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Inclusão em Pauta
Incluído em pauta em 01/04/2022 12:06:21 para sessão 0108/2022.
Relatório
Orlando da Silva protocolou requerimento de pensão por morte em 08/11/19, em razão do
falecimento de Sueli Donizete Corrêa da Silva, em 29/08/19, indeferido pelo INSS por divergência
de informação entre documentos (evento 6).
O interessado, não concordando com o indeferimento de seu pedido, a interpôs recurso a este
Colegiado em 15/12/20 (data da solicitação do agendamento) requerendo o deferimento com a
apresentação de documentos (evento 1).
O INSS indeferiu o benefício em razão da divergência entre a data do início do benefício informada
e o documento apresentado (certidão de óbito/certidão de casamento) (evento 6).
Informa ainda, que o benefício foi indeferido porque o último vínculo é extemporâneo, sem
informação de remunerações e deverá ser comprovado (evento 6).
Consta dos autos, juntado no evento 15, cópia do processo posterior acima citado, no qual foi
reconhecida pelo INSS a qualidade de segurada da instituidora do benefício, em virtude da
segurada instituidora possuir vínculo empregatício na data do óbito, conforme se verificou do CNIS
(id. 130657054), em conformidade com o artigo 137 da Instrução Normativa INSS/PRES n. 77 de
21/01/2015.
Verifica-se ainda, segundo decisão da Autarquia, que o vínculo de dependente do cônjuge Orlando
da Silva ficou devidamente comprovado conforme certidão de casamento (id. 128285119), em
virtude de estar em consonância com o artigo 16 do Decreto 3.048/99 e artigo 134 da Instrução
Normativa INSS/PRES n. 77 de 21/01/2015, mas, em virtude do casamento (17/11/2017) ter
ocorrido dentro de 2 anos do óbito (29/08/2019) da instituidora e não ter sido comprovada a união
estável imediatamente anterior ao casamento e o vínculo de casamento/união estável pelo período
de dois anos ininterruptos anteriores ao óbito, conforme item 1.4.1 do Anexo II do Memorando-
Circular Conjunto n. 54/DIRBEN/DIRSAT/PFE/DIRAT/INSS de 06/11/2015, o benefício seria
concedido por 4 meses, conforme artigo 114, V, “b”, do Decreto n. 3.048/99.
Esclarece ainda, no referido despacho, que o benefício seria devido a partir da data do
requerimento (28/10/2020), em razão de ter sido requerido após 90 dias da data do óbito, conforme
artigo 74, I, da Lei n. 8.213/91, o interessado não possui direito ao benefício, uma vez que o
requerimento foi efetuado após a data de cessação da cota (evento 15).
Voto
EMENTA:
O recurso é tempestivo, uma vez que não consta dos autos a data da ciência da decisão
denegatória ao interessado.
No presente caso, o interessado pretende a obtenção do benefício de pensão por morte em razão
do falecimento de sua esposa Sueli Donizete Corrêa da Silva em 29/08/19.
No que tange a comprovação da condição de dependente, o art. 22, § 3º, do Decreto 3.048/99,
determina que para a comprovação da união estável devam ser apresentados no mínimo três
provas, exigência esta à data da entrada do requerimento do interessado.
Em análise aos autos, quanto à qualidade de segurada da instituidora do benefício, verifica-se pelos
documentos apresentados, como a carteira de trabalho e ficha de registro de empregada do Clube
de Mães Novo Recreio que restou comprovada, devendo o INSS proceder os devidos acertos no
Cadastro Nacional de Informações Sociais, conforme artigo 19 do Decreto 3.048/99.
Neste sentido, insta salientar que a própria Autarquia Previdenciária reconheceu a qualidade de
segurada da instituidora no requerimento posterior do interessado, NB/21/192.759.004-0, requerido
em 28/10/20 e indeferido em razão do requerimento apresentado após o fim do tempo de duração
da pensão devida ao cônjuge.
Desta forma, o interessado comprovou a qualidade de dependente alegada por mais de dois anos,
conforme exigência do artigo 22, §3º do Decreto 3.048/99, fazendo jus à concessão do benefício
pleiteado face ao cumprimento dos requisitos do artigo 105 do Decreto 3.048/99, devendo ser
alterada a decisão do INSS.
Declaração de Voto
Declaração de Voto
Decisório
Nº Acordão: 22ª JR/2556/2022