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DIRECÇÃO ACADÉMICA

GEOLOGIA DE ANGOLA

Autor: Cirilo Cauxeiro 2022 1


DGC – DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS 2

 Habilitar o aluno no entendimento da evolução geológica do continente africano, compreendendo a gênese da Plataforma
Africana e o reconhecimento de todos os eventos tectonomagmáticos e orogêneses relacionadas e as suas unidades
geotectónicas e litoestratigráficas à luz da Tectônica de Placas.
 Dar uma ênfase a todos os elementos relacionados ao espaço geográfico compreendido por Angola, de forma que o estudante
adquira um conhecimento aprofundado da geologia do seu país.

 A Plataforma Africana. O Arqueano. Os crátons do continente africano. O Proterozoico e seus orógenos. O Fanerozoico.
Rompimento do Gondwana.
 As bacias sedimentares paleozoicas da África. O Grande rifte do leste da África. A disciplina inclui atividades práticas de
campo.

Curso Disciplina Ano Semestre

Geofísica Geologia de Angola 4º 2º

Aulas/Semana Aulas/Semestre Aulas Teóricas Aulas teórico-práticas Aulas práticas

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PROGRAMA CURRICULAR 3

3.3. Faixa dobrada Gabão


Tema: 1 - A Plataforma Africana
3.4. Faixa dobrada Cela-Cariango
Tema: 2 - Arqueano (3,8 – 2,55Ga): formação dos Cratons
3.5. Magmatismo Eburneano
2.1. O Craton Oeste Africano
3.5.1. Os granitos 2,0 – 1,7 Ga de Angola
2.2. O Craton África Central (Cráton Congo-Tanzânia)
3.5.2. Os granitos 1,76 – 1,59 tardicolisionais a anarogênicos de Angola
2.2.1. Bloco Gabão-Chailu
Tema: 4 - O Mesoproterozoico (1,4 – 0,85 Ga): rifteamento continental e crescimento
2.2.2. Bloco Zaire
crustal
2.2.3. Bloco Angola (Craton Angolano)
4.1 Riftes e Margens Passivas
2.3.1. Evento Luanda-Cuango-Malange (ca. 2,9Ga)
4.2 Orogénese Kibariana (1,35 – 1,0 Ga)
2.3.2. Evento Malange-Andulo (Ca. 2,68 – 2,59 Ga)
4.2.1. Faixa Kibariana
2.4. Bloco Kasai
4.2.2. Faixas Namaqua-Natal-Sinclair
2. 3. O Craton Sudeste Africano ou Cráton de Kalahari
4.2.3. Faixas Irumide-Zambezi-Lurio
(Cráton Zimbabwe-Kaapaval-Moçambique)
4.3 Magmatismo Kibariano
4.3.1. O Complexo Anortosítico de Kunene em Angola (1,37 Ga)
Tema: 3 - O Paleoproterozoico (2,2 – 0,54 Ga): as margens
4.3.2. Os Granitos Anorogênicos de Angola (1,4 – 1,3 Ga)
continentais ativas e acreção de arcos vulcânicos
3. Orogênese Eburneana (2,2 – 1,8 Ga)
Tema: 5 - O Neoproterozoico (0,85 – 0,54 Ga)
3.1.Orógeno Ubendiano-Usagariano (as faixas dobradas
5.1. O rifte-drifte do proto-oceano Atlântico sul (oceano Adamastor)
Ubendiana, Ruziziana, Ruvenzori e Usagariana)
5.2. Orogénese Pan-Africana e o supercontinente de Gondwana
3.2. Orógeno Kheis-Okwa-Magondi (As faixas dobradas
5.3. Orogeno Damara
Kheis, Okwa e Magondi)
PROGRAMA CURRICULAR 4

5.4. Orógeno Zambezi


5.5. Orógeno (Faixa) Kaoko
5.6. Faixa do Congo Oeste
5.6. Faixa Gariepi
5.7. Orógeno da África Central
Tema: 6 - O Fanerozoico (0,50 – atual)
6.1. O rompimento do supercontinente de Gondwana
6.2. Desenvolvimento da margem passiva ocidental e a
formação do oceano Atlântico
6.3. Desenvolvimento da margem passiva oriental e a
formação do oceano Índico
6.4. As Bacias Sedimentares da África
6.4.1. Tipos de Bacias Sedimentares
6.4.2. Bacias Sedimentares do Oeste Africano
6.4.2.1. Bacias do Rio Del Rey e Adouala
6.4.2.2. Bacia do Gabão
6.4.2.3. Bacia do Congo
6.4.2.4. Bacia de Angola (ou Cuanza)
6.4.2.5. Bacia do Namibe.
APLICAÇÕES DA GEOFÍSICA 5

APLICAÇÕES DA GEOFÍSICA:

 Estudo de fenômenos físicos da Terra:


Terremoto, tsunamis, vulcões, movimentação de placas
tectônicas, etc.

 Monitoramento Ambiental

 Prospecção
 Mineral
 Água subterrânea (exploração e mapeamento de
contaminação)
 Petróleo

 Em problemas de engenharia
 Infraestrutura de estradas e pontes
 Urbano (mapeamento de utilidade, a localização do
tanque de armazenamento subterrâneo)
 Engenhos explosivos não detonados (detecção e
caracterização)
 Segurança de Barragens

 Mapeamento Geológico

 Arqueologia
Craton Africano 6

Cráton: porções estáveis do continente composta


principalmente de rochas cristalinas antigas do
embasamento.

Douwe J. J. Van Hinsbergen, Susanne


J. H. Buiter, Trond H. Torsvik, Carmen
Gaina and Susan J. Webb
Geological
Society, London, Special Publications,
357, 1-8, 1 January 2011,
https://doi.org/10.1144/SP357.1
Cráton Africano 7
História geológica 8

Período Proterozóico:

Aos organismos unicelulares do Arcaico sucederam-se, no Proterozoico, os


organismos eram unicelulares para seu crescimento, utilizavam o oxigénio existente
na atmosfera, cada vez em maior quantidade.

Formas de vida simples e invertebradas começaram a aparecer no fim da Era Pré –


Câmbrica seguindo-se de organismos pluricelulares com células diferenciadas em
tecidos e órgãos – metazoários.
História geológica 9

FANEROZOICO
Era Paleozóica:

O bombardeio cósmico voltou nesta ERA, entre 500 e 400 milhões de anos,
corresponde a explosão câmbrica;

Diversas criaturas pluricelulares complexas, como os metazoários,


desenvolveram-se principalmente nos mares, evoluindo para os peixes,
anfíbios, répteis e posteriormente, “deram lugar” aos primatas e à espécie
humana.
História geológica 10

Mesozóica

Nos meados da era Mesozóica, a Laurásia, que incluía a maior parte da América do
Norte e da Eurásia, separou-se totalmente de Gonduwana pelo mar de Tétis, no
hemisfério sul.
Durante o Jurássico, a América do Norte começou a afastar-se dos dois super-
continentes.
No final do Jurássico, a África já tinha começado a separar-se da América do Sul, e
a Austrália e a Antárctica já estavam desligadas da Índia.
História geológica 11

O fim do Cretáceo: foi uma época de crise para a vida, tal como
no fim da era Paleozoica.
Um intenso vulcanismo iniciou-se, levando a um aquecimento
global. As árvores com flores e frutos - angiospermas - diminuíram
em 90%, levando a um decréscimo, talvez na mesma proporção,
dos dinossauros. Outros grupos de animais decresceram
gradualmente e os dinossauros e os répteis voadores extinguiram-
se abruptamente no fim do período, devido ao impacto do
asteróide na península do Yucatán, no Golfo do México.
Durante a extinção sobreviveram as tartarugas, crocodilos, sapos
e salamandras sobreviveram ao impacto.
Mudanças nas condições Atmosféricas e no clima 12
Orogenia e Epirogenia 13

A orogénese ou ainda orogenia é o conjunto de processos que levam à formação ou rejuvenescimento de


montanhas ou cadeias de montanhas produzido principalmente pelo diastrofismo (dobramentos, falhas ou
a combinação dos dois), ou seja, pela deformação compressiva da litosfera continental.

A orogenia pode ser convergente, quando há colisão de placas, ou divergente, quando ocorre separação
das mesmas. A orogénese convergente traz como consequência a formação de dobramentos, cordilheiras
ou fossas. Sua área de actuação é marcada pela ocorrência frequente de sismos e pela presença
abundante de vulcões.

Em suma, são reconhecidos em geral dois tipos de movimentos da Terra: a Orogênese (orogenia) e a
Epirogênese (epirogenia). Os movimentos orogenéticos provocam a elevação de massas montanhosas.

Os movimentos epirogenéticos elevam e rebaixam massas terrestres de dimensão continental efectuando


pouco dobramento.
Resultado da Orogenia e Epirogenia 14

As regiões de Grabens e Horsts são os locais onde as falhas de gravidade têm sua maior extensão
respectivamente.

Um Graben é um bloco rebaixado, geralmente comprimido maior que a sua largura, declinado por falhas
de gravidade.
Um Horst é também um bloco de forma linear, delimitado por falhas de gravidade e que exibe, com
frequência, uma altitude maior que as das áreas contíguas que comumente, são constituídas por
Grabens.

https://vimeo.com/26643088
Cratonização do continente Africano 15

O processo de cratonização obedeceu um círculo:

Núcleos: São porções de rochas que emergiram no


Erosão meio das bacias (zonas submersas
Núcleo Deposição

https://vimeo.com/26643088
Magmatismo
&
Metamorfismo
Orogenias de África 16

OS GEOCIENTISTAS RECONHECEM EM ÁFRICA PELO MENOS 4 CICLOS OROGÉNICOS:

1. Orogenia Limpopo-Liberiano (3.000 – 2.500 Ma.): Neste período


temos a emersão de 8 núcleos (Mauritânia, Serra Leoa, Costa do
Marfim, Gabão, Camarões, Kassai, Dodoma Nyansa, Zâmbia,
Zimbabué Transvaal) nas zonas submersas.

2. Orogenia Eburneana (1.850 – 250 Ma.): A 1ª fase da consolidação


dos 8 núcleos e passam a 4 núcleos maiores (África Ocidental,
Angola-Kassai, Tanzânia, Zimbabwé Transvaal).

3. Orogenia Kibariana (1.100 – 200 Ma.): A 2ª fase da consolidação


dos 4 núcleos e passam a 3 núcleos maiores (África do W, Congo e
Kalahari).

4. Orogenia Damariana ou Panafricana (750 – 100 Ma.): A etapa


final da cratonização do continente. Apesar de existir pequenos
eventos do Paleozóico e Mesozóico.

No final deste período observa-se quase a cratonização total da


placa Africana e as regiões estáveis são separadas de zonas
afectadas pelas orogenias Hercinicas e Alpinas.
Orogenias de África 17

Cratonização progressiva do Continente Africano. A – Os


núcleos antigos da África são diferenciados das zonas
afectadas pela Orogenia Eburneana e mais recentes. B –
Distinguem-se as regiões que permanecem estáveis desde
o fim da Orogênese de 1.850 – 250 Ma as zonas afectadas
pela Orogenia Kibariana e mais recentes. C – Regiões
estáveis, desde o fim da orogênese Kibaraniana, são
discriminadas de zonas afectadas pela Orogênese
Damariana-Catanganiana (Pan-Africana) e mais recente.
D – Regiões estáveis, desde o fim da orogenia
Damarariana-Catanganiana (Pan-Africana), são
separadas zonas afectadas pelas orogenias Hercinianas e
Alpina (Segundo CLIFFORD, 1970).
O Paleoproterozoico (2,2 – 0,54 Ga) 18

As margens continentais ativas e acreção de arcos vulcânicos


As margens continentais ativas 19

An Arc-trench System
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MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO!

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Volenti Nihil Difficili -“A quem quer, nada é difícil”

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