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Efeitos jurídicos internos esgotam-se no seio da pessoa coletiva à qual são imputáveis ou que,
pese embora a sua relevância interna, têm relevância externa.
Os pareceres vinculativos são atos jurídicos, que se dirigem à produção de efeitos jurídicos internos, mas
com relevância externa.
Os pareceres encontram-se previstos nos artigos 91º e 92º CPA. Tratam-se de atos instrumentais, mais
concretamente de atos opinativos, emitidos por peritos especializados em certos ramos do saber, ou por
órgãos de competência consultiva.
Os pareceres podem ser obrigatórios ou facultativos, conforme a lei imponha ou não a necessidade
de eles serem emitidos.
Os pareceres são vinculativos ou não vinculativos, conforme a lei imponha ou não a necessidade
de as suas conclusões serem seguida pelo órgão decisório competente.
Nos termos do artigo 91º, 2 CPA, em regra, os pareceres são obrigatórios e não vinculativos.
Os pareceres, sendo atos jurídicos, têm efeitos internos, pois apenas se projetam na relação entre o órgão
com competência consultiva e o responsável pelo procedimento administrativo ou órgão com competência
decisória, não se projetando numa relação jurídica administrativa.
Os pareceres vinculativos têm efeitos internos, mas com relevância externa, pois projetam-se na relação
jurídica administrativa com um interessado num determinado procedimento. Esta circunstância permite
aos interessados reagir administrativamente ou contenciosamente contra o parecer, não tendo de
aguardar pelo ato administrativo que o segue.
Podem ser regulados por um regime substantivo de Direito Privado (apesar de antecedidos por um
regime procedimental de Direito Administrativo, como sucede com os contratos públicos de Direito
Privado), ou por um regime substantivo de Direito Administrativo, caso em que merecem a
qualificação de atos jurídico-públicos.
Operações materiais condutas físicas, voluntárias, fundadas num ato jurídico de habilitação,
praticadas por um titular de órgão ou trabalhador administrativo, no exercício das suas funções e
por causa desse exercício, que se dirigem à produção de efeitos de facto, que se traduzem
conservação, modificação ou declaração de uma realidade de facto.
São exemplos de operações materiais o abate de animais doentes, a demolição de uma construção ilegal ou
a realização de obras de construção.
Esses efeitos fácticos podem ser juridicamente relevantes do ponto de vista da responsabilidade
civil, criminal e disciplinar.
Por exemplo, se na remoção de um veículo, o mesmo ficar danificado, esta operação material torna-se
juridicamente relevante pelo tipo de efeitos fácticos que provocou: no âmbito da responsabilidade
extracontratual, haverá que ressarcir o proprietário do veículo pelos danos causados.
As operações materiais estão sujeitas aos princípios gerais da atividade administrativa, nos termos
artigo 2º, 3 CPA (“atividade meramente técnica”).
Existem normas dispersas no CPA que dizem respeito às operações materiais. É o caso dos artigos
175º e ss. CPA (operações materiais que se dirigem à execução de atos administrativos).
Há semelhança das operações materiais, as atuações informais também estão sujeitas aos
princípios gerais da atividade administrativa, por força do artigo 266º CRP.
As atuações informais não têm qualquer efeito vinculativo, nem as partes podem a posteriori
invocar que lhes seja imputado qualquer efeito vinculativo. Pode, no entanto, suceder que, por
força dos princípios gerais da atividade administrativa (nomeadamente, o princípio da proteção da
confiança legítima), seja necessário associar algum efeito vinculativo a uma atuação informal. Ou
seja, quando se verifica a adoção por parte da Administração Pública de um comportamento, sobre o
qual o administrado investiu confiança, pode ser necessário associar efeito vinculativo a uma atuação
informal.