MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - MPS

CONSELHO DE RECURSOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - CRPS

27ª Junta de Recursos

Data/Hora: 20/06/2023 13:36:02

Número do Processo: 44236.004553/2023-48

Tipo do Processo: Recurso Ordinário
APS Responsável: SERVIÇO DE CENTRALIZAÇÃO DA ANÁLISE DE RECONHECIMENTO DE DIREITOS
SRSEII
Objeto do Processo: Espécie/NB: 80/207.486.355-6
Espécie: Salário-maternidade
Recorrente: MARINA FERNANDES BARBOSA
Recorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
Assunto: INDEFERIMENTO
Relator: EDILANIA VIEIRA DA COSTA

Inclusão em Pauta
Incluído em pauta em 12/06/2023 19:50:37 para sessão 0140/2023.

Relatório
Recurso Ordinário apresentado por MARINA FERNANDES BARBOSA, contra decisão proferida
pelo INSS que indeferiu requerimento do Benefício de Salário Maternidade Urbano, NB nº
80/207.486.355-6.

O requerimento do benefício foi efetuado em 03/01/2023.

No protocolo do requerimento a interessada informou que não houve afastamento da atividade

remunerada ou filiação facultativa, a partir do início da licença.

O fato gerador do benefício, ou seja, o Nascimento da criança ocorreu em 22/12/2022, conforme

certidão de nascimento acostada aos autos.

Dados do CNIS – Cadastro Nacional de Informações Sociais indicam os seguintes registros:

* de 02/06/2008 a 31/03/2010, como empregada.
* de 01/06/2009 a 19/01/2011, como empregada.
* de 02/09/2011 a 17/10/2016, como empregada (recebeu seguro desemprego após o término do
vínculo).

Assinatura do documento: 31B81AC9E764135EB7AD1C1C0B01C23A999FDF80B2170E50B1E735AB0AE3FAA6

Assinatura digital do presidente: 1029BF4208DC169BEC1346DDAB481D7FC3C237335371C37654A1F3F732F386DA
Assinatura digital do(a) relator(a): EDDA50175C15CC8DB0FD617005063732EEF15E68550BA7BD5AB585D402BDFD27
Página: 1
* de 24/05/2018 a 21/02/2020, como empregada.
* de 16/03/2020 a 01/06/2020, como empregada.
* de 17/08/2020 a 24/08/2021, como empregada.

O INSS indeferiu o requerimento de benefício alegando que não houve afastamento das atividades.

Inconformada com o indeferimento a requerente apresentou Recurso Ordinário em 03/03/2023,

onde alega que faz jus a período de graça de 24 meses, pois possui mais de 120 contribuições
vertidas ao INSS.

O INSS não apresentou contrarrazões.

Voto
EMENTA:

Recurso Ordinário. Benefício de Salário Maternidade Urbano. Indeferimento por

alegação de não afastamento das atividades laborativas. Inexistência de contribuições
em CNIS no período de afastamento. Possibilidade de concessão do salário
maternidade. Legislação: art. 29-A da Lei nº 8.213/91. Inaplicabilidade do art. 71-C da
Lei 8213/91. art. 13, inciso II e §1° do Decreto 3048/99. Conhecer do recurso e dar
provimento a recorrente.

O presente recurso foi interposto tempestivamente e atende os requisitos de admissibilidade do

Regimento do CRPS – Conselho de Recursos da Previdência Social (Portaria MTP n° 4.061, de
12/12/2022).

Conheço do Recurso Ordinário.

A segurada se insurge contra decisão proferida pelo INSS que indeferiu requerimento de benefício
de Salário Maternidade Urbano.

A recorrente requereu o benefício em 03/01/2023, e o fato gerador, ou seja, o Nascimento da

criança ocorreu em 22/12/2022.

O benefício foi indeferido pelo INSS por alegação de não afastamento das atividades laborativas.

O art. 29-A da Lei nº 8.213/91, estabelece:

Art. 29-A. O INSS utilizará as informações constantes no Cadastro Nacional de Informações Sociais
– CNIS sobre os vínculos e as remunerações dos segurados, para fins de cálculo do salário de
benefício, comprovação de filiação ao Regime Geral de Previdência Social, tempo de contribuição e
relação de emprego.

Verifica-se pelos dispositivos acima relacionados que os dados presentes em CNIS valem como
prova de vínculo e tempo de contribuição.

No caso em tela não constam recolhimentos em CNIS que comprovem o exercício de atividade
laborativa da segurada após o nascimento do filho, pois o último registro refere-se ao período de
17/08/2020 a 24/08/2021.

Assinatura do documento: 31B81AC9E764135EB7AD1C1C0B01C23A999FDF80B2170E50B1E735AB0AE3FAA6

Assinatura digital do presidente: 1029BF4208DC169BEC1346DDAB481D7FC3C237335371C37654A1F3F732F386DA
Assinatura digital do(a) relator(a): EDDA50175C15CC8DB0FD617005063732EEF15E68550BA7BD5AB585D402BDFD27
Protocolo: 44236.004553/2023-48 Página: 2
O art. 71-C da Lei 8213/91 determina que:

Art. 71-C. A percepção do salário-maternidade, inclusive o previsto no art. 71-B, está condicionada
ao afastamento do segurado do trabalho ou da atividade desempenhada, sob pena de suspensão
do benefício.

Os dados presentes em CNIS são provas do efetivo labor, contudo, como já citado, a requerente
não possui recolhimentos ou vínculos concomitantes ao período de afastamento, deste modo
concluo que o indeferimento do benefício pelo INSS foi totalmente equivocado, não sendo devido a
aplicação do teor do art. 71-C da Lei 8213/91.

O fato da requerente ter marcado a opção de “não houve afastamento da atividade remunerada”,
não é suficiente para presumir o exercício de atividade laborativa e diante da inexistência de
vínculos ou remunerações concomitantes ao período de afastamento, não existe previsão legal que
impeça o pagamento do benefício de salário maternidade.

Destaco ainda que a requerente estava em período de graça na data do nascimento da criança,
pois possui mais de 120 contribuições sem ocorrência da perda da qualidade de segurada (art. 13,
inciso II e §1° do Decreto 3048/99).

Diante do exposto, concluo que cabe o reconhecimento do direito ao benefício.

Voto no sentido de conhecer do recurso ordinário, por tempestividade, para no mérito dar-lhe
provimento.

EDILANIA VIEIRA DA COSTA

Relator(a)

Declaração de Voto

Conselheiro(a) concorda com o voto do(a) Relator(a).

TARSILA OTAVIANO DA COSTA
Conselheiro(a) Titular Representante das Empresas

Declaração de Voto

Presidente concorda com o voto do(a) Relator(a).

JOSE CLEUDOMAR REBOUCAS
Presidente

Assinatura do documento: 31B81AC9E764135EB7AD1C1C0B01C23A999FDF80B2170E50B1E735AB0AE3FAA6

Assinatura digital do presidente: 1029BF4208DC169BEC1346DDAB481D7FC3C237335371C37654A1F3F732F386DA
Assinatura digital do(a) relator(a): EDDA50175C15CC8DB0FD617005063732EEF15E68550BA7BD5AB585D402BDFD27
Protocolo: 44236.004553/2023-48 Página: 3
Decisório
Nº Acordão: 27ª JR/11724/2023

Vistos e relatados os presentes autos, em sessão realizada em 20/06/2023, ACORDAM os membros

da 27ª Junta de Recursos, em CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, POR UNANIMIDADE, de
acordo com o voto do(a) Relator(a) e sua fundamentação.

Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros TARSILA OTAVIANO DA COSTA.

EDILANIA VIEIRA DA COSTA JOSE CLEUDOMAR REBOUCAS

Relator(a) Presidente

Assinatura do documento: 31B81AC9E764135EB7AD1C1C0B01C23A999FDF80B2170E50B1E735AB0AE3FAA6

Assinatura digital do presidente: 1029BF4208DC169BEC1346DDAB481D7FC3C237335371C37654A1F3F732F386DA
Assinatura digital do(a) relator(a): EDDA50175C15CC8DB0FD617005063732EEF15E68550BA7BD5AB585D402BDFD27
Protocolo: 44236.004553/2023-48 Página: 4