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Etimologia
O termo "Timor" deriva de Timur, a palavra para "leste" em indonésio e malaio, que se
tornou Timor em português, como era conhecido o Timor Português. Como "leste" é a
palavra portuguesa para "leste", resultou assim "Timor-Leste" (Leste-Leste). Lorosa'e
(aceso "sol nascente") é a palavra para "leste", em tétum, para Timor Lorosa'e.
No formulário oficial da Organização Internacional de Normalização (ISO), é usado "Timor-
Leste" (códigos: TLS & TL), que tem sido adotado pela Organização das Nações
Unidas[10] e União Europeia.[11]
História
Ver artigo principal: História de Timor-Leste
Período pré-colonial
De acordo com alguns antropólogos, um pequeno grupo de caçadores e agricultores já
habitava a ilha de Timor por volta de 12 mil a.C. Há documentos que comprovam a
existência de um comércio esporádico entre Timor e a China a partir do século VII, ainda
que esse comércio se baseasse principalmente na venda de escravos, cera de abelha
e sândalo, madeira nobre utilizada na fabricação de móveis de luxo e na perfumaria, que
cobria praticamente toda a ilha. Por volta do século XIV, os habitantes de Timor pagavam
tributo ao reino de Java. O nome Timor provém do nome dado pelos Malaios à ilha onde
está situado o país, Timur, que significa "Leste".[12]
Domínio português
Invasão Indonésia
Ver artigos principais: Invasão indonésia de Timor-Leste e Ocupação de Timor-Leste
pela Indonésia
José Ramos-Horta durante o seu exílio, 1976
Desde o início dos anos 1990, uma lei indonésia aprovava milícias que "defendessem" os
interesses da nação em Timor-Leste. O exército indonésio treinou e equipou diversas
milícias, que serviram de ameaça contra o povo durante o referendo. Apesar das
ameaças, mais de 98% da população timorense foi às urnas no dia 30 de agosto de 1999
para votar na consulta popular, e o resultado apontou que 78,5% dos timorenses queriam
a independência.
As milícias, protegidas pelo exército indonésio, desencadearam uma onda de violência
antes da proclamação dos resultados. Homens armados mataram nas ruas todas as
pessoas suspeitas de terem votado pela independência. Milhares de pessoas foram
separadas das famílias e colocadas à força em camiões, cujo destino ainda hoje é
desconhecido (muitas levadas a Kupang, no outro lado da ilha de Timor, pertencente a
Indonésia). A população começou a fugir para as montanhas e buscar refúgio em prédios
de organizações internacionais e nas igrejas. Os estrangeiros foram evacuados, deixando
Timor entregue à violência dos militares e das milícias indonésios.
Em 1990, João Gil publica, no álbum Um Destes Dias, a famosa música portuguesa Timor,
escrita por João Monge e várias vezes cantada por Luís Represas. Música essa que quase
originou um segundo hino nacional e que, ainda hoje, faz presença nos concertos da
banda.
A Organização das Nações Unidas (ONU) decide criar uma força internacional para intervir
na região. Em 22 de setembro de 1999, soldados australianos sob bandeira da ONU
entraram em Díli e encontraram um país totalmente incendiado e devastado. Grande parte
da infraestrutura de Timor-Leste havia sido destruída e o país estava quase totalmente
devastado. Xanana Gusmão, líder da resistência timorense, foi libertado logo em seguida.
Em abril de 2001, os timorenses foram novamente às urnas para a escolha do novo líder
do país. As eleições consagraram Xanana Gusmão como o novo presidente timorense e,
em 20 de maio de 2002, Timor-Leste tornou-se totalmente independente. Em 2005, a
cantora colombiana Shakira gravou uma música-protesto intitulada de Timor. A música,
escrita e composta pela cantora, fala de como a comunicação social ocidental deu
importância ao caso da independência de Timor-Leste há alguns anos, e como agora essa
mesma comunicação social, televisões e rádios já não se interessavam por este país.
Em 2006, após uma greve que levou a uma demissão em massa nas forças armadas
leste-timorenses, um clima de tensão civil emergiu em violência no país. Em 26 de junho, o
então primeiro-ministro Mari Bin Amude Alkatiri deixou o cargo, assumindo interinamente a
coordenação ministerial José Ramos-Horta, que, em 8 de julho, foi indicado para o cargo
pelo presidente Xanana Gusmão, pondo fim ao clima vigente.
A situação permanece razoavelmente estável devido à intervenção militar vinda
da Malásia, da Austrália, da Nova Zelândia e à pressão política e militar de Portugal que
tenta apoiar Timor-Leste no seu desenvolvimento. José Ramos-Horta era apontado pela
imprensa portuguesa como um dos sucessores de Kofi Annan no cargo de secretário-geral
da ONU. Ramos-Horta não confirmou o seu interesse no cargo, mas também não excluiu a
hipótese.
Na segunda volta das eleições de 9 de maio de 2007, Ramos-Horta foi eleito Presidente
da República, em disputa com Francisco Guterres Lu Olo, sucedendo a Xanana Gusmão
no cargo. A 6 de agosto de 2007, José Ramos-Horta indica Xanana Gusmão, ex-
presidente da República , como 4.º primeiro-ministro da história do país sucedendo a
Estanislau da Silva. Xanana Gusmão, líder do renovado Congresso Nacional para a
Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), apesar de 2.º classificado nas eleições legislativas
de junho com 24,10% dos votos (atrás dos adversários da FRETILIN, de Francisco Lu-
Olo), alcançou uma série de acordos pós-eleitorais com as restantes forças políticas da
oposição que conferem ao seu governo um estatuto de estabilidade.
Em 11 de fevereiro de 2008, Ramos-Horta sofreu um atentado perto da sua casa em Díli.
Neste atentado, os guardas de sua residência mataram o ex-oficial do Exército de Timor-
Leste, Alfredo Reinado (rebelado desde maio de 2006), acusado perante o Supremo
Tribunal do país de homicídio, após a onda de violência causada pela sua expulsão do
exército junto com 598 outros militares por desobediência. O mesmo grupo também é
acusado de efetuar disparos contra a residência do primeiro-ministro do país, Xanana
Gusmão, mas nada foi esclarecido ainda em relação a este segundo ataque, que não
deixou vítimas.
Em março de 2011, a ONU entregou o controle operacional da força policial às autoridades
de Timor-Leste. As Nações Unidas encerraram a sua missão de manutenção de paz no
país em 31 de dezembro de 2012. [14]
Francisco Guterres, do partido de centro-esquerda Frente Revolucionária de Timor-Leste
Independente (Fretilin), é presidente de Timor-Leste desde maio de 2017. [15] O principal
partido da coligação, Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste, liderado
pelo herói da independência Xanana Gusmão, esteve no poder de 2007 a 2017, mas o
líder da Fretilin, Mari Alkatiri, formou um governo de coligação após as eleições
parlamentares de julho de 2017. No entanto, o novo governo minoritário logo caiu,
resultando numa segunda eleição geral em maio de 2018. [16] Em junho de 2018, o ex-
presidente e lutador pela independência, Jose Maria de Vasconcelos, tornou-se o novo
primeiro-ministro.[17] Timor-Leste tornou-se um Estado parte da Convenção do Património
Mundial da UNESCO em 31 de janeiro de 2017.[18]
Geografia
Mapa topográfico da ilha de Timor
Clima
Praia de Jaco
Demografia
Composição étnica
A população timorense consiste de uma série de grupos étnicos distintos, a maioria dos
quais são descendentes de malaio-polinésios e melanésios. Os maiores grupos étnicos
malaio-polinésios são o tétum (100 mil),[26] principalmente no litoral norte e em torno de Díli;
o mambai (80 mil), nas montanhas centrais; o tocodede (63 170), na área em torno
de Maubara e Liquiçá; o galóli (50 mil), entre as tribos macassai; o kemak (50 mil) no
centro-norte da ilha de Timor; e o baikeno (20 mil), na área em torno de Pante Macassar.
As principais tribos de origem predominantemente Papua incluem a bunak (50 mil)), no
interior central da ilha de Timor; o fataluco (30 mil), na ponta leste da ilha, perto
de Lospalos; e o macassai, em direção ao extremo leste da ilha. Como resultado do
casamento inter-racial, que era comum durante na era portuguesa, existe uma população
de timorenses multirraciais e de origem portuguesa, conhecido como "mestiços". [27]
Há uma pequena minoria chinesa, a maioria dos quais são Hakka, mas muitos chineses
deixaram o país em meados da década de 1970. [27]
Línguas
Ver artigo principal: Línguas de Timor-Leste
Religião
Governo e política
Ver artigo principal: Política de Timor-Leste
Forças armadas
Ver artigo principal: Forças de Defesa de Timor-Leste
Relações internacionais
Subdivisões
Ver artigo principal: Subdivisões de Timor-Leste
Timor-Leste está subdividido em 14 municípios, cada um com uma capital, e que mantêm,
com poucas diferenças, os limites dos 13 distritos existentes durante os últimos anos
do Timor Português. O país é também formado por 66 postos administrativos, variando o
seu número entre três e sete postos por município. Os postos administrativos são divididos
em 452 sucos, compostos por uma localidade sede e subdivisões administrativas, e que
variam entre dois e dezoito sucos por posto administrativo. A última alteração
administrativa timorense foi a criação do município de Ataúro, que desmembrou-se da
capital Díli em 1 de janeiro de 2022.[41]
Municípi Municípi
Capital Capital
o o
Lospalo
1Lautém 8 Liquiçá Liquiçá
s
Viquequ 1
3Viqueque Ainaro Ainaro
e 0
Manatut 1
4Manatuto Bobonaro Maliana
o 1
1 Cova
5Díli Díli Suai
2 Lima
Pante
1 Oe-Cusse
6Aileu Aileu Macass
3 Ambeno
ar
Vila
1
7Manufahi Same Ataúro Maumet
4
a
Economia
Ver artigo principal: Economia de Timor-Leste
Petróleo
Timor-Leste agora tem receita de reservas de petróleo e gás natural, mas pouco para
desenvolver aldeias, que ainda dependem da agricultura de subsistência. Quase metade
da população vive em extrema pobreza.[48]
Porto de Díli
O Fundo de Petróleo de Timor-Leste foi criado em 2005 e em 2011 tinha atingido um valor
de 8,7 bilhões de dólares.[49] O país é marcado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI)
como a "economia mais dependente do petróleo no mundo". [50] O Fundo de Petróleo paga
por quase todo o orçamento anual do governo, que aumentou de 70 milhões de dólares
em 2004 para 1,3 bilhão de dólares em 2011, com uma projeção de 1,8 bilhão de dólares
para 2012.[49]
A administração colonial portuguesa concedeu para a Oceanic Exploration Corporation
explorar depósitos de petróleo e gás natural nas águas ao sudeste de Timor. No entanto,
isto foi reduzido pela invasão indonésia em 1976. Os recursos então foram divididos entre
a Indonésia e a Austrália com o Tratado Timor de 1989.[51] O país não herdou nenhuma das
fronteiras marítimas permanentes quando alcançou a independência. Um acordo
provisório (o Tratado do Mar de Timor, assinado quando Timor-Leste tornou-se
independente em 20 de maio de 2002) definiu uma Área de Desenvolvimento Petrolífero
Conjunto (ACDP) e concedeu 90% das receitas de projetos já existentes nessa área para
Timor-Leste e 10% para o governo australiano. [52]
Um acordo em 2005 entre os governos de Timor-Leste e a Austrália determinou que
ambos os países coloquem de lado a sua disputa sobre fronteiras marítimas e que Timor-
Leste receberia 50% das receitas provenientes da exploração dos recursos da região
(estimada em cerca de 20 bilhões de dólares ao longo de toda a vida do projeto). [53] Em
2013, Timor-Leste lançou uma ação no Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia,
nos Países Baixos, para anular um tratado de gás que tinha assinado com a Austrália,
acusando o Serviço Secreto de Inteligência Australiano (ASIS) de implantar uma escuta na
sala do gabinete de Timor-Leste, em Díli, em 2004.[54]
Infraestrutura
Educação
Saúde
Água e energia
Em torno de 66% dos núcleos familiares têm acesso à fontes de água potável e outros
21% têm acesso à água sobre ou dentro de casa. [63] Outras famílias, como meio de
fornecimento, têm de buscar água potável a partir de tubos públicos, poços, nascentes ou
águas. Cerca de 90% das famílias utilizam a madeira para cozinhar e quase metade faz
uso de querosene para produzir luz (37%). [64] A maior parte da energia provém de fontes
geradores a diesel utilizados para produzir eletricidade, razão pela qual, em sua totalidade,
a eletricidade está disponível por apenas algumas horas durante a noite em lugares menos
povoados.[64]
Telecomunicações
Artes
Ver também: Música de Timor-Leste
Há também uma forte tradição de poesia no país.[77] O primeiro ministro Xanana Gusmão,
por exemplo, é um poeta distinto, ganhando o apelido de "guerreiro poeta". [78] O artesanato
e a tecelagem de lenços tradicionais (tais) também são difundidos.
Arquitetonicamente, edifícios de estilo português podem ser encontrados, juntamente com
as tradicionais casas totem da região leste. Estes são conhecidos como uma lulik ("casas
sagradas") em tétum e lee teinu ("casas de pernas") em fataluku.[79]
Uma extensa colecção de material audiovisual timorense é mantida no National Film and
Sound Archive da Austrália. Estas participações foram identificadas num documento
intitulado The NFSA Timor-Leste Collection Profile, que inclui entradas de catálogos e
ensaios para um total de 795 imagens em movimento, sons e documentação que
capturara a história e cultura de Timor-Leste desde o início do século XX. [80] O NFSA está a
trabalhar com o governo timorense para garantir que todo este material possa ser usado e
acessado pelas pessoas do país.[81]
Cinema
Em 2009 e 2010, Timor-Leste foi palco do filme australiano Balibo e do filme sul-
coreano Maenbalui Kkum. Em 2013, foi lançado o primeiro longa-metragem timorense, A
Guerra da Beatriz.[82] Dois outros longas-metragens, Abdul & José e Ema Nudar Umanu,
foram lançados respectivamente em 30 de julho de 2017 pela rede de televisão RTTL[83][84] e
em 16 de agosto de 2018 no Festival Internacional de Cinema de Melbourne.[85]
Culinária
A cozinha de Timor-Leste é composta por comidas populares regionais, como carne
de porco, peixe, manjericão, tamarindo, legumes, milho, arroz, vegetais de raiz e frutas
tropicais. A cozinha timorense tem influências da cozinha do Sudeste Asiático e dos pratos
portugueses. Sabores e ingredientes de outras antigas colônias portuguesas podem ser
encontrados devido à presença centenária portuguesa na ilha. Devido à combinação
oriental e ocidental, a cozinha de Timor-Leste desenvolveu características relacionadas
com a cozinha das Filipinas, que também experimentou uma combinação culinária
oriental-ocidental.[86]
Desporto
Feriados
Em Timor-Leste, são feriados nacionais com data fixa:[89]
Data Nome Observações
1 de janeiro Dia de Ano Novo
1 de maio Dia Mundial do Trabalhador
Dia da Restauração da
20 de maio em 2002
Independência
30 de agosto Dia da Consulta Popular Aniversário da Consulta Popular de 1999
1 de
Dia de Todos-os-Santos
novembro
2 de
Dia de Finados
novembro
12 de Aniversário do massacre do Cemitério de
Dia Nacional da Juventude
novembro Santa Cruz em Díli em 1991
28 de Dia da Proclamação da
em 1975
novembro Independência
7 de Aniversário da invasão do país pela Indonésia
Dia dos Heróis Nacionais
dezembro em 1975
8 de Dia da Nossa Senhora da
Padroeira de Timor-Leste
dezembro Imaculada Conceição
25 de
Dia de Natal
dezembro
Ver também
Ilha de Timor
Ásia Latina
Constituição de Timor-Leste
Lista de Estados soberanos
Lista de Estados soberanos e territórios dependentes da Ásia
Lista de Estados soberanos e territórios dependentes da Oceania
Referências
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