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1.

Procedimento administrativo declarativo – o procedimento administrativo é a sucessão ordenada de atos e formalidades tendentes à
formação (atos/formalidades que põem o procedimento em marcha – atos iniciativa e de instrução), manifestação (momento constitutivo –
forma e formalização, publicação e notificação) e execução (realizar os efeitos práticos do ato principal) da vontade dos órgãos da
Administração Pública. Não é uma forma da ação administrativa (é forma da função administrativa) mas sim uma série encadeada de
atos/medidas/diligências que culminam na produção de um resultado – adoção de medida, ato jurídico-administrativo, um ato, um
regulamento, contrato, operação material…. É um desenrolar de um resultado, de que a AP é sempre parte. Esta tem de ser uma parte
imparcial, tem de prosseguir o seu interesse sem discriminar os outros (princípio do inquisitório), de forma a garantir a melhor decisão. O
procedimento administrativo declarativo abrange os atos e formalidades adotados relativos à preparação (formação) e à produção
(manifestação) de um ato principal.

2. Ato administrativo negativo – os atos administrativos são decisões que, no exercício de poderes jurídico-administrativos, visam produzir
efeitos jurídicos externos numa situação individual e concreta. É um ato jurídico que está associado ao exercício da função administrativa de
autoridade. A administração tem uma autotutela, tem um poder para adotar medidas que, sem recurso aos tribunais, se impõe aos
destinatários, provocando alterações na sua esfera jurídica, mesmo que estes não queiram. Tem um caráter formal, pois corresponde a um
modelo pré-definido, está vinculado a um regime jurídico. A decisão a que corresponde pode envolver a determinação de produção de um
efeito, prescrição de conduta ou resolução de situações. Assenta numa declaração, que pode ser exteriorizada de formas diversas (150º) mas
que sempre será um comportamento declarativo e sempre produzirá efeitos jurídicos. Os atos negativos são uma espécie doutrinária de ato
administrativo com efeitos práticos, não conferem os efeitos pretendidos, designadamente o indeferimento expresso de requerimentos e a
recusa de apreciação de pedidos. Para reagir contra estes casos não se usa impugnação do ato, mas sim condenação à prática do ato (51º/4).

3. Ato administrativo implícito – os atos administrativos são decisões que, no exercício de poderes jurídico-administrativos, visam produzir
efeitos jurídicos externos numa situação individual e concreta. É um ato jurídico que está associado ao exercício da função administrativa de
autoridade. A administração tem uma autotutela, tem um poder para adotar medidas que, sem recurso aos tribunais, se impõe aos
destinatários, provocando alterações na sua esfera jurídica, mesmo que estes não queiram. Tem um caráter formal, pois corresponde a um
modelo pré-definido, está vinculado a um regime jurídico. A decisão a que corresponde pode envolver a determinação de produção de um
efeito, prescrição de conduta ou resolução de situações. Assenta numa declaração, que pode ser exteriorizada de formas diversas (150º) mas
que sempre será um comportamento declarativo e sempre produzirá efeitos jurídicos. Casos em que, apesar de não existir um procedimento
(declarativo) formalmente autónomo de formação do ato administrativo, a Administração realiza a “operação material” que, em condições
normais, corresponderia à execução do ato administrativo. Verificados requisitos, pode aceitar-se que o ato administrativo, embora não
assente em qualquer declaração, se encontra implícito na própria operação material de execução. Esses requisitos específicos da possibilidade
legal do ato administrativo implícito são os seguintes, o agente que procede à operação material tem de ser o titular do órgão competente
para a prática do ato administrativo ou atuar, no caso concreto, sob o comando direto daquele; a ausência do procedimento declarativo e a
emissão do ato administrativo tem de encontrar justificação numa situação de estado de necessidade (3º/2).

4. Regulamento independente – o regulamento administrativo são normas jurídicas e abstratas que, no exercício de poderes jurídico-
administrativos, visem produzir efeitos jurídicos externos”. São quaisquer normas que os órgãos/autoridades competentes emanam, no
exercício da sua função administrativa, com valor infralegal e que se destinam à aplicação de leis ou normas equiparadas. Esta noção ampla
abrange regulamentes tradicionais, estatutos de entes corporativos ou institucionais (associações/universidades), planos de gestão territorial e
programas de concursos. Os regulamento independentes não dispensam uma norma legal que fixe a respetiva competência (norma
habilitante) e visam dinamizar a ordem jurídica em geral (em regra, um conjunto de leis), disciplinando “inicialmente” certas relações sociais,
seja no exercício poderes próprios de produção normativa primária pelas comunidades autoadministradas (regulamentos autónomos), seja no
exercício de competência universal do Governo em matéria administrativa (regulamentos independentes governamentais), seja no exercício
de poderes normativos genéricos concedidos por lei a autoridades reguladoras (regulação independente).

5. Conferencia procedimental – artigo 77º

6. Inderrogabilidade singular dos regulamentos – o regulamento administrativo são normas jurídicas e abstratas que, no exercício de poderes
jurídico-administrativos, visem produzir efeitos jurídicos externos”. São quaisquer normas que os órgãos/autoridades competentes emanam,
no exercício da sua função administrativa, com valor infralegal e que se destinam à aplicação de leis ou normas equiparadas. Esta noção ampla
abrange regulamentes tradicionais, estatutos de entes corporativos ou institucionais (associações/universidades), planos de gestão territorial e
programas de concursos. Os regulamentos não obrigam só os particulares, mas também a própria administração que os elaborou, de modo
que nenhuma autoridade administrativa pode deixar de o cumprir nos casos concretos, enquanto ele se mantiver em vigor. Tal como nos diz o
artigo 142º/2 CPA, os regulamentos não podem se derrogados por atos administrativos de caráter individual e concreto. Contudo, esta tem
exceções: recusa na aplicação de regulamentos que algumas autoridades consideram inconstitucionais (manifestamente); a impugnabilidade
administrativa e a impugnabilidade judicial direta, fundada na ilegalidade (268º/5 CPR). Se o regulamento for imediatamente operativo é
desaplicado no caso concreto. Se for mediatamente operativo há uma fiscalização abstrata depois de desaplicação em 3 casos concretos e
havendo lesão de direitos segundo o 268º/5.

7. Impugnabilidade administrativa – o regulamento administrativo são normas jurídicas e abstratas que, no exercício de poderes jurídico-
administrativos, visem produzir efeitos jurídicos externos”. São quaisquer normas que os órgãos/autoridades competentes emanam, no
exercício da sua função administrativa, com valor infralegal e que se destinam à aplicação de leis ou normas equiparadas. Esta noção ampla
abrange regulamentes tradicionais, estatutos de entes corporativos ou institucionais (associações/universidades), planos de gestão territorial e
programas de concursos. A impugnabilidade administrativa é uma das exceções da inderrogabilidade singular dos regulamentos. Mediante
reclamação para o autor do regulamento ou recurso para o órgão competente para a respetiva modificação suspensão, revogação, ou
declaração de invalidado. A impugnabilidade judicial direta garantida constitucionalmente aos titulares de direitos ou interesses legalmente
protegidos, fundado na ilegalidade.
8. Incumprimento do dever de decisão – as fases do procedimento são 5, a iniciativa, a instrução, a audiência dos interessados, a decisão e a
integração de eficácia. A decisão é o momento crucial do procedimento, em que ocorre a prática do ato administrativo, segundo o 155º/2, isso
é quando se emite uma decisão que identifica o autor, destinatário e objeto. Quando a Administração tem obrigação de decidir dentro de um
prazo (comum nos casos de iniciativa particular) e não o faz o procedimento pode extinguir-se por caducidade (decurso do tempo), podendo o
interessado reagir judicialmente. A falta de decisão corresponde ao incumprimento de um dever (dever de decisão) – pode originar
responsabilidade disciplinar (128º/5), bem como responsabilidade civil, para indemnizar prejuízos – e confere ao interessado a possibilidade
de utilizar os meios de tutela administrativa e jurisdicional adequados (129º; e ainda 192º/3, e 198º/4, que repetem a ideia para a falta decisão
em procedimentos de impugnação administrativa). Em casos especiais, a lei ou o regulamento podem estabelecer que a falta de decisão no
prazo legal tem o valor de deferimento ou de indeferimento. Trata-se de um ato administrativo tácito (ou silente), criado por determinação da
lei. Apesar de não ter tomado qualquer decisão, o órgão competente suporta a imputação dos efeitos jurídicos da decisão, na configuração
prevista na lei.

9. Retroatividade – os atos administrativos são decisões que, no exercício de poderes jurídico-administrativos, visam produzir efeitos jurídicos
externos numa situação individual e concreta. É um ato jurídico que está associado ao exercício da função administrativa de autoridade. A
administração tem uma autotutela, tem um poder para adotar medidas que, sem recurso aos tribunais, se impõe aos destinatários,
provocando alterações na sua esfera jurídica, mesmo que estes não queiram. Tem um caráter formal, pois corresponde a um modelo pré-
definido, está vinculado a um regime jurídico. A decisão a que corresponde pode envolver a determinação de produção de um efeito,
prescrição de conduta ou resolução de situações. Assenta numa declaração, que pode ser exteriorizada de formas diversas (150º) mas que
sempre será um comportamento declarativo e sempre produzirá efeitos jurídicos. Relativamente à eficácia do ato administrativo, os efeitos
contam-se desde quando se desencadeia eficácia (ex nunc) ou desde o momento em que se constitui o ato (ex tunc). A retroatividade
autêntica ocorre quando a lei/órgão determinam que os efeitos se produzem desde antes mesmo da constituição do ato. A retroatividade
inautêntica/retrospetividade ocorre quando, embora se prevendo efeitos para o futuro, estas afetam situações duradouras já constituídas.
Dentro deste tema do inicio da eficácia, temos ainda a retrodatação e a retrotração.

10. Conceção translativa e concessão constitutiva - os atos administrativos são decisões que, no exercício de poderes jurídico-administrativos,
visam produzir efeitos jurídicos externos numa situação individual e concreta. É um ato jurídico que está associado ao exercício da função
administrativa de autoridade. A administração tem uma autotutela, tem um poder para adotar medidas que, sem recurso aos tribunais, se
impõe aos destinatários, provocando alterações na sua esfera jurídica, mesmo que estes não queiram. Tem um caráter formal, pois
corresponde a um modelo pré-definido, está vinculado a um regime jurídico. A decisão a que corresponde pode envolver a determinação de
produção de um efeito, prescrição de conduta ou resolução de situações. Assenta numa declaração, que pode ser exteriorizada de formas
diversas (150º) mas que sempre será um comportamento declarativo e sempre produzirá efeitos jurídicos. Quanto ao conteúdo, os atos
administrativos podem ser desfavoráveis (traduzem situações de desvantagem para o destinatário) ou favoráveis (traduzem benefícios aos
destinatários). As concessões são atos administrativos favoráveis e podem ser translativas, se transmitem direitos ou poderes (já) existentes na
titularidade da Administração concedente ou constitutivas, se criam "ex novo" direitos ou poderes de que a Administração não pode ser
titular, mas que só ela pode criar em favor dos particulares (implicando, em regra, uma restrição ou compressão dos próprios poderes
públicos).

11. Parecer conforme favorável – o parecer é um ato jurídico pelo qual um órgão administrativo com funções consultivas se pronuncia, num
plano técnico, jurídico ou de boa administração, sobre uma decisão em preparação; o parecer tem subjacente um juízo opinativo ou critico
não conhecendo um carater decisório. Podem ser obrigatórios ou facultativos (artigo 91º/1 CPA), consoante o órgão instrutor do
procedimento “possa” ou “deva” solicitá-lo ao órgão consultivo. Se o parecer obrigatório não for solicitado, o ato administrativo padecerá de
um vicio relativo ao procedimento. O facto do parecer se ordenar como facultativo não lhe retira relevo jurídico. Estamos perante pareceres
conformes quando a lei exige que uma decisão “só pode ser” adotada se tiver apoio num parecer: agora, o parecer revela-se vinculativo, se for
negativo ou desfavorável à autorização, mas já não vinculativo se for positivo ou favorável à concessão da autorização.

12. Audiência dos interessados – as fases do procedimento são 5, a iniciativa, a instrução, a audiência dos interessados, a decisão e a
integração de eficácia. Na fase da audiência dos interessados, estes têm o direito de ser ouvidos no procedimento antes de ser tomada a
decisão final, devendo ser informados, nomeadamente, sobre o sentido provável desta (artigo 121º/1). É um direito legal conferido por lei
(artigo 267º/5 CRP). A audiência serve para permitir ao interessado introduzir elementos que enriqueçam o “património cognoscitivo da AP”,
instaurando um contraditório que visa a melhor ponderação do interesse público com os interesses dos interessados. O direito de audiência
incide sobre um projeto de decisão, este não se apresenta, contudo, vinculativo para a administração, que pode vir a alterar ainda que possa
ter que repetir o tramite da audiência. A audiência pode ser escrita, oral ou realizar-se por vídeo conferencia A falta de audiência pode
significar a invalidade do ato final do procedimento, determinando a anulabilidade do ato administrativo (vício do procedimento) quando se
conclua que a audição poderia inverter o sentido da decisão; a invalidade justifica-se já que negou a valoração positiva da participação do
interessado na conformação dos efeitos jurídico-administrativos de que é destinatário. Há, no entanto, dois casos especiais nos quais a falta de
audiência gera a nulidade do ato administrativo respetivo: aos procedimentos disciplinares e aos processos de contraordenação, uma vez que
a audiência do interessado (arguido) está garantida ao nível da CRP (artigos 269º/3 e 32º/10), configurando um direito procedimental
fundamental; aqui pede-se à Administração Pública uma formalização tão acentuada do procedimento que o aproxime dos processos judiciais
(ver artigo 161º/2/d) do CPA).

13. Auxilio administrativo – artigo 66º


1. Ato administrativo favorável e ato administrativo desfavorável – os atos administrativos são decisões que, no exercício de poderes
jurídico-administrativos, visam produzir efeitos jurídicos externos numa situação individual e concreta. É um ato jurídico que está associado ao
exercício da função administrativa de autoridade. A administração tem uma autotutela, tem um poder para adotar medidas que, sem recurso
aos tribunais, se impõe aos destinatários, provocando alterações na sua esfera jurídica, mesmo que estes não queiram. Tem um caráter
formal, pois corresponde a um modelo pré-definido, está vinculado a um regime jurídico. A decisão a que corresponde pode envolver a
determinação de produção de um efeito, prescrição de conduta ou resolução de situações. Assenta numa declaração, que pode ser
exteriorizada de formas diversas (150º) mas que sempre será um comportamento declarativo e sempre produzirá efeitos jurídicos.
Quanto ao conteúdo, os atos podem ser desfavoráveis (aqueles que provocam situações de desvantagem para o respetivo destinatário; ou
favoráveis, aqueles que desencadeiam benefícios para os destinatários, particulares ou públicos. Os atos desfavoráveis podem ser atos
abalatórios, suprimem, comprimem ou retiram direitos ou faculdades; atos impositivos, ordens, sejam comandos, que impõe obrigações de
conteúdo – de fazer, de dar ou de suportar – ou proibições, que tem um conteúdo negativo, restringindo a liberdade; indeferimentos, recusa
pelo órgão competente, total ou parcial na prática de ato favorável ou na produção de efeitos jurídicos requerida pelo interessado.
Quanto aos atos favoráveis, estes podem ser conceções e outros atos que conferem ou ampliam direitos ou poderes “administrativos” ou
extinguem obrigações. Podemos ter conceções translativas, em que se transmitem direitos ou poderes já existentes na titularidade da
administração concedente ou podem ser constitutivas, que se criam “ex novo” direitos ou poderes de que a administração não pode ser
titular, mas que só ela pode criar em favor dos particulares. Para além destas, podemos ainda ter promessas; adjudicação; autorizações em
sentido amplo ou autorizações nas relações entre a administração e os particulares, que engloba as despensas, licenças, autorizações
propriamente ditas e reconhecimentos. Por fim, temos ainda as autorizações nas relações entre órgãos administrativos, sendo que estas
podem ser autorizações constitutivas da legitimação e aprovações.

2. Regulamentos independentes e regulamentos executivo – o regulamento administrativo são normas jurídicas e abstratas que, no exercício
de poderes jurídico-administrativos, visem produzir efeitos jurídicos externos”. São quaisquer normas que os órgãos/autoridades competentes
emanam, no exercício da sua função administrativa, com valor infralegal e que se destinam à aplicação de leis ou normas equiparadas. Esta
noção ampla abrange regulamentes tradicionais, estatutos de entes corporativos ou institucionais (associações/universidades), planos de
gestão territorial e programas de concursos. Quanto à eficácia dos regulamentos, estes podem ser externos ou internos. Os externos aplicam-
se a quaisquer relações intersubjetivas e existem várias espécies, cuja distinção se funda na sua relação com a lei. Os regulamentos
independentes e os regulamentos executivos inserem-se nesta categoria. Os primeiros não dispensam uma norma legal que fixe a respetiva
competência (norma habilitante) e visam dinamizar a ordem jurídica em geral (em regra, um conjunto de leis), disciplinando “inicialmente”
certas relações sociais, seja no exercício poderes próprios de produção normativa primária pelas comunidades autoadministrada
(regulamentos autónomos), seja no exercício de competência universal do Governo em matéria administrativa (regulamentos independentes
governamentais), seja no exercício de poderes normativos genéricos concedidos por lei a autoridades reguladoras (regulação independente).
Os regulamentos executivos ou de execução de lei são necessários à execução ou, pelo menos, à boa execução das leis: organizam
procedimentos, pormenorizam, interpretam, ou integram lacunas (por analogia, no quadro da lei respetiva) de leis específicas.

3. Principio da decisão e Omissão – o procedimento administrativo é a sucessão ordenada de atos e formalidades tendentes à formação
(atos/formalidades que põem o procedimento em marcha – atos iniciativa e de instrução), manifestação (momento constitutivo – forma e
formalização, publicação e notificação) e execução (realizar os efeitos práticos do ato principal) da vontade dos órgãos da Administração
Pública. Não é uma forma da ação administrativa (é forma da função administrativa) mas sim uma série encadeada de
atos/medidas/diligências que culminam na produção de um resultado – adoção de medida, ato jurídico-administrativo, um ato, um
regulamento, contrato, operação material…. É um desenrolar de um resultado, de que a AP é sempre parte. Esta tem de ser uma parte
imparcial, tem de prosseguir o seu interesse sem discriminar os outros (princípio do inquisitório), de forma a garantir a melhor decisão.
O princípio da decisão diz-nos que “Os órgãos da Administração Pública têm o dever de se pronunciar sobre todos os assuntos da sua
competência que lhes sejam apresentados e, nomeadamente, sobre os assuntos que aos interessados digam diretamente respeito, bem como
sobre quaisquer petições, representações, reclamações ou queixas formuladas em defesa da Constituição, das leis ou do interesse público”
(artigo 13º/1 CPA). O que verdadeiramente se consagra é um princípio de pronúncia: os órgãos da Administração Públicas – bem como
quaisquer entidades abrangidos pelo âmbito de incidência do CPA – têm o dever de se pronunciar sobre todos os assuntos da sua competência
que lhes sejam apresentados. Assim, uma “petição”, uma “exposição” ou uma “queixa” apresentada exige sempre uma pronúncia, ou seja,
uma resposta da Administração. Origina-se sempre, com essa apresentação, um dever de proceder para a Administração.
O princípio de resposta ou de pronúncia opera no âmbito de procedimentos que podem vir dar lugar à prática de atos administrativos, mas
também no procedimento do regulamento. A Administração Pública tem ainda, em determinadas condições, um específico dever de decisão.
Eis o que sucede, em geral, quando um interessado (com legitimidade procedimental), titular de uma posição jurídica substantiva, solicita,
através de um requerimento, à instância competente a produção de um efeito jurídico que envolve o exercício de um poder de decisão, e,
portanto, a prática de um ato administrativo. A falta, no prazo legal (90 dias em regra, e em regra prazo contado desde a data da entrada do
requerimento – artigo 128º CPA), de decisão final sobre pretensão dirigida a órgão administrativo competente constitui incumprimento do
dever de decisão, conferindo ao interessado a possibilidade de utilizar os meios de tutela administrativa e jurisdicional adequados (artigo 129º
CPA). O dever de decisão é afastado sempre que, há menos de dois anos, contados da data da apresentação do requerimento, o órgão
competente tenha praticado um ato administrativo sobre o mesmo pedido, formulado pelo mesmo particular com os mesmos fundamentos.
No procedimento do regulamento administrativo, dever de decisão corresponde a um dever de emissão do regulamento. Se o regulamento
não for emitido no prazo devido, os interessados diretamente prejudicados pela situação de omissão podem requerer a emissão do
regulamento ao órgão com competência na matéria, sem prejuízo da possibilidade de recurso à tutela jurisdicional (artigo 137º CPA).
4. Responsável pela direção do procedimento e órgão competente para a decisão final – o procedimento administrativo é a sucessão
ordenada de atos e formalidades tendentes à formação (atos/formalidades que põem o procedimento em marcha – atos iniciativa e de
instrução), manifestação (momento constitutivo – forma e formalização, publicação e notificação) e execução (realizar os efeitos práticos do
ato principal) da vontade dos órgãos da Administração Pública. Não é uma forma da ação administrativa (é forma da função administrativa)
mas sim uma série encadeada de atos/medidas/diligências que culminam na produção de um resultado – adoção de medida, ato jurídico-
administrativo, um ato, um regulamento, contrato, operação material…. É um desenrolar de um resultado, de que a AP é sempre parte. Esta
tem de ser uma parte imparcial, tem de prosseguir o seu interesse sem discriminar os outros (princípio do inquisitório), de forma a garantir a
melhor decisão. O órgão competente para a decisão final tem competência para a decisão final, de conclusão do procedimento e dispõe a
incumbência fundamental de conduzir e de dirigir o procedimento - cabe-lhe “a direção do procedimento” (artigo 55º/1 CPA). Este deve
delegar em inferior hierárquico seu, o poder de direção do procedimento (artigo 55º/2 CPA). No caso de a competência de decisão caber a
órgão colegial, a delegação da direção do procedimento é conferida a membro do próprio órgão ou a agente dele dependente - delegação, em
regra, obrigatória. Só não existe se houver disposição legal, regulamentar ou estatutária em contrário ou quando a isso obviarem as condições
de serviço ou outras razões ponderosas, invocadas fundamentadamente no procedimento concreto ou em diretiva interna respeitante a
certos procedimentos. Cada procedimento tem um responsável, um agente da entidade a que pertence o órgão competente para a decisão
final com a incumbência específica de conduzir o procedimento. Exerce as competências de direção do procedimento (o que inclui a tomada
de decisões com efeitos endoprocedimentais) - assume a titularidade de um órgão administrativo: o órgão responsável pela direção do
procedimento. Há autonomia da função de “direção” ou “gestão” do procedimento. A identidade do responsável pela direção do
procedimento é notificada aos participantes (interessados constituídos no procedimento) e comunicada a quaisquer outras pessoas que,
demonstrando interesse legítimo, requeiram essa informação (artigo 55º/5 CPA).

5. Regulamentos gerais e regulamentos especiais – o regulamento administrativo são normas jurídicas e abstratas que, no exercício de
poderes jurídico-administrativos, visem produzir efeitos jurídicos externos”. São quaisquer normas que os órgãos/autoridades competentes
emanam, no exercício da sua função administrativa, com valor infralegal e que se destinam à aplicação de leis ou normas equiparadas. Esta
noção ampla abrange regulamentes tradicionais, estatutos de entes corporativos ou institucionais (associações/universidades), planos de
gestão territorial e programas de concursos. Quanto ao âmbito, os regulamentos podem ser gerais, quando regulam relações externas,
relativas à generalidade das pessoas ou especiais, quando regulam “relações jurídicas especiais de direito administrativo”, com dimensões
internas e externas.

6. Principio da igualdade e princípio da imparcialidade – o procedimento administrativo é a sucessão ordenada de atos e formalidades
tendentes à formação (atos/formalidades que põem o procedimento em marcha – atos iniciativa e de instrução), manifestação (momento
constitutivo – forma e formalização, publicação e notificação) e execução (realizar os efeitos práticos do ato principal) da vontade dos órgãos
da Administração Pública. Não é uma forma da ação administrativa (é forma da função administrativa) mas sim uma série encadeada de
atos/medidas/diligências que culminam na produção de um resultado – adoção de medida, ato jurídico-administrativo, um ato, um
regulamento, contrato, operação material…. É um desenrolar de um resultado, de que a AP é sempre parte. Esta tem de ser uma parte
imparcial, tem de prosseguir o seu interesse sem discriminar os outros (princípio do inquisitório), de forma a garantir a melhor decisão.
O principio da igualdade pode ser entendido quer no sentido horizontal quer no sentido vertical. O sentido horizontal (confunde-se com o
dever de atuação imparcial) – conhece projeção ao nível do procedimento administrativo na exigência imposta à Administração de dispensar
um tratamento igualitário a todos os intervenientes ou interessados em participar no procedimento. O princípio da igualdade opera
tipicamente nos procedimentos de seleção concorrencial e envolve uma dupla exigência, de garantia de igualdade de acesso e de igualdade de
tratamento. Sentido vertical – referencia a exigência de um tratamento paritário entre a Administração e os particulares intervenientes no
procedimento, designadamente no acesso à informação relevante no âmbito do concreto procedimento, mas também na imposição de
deveres à Administração de considerar factos alegados pelos particulares ou de realizar diligências por eles requeridas ou ainda de lhes
proporcionar o contraditório.
O princípio da imparcialidade diz-nos que a Administração Pública deve tratar de forma imparcial aqueles que com ela entrem em relação,
designadamente considerando com objetividade todos e apenas os interesses relevantes no contexto decisório e adotando as soluções
organizatórias e procedimentais indispensáveis à preservação da isenção administrativa e à confiança nessa isenção (artigo 9º CPA). Constitui
um momento essencial de vinculação da Administração ao princípio da imparcialidade e exige que, perante os eventuais interesses em
confronto, a Administração atue de forma isenta e objetiva e, sem distinção, pondere adequadamente todos os interesses legítimos presentes
no procedimento. A Administração deve pautar a sua ação por um cânone de neutralidade, dispondo-se a ponderar e a considerar, sem
discriminação, todos os interesses legítimos que estejam representados no procedimento e todos os factos relevantes para a decisão,
independentemente da respetiva fonte ou natureza. Exige ainda que os titulares dos órgãos da Administração não contaminem a intervenção
no procedimento administrativo com a consideração de interesses pessoais – garantias de imparcialidade e, em particular o regime dos
impedimentos e suspeições (artigo 69º e seguintes CPA).

7. Acordos endoprocedimentais e promessa administrativa – os acordos endoprocedimentais (artigo 57º CPA) – abrangem os acordos ou
contratos sobre o exercício da discricionariedade procedimental. O “órgão competente para a decisão final” (aqui, ao que parece, sem
possibilidade de delegação no responsável pela direção do procedimento) e os interessados podem, por escrito, acordar [os] termos do
procedimento. Tais acordos têm efeito vinculativo e o seu objeto pode consistir na organização de audiências orais para exercício do
contraditório entre os interessados que pretendam uma certa decisão e aqueles que se lhe oponham.
As promessas administrativas – entendidas como atos geradores de uma auto vinculação unilateral à prática futura de atos (ou à não adoção
de uma determinada medida).
8. Regulamentos mediata e imediatamente operativos – o regulamento administrativo são normas jurídicas e abstratas que, no exercício de
poderes jurídico-administrativos, visem produzir efeitos jurídicos externos”. São quaisquer normas que os órgãos/autoridades competentes
emanam, no exercício da sua função administrativa, com valor infralegal e que se destinam à aplicação de leis ou normas equiparadas. Esta
noção ampla abrange regulamentes tradicionais, estatutos de entes corporativos ou institucionais (associações/universidades), planos de
gestão territorial e programas de concursos. Os regulamentos mediatamente ou indiretamente operativos (regra) regulam em abstrato as
atuações administrativas, os seus efeitos só se produzem na esfera jurídica dos destinatários através de atos concretos de aplicação,
administrativos ou judiciais; Os regulamentos diretamente ou imediatamente operativos – produzem os seus efeitos diretamente na esfera
jurídica dos destinatários, sem necessidade de um ato específico de aplicação, bastando que a pessoa preencha em concreto os requisitos
fixados abstratamente na norma.

9. Reclamação e recurso hierárquico – os atos administrativos são decisões que, no exercício de poderes jurídico-administrativos, visam
produzir efeitos jurídicos externos numa situação individual e concreta. É um ato jurídico que está associado ao exercício da função
administrativa de autoridade. A administração tem uma autotutela, tem um poder para adotar medidas que, sem recurso aos tribunais, se
impõe aos destinatários, provocando alterações na sua esfera jurídica, mesmo que estes não queiram. Tem um caráter formal, pois
corresponde a um modelo pré-definido, está vinculado a um regime jurídico. A decisão a que corresponde pode envolver a determinação de
produção de um efeito, prescrição de conduta ou resolução de situações. Assenta numa declaração, que pode ser exteriorizada de formas
diversas (150º) mas que sempre será um comportamento declarativo e sempre produzirá efeitos jurídicos.
A reclamação é a impugnação ou reação perante o autor do ato. Em princípio, sempre possível, com fundamento direto no CPA. A regra da
reclamação da prática ou da omissão de “qualquer ato administrativo” está contemplado no artigo 191º/1,2. Quem tem legitimidade para
reclamar está no artigo 186.º. Relativamente à tempestividade, no caso de ser contra atos administrativos, o prazo regra é de 15 dias (artigo
191.º, n.º 3), que se conta nos termos do artigo 188.º, n.os 1 e 2; contra a omissão ilegal de atos administrativos é um prazo de 1 ano (artigo
187.º), que se conta nos termos do artigo 188.º, n.º 3. Relativamente ao procedimento, a apresentação da reclamação é feita por meio de
requerimento (artigo 184º/3). Quanto aos efeitos do ato impugnado, estes são variáveis em função de a reclamação ser necessária ou
facultativa (artigo 189.º). Quanto aos prazos de impugnação administrativa ou judicial (artigo 190.º). A reclamação pode ser rejeitada nos
termos (por analogia) do artigo 196º. Notificação dos contrainteressados (pessoas que podem ser prejudicadas pelo deferimento da
reclamação): artigo 192.º, n.º 1. 27.2.4.4 – A decisão tem um prazo: 30 dias (a lei não esclarece, mas deve entender-se: após a apresentação da
reclamação): artigo 192.º, n.º 2. O conteúdo da decisão: confirmação (equivale ao indeferimento da reclamação), revogação, anulação,
modificação ou substituição do ato reclamado, ou prática do ato ilegalmente omitido: artigo 192.º, n.º 2. No caso de reclamação necessária –
possibilidade de utilização da via judicial ou (ainda) da via administrativa (v.g., recurso hierárquico): artigo 192.º, n.º 3. No caso de reclamação
facultativa: retoma o curso do prazo de propositura de ações judiciais (artigo 190.º, n.º 3).

O recurso hierárquico corresponde à impugnação ou reação contra a omissão para o superior hierárquico mais elevado do autor do ato ou do
responsável pela omissão. Em princípio o recurso hierárquico é sempre possível, com fundamento direto no CPA. Ambito – 193º/1;
Legitimidade: 186º; tempestividade: a) recurso de AA: 193º/2 (recurso hierárquico necessário – 30 dias em regra; recurso hierárquico
facultativo: prazo de impugnação judicial); contagem do prazo: 188º/1,2. B) Recurso contra a omissão de AA: 187º; contagem do prazo (188º/3

Atos destacáveis – têm autonomia funcional, que, não obstante ocorrerem antes do ato principal, produzem por si só efeitos jurídicos
externos. Nesses casos, o interessado pode impugná- los diretamente (v.g. a exclusão) e não é necessário esperar pelo ato principal do
procedimento (v.g. a nomeação) para se defender. Artigo 51º/1 do CPTA: “Ainda que não ponham termo a um procedimento, são impugnáveis
todas as decisões que, no exercício de poderes jurídico-administrativos, visem produzir efeitos jurídicos externos numa situação individual e
concreta”.

Executividade e executoriedade – A executividade é o conceito que traduz o facto de o mesmo constituir um título executivo. Uma vez
praticado e eficaz, o ato está em condições de ser executado, no âmbito de um procedimento executivo movido contra o destinatário. Ao
contrário do que se sucede no direito privado, a declaração em que o ato administrativo se concretiza pode fundar diretamente uma execução
sem necessidade de intermediação judicial declarativa. O facto de a determinação contida no ato administrativo estar em condições de ser
executada, dispensando um ato de confirmação por um tribunal, mostra-nos a executividade do ato administrativo: ela exprime o momento
do ato que o coloca ao lado da sentença declaratória (chama-se a isto a autotutela executiva). Tanto a autotutela declarativa como a
autotutela executiva são atribuídos à generalidade dos atos administrativos. No entanto, nem todos os atos administrativos necessitam ou
precisam de execução, a execução só se coloca em relação aos atos exequíveis, isto é, aqueles que necessitam de uma atividade administrativa
de execução para a produção dos efeitos visados. Os atos não exequíveis são capazes de produzir por si mesmos os efeitos visados, sem
necessidade de execução (a nomeação, a matrícula, a atribuição de licença/subsídio). Se o destinatário não cumpre ou não adota um ato
desfavorável que pressupõe uma fase de execução, falamos de executoriedade, tradicionalmente designado privilégio da execução prévia, é o
poder de que goza a Administração Pública de proceder à execução dos atos administrativos criadores de deveres e obrigações para os
particulares, com recurso aos seus próprios meios (e se necessário coercivamente), sem necessidade de recorrer aos tribunais. A questão da
executoriedade surge apenas quando se assiste ao incumprimento pelos destinatários dos deveres decorrentes do ato (exequível e
impositivo). Não se reconhece à Administração Pública um poder genérico de uso da força, fora de situações de urgência e de situações
excecionais (artigos 175º, 176º/1 e 177º/1, 2 e 3 do CPA).

Regulamentos executivos ou de execução de lei – o regulamento administrativo são normas jurídicas e abstratas que, no exercício de poderes
jurídico-administrativos, visem produzir efeitos jurídicos externos”. São quaisquer normas que os órgãos/autoridades competentes emanam,
no exercício da sua função administrativa, com valor infralegal e que se destinam à aplicação de leis ou normas equiparadas. Esta noção ampla
abrange regulamentes tradicionais, estatutos de entes corporativos ou institucionais (associações/universidades), planos de gestão territorial e
programas de concursos. Os regulamentos executivos ou de execução de lei são necessários à execução ou, pelo menos, à boa execução das
leis: organizam procedimentos, pormenorizam, interpretam, ou integram lacunas (por analogia, no quadro da lei respetiva) de leis específicas.
Eficácia imediata - os atos administrativos são decisões que, no exercício de poderes jurídico-administrativos, visam produzir efeitos jurídicos
externos numa situação individual e concreta. É um ato jurídico que está associado ao exercício da função administrativa de autoridade. A
administração tem uma autotutela, tem um poder para adotar medidas que, sem recurso aos tribunais, se impõe aos destinatários,
provocando alterações na sua esfera jurídica, mesmo que estes não queiram. Tem um caráter formal, pois corresponde a um modelo pré-
definido, está vinculado a um regime jurídico. A decisão a que corresponde pode envolver a determinação de produção de um efeito,
prescrição de conduta ou resolução de situações. Assenta numa declaração, que pode ser exteriorizada de formas diversas (150º) mas que
sempre será um comportamento declarativo e sempre produzirá efeitos jurídicos.
A eficácia é relativa a circunstancias extrínsecas ao ato, de que dependem a produção dos efeitos. Estamos perante uma eficácia imediata
quando o ato administrativo começa a produzir os seus efeitos desde a data em que é praticado (155º/1). Na eficácia diferida – o ato é
praticado, mas não fica logo apto a produzir os seus efeitos jurídicos (157º). O procedimento produz o ato mas não produz um ato eficaz. Para
realizar a sua finalidade o procedimento tem de prosseguir com o objetivo de reunir os requisitos procedimentais de produção da eficácia do
ato administrativo. Fase integrativa de eficácia: reúne os atos jurídicos ou materiais, da administração ou de particulares, cuja prática se releva
indispensável para que o ato administrativo comece a produzir os seus efeitos jurídicos. Ex: atos de controlo preventivo.

Atos exequíveis – os atos administrativos são decisões que, no exercício de poderes jurídico-administrativos, visam produzir efeitos jurídicos
externos numa situação individual e concreta. É um ato jurídico que está associado ao exercício da função administrativa de autoridade. A
administração tem uma autotutela, tem um poder para adotar medidas que, sem recurso aos tribunais, se impõe aos destinatários,
provocando alterações na sua esfera jurídica, mesmo que estes não queiram. Tem um caráter formal, pois corresponde a um modelo pré-
definido, está vinculado a um regime jurídico. A decisão a que corresponde pode envolver a determinação de produção de um efeito,
prescrição de conduta ou resolução de situações. Assenta numa declaração, que pode ser exteriorizada de formas diversas (150º) mas que
sempre será um comportamento declarativo e sempre produzirá efeitos jurídicos. Os atos exequíveis são aqueles que necessitam de uma
atividade administrativa de execução para a produção dos efeitos visados. Ora, é quanto a este tipo de atos que pode ser necessário abrir um
procedimento de execução, sobretudo quando o destinatário do ato não colaborou no cumprimento do teor da decisão. Ora, este
procedimento executivo é também estruturado no CPA de modo a garantir os direitos do executado (artigo 177º do CPA). A execução é que
vai provar que a Administração Pública tem autoridade.

Anulação e revogação – os atos administrativos são decisões que, no exercício de poderes jurídico-administrativos, visam produzir efeitos
jurídicos externos numa situação individual e concreta. É um ato jurídico que está associado ao exercício da função administrativa de
autoridade. A administração tem uma autotutela, tem um poder para adotar medidas que, sem recurso aos tribunais, se impõe aos
destinatários, provocando alterações na sua esfera jurídica, mesmo que estes não queiram. Tem um caráter formal, pois corresponde a um
modelo pré-definido, está vinculado a um regime jurídico. A decisão a que corresponde pode envolver a determinação de produção de um
efeito, prescrição de conduta ou resolução de situações. Assenta numa declaração, que pode ser exteriorizada de formas diversas (150º) mas
que sempre será um comportamento declarativo e sempre produzirá efeitos jurídicos.
A revogação é uma figura pensada para a Administração Pública apreciar a variação do interesse publico e rever decisões favoráveis
constitutivas de direitos. Portanto, revogar é ainda “administrar”, é gerir os efeitos de uma relação jurídica constituída por ato administrativo à
luz da variação do interesse público. Diferenças entre anulação e revogação: 1) Quanto ao âmbito e finalidade, a revogação é um ato que se
dirige a fazer cessar os efeitos doutro ato; 2) Quanto à função, a revogação distingue-se da anulação, porque naquela está em causa o
exercício de um atividade de administração ativa, enquanto nesta se cumpre uma função de controlo. Por isso mesmo, há uma diferença entre
o fundamento da revogação, que é tipicamente a inconveniência atual para o interesse público na manutenção dos efeitos do ato que é
revogado; e o fundamento ou a causa do ato na anulação, que é a ilegalidade do ato. Daí decorre outra diferença: o poder de revogação
pertence a quem possa legalmente praticar o ato; 3) São ainda patentes as diferenças quanto ao respetivo objeto (mediato): enquanto são
suscetíveis de anulação administrativa quaisquer atos, à revogação propriamente dita estão sujeitos apenas alguns tipos de atos, os que
produzem efeitos atuais ou potenciais (não caducados), designadamente, os atos com eficácia duradoura e apenas aqueles que impliquem o
exercício de poderes discricionários (se a decisão é vinculada, não pode ser pura e simplesmente revogada, a não ser, em certos casos, por
substituição) Também na revogação, se a decisão a revogar for desfavorável, em principio, o legislador não se preocupa com isso: a
Administração Pública pode revogar livremente e a todo o tempo. O problema é sempre com os atos administrativos constitutivos de direitos.
4) Os efeitos de uma e de outra são diversos. Os efeitos de uma revogação são, em principio, efeitos para o futuro (ex nunc), embora possam,
em certos casos, ser retrotraídos a um momento anterior (desde logo, quando se revogue um ato na sequência de impugnação
administrativa), enquanto os efeitos naturais da revogação anulatória se produzem ex tunc, reportando-se ao momento da prática do ato
anulado (a anulação determina a destruição dos efeitos do ato anterior, o qual será inválido desde o início).

Hierarquia dos regulamentos- em geral, valem os princípios da ausência de hierarquia e da igualdade de calor típico entre regulamentos
externos. Contudo, relativamente aos regulamentos governamentais há uma natural ordem de prevalência: decretos regulamentares;
resoluções normativas do concelho de ministros; portarias normativas; despachos genéricos.
No que respeita à regulamentos provenientes de órgãos colocados entre si numa relação de hierarquia ou de superintendência, os
regulamentos da autoria dos órgãos subalternos ou superintendidos não podem contrariar os regulamentos emanando pelos superiores ou
superintenderes sobre matéria que seja de atribuição e competência comum. Por sua vez, os regulamentos de autoria dos delegados tem de
respeitar os regulamentos emanados pelo delegante, salvo se a delegação incluir a competência regulamentar. A contrariedade implica a
respetiva invalidade.
A Prevalência dos regulamentos governamentais só é admissível relativamente as matérias de interesse nacional.

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