EXONERAÇÃO
Ø Cargo em comissão: a exoneração é por iniciativa da Administração e ‘ad nutum’ (a
Administração não precisa dizer qual foi o motivo).
Ø Se o servidor não entrar em exercício dentro de 15 dias da posse (note-se que o
sujeito já é servidor porque tomou posse, daí a exoneração).
Ø Antes da estabilidade, o servidor pode ser exonerado por avaliação de desempenho
(no estágio probatório).
Ø Depois da estabilidade, também pode ser exonerado por avaliação de desempenho
(avaliação periódica feita ano a ano).
Ø Em caso de excesso de despesas, o cargo será extinto e o servidor, exonerado (art.
169 da CF).
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites
estabelecidos em lei complementar.
1. Acumulação indevida: se houve BOA-FÉ, o servidor é intimado para, em 10 dias, escolher em qual
cargo deseja continuar (caso não escolha, será demitido dos dois cargos).
DEMISSÃO
A demissão é SANÇÃO por infração grave (em regra). Por exemplo, se o servidor que
acumulava cargos indevidamente for intimado para escolher um deles e não o fizer, incorrerá
em falta grave e será demitido mediante PAD (processo administrativo disciplinar).
Para cargo em comissão, a demissão pode se dar por infração média.
EFEITOS DO PAD
Ø Enquanto estiver respondendo ao PAD, o servidor não poderá se exonerar nem se
aposentar até a conclusão do PAD e do cumprimento da penalidade.
Ø Se o servidor já foi aposentado e o PAD concluiu por infração grave (com pena de
demissão), poderá ter a perda da aposentadoria ou da disponibilidade.
Ø Segundo o STJ, se o servidor havia sido exonerado, a Administração não poderá
converter a exoneração em pena de demissão porque o servidor já perdeu o vínculo
com a Administração.
Ø Se o servidor prova sua inocência, após a demissão, retorna ao cargo (reintegração).

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VACÂNCIA
Vacância é um fato administrativo que denota que um cargo público está vago, nos
seguintes casos:
1. Exoneração;
2. Demissão;
3. Promoção;
4. Readaptação;
5. Aposentadoria;
6. Posse em cargo inacumulável;
7. Falecimento.
CONCURSO PÚBLICO
ACESSIBILIDADE
O entendimento é de que o acesso a cargo público é de ampla acessibilidade.
Art. 37, I, CF - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis
aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei,
assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
LEI 8112/90 - Art. 5º São requisitos básicos para investidura em
cargo público:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros
requisitos estabelecidos em lei.
§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se
inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas
atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são
portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por
cento) das vagas oferecidas no concurso.
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e
tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores,
técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os
procedimentos desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.515, de
20/11/1997).
BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS
Alguns cargos, como o de Conselheiro da República, são exclusivos de brasileiro nato (art.
12, p. 3º da CF).
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas;
VII – de Ministro de Estado da Defesa
Fora essas hipóteses acima, a lei não pode criar outras distinções para brasileiro
naturalizado (art. 12, p. 2º.)

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§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e


naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
ESTRANGEIROS
A EC 11/96 permitiu a contratação de estrangeiros pelas Universidades e a Lei 8.745/93
permite a contratação de temporários estrangeiros.
Art. 2º Considera-se necessidade temporária de excepcional interesse
público:
(...)
V - admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro;
(...)
VIII - admissão de pesquisador, de técnico com formação em área
tecnológica de nível intermediário ou de tecnólogo, nacionais ou
estrangeiros, para projeto de pesquisa com prazo determinado, em
instituição destinada à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação;
(Inciso acrescido pela Lei nº 11.784, de 22/9/2008 e com redação
dada pela Lei nº 13.243, de 11/1/2016)
PORTUGUESES EQUIPARADOS
O português equiparado (não é o naturalizado) poderá prestar concurso público, desde que tenha
residência permanente no Brasil e se houver reciprocidade de Portugal com relação aos brasileiros
que lá residem (art. 12, p. 1º, CF).
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos
inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
CARACTERÍSTICAS E PRINCÍPIOS DO CONCURSO PÚBLICO
O Concurso Público é um procedimento realizado pela Administração visando á escolha
de servidores para ocupação de um cargo específico. Os princípios formam o SISTEMA DE
MÉRITO.
Princípios:
Ø Impessoalidade;
Ø Moralidade;
Ø Igualdade (as regras devem ser iguais, salvo discriminação positiva);
Ø Transparência;
Ø Competição.
CONTEÚDO E ALCANCE DO CONCURSO PÚBLICO:
O Concurso Público será:
Ø De Provas; ou
Ø De Provas E Títulos (não há concurso apenas de “Títulos”).
Atinge os cargos públicos e empregados públicos (art. 37, II, CF) ainda que Entes Privados
da Administração (MS 22.357 – STF)
ART. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

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VEDAÇÕES NO CONCURSO PÚBLICO


São vedadas as seguintes situações:
Ø Concurso somente de títulos (REsp 42350);
Ø Títulos para aprovação (não é possível, os títulos só podem ser para classificação;
não podem aprovar ou reprovar) – RE 32.074 – STF;
Ø Pontuação dos títulos de forma desproporcional (ex.: um estágio não pode valer
mais do que doutorado);
Ø Concurso interno (salvo progressão na mesma carreira);
Ø Transformação de celetistas em estatutários sem concurso público (ADI 248) – a CF
conferiu a estabilidade àqueles que ingressaram no serviço público antes da CF/88;
mas até a aprovação em concurso público, esse servidor não poderá ingressar em
outro cargo (art. 19, ADCT);
Ø Transferência entre cargos de carreira diferentes (ADI 231);
Ø Aproveitamento de servidores de cargos extintos em cargos sem compatibilidade;
Ø Contrato administrativo para atender serviços vinculados a cargos de provimento
efetivo (ADI 2.912);
Ø Enquadramento: servidor cedido por longo tempo para outra carreira.
(EXCEÇÃO: NOVA CARREIRA; servidores que tenham ingressado por concurso público na
antiga carreira, então substituída, podem ingressar na nova carreira).
JURISPRUDÊNCIA
SV 43 (antiga Súmula 683, STF)
Súmula Vinculante 43 – É inconstitucional toda modalidade de
provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia
aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em
cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
SÚMULA 363 TST
CONTRATO NULO. EFEITOS. A contratação de servidor público, após
a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra
óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito
ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número
de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo,
e dos valores referentes aos depósitos do FGTS.
STF RE 705.140 – 2014
Ementa: CONSTITUCIONAL E TRABALHO. CONTRATAÇÃO DE
PESSOAL PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SEM CONCURSO.
NULIDADE. EFEITOS JURÍDICOS ADMISSÍVEIS EM RELAÇÃO A
EMPREGADOS: PAGAMENTO DE SALDO SALARIAL E
LEVANTAMENTO DE FGTS (RE 596.478 - REPERCUSSÃO GERAL).
INEXIGIBILIDADE DE OUTRAS VERBAS, MESMO A TÍTULO
INDENIZATÓRIO.
1. Conforme reiteradamente afirmado pelo Supremo Tribunal
Federal, a Constituição de 1988 reprova severamente as
contratações de pessoal pela Administração Pública sem a
observância das normas referentes à indispensabilidade da prévia
aprovação em concurso público, cominando a sua nulidade e
impondo sanções à autoridade responsável (CF, art. 37, § 2º).
2. No que se refere a empregados, essas contratações ilegítimas não
geram quaisquer efeitos jurídicos válidos, a não ser o direito à
percepção dos salários referentes a período trabalhado e, nos termos
do art. 19-A da Lei 8.036/90, ao levantamento dos depósitos

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efetuados no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS. 3.


Recurso extraordinário desprovido.
(STF - RE: 705140 RS, Relator: Min. TEORI ZAVASCKI, Data de
Julgamento: 28/08/2014, Tribunal Pleno, Data de Publicação:
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-217 DIVULG 04-11-2014 PUBLIC 05-11-
2014)
EXCEÇÕES AO CONCURSO PÚBLICO
Não necessitam de concurso:
Ø Alguns cargos vitalícios (Quinto constitucional; TCU e STF);
Ø Cargo em comissão;
Ø Cargos eletivos;
Ø Servidores temporários;
Ø Agentes Comunitários de Saúde e Endemias (é por processo seletivo); mas a lei
11.350/2006 exige concurso;
Ø Pessoa jurídica de direito privado, em regra, necessita de concurso para contratar,
exceto quando a contratação por concurso impede a atuação no mercado
profissional bem como suas atividades econômicas (mas trata-se de situação
extraordinária que não suporte aguardar o concurso) – art. 173, p. 3º., CF
ART. 173, § 1º CF. A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa
pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre
(...)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas,
inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários;
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações,
observados os princípios da administração pública.
CONSELHOS PROFISSIONAIS
Na ADI nº1717, o STF reconheceu que os Conselhos de Profissão possuem um caráter
público exercendo, inclusive, poder de fiscalização, típico poder de polícia estatal.
Os Conselhos profissionais podem ajuizar execução fiscal e há o controle pelo Tribunal de
Contas; portanto, é necessária a realização de concurso público para contratação. (MS 28.469-
2015)
EXCEÇÃO: O CONSELHO DA OAB não precisa realizar concurso para contratação, pois a
OAB é instituição sui generis com missão especial atribuída pela própria Constituição em defesa
do Estado Democrático de Direito. (ADI 3.026)
REQUISITOS DO CONCURSO
CRITÉRIOS DISCRIMINATÓRIOS
Pode haver discriminação desde que seja regulada por lei e tenha relação com as
atribuições do cargo (ex.: idade, altura, sexo).
CLÁUSULA DE BARREIRA: se for fundada em desempenho meritório,
é constitucional (limita-se o número de provas a serem corrigidas; o
edital prevê que somente serão corrigidas as provas com nota igual
ATO AUTORIZATIVO ESTATAL
Na esfera Federal há o Decreto 6.944/2009; antes da realização do concurso há a
autorização estatal através do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

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MOMENTO PARA COMPROVAR OS REQUISITOS EXIGIDOS


É no momento da POSSE (Súmula nº 266, STJ)
O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser
exigido na posse e não na inscrição para o concurso público
Exceção: atividade jurídica da magistratura e mp, na inscrição
definitiva.
Comprovação de atividade jurídica para ingresso no cargo de juiz
substituto se dá na inscrição definitiva Por maioria de votos, o
Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão nesta
quarta-feira (13), reafirmou jurisprudência no sentido de que a
comprovação de atividade jurídica para ingresso no cargo de juiz
substituto se dá na inscrição definitiva no concurso e não no
momento da posse.
No julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 655265 foi definida a seguinte tese de
repercussão geral:
“A comprovação do triênio de atividade jurídica exigida para o
ingresso no cargo de juiz substituto, nos termos do artigo 93, inciso I,
da Constituição Federal, deve ocorrer no momento da inscrição
definitiva no concurso público”.
IDADE
Ø Idade: 18 anos (lei 8.112/90)
RE 572.499 (Forças Armadas - Repercussão Geral)
Discriminação etária e razoabilidade
"Insta saber se é razoável ou não limitar idade para ingressar em
carreira policial, a par da aprovação em testes médicos e físicos. Com
efeito, o Supremo tem entendido, em casos semelhantes, que o
estabelecimento de limite de idade para inscrição em concurso
público apenas é legítimo quando justificado pela natureza das
atribuições do cargo a ser preenchido." (ARE 678112 RG, Relator
Ministro Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgamento em 25.4.2013, DJe de
17.5.2016, com repercussão geral - tema 646)
• Momento para comprovação da idade: no ato de inscrição (diferente
da inscrição definitiva).
• Estatuto do idoso: é aplicável àqueles com mais de 60 anos de idade
(ex.: desempate) e somente se não houver regra especial no edital
prevendo outro critério de desempate.
Súmula. 683, STF: O limite de idade para a inscrição em concurso
público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando
possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser
preenchido.
INDEFERIMENTO DA INSCRIÇÃO
Há necessidade de motivação, conforme súmula 684 do STF.
É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato
a concurso público.

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TAXA DE INSCRIÇÃO
Impossibilidade de vinculação ao salário mínimo (ADI 1568); segundo a doutrina, tem a
finalidade de custear o concurso, não podendo a Administração cobrar valores exorbitantes que
gerem enriquecimento sem causa.
LIMITAÇÃO GEOGRÁFICA
No RE 614.873 – Repercussão Geral - o STF julgou no sentido de que a limitação geográfica
é discriminação abusiva com violação ao pacto federativo (paridade federativa).
Por exemplo, editais de concurso de Universidades que conferem bonificações ou
privilégios àqueles candidatos que estudaram na área de atuação da Universidade.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA.
TEMA Nº 474: COTAS EM UNIVERSIDADES PÚBLICAS ESTADUAIS
PARA OS ALUNOS EGRESSOS DO ENSINO MÉDIO DA RESPECTIVA
UNIDADE FEDERATIVA. I – ART. 1º DA LEI Nº 2.894/2004, DO
ESTADO DO AMAZONAS. APLICAÇÃO AFASTADA COM BASE NOS
ARTS. 5º, CAPUT E 206, I, DA CF. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA
DA CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO: SÚMULA VINCULANTE
Nº 10 DO STF. II – SISTEMA DE COTAS EM UNIVERSIDADES
PÚBLICAS. POLÍTICAS AFIRMATIVAS FUNDADAS EM CRITÉRIOS
ÉTNICO-RACIAL E SOCIOECONÔMICO: LEGITIMIDADE
CONSTITUCIONAL. CRITÉRIO DE RESERVA DE VAGAS EM
UNIVERSIDADE PÚBLICA ESTADUAL FUNDADO NA ORIGEM OU
DOMICÍLIO DO CANDIDATO. VEDAÇÃO DE DISTINÇÃO ENTRE
BRASILEIROS OU DE PREFERÊNCIAS ENTRE SI: CF, ART. 19, III.
CRITÉRIO QUE NÃO DISTINGUE ENTRE IGUAIS E NÃO ATENDE O
PRINCÍPIO DA IGUALDADE SUBSTANCIAL, DO QUAL É COROLÁRIO A
IGUALDADE DE CONDIÇÕES DE ACESSO AO ENSINO PÚBLICO EM
TODOS OS SEUS
NÍVEIS.
1. O acórdão recorrido afastou a aplicação do art. 1º da Lei nº
2.894/2004, do Estado do Amazonas, com base nos arts. 5º, caput e
206, I, da CF, sem a observância da cláusula de reserva de plenário e
em descumprimento do enunciado de Súmula Vinculante nº 10 do
Supremo Tribunal Federal, o que conduz à nulidade do acórdão
recorrido por se tratar a reserva de plenário de condição de validade
e eficácia jurídica do pronunciamento jurisdicional de
inconstitucionalidade incidenter tantum. Precedentes.
2. O Supremo Tribunal Federal decidiu pela legitimidade
constitucional das políticas de ação afirmativa na seleção para
ingresso em curso superior, especialmente nos estabelecimentos de
ensino público, bem como da utilização de critério étnico-racial por
essas políticas e da modalidade de reserva de vagas ou de instituição
de cotas.
Precedentes: ADPF 186 e RE 597.285-RG, ambos de relatoria do Min.
Ricardo Lewandowski.
3. O art. 206, I, da Constituição Federal garante a igualdade de
condições para o exercício do direito à educação, o que, considerada
a atual diretriz constitucional do princípio da igualdade, faculta a
adoção de sistema de cotas em universidades públicas, para que os
segmentos sociais prejudicados pela discriminação racial (critério
étnico-racial) ou pela política educacional deficitária (critério
socioeconômico – alunos egressos de escolas públicas), possam gozar
do efetivo direito de acesso a todos os níveis de ensino.

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4. O acesso à educação é direito constitucional pautado pelos


princípios da universalidade e da democratização do acesso, de modo
que não se reveste de legitimidade constitucional a restrição de tal
direito fundada em discriminação de caráter regional, como é o caso
de reserva de vagas em universidade pública estadual para os
candidatos egressos do ensino médio da respectiva unidade
federativa.
5. É vedada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si (CF, art. 19,
III). É o denominado princípio da igualdade federativa, segundo o
qual não podem os entes federativos criar distinções entre brasileiros
em razão de sua naturalidade ou domicílio . Doutrina e Precedentes.
6. O critério distintivo compatível com o conteúdo substancial do
princípio da igualdade é aquele que atende os valores e os interesses
constitucionais. O art. 1º da Lei amazonense nº 2.894/2004, ao
reservar 80% da vagas da Universidade do Estado do Amazonas –
UEA para alunos egressos do ensino médio daquele Estado-membro,
além de não distinguir pessoas e situações distintas entre si, se valeu
de critério discriminatório expressamente vedado pelo texto
constitucional (CF, art. 19, inciso III), incorrendo em manifesta
inconstitucionalidade , por violação aos arts. 5º, caput e 206, I, da CF
e ao art. 19, III, da mesma Carta.
7. Parecer pela nulidade do acórdão recorrido por violação à
cláusula da reserva de plenário ou, caso assim não se entenda, pelo
conhecimento e desprovimento do recurso extraordinário.
NEGROS (LEI 12.990/2014)
Ø Só esfera FEDERAL (Adm direta e Indireta – até soc. de economia mista controlada
pela União);
Ø Cor Preta ou Parda (IBGE);
Ø 20% - até 2024 (10 anos);
Ø Nomeação por alternância e proporcionalidade;
Ø Negros aprovados nas vagas gerais não são computados na cota.
DEFICIENTES (LEI 7.853/1999 E DECRETO 3.298/99)
Ø Decreto 3.298: 5 % das vagas;
Ø Lei 8.112/90: até 20%;
Ø Direito Subjetivo. Sem Lei no Ente Federativo, o edital deve prever (RMS 20.300 –
2006/STF);
Ø Compatibilidade da deficiência com as funções.
Ø Visão Monocular – Súmula 377/STJ - SIM
Ø "O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às
vagas reservadas aos deficientes."
Ø Surdez Unilateral: Súmula 552/STJ – NÃO.
“O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com
deficiência para o fim de disputar as vagas reservadas em concursos
públicos”.
Ø Entretanto, o STF decidiu que candidato com surdez unilateral pode sim concorrer
as vagas de PCD.

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EXAME PSICOTÉCNICO
Ø Previsão em LEI e no EDITAL (SV 44 STF);
Ø Natureza das atribuições o exijam;
Ø Não pode ser sigiloso (“impedir acesso do candidato ao resultado do exame” RE
265.261 – 2001);
Ø Critérios OBJETIVOS;
Ø Previsão de Recurso do Resultado - RE 112.676;
Ø Vícios – ANULAÇÃO Passível de anulação - REsp 469.959 – 2006;
Ø Exame Médicos em geral: inaptidão deve ser motivada - RMS 26.927 – 2011.
Súmula Vinculante 44 – Só por lei se pode sujeitar a exame
psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.
ALTERAÇÕES NO EDITAL
Ø Regra Geral: Discricionariedade para formular o edital. Publicado: vinculação ao
instrumento convocatório “Discricionariedade entrincheirada” RE 837.311/ 2015
(v. julgado, abaixo).
Ø Alterações: atualmente, somente se houver alteração normativa ou correções ou,
ainda, novas necessidades da Administração (sempre no Interesse Público), mas
sem violar o Princípio da Isonomia (RE 27.160 STF e RMS 9.958 STJ).
VALIDADE DO CONCURSO
O Decreto nº 9.739/2019 Estabelece medidas de eficiência organizacional para o
aprimoramento da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, estabelece
normas sobre concursos públicos e dispõe sobre o Sistema de Organização e Inovação
Institucional do Governo Federal - SIORG.
O prazo de validade do certame está disciplinado no art. 43 do referido Decreto.
Art. 43. O concurso público terá a validade máxima de dois anos,
contados da data de sua homologação.
§ 1º O prazo de que trata o caput poderá ser prorrogado uma vez,
por igual período, caso haja previsão no edital do concurso público.
§ 2º A previsão a que se refere o § 1º depende de autorização do
Ministro de Estado da Economia.
FORMALIZAÇÃO DO EDITAL DO CONCURSO PÚBLICO
Uma nova regra muito importante para quem presta concurso é o prazo mínimo em que
a prova deve ocorrer após a publicação do edital.
Art. 41. O edital do concurso público será:
I - publicado integralmente no Diário Oficial da União, com
antecedência mínima de quatro meses da realização da primeira
prova;Ï
JURISPRUDÊNCIA RECENTE
RE 837.311/ 2015:
EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONCURSO PÚBLICO.
APROVAÇÃO FORA DO NÚMERO DE VAGAS. NOVAS VAGAS.
INEXISTÊNCIA DE DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. TEMA
784/STF. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA
SEGUIMENTO.
"AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO
DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO.
CANDIDATOS APROVADOS FORA DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTO

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NO EDITAL. INEXISTÊNCIA DE DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO.


JUÍZO DE CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA. REMOÇÃO DE SERVIDOR. PRETERIÇÃO NÃO
CARACTERIZADA.
1. Esta Corte tem firmado o entendimento de que "candidatos
aprovados fora do número de vagas previstas no edital ou em
concurso para cadastro de reserva não possuem direito líquido
e certo à nomeação, mesmo que novas vagas surjam no período de
validade do concurso - por criação de lei ou por força de vacância -,
cujo preenchimento está sujeito a juízo de conveniência e
oportunidade da Administração. Precedentes do STJ"(RMS
47.861/MG, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA,
julgado em 02/06/2015, DJe 05/08/2015).
2. A jurisprudência do STJ também é firme no sentido de que "a
remoção de servidores, por caracterizar forma derivada de
provimento, não importa em preterição dos candidatos
aprovados em concurso público que aguardam nomeação"(MS
38.590/MG, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, DJe
20/10/2014).
3. Agravo Regimental a que se nega provimento."
(...)
O Supremo Tribunal Federal, após o julgamento do mérito do RE n.º
837.311/PI (Tema nº 784/STF), em acórdão transitado em 4/5/2016
– portanto, já sob a égide do novo Código de Processo Civil –, fixou a
seguinte tese:
"O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para
o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior,
não gera automaticamente o direito à nomeação dos
candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital,
ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por
parte da administração, caracterizada por comportamento tácito ou
expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade
de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame,
a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato".
Por oportuno, confira-se a ementa do referido julgado: "RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. TEMA 784 DO PLENÁRIO
VIRTUAL. CONTROVÉRSIA SOBRE O DIREITO SUBJETIVO À
NOMEAÇÃO DE CANDIDATOS
APROVADOS ALÉM DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS NO EDITAL
DE CONCURSO PÚBLICO NO CASO DE SURGIMENTO DE NOVAS
VAGAS DURANTE O PRAZO DE VALIDADE DO CERTAME. MERA
EXPECTATIVA DE DIREITO À NOMEAÇÃO.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS. IN CASU, A
ABERTURA DE NOVO CONCURSO PÚBLICO FOI ACOMPANHADA DA
DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DA NECESSIDADE PREMENTE E
INADIÁVEL DE PROVIMENTO DOS CARGOS. INTERPRETAÇÃO DO
ART. 37, IV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988. ARBÍTRIO.
PRETERIÇÃO. CONVOLAÇÃO EXCEPCIONAL DA MERA EXPECTATIVA
EM DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. PRINCÍPIOS DA EFICIÊNCIA,
BOA-FÉ, MORALIDADE, IMPESSOALIDADE E DA PROTEÇÃO DA
CONFIANÇA. FORÇA NORMATIVA DO CONCURSO PÚBLICO.
INTERESSE DA SOCIEDADE. RESPEITO À ORDEM DE APROVAÇÃO.
ACÓRDÃO RECORRIDO EM SINTONIA COM A TESE ORA
DELIMITADA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA
PROVIMENTO.

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1. O postulado do concurso público traduz-se na necessidade


essencial de o Estado conferir efetividade a diversos princípios
constitucionais, corolários do merit system, dentre eles o de que todos
são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza
(CRFB/88, art. 5º, caput).
2. O edital do concurso com número específico de vagas, uma vez
publicado, faz exsurgir um dever de nomeação para a própria
Administração e um direito à nomeação titularizado pelo candidato
aprovado dentro desse número de vagas. Precedente do Plenário: RE
598.099 - RG, Relator Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 03-10-
2011.
3. O Estado Democrático de Direito republicano impõe à
Administração Pública que exerça sua discricionariedade
entrincheirada não, apenas, pela sua avaliação unilateral a respeito
da conveniência e oportunidade de um ato, mas, sobretudo, pelos
direitos fundamentais e demais normas constitucionais em um
ambiente de perene diálogo com a sociedade.
4. O Poder Judiciário não deve atuar como 'Administrador Positivo',
de modo a aniquilar o espaço decisório de titularidade do
administrador para decidir sobre o que é melhor para a
Administração: se a convocação dos últimos colocados de concurso
público na validade ou a dos primeiros aprovados em um novo
concurso. Essa escolha é legítima e, ressalvadas as hipóteses de
abuso, não encontra obstáculo em qualquer preceito constitucional.
5. Consectariamente, é cediço que a Administração Pública possui
discricionariedade para, observadas as normas constitucionais,
prover as vagas da maneira que melhor convier para o interesse da
coletividade, como verbi gratia, ocorre quando, em função de razões
orçamentárias, os cargos vagos só possam ser providos em um futuro
distante, ou, até mesmo, que sejam extintos, na hipótese de restar
caracterizado que não mais serão necessários.
6. A publicação de novo edital de concurso público ou o surgimento
de novas vagas durante a validade de outro anteriormente realizado
não caracteriza, por si só, a necessidade de provimento imediato dos
cargos. É que, a despeito da vacância dos cargos e da publicação
do novo edital durante a validade do concurso, podem surgir
circunstâncias e legítimas razões de interesse público que
justifiquem a inocorrência da nomeação no curto prazo, de
modo a obstaculizar eventual pretensão de reconhecimento do
direito subjetivo à nomeação dos aprovados em colocação além
do número de vagas. Nesse contexto, a Administração Pública
detém a prerrogativa de realizar a escolha entre a prorrogação
de um concurso público que esteja na validade ou a realização
de novo certame.
7. A tese objetiva assentada em sede desta repercussão geral é a de
que o surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso
para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame
anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos
candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital,
ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada
por parte da administração, caracterizadas por
comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de
revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado
durante o período de validade do certame, a ser demonstrada
de forma cabal pelo candidato.

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Assim, a discricionariedade da Administração quanto à convocação


de aprovados em concurso público fica reduzida ao patamar zero,
fazendo exsurgir o direito subjetivo à nomeação, verbi gratia, nas
seguintes hipóteses excepcionais:
i) Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do
edital (RE 598.099);
ii) Quando houver preterição na nomeação por não observância da
ordem de classificação (Súmula 15 do STF);
iii) Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso
durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de
candidatos aprovados fora das vagas de forma arbitrária e
imotivada por parte da administração nos termos acima.
8. In casu, reconhece-se, excepcionalmente, o direito subjetivo à
nomeação aos candidatos devidamente aprovados no concurso
público, pois houve, dentro da validade do processo seletivo e,
também, logo após expirado o referido prazo, manifestações
inequívocas da Administração piauiense acerca da existência de
vagas e, sobretudo, da necessidade de chamamento de novos
Defensores Públicos para o Estado.
9. Recurso Extraordinário a que se nega provimento."
(RE 837.311, Relator Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em
9/12/2015, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL –
MÉRITO DJe-072 DIVULG 15/4/2016 PUBLIC 18/4/2016.)
No caso dos autos, conforme consignado no aresto atacado, foram
feitas as seguintes considerações, in verbis:
"Como antes asseverado, esta Corte tem firmado o entendimento de
que "candidatos aprovados fora do número de vagas previstas no
edital ou em concurso para cadastro de reserva não possuem direito
líquido e certo à nomeação, mesmo que novas vagas surjam no
período de validade do concurso - por criação de lei ou por força de
vacância -, cujo preenchimento está sujeito a juízo de conveniência e
oportunidade da Administração.
Precedentes do STJ"(RMS 47.861/MG, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/06/2015, DJe
05/08/2015).
(...) De igual orientação, veja-se o precedente do STF, resumido na
seguinte ementa:
Agravo regimental em agravo de instrumento. Concurso público.
Criação, por lei federal, de novos cargos durante o prazo de validade
do certame. Candidato aprovado fora do número de vagas do edital.
Preterição não caracterizada. Direito subjetivo à nomeação.
Inexistência. Precedentes. Necessidade do reexame do conjunto
fático-probatório. Incidência da súmula 279/STF. Agravo
Regimental não provido.
1. A preterição do candidato em concurso público, quando aferida
pelas instâncias ordinárias, não pode ser revista pela Suprema Corte,
em face da incidência da Súmula nº 279/STF.
2. O recurso extraordinário não se presta para o exame de questões
que demandem revolvimento do contexto fático-probatório dos
autos, adstringindo-se à análise da violação direta da ordem
constitucional.
3. A jurisprudência do STF já firmou o entendimento de que tem
direito subjetivo à nomeação o candidato aprovado dentro do
número de vagas previsto no edital do concurso público a que se
submeteu. Nesses casos, a Administração tem um dever de nomeação,
salvo situações excepcionalíssimas plenamente justificadas. Contudo,

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a criação de novas vagas durante o prazo de validade de concurso


não gera, automaticamente, direito à nomeação dos candidatos
aprovados fora das vagas do edital, salvo se comprovados arbítrios
ou preterições. Precedentes.
4. Agravo regimental não provido. (AI 804.705 AgR, Rel. Min. DIAS
TOFFOLI, PRIMEIRA TURMA, DJe de 14-11-2014)

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