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Sumário

1 INTRODUÇÃO À ECONOMIA ..................................................................................................5


1.1 Conceito de Economia ............................................................................................................ 5
1.1.1 Algumas definições ............................................................................................................ 5
1.1.2 Conceitos Utilizados .......................................................................................................... 5
1.2 Histórico da economia no mundo .......................................................................................... 5
1.2.1 Termos Utilizados .............................................................................................................. 6
1.2.1 O Problema Fundamental da Economia ............................................................................ 7
1.2.2 Utilidades de Bens e Serviços ............................................................................................ 7
2 PERGUNTAS FUNDAMENTAIS ................................................................................................7
3 A CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO ........................................................................8
3.1 Fatores de Produção (recursos produtivos) ........................................................................... 9
3.2 Economia de Mercado - Capitalista...................................................................................... 10
3.2.1 Capitalismo ...................................................................................................................... 10
3.3 Economia Centralizada - Socialista ....................................................................................... 11
3.2.1 Socialismo ........................................................................................................................ 11
3.4 Comunismo........................................................................................................................... 12
4 TEORIA ELEMENTAR DA DEMANDA .....................................................................................12
4.1 Curva da Demanda ............................................................................................................... 12
5 TEORIA DA OFERTA ..............................................................................................................13
5.1 Curva da Oferta .................................................................................................................... 13
6 TEORIA ELEMENTAR DA PRODUÇÃO....................................................................................14
6.1 Função de Produção ............................................................................................................. 14
6.2 Custos de Produção, Receita e Lucros .................................................................................. 15
7 MERCADO ............................................................................................................................16
7.1 Tipos de Mercado ................................................................................................................. 16
7.2 Classificação das formas de mercado................................................................................... 17
7.2.1 Concorrência perfeita ...................................................................................................... 17
7.2.2 Oligopólio ........................................................................................................................ 17
7.2.3 Concorrência imperfeita.................................................................................................. 18
7.2.4 Causas que explicam o aparecimento do monopólio ..................................................... 18
7.2.5 Alternativas para regularização do monopólio, por parte do governo ........................... 18
8 PONTO DE EQUILÍBRIO .........................................................................................................18
9 CONCEITO DE ELASTICIDADE ................................................................................................19
10 BENS COMPLEMENTARES E BENS SUBSTITUTOS ..................................................................20
11 CONTABILIDADE SOCIAL ......................................................................................................20
12 CONSUMO E POUPANÇA .....................................................................................................21
13 ECONOMIA MONETÁRIA......................................................................................................22
13.1 Moeda e sua história ............................................................................................................ 22
13.2 Funções da Moeda ............................................................................................................... 22
14 SISTEMA FINANCEIRO ..........................................................................................................22
14.1 Mercados do Sistema Financeiro Brasileiro .........................................................................23
14.2 Organização do Sistema Financeiro Nacional.......................................................................23
15 INFLAÇÃO ............................................................................................................................ 24
15.1 Algumas Causas da Inflação..................................................................................................25
15.2 Algumas Consequências da Inflação.....................................................................................25
15.3 Tipos de Inflação ...................................................................................................................25
15.4 Inflação no Brasil ..................................................................................................................26
15.5 Deflação ................................................................................................................................26
16 SETOR EXTERNO .................................................................................................................. 26
16.1 Política Cambial ....................................................................................................................26
16.2 Balança de Pagamento .........................................................................................................27
16.3 Organismos Internacionais ...................................................................................................27
17 SETOR PÚBLICO ................................................................................................................... 27
17.1 Função Econômica do Setor Público.....................................................................................28
17.2 Estrutura Tributária ..............................................................................................................28
17.3 Déficit Público .......................................................................................................................29
18 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ............................................................ 29
18.1 Fatores Condicionantes do Crescimento Econômico ...........................................................30
19 EMPREGO ............................................................................................................................ 30
19.1 Mercado de Trabalho ...........................................................................................................30
19.2 Oferta e Demanda de Emprego ............................................................................................30
20 POLÍTICAS MACROECONÔMICAS ......................................................................................... 30
20.1 Definições .............................................................................................................................30
20.2 Metas de política macroeconômica .....................................................................................31
20.3 Instrumentos de política macroeconômica ..........................................................................31
20.3.1 Política fiscal ..................................................................................................................31
20.3.2 Política monetária..........................................................................................................31
20.3.3 Política cambial ..............................................................................................................31
20.3.4 Política de renda ............................................................................................................32
21 GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA ............................................................................................... 32
21.1 Processo de Globalização .....................................................................................................32
21.2 As Consequências da Globalização .......................................................................................32
22 CORRETOR DE IMÓVEIS: UM PROFISSIONAL BEM QUALIFICADO ........................................ 33
23 FORMAÇÃO.......................................................................................................................... 33
1 INTRODUÇÃO À ECONOMIA

1.1 Conceito de Economia

1.1.1 Algumas definições


Lionel Robbins – “A ciência que estuda o comportamento humano como toda relação entre fins e
meios escassos que tem usos alternativos”.
John F. Due – “O estudo da organização que dirige a utilização de recursos escassos para a
satisfação de desejos humanos”.
Rosseti – É a ciência que tem como objetivo a Organização Nacional dos Fatores Produtivos, com
vistas à produção de bens e serviços para efeito de atendimento das necessidades humanas.
Paul Samuelson – “O estudo de como os homens decidem empregar recursos produtivos escassos,
que poderiam ter aplicações alternativas, para produzir diversas mercadorias, ao longo do tempo distribuí-
las para consumo, agora e no futuro, por pessoas e grupos da sociedade”.

1.1.2 Conceitos Utilizados


 Economia é a ciência que cuida da melhor administração dos escassos recursos disponíveis para
satisfação das necessidades humanas.
 Economia é o estudo da maneira pela qual a humanidade realiza a tarefa de organizar suas
atividades de consumo e produção.
 É a ciência que estuda as variações e combinações na alocação dos fatores de produção na
distribuição de renda, na oferta, procura e nos preços das mercadorias.
 Economia é o estudo da riqueza.

Qualquer que seja a definição, verifica-se algumas características básicas:


 A escassez dos recursos;
 O objetivo de satisfazer a necessidade humana;
 Ciência que ensina a gerir ou administrar a utilização dos recursos escassos.
Portanto, fundamentado no princípio da escassez, é a ciência que cuida da satisfação das
necessidades ilimitadas diante da escassez dos recursos.

1.2 Histórico da economia no mundo


Na antiguidade os povos primitivos preocupavam-se certamente com a organização de sua
atividade econômica e, em todas as épocas da história universal, as pequenas comunidades e as grandes
nações procuraram resolver eficientemente seus problemas de natureza econômica. Mas, só a partir do
século XVIII, quando as grandes descobertas técnicas e científicas alteraram profundamente o
comportamento produtivo dos povos, foi que a economia apontou como ciência. No século XIX seu
progresso foi extraordinário e nas últimas décadas do século atual seu estudo ganhou novo e inesperado
impulso, passando, desde então, a interessar a todos os cidadãos.
Este crescente interesse é, aliás, de fácil compreensão. Ele tem muito a ver com o surgimento das
duas grandes guerras e com a crise econômica que abalou o mundo ocidental na década de 30. As nações
envolvidas nos dois grandes conflitos mundiais procuraram estudar profundamente a organização de seus
sistemas produtivos, pois, a guerra exigia a mobilização de ampla retaguarda industrial. Muitos
instrumentos de análise econômica foram então desenvolvidos, aperfeiçoando-se principalmente nos
intervalos das guerras, quando as nações ocidentais, abaladas pela Grande Depressão, voltaram-se ao
estudo dos elementos determinantes do equilíbrio econômico para o restabelecimento da normalidade e
para a rápida reabsorção das massas desempregadas.
Na década de 30, John Maynard Keynes, notável economista inglês, arquiteto da moderna análise
macroeconômica, surge com uma nova proposta ao pensamento econômico, denominado Keynesianismo.
Modalidade de intervenção do Estado na vida econômica, sem atingir totalmente a autonomia da empresa
privada e adotando as políticas sugeridas na sua principal obra: A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da

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Moeda. Tais políticas propunham-se a solucionar o problema do desemprego pela intervenção estatal,
desencorajando o entesouramento, em proveito das despesas produtivas, por meio da redução da taxa de
juros e do incremento dos gastos públicos.
De fato, sob o estímulo de grandes despesas governamentais, impostas pelo conflito mundial, a
crise do desemprego deu lugar à escassez de mão de obra, na maioria dos países capitalistas. Surgiu a
convicção de que o capitalismo poderia ser salvo, desde que os governos soubessem fazer uso de seu
poder de cobrar impostos, reduzir juros, contrair empréstimos e gastar dinheiro.
No final da Segunda Guerra Mundial, o mundo deparou-se com a necessidade de reorganização de
seu sistema econômico, atordoado pela Grande Depressão e por duas Guerras Mundiais. Assim, em julho
de 1944 realizou-se a Conferência de Bretton Woods, (New Hampshire, EUA), nome pelo qual ficou
conhecida a Conferência Monetária e Financeira das Nações Unidas, com representantes de 44 países, para
planejar a estabilização da economia internacional e das moedas nacionais. Os acordos assinados em
Bretton Woods tiveram validade para o conjunto das nações capitalistas, lideradas pelos EUA, resultando
na criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Internacional para Reconstrução e
Desenvolvimento (BIRD).
O FMI é uma agência especializada da ONU (Organização das Nações Unidas), com sede em
Washington e que faz parte do sistema financeiro internacional. Tem a finalidade de promover a
cooperação monetária no mundo capitalista, coordenar as paridades monetárias (evitar desvalorizações e
concorrências) e levantar fundos entre os diversos países membros, para auxiliar os que se encontrem em
dificuldade nos pagamentos internacionais.
O BIRD (Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento) é uma instituição financeira
internacional ligada à ONU e conhecido também como World Bank (Banco Mundial). Teve como objetivo
inicial financiar apenas projetos de recuperação econômica dos países atingidos pela guerra. Sediado em
Washington, reúne 139 países (1980), fornece empréstimos diretos em longo prazo (15 a 25 anos) aos
governos e empresas, com garantias oficiais, para projetos de desenvolvimento, assim como assistência
técnica. O maior volume de recursos, desde que o banco começou a operar, em 1946, foi dirigido aos
setores de energia, transporte e agricultura. As contribuições de cada país membro ao capital do BIRD,
assim como o direito a voto, são estabelecidos proporcionalmente à participação do país no comércio
internacional. O maior acionista são os EUA que tem o poder de veto sobre as decisões da organização.
Na década de 80 assiste-se, também, ao aumento do número de acordos e mecanismos de
integração regional, tendo como principais exemplos, a União Européia, o NAFTA (North-American Free
Trade Agreement, ou Acordo de Livre Comércio Norte-Americano), a área de livre comércio asiática e o
Mercosul. No ano de 1994, foi criada a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas e Caribe), formada pelos
EUA, México e Canadá, atualmente em fase de negociação com outros países. A formação destes blocos
regionais é bastante desigual, oscilando entre simples promessas de tratamento preferencial e tentativas
de formação de um mercado único de produtos, até um sistema monetário unificado, passando pela
formação de zonas de livre comércio e uniões aduaneiras. Na verdade, a formação desses blocos é resposta
às dificuldades enfrentadas no mercado internacional, dado o declínio do multilateralismo, e também está
associada às próprias modificações produtivas em curso.

1.2.1 Termos Utilizados


Fatores de produção – Elementos indispensáveis ao processo produtivo de bens materiais. São
fatores de produção os recursos naturais, o capital, o trabalho e a tecnologia.
Capital – Meio de produção que foi criado pelo trabalho e que é utilizado para produção de outros
bens (máquinas, ferramentas, instalações, computadores, etc). O conceito de Capital como fator de
produção é diferente da palavra Capital quando utilizada para designar uma quantia em dinheiro que uma
pessoa qualquer possui para iniciar um determinado negócio.
Modo de produção – Conceito da economia marxista que é definido pelo conjunto das forças
produtivas e das relações de produção. O modo de produção confunde-se, de certa maneira, com a
estrutura econômica da sociedade, englobando a produção, distribuição, circulação e consumo.

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1.2.1 O Problema Fundamental da Economia
Entende-se por necessidades humanas a sensação da falta de alguma coisa unida ao desejo de
satisfazê-la; em termos econômicos, as necessidades humanas dividem-se em três categorias:
a) Primárias – São aquelas essenciais à sobrevivência humana, também chamadas de necessidades
elementares, pois, são comuns a todas as pessoas (alimentação, vestuário, habitação, saúde, educação e
lazer).
b) Secundárias ou Supérfluas – São as que aparecem à medida que o grau de socialização do
indivíduo vai se desenvolvendo. Por conseguinte, é necessário algum tempo para que as mesmas se
incorporem aos hábitos de consumo da pessoa (ato de fumar, de beber e os demais vícios).
c) Coletivas ou Públicas – São aquelas cujo volume de recursos e meios para satisfazê-las
ultrapassam as possibilidades do indivíduo isoladamente, daí serem atendidas pelo poder público
(segurança, comunicação, justiça, etc).

1.2.2 Utilidades de Bens e Serviços


Tudo que satisfaz direta ou indiretamente os desejos e as necessidades humanas classifica-se como
bem, sendo assim, possui a característica fundamental para a sobrevivência, que é a utilidade. Utilidade é a
propriedade que os bens e serviços têm de satisfazer as necessidades humanas.

Os bens podem ser classificados, como:


 De Consumo – satisfaz diretamente as necessidades humanas.
1. Duráveis – permitem um uso prolongado (automóvel, televisor, etc);
2. Não duráveis – pressupõe sua destruição no momento do consumo, ou num período de tempo
relativamente curto (vestuário, produto de higiene pessoal, alimentos etc).
3. De Produção – satisfaz indiretamente as necessidades humanas.
Bens de capital – São Bens destinados à produção de outros bens (máquinas, equipamentos,
instalações, computadores etc);

Intermediários – são as matérias primas e os bens semi elaborados que entram na composição de
outros bens (cimento, madeira, trigo, aço etc).

Exemplo: Dependendo do destino, um mesmo bem pode ser de consumo ou produção. É o caso,
entre outros, do leite. “In natura” é um bem de consumo. Se utilizado, porém, para a fabricação de
laticínios é um bem de produção, porque será utilizado como matéria prima para a fabricação de outros
bens.

Serviço - é um produto da atividade humana que, sem assumir a forma de um bem material,
satisfaz uma necessidade. O trabalho realizado pelo cabeleireiro, médico, professor, encanador, corretor de
imóveis, vendedor ou um transportador, ou em outras atividades, tais como serviços oferecidos por um
banco, borracharias, etc.

Após tais colocações, pergunta-se:


O que é necessário, basicamente, para a elaboração ou fabricação dos bens ou ofertas dos
serviços econômicos?
Resposta: Tecnologia (conhecimento), emprego de trabalho especializado, matérias primas,
máquinas e equipamentos, etc.

2 PERGUNTAS FUNDAMENTAIS

Tendo em vista a escassa disponibilidade dos recursos, impossibilitando, na sua totalidade, o


atendimento das necessidades humanas, todo sistema econômico deve tomar as decisões sobre a natureza
e a quantidade dos bens que serão produzidos, portanto, todo o sistema econômico deve responder às
seguintes questões:

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1. O que e quanto produzir? Se os recursos são escassos e as necessidades ilimitadas, então é
preciso escolher o que produzir, dentre várias alternativas concorrentes.
2. Como Produzir? É preciso escolher a melhor combinação dos recursos escassos para uma maior
satisfação das necessidades.
3. Quando Produzir? É preciso escolher o melhor momento para produzir. Ex: produzir agasalhos
antes da chegada das baixas temperaturas, para poder vendê-los quando a temporada fria chegar.
4. Onde Produzir? Produzir perto dos consumidores (mercado), ou junto das matérias primas,
avaliar os custos de transporte dos produtos finais e das matérias primas, para melhor escolher a
localização da fábrica.
5. Para quem produzir? É preciso saber qual é o mercado alvo, se é para cristãos ou muçulmanos,
se é para citadinos, ou pessoas que vivem no campo, etc.
Diante de tais considerações, observamos que não é fácil a constituição de um sistema econômico
ideal, pois este deverá necessariamente harmonizar com perfeição a solução das questões fundamentais.

3 A CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

O problema de o que produzir pode ser ilustrado com a curva de transformação ou de


possibilidades de produção, que representa as diferentes combinações de bens que podem ser produzidos,
alternativamente, com um determinado conjunto de recursos.
Para simplificar, admitiu-se que podem ser produzidos apenas dois bens: apartamentos e aviões de
guerra, por exemplo, economia de paz versus economia de guerra.
Suponhamos que essas possibilidades alternativas estejam definidas pelas combinações expressas
na tabela a seguir:

Tabela 1 – I Possibilidades de Produção

UNIDADES PRODUZIDAS
ALTERNATIVAS APARTAMENTOS AVIÕES
A 15 0
B 14 3
C 12 4
D 9 5
E 5 6
F 0 7

Essas diferentes combinações estão representadas por pontos do Gráfico I, onde as possibilidades
de produção de apartamentos estão indicadas no eixo vertical (das ordenadas), e os aviões no eixo
horizontal (das abscissas). Ligando-se esses pontos, Obtém-se uma curva que expressa todas as diferentes
combinações possíveis de produção de apartamentos e aviões.

APARTA

Gráfico I

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A curva de transformação representa, assim, o limite ou a fronteira de possibilidades de produção.
Sendo assim, todos os pontos (exemplos “J” e “K”) sobre a curva, indicam alternativas de pleno emprego
dos recursos.
Naturalmente, até aqui, estamos supondo que todos os recursos estão plenamente empregados.
Pode ocorrer, porém, que alguns fatores de produção, estejam desempregados ou ociosos, como seria o
caso representado pelo ponto “I e G”. Nesta hipótese, podemos aumentar a produção de um bem, sem
diminuir a de outro.
A curva é côncava para a origem, porque os recursos não são perfeitamente substituíveis, nos seus
diferentes usos. Na medida em que queremos produzir mais aviões, teremos que pagar custos crescentes,
em termos de unidades de apartamentos, a cuja produção seremos obrigados a renunciar. Isto decorre do
fato de que teremos que subtrair recursos, utilizados na produção de apartamentos e empregá-los na
produção de aviões, e essa substituição se processará de forma cada vez mais imperfeita.
Podemos admitir também que a capacidade da economia cresceu, ou porque houve um aumento
de recursos, ou porque surgiu uma melhora tecnológica, acarretando um deslocamento de toda a curva
para a direita.

3.1 Fatores de Produção (recursos produtivos)


Ao estudarmos as necessidades humanas, verificamos que elas são constantemente renovadas. Daí
precisarmos sempre de novos alimentos, novas roupas, mais transportes, novas casas, etc. Sob o ponto de
vista econômico, o ato humano de criar bens e serviços, significa produzir. Deste modo, a produção pode
ser classificada em: Produção de Bens Econômicos (alimentos, roupas, máquinas etc) e Produção ou Oferta
de Serviços (transporte, comunicação, assistência hospitalar, justiça etc).
O Homem não pode criar alguma coisa do nada. O que faz é a criação de bens, pelo aproveitamento
de materiais, que através da extração, transformação ou manipulação, passam a ter uma utilidade. Para
atingir tal objetivo, o homem lança mão de fatores de produção ou recursos produtivos, tais como:
1. Recursos Naturais, são os elementos da natureza utilizados pelo homem, com a finalidade de
produzir bens e serviços. Por exemplo: os minerais, a terra, a água, os animais etc.

2. Trabalho é toda a atividade correspondente à faculdade física, habilidade intelectual e


capacidade empresarial dos seres humanos, que intervém no processo produtivo.
A produção econômica é obtida com a combinação dos fatores de produção. Desses fatores, o
trabalho recebe destaque especial, pois, são as pessoas que organizam e executam a produção econômica,
bens e serviços, que proporcionam a satisfação das suas necessidades.
O fator de produção Trabalho abrange parcela da população, que é economicamente mobilizável,
isso exclui aquelas pessoas que estão inseridas na faixa etária pré-produtiva (crianças) e pós-produtiva
(pessoas de idade avançada e aposentados).
A população, economicamente mobilizável (parte da população produtiva) subdivide-se em:
a) População economicamente ativa – constituída dos empregadores, empregados e autônomos.
b) População economicamente inativa - constituída da população produtiva que, embora tenha
qualificação profissional e idade de trabalhar, pode não estar trabalhando, ou se dedica a ocupações que
não se consideram para o cálculo do produto agregado. A inatividade, desocupação ou desemprego,
ocorrem de forma voluntária ou involuntária, a partir de fatores sazonais, cíclicos ou estruturais.

3. Capital é o conjunto de equipamentos, ferramentas, máquinas e instalações produzidas pelo


homem, que não satisfazem diretamente as necessidades humanas, mas são utilizados na produção de
bens.

4. Tecnologia é o conjunto de princípios científicos que se aplicam aos diversos ramos de atividade.

Recursos Naturais + Trabalho + Capital + Tecnologia =


PRODUÇÃO
A produção de bens e serviços numa sociedade realiza-se através da unidade de produção ou
empresa, cada uma exigindo a organização e a combinação dos fatores de produção, existentes à

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disposição. A organização desses fatores produtivos (recursos naturais, trabalho, capital e tecnologia) nas
empresas, bem como a direção de suas atividades, recaem sobre pessoas ou grupos, de caráter privado ou
público.

Na economia os diversos papéis são desempenhados pelos Agentes Econômicos que são:
 Famílias ou unidades familiares - são as que consomem bens e serviços, e oferecem seus
recursos (principalmente trabalho e capital) às empresas;
 Empresas - são consideradas as unidades de produção básica que contratam e compram fatores
com o objetivo de produzir e vender bens e serviços;
 Setor público - estabelece o marco jurídico institucional, no qual se desenvolve a atividade
econômica.

Apesar da diversidade de objetivos, as inúmeras unidades produtoras podem ser agrupadas em três
setores básicos, que compõem o sistema econômico:
1. Setor primário – constituído pelas unidades produtoras, que utilizam intensamente os recursos
naturais, através das seguintes atividades: extrativistas, pecuárias, agrícolas e pesqueiras;

2. Setor secundário – constituído pelas unidades produtoras dedicadas às atividades industriais,


através das quais os bens são transformados;

3. Setor terciário – composto pelas unidades produtoras que prestam serviços como comércio, os
transportes, as comunicações, as profissões liberais, os serviços da saúde, de educação, serviços públicos,
etc.

Vejamos na tabela a seguir, uma visão aproximada do emprego de fatores de produção, nos
diversos setores em economias desenvolvidas e subdesenvolvidas.

SETORES ECONOMIAS SUBDESENVOLVIDAS ECONOMIAS DESENVOLVIDAS


 Uso crescente e intensivo de
 Absorve grande parte da população ativa; capital;
Primário
 Uso predatório da terra.  Pouco emprego relativo da força
de trabalho.
 Pouco desenvolvido;
Secundário  Uso intensivo de capital.
 Escasso emprego de equipamentos.
 Amplo uso da força de trabalho, inclusive em  Participação crescente de capital;
Terciário
atividades informais.  Contínua absorção da força.

3.2 Economia de Mercado - Capitalista

3.2.1 Capitalismo
Sistema econômico baseado na separação entre trabalhadores, que dispõem apenas da força de
trabalho e a vendem em troca de salário, e capitalistas, que são os proprietários dos meios de produção,
que contratam trabalhadores para produzir mercadorias com o objetivo de lucros.

Características
 A produção se dirige para o mercado;
 A empresa constitui fator da economia capitalista;
 É livre a iniciativa, a propriedade privada e a liberdade de produção;
 O mercado é regulado pela lei da oferta e da procura;
 Os meios de produção encontram-se em mãos privadas;
 Objetiva o lucro.

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A produção intensifica-se estimulada pelo comércio; cresce a população, melhoram-se os
transportes, ampliando-se o mercado; a unidade familiar torna-se ultrapassada e a produção passa a ser
realizada em grandes unidades, chamadas empresas.
O sistema de vínculos familiares se torna impotente para estabelecer um conjunto de direitos e
deveres capaz de ordenar a produção de forma racional. A tranquilidade primitiva é substituída por
conflitos abertos. Surgem o governo e o sistema de produção capitalista.
Antes, todos os bens eram obtidos através da produção direta (economia natural); agora, alguns
deles serão adquiridos por intermédio da troca, que equivale à produção indireta (economia de mercado).

3.3 Economia Centralizada - Socialista

3.2.1 Socialismo
Conjunto de doutrinas e movimentos políticos voltados para o interesse dos trabalhadores, tendo
por objetivo uma sociedade onde inexista a propriedade privada dos meios de produção. Pretende eliminar
as diferenças entre classes sociais e planificar a economia para obter uma distribuição justa da riqueza
social.
A economia centralizada nasce baseando-se, primordialmente, da crítica aos mecanismos da
economia de mercado. O funcionamento de uma economia de mercado leva ao desemprego e ao
surgimento de frequentes crises que implicam graves desperdícios de recursos, portanto, o planejamento
centralizado visa evitar tais perdas.
Nas economias centralmente planificadas os meios de produção são propriedades estatais e as
decisões chave são feitas na agência de planejamento. O funcionamento do sistema de planejamento
centralizado está baseado nos seguintes princípios:
 O papel do poder central ou agência de planejamento distribui não só as tarefas do plano, mas
também os meios de produção, tanto materiais como financeiros.
 As empresas não baseiam a sua atuação no cálculo econômico, isto é, na maximização dos
lucros, ou minimização dos custos, e sim na realização do plano de metas.
 No crescimento da burocracia, o funcionamento do sistema requer a existência de um enorme
aparato administrativo, pois, é a única forma de controlar as empresas. Conforme cresce o sistema
produtivo, o aparato burocrático vai desenvolvendo-se em um ritmo progressivo.

Características
 Os meios de produção são de propriedade pública (Estado); constituindo um bem do povo;
 O planejamento das atividades econômicas é realizado pelo Estado
 O plano fixa as condições de produção e consumo;
 Não existe concorrência;
 Ausência de lucro, a formação de riqueza é pública;
 A figura do empresário é substituída pelo representante do Estado;
 As atividades econômicas são realizadas por entidades estatais.

Portanto, observamos que os sistemas econômicos assumem duas formas extremas, o Capitalismo
e o Socialismo, que se diferenciam entre si, em função das seguintes características:
1. Propriedade dos meios de produção – No sistema capitalista existe a propriedade privada dos
meios de produção, enquanto num sistema socialista essa propriedade é pública ou estatal.

2. Finalidade de produção – Os socialistas afirmam que, em seu sistema econômico, a finalidade


da produção é atender de forma direta – sem interferência do mercado – as necessidades da coletividade,
enquanto no sistema capitalista essas necessidades são atendidas de forma indireta, ou seja, via mercado,
isto porque o objetivo imediato da produção é o lucro.

3. Planejamento das decisões – Em um sistema socialista as decisões econômicas são


centralizadas em uma junta ou comissão nacional de planificação; enquanto no sistema capitalista o
planejamento da atividade econômica é altamente descentralizado, isto é, as decisões são tomadas de
forma independente, ao nível de cada empresa, cada família e de cada consumidor, participando do

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mecanismo de mercados competitivos, tendo por base o funcionamento do sistema ou comportamento
dos preços. Atualmente, não se encontra nenhum exemplo de capitalismo puro (como o liberalismo
econômico), a maioria dos países do mundo adotam o sistema de livre empresa e intervenção ou
participação governamental, sobre o qual alguns economistas denominam de “sistema de economia
mista”.

3.4 Comunismo
Esta doutrina defende a abolição da propriedade privada dos meios de produção, a distribuição
igualitária dos bens produzidos pela sociedade e a organização da riqueza social, feita pela própria
comunidade de produtores. As primeiras formas de organização humana são classificadas como
modalidades de comunismo primitivo.

4 TEORIA ELEMENTAR DA DEMANDA

Na teoria microeconômica é fundamental a discussão em torno do conceito de utilidade, pois ela


está na base da teoria do consumidor. Se um determinado bem é consumido pelas pessoas, é porque elas
obtêm alguma utilidade desse bem.
É necessário examinar os elementos que determinam a procura pelos bens, certamente, a utilidade
de um bem é uma dessas razões, mas existem outros fatores de ordem objetiva, a renda, o gosto, os
preços de outros bens, que irão determinar a procura das pessoas por um determinado bem.
A demanda, ou procura, é a quantidade de um bem ou serviço que o consumidor deseja adquirir a
um determinado preço em certo período de tempo. A teoria do consumidor é elaborada a partir de
hipóteses sobre a escolha entre diferentes bens e serviços, que sua renda permita adquirir. Como cada um
dos bens tem um preço, a renda ou orçamento do consumidor esgota-se na compra desses bens que,
naturalmente, vão lhe proporcionar utilidade. O consumidor, entretanto, escolherá os bens, serviços e
quantidades que lhe proporcionem a maior utilidade possível, de acordo com a sua renda.

Dx = f (px, p1, p2,........, pn, R, G)

Onde:
Dx  Quantidade demandada do bem x;
px  Preço do bem x;
p1, p2, ..., pn  Preço dos bens consumidos pelos indivíduos;
R  Renda do consumidor;
G  Gosto do consumidor por outros bens.
Em função de tantas variáveis, torna-se difícil estabelecer a quantidade demandada, ou a demanda
de um bem. Portanto, para tornar operacional o conceito de demanda, precisamos, ou melhor, devemos
presumir a condição COETERIS PARIBUS, que supõe apenas a variação do preço do bem em estudo,
permanecendo constantes os preços dos outros bens, a renda e a preferência dos consumidores.

4.1 Curva da Demanda


Como a quantidade demandada (Dx) depende diretamente do nível dos preços (Px), podemos dizer
que há uma relação funcional de dependência entre as variáveis Dx e Px. Esta relação pode ser expressa
matematicamente por uma função elementar, cuja equação é dada por:
Dx = f (Px)

Para melhor nos familiarizarmos com este princípio, vamos considerar a escala de procura de um
determinado produto, numericamente na tabela abaixo.

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Tabela Gráfico da Demanda

QUANTIDADE
PREÇOS $
DEMANDADA
0,40 50
0,80 40
1,20 30
1,60 20
2,00 10

Transportados os dados da tabela, para o gráfico cartesiano, obtivemos uma reta da procura ou
demanda, que corresponderá aos conceitos até aqui estabelecidos. Observamos que seu andamento
gráfico é decrescente e inclina-se para baixo (da esquerda para a direita), indicando-nos que os
consumidores reagem inversamente ao nível dos preços, ou seja, a pessoa comprará mais de um bem a
preços mais baixos.
Convém observar, também, que o gráfico da função demanda pode assumir a forma de uma curva,
conforme se disse antes, diante da existência de outros fatores que influenciam a procura por um bem.

Portanto, a lei da Demanda ou lei da Procura define que, “Quanto maior for o preço de um bem,
menor será a quantidade procurada desse bem”, ou seja, “Quanto menor for o preço de um bem, maior
será a quantidade procurada desse bem”, observando-se a limitação imposta pela renda.

 Fatores que influenciam na demanda:


a) O Preço do Bem - O seu aumento diminui a demanda;
b) A Renda, ou Salário do Consumidor - Para a maioria dos bens o esperado é que, quando ocorre
aumento na renda, também acontece no consumo; e
c) O Gosto e Preferência do Consumidor – Os hábitos e preferências dependem de uma série de
circunstâncias (idade, sexo, tradições, moda, religião, até educação) e influenciam na demanda de um
determinado bem (ou serviço). Mudanças nesses hábitos provocam mudanças na demanda.

5 TEORIA DA OFERTA

“Quanto maior for o preço de um bem, maior será a quantidade ofertada desse bem”.

5.1 Curva da Oferta


Diferentemente da demanda, a reta da oferta é ascendente, onde a análise é feita de duas
maneiras. Primeiramente, é razoável admitir que quanto maior o preço de uma mercadoria, maior será o
interesse do empresário em produzir mais, isto porque sua receita aumentará, e assim também seu lucro.
Esta não é a única razão que o leva a proceder desta forma. A partir de certo ponto, com o aumento da
produção, seus custos vão elevando, proporcionalmente, mais do que a quantidade de bens produzidos.
Isso leva o empresário a vender sua produção a um preço cada vez maior, para que possa cobrir custos
crescentes de produção, conforme estudaremos na tabela abaixo.
Na economia de mercado os preços são determinados pela oferta, procura, competição, etc.

13
Tabela e Gráfico da Oferta

QUANTIDADE
PREÇOS $
DEMANDADA
0,40 10
0,80 20
1,20 30
1,60 40
2,00 50

Portanto, podemos observar que na reta da oferta é sempre crescente (da esquerda para a direita)
e para um preço de R$ 0,80, os empresários estão dispostos a ofertar 20 unidades. Mas, se o preço sobe
para R$ 2,00, os empresários tendem a aumentar a oferta para 50 unidades. Como na função demanda, se
levarmos em consideração as várias variáveis existentes, o gráfico da função oferta terá o comportamento
de uma curva.

 Fatores que influenciam na Oferta:


a) O Preço do Bem – O seu aumento influencia, de forma direta, a oferta;
b) Preços dos Fatores de Produção – Isso eleva os custos, ocasionando uma diminuição na
lucratividade, o que leva o empresário a desestimular-se e, por conseguinte, diminuir a oferta;
c) A Oferta e as Condições Climáticas – Alguns produtos, principalmente os agrícolas, sofrem
diretamente com essa influência.

Para determinarmos a oferta de um bem precisamos definir o custo e o preço, pois, é a partir
desses elementos que se calcula o lucro do empresário.
A reta da oferta, ou função oferta, foi obtida pelos economistas estudando a relação entre a
quantidade ofertada de um bem e o seu preço de mercado. Portanto, a sua fórmula matemática pode ser
expressa da seguinte forma (COETERIS PARIBUS):

Qx = f (Px)
Onde: Qx = Quantidade ofertada do bem x;
Px = Preço do bem x.

6 TEORIA ELEMENTAR DA PRODUÇÃO

A teoria de produção focaliza o lado da oferta do mercado, ou seja, os produtores que vão oferecer
aos consumidores os bens e serviços por eles produzidos. Na teoria da produção, uma empresa ou firma,
conceitualmente, será apenas uma unidade de produção.

6.1 Função de Produção


A função de produção indica qual a quantidade máxima de produto que pode ser produzida, dada
uma determinada quantidade de fatores produtivos e uma determinada tecnologia. Este conceito pode ser
aplicado a um produto ou a um serviço, a uma empresa, a um setor de atividade ou mesmo a toda uma
economia.
Alternativamente, a função produção pode ser definida como a especificação das mínimas
necessidades de input, necessárias para produzir determinadas quantidades de output, dada a tecnologia
disponível.

14
Pode ser representada graficamente pela relação técnica entre quantidades empregadas dos
fatores de produção e as quantidades produzidas do bem ou do serviço, na seguinte equação:
Q = f (K, T, C, RN);

Onde:
Q = quantidades produzidas do bem “x”;
K = quantidades empregadas do fator capital;
T = quantidade empregada do fator trabalho;
C = tecnologia empregada;
RN = Recursos Naturais.

Essa equação significa que a quantidade produzida do bem é função das quantidades empregadas
dos fatores capital, trabalho e tecnologia.

6.2 Custos de Produção, Receita e Lucros


Conforme estudaremos na tabela abaixo, na 1ª coluna, tem-se a quantidade produzida do bem (Q).
Na 2ª e 3ª, tem-se as quantidades utilizadas dos fatores de produção: capital (K) e trabalho (T). Conforme
analisaremos a seguir, podemos observar que 8 (oito) unidades do bem foram produzidas utilizando 6 (seis)
unidades de capital e 7 (sete) unidades de trabalho.
Para realizar a produção, o empresário precisa adquirir os fatores de produção, pagando um
determinado preço. Ao calcular os gastos dos empresários com os fatores de produção tem-se o custo da
produção ou custo total.
Exemplo: se uma unidade do fator de capital for adquirida a R$ 6,00 e uma unidade de fator de
trabalho, a R$ 4,00 o cálculo do custo de produção será determinado conforme quadro abaixo:

Q (produzidos) K T CT
8 6 7 64

Para cada 1 K = R$ 6,00  6 K = R$ 36,00


Para cada 1 T = R$ 4,00  7 T = R$ 28,00
Para uma produção de 8 unidades do bem, o empresário emprega 6 unidades de capital, que vão
lhe custar (6 x R$ 6,00) R$ 36,00. Por outro lado, emprega 7 unidades de trabalho que lhe custarão (7 x R$
4,00) R$ 28,00. Logo, o custo total para produzir 8 unidades do bem é de (R$ 36,00 + R$ 28,00) = R$ 64,00.

Para fazer frente aos custos, o empresário necessita vender o seu produto, a fim de obter sua
receita, que é o resultado dessas vendas. Suponha que cada unidade seja vendida a um preço de R$ 10,00.
Assim, se o empresário vender 8 (oito) unidades, sua receita “R” será de R$ 80,00.

15
Q (vendidos) K T CT R LT
8 6 7 64 80 16
7 6 7 64 70 6

A partir dos elementos apresentados, pode-se determinar o elemento que estimula o empresário, o
lucro, que é a diferença entre o custo de produção e a receita do empresário, o lucro total (LT).
LT = R - CT

7 MERCADO

Em sentido amplo, mercado é a área geográfica, com funcionamento baseado em um conjunto de


regras, onde se compram e se vendem bens e serviços, assim como fatores produtivos. Portanto, devemos
definir mercado como sendo toda e qualquer instituição social, na qual bens e serviços, assim como os
fatores produtivos, são trocados livremente. O mercado pode receber a denominação, de acordo com o
bem ou serviço a que se dedica. Podemos exemplificar: Mercado Imobiliário, Mercado do Café, Mercado de
Ações, Mercado Bancário, Mercado Segurador, Mercado Automobilístico, etc. Em síntese, assim se forma
um mercado:

Em todo mercado, existem dois tipos de agentes bem diferenciados: compradores e vendedores.
Os compradores e os vendedores entram em acordo sobre o preço de um bem ou serviço, de forma
que se fará a troca de quantidades determinadas de um bem por uma quantidade de dinheiro, também
determinado. Portanto, o preço de um bem é a sua relação de troca pelo dinheiro, número de reais
necessários para obter em troca uma unidade do bem.

7.1 Tipos de Mercado


 De Bens de consumo: duráveis e não duráveis
Os bens duráveis compreendem os produtos consumidos repetidas vezes, uso prolongado (móveis,
eletrodomésticos), enquanto os não duráveis compreendem aqueles consumidos uma só vez (vestuário,
alimentos, higiene pessoal, etc).

 De Bens de produção
Representados pelas máquinas, que fabricam outras máquinas e equipamentos, e também
fabricam outros tipos de mercadorias.

 De matérias primas
Formado por produtos retirados da natureza, de origem animal, vegetal, mineral ou mobilizados de
outras fontes.

 De produtos básicos
Formado principalmente por produtos como petróleo, certos tipos de sementes (selecionadas) e
outros.

16
 Monetário
Formado por instituições bancárias que vivem, permanentemente, para captar e emprestar
dinheiro.

 Financeiro e de capitais
Funciona com os mais diversos tipos de ações e títulos negociados nas Bolsas de Valores.

 De trabalho
Além dos mercados mencionados, este tem a função de procurar e selecionar pessoas que saibam
realizar tarefas específicas, de acordo com as atividades da empresa e segmentos diversos do setor público.
No campo da empresa privada, podemos exemplificar uma fábrica de tecidos, quando requer ou necessita
de pessoas que entendam de trabalhar com fios, operar teares, vender tecidos etc.
Para que se tenha um bom conhecimento dos mercados, temos que classificá-los inicialmente,
levando em conta dois critérios: o primeiro diz respeito à importância da empresa no mercado em que
opera e o segundo refere-se ao fato de os produtos serem homogêneos ou não.

 Imobiliário
Trabalha no ramo de imóveis (casas, apartamentos, terrenos) não só com venda e locação para
moradia, mas também locação de cunho empresarial e venda de cunho especulativo (investimento). Este
mercado, não menos importante, tem crescido bastante para acompanhar a demanda, gerando assim uma
nova necessidade de equilíbrio.

7.2 Classificação das formas de mercado

7.2.1 Concorrência perfeita


É um tipo de mercado que exige um número bastante grande de empresas vendendo o mesmo
produto, tornando impossível a determinação de sua origem pelos consumidores, chegando ao ponto de a
saída de uma delas não ser notada pelas empresas existentes, bem como pelos consumidores, ou seja, não
afetando os níveis de oferta no mercado e, consequentemente seu preço. É o chamado mercado
homogêneo, já que o bem produzido por uma empresa é exatamente igual ao bem produzido por outra.
Porém, no mercado perfeitamente competitivo, prevalecem as seguintes condições:
1. Produtos homogêneos, isto é, não existe diferenciação de produtos;
2. Todas as empresas participantes poderão entrar e sair do mercado de forma imediata;
3. Transparência do mercado requer que todos os participantes tenham pleno conhecimento das
condições gerais que operam o mercado.

Portanto, quando se cumprem, simultaneamente, todas as condições dir-se-á que é um mercado


em concorrência perfeita.

7.2.2 Oligopólio
É um regime de mercado intermediário entre a concorrência perfeita e o monopólio. Neste
modelo, temos um número de produtores pequeno o suficiente para que cada empresa seja importante,
de modo que cada atitude tomada por uma afete as demais, principalmente os preços dos bens, por elas
produzidos. Além disso, esses bens, apesar de perfeitamente substituíveis entre si, são diferenciados,
permitindo que o consumidor saiba exatamente qual empresa produziu determinado produto. Esse regime
de mercado torna-se o mais comumente encontrado na vida real. Exemplo: eletrodomésticos e veículos
(duráveis), sabão em pó e pasta de dente (não duráveis).

17
7.2.3 Concorrência imperfeita
Os mercados em concorrência imperfeita são aqueles nos quais o produtor ou produtores são
suficientemente grandes para ter efeito notável sobre o preço e são classificados como monopólio, ou seja,
há um só ofertante, que tem plena capacidade de determinar o preço.

7.2.4 Causas que explicam o aparecimento do monopólio


1. O controle exclusivo do fator produtivo ou o domínio das fontes importantes de matérias
primas indispensáveis para a produção de um determinado bem;
2. A concessão de uma patente também gera uma situação de monopólio, de caráter
temporal;
3. O controle estatal da oferta de determinados serviços: correios e telégrafos, energia, água.

7.2.5 Alternativas para regularização do monopólio, por parte do governo


1. Estabelecer um imposto sobre o monopolista, de forma a reduzir os lucros extras, devolvendo
parte desses recursos aos consumidores, através de transferências governamentais;
2. Obrigar o monopolista a fixar um preço que elimine os lucros extras. Consiste em
estabelecer o preço mais baixo sem forçar a empresa a sair do mercado.

8 PONTO DE EQUILÍBRIO

O Preço de Mercado ou chamado PONTO DE EQUILÍBRIO é o ponto onde a oferta e a procura está
em equilíbrio com o contexto, ou seja, o preço pelo qual os bens são vendidos na situação perfeita.

Tabela e Gráfico da Demanda X Oferta


(Ponto de Equilíbrio)

QUANTIDADE QUANTIDADE
PREÇOS $
DEMANDADA OFERTADA
0,40 50 10
0,80 40 20
1,20 30 30
1,60 20 40
2,00 10 50

Observe que o ponto de equilíbrio é aquele em que a mesma quantidade Demandada é a Ofertada,
isso significa que ao preço de R$ 1, 20, os consumidores e os produtores estão dispostos a consumirem e a
venderem exatamente a mesma quantidade de 30 unidades (para o exemplo citado).
Contudo, a economia é dinâmica, ou seja, as funções de oferta e demanda costumam se deslocar,
ocasionando mudanças, e, a essas mudanças, atribuímos o nome de “deslocamento”, podendo ser da
Oferta ou da Demanda.

18
Gráfico Deslocamento da Demanda
(Ponto de Equilíbrio)

CONSUMO MAIOR CONSUMO MENOR

Gráfico Deslocamento da Oferta


(Ponto de Equilíbrio)

PRODUÇÃO MAIOR PRODUÇÃO MENOR

9 CONCEITO DE ELASTICIDADE

O dicionário Aurélio fala o seguinte: “Propriedade que apresenta certos corpos de retornar à sua
forma primitiva ao cessar a ação que neles produziu uma deformação”.
Na economia, elasticidade refere-se à sensibilidade, ou o grau de uma específica variável, em
relação às alterações de outra, ou seja, é o grau de influência de um sobre o outro.

As elasticidades mais estudadas são:


1. Elasticidade-Preço da Demanda (Epd)
É o resultado da demanda de um bem, em contraponto às variações no preço desse bem. Esses
fatores são inversamente proporcionais.

2. Elasticidade-Renda da Demanda (Er)


Mede a variação percentual da mercadoria comprada em função da renda do consumidor.
Refletindo o pensamento do consumidor, e denotando se ele considera o produto como inferior ou de luxo.

3. Elasticidade-Preço Cruzada da Demanda (Exy); e


Mede a variação percentual da procura de um bem, em função da mudança de preço de outro bem
(bens substitutos e bens complementares).

4. Elasticidade-Preço da Oferta (Epo)


Nesse caso, a medição é sempre diretamente proporcional, pois, sempre que aumentar a oferta o
empresário estará disposto a aumentar a produção.

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Fatores que influenciam o grau de elasticidade-preço da demanda:
 Existência de Bens Substitutos; e
 Importância do bem, em relação ao orçamento do consumidor.

10 BENS COMPLEMENTARES E BENS SUBSTITUTOS

 Dois ou mais bens são considerados COMPLEMENTARES, do ponto de vista do consumidor,


quando precisam ser consumidos juntos para que a satisfação do consumidor seja máxima. Assim, o feijão
e o arroz, o café e o pão, que habitualmente são consumidos juntos, pelas pessoas, por hábito alimentar ou
por qualquer outro motivo, são considerados bens complementares. Observe-se que complementar, não
está na natureza dos bens, mas sim nos hábitos das pessoas que se acostumaram a consumi-los, ao
mesmo tempo.
 Os bens SUSBSTITUTOS são aqueles que, do ponto de vista do consumidor, podem ser trocados
no momento do consumo, proporcionando satisfação igual ou semelhante. A manteiga e a margarina são
exemplos de bens substitutos, pois, ambas cumprem o mesmo papel nos hábitos alimentares. Outro
exemplo de bens substitutos é o café e o chá, a carne de vaca e a carne de porco, etc.

1- Relação entre a procura de um bem e o preço de outros bens


 Aumento no preço do bem Y acarreta em aumento na demanda do bem X: isso significa que os
bens X e Y são substitutos ou concorrentes.
 Aumento do preço do bem Y ocasiona a queda da demanda do bem X: os bens em questão,
nesse caso, são complementares. São bens consumidos conjuntamente, como o café e o açúcar.

2- Relação entre a procura de um bem e a renda do consumidor


Bem normal: são aqueles, cuja quantidade demandada, aumenta quando se aumenta a renda.
Bem de Luxo: ao se aumentar a renda a quantidade demandada aumenta, em maior proporção.
Bem de primeira necessidade: ao se aumentar a renda a quantidade demandada se mantém
inalterada pois, como se trata de algo de primeira necessidade, já fazia parte das antigas aquisições do
indivíduo.
Bem inferior: são aqueles, cujas quantidades demandadas, diminui quando a renda aumenta.
Geralmente são bens para os quais há alternativas de melhor qualidade.

11 CONTABILIDADE SOCIAL

As entidades econômicas, devido ao crescente fenômeno da responsabilidade social, devem


elaborar e apresentar informação sobre as atividades relacionadas com mais essa modalidade de
responsabilidade. A Contabilidade Social, não só busca medir resultados no processo monetário, mas
também toma o recurso humano, desde a ótica humana, vendo-o como um ser que sente e que tem
necessidades a satisfazer.
O objetivo da Contabilidade Social é medir a atividade produtiva de uma economia, quantificando,
para tanto, em termos monetários os seus agregados macroeconômicos, tais como: produto, renda,
despesa, investimento, poupança, gastos dos governos, exportação, importação etc.
Existem dois sistemas de contabilidade social, praticamente, aplicados em todos os países o
Sistema de Contas Nacionais e a Matriz de Relações Intersetoriais. O órgão que regula, através de
modelos e manuais, é a Organização das Nações Unidas (ONU), além disso, orientam institutos de
pesquisas na medição dos agregados nacionais.
Como já citado anteriormente, o objetivo da Contabilidade Social é mensurar a atividade produtiva
de uma economia, quantificando-a em termos monetários. Assim, só falta identificarmos quais são os
principais agregados. São eles: renda; investimento; poupança; produção; produto; despesa; exportação e
importação.
É a partir dos fatores de exportação e importação, os dois últimos citados, que podemos retirar
alguns indicadores. Como exemplo, o produto interno bruto (PIB), é o somatório dos bens e serviços

20
produzidos internamente no país e o produto nacional bruto (PNB), que é a renda efetiva pertencente aos
residentes do país.

PNB = PIB + Renda Recebida do Exterior – Renda Enviada ao Exterior

12 CONSUMO E POUPANÇA

Em determinado momento, as pessoas decidem como dividir o seu rendimento disponível entre
consumo e poupança.
Definimos por consumo a despesa em bens e serviços, com o objetivo da satisfação de
necessidades e desejos. Estas podem ser necessidades básicas, como alimentação, vestuário e habitação;
ou desejos associados ao consumo de bens de luxo, como férias num país exótico.
A poupança é a diferença entre o rendimento recebido e a despesa realizada em bens de consumo.
A decisão entre consumo e poupança é uma decisão entre consumir hoje ou consumir no futuro.

Os gastos decorrentes da renda podem ser divididos em três componentes, dependendo da


natureza do bem ou serviço adquirido:
1 – Bens não duráveis - são alimentos e roupas, cuja vida útil é curta;

2 – Serviços de consumo - são as despesas feitas com aluguéis, médicos, barbeiro, cinemas,
transporte etc.; e

3 – Bens duráveis - são como eletrodomésticos em geral, automóveis etc., cuja característica é ter
vida útil muito maior do que os bens não duráveis de consumo.

O ideal é quando as pessoas realizam todas as despesas necessárias à satisfação de suas


necessidades e ainda conservam parte de sua renda.
O valor que recebe o nome de poupança, que, definida formalmente, é a diferença entre a renda e
o consumo das pessoas, podendo ser representada pela equação:

P=R - C

Onde:
P – poupança
R – Renda
C – Consumo
Tradicionalmente - S = poupança (em inglês, Saving) Y = renda (em inglês, Yield) C = consumo (em
inglês, consumption) Essa equação pode ser reescrita da seguinte forma:

S=Y–C

Até o presente momento, estudamos o termo POUPANÇA, no sentido do ATO de POUPAR (forma
genérica), mas a poupança, comumente conhecida, é a Caderneta de Poupança (um dos diversos tipos de
INVESTIMENTO). Para não confundirmos, vou citar alguns tipos de investimentos, que são utilizados com a
renda já poupada. São eles: Caderneta de Poupança; Fundos de Investimentos; CDBs e RDBs; Títulos
Públicos; Ações; Debêntures e Clubes de Investimentos.

21
13 ECONOMIA MONETÁRIA

A economia monetária é onde o Governo pratica sua política monetária, um importante


instrumento usado pelo Governo para conter a inflação.

13.1 Moeda e sua história


Moeda é um instrumento ou objeto, aceito pela coletividade, para intermediar as transações
econômicas, para pagamentos de bens e serviços.
Em sua origem, a moeda passou por algumas fases, as quais podemos dividir em seis:
1 – Troca de Mercadorias - Antes da existência da moeda, o fluxo de trocas de bens e serviços na
economia dava-se por escambo, com trocas diretas de mercadoria por mercadoria;
2 – Mercadoria Moeda - Surgiu a necessidade de facilitar as trocas, então os indivíduos escolheram
um produto que fosse de algum valor, por ser raro, e aceito por todos;
3 – Moeda Metálica - A moeda metálica constitui outra forma de moeda e surgiu a partir do
momento em que os metais preciosos passaram a assumir a função de moeda;
4 – Moeda-Papel - Essa origem se deu na necessidade de que dispunham os comerciantes para
fazerem suas transações comerciais;
5 – Moeda Fiduciária (Papel-Moeda) - Como “moeda de curso forçado”, ou seja, aceita por força
de lei. Não sendo mais como garantia em metais preciosos; e
6 – Moeda Bancária - Essa é a evolução financeira da moeda, naturalmente, surgiu uma outra
modalidade, a moeda bancária, que é basicamente composta pelo cheque e débito em conta.

13.2 Funções da Moeda


É considerado moeda tudo aquilo que desempenha as seguintes funções:
1 – Meio ou instrumento de troca;
2 – Medida de valor;
3 – Reserva de valor; e
4 – Padrão de Pagamento.

A moeda existe justamente por desempenhar as funções citadas, e ao observar cada função,
especificamente no que tange à sua história, vemos que essas funções têm correlação direta com a história
de sua criação. Como exemplo, podemos citar a função de Padrão de Pagamento e Meio ou Instrumento de
troca. O primeiro para atribuir valor justo às coisas, e o segundo à facilidade para negociação (evitando-se
carregar bois, sacas de trigo e etc.) em mercados.
A demanda e a oferta de moeda, disponibilizada pelo Governo, sempre é em busca de um controle
sobre a taxa de juros, Observe que ao aumentar a quantidade de moeda no mercado, existe uma tendência
muito forte de as pessoas reagirem de duas formas: a primeira é consumir e a segunda é poupar. Pela
primeira característica citada a grande procura acaba por elevar seus preços, ocasionando uma queda na
taxa de juros.
Em situação hipotética inversa, ou seja, no caso de diminuição da oferta de moeda no mercado,
haverá a necessidade de captação de dinheiro junto aos agentes financeiros, ou seja, pessoas pediram
empréstimos junto aos bancos, para suprirem suas necessidades. A grande procura por financiamento
acaba por elevar a taxa de juros dos bancos, o que faz com que esta suba e atinja um novo equilíbrio.

14 SISTEMA FINANCEIRO

Pelo rumo de crescimento mundial, que se tomou a economia moderna, possui elevado grau de
complexidade. Para isso, faz-se necessária a presença de alguém, que regule sobre o assunto, para facilitar
e regular a circulação de moeda entre os agentes econômicos. Esse papel é desempenhado por um sistema
responsável pela intermediação da moeda entre os agentes econômicos.
Daí surge então o Sistema Financeiro, que é formado por órgãos e instituições, ou seja, um
conjunto desses que regula, fiscaliza e executa as operações relativas à circulação de moeda e do crédito.

22
Para entendermos bem como funciona o sistema financeiro, devemos primeiro conhecer os
agentes econômicos, tais como: os agentes superavitários e os deficitários. O sistema financeiro facilita na
captação de recursos dos agentes superavitários, passando para os deficitários à medida de suas
necessidades ou deficiências, ou seja, os agentes financeiros deficitários captam recursos para seus gastos
através de transferências dos agentes superavitários. Porém, essa transferência não é de forma direta, ela
ocorre com a intermediação do sistema financeiro, e é cobrada uma diferença por esse serviço de
intermediação, é o chamado SPREAD.
Spread – é a remuneração do sistema financeiro, que é a diferença entre a taxa de juros cobrada
dos agentes deficitários e a paga aos agentes superavitários.
Pela existência de empresas de diversos portes e interesses há investidores específicos para cada
uma delas, com fins de aplicar objetivando retorno financeiro no curto, médio ou longo prazo, e com
diferentes níveis de risco.
Para compatibilizar os diversos interesses entre companhias e investidores, estes recorrem aos
intermediários financeiros, que cumprem a função de reunir investidores e companhias, propiciando a
alocação eficiente dos recursos financeiros na economia. O papel dos intermediários financeiros é
harmonizar as necessidades dos investidores (agentes superavitários) com as das companhias abertas
(agentes deficitários). Por exemplo, uma companhia que necessita captar recursos para investimentos, se
desejar fazê-lo através do mercado de capitais, deve procurar os intermediários financeiros, que irão
distribuir seus títulos para serem oferecidos a diversos investidores, possibilitando mobilizar o montante de
recursos requerido pela companhia.

14.1 Mercados do Sistema Financeiro Brasileiro


 Mercado monetário: é o mercado onde se concentram as operações para controle da oferta de
moeda e das taxas de juros de curto prazo, com vistas a garantir a liquidez da economia. O Banco Central
do Brasil atua neste mercado praticando a chamada Política Monetária.
 Mercado de crédito: atuam neste mercado diversas instituições, financeiras e não financeiras,
prestando serviços de intermediação de recursos, de curto e médio prazo, para agentes deficitários que
necessitam de recursos para consumo ou capital de giro. O Banco Central do Brasil é o principal órgão
responsável pelo controle, normatização e fiscalização deste mercado.
 Mercado de capitais: tem como objetivo canalizar recursos de médio e longo prazo para
agentes deficitários, através das operações de compra e de venda de títulos e valores mobiliários,
efetuadas entre empresas, investidores e intermediários. A Comissão de Valores Mobiliários é o principal
órgão responsável pelo controle, normatização e fiscalização deste mercado.
 Mercado de câmbio: mercado onde são negociadas as trocas de moedas estrangeiras por reais.
O Banco Central do Brasil é o responsável pela administração, fiscalização e controle das operações de
câmbio e da taxa de câmbio atuando através de sua Política Cambial.
(FONTE: www.portaldoinvestidor.gov.br / 27.05.2011)

14.2 Organização do Sistema Financeiro Nacional


A organização do sistema financeiro nacional constitui-se de Bancos Comerciais, Bancos de
Investimento, Sociedades Financeiras e Bancos Oficiais. Essa organização foi estabelecida, inicialmente,
pelas leis 4.595/64 e 4.728/65, possibilitando as instituições a realizarem diversas modalidades de
operações de crédito.
O banco comercial pode ser público ou priavado, especializado em operações de crédito de curto e
médio prazo, com o objetivo de proporcionar crédito ao mercado comum (indústria, comércio, agricultura
e pessoas).
O banco de investimento é privado e especializado em operações de médio e longo prazos, atende
particularmente a empresas e no uso de captação de recursos para investimento.
As sociedades financeiras são privadas, especializadas em operações de crédito para financiar a
compra de bens e serviços do consumidor. Ao dirigir-se a uma loja, fazendo a compra de algum bem, que
necessite de um prazo maior para pagamento, o consumidor contrata uma operação de crédito desse tipo,
como o pagamento em carnê, por exemplo.

23
Os bancos oficiais instituições cujo objetivo principal é o repasse e a aplicações dos fundos oficiais.
Atuam também como banco comercial, como autoridade monetária e como banco de desenvolvimento.
O Conselho Monetário Nacional, orgão de cúpula do sistema financeiro nacional, coordena as
políticas monetárias, fiscal, creditícia e da dívida pública. As decisões são divulgadas pelo Banco Central do
Brasil, por meio de resolução.
As principais atividades do Banco Central do Brasil são as de: emitir papel moeda; regular assuntos
tocantes às instituições financeiras, bem como os serviços de compensação de cheques; efetuar operações
de compra e venda de títulos públicos federais e realizar operações de crédito à federação; efetuar o
controle dos capitais estrangeiros; efetuar práticas ao devido funcionamento do mercado cambial e do
equilíbrio do balanço de pagamentos; e comprar e vender títulos de sociedades de economia mista e de
empresas do estado.
O Banco do Brasil exerce duas funções principais, a primeira é como banco comercial e a segunda,
como agente financeiro do governo federal, exerce grande influência na economia brasileira. Dentre essas
atribuições do Banco do Brasil, ele tem atribuições específicas, tais como: adquirir e financiar estoques de
produção exportável (fomento); executar a política de preços mínimos dos produtos agorpastoris; ser
agente pagador e recebedor fora do país; executar o serviço de compensação de cheques e outros papéis;
realizar operações de compra e venda de moeda estrangeira; dar execução à política de comércio exterior;
e financiar as atividades industriais e rurais e difundir e orientar o crédito, suplementando a ação da rede
bancária.
O Banco nacional de Desenvolvimento Econômico foi criado com o intuito de financiar a criação e
a expansão dos investimentos em infra estrutura (energia elétrica, portos, transportes, etc.). Seus recursos
provêm do Programa de Integração Social (PIS) e do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), o primeiro
administrado pela Caixa Econômica Federal, e o segundo, pelo Banco do Brasil. Em 1982 teve seu nome
alterado para Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e passou a receber
recursos do Financiamento de Investimento Social (Finsocial) contribuição paga pelos empresários
produtores de mercadorias; com essa mudança passou a atuar também no campo social.

15 INFLAÇÃO

Define-se inflação como uma situação em que há um aumento contínuo e generalizado dos bens e
serviços. Podemos acrescentar que uma economia é inflacionária quando os preços aumentam
continuamente e por um longo período de tempo.
Outro aspecto a ser considerado é o fato do aumento de preços estender-se a todos os bens e
serviços da economia. Assim, se apenas os bens produzidos por um determinado setor, tiverem seus preços
elevados não estará caracterizada uma inflação.
É medida a inflação através de números índices, que são fórmulas matemáticas, que dizem a
porcentagem de aumento nos preços dos bens e serviços.
Atualmente, os principais órgãos responsáveis pelo cálculo da inflação no Brasil, são quatro: a
Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas (Fipe) e o Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Socioeconômicos
(Dieese).
Abaixo segue alguns dos índices utilizados no Brasil:
 Índice de Custo de Vida (ICV) – mede a evolução dos gastos de família com renda até 05 (cinco)
salários mínimos, com as despesas realizadas para suprir as necessidades básicas: habitação, vestuário,
transporte e lazer, etc.
 Índice de Preço por Atacado (IPA) – enquanto o ICV considera os preços dos bens e serviços ao
nível do consumidor, o IPA considera a evolução dos preços em nível de comercialização no atacado.
 Índice Nacional da Construção Civil (INCC) – é um índice que apenas acompanha evolução dos
preços dos materiais, equipamentos e mão de obra (empregados na construção civil).
 Índice Geral de Preços (IGP) – este índice é a média ponderada dos índices anteriores, sendo
muito utilizado como referência para os reajustes dos aluguéis, tendo a seguinte composição:

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Índice de Custo de Vida (ICV) 30%
Índice de Preço por Atacado (IPA) 60%
Índice da Construção Civil (INCC) 10%

Logo, o cálculo do IGP se dará pela fórmula:

IGP = (3,0 x ICV) + (6,0 x IPA) + (1,0 x ICC)


3,0 + 6,0 + 1,0

15.1 Algumas Causas da Inflação


 Aumento excessivo dos meios de pagamento em relação à quantidade dos bens e serviços
produzidos pela economia (emissão desordenada da moeda).
 Reduzida produção dos bens e serviços.
 Déficit orçamentário do setor público (despesas exageradas por parte dos governantes em
relação à receita arrecadada).

15.2 Algumas Consequências da Inflação


Sobre a distribuição de renda – os trabalhadores saem perdendo, pois seus salários são
reajustados com tempo bastante defasado, enquanto que os preços dos bens e serviços, sobem quase que
diariamente. Os empresários passam a defender seus ganhos repassando o aumento de seus custos para o
consumidor, através da elevação do preço dos seus produtos. Os donos de imóveis têm suas propriedades
valorizadas e até os profissionais liberais asseguram seu poder de compra aumentando seus honorários.
Sobre a balança comercial – com a inflação, os preços dos bens e serviços, produzidos
internamente, tendem a ficar mais caros, estimulando, dessa forma, a compra de produtos importados e,
em razão disso, gerar déficit na balança comercial.
Sobre as expectativas de investimento – num processo inflacionário, as incertezas dos
empresários, quanto às suas taxas de lucro futuro, fazem com que diminuam os investimentos, reduzindo
assim a capacidade produtiva do sistema econômico.
Sobre a instabilidade social e política - resultante do processo inflacionário, isto é, em virtude do
desequilíbrio entre preços e salários, os trabalhadores exigem o reajustamento dos seus ganhos, para
poder recuperar o poder aquisitivo perdido. Geralmente são reivindicações negadas, gerando por
consequência, os movimentos grevistas, com repercussão negativa, nos seus lares e outras perturbações
sociais.

15.3 Tipos de Inflação


Inflação de custo - Decorrente do aumento dos custos relacionados com a oferta de bens e
serviços: provocado pelo aumento do preço da matéria prima, dos custos da mão de obra, dos impostos e
da margem de lucro.
Inflação de demanda – Acarretada basicamente por uma certa defasagem, entre a quantidade
ofertada e a quantidade demandada, sendo esta última bem maior do que a primeira. Pode ser provocada
pelo aumento de oferta monetária (quando o governo pratica emissão de moeda), criando na população,
em curto prazo, a ideia de aumento de poder aquisitivo, ou também pela redução da oferta de bens e
serviços a uma demanda constante, quando ocorre o fechamento de unidades produtoras.
Inflação estrutural - A inflação estrutural está estreitamente relacionada com a ineficiência de
serviços fornecidos pela infra estrutura de uma determinada economia. Essa ineficiência, obviamente,
eleva desnecessariamente os custos dos serviços prestados pelo Governo, acarretando, dessa maneira,
uma majoração dos custos de produção e, em seguida, o aumento dos preços das mercadorias no mercado.
Fica claro perceber que se as estradas de um determinado país estão em péssimo estado de
conservação, consequentemente, os custos de transporte e distribuição ficarão mais elevados. Se os portos
são ineficientes, as exportações acabarão ficando mais caras e o produto ficará pouco competitivo no
mercado internacional.

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15.4 Inflação no Brasil
No Brasil, os cálculos da inflação começaram a ser realizados em 1920, com o surgimento dos
primeiros institutos de pesquisa. A conta era feita pela Fazenda Nacional e usava a metodologia da Europa
— que começou a medir a alta dos preços na época dos Grandes Descobrimentos (por volta do ano de
1400). Porém, os dados não refletiam a realidade do país. Isso porque eram baseados nos gastos de apenas
uma família (soma dos valores dos produtos da classe média alta, minoria da população).
Em 1936, com a criação da Lei do Salário Mínimo, o cálculo de preços sofreu várias reformulações,
passando a ser calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), sob a denominação de Índice de Custo de
Vida (ICV). Nesse período foram criadas novas formas de se calcular a inflação, baseadas em cestas de
consumo (um grupo de produtos determinados, essenciais aos brasileiros, cuja variação dos preços era
acompanhada mês a mês).
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a economia brasileira se mostrava estável, com
uma taxa de inflação em torno de 3% ao ano. Porém, com a fase da industrialização, nos anos 60, os índices
de preços subiram. As greves e o movimento de resistência à ditadura militar da época geraram um
ambiente anárquico, elevando a inflação para até 90% ao ano.
Nos anos 70, durante o regime militar, a inflação ainda mostrava sinais de alta, mas as taxas não
eram mais divulgadas. Os dados do período são considerados duvidosos, já que alguns órgãos oficiais
teriam sido forçados a manipular os números para baixá-los.
A inflação deu um ligeiro sinal de queda a partir de 1985, com a redemocratização e o lançamento
do Plano Cruzado. No entanto, a troca da moeda não segurou o indicador, que passou de 72,53%, em 1986,
para 363,37%, em 1987. A partir de então, os governos tentaram uma série de planos econômicos para
tentar conter a 'hiperinflação', que fechou o ano de 1989 a 1.972,91% ao ano. Os planos Bresser, Cruzado e
Collor conseguiram resultados favoráveis, mas com um alto custo para a classe média — que chegou, por
exemplo, a ter suas poupanças bloqueadas — e por um curto espaço de tempo.
A situação só foi controlada a partir de 1994, com o lançamento do Plano Real, que deu a
presidência ao então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso. O índice de aumento de preços
passou de 916,43%, naquele ano, para 22,41% no período seguinte.
Depois de vários sobressaltos provocados, tanto por crises econômicas internas, quanto externas,
atualmente a inflação se mostra sob controle, bem próxima das metas estipuladas pelo governo.

15.5 Deflação
Representa o efeito inverso da inflação, isto é, caracteriza-se pelos efeitos prejudiciais em face de
depreciação monetária e dos preços, ou seja, a oferta dos bens e serviços excede a procura, por
consequência, os preços cairão. Segundo o professor Gastaldi, a deflação pode gerar desemprego
generalizado, em razão do enfraquecimento de todos os setores da economia, tornando-se danosa, não
apenas aos investidores e credores, mas principalmente aos devedores.
Podemos acrescentar ainda que, quando a deflação é acentuada, pode causar grandes
perturbações na vida econômica, porque restringe o poder aquisitivo da moeda, determinando queda dos
preços. Suas consequências são bem mais graves em relação à inflação.

16 SETOR EXTERNO

16.1 Política Cambial


O regime cambial de taxas flutuantes, pelo qual a atuação do Banco Central do Brasil busca reduzir
a volatilidade do mercado cambial sem interferir na tendência da taxa de câmbio, foi mantido em 2010. Em
ambiente externo caracterizado pela depreciação da moeda dos Estados Unidos (EUA), assim como pela
iniciativa de vários países em frear a valorização de suas moedas, a exemplo da China, buscando manter a
competitividade de suas exportações, houve significativa pressão de valorização sobre as moedas dos
países emergentes. O setor externo abrange uma visão Macroeconômica em que não é pela divisão de
países ou territórios que se dividem a economia, mas sim pela visão de livre comércio, onde são as moedas
e suas taxas de cambio que segregam as relações de modo a identificarmos os agentes econômicos.

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Taxa de câmbio é o preço de uma moeda em relação à outra, como o preço do Real frente ao
Dólar.
Cambio fixo é quando uma moeda tem o preço fixo em relação à outra, neste caso o governo se
compromete a intervir na economia comprando e vendendo (em sua maioria dólar), de forma a manter a
paridade das moedas fixas. Como já fixado anteriormente em US$1.00 por R$ 1,70, para manter esta
paridade o governo compraria quantos dólares forem necessários (ampliando suas reservas) ou venderia
(diminuindo suas reservas) de forma a manter o dólar sempre ao preço de R$ 1,70.
Câmbio flutuante é quando o preço de uma moeda em relação à outra é determinada pelo
mercado, ou seja, pelas leis de oferta e procura pela moeda, assim como qualquer mercadoria numa
economia. Dessa forma o governo não interfere no mercado e a paridade da moeda pode variar a todo o
momento ao longo de um determinado período de tempo.

16.2 Balança de Pagamento


É um instrumento da contabilidade nacional, com visão macroeconômica, referente ao
detalhamento das relações comerciais, de um país, com o resto do mundo. Registrando o fluxo monetário
do país, através das importações e exportações e pelas transferências comerciais.
Pelo décimo ano consecutivo, o resultado da balança de pagamentos foi positivo. Em 2010, por
exemplo, foi gerado excedente de financiamento externo, definido como o somatório do resultado em
transações correntes e dos fluxos líquidos de investimentos estrangeiros diretos (IED), de US$ 944 milhões
no ano, equivalentes a 0,05% do PIB, ante US$ 1,6 bilhão (0,1% do PIB) em 2009.

16.3 Organismos Internacionais


O comércio internacional é resultado das necessidades de negócio entre os diversos países, em
quem eles vendem o que produzem com vantagem (são especialistas) e compram o que os outros
produzem com vantagem. Para facilitar esta negociação de forma mais equilibrada e justa, ou de modo a
manter um grupo de países mais forte temos algumas organizações comerciais internacionais com esse
escopo como a UE (União Européia) e o Mercosul (Mercado Comum do Sul).
A organização internacional é uma associação voluntária de países, constituída mediante um
tratado ou acordo de cooperação, de caráter permanente, não obrigatório, com finalidade de atingir os
objetivos comuns, determinados por seus membros constituintes, com regulamento próprio e órgãos de
direção, compostos por pessoas indicadas pelos países participantes.

17 SETOR PÚBLICO

Assim como os diversos setores da economia afetam sua estrutura econômica, podemos dizer que
a interferência do governo é de fundamental importância no equilíbrio dos países. Isso não se trata de
adotar uma política socialista, nem de excluir o liberalismo capitalista.
O que está se dizendo, neste contexto, é que a intervenção econômica do governo, seja através de
aumento em alíquotas dos impostos, ou pela criação de tributos, ou ainda, intervenção de fomento à
agricultura, são de extrema importância para o bom andamento da balança comercial de um país no
mundo.
Como já observado no estudo da classificação dos mercados, percebemos a existência de um,
chamado de monopólio. Neste, observamos a inexistência de concorrências, ou seja, empresas ou
companhias que, de tão fortes, ou anulavam outras para evitarem concorrência, ou as compravam.
Fazendo com que o mercado (os consumidores) dependesse unicamente deles. Dessa forma, aplicariam
aos produtos, produzidos por eles, os preços que lhes fossem convenientes. A intervenção governamental
foi e continua sendo de grande importância para evitar tais situações, que tendem a ser desfavoráveis aos
menores.

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17.1 Função Econômica do Setor Público
Pelo motivo de regular a economia visando justiça entre “os mais fracos” (consumidores) e os “mais
fortes” (produtores), vem daí a intervenção do governo como ato regulador. Para desempenhar tal ato
regulador o Estado, desempenha algumas funções, tais como:
Função Alocativa: está é relativa ao fornecimento de bens e serviços não oferecidos
adequadamente pelo sistema de mercado. Esses bens não oferecidos podem ser entendidos como bens
públicos, e sua principal característica é a de impossibilidade de exclusão, ou seja, o consumo por um
indivíduo não diminui a quantidade a ser consumida oelos demais indivíduos. (Serviço de meteorologia, de
defesa nacional, de despoluição, de saúde pública e de saneamento).
Função Distributiva: O governo serve como o agente redistribuidor de renda. Um exemplo deste
fenômeno é o tributo chamado Imposto de Renda - IR, onde a intenção é pagar mais quem tem mais e
desonerar o pagamento para quem tem menos. Outro que pode ser citado como distributivo, é o tributo
chamado de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL; este faz o governo trabalhar com sua extra
fiscalidade nos tributos.
Sua extra fiscalidade é a intenção, não só de auferir dinheiro para os cofres públicos, mas também,
distribuir melhor a renda, onde o lucro auferido pelas empresas financiará, no caso dessa contribuição, as
instituições do sistema “S” de ensino ao trabalhador, como é o caso do SESC, SENAC e SENAI, que
funcionam como institutos com o fim social de preparar melhor os possíveis trabalhadores para o mercado
de trabalho.
Função Estabilizadora: A última citada, mas não menos importante, é a “mão do Estado na
Economia”, é quando o governo intervém na economia para alterar o comportamento dos níveis de preços
e empregos. Ela é realizada por meio de políticas fiscal, monetária, cambial, comercial e de rendas.
A atuação do estado pode ser intervencionista, também com a intenção de crescimento
econômico, tais como investimento em infra estrutura e fornecimento de bens públicos, como incentivo ao
setor privado.

17.2 Estrutura Tributária


A arrecadação tributária serve como obtenção de recursos para o estado. Assim, ele pode
desempenhar suas funções principais que são, dentre outras, manter a ordem pública, regular sobre
direitos e garantias fundamentais e individuais, preservar o patrimônio público, organizar e fomentar a
economia nacional, entre outras ações para o bem comum.
Vale salientar que a estrutura tributária está pautada no princípio da capacidade econômica do
contribuinte, também conhecida como capacidade contributiva. Esta capacidade já foi citada de forma mais
sutil no item que fala sobre a função distributiva do estado. A capacidade contributiva retrata exatamente
o que foi dito sobre, “quem tem mais, paga mais”.
Os tributos são prestações pecuniárias compulsórias, em moeda, ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, instituído por lei e cobrado por ato administrativo,
plenamente vinculado, divididos em taxas, contribuições de melhoria e impostos. Desses, os principais são
os impostos, que podem ser chamados de DIRETOS (quando incidem sobre a riqueza e o patrimônio – IR,
IPTU e IPVA), e INDIRETOS (quando incidem sobre transações de mercadorias e serviços – ICMS, IOF e IPI).
Os impostos podem ser progressivos, regressivos e neutros, em função da renda. O progressivo
ocorre quando o aumento na contribuição é proporcionalmente maior ao aumento ocorrido na renda,
temos o exemplo do Imposto de Renda. Ele aumente desproporcionalmente quando o contribuinte passa
de uma faixa de tributação para outra, e isso ocorre quando ele passa a ganhar mais e atinge um nível
considerado de maior capacidade contributiva.
O regressivo ocorre justamente no caso inverso, ou seja, quanto mais se obtém renda, menos se
paga imposto, temos o exemplo dos impostos indiretos. Observe que é mais oneroso para um contribuinte
pagar 17% de ICMS sobre a compra de um bem de R$ 100, 00, sendo que sua renda é de R$ 700,00 ao mês,
quando comparado à compra do mesmo bem por outro consumidor, que pagará os mesmos 17% de ICMS
do bem de R$ 100, 00, com uma renda de R$ 7.000,00. Na seguinte hipótese o imposto absorveu uma
parcela bem maior da renda do primeiro.
Já o caso do neutro, os impostos se mantêm proporcionais à renda do consumidor. Não há
exemplos no Brasil sobre este tipo de imposto.

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Existe uma relação entre o total da arrecadação tributária e a alíquota, (taxa) de impostos
conhecida como curva de Lafer. Ela retrata que a partir de determinado nível da taxa, qualquer elevação
resultará em uma redução na arrecadação global, devido à sonegação e ao desestímulo provocado sobre os
negócios em geral.
Existe outro efeito também conhecido, com o nome de efeito Oliver-Tanzi, ocorre nos períodos de
aceleração inflacionária, demonstrando que a inflação tende a inibir a arrecadação fiscal do governo.

17.3 Déficit Público


As contas de uma empresa podem gerar lucro ou prejuízos, dependendo de seus gastos e receitas.
Já o governo não opera com a intenção em auferir lucros e nem apurar prejuízos. Por conta disso as
terminologias usadas são diferentes, os resultados podem ser Superavitários (quando sua arrecadação é
superior aos gastos) ou Deficitários (quando os gastos superam a arrecadação).
A priori, temos como referência a existência de resultado nominal, primário e operacional. No que
tange ao nosso estudo podemos dizer que o resultado nominal é o referente ao total das receitas, menos o
total das despesas, ou seja, é o resultado que engloba todas as receitas e despesas. Já o resultado primário
é o resultado que não leva em consideração as despesas e receitas financeiras, ou seja, são só as receitas e
despesas primárias, isso significa dizer que o resultado nominal engloba o resultado primário.
Para um entendimento melhor deixemos claro: resultado primário é aquele que subtrai das
receitas, não financeiras, as despesas também não financeiras. E o que são as receitas financeiras, menos
as despesas financeiras? Estas nada mais são do que os JUROS, ativos se forem aumentativos e passivos se
forem diminutivos. Então, podemos dizer que resultado nominal é o resultado primário mais o resultado
dos juros.
Como já citado, anteriormente, o serviço público precisa captar recursos para a sua
operacionalidade, e, através do orçamento público (instrumento de planejamento), é onde se tem uma
ideia do quanto será preciso para operacionalizar os serviços necessários ao seu bom funcionamento, ou
seja, será apurada a necessidade de financiamento do setor público.
As necessidades de financiamento do setor público são apuradas, pela soma do resultado primário,
aos juros da dívida pública passada, ou seja, não é a mesma coisa que o resultado nominal, pois, trata de
resultado primário, mais somente os juros da dívida passada. A necessidade de financiamento do setor
público apura hoje o que precisa para pagar a dívida e os atos operacionais (não financeiros).
Quando o governo se defronta com uma situação de DÉFICIT, o modo realizado para ajustar o saldo
da balança é, ou cortar gastos, ou aumentar a arrecadação, a primeira medida é sempre a de aumentar a
arrecadação. Tendo em vista o princípio da economicidade e o da eficiência, que povoam o nosso
ordenamento jurídico, no tratante à administração pública, podemos entender que a alusão a esses
princípios nos denota que não é fácil cortar os gastos do governo, já que se trabalha de forma eficiente e
econômica.
A medida mais comum para combater esse déficit é quando próprio o governo emite, através do
Banco Central do Brasil, no caso do governo federal, títulos da dívida pública. Essa medida tem a intenção
de captar recursos sem onerar, mais ainda, a sociedade com o aumento na carga tributária. Contudo, essa
prática eleva ainda mais o endividamento do setor público.

18 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

O crescimento econômico é a chave para se conseguir uma série de feitos positivos para uma
sociedade. O aumento do nível de vida e do emprego está ligado ao crescimento econômico. Portanto, este
é um processo sustentado ao longo do tempo, no qual os níveis de atividade econômica aumentam
constantemente. O crescimento econômico refere-se à tendência, em longo prazo, da produção de um país
ser mostrada pela evolução do PIB e do PIB per capita brasileiro.
Desenvolvimento é o processo de crescimento de uma economia, ao longo do qual se aplicam
novas tecnologias e se produzem transformações sociais, que acarretam uma melhor distribuição da
riqueza e da renda.

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18.1 Fatores Condicionantes do Crescimento Econômico
Apesar de as causas do crescimento econômico e suas características assumirem peculiaridades
diferentes, em cada país e momento histórico determinado, geralmente, podem-se considerar os seguintes
fatores como determinantes básicos do crescimento:
 Disponibilidade de recursos produtivos;
 A produtividade;
 Atitude da sociedade em relação à poupança.

19 EMPREGO

19.1 Mercado de Trabalho


É o local onde se encontram, tanto aqueles que oferecem a chamada “força de trabalho” (oferta),
quanto os que procuram essa força de trabalho “os empregadores” (procura); É onde se negociam preços e
quantidades da força de trabalho.
O estudo sobre os fenômenos de interação entre estes dois grupos, tendo em conta a situação
econômica e social do país, região ou cidade, procura prever situações favoráveis e tendências, além de
descobrir necessidades futuras.
População ativa – É o conjunto de indivíduos com idade mínima de 14 anos (na condição de menor
aprendiz) e 18 anos (na condição de trabalhador) que constitua a mão de obra disponível para a produção
de bens e serviços destinados à comercialização (inclui os empregados e desempregados).
População empregada – É o conjunto da população acima, que está desempenhando função
remunerada em troca do trabalho.
População desempregada – É o conjunto da primeira população acima que não está
desempenhando função remunerada em troca do trabalho.
Taxa de desemprego – É representado pelo cálculo simples do número de desempregados sobre a
população ativa.

19.2 Oferta e Demanda de Emprego


Em todo o nosso estudo as relações econômicas rodearam sobre as leis da oferta e da demanda e,
principalmente, o ponto de equilíbrio citado anteriormente sobre essas leis.
Com relação aos empregos à disposição e as profissões, podemos dizer que se existem profissionais
demais no mercado e, ao mesmo tempo faltam empregos, para os cargos desse tipo de profissão, estamos
em uma situação de desequilíbrio, situação desfavorável aos trabalhadores, pois a mão de obra desse tipo
de serviço fica mais barateada (teoricamente). Ao passo que pode acontecer situação contrária, ou seja,
falta de mão de obra no mercado e vagas de emprego sem preenchimento dessas vagas.

20 POLÍTICAS MACROECONÔMICAS

20.1 Definições
Políticas são ações conscientes e planejadas. Em se tratando de políticas macroeconômicas, essas
ações são planejadas por governantes de Estado que fazem uso de três caminhos clássicos disponíveis: o
câmbio, a moeda e a administração fiscal.
Essas políticas macroeconômicas formam, e continuam sendo o fulcro necessário mais básico, para
uma estratégia de desenvolvimento qualquer. Usadas de modo correto promovem o crescimento de uma
nação, que faz parte da essencialidade para o bem estar social.
A macroeconomia trata, fundamentalmente, das questões de desemprego e inflação, considerando
esses como problemas de curto prazo ou conjunturais, ao mesmo tempo em que aborda desenvolvimento
e crescimento (questões estruturais). Esses demandam um período de tempo maior para apresentarem
resultados, que é o grande desafio das políticas macro econômicas, ou seja, desenvolver um país, com
objetivos de longo prazo, ao mesmo tempo em que pretende resolver as mazelas do desemprego e
inflação, em curto prazo.

30
20.2 Metas de política macroeconômica
Como já citado, a grande dialética da macroeconomia é trabalhar em conjunto com problemas
como inflação e desemprego, ao mesmo tempo trabalhando para o crescimento da economia. Portanto, os
objetivos e metas da política macroeconômica são:
Aumentar empregos – A grande crise mundial de 1930 despertou os mercados sobre outra ótica,
diferente daquela em que se acreditava que o liberalismo fluiria com o controle dos mercados e empregos,
tendo a “mão invisível” que determinara os preços e a produção de equilíbrio. Com estudos a respeito
dessa quebra da bolsa de Nova York, Keynes deu início à discussão sobre qual deve ser o grau de
intervenção do Estado na economia.
Evitar a Inflação – A estabilidade dos preços dá mais confiabilidade à economia, atraindo mais
investidores de fora do país e dando maior controle à própria população sobre o seu planejamento de
longo prazo. As alternativas de desenvolvimento e crescimento econômico agregam a si elevações no nível
geral dos preços.
Justiça na Distribuição de Renda – A política macroeconômica defende a distribuição melhor da
renda, sabendo que hoje cerca de 80% da renda mundial se encontra na mão de, no máximo, 20% da
população. Essa ideia de distribuição mais justa advém do pensamento de crescimento econômico como
um todo, nos países mais desenvolvidos essa disparidade é sempre menor que aquela dos países em
desenvolvimento.
Crescimento Econômico – Um dos objetivos mais claros das políticas macroeconômicas é também
o mais fácil de entender, pois o crescimento econômico sempre se refere à renda nacional per capita, ou
seja, deixar à disposição da sociedade quantidade de produtos e mercadorias maiores do que o
crescimento populacional.

20.3 Instrumentos de política macroeconômica

20.3.1 Política fiscal


Refere-se a todos os instrumentos que o governo dispõe para arrecadação de tributos (política
tributária) e controle de suas despesas (política de gastos).
Temos três objetivos principais dessa política: um é a redução da inflação, através da diminuição
dos gastos públicos e/ou aumento da carga tributária, como já falado anteriormente. Outro é o
crescimento econômico e geração de empregos; nesse, a estratégia adotada é o de investimento com
aumento dos gastos e diminuição da carga tributária, para incentivar a iniciativa privada. Como último
objetivo, temos a melhor distribuição de renda, que já foi citada no tópico do setor público, a qual utiliza
instrumentos de forma seletiva como tributos típicos de contribuições sociais.

20.3.2 Política monetária


Refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda, de crédito e das taxas de juros. Os
instrumentos utilizados são: emissões de moedas; reservas compulsórias: Percentual sobre os depósitos
que os bancos comercias devem reter junto ao Banco central; open market: Compra e venda de títulos
públicos; redesconto: Empréstimo do Banco Central aos Bancos Comerciais. Tais instrumentos, quando o
objetivo é o controle da inflação, focam no aumento da reserva compulsória e venda de títulos (Open
Market). Já se o objetivo é o crescimento, as práticas tendem a ser outras, como diminuir as reservas
compulsórias e a comprar títulos, para reduzir o endividamento público.

20.3.3 Política cambial


É o controle do governo sobre a taxa de câmbio, para evitar que a mão invisível tome o controle, e
manter o controle pelo governo, justamente por motivo do já ocorrido, na quebra da bolsa de Nova York,
em 1929.

31
20.3.4 Política de renda
Controle de preços e salários agindo assim, evitando a inflação e dando suporte ao crescimento
ordenado da economia como um todo.

21 GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA

21.1 Processo de Globalização


A globalização é um processo de aceleração capitalista, num ritmo jamais visto, em que o produtor
vai comprar matéria prima em qualquer lugar do mundo, onde ela seja melhor e mais barata. Instala a
fábrica nos países onde a mão de obra fique mais em conta, não importa se no Vietnã, no Oriente Médio,
ou mesmo no Brasil, e vende a mercadoria para o mundo inteiro.
O entrelaçamento econômico dos povos é um processo que começou na pré-história, mas sempre
progrediu em marcha lenta. Neste momento está na velocidade da luz, essa é a diferença, ao lado de seu
tremendo potencial para criar soluções e riquezas, num ritmo alucinante.
Quando a máquina a vapor entrou em cena, na virada do século XVIII para o século XIX, ela também
provocou um choque de aceleração produtiva. Passou a movimentar os teares e um turbilhão de braços
humanos perdeu sua função e seu emprego. Perplexos, assustados, trabalhadores chegaram a invadir
fábricas para destruir as máquinas que os deixavam sem o ganha pão.
Neste início do século XXI, o motor da nova revolução é a tecnologia, o aperfeiçoamento dos
transportes e das comunicações. A tecnologia sempre se alterou, nunca tão depressa. Os meios de
transporte evoluiram desde a intervenção do carro de boi, mas foi possível deslocar artigos de um lugar
para o outro, numa quantidade tão grande quanto numa velocidade espantosa. A viagem, segundo alguns
analistas, aumenta apenas instantaneamente, os pontos diferentes do planeta, tornando as distâncias
irrelevantes para as operações comerciais. O resultado é um mundo onde as economias nacionais perdem
importância relativa, “Países se estilhaçam, blocos regionais de comércios crescem e a economia global
torna-se cada vez mais interconectada”, afirma o economista americano Lester Thurow, em o Futuro do
Capitalismo.
Outra faceta do processo de globalização está na indústria. Tomem-se as dez maiores corporações
mundiais como: Mitsubishi, Mitsui, Itochu, Sumimoto, General Motors, Marubeni, Ford, Exxon, Nisecho e
Shell, juntas faturam 1,4 trilhão de dólares, o que equivale ao PIB conjunto do Brasil, México, Argentina,
Chile, Colômbia, Peru, Uruguai e Venezuela, sendo que a metade dos prédios, máquinas e laboratórios
desses grupos e mais da metade de seus funcionários estão em unidades fora do país de origem e, 61% do
seu faturamento é obtido em operações no estrangeiro.

21.2 As Consequências da Globalização


Quando se fala de globalização, tende-se a destacar os aspectos da produção de riquezas e do
consumo. Isso é apenas o primeiro resultado da mudança. Os processos anteriores de aceleração
econômica provocaram alterações em outros setores da atividade humana.
O processo de globalização tem, sem dúvida alguma, levado a um sistema mais complexo de
interdependências entre economias nacionais. Entretanto, esse sistema complexo de interdependências
continua significativamente assimétrico, de tal forma que se pode falar de "vulnerabilidade unilateral" por
parte da grande maioria de países do mundo, que tem uma capacidade mínima de repercussão, em escala
mundial. Em outras palavras, um país que tem vulnerabilidade unilateral é muito sensível, diante de
eventos externos, e sofre de forma significativa as consequências de mudanças no cenário internacional,
enquanto os eventos domésticos desse país têm impacto nulo, ou quase nulo, sobre o sistema econômico
mundial. Esse é o caso, por exemplo, do Brasil, que responde por menos de 1% do comércio mundial e por
cerca de 2% do investimento e da renda no sistema econômico internacional. De um modo geral, os países
em desenvolvimento têm como atributo a vulnerabilidade externa que, de fato, tem sido parte integrante
do processo histórico desses países, até mesmo dos que se livraram formalmente, há mais de um século,
dos laços coloniais.
A volatilidade dos fluxos econômicos internacionais manifesta-se para as economias nacionais com
mudanças abruptas na "quantidade" e no "preço" do capital externo e das mercadorias. Alterações de

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quantidade envolvem, invariavelmente, uma mudança, tanto no volume, como na composição dos recursos
externos e do comércio exterior. As alterações de "preço" afetam as condições de captação de recursos
externos, com mudanças, tanto de custo como de prazo, e os termos de troca (preços de exportação e
importação).
A vulnerabilidade externa envolve os custos negativos da resistência aos efeitos negativos da
volatilidade do investimento e do comércio internacional. Essa resistência é exercida, geralmente, com o
uso de políticas macroeconômicas tradicionais - políticas monetária, cambial e fiscal. Outrossim, os
governos podem usar, tanto controles diretos sobre os fluxos de capital, como a política comercial para
enfrentar os problemas criados pela volatilidade dos fluxos internacionais.
Mudanças abruptas nos fluxos de investimento e comércio internacional tendem, geralmente, a ter
seus efeitos transmitidos para as economias nacionais por meio de três mecanismos: processo de ajuste
das contas externas; impacto nas esferas monetária e financeira; e impacto sobre a dimensão real da
economia.
O processo de ajuste das contas externas passa, de início, pelo gerenciamento das reservas
internacionais do país. Naturalmente, turbulências no sistema financeiro internacional, que afetam as
fontes de financiamento externo, podem levar ao esgotamento das reservas internacionais do país, em
curto prazo. Nesse caso, o país acaba implementando políticas de estabilização macroeconômica, de
natureza contracionista, baseadas na redução do nível de gastos (absorção interna) e na mudança da
composição dos gastos (redirecionando a produção para o mercado externo). Para isso, as políticas
monetária, fiscal, cambial e comercial são os instrumentos tradicionais, que afetam quantidades (volumes
de produção, renda e gastos) e preços relativos (tradeables versus non-tradeables). A centralização do
câmbio e outras medidas de controle direto, sobre as contas externas, são utilizadas nas situações limites,
quando os países são levados, até mesmo, à moratória sobre a dívida externa.

22 CORRETOR DE IMÓVEIS: UM PROFISSIONAL BEM QUALIFICADO

Comprar, vender, alugar e permutar imóveis não são transações simples de


serem realizadas. Apesar da pretensa facilidade de se colocar em contato, por exemplo,
pessoas que querem vender e outras que têm intenção de adquirir imóveis residenciais,
comerciais ou mesmo rurais, a responsabilidade do corretor vai bem além do fato de
mostrar ao cliente a propriedade na qual este estiver interessado. Ilustração 2 -
Simbologia: corretores e imóvel
Segundo a Lei n° 6.530, que disciplina o exercício da profissão, compete ao
corretor exercer a intermediação na compra, venda, permuta e locação de imóveis, podendo, ainda, opinar
quanto à comercialização imobiliária.
Graças ao bom desempenho dos corretores de imóveis, muitas são as pessoas que já realizaram o
sonho de aquisição da casa própria ou do seu estabelecimento comercial.

23 FORMAÇÃO

Hoje, reconhecida com o nome de Técnico em Serviços Imobiliários, a


profissão de corretor de imóveis tem, na verdade, uma história bastante antiga.
No seu princípio, aqui no Brasil, esses profissionais eram conhecidos como
“agentes do comércio”.
Em 1942, o Ministério do Trabalho, em sua Carta Sindical, designou-os
como “corretores de imóveis”. Em 1962, foi a vez de o Congresso Nacional
reconhecer e regulamentar a profissão, por intermédio da Lei n° 4.116/62. Com o
passar do tempo e os novos rumos do mercado, houve a necessidade de se criar Ilustração 3 - Capelo e Diploma:
reconhecimento da profissão em nível
um diploma legal. Favorecendo um patamar mais elitizado à categoria, novamente superior.

o Congresso Nacional interveio e, revogando a lei anterior, promulgou a de n° 6.530/78, consolidando a


profissão e concedendo a seus integrantes o título de Técnico em Transações Imobiliárias.
Com o advento dos cursos de nível superior nas áreas das Ciências e Gestão de Negócios
Imobiliários, o Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci) admitiu também a inscrição nos CRECIs
dos formandos que se diplomarem nessa graduação.

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