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TREINAMENTO FISCAL

PARA COMPRADORES

PRINCIPAIS ASPECTOS DE

GESTÃO TRIBUTÁRIA EM

COMPRAS

1
SUMÁRIO

REGIMES TRIBUTÁRIOS – BREVES CONSIDERAÇÕES ................................................................. 04


Simples Nacional/MEI .................................................................................................................................. 04
Lucro Presumido........................................................................................................................................... 06
Lucro Real ..................................................................................................................................................... 08
Lucro Arbitrado ............................................................................................................................................. 09
PRODUTOS E/OU MERCADORIAS – ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ........................................... 10
Matéria Prima ................................................................................................................................................ 10
Revenda e/ou Comercialização ................................................................................................................. 10
Material de Consumo ................................................................................................................................... 10
Ativo Imobilizado ........................................................................................................................................... 10
Produto Acabado .......................................................................................................................................... 10
Custo de Aquisição .......................................................................................................................................10
CONHECENDO MELHOR OS TRIBUTOS INCIDENTES NAS COMPRAS ................................. 11
Definição ........................................................................................................................................................ 11
Tributos Diretos............................................................................................................................................. 12
Tributos Indiretos .......................................................................................................................................... 12
IPI Esfera Federal ....................................................................................................................................... 12
Conceito ......................................................................................................................................................... 12
Contribuinte ................................................................................................................................................... 12
Fato Gerador ................................................................................................................................................. 12
NCM – Regras TIPI ...................................................................................................................................... 12
Base de cálculo............................................................................................................................................. 13
Alíquotas ........................................................................................................................................................ 13
Cálculo "por fora" para fins de formação de preço de compra .............................................................. 13
ICMS Esfera Estadual ................................................................................................................................ 13
Conceito ......................................................................................................................................................... 14
Contribuinte ................................................................................................................................................... 14
Fato Gerador ................................................................................................................................................. 14
Base de Cálculo ............................................................................................................................................ 14
Alíquotas: Internas e Interestaduais .......................................................................................................... 14
Base de Cálculo Reduzida .......................................................................................................................... 16
Cálculo “por dentro” para fins de formação de preço de compra.......................................................... 18
Descontos Concedidos ................................................................................................................. 18
DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA ................................................................................................................. 18
Conceito ......................................................................................................................................................... 18
Contribuinte e Não Contribuinte ................................................................................................................. 18
Fato Gerador ................................................................................................................................................. 18
Base de Cálculo ............................................................................................................................................ 18
Exemplo de Cálculo ..................................................................................................................................... 18
DIFA Interno .................................................................................................................................................. 19
Vendas Presenciais...................................................................................................................................... 19
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA.................................................................................................................. 19
Conceito ..........................................................................................................................................................19
Substituição tributária nas operações internas .........................................................................................19
Substituição tributária nas operações interestaduais ............................................................................. 20
Reflexo do ICMS ST nas operações comerciais ..................................................................................... 20
Operações interestaduais sem protocolo/convênio ................................................................................ 21
DIFA a Título de ICMS ST ........................................................................................................................... 21
Malhas Fiscais .............................................................................................................................. 21

2
Manifestação do Destinatário........................................................................................................ 22
Remessas e Retornos .................................................................................................................. 23
PIS e COFINS Esfera Federal .................................................................................................................. 23
Conceito ......................................................................................................................................................... 23
Contribuinte ................................................................................................................................................... 24
Fato Gerador e Base de Cálculo ................................................................................................................ 24
Alíquotas ........................................................................................................................................................ 24
Cálculo “por dentro” para fins de formação de preço de compra.......................................................... 24
CRÉDITOS FISCAIS ....................................................................................................................................24
Conceito ..........................................................................................................................................................24
ICMS ................................................................................................................................................................24
IPI .................................................................................................................................................................... 24
PIS e COFINS ................................................................................................................................................25
Simples Nacional .......................................................................................................................................... 26
CONTRATAÇÃO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS .............................................................................27
Conceito ..........................................................................................................................................................27
ISS – Regras Básicas ...................................................................................................................................27
Retenções .......................................................................................................................................................27
NOÇÕES DE IMPORTAÇÕES ..................................................................................................... 28
Conceito ....................................................................................................................................... 28
Efeito Cascata .............................................................................................................................. 28
Créditos Fiscais ............................................................................................................................ 28
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ......................................................................................................... 29

3
REGIMES TRIBUTÁRIOS – BREVES CONSIDERAÇÕES

Simples Nacional/MEI

Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006

É um regime de tributação criado especialmente para micro e pequenas empresas a


fim de reduzir a carga tributária, simplificar a retenção de impostos e facilitar o
crescimento do negócio.

Podem optar pelo Simples Nacional as microempresas (ME) e empresas de pequeno


porte (EPP) que não incorram em nenhuma das vedações previstas no art. 3º, §4º, e
art. 17 e parágrafos da Lei Complementar 123, de 2006, regulamentada pela
Resolução CGSN 140/2018.

ME – Microempresa: Se enquadra como ME a empresa que tenha faturamento anual


em até R$ 360.000,00.

EPP – Empresa de Pequeno Porte: Se enquadra como ME a empresa que tenha


faturamento anual entre R$ 360.000,00 até R$ 3.600.000,00.

Atividades - Anexos

Anexo I - Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Comércio


Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir
(em R$)
a
1 Faixa Até 180.000,00 4,00% -
a
2 Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,30% 5.940,00
a
3 Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,50% 13.860,00
a
4 Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,70% 22.500,00
a
5 Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,30% 87.300,00
a
6 Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,00% 378.000,00

Anexo II - Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Indústria


Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir
(em R$)
a
1 Faixa Até 180.000,00 4,50% -
a
2 Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,80% 5.940,00
a
3 Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 10,00% 13.860,00
a
4 Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 11,20% 22.500,00
a
5 Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,70% 85.500,00
a
6 Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,00% 720.000,00

4
Anexo III - Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Receitas de locação
de bens móveis e de prestação de serviços não relacionados no § 5o-C
do art. 18 desta Lei Complementar
Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir
(em R$)
1a Faixa Até 180.000,00 6,00% –
2a Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 11,20% 9.360,00
3a Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 13,50% 17.640,00
4a Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 16,00% 35.640,00
5a Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 21,00% 125.640,00
6a Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 648.000,00

Anexo IV - Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Receitas


decorrentes da prestação de serviços relacionados no § 5o-C do art. 18
desta Lei Complementar
Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir
(em R$)
1a Faixa Até 180.000,00 4,50% -
2a Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 9,00% 8.100,00
a
3 Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 10,20% 12.420,00
a
4 Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 14,00% 39.780,00
a
5 Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 22,00% 183.780,00
a
6 Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 828.000,00

Anexo V - Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Receitas


decorrentes da prestação de serviços relacionados no § 5o-I do art. 18
desta Lei Complementar
Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir
(em R$)
a
1 Faixa Até 180.000,00 15,50% -
a
2 Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 18,00% 4.500,00
a
3 Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 19,50% 9.900,00
a
4 Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,50% 17.100,00
a
5 Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23,00% 62.100,00
a
6 Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,50% 540.000,00

5
SIMEI é o sistema de recolhimento em valores fixos mensais dos tributos abrangidos
pelo Simples Nacional, devidos pelo Microempreendedor Individual, conforme previsto
no artigo 18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
Para se enquadrar como MEI, o faturamento é até R$ 81.000,00 com limite de 20%,
lembrando que a partir do momento que estiver no limite, é recolhido a diferença a
partir do ano seguinte.
Se o faturamento foi maior que R$ 81.000,00, porém não ultrapassou R$ 97.200,00
(menor que 20% de R$ 97.200,00), o MEI deverá recolher os DAS na condição de MEI
até o mês de dezembro e recolher um DAS complementar, pelo excesso de
faturamento, no vencimento estipulado para o pagamento dos tributos abrangidos no
Simples Nacional relativo ao mês de janeiro do ano subsequente (em regra geral no
dia 20 de fevereiro).
Este DAS será gerado quando da transmissão da Declaração Anual do MEI (DASN-
SIMEI).
Caso ultrapasse o limite em mais de 20% a exclusão se dará no mês subsequente.
Anualmente o SIMEI deve entregar a DASN que pode ser emitida pelo site do Simples
Nacional.

Lucro Presumido

Fundamentação Legal: Lei 9.718/1998.


É a forma de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do Imposto
de Renda - IRPJ, e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido - CSLL das pessoas
jurídicas. A sistemática é utilizada para presumir o lucro da pessoa jurídica a partir de
sua receita bruta e outras receitas sujeitas à tributação.

O art. 13 da Lei 9.718 de 1.998 traz: A pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-
calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito
milhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais)
multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando
inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro
presumido.
A opção pelo Lucro Presumido só poderá ser feita pela pessoa jurídica que não se
enquadrar em nenhum dos impedimentos enumerados no artigo 14 da Lei 9.718/98.

Os percentuais são definidos pelo art. 15 da lei 9.249/95. – Trimestral, podendo


parcelar.

6
Tabela de Presunção do IRPJ

Tabela de Presunção da CSLL

Abaixo os percentuais dos tributos calculados pelo Lucro Presumido.


Federais Diretos: IRPJ 15%, CSLL 09% (conforme tabelas de presunções);
Federais Indiretos: PIS (0,65% sobre o faturamento), COFINS (3,00% sobre o
faturamento) e IPI (conforme alíquota do produto);
Estaduais: ICMS (Entradas menos saídas com variação de alíquotas);
Municipais: ISS (Conforme tabela de prestação de serviços e suas alíquotas).

7
Lucro Real

Fundamentação Legal: Lei 9.718/1998.


É a apuração do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o real lucro da
empresa.

Lei 9.718/98 em seu artigo 14 determina a obrigatoriedade pelo Regime Tributário com
base no Lucro Real:

Art. 14. Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas:


I - Cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$
78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao número de meses
do período, quando inferior a 12 (doze) meses;

II - Cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de


desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e
investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos,
valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas
de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e
de capitalização e entidades de previdência privada aberta;

(...)

Para as demais pessoas jurídicas, a tributação pelo Lucro Real é opcional


(respeitando o faturamento conforme mencionado anteriormente).

As pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Real, poderão determinar o lucro com base
no balanço anual levantado em 31 de dezembro ou mediante levantamento de
balancete trimestrais na forma da Lei 9.430/96.

Lucro Real Trimestral

O IRPJ e a CSLL são apurados de forma trimestral, sendo que os recolhimentos


podem ser feitos de forma única ou em três quotas. Se a empresa não tiver lucro, não
se fala em IRPJ e CSLL a recolher.

Lucro Real Anual – Estimativa Mensal

As pessoas jurídicas que optarem pela apuração do lucro real anual terão que pagar
mensalmente o imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro calculados por
estimativa. O imposto de renda e a contribuição social sobre as operações do mês
terão que ser pagos até o último dia útil do mês seguinte. A base de cálculo do
imposto de renda a ser pago mensalmente será determinada pela aplicação dos
percentuais do lucro estimados (os mesmos do presumido) sobre a receita bruta do
mês.

Abaixo os percentuais dos tributos calculados pelo Lucro Real.


Federais Diretos: IRPJ 15%, CSLL 09% (com base no Lucro Efetivo);
Federais Indiretos: PIS (1,65% sobre o faturamento e mais 1,65% sobre as compras),
COFINS (7,60% sobre o faturamento e mais 7,60% sobre as compras) e IPI (conforme
alíquota do produto);
Estaduais: ICMS (Entradas menos saídas com variação de alíquotas);

8
Municipais: ISS (Conforme tabela de prestação de serviços e suas alíquotas).

Lucro Arbitrado

Fundamentação Legal: Lei 8.981/1995.


É uma forma de apuração da base de cálculo do Imposto de Renda utilizado pela
autoridade tributária ou pelo contribuinte. Todavia, esse método excepcional de
apuração da base de cálculo do imposto sobre a renda, só pode ser aplicado se
verificados os pressupostos previstos em lei. Dessa forma, pode ser aplicado somente
nas situações em que realmente for impossível a apuração da base de cálculo do
tributo por meio dos dois outros métodos previstos no Código Tributário Nacional
(CTN), o Lucro Real e o Lucro Presumido.
Artigo 47 da Lei 8.981/95 enumera as hipóteses em que o Lucro da pessoa jurídica
será arbitrado.
A tributação com base no lucro arbitrado será manifestada mediante o pagamento da
primeira quota ou da quota única do imposto devido, correspondente ao período de
apuração trimestral em que o contribuinte, pelas razões determinantes na legislação,
se encontrar em condições de proceder o arbitramento do seu lucro.
Além das hipóteses citadas no artigo 47, o arbitramento também será cabível quando
a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de
fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para:

a. Identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou


b. Determinar o lucro real;

A Fiscalização poderá fixar o lucro arbitrado por um percentual sobre a receita bruta,
desde que seja conhecida, sobre o valor do ativo, do capital social, do patrimônio
líquido, da folha de pagamento de empregados, das compras, do aluguel das
instalações ou do lucro líquido auferido em anos anteriores.
O cálculo do lucro arbitrado é o mesmo cálculo que é realizado no regime de lucro
presumido. Ou seja, ele é feito a partir de um percentual pré-estabelecido que é
aplicado sobre a receita bruta, indicando assim o possível lucro da pessoa jurídica em
questão para que, dessa maneira, seja possível efetuar a aplicação da alíquota
correspondente ao imposto devido. Sua apuração é de forma trimestral. Artigo 16 da
Lei 9.249/95 define que:

Art. 16. O lucro arbitrado das pessoas jurídicas será determinado mediante a
aplicação, sobre a receita bruta, quando conhecida, dos percentuais fixados no art. 15,
acrescidos de vinte por cento.

Tabela de Percentuais de Arbitramento

% De Presunção % De Arbitramento

1,6% 1,92%
8% 9,60%
16% 19,20%

32% 38,40%

9
Quando a receita for desconhecida, de acordo com o art. 608 do RIR/2018, deverá ser
adotado um dos índices abaixo:

PRODUTOS E/OU MERCADORIAS – ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

Matéria Prima - MP: São os produtos adquiridos para serem utilizados na fabricação
ou produção de bens destinados à venda.

Revenda e/ou Comercialização - RV: São mercadorias que são compradas e


revendidas da mesma forma que foram adquiridas, ou seja, sem passar por nenhum
processo de transformação, industrialização ou montagem.

Material de Consumo - MC: Caracterizam-se por não se agregarem fisicamente ao


produto final, sendo meramente utilizados nas atividades de apoio administrativo,
comercial e operacional (exemplo: papéis para escritório, lâmpadas para utilização nos
prédios administrativos, limpeza, higiene, copa e cozinha, etc.), produto para consumo
interno.

Ativo Imobilizado – AT: O Ativo Imobilizado é formado pelo conjunto de bens e


direitos necessários à manutenção das atividades da empresa, exemplo: móveis,
utensílios, computadores, veículos, máquinas e equipamentos, edificações, entre
outros...

Produto Acabado – PA: É algo que surge mediante um processo de produção, ou


seja, é aquilo que já está finalizado, terminado ou completo.

Custo de Aquisição

Mercadoria para Revenda: O custo de aquisição das mercadorias para


comercialização é formado pelo preço de compra sem os impostos recuperáveis, os
valores do transporte e seguro até o estabelecimento da empresa e outros acréscimos
se necessário.
Produtos para uso no Processo Produtivo: O custo de aquisição das matérias primas e
ou insumos (embalagens, secundários) entre outros aplicados ou consumidos no
processo produtivo serão formados pelos preço de compra sem os impostos
recuperáveis, os valores do transporte e seguro até o estabelecimento da empresa e

10
outros acréscimos se necessário.
§ 3º Os impostos recuperáveis por meio de créditos na escrita fiscal não integram o
custo de aquisição. Art. 301 Dec. nº 9.580, de 11/2018 – RIR.

Exemplo – Custo de Aquisição:

Uma empresa industrial, comprou matéria prima de um fornecedor catarinense com


frete tipo FOB (destinatário é o responsável pelo pagamento do transporte) contendo
as seguintes informações:

Informações do CT-e:

Demonstrativo do Custo da Compra

A empresa teve um desembolso financeiro de R$ 1.550,00 (valor da nota fiscal mais o


valor do transporte) porém, o custo final desta operação de compra foi de R$ 1.117,00.
A diferença refere-se aos créditos fiscais que serão compensados com os débitos
fiscais.

CONHECENDO MELHOR OS TRIBUTOS INCIDENTES NAS COMPRAS

Definição

O artigo 3º do CTN diz que tributo é:

11
“É toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada”.

Tributos Diretos

É o tipo de imposto que incide diretamente sobre a renda de uma pessoa física ou
jurídica, exemplo IRPJ e CSLL.

Tributos Indiretos

É o tipo de imposto que incide sobre a venda, e não sobre sua renda. Ele é aplicado
sobre o valor da operação, como ocorre com o ICMS, ISS, PIS e COFINS.

IPI – Esfera Federal

Fundamentação Legal: Decreto 7.212/2010.

Conceito

Imposto sobre produto industrializado sendo de competência da União – Receita


Federal.

Contribuinte

As indústrias, importadores e as equiparadas. O art. 9º do Decreto 7212/2010 define


quem são as consideradas equiparadas a contribuintes do IPI.

Art. 9 o Equiparam-se a estabelecimento industrial:

I - os estabelecimentos importadores de produtos de procedência estrangeira, que


derem saída a esses produtos (Lei nº 4.502, de 1964, art. 4º, inciso I);
II - os estabelecimentos, ainda que varejistas, que receberem, para comercialização,
diretamente da repartição que os liberou, produtos importados por outro
estabelecimento da mesma firma;
III - as filiais e demais estabelecimentos que exercerem o comércio de produtos
importados, industrializados ou mandados industrializar por outro estabelecimento da
mesma firma, salvo se aqueles operarem exclusivamente na venda a varejo e não
estiverem enquadrados na hipótese do inciso II (Lei nº 4.502, de 1964, art. 4º, inciso
II, e § 2º , Decreto-Lei n o 34, de 1966, art. 2 o , alteração 1 a , e Lei n o 9.532, de 10 de
dezembro de 1997, art. 37, inciso I) ;

(...)

Fato Gerador

Qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a


apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo.

NCM Regras TIPI

É a tabela que indica a incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados, ou


simplesmente tabela do IPI. É regulamentada pela Receita Federal do Brasil.
Por meio da tabela TIPI, consulta-se a alíquota (um valor fixo ou um percentual usado
para ser aplicado em uma determinada quantidade de dinheiro) do produto de acordo
com a classificação NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul).
Atualmente a norma tributária que regulamenta a Tabela do IPI é o Decreto
11.158/2022.

12
Perante a Receita Federal do Brasil, o responsável por definir qual a NCM correta do
produto é aquela pessoa que sabe do que é feito, como funciona e para que serve.

Base de Cálculo

A base de cálculo é o valor do produto, acrescido de fretes e demais despesas


multiplicadas pela sua alíquota correspondente com base na TIPI.
Art. 190. Salvo disposição em contrário deste Regulamento, constitui valor tributável:
§ 1o O valor da operação referido na alínea “b” do inciso I e no inciso II compreende o
preço do produto, acrescido do valor do frete e das demais despesas acessórias,
cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou destinatário.

Alíquotas

Variam conforme definidos na Tabela do IPI.

Cálculo "por fora" para fins de formação de preço de compra

Quando se fala em cálculo do IPI, é chamado de cálculo por fora, ou seja, esse
imposto não está incluso na formação do preço de compra.
Exemplo de cálculo:

Valor do produto: R$ 100,00;


Valor do Frete: R$ 20,00;
BC do IPI: 100 + 20 = 120,00
Alíquota de IPI: 8%
Valor do IPI: 120 * 8% = 9,60
Valor NF Compra: 100 + 20 + 9,60 = 129,60

ICMS Esfera Estadual

Fundamentação Legal: LC 87/1996 - Antonio Kandir deputado federal, pelo estado de


São Paulo. Compete ao Estado de SC: Lei 10.297/96 – Decreto 2.870/2001-SC.

13
Conceito

Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual e


Intermunicipal e de Comunicação.

Contribuinte

As pessoas jurídicas que trabalham com circulação de mercadorias ou produtos


(compras, vendas, remessas, retornos). O que identifica a pessoa jurídica ser ou não
contribuinte de ICMS? Em regra geral, a inscrição estadual.

Fato Gerador

- Circulação de Mercadoria ou Produtos;


- Prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por
qualquer via, de pessoas, bens, valores e mercadorias;
- Prestações onerosas de serviço de comunicação por qualquer meio, inclusive a
geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição, e
a ampliação de comunicação de qualquer natureza.

Base de Cálculo

Em regra geral, a base para cálculo do ICMS será o valor da mercadoria ou produto.

Alíquotas: Internas e Interestaduais

Operações Internas (Dentro de SC):

Art. 26. As alíquotas do imposto, nas operações e prestações internas e


interestaduais, inclusive na entrada de mercadoria importada e nos casos de serviços
iniciados ou prestados no exterior, são:

I - 17% Salvo quanto às mercadorias e serviços relacionados nos incisos II,III e IV;
II - 25% (vinte e cinco por cento) nos seguintes casos:
a) Revogada MP 255/2022;
b) Operações com os produtos supérfluos relacionados no Anexo 1, Seção I;
c) Revogada MP 255/2022;
d) Revogada MP 255/2022.
III - 12% (doze por cento) nos seguintes casos:
a) Operações com energia elétrica de consumo domiciliar, até os primeiros 150 Kw
(cento e cinquenta quilowatts);
b) Operações com energia elétrica destinada a produtor rural e cooperativas rurais
redistribuidoras, na parte que não exceder a 500 Kw (quinhentos quilowatts) mensais
por produtor rural;
c) Prestações de serviços de transporte rodoviário, ferroviário e aquaviário de
passageiros;
d) Mercadorias de consumo popular, relacionadas no Anexo 1, Seção II;
e) Produtos primários, em estado natural, relacionados no Anexo 1, Seção III;
f) Veículos automotores, relacionados no Anexo 1, Seção IV;
g) Óleo diesel;
h) Coque de carvão mineral.

14
i) Pias, lavatórios, colunas para lavatórios, banheiros, bidês, sanitários e caixas de
descarga, mictórios e aparelhos fixos semelhantes para uso sanitário;
j) Ladrilhos e placas de cerâmica;
l) Blocos de concreto, telhas e lajes planas pré-fabricadas, painéis de lajes, pré-
moldados, classificados, segundo a Nomenclatura Comum do Mercosul - NCM,
respectivamente, nos códigos 6810.11.00, 6810.19.00, 6810.99.00 (Lei nº 13.742/06);
m) Mercadorias integrantes da cesta básica da construção civil, relacionadas
no Anexo 1, Seção XXXII (Lei nº 13.841/06).
n) mercadorias destinadas a contribuinte do imposto; e
o) fornecimento de alimentação em bares, restaurantes e estabelecimentos similares.
IV - 7% (sete por cento) nas prestações de serviços de comunicação destinadas a
empreendimentos enquadrados no Programa de Fomento às Empresas Prestadoras
de Serviço de “Telemarketing”.

§ 5º O disposto na alínea “n” do inciso III do caput deste artigo não se aplica:
I – às operações sujeitas à alíquota prevista no inciso II do caput deste artigo;
II – às operações com mercadorias:
a) destinadas ao uso, consumo ou ativo imobilizado do destinatário; ou
b) utilizadas pelo destinatário na prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre
serviços, de competência dos Municípios; e
III – às saídas de artigos têxteis, de vestuário e de artefatos de couro e seus
acessórios promovidas pelo estabelecimento industrial que os tenha produzido.

Alíquotas Interestaduais:

Art. 27. Nas operações e prestações interestaduais, as alíquotas do imposto são:

I – 12 (doze por cento), nas operações ou prestações que destinarem mercadorias,


bens ou serviços a pessoa localizada nos Estados de Minas Gerais, Paraná, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo;
II – 7% (sete por cento), nas operações ou prestações que destinarem mercadorias,
bens ou serviços a pessoa localizada nos demais Estados e no Distrito Federal;
III - 4% (quatro por cento) na prestação de serviço de transporte aéreo de
passageiros, carga e mala postal;
IV – 4% (quatro por cento), nas operações que destinarem a pessoa localizada em
outro Estado ou no Distrito Federal mercadorias ou bens importados do exterior que,
após seu desembaraço aduaneiro:
a) Não tenham sido submetidos a processo de industrialização; ou
b) Ainda que, submetidos a qualquer processo de transformação, beneficiamento,
montagem, acondicionamento, renovação ou recondicionamento, resultem em
mercadorias ou bens com conteúdo de importação superior a 40% (quarenta por
cento).

15
Previsões para 2023/2024:

Base de Cálculo Reduzida

Convênio 52/91:

Cláusula primeira: Fica reduzida a base de cálculo do ICMS nas operações com
máquinas, aparelhos e equipamentos industriais arrolados no Anexo I deste Convênio,
de forma que a carga tributária seja equivalente aos percentuais a seguir:
16
I - Nas operações interestaduais:

a) Nas operações de saída dos Estados das Regiões Sul e Sudeste, exclusive Espírito
Santo, com destino aos Estados das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste ou ao
Estado do Espírito Santo, 5,14% (cinco inteiros e catorze centésimos por cento);

b) Nas demais operações interestaduais, 8,80% (oito inteiros e oitenta centésimos por
cento).

II - Nas operações internas, 8,80% (oito inteiros e oitenta centésimos por cento).

Regulamento de SC traz o texto (art. 9 Anexo 2):

a) Em 48,23% (quarenta e oito inteiros e vinte e três centésimos por cento), nas
perações sujeitas à alíquota de 17%;

b) Em 26,66% (vinte e seis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento), nas
operações sujeitas à alíquota de 12%;

c) Em 26,57% (vinte e seis inteiros e cinquenta e sete centésimos por cento), nas
operações sujeitas à alíquota de 7%;

Atenção: COPAT 97/2018.

E os 4% nas operações interestaduais???

CONVÊNIO ICMS 123/2012

Cláusula primeira: Na operação interestadual com bem ou mercadoria importados do


exterior, ou com conteúdo de importação, sujeitos à alíquota do ICMS de 4% (quatro
por cento) prevista na Resolução do Senado Federal nº 13, de 25 de abril de 2012,
não se aplica benefício fiscal, anteriormente concedido, exceto se:

I - de sua aplicação em 31 de dezembro de 2012 resultar carga tributária menor que


4% (quatro por cento);

II - tratar-se de isenção.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso I do caput , deverá ser mantida a carga


tributária prevista na data de 31 de dezembro de 2012.

Exemplo de cálculo de redução de base (Operação Interna):

NCM da mercadoria: 84213990


Valor da Mercadoria: R$ 500,00
Valor da Nota Fiscal: R$ 500,00
Valor da BC do ICMS: R$ 258,85
Valor do ICMS: R$ 44,00

Importante!!!!

§ 2° Fica dispensado o recolhimento do imposto correspondente à aplicação da


diferença entre a alíquota interna e a interestadual na aquisição interestadual, por
17
contribuinte do imposto, de mercadoria destinada ao ativo permanente, uso ou
consumo do estabelecimento.

Convênio ICMS 178/21 que prorroga diversos Convênios, inclusive, o Convênio 52/91
que foi prorrogado para 30/04/2024.
Cálculo “por dentro” para fins de formação de preço de compra
Os impostos que incidem sobre mercadorias ou serviços e que estão incluídos na
própria base de cálculo são os tributos cobrados por dentro.

Nesse tipo de procedimento, o imposto incide sobre ele mesmo, ou sobre outros
tributos – e não apenas sobre o valor do produto em si.

Exemplo:

Valor Líquido do Produto: R$ 180,00


Alíquota ICMS: 17%
17% -100 = 83
180/83% = 216,87.

Descontos Concedidos

Incondicional: Nota Fiscal;


Condicional: Mediante negociação após emissão da NF, como por exemplo, desconto no
boleto em atraso.

DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA

Conceito

É a resultado da alíquota interestadual com a alíquota de destino.

Contribuinte e Não Contribuinte

Contribuinte: A obrigação do recolhimento é do destinatário.


Não Contribuinte: A obrigação do recolhimento é do emitente.

Fato Gerador

Ocorre quando a finalidade de aquisição é para uso e consumo ou ativo imobilizado


oriundas de outras UF’s.

Base de Cálculo

Para qualquer situação de recolhimento do DIFA o cálculo em Santa Catarina, é


sempre o mesmo (por dentro).

Exemplo de Cálculo

Estado de Destino: Santa Catarina


Finalidade: Consumo
Alíq.de ICMS N.F.: 12%
Vlr. Mercadoria: R$ 1.200,00
B.C.do ICMS: R$ 1.200,00
Vlr. do ICMS N.F.: R$ 144,00
Vlr. Total N.F. : R$ 1.200,00

18
1.200,00 – 144,00 = 1.056,00;
1.056/83% = 1.272,29
1.272,29 * 17% = 216,29 – 144,00 = 72,29

DIFA Interno

Decreto n° 811, de 28 de agosto de 2020:

Regulamenta a cobrança do DIFA dentro de SC nas operações internas, aquele em


que a mercadoria deveria vir com alíquota de 17%, porém o fornecedor mandou a
12% e o adquirente tem que recolher a diferença (mudança ocorrida em 03/2020),
desde que adquirido para uso e consumo ou ativo imobilizado.
A partir da competência 08/2020 esse diferencial deverá ser recolhido junto com o
DIFA interestadual e lançado na DeSTDA para fins de geração do DARE.
O prazo de recolhimento será o mesmo, portanto, 10º dia do segundo mês
subsequente. Exemplo: as notas emitidas em agosto, o DIFA irá vencer em 13/10
(devido ao feriado de 12/10).
Para as empresas de apuração normal, também será igual ao ICMS normal, débito em
conta gráfica e recolhimento junto o ICMS normal do mês, vencimento 10º dia mês
subsequente.

Vendas Presenciais

No § 4º do art. 26 do RICMS/SC - COPAT 29/2016


§ 4º Para fins do disposto neste artigo, são internas as operações com mercadorias
entregues a consumidor final não contribuinte do imposto em território catarinense,
independentemente do seu domicílio ou da sua eventual inscrição no cadastro de
contribuintes do ICMS de outra unidade da Federação.

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

Fundamentação Legal: Anexo 3 RICMS/SC:

Conceito

É o regime pelo qual a responsabilidade pelo ICMS devido em relação às operações


ou prestações de serviços é atribuída a outro contribuinte.
A atribuição de responsabilidade dar-se-á em relação a mercadorias, bens ou serviços
previstos em lei de cada Estado.
Para cada segmento é atribuída uma relação de mercadorias com suas NCM’s,
descrição, MVA – Margem de Valor Agregada, ou seja, é um índice percentual
determinado pelos Estados e o Distrito Federal para calcular a substituição tributária.
Requisitos mínimos que devem ser avaliados para aplicabilidade da ST:

A mercadoria deve estar na lista de Substituição Tributária;


A finalidade de compra do cliente (somente revenda);
As NCMS listadas no Convênio 142/2018.

Substituição Tributária nas operações Internas

Nas operações internas aplica-se a MVA original conforme exemplo abaixo:


Considera-se MVA de 34%.

19
BC da Operação Própria R$ 1.000,00
Alíquota Interestadual 12%
Alíquota Interna 17%
ICMS Operação Própria R$ 120,00
BC ICMS ST R$ 1.340,00
Aplica-se a Alíquota Interna (1.340,00 * 17%) - 227,80
ICMS ST R$ 107,80
Total NF R$ 1.107,80

Substituição Tributária nas operações Interestaduais

Assim como nas operações internas é preciso avaliar os requisitos necessários para
aplicabilidade do ICMS ST nas operações interestaduais:
Verificar se o estado destino tem acordo com o estado de origem;
Verificar a legislação de destino no que diz respeito ao ICMS ST.
A finalidade de compra do cliente (somente revenda);
As NCMS listadas no Convênio 142/2018.

Operação Interestadual Considerando os mesmos valores acima: MVA Ajustada que


era 34% agora vira 46,18%.

BC da Operação Própria R$ 1.000,00


Alíquota Interestadual 4%
Alíquota Interna 17%
ICMS Operação Própria R$ 40,00
BC ICMS ST R$ 1.461,80
Aplica-se a Alíquota Interna (1.461,80 * 17%) - 248,51
ICMS ST R$ 208,51
Total NF R$ 1.208,51

Esse normalmente é o cenário que vemos, o qual realmente o preço fica mais alto,
porém o vilão não é o ICMS ST e sim o preço da mercadoria, vejamos no tópico
seguinte

Reflexo do ICMS ST nas operações comerciais

A MVA Ajustada foi criada para equiparar a carga tributária em uma operação
interestadual conforme alíquotas interestaduais, muitos entendem que em uma
operação interestadual em que há a incidência do ICMS ST, o negócio fica mais caro
(preço) em virtude da MVA Ajustada, o que não procede.

Operação Interna: Valor de R$ 1.000,00 considerando ICMS de 12%, logo, na


operação interestadual, é preciso reajustar o preço equivalente a alíquota
interestadual, que no exemplo citado é de 4%.

Observação: Empresas do Simples Nacional permanece com a MVA Original nas


operações interestaduais.

20
BC da Operação Própria R$ 916,67
Alíquota Interestadual 4%
Alíquota Interna 17%
ICMS Operação Própria R$ 36,67
BC ICMS ST R$ 1.340,00
Aplica-se a Alíquota Interna (1.340 * 17%) - 227,80
ICMS ST R$ 191,13
Total NF R$ 1.107,80
Operações interestaduais sem protocolo/convênio

Não são todos os estados que possuem acordos, alguns faziam parte, porém saíram,
como é o exemplo do estado de Santa Catarina, contudo, algumas empresas
permanecem com o mesmo critério por conta de negociações comerciais onde cliente
e fornecedor entram em comum acordo.
Para que isso possa ocorrer de forma legal é preciso verificar a legislação de destino
para adoção da pratica de manter o recolhimento por parte do emitente de forma
espontânea.

DIFA a Título de ICMS ST

Este caso só acontece caso haja uma venda para consumo entre estados (que sejam
signatários) e a mercadoria esteja na lista de substituição Tributária.
É calculado apenas a diferença de alíquota e destacado na nota fiscal no campo ICMS
ST.

Malhas Fiscais

Lançada em Setembro de 2019 e retroagindo a movimentação para Janeiro do mesmo


ano, a malha fiscal teve como objetivo, demonstrar ao contribuinte e por consequência
aos escritórios contábeis, as divergências encontradas pelo FISCO, na entrega das
obrigações acessórias e com isso poder efetuar a autorregularização, evitando uma
dor de cabeça maior como um processo de fiscalização ou mesmo de infração junto à
SEFAZ/SC.
Funcionamento: Por meio do processamento das obrigações acessórias como o EFD
ICMS/IPI, DIME e contando com a movimentação financeira cedida pelas instituições
financeiras através da DIMP, a SEFAZ/SC efetua um cruzamento das informações e
aponta possíveis divergências. Através de um portal no SAT, o contabilista pode
verificar as pendências existentes de seus clientes e promover a sua regularização.
A malha fiscal possui um prazo final para regularização. O Estado planeja que o
fechamento aconteça sempre no dia 31 de maio, relativo aos fatos acontecidos no ano
anterior. Após este prazo, o contribuinte/contabilista somente poderá efetuar a
regularização via processo administrativo.

Malhas Fiscias já Publicadas:

001 EFD: C100: Crédito indevido proveniente de NF-e cancelada, denegada ou


inutilizada
002 EFD: C100: Crédito indevido proveniente de NF-e inexistente ou destinada a
contribuinte diverso
004 EFD: C100: Crédito de ICMS declarado na EFD maior que na NF-e

21
005 EFD: C100: NF-e de saída com débito não escriturada
006 EFD: C100: Débito de ICMS declarado na EFD menor que na NF-e
009 EFD: Omissão de entrega
010 DIME: Omissão de entrega
011 DIME: Faturamento declarado inferior ao obtido por meio de cartão de
crédito/débito e outros
012 PGDAS-D: Omissão de entrega
013 PGDAS-D: Faturamento declarado inferior ao obtido por meio de cartão de
crédito/débito e outros
014 GIA-ST: Omissão de entrega
015 CADASTRO: Edital de Intimação de Cancelamento de Inscrição Estadual
016 EFD: C100: NF-e de entrada declarada em multiplicidade
017 EFD: C100: Escrituração com omissão de NF-e destinada ao contribuinte
018 EFD: E111: Utilização de códigos de ajuste genérico
019 SINTEGRA: Omissão de entrega
020 DIME: Apuração consolidada - Apropriar crédito indevido de ICMS
021 DIME: Apuração consolidada - Deixar de submeter à incidência do ICMS
022 DIME: Apuração consolidada - Apropriar crédito indevido de ICMS-ST
023 DIME: Apuração consolidada - Deixar de submeter à incidência do ICMS-ST
024 DIME: Apuração consolidada - Deixar de submeter à incidência do ICMS-CP
025 MEI: Receita Bruta superior ao limite legal
026 Simples Nacional: Receita Bruta superior ao limite legal

Malhas Fiscais em Desenvolvimento:

EFD: E110: Valor a pagar maior que na DIME


EFD: E110: Saldo credor menor que na DIME
EFD: E111: Crédito extemporâneo
NF-e: Saída com manifestação do destinatário de "desconhecimento" ou "operação
não realizada"
NF-e: Simples faturamento sem a correspondente venda efetiva
NF-e: Destinada à industrialização, sem retorno
NF-e: Destinada à exportação sem evento da exportação pela RFB
NF-e: Destinada à ZFM com isenção, sem internação SUFRAMA

Manifestação do Destinatário

A manifestação do destinatário permite ao destinatário da Nota Fiscal Eletrônica - NF-e


manifestar-se sobre a sua participação comercial descrita na NF-e, confirmando as
informações prestadas pelo seu fornecedor e emissor do respectivo documento fiscal.
Este processo é composto de quatro eventos:
Ciência da Emissão: recebimento pelo destinatário de informações relativas à
existência de NF-e em que esteja envolvido, quando ainda não existam elementos
suficientes para apresentar uma manifestação conclusiva;
Confirmação da Operação: o destinatário confirma que a operação descrita na NF-e
ocorreu. Quando a NF-e trata de uma circulação de mercadorias, o momento de
registro do evento deve ser posterior à entrada física da mercadoria no
estabelecimento do destinatário. Após a Confirmação da Operação, a empresa
emitente fica impedida de cancelar a NF-e;
22
Operação não Realizada: Manifestação do destinatário declarando que a operação
descrita na NF-e foi por ele solicitada, mas não foi efetivada. Este registro deve ser
feito, por exemplo, se a carga foi extraviada ou roubada durante o transporte;
Desconhecimento da Operação: Manifestação do destinatário declarando que a
operação descrita da NF-e não foi por ele solicitada.

Conforme Ajuste Sinief 11 de 07/04/2022:

Cláusula primeira O § 6º fica acrescido à cláusula décima quinta-C do Ajuste


SINIEF nº, 7, de 30 de setembro de 2005, com a seguinte redação:

“§ 6º Após 180 (cento e oitenta) dias contados a partir da data de autorização da NF-e,
caso não seja informado nenhum registro dos eventos mencionados no “caput”,
considerar-se-á ocorrida a operação descrita na NF-e, tendo os mesmos efeitos que o
registro “Confirmação da Operação”.

Cláusula segunda Este ajuste entra em vigor na data da sua publicação no Diário
Oficial da União, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do segundo mês
subsequente ao da publicação.

Remessas e Retornos

Remessa para Demonstração: ICMS suspenso desde que retorne em 60 dias (caso
haja a compra do produto obrigatoriamente precisa fazer o retorno simbólico dentro do
prazo estipulado).
Fundamentação Legal: Ajuste SINIEF 02/18;

Remessa para Conserto ou Industrialização: ICMS suspenso desde que retorne em


180 dias.
Fundamentação Legal: Art. 27, inciso I do Anexo 2 do RICMS-SC/01 (Decreto
2.870/01);

Remessas para Mostruário ou Treinamento: ICMS suspenso desde que retorne em 90


dias.
Fundamentação Legal: Ajuste SINIEF 02/18;

Remessa de bem do ativo imobilizado para uso fora do estabelecimento: ICMS


suspenso desde que retorne em 180 dias.
Fundamentação Legal: Art. 36, do Anexo 2 do RICMS-SC/01 (Decreto 2.870/01).

Regulamentos de ICMS estados AL e GO:

AL: Lei Estadual 5.900 de 27/12/1996 – Decreto: 35.245/1991.


GO: Lei Estadual 11.651 de 26/12/1991 – Decreto: 4.852/1997.

Ambos possuem antecipação do ICMS, contudo depende o produto ou a operação


fiscal.
Substituição Tributária – Materiais de Construção e Congêneres:
AL: Possui acordo somente com o estado de SP (Protocolo ICMS 104/2008);
GO: Não há.
Regime Especial de Importação:
AL: Precatórios.
GO: Não há.

PIS e COFINS Esfera Federal

Conceito

PIS – Programa de Integração Social


23
COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social.
São contribuições sociais no âmbito de competência da União, que têm como destino
o financiamento da seguridade social.
Seu recolhimento é mensal e, enquanto no passado recaiam sobre o faturamento –
assim entendido como o resultado da venda de mercadorias, da prestação de serviços
ou da combinação de ambas –, hoje, incidem sobre a totalidade das receitas do
contribuinte.

Contribuinte

São contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS as pessoas


jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto
sobre a Renda da Pessoa Jurídica.

Fato Gerador

Auferimento de receitas pelas pessoas jurídicas.

Base de Cálculo

Totalidade das receitas (faturamento) auferidas pela pessoa jurídica.

Alíquotas

Cumulativo: 0,65% de PIS e 3,00% de COFINS.


Não Cumulativo: 1,65% de PIS e 7,60% de COFINS.

Cálculo “por dentro” para fins de formação de preço de compra

Valor Líquido do Produto: R$ 180,00


Alíquota PIS: 1,65%
Alíquota COFINS: 7,60%

1,65 + 7,60 = 9,25% -100 = 90,75


180/90,75% = 198,35.

CRÉDITOS FISCAIS

Conceito

É o montante que a empresa tenha pago a título de impostos ao adquirir um produto


ou mercadoria podendo ser deduzido junto do governo no momento de realizar a saída
da mercadoria ou do produto.

ICMS

Alguns exemplos de operações fiscais que permitem o aproveitamento do crédito de


ICMS, desde que destacado no documento fiscal, tais como matéria prima, produto
secundário, intermediário, comercialização, insumos entre outros.

IPI
Art. 226 Decreto 7212/2010 elenca os principais créditos fiscais:

I - do imposto relativo a matéria-prima, produto intermediário e material de


embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados,

24
incluindo-se, entre as matérias-primas e os produtos intermediários, aqueles que,
embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de
industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente;
II - do imposto relativo a matéria-prima, produto intermediário e material de
embalagem, quando remetidos a terceiros para industrialização sob encomenda, sem
transitar pelo estabelecimento adquirente;
III - do imposto relativo a matéria-prima, produto intermediário e material de
embalagem, recebidos de terceiros para industrialização de produtos por encomenda,
quando estiver destacado ou indicado na nota fiscal;
IV - do imposto destacado em nota fiscal relativa a produtos industrializados por
encomenda, recebidos do estabelecimento que os industrializou, em operação que dê
direito ao crédito;
V - do imposto pago no desembaraço aduaneiro;
VI - do imposto mencionado na nota fiscal que acompanhar produtos de procedência
estrangeira, diretamente da repartição que os liberou, para estabelecimento, mesmo
exclusivamente varejista, do próprio importador;
VII - do imposto relativo a bens de produção recebidos por comerciantes equiparados
a industrial;

(...)

Art. 227. Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão,


ainda, creditar-se do imposto relativo a matéria-prima, produto intermediário e material
de embalagem, adquiridos de comerciante atacadista não contribuinte, calculado
pelo adquirente, mediante aplicação da alíquota a que estiver sujeito o produto, sobre
cinquenta por cento do seu valor, constante da respectiva nota fiscal.

PIS e COFINS

Os artigos 3º da Lei 10833/2003 e 10637/2002 elencam as operações que permitem o


aproveitamento de crédito de PIS e COFINS:

I - bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos


referidos:
II - bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção
ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e
lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485,
de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela
intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da
TIPI;
III – VETADO
IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica,
utilizados nas atividades da empresa;
V - valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa
jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e
Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - SIMPLES;
VI - máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado,
adquiridos ou fabricados para locação a terceiros ou para utilização na produção de
bens destinados à venda ou na prestação de serviços;
VII - edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o custo, inclusive de
mão-de-obra, tenha sido suportado pela locatária;
VIII - bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenha integrado faturamento
do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei;
IX - energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica;
IX - energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos
estabelecimentos da pessoa jurídica;
X - vale-transporte, vale-refeição ou vale-alimentação, fardamento ou uniforme
fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de
25
prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção;
XI - bens incorporados ao ativo intangível, adquiridos para utilização na produção de
bens destinados a venda ou na prestação de serviços.

Simples Nacional

Empresas optante pelo Simples Nacional conforme instituído pela LC 123/2006 não é
permitido o aproveitamento de crédito fiscal de nenhum tributo, sua modalidade de
recolhimento é pelo método cumulativo.

Empresas Normais comprando de empresas do Simples Nacional:

ICMS: A empresa não pode destacar o imposto na nota fiscal, visto que seu regime de
tributação não permite. O estado de SC prevê que se o destinatário estiver comprando
produtos como MP ou RV, poderão utilizar um crédito presumido de 7% - Anexo 2, art.
15, XXVI e parágrafo 25 desde que o fornecedor seja o fabricante situado em SC.

IPI: O artigo 166 do RIPI veda o direito de crédito do IPI.


As aquisições de produtos de estabelecimentos optantes pelo SIMPLES, de que trata
o artigo 117, não ensejarão aos adquirentes direitos a fruição de crédito de MP, PI, ME
(lei 9.317/96).

Exemplo de cálculo dos tributos fornecedor for do Lucro Presumido e sua


empresa adquirente, do Lucro Real:

Preço de Compra sem impostos: 180,00


PIS 0,65%: 1,39
COFINS: 3,00% 6,40 Pagos Compra
ICMS: 12% 25,61
Preço com Imposto: R$ 213,40
Total impostos pagos na compra: R$ 33,40

Observação:

Considerando que a empresa adquirente é optante pelo Lucro Real, ela terá direito ao
Crédito Fiscal maior, pois suas alíquotas correspondem a 1,65% e 7,60% de PIS e
COFINS respectivamente:

Preço com Imposto: 213,40


PIS 1,65%: 3,52
COFINS: 7,60% 16,21 Crédito Fiscal
ICMS: 12% 25,61

45,34-33,40 = 11,94 Ganho Tributário 

Importante - Empresas Lucro Real, Presumido ou no Sublimie do Simples Nacional:

Para fins de ICMS (por se tratar de um imposto da esfera estadual), é importante


verificar se o custo tributário tem efeito nulo, em se tratando de uma operação
interestadual onde a finalidade da compra é pra uso produtivo ou comercialização, por
mais que a alíquota possa aumentar ou diminuir, não pode haver variação no custo
tributário. Vejamos um exemplo:

Compra dentro de Santa Catarina – Produto Estrangeiro:

Valor da Mercadoria: R$ 273,52 (com ICMS incluso);


Crédito Fiscal: R$ 32,82 (12% de ICMS);
Custo: R$ 240,70.
26
Compra de SP para SC – Produto Estrangeiro:

Custo: R$ 240,70;
Valor da Mercadoria: R$ 250,73 (com ICMS incluso);
Crédito Fiscal: R$ 10,03 (4% de ICMS).

CONTRATAÇÃO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Conceito

É o resultado de um trabalho realizado pelo indivíduo, que tem como consequência


uma remuneração.
Com base na Lei Nacional de ISS 116/2003, cada município instituiu a sua
Legislação Municipal com suas respectivas listas de serviços e alíquotas aplicáveis.
Contribuintes: É o prestador de serviço.
Base de Cálculo: É o preço do serviço.
Alíquotas Mínima e Máxima: 2% e 5%.

ISS – Regras Básicas

Art. 3o LC116: O serviço considera-se prestado, e o imposto, devido, no local do


estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do
prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXV, quando o imposto
será devido no local:

I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de


estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, na hipótese do § 1o do art. 1o desta
Lei Complementar;
II – da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso dos
serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa;
III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 da
lista anexa;
IV – da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista anexa;
(...)

Observações Importantes:

- Serviço não se cancela, por isso muita atenção na negociação;


- Caso o prestador de serviço for de outro município, é possível que alíquota do ISS,
mude, o que pode ser vantajoso ou prejudicial para sua negociação, fique atento;
- Se o fornecedor for uma pessoa física ou MEI, para a empresa o custo pode ficar
maior, pois haverá tributação adicional o qual acarretará a sua empresa, como por
exemplo 20% de INSS (Art. 18B LC 147/14);

§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo exclusivamente em relação ao MEI que for


contratado para prestar serviços de hidráulica, eletricidade, pintura, alvenaria,
carpintaria e de manutenção ou reparo de veículos.

Pessoa Física – Retenção INSS e Imposto de Renda.

Retenções

Retenções Pessoa Jurídica:

I.R.R.F. Decreto 9.580/2018

27
Fato Gerador: Ver Ato Declaratório RFB 08 de 02/09/2014;
Art. 714 - relação dos serviços com retenção de 1,5%;
Art. 716 - relação dos serviços com retenção de 1,0%;
Valor mínimo do DARF: R$ 10,00;
Simples Nacional não retém.

PIS/COFINS/CSLL – Lei 10.833/2003


Fato Gerador: Pagamento do Serviço ao Fornecedor;
Artigo 30 traz a relação dos serviços obrigados a retenção 4,65%;
Valor mínimo do DARF: 10,00;
Simples Nacional não retém.

NOÇÕES DE IMPORTAÇÕES

Conceito

É o processo comercial e fiscal que consiste em trazer uma carga ou produto do


exterior para o país de referência.
A mesma tende a ser adquirida via nacionalização do produto, que ocorre a partir de
procedimentos burocráticos ligados à receita do país de destino, bem como da
alfândega, durante o descarregamento da entrega, que pode se dar por via aérea,
marítima, rodoviária ou ferroviária.

Efeito Cascata

Para fins de tributação é conhecido como efeito cascata, ou seja, é a tributação de


imposto sobre imposto.
Foi a forma que o Estado criou para evitar que ocontribuinte compre de fora, mas
sim no mercado interno.

Créditos Fiscais

Para fins de créditos fiscais na importação, na maioria dos casos, só é permitido


para os tributos:
PIS, COFINS, IPI e ICMS. Os demais são todos considerados como custo ou
despesas para aempresa.
No processo de Importação o ICMS é o imposto mais caro, pois ele é o último a ser
calculado no final de toda a cadeia.
Regra geral:

28
Exemplo de Cálculo do ICMS:

Fob: R$ 80.000,00;
IPI: R$ 10.000,00;
PIS/COF: R$ 32.000,00;
Taxa Siscomex: R$ 1.000,00.

Soma-se todos os valores acima: 123.000/0,83 =148.192,77


BC: 148.192,77 * 17% = 25.192,77

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Qual o Regime Tributário da sua empresa?

2. Qual a vantagem financeira de adquirir um produto que possui redução na sua


base de cálculo do ICMS?

3. Quais os percentuais de PIS e COFINS para as empresas optantes do Lucro Real


e Lucro Presumido?

4. Com base nas informações abaixo, calcule o seu preço de compra:

Seu fornecedor é de SC e optante do Lucro Real:


Valor da mercadoria sem impostos: R$ 250,00
PIS/COFINS: R$
ICMS: R$
Valor da compra: R$

Seu fornecedor é de SC e optante do Lucro Presumido


Valor da mercadoria sem impostos: R$ 250,00
PIS/COFINS: R$
ICMS: R$
Valor da compra: R$

5. Caso minha empresa sendo Lucro Real ou Presumido, opte por adquirir MP de um fornecedor
optante do Simples Nacional residente em SC fabricante, tenho algum ganho tributário sobre as
compras realizadas? Justifique:
29
7. Existe alguma vantagem financeira ou tributária na contratação de serviços
realizados por Pessoa Física? Explique:

8. Análise Comparativa:

Caso 1 - Operação Interna:


Finalidade da Compra: Uso no Processo Produtivo
Comprador: Industria Lucro Real
Fornecedor 1: Lucro Presumido
Fornecedor 2: Simples Nacional

NF FORNECEDOR LUCRO PRESUMIDO

Base de Cálculo Valor do B.C. ICMS ST Valor ICMS Valor Total dos
do ICMS ICMS Subst. Produtos
5.000,00 600,00 5.000,00

Valor do Desconto Desp. Valor total Valor Total da Nota


Acessórias do IPI Fiscal
250,00 5.250,00

NF FORNECEDOR SIMPLES NACIONAL

Base de Cálculo do Valor do B.C. ICMS ST Valor ICMS Valor Total dos
ICMS ICMS Subst. Produtos
5.000,00

Valor do Desconto Desp. Valor total do Valor Total da Nota


Acessórias IPI Fiscal
Frete 5.000,00

Permite o aproveitamento de
110,50 de ICMS correspondente a alíquota de 2,21%

Análise das Cotações pelo Comprador

Fornecedor Lucro Presumido

Valor da NF

(-) ICMS

(-) IPI

(-) PIS

(-) COFINS

Custo de Aquisição

30
Fornecedor Simples Nacional

Valor da NF

(-) ICMS

(-) IPI

(-) PIS

(-) COFINS

Custo de Aquisição

Caso 2 - Operação Interestadual – PR p/ SC


Finalidade da Compra: Uso no Processo Produtivo
Comprador: Industria Lucro Real
Origem do Produto: Estrangeira
Fornecedor 1: Lucro Presumido
Fornecedor 2: Simples Nacional

NF FORNECEDOR LUCRO PRESUMIDO

Base de Cálculo do Valor do B.C. ICMS ST Valor ICMS Valor Total dos
ICMS ICMS Subst. Produtos
5.000,00 200,00 5.000,00

Valor do Desconto Desp. Valor total Valor Total da Nota


Acessórias do IPI Fiscal
Frete 250,00 5.250,00

NF FORNECEDOR SIMPLES NACIONAL

Base de Cálculo do Valor do B.C. ICMS ST Valor ICMS Valor Total dos
ICMS ICMS Subst. Produtos
4.000,00

Valor do Desconto Desp. Valor total do Valor Total da Nota


Acessórias IPI Fiscal
Frete 4.000,00

Permite o aproveitamento de
88,40 de ICMS correspondente a alíquota de 2,21%

31
Análise das Cotações pelo Comprador

Fornecedor Lucro Presumido

Valor da NF

(-) ICMS

(-) IPI

(-) PIS

(-) COFINS

Custo de Aquisição

Fornecedor Simples Nacional

Valor da NF

(-) ICMS

(-) IPI

(-) PIS

(-) COFINS

Custo de Aquisição

Caso 3 – Operação Interna


Finalidade da Compra: Uso no Processo Produtivo
Origem do Produto: Nacional
NCM: 7412.20.00
Comprador: Indústria Lucro Real;
Fornecedor 1: Comércio Atacadista
Fornecedor 2: Indústria Simples Nacional

32
NF COMÉRCIO ATACADISTA

Base de Cálculo Valor do B.C. ICMS ST Valor ICMS Valor Total dos
do ICMS ICMS Subst. Produtos
5.000,00 600,00 5.000,00

Valor do Desconto Desp. Valor total Valor Total da Nota


Acessórias do IPI Fiscal
Frete 5.000,00

NF FORNECEDOR SIMPLES NACIONAL

Base de Cálculo do Valor do B.C. ICMS ST Valor ICMS Valor Total dos
ICMS ICMS Subst. Produtos
4.000,00

Valor do Desconto Desp. Valor total do Valor Total da Nota


Acessórias IPI Fiscal
Frete 4.000,00

Permite o aproveitamento de
88,40 de ICMS correspondente a alíquota de 2,21%

Análise das Cotações pelo Comprador

Fornecedor Comércio Atacadista

Valor da NF

(-) ICMS

(-) IPI

(-) PIS

(-) COFINS

Custo de Aquisição

Fornecedor Simples Nacional

Valor da NF

(-) ICMS

(-) IPI

(-) PIS

(-) COFINS

Custo de Aquisição

33
Caso 4 - Operação Interestadual – PR p/ SC
Finalidade da Compra: Uso no Processo Produtivo
Comprador: Industria Lucro Real
Origem do Produto: Nacional
Fornecedor 1: Lucro Presumido
Fornecedor 2: Simples Nacional

NF FORNECEDOR LUCRO PRESUMIDO

Base de Cálculo do Valor do B.C. ICMS ST Valor ICMS Valor Total dos
ICMS ICMS Subst. Produtos
1.000,00 120,00 1.000,00

Valor do Desconto Desp. Valor total Valor Total da Nota


Acessórias do IPI Fiscal
Frete 100,00 1.100,00

NF FORNECEDOR SIMPLES NACIONAL

Base de Cálculo do Valor do B.C. ICMS ST Valor ICMS Valor Total dos
ICMS ICMS Subst. Produtos
950,00

Valor do Desconto Desp. Valor total do Valor Total da Nota


Acessórias IPI Fiscal
Frete 950,00

Permite o aproveitamento de
21,00 de ICMS correspondente a alíquota de 2,21%

Análise das Cotações pelo Comprador

Fornecedor Lucro Presumido

Valor da NF

(-) ICMS

(-) IPI

(-) PIS

(-) COFINS

Custo de Aquisição

34
Fornecedor Simples Nacional

Valor da NF

(-) ICMS

(-) IPI

(-) PIS

(-) COFINS

Custo de Aquisição

35

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