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1ª FREQUÊNCIA
1- Ação Administrativa
1.1- Formas de ação administrativa
Noção geral de ação administrativa: ação administrativa como o conjunto das ações
executadas por sujeitos da Administração Pública, no âmbito da prossecução da função
administrativa (é o elemento material, que é sempre a função administrativa; também
pode ser chamado elemento funcional ou teleológico que marca essa ação; são
interesses públicos secundários definido na lei), através da utilização de diversos meios
ou instrumentos de atuação (elemento formal, pois é o modo através do qual essa função
material é exteriorizada).
O elemento formal pode aparecer de várias formas: ato administrativo, regulamento
administrativo, contrato administrativo ou operações puramente materiais ou de facto.
Há sempre uma dimensão unitária no fim da ação administrativa, que é a
prossecução do interesse público, que consegue uma racionalidade substantiva a este
agir administrativo, como o interesse público do apoio da economia. Os atos jurídicos
pressupõem que haja um papel relevante da vontade do agente (intenção), para que se
verifique a produção dos efeitos jurídicos.
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Sistema clássico das três formas reguladas de ação administrativa: em que leis
se encontram estabelecidos os meios de ação administrativa?
Para o ato administrativo e regulamento administrativo: CPA
Para o contrato administrativo: Contrato Administrativo (Código dos Contratos
Públicos)
No CPA há um espaço largo de discricionariedade para adotarem estes modos de
ação administrativa, expresso no 127º CPA. Estabelece-se que, salvo circunstâncias da
natureza do ato ou que a lei impeça, o órgão administrativo pode adotar a decisão para
estabelecer um contrato administrativo ou um ato administrativo. Isto é, o órgão pode
estabelecer que irá celebrar um ato administrativo e afinal celebrar um contrato
administrativo. É a liberdade de escolha entre formas de ação administrativa, havendo
então o princípio da fungibilidade entre ato administrativo e contrato administrativo. Há
situações em que há limitação e opção de escolha não pode existir.
Ação administrativa e ação dos particulares:
A ação dos particulares pode ter muita relevância na ação administrativa, como nos
contratos de concessão (aeroportos). Estamos perante a colaboração dos particulares
com a administração, como o exercício privado da função administrativa ou a
administração por particulares.
Podem participar por delegação ou concessão publica, sendo então nestes casos
investidos de funções administrativas (exercício privado de funções administrativas ou
administração por particulares).
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assim um novo regime jurídico do património assim que há uma decisão que classifica o
bem como imóvel de interesse histórico-cultural. A decisão produz efeitos jurídicos
sobre o estatuto que o bem vai ter, a partir daí. São designados atos administrativos
intransitivos por não terem um destinatário, mas sim um bem (atos administrativos
reais).
Atos administrativos gerais: pode haver situações em que a situação é concreta, mas
as pessoas são várias: os destinatários são um agregado de pessoas, que no momento
não são logo determináveis (uma pluralidade de pessoas não individualizada). Acontece
quando a polícia manda as pessoas dispersar numa manifestação. No momento da
manifestação, não são determináveis, mas depois podem ser todos identificados.
Temos aqui a contraposição entre a decisão que se dirige à resolução/definição de
uma situação jurídica concreta (a definição da específica situação jurídica do sujeito A
ou B, ou a definição do específico “estatuto jurídico” de um certo bem), por
contraposição aos atos normativos, que apresentam a característica (material) da
abstração. Mas isto não significa que não existam atos administrativos abstratos.
Atos administrativos abstratos: que se dirigem a um sujeito determinado, mas que
não são atos puramente instantâneos, ou seja, em relação a esse sujeito, criam-se
obrigações ou deveres, que perduram no tempo.
Acontece na administração ambiental, que emite uma decisão administrativa
dirigida a alguém para que adote comportamentos amigos do ambiente. São atos
administrativos que se dirigem a um destinatário individualizado, mas que criam ou
constituem obrigações individuais permanentes e duradouras, isto é, obrigações que não
se esgotam no momento da prática do ato.
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provisória, até que tenham a autorização definitiva (89º e 90º CPA), ou seja,
dependem necessariamente de uma futura pronúncia definitiva. Visam acautelar
a decisão definitiva (a apreensão de determinados objetos ou produtos que já não
tenham condições para serem comercializados; a suspensão preventiva em
procedimentos disciplinares e a adoção de outras medidas provisórias no âmbito
de um procedimento e que se extinguem com a decisão definitiva que venha a
ser proferida neste mesmo procedimento).
6. Pré-decisões: são atos administrativos que precedem uma pronúncia final e
definitiva, mas que já decidem em certos termos, de forma definitiva, a situação
jurídica do titular, sobre a existência de condições ou de requisitos de que
depende a prática de tal ato:
Atos administrativos prévios: decidem definitivamente sobre a
viabilidade do projeto, de forma antecipada, uma pretensão. Não têm
efeitos permissivos, não habilitando o particular-destinatário ao exercício
de qualquer atividade (a aprovação do projeto de arquitetura).
Atos administrativos parciais: decisões finais/definitivas relativas a uma
parte do objeto do procedimento e que têm em si mesmo um carácter
permissivo, embora circunscrito à parte da decisão que já foi objeto de
apreciação, permitindo dar inicio ao exercício de algumas atividade até
que surja a autorização final e definitiva (num procedimento que terá por
ato final a licença de construção, a emissão da licença parcial – e
antecipada - para a realização das escavações necessárias para o início da
construção e implantação das estruturas). É uma antecipação da decisão
final, que acontece muito nas construções civis.
7. Promessas administrativas: através deste ato o órgão fica vinculado a adotar a
decisão final em conformidade com o que prometeu no momento anterior ou à
não adoção de certa medida. É a auto-vinculação unilateral do órgão a decidir
sobre a proposta do particular de acordo com a informação que deu previamente
(com a informação prévia favorável, nos termos dos artigos 14.º a 17.º do regime
jurídico da urbanização e edificação, a Administração (auto)vincula-se na
decisão sobre um eventual pedido de licenciamento e no controlo sucessivo de
operações urbanísticas sujeitas a comunicação prévia).
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2. O Procedimento Administrativo
2.1- A procedimentalização da ação administrativa: o procedimento
administrativo como fenómeno geral da ação administrativa
Para que uma decisão administrativa (148º CPA) seja adotada por qualquer órgão
administrativo, é necessário que previamente se cumpram um conjunto de
formalidades/fases que são legalmente tidas como necessárias para que essa decisão
tenha validade administrativa. Este conjunto de fases que antecedem a decisão, designa-
se Procedimento Administrativo.
Este procedimento impõe-se como observância obrigatória para todos os órgãos
administrativos que possa validamente adotar decisões (sejam favoráveis ou
desfavoráveis).
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