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Elaboração: Profa. Dra. Ana Lúcia Barbosa Faria; Prof. Dr. Henrique Segall; Prof. Dr.
Rondnelly Diniz Leite
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Este texto foi construído com base nas obras e nos artigos apresentados nas referências.
Os problemas, então, sobre os quais a teoria contratualista conferiria uma
resposta, do fundamento da autoridade política, da origem da sociedade civil e da
origem do estado, acham-se confundidos. Pode-se dizer ainda que, para fundamentar
sua teoria explicativa sobre a origem de uma sociedade politicamente organizada,
alguns desses mesmos pensadores, lançam mão de uma explicação antropológica.
Recorriam, portanto, a uma teoria antropológica que explorava as características
humanas mais importantes e fundamentais a partir das quais uma vida em sociedade
seja, então, explicada.
Em linhas gerais, resumidamente, os pensadores reconhecidos pela historiografia
como contratualistas, fundamentam sua teoria política, a origem do estado ou da
sociedade política, a partir de três aspectos fundamentais: em primeiro lugar, um estado
de natureza. Alguns desses estudiosos entendem ser o estado de natureza uma situação
em que os homens, tomados individualmente, viviam inicialmente numa condição de
absoluta independência, igualdade e liberdade. Nesta situação havia leis 2, muito ligadas
aos costumes, universalmente admitidos, que deveriam ser respeitadas por todos. Além
disso, havia uma ampla liberdade para a satisfação de necessidades. No entanto, nem
sempre havia respeito a essas leis e a vida das pessoas era ameaçada, porque não havia
ninguém que, de forma imparcial, aplicasse as normas ou costumes nos casos em que
ocorressem disputas. Como se vê, no estado de natureza, apesar da liberdade e da
possibilidade de os homens viverem de forma independente, nem sempre a vida era
segura ou tranquila, razão pela qual a saída dessa condição insatisfatória, insegura, até
mesmo precária, se justificaria.
O contrato, por sua vez, pode ser definido como uma convenção, um acordo ou
promessa, para que a vida, após a formalização desse acordo, possa ser melhor, a partir
da instituição do estado civil dele decorrente. Ao se valerem desse artifício (grifo nosso)
os homens justificam a autoridade política comum e imparcial, e o governo, na figura da
assembleia, ou de um monarca, que poderia assumir tanto a função de chefe de estado,
quanto de chefe de governo conjuntamente. Normalmente, o problema central a ser
resolvido pelo contrato é a formalização e instituição de um poder, para resolver os
conflitos que os homens, na independência absoluta de seus modos de vida individuais,
não conseguiam resolver. No entanto, não é qualquer tipo de convenção, acordo, ou
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Exceção feita à Rousseau, que concebia o estado de natureza como um estado de dispersão.
Consequentemente, se os homens estão longe uns dos outros, não há porque se falar em normas a
regulamentar relações inexistentes.
promessa, que põe termo ao estado de natureza e inaugura a sociedade civil, mas uma
convenção em que haja, então, o consentimento mútuo entre os participantes, a dar
origem a uma sociedade em particular e, por conseguinte, a formar um corpo político
unificado.
A partir de então, por fim, temos o terceiro aspecto da teoria contratualista: a
criação da autoridade política imparcial. Esse poder tem por dever dirimir os problemas
encontrados na vida insegura do estado de natureza, para, com a escolha de leis e
instrumentos jurídico-normativos de decisão de controvérsias, pacificar e melhorar a
vida comum dos homens que não mais podem viver de forma absolutamente
independente, sob risco de terem suas vidas ameaçadas, seus bens confiscados, sua
liberdade suprimida. Com o intuito de manter essa liberdade e todos os benefícios que
dela decorrem, é fundamental a criação de um “corpo político-social” unificado,
composto por aqueles que aderiram ao contrato e que se comprometeram em limitar um
quantum de sua liberdade para que a vida comum fosse possível, sem que a vida
individual fosse ameaçada. Em uma sociedade policiada, administrada politicamente, a
vingança perde o espaço para a justiça, quando são observados os critérios de
proporcionalidade, publicidade, equididade na discussão de conflitos e o respeito a um
conjunto de leis politicamente constituídas decorrentes do pacto fundamental, que são
expressões, em essência, do acordo livre de vontades, ou do consentimento mútuo de
indivíduos.
Nota-se, com isso, que sociedade e estado, sociedade e poder político tem uma
relação umbilical, de tal forma que não se pode pensar a reunião dos homens entre si,
sem que um poder independente, produto de acordo mútuo de vontades, seja o
responsável pela administração da vida em comum, que se formaliza a partir de então.
Cabe a nós, agora, nos voltarmos à argumentação específica dos autores desta tradição
teórica de pensamento político, pelo menos os mais consagrados pela historiografia
(Hobbes, Locke e Rousseau), com o fito de precisarmos mais o sentido que cada um
deles deu a essa forma de explicar a relação originária e fundamental entre estado
político e sociedade.
Para Hobbes, em primeiro lugar, os homens, em sua condição natural, são
entendidos como sujeitos desejantes e racionais autorizados a dispor de qualquer meio
necessário para obterem os bens que julgam importantes para a manutenção da vida. No
entanto, esta liberdade ampla e a igualdade natural (nenhum homem é capaz de subjugar
completamente o outro) de buscar poder e mais poder, bem como a capacidade de todos
fazerem o maior mal uns aos outros, gera um estado, no qual a vida passa a ser mais
ameaçada do que garantida. Essa situação paradoxal é engendrada quando agentes em
relação, ou em composição, buscam tudo aquilo que, segundo o cálculo da razão e o
impulso do seu desejo, lhes assegura a manutenção da vida. Afinal, quem tem direito
aos fins, também possui, nestas circunstâncias, o direito aos meios para a conquista dos
fins. Desse modo, aquilo que, a princípio, é bom para cada um, pode ser terrível para
todos, em um contexto de interação ampla e diversificada. Nesse aspecto, a liberdade
entendida como ausência de impedimento ao movimento, pode não ser efetivada quando
a interposição de alguém ameaça o movimento de outro alguém.
A origem da paz, a partir da consolidação do contrato, vai requerer uma
renúncia, autorizada pela razão, que implica no abandono de uma situação de disputa
sem limites em que os indivíduos são governados pelo auto-interesse – uma situação de
incompatibilidade de interesses – para a produção de uma condição de compatibilização
e composição de interesses. Há, com isso, o reconhecimento de que a condição natural,
de conflito generalizado, é a pior forma de composição possível entre os indivíduos. Ao
reconhecerem a precariedade dessa condição, num cálculo de riscos e benefícios, os
indivíduos concebem ser necessária a criação de um artifício que não pertença a esta
esfera de disputa de vontades particulares, de modo a assegurar o interesse comum e dar
fim ao medo e ao risco da morte iminente. Assim, o ato de renúncia e de pacificação só
é requerido pela razão se, e somente se, no momento do contrato, for confeccionado um
ente que não seja uma pessoa física, mas um construto, com a finalidade última de
assegurar a paz.
Este ser criado tem o estatuto de artifício, porque tem sua gênese na
intencionalidade dos sujeitos, como produto da deliberação humana que não tem, na
ordem da causalidade natural, uma existência determinada. O ser criado pela renúncia
coletiva – o estado político – não existe independentemente dos indivíduos, mas o
estado é o efeito de um gesto criador cuja finalidade primordial, e inalienável para
qualquer indivíduo, é a manutenção da vida dos cidadãos que o compõem. Nesse
sentido, o bem do estado, preservar sua integridade e identidade pela manutenção do
movimento que lhe é interno, coincide e é formalmente semelhante em relação ao bem
último dos homens que lhe servem de matéria. Todavia, Hobbes pretende mostrar que a
sociedade política só seria viável se instituído fosse um poder político absoluto, não
importando, por outro lado, a forma de governo elegida, pois mesmo o monarca
absoluto não teria mais poder do que uma assembleia o teria no regime democrático.
Desse modo, aqueles indivíduos que formalizaram o contrato autorizam, cada um deles,
o soberano (titular do poder político) a governá-los, de tal forma que todas as pessoas
também consintam. Uma vez que os particulares recusaram o exercício do direito de
governarem a si mesmos, decorre do pacto uma transferência ou doação de direito que
obriga os cidadãos perante o soberano, sem que a obrigação, por sua vez, seja recíproca.
Por fim, pode o soberano, legitimamente, dispor das pessoas, de suas forças e de suas
vidas, tal como eles delas dispunham no estado de natureza.
Com relação à Locke, por outro lado, pode-se dizer que seu estado de natureza
tem algo de social, porque esta condição primeira dos homens diz respeito a uma
comunidade moral e que indivíduos detêm reservas potenciais de direitos e de poder
constituinte. Locke, contrariamente a Hobbes, faz questão de sublinhar que o estado de
natureza não se identifica com um estado de guerra, acreditando que seria possível viver
uma vida aceitável, mesmo na ausência de um governo. O estado de natureza de Locke
seria um estado de perfeita liberdade, no qual a lei natural permite-nos fazer o que seria
moralmente permitido. Desfrutam os homens, juntos, de todas as vantagens da natureza,
do uso das ferramentas das faculdades mentais e da inexistência de qualquer
subordinação ou sujeição. Para Locke, os homens são absolutamente livres para decidir
o que podem fazer, dispor de seus bens e de sua pessoa da forma como quiserem, sem
pedir autorização a nenhum outro homem. Pode-se dizer que seu estado de natureza
mostra uma espécie de anarquia, que, segundo Spitz, “não é caracterizada pela ausência
de toda norma comum, nem a ausência de toda a comunidade”, mas é caracterizada pela
ausência de um poder ou princípio de arbitragem e de coerção.
Locke pensa que, mesmo no estado de natureza, há uma lei natural eficaz com a
qual se possa gerar obrigações e punições, apoiada no direito natural, que qualquer
indivíduo tem o direito de ser o executor. Locke, de acordo com Gough, “tem de tomar
o cuidado de não pintar o estado de natureza em tons demasiado idílicos, pois assim terá
dificuldade de explicar por que o abandonamos e criamos o estado”. O problema
original que daria origem e justificaria o estado estaria, por sua vez, na administração da
justiça, pois sem um juiz imparcial e comum a interpretação e execução da lei de
natureza ficam comprometidas. Desse modo, com o intuito de preservar a propriedade
privada dos contratantes, a fundação da sociedade política e do governo administrador
se justifica pela rejeição aos inconvenientes da condição natural, na qual inexiste um
terceiro imparcial a dirimir possíveis conflitos.
Já em Rousseau, célebre pensador, filósofo, ensaísta, músico, cientista amador,
nascido em Genebra, na Suíça, suas reflexões teriam se iniciado a partir de duas
intuições fundamentais: uma primeira que entende o homem contemporâneo como um
ser oscilando da maldade à infelicidade, em função da forma de sociabilidade e
decrepitude das instituições políticas com as quais convive; em segundo lugar, entende
que, embora esteja inserido num quadro de infelicidade e corrupção generalizadas, o ser
humano é naturalmente inocente e livre. A partir de então, o esforço intelectual de
Rousseau gira em torno da concepção e justificação de instituições políticas e sociais
responsáveis a garantir ao homem a felicidade, a bondade e a liberdade, perdidas pela
decrepitude completa das relações de seu tempo presente. Tendo isso em vista, resta ao
pensador genebrino descobrir se o mal que o homem se impõe é uma condição natural
ou necessária, se a sociedade desigual é inalterável, ou se o mal decorre de alterações,
perversões e erros artificiais decorrentes do ser humano historicamente condicionado.
Como solução teórica ao problema contemporâneo, Rousseau entende que seria possível
levar adiante uma reforma institucional ampla, educacional, social e política, para
assegurar o fim da dependência degradante e generalizada entre os indivíduos, em nome
de uma dependência querida por todos na forma de leis.
Para garantir essa proposta, o filósofo vai defender que a desigualdade tem
origem na diferenciação socio-histórica que o homem se deu a si mesmo, tendo em vista
o que foi postulado no estado de natureza, ou seja, o isolamento do homem, sua
docilidade e inocência original e sua simplificação psicológica. O "homem selvagem" é
forte, tem poucas necessidades a serem satisfeitas e desconhece a sujeição e a
subordinação, tampouco conhece o que seja o meu e o teu. Com isso, construindo essa
imagem, essa hipótese metodológica, Rousseau quer indicar, por contraste, a ausência
de diferenciação significativa no estado de natureza, que a associação e a reunião dos
homens entre si, um tipo específico da determinação humana são as principais fontes de
desigualdade que, positiva ou negativamente, contribuem para a compreensão do estado
atual da existência entre os indivíduos e seus reflexos no campo da moral, da educação e
da política. A solução aos problemas adventícios da sociabilidade humana seriam
encontrados pela constituição de uma sociedade, a partir de um contrato social, em que
os homens obedecessem menos à força de uns contra os outros e mais às leis e à
impessoalidade da organização social politicamente determinada.
De acordo com o Rousseau, o isolamento no qual se encontra o homem no puro
estado de natureza impede o conflito generalizado com os semelhantes. Para que o
conflito exista, e a sociedade civil que põe termo a essas tensões, foi preciso que os
homens tenham se aproximado de algum modo e, em razão disso, tenham querido
renunciar à maneira simples de viver, solitária e uniforme, conforme a natureza. Os
homens só se tornaram inimigos após terem tornado-se sociáveis, já que os
desenvolvimentos da sociabilidade e das paixões caminham juntos. Associados os
homens em determinada circunstância, as paixões humanas são sempre fontes de
conflitos intermináveis. O gênero humano teria perecido nessa situação se não tivesse
percebido a necessidade de renunciar à vida independente na natureza e não tivesse
concebido um artifício, ou convenção, para que a vida pacífica fosse possível. O
artifício em questão é o contrato social, que dá origem às sociedades civis. Essa
convenção tem como objetivo instituir a sociedade geral do gênero humano, funda o
Estado e, ao mesmo tempo, a sociedade. Foi necessário que os homens tenham se
despojado de sua condição original de isolamento para que as sociedades políticas e o
regime legal fossem necessários.
De outro modo, foi a utilidade comum, ou seja, o acordo de interesses
particulares que tornou possível a associação civil e, por conseguinte, a formação do
laço social. Já o pacto, seria o fundamento da obrigação a ser observada na relação com
o titular do poder político, o soberano. O problema da sociedade e sua relação com a
política carrega uma questão de fato e uma de direito: em primeiro lugar, a origem da
sociedade e as motivações que levaram os homens a renunciar sua vida natural e, em
segundo lugar, um problema jurídico, ou seja, a fundamentação da autoridade política
legítima.
Em suma, em Rousseau, como também em Hobbes, foi a partir da sociabilidade
que as instituições políticas se fizeram necessárias e porque foram necessárias tornaram-
se possíveis. O contrato social é, por sua vez, uma obra da razão, pois o acordo entre
homens só foi possível porque a sociabilidade teria engendrado, como efeito, o
aprimoramento da razão, a fornecer os remédios para os males dos quais ela é
responsável.
SOCIEDADE CIVIL E ESTADO EM HEGEL
Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) erigiu sua filosofia política a partir
de um esforço mais amplo e coerente de traduzir teoricamente, ou seja, no conceito, o
fenômeno histórico do surgimento do Estado moderno. Embora o filósofo não tenha
destacado alguns elementos que serão fundamentais para a filosofia política posterior
(divisão e luta de classes, partidos políticos...), a figura do Estado hegeliano antecipa o
destino do Estado moderno nos últimos dois séculos.
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As categorias “em-si” e “para-si” têm, em Hegel, um uso mais fluido e distinto do que sugerem as
descrições de seu sistema filosófico. Por isso, é muito difícil apreender completamente seus significados.
Além disso, o todo é superior às partes das quais é composto. Por isso, a vontade
do povo é absoluta e deve prevalecer sobre a vontade do indivíduo. No entanto,
diferentemente de Rousseau, a vontade do povo em Hegel é a vontade como
racionalidade “em-si” e “para-si”. Isso significa que o filósofo reconhece a categoria do
contrato tão-somente como figura jurídica, cuja validade se restringe ao direito privado.
Portanto, a teoria do contrato social é uma transposição indevida de uma categoria
exclusiva da esfera privada para a esfera pública. A consequência disso é que, do ponto
de vista político, a vontade objetiva da Constituição Estatal resulta submetida aos
ditames da vontade arbitrária dos indivíduos. O Estado, portanto, não pode ser o
resultado do arbítrio dos indivíduos, senão fruto de um processo de racionalização.
Para os propósitos deste texto, grosso modo, utilizaremos a categoria “em-si” significando: imediato,
potencial e consciência que não adquiriu a autoconsciência. Já o “para-si” significando: mediato, efetivo
(real) e autoconsciência.
procede da família (universal abstrato), passando pelas instituições intermediárias da
sociedade civil (particular) e culminando no Estado (universal concreto ou
singularidade), reconhecido como momento supremo e não mais superável da vida
coletiva.
Fotos: da esquerda para a direita - Bruno Bauer, Max Stirner, David Strauss,
Ludwig Feuerbach, Edgar Bauer.
Com relação ao trecho acima, é oportuno esclarecer o que Gramsci entende por
“sociedade política” e “sociedade civil”. A primeira, que pode ser entendida também
como o “Estado em sentido estrito” ou “Estado-coerção”, se constitui como o conjunto
de instituições políticas e de controle legal constitucional que compreende os aparelhos
de coerção e repressão do Estado (exército, polícia, a administração pública e os
tribunais). Em outros termos, trata-se do rol de mecanismos por meio dos quais a classe
dominante possui o monopólio legal da repressão e da violência. Já a segunda, que pode
ser concebida também como Estado ético, é formada pelo conjunto dos aparelhos
privados de hegemonia, cujo escopo é a elaboração e/ou difusão de ideologias. Esse
conjunto de organizações – escolas, igrejas, partidos políticos, sindicatos, organizações
profissionais, meios de comunicação, etc. – são o âmbito da sociedade civil onde se
formam as consciências com relação à aceitação ou não da ordem que se encontra em
vigor.
Portanto, de acordo com Gramsci, a sociedade civil não se eleva acima das
relações sociais dominantes. Pelo contrário, ela está imersa nessas relações. Além disso,
nem o Estado e, nem mesmo o mercado, são entidades sui generis, exteriores à
sociabilidade promovida pelo capital, visto que estão indelevelmente imiscuídos na
trama complexa da vida social.
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No que diz respeito ao significado que deve ser atribuído a “hegemonia”, desde o início (Q 1, 44, 41), G.
ele oscila entre um sentido mais restrito de “direção” em oposição a “domínio”, e um mais amplo e
compreensivo de ambos (direção mais domínio). Com efeito, ele escreve que “uma classe é dominante em
dois modos, isto é, é ‘dirigente’ e ‘dominante’. É dirigente das classes aliadas, é dominante das classes
adversárias. Portanto, uma classe desde antes de chegar ao poder pode ser ‘dirigente’ (e deve sê-lo):
quando está no poder torna-se dominante, mas continua sendo também ‘dirigente’”. LUGUORI, Guido e
VOZA, Pasquale (orgs.). Dicionário Gramsciano: 1926-1937. São Paulo: Editora Boitempo, 2014, p.
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REFERÊNCIAS
GOUGH, J.W. Introdução ao Segundo Tratado do Governo Civil. In. LOCKE, John.
Segundo tratado do governo civil e outros escritos. Petrópolis : Ed. Vozes, 2006.
HEGEL, G. W. Friedrich. Princípios da filosofia do direito. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
MARX, Karl. Crítica da filosofia do direito de Hegel. São Paulo: Boitempo, 2010.
_________. John Locke et les fondements de la liberté moderne. Paris: PUF, 2001.