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MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA

PROGRAMA
LEVANTAMENTOS
GEOLÓGICOS BÁSICOS
DO BRASIL

PROJETO
BACIA DO TUCANO SUL
Estado da Bahia
Escala 1:200.000

Salvador CPRM
Serviço Geológico do Brasil
2002 Superintendência Regional de Salvador
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA

CPRM- Serviço Geológico do Brasil

PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASIL

PROJETO BACIA DO TUCANO SUL


Estado da Bahia

Organizado por
José Torres Guimarães

SALVADOR, 2002
SUMÁRIO

RESUMO .

ABSTRACT

1. INTRODUÇÃO

2. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

3. ESTRATIGRAFIA

EMBASAMENTO.

Arqueano a Paleoproterozóico
3.1 Bloco de Serrinha
3.2 Cinturão Móvel Salvador-Curaçá
3.3 Cinturão Móvel Salvador-Esplanada

Neoproterozóico
3.4 Grupo Estância

BACIA SEDIMENTAR DO TIPO RIFTE-SAG

Mesozóico

Neojurássico
3.5 Fase Tectônica Pré-rifte (Tectonosseqüência Pré-rifte – TPRR)
3.5.1 Trato de Sistemas de Lago Alto (ts-I)

Eocretáceo
3.6 Fase Tectônica Sinrifte
3.6.1. Tectonosseqüência Sinrifte1 (TSR1)
3.6.1.1 Trato de Sistemas de Margem de Plataforma (ts-II)
3.6.1.2 Trato de Sistemas Transgressivo (ts-III
3.6.1.3 Trato de Sistemas de Lago Alto (ts-IV)
3.6.2 Tectonosseqüência Sinrifte2 (TSR2)
3.6.2.1 Trato de Sistemas de Lago Baixo (ts-V)
3.7 Fase Tectônica Pós-rifte (Tectonosseqüência Pós–rifte - TPOR)
3.7.1 Trato de Sistemas de Lago Baixo (ts-VI)

FORMAÇÕES SUPERFICIAIS CONTINENTAIS

Cenozóico
Neógeno
Grupo Barreiras

Quaternário
Coberturas Residuais e Detríticas

4. GEOLOGIA ESTRUTURAL/TECTÔNICA
4.1 Estrutura
4.2 Tectônica
4.3 Modelo Evolutivo Tectonossedimentar

5. ASPECTOS HIDROGEOLÓGICOS DA BACIA .


5.1 Sistemas Aqüíferos

6. RECURSOS MINERAIS
6.1 Hidrocarbonetos
6.2 Bário
6.3 Urânio-Vanádio
6.4 Chumbo
6.5 Ouro
6.6 Argila
6.7 Calcário
6.8 Ferro
6.9 Granito e Granulito

7. CONCLUSÕES

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

APÊNDICES
• Listagem dos Jazimentos Minerais
• Súmula dos Dados de Produção
• Documentação Disponível para Consulta

ANEXO
• Mapa Geológico
RESUMO

Um modelo de evolução tectonossedimentar baseado na utilização da estratigrafia de


seqüências e no reconhecimento de tectonosseqüências é proposto para as bacias lacustrinas do
Tucano Sul/Central e Recôncavo Norte, inseridas parcialmente no rifte Recônvavo-Tucano- Jatobá
e localizadas na parte nordeste da Bahia. Essas bacias ocupam uma área de 9.500km2 e formam uma
pilha de mais de 9.000m de rochas sedimentares, acumuladas entre o Neojurássico e o Eocretáceo,
durante os estágios iniciais do rifteamento do oceano Atlântico Sul.
Quatro tectonosseqüências, constituídas de seis tratos de sistemas, depositados por
processos de fluxos gravitacionais e eólicos e por mecanismos de tração e suspensão foram
reconhecidos na área. A acumulação dessas tectonosseqüências ocorreu durante três fases: a fase
pré-rifte, que é produto de estiramento crustal e corresponde à tectonosseqüência TPRR é formada
por um trato de sistemas de lago alto (ts-I); a fase sinrifte, que representa o período de subsidência
mecânica da bacia e corresponde às tectonosseqüências TSR1 e TSR2, constituídas por tratos de
sistemas de margem de plataforma lacustre (ts-II), transgressivo (ts-III), de lago alto (ts-IV) e de
lago baixo (ts-V); e a fase tectônica pós-rifte, gerada por processos de subsidência flexural,
causados possivelmente pelo resfriamento litosférico. Esta fase é representada pela
tectonosseqüência TPOR, composta por um trato de sistemas de lago baixo (ts-VI).
As feições estruturais do embasamento, orientadas NE-SW, NS e NW-SE, controlam a
geometria do rifte Reconcâvo-Tucano-Jatobá, constituído na área por dois semigrábens assimétricos
paralelos, que apresentam uma borda flexural e uma borda falhada e estão separados pela Rampa de
Revezamento de Aporá. Um semigráben corresponde às sub-bacias do Tucano Sul e Central,
limitadas pela falha do Itapicuru e o outro constitui a Bacia do Recôncavo.
Os sedimentos dessa fossa provieram, na grande maioria, das suas bordas flexurais,
localizadas a oeste e, de forma subordinada, das bordas falhadas, situadas a leste. Mudanças na
polaridade dos sedimentos aconteceram ao longo da evolução do rifte. Dessa forma, durante a fase
pré-rifte a área-fonte de sedimentos situava-se a norte e oeste da estrutura. Ao longo da fase sinrifte
os sedimentos provieram, em um primeiro estágio (Andar Rio da Serra), de oes -sudoeste, na Bacia
do Tucano Sul/Central, e de norte e oeste, na Bacia do Recôncavo. Um segundo estágio tectônico
importante aconteceu durante essa fase (no Eojiquiá), quando a área-fonte dos sedimentos
posicionou-se a nor-noroeste da Bacia de Tucano Sul/Central e a norte da Bacia do Recôncavo. A
terceira e última fase tectônica (pós-rifte) é marcada pela possibilidade de existência de várias
áreas-fontes; porém, as medidas de paleocorrentes apontam para uma área- fonte importante,
localizada a norte da Bacia do Tucano Sul/Central.
Seis sistemas aqüíferos de importância hidrogeológica como reservatório foram
reconhecidos na área: (a) sistema aqüífero intergranular livre - de alta importância hidogeológica
como área de recarga; (b) sistema aqüífero intergranular parcialmente confinado - de alto potencial
hidrogeológico como reservatório; (c) sistema aqüífero intergranular multicamadas parcialmente
confinado - de alto potencial hidrogeológico como reservatório; (d) sistema aqüífero intergranular
multicamadas parcialmente confinado - de baixo potencial hidrogeológico como reservatório; (e)
sistema aqüífero intergranular parcialmente confinado - de médio potencial hidrogeológico como
reservatório e (f) sistema aqüífero intergranular multicamadas parcialmente confinado - de baixo a
médio potencial hidrogeológico como reservatório.
ABSTRACT

A tectonosedimentary evolution model using stratigraphy of sequences is proposed for the


South/Central Tucano and North Recôncavo lacustrine basins, partially belonging to the
Recôncavo-Tucano-Jatobá rift and localized in the northeastern part of the State of Bahia, Brazil.
These basins cover an area of 9.500 km2, building a pile more than 9.000m thick of sedimentary
rocks, acummulated between the Neojurassic and the Eocretaceous during the initial stages of South
Atlantic ocean rifting.
Four tectonosequences constituted by six systems tracts deposited by gravitational flows
and eolian processes and by traction and supension mechanisms were grateful in the area. These
tectonosequences accumulation occured during three phases: the prerift phase is product of crustal
stretching and corresponds to the tectonosequence TPRR, formed by a systems tract of lake
highstand (ts-I); the synrift phase, that represents the mechanical subsidence period present in the
basin and corresponds to the tectonosequences TSR1 and TSR2, constituted by lacustrine
plataformal margin (ts-II), transgressive (ts-III), highstand (ts-IV) and lowstand (ts-V) systems
tracts; and the posrift tectonic phase was generated by flexural subsidence processes, possibly
caused by lithosferic cooling. This phase is represented by the TPOR tectonosequence, composed
by a lowstand systems tract (ts-VI).
The structural aspects presents in the basement rocks, oriented NE-SW, NS and NW-SE,
strongly controlled the geometry of the Recôncavo-Tucano-Jatobá rift, constituted in the area by
two parallel assimetric half-grabens, composed of one flexural margin and one faulted border and
separated by Apora Relay Ramp. One half-graben correspond to Central and South Tucano sub-
basins, limited by Itapicuru fault and the second half-graben form the Recôncavo Basin.
The Recôncavo-Tucano-Jatobá rift was filled in by sediments coming from the western
flexural margin and eastern faulted border. Change in the sediments direction ocurred during the rift
evolution. So, during the prerift phase, the sediments of the basin came from north and west, in the
synrift phase their provenance was first west-southwest in the South/Central Tucano Basin (Rio da
Serra stage) and toward north and west in Recôncavo Basin. Another important tectonic stage
happened in synrift phase (Jiquiá stage) when the source area of the debris was north and northwest
of those basins. In the posrift phase the provenance of the debris was from north.
Six aquiferous systems with hidrogeologic potential as reservoir were determined in the
area: (a) continuous free intergrained aquiferous system, of high potential as overcharge area; (b)
partially confined intergrained aquiferous system, of high hidrogeologic potential as reservoir; (c)
partially confined multibed intergrained aquiferous system, of high hidrogeologic potential as
reservoir; (d) partially confined multibed intergrained aquiferous system, of low hidrogeologic
potential as reservoir; (e) partially confined intergrained aquiferous system, of middle hidrogeologic
potential as reservoir and (f) partially confined multibed intergrained aquiferous system, of low to
middle hidrogeologic potential as reservoir.
1
INTRODUÇÃO

Este trabalho abrange a parte sul da Sub-bacia do Tucano Central, a quase totalidade da Sub-bacia do
Tucano Sul e a porção norte da Bacia do Recôncavo, que integram o rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá (RTJ),
evoluído em três fases tectônicas: pré-rifte, sinrifte e pós-rifte. Essa megaestrutura, interpretada por
Magnavita (1992) como uma bacia do tipo rifte-sag, acomoda mais de 9.000m de sedimentos no seu
principal depocentro, tem uma área aproximada de 46.500km2 e estende-se por cerca de 450km na direção
meridiana, infletindo abruptamente para NE no seu extremo setentrional.
Como mostra a figura 1.1, a área investigada situa-se na região nordeste da Bahia, entre os paralelos
11º e 12ºS e os meridianos 38º e 39ºW, e eqüivale a quatro folhas de escala 1:100.000: Cipó, Olindina, Sátiro
Dias e Inhambupe. Compreende 12.000km2, 2.500 km2 dos quais correspondem a unidades pré-cambrianas,
que não foram objeto de investigação. Na figura 1.1 aparecem também as sedes e limites municipais e as
principais vias de acesso à área.
Os objetivos do Projeto Bacia do Tucano Sul são: (1) apresentar um mapa geológico atualizado da
área, na escala 1:200.000 (anexo I), para subsidiar o Programa de Recursos Hídricos Subterrâneos para a
Região Nordeste, ora em execução pela CPRM – Serviço Geológico do Brasil, na Sub-bacia do Tucano Sul;
e (2) propor um modelo para a evolução tectonossedimentar da bacia, baseado em estudos sedimentológicos,
paleogeográficos, estratigráficos, estruturais e tectônicos integrados.
A área do projeto está enquadrada parcialmente, no “Polígono das Secas”, em pleno sertão baiano,
onde os recursos hídricos são carentes em superfície e fartos em subsuperfície, armazenados nas rochas
sedimentares do rifte, que constituem grandes reservatórios. O clima semi-árido, com variações locais para
regimes mais chuvosos e a vegetação do tipo caatinga aberta, dominante na parte centro-norte da região, ou
mais densa, na sua parte sudeste, mais próxima do litoral, juntamente com os tipos litológicos, controlam o
relevo e a drenagem regionais.
A parte centro-norte da área do Projeto Bacia do Tucano Sul corresponde a um grande planalto, com
chapadas e extensos tabuleiros com terminações escarpadas, cortados por vales estreitos e profundos. Essa
morfologia foi esculpida nos arenitos pós-rifte da Formação Marizal e no Grupo Barreiras. No sul da área,
essas feições tornam-se mais dissecadas pela erosão e entalhadas pela drenagem, o que gera tabuleiros menos
extensos e mesas. Margeando esses tabuleiros, no lado oeste da bacia, ocorrem rochas pelito-psamíticas
relacionadas às fases pré e sinrifte, que permitem esculpir um relevo mais baixo, onde alternam-se formas
suaves ou levemente onduladas e amplas regiões dissecadas mais intensamente. As rochas mais antigas que
flanqueiam o rifte RTJ, mostram-se em morros arredondados, mais elevados que a bacia.
Três sistemas fluviais de baixo gradiente cortam a área de oeste para leste: o do rio Itapicuru, que
fica na parte mais setentrional da área e os sistemas dos rios Inhambupe e Subauma, que se localizam,
respectivamente, nas suas porções central e meridional (anexo I). Embora esses rios sejam perenes, a maioria
dos seus afluentes são intermitentes e permanecem secos durante a maior parte do ano.
O capítulo 2 deste texto trata dos aspectos geológicos regionais; o capítulo 3 da
estratigrafia/sedimentologia da área, enfocados com base no estudo dos tratos de sistemas e na organização
dos mesmos em tectonosseqüências; o de número 4 aborda os aspectos tectono-estruturais das bacias e
propõe um modelo evolutivo para as mesmas. Os aspectos hidrogeológicos, econômicos e as conclusões
sobre a área são tratados, respectivamente, nos capítulos 5, 6 e 7. Os dados relativos aos afloramentos e aos
estudos petrográficos do projeto, serão incorporados às bases de dados AFLO e PETR, integrantes do
Sistema de Informações Geológicas do Brasil - MICROSIR, gerenciado pela CPRM.
(C)

EUCLIDES
DA CUNHA
(A) CÍCERO
DANTAS
46º 44º 42º 40º 38º 36º

10
-1
BR
8º Recife
PE SERGIPE
JATOBÁ RIBEIRA DO
POMBAL
Maceió
-4 10
AL LAGARTO
PI BR
10º TUCANO NORTE
TO TUCANO 38º
TUCANO CENTRAL 39º
RIBEIRA DO 11º
SE

Aracaju
TUCANO SUL AMPARO
12º
BAHIA
RECÔNCAVO CIPÓ
CO

6
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-11
Salvador R TOBIAS BARRETO
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14º SOURE a -3
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ITAPICURU
OC

4
BA

8
-0
Rifte ARACI OLINDINA -3

BA
16º MG 9 6
Recôncavo/
Tucano/
Jatobá(RTJ)
TEOFILÂNDIA
RIO REAL
CRISÓPOLIS
18º
ES SÁTIRO 3
BIRITINGA -23
DIAS BA ACAJUTIBA
APORÁ
SERRINHA

10
BR-1
ITAMIRA
BA
-40 III
(B) 0
INHAMBUPE ESPLANADA
LAMARÃO IV
ÁGUA FRIA
ENTRE
4

CARDEAL
BA-08

RIOS
SANTA DA SILVA
BÁRBARA OURIÇANGAS 12º
EMBASAMENTO

BA-504
SANTANÓPOLIS IRARÁ

93
-0
ARAMARI ALAGOINHAS

BA
BR-116

10º
01 ARAÇÁS
-1
FEIRA DE BR
SANTANA
TUCANO TEODORO
CENTRAL ARACAJU
SAMPAIO

O
11º

IC
POJUCA

NT
BR
TUCANO -3
2 4
SUL LÂ
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TIC
EMBASAMENTO

AT
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12º
L

RECÔNCAVO
AT

O
O
AN

AN
E
OC

E
OC

Área do
Projeto
SALVADOR

39º 38º SALVADOR

Sede municipal Divisa estadual

Estrada Limite municipal

Rio

Figura 1.1 - (A) Mapa de localização; (B) situação da área do projeto em relação ao rifte
Recôncavo/Tucano/Jatobá e às bacias Tucano Sul/Central e Recôncavo; (C) sedes e
limites municipais, principais vias de acesso e articulação das folhas1:100.000 (I -
Cipó, II - Olindina, III - Sátiro Dias, IV - Inhambupe).
2
CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

Os primeiros mecanismos de subsidência relacionados à fragmentação do Gondwana e formação do


oceano Atlântico Sul, na região nordeste do território brasileiro, se refletem na geração do rifte Recôncavo-
Tucano-Jatobá (RTJ), abortado no Eocretáceo. As fases subseqüentes dessa subsidência transferem-se então
para leste, no sentido da futura margem continental brasileira, onde começam a se formar as bacias
sedimentares costeiras do leste do Brasil.
O RTJ está implantado sobre rochas pré-cambrianas pertencentes a duas províncias estruturais: São
Francisco e Borborema (Almeida et al., 1981).
A Província São Francisco, que equivale em extensão e limites ao cráton homônimo (Almeida,
1977), está representada por conjuntos lito-estruturais, que aparecem a leste e oeste do rifte (figura 2.1). A
oeste, estão os terrenos granito-greenstone do Bloco de Serrinha, conformados por gnaisses migmatíticos
arqueanos do Complexo Santa Luz e pela seqüência vulcanossedimentar paleoproterozóica do Greenstone
Belt do Rio Itapicuru; além dos ortognaisses granulíticos do Cinturão Móvel Salvador-Curaçá e dos
granulitos arqueanos do Bloco de Jequié. Já a leste, aparecem gnaisses migmatíticos e granulitos do Cinturão
Móvel Salvador-Esplanada. Embora ambos cinturões móveis abranjam tipos litológicos de idade arqueana
(protólitos), sua deformação e metamorfismo são atribuídos ao Paleoproterozóico, a mesma idade da intensa
granitogênese que afetou esses cinturões de cisalhamento.
Por seu lado, a Província Borborema está designada na figura 2.1 pela Faixa de Dobramentos
Sergipana, cujas rochas metassedimentares e metaígneas (meso a neoproterozóicas) foram compartimentadas
por Santos & Souza (1988) nos domínios Vaza-Barrís, Macururé, Marancó, Poço Redondo e Canindé,
indivisos na ilustração.
As estruturas presentes nas rochas pré-cambrianas mencionadas foram reativadas, em maior ou
menor intensidade, durante a formação do rifte RTJ. Essa reativação está evidenciada pelo forte paralelismo
existente entre os traços estruturais do embasamento e algumas das suas falhas de borda (figura 2.1). Um
outro ponto que corrobora a participação das estruturas do embasamento no processo de formação do rifte
RTJ, é a brusca variação na sua profundidade, mostrada na figura 2.2.
Segundo Magnavita (1992) as falhas de borda do rifte RTJ são fortemente, moderadamente e não-
controladas por anisotropias preexistentes. Exemplos das primeiras são as falhas de Salvador e Inhambupe,
paralelas à foliação do Cinturão Móvel Salvador-Esplanada e a falha de Ibimirim, paralela à zona de
cisalhamento do Lineamento de Pernambuco. Falha de borda moderadamente controlada é a de Adustina,
onde é possível que estruturas pretéritas às da Faixa de Dobramentos Sergipana controlem a sua orientação.
A falha de São Saité é um bom exemplo de estrutura não-controlada, orientada norte-sul, subortogonal à
Faixa de Dobramentos Sergipana. Esta relação espacial sugere que a mesma formou-se exclusivamente em
resposta à distensão eocretácica (figura 2.1).
As falhas extensionais de Inhambupe, Adustina e Salvador, que balizam a borda leste do rifte na
área, chegam a ultapassar 5.000m de rejeito e colocam rochas sedimentares neojurássicas/eocretácias em
contato lateral direto com rochas pré-cambrianas. Esse fato não ocorre no flanco oeste do rifte, onde o
contato entre essas rochas é discordante erosivo/angular, normalmente sem falhas. Essas diferenças de
comportamento nos limites da fossa, produziram uma estrutura interna de semigrábens assimétricos, que
constituem bacias/sub-bacias, limitadas por Zonas de Transferência subortogonais às suas bordas (caso do
Arco do Vaza-Barris e da Zona de Transferência do Rio Itapicuru), e por Zonas de Revezamento
longitudinais às mesmas (caso do alto de Aporá-Boa União, aqui designado de Rampa de Revezamento de
Aporá). As zonas de Transferência do Vaza Barris e Itapicuru separam respectivamente, as sub-bacias do
Tucano Norte de Tucano Central, e Tucano Central de Tucano Sul, enquanto a Rampa de Revezamento de
Aporá limita as bacias do Tucano Sul e Recôncavo (figuras 2.1, 2.2C e 2.3).
40000' 38000' 36000'
8000' 8000'
RECIFE

lp


o
fib j
o
Ri
Fr
an
ci s
co
fss

tn MACEIÓ

10000' 10000'

avb
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12000' 12000'
C

I II
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r
Â

Escala
T L

0 70 140 km
A
fm

Nazaré II
O

SALVADOR
N
A
E
C
O

14000' 14000'
40000' 0 0
38 00' 36 00'

1 2 3 4 5 6 7 8

9 10 11 12 13

Figura 2.1 - Esboço tectônico das regiões nordeste da Bahia e sul de Sergipe com a localização da área do Projeto Bacia
doTucano Sul. Província do São Francisco: 1.Bloco de Jequié; 2.Bloco de Serrinha; 3. Geenstone Belt do Rio
Itapicuru; 4.Cinturões Móveis Salvador-Curaçá (I) e Salvador-Esplanada (II), Província Borborema:5.Faixa de
Dobramentos Sergipana, Bacias Mesozóicas: 6. Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá (Bacias: Jatobá-j, Tucano
Norte-tn, Tucano Central-tc, Tucano Sul-ts, Recôncavo-r); 7. Bacias de Sergipe (I) e Camamu(II), 8.Área do
projeto, 9.Contatos, 10. Cavalgamentos e empurrões, 11. Falhas transcorrentes/transferentes, 12.Falhas
normais, 13.Lineamentos estruturais, avb-Arco do Vaza Barris, ap-Alto de Aporá, lp-Lineamento de
Pernambuco, Falhas:Ibimirim (fib); São Saité (fss); Adustina (fa);Inhambupe (fin); Salvador (fs) e Maragogipe
(fm).Modificado de Magnavita (1992) e Delgado & Pedreira(1995).
390 380
A JATOBÁ
B
BAIXO DE
CÍCERO DANTAS 90
TUCANO
NORTE
TUCANO CENTRAL

100

TUCANO
390 380 0
CENTRAL
11

110

TUCANO SUL
TUCANO
SUL

120

Escala RECÔNCAVO
0 km 12.5 25 Escala
0km 30 60
120 130

390 380

C
OBÁ
JAT

N LEGENDA
TUCANO
NORTE

Área do Projeto
ZT
VB
Bordas falhadas

Direção de extensão
TUCANO
CENTRAL ZTVB Zona de transferência do Vaza-Barris

ZTI Zona de transferência do Itapicuru


110
ZT RRA Rampa de Revezamento de Aporá
I
A
0
TUCANO 5000
0 Profundidade do embasamento em metros
10
SUL

A B
Contorno Bouguer em miligals
RR
Escala 120
0km 30 60
O
AV
C
N
Ô
EC
R

Figura 2.2 - (A) Mapa de profundidade do embasamento nas bacias do Tucano Sul e Central (fonte:
Magnavita, 1992); (B) Mapa Bouguer do rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá (fonte: Magnavita,
1992);(C) arquitetura, direção de abertura e zonas de transferência do rifte .
39° 38°
11° 11°
Jorro

SUB-BACIA TUCANO CENTRAL 4


2

Cipó

3 1

3 3 2

7
1

4
SUB-BACIA TUCANO SUL

Sátiro Dias
7


Serrinha

O
AP
DE 5
TO
AL

Inhambupe 4
4
9
3

5
6 Escala
BACIA RECÔNCAVO NORTE
3
0 6,4 12,8km 3 2
2 10
12° 12°
39° 38°
LEGENDA
1 Fase pós-rifte; 2 Fase sinrifte; 3 Fase pré-rifte; 4 Grupo Estância; 5 Cinturão Móvel
Salvador-Esplanada; 6 Cinturão Móvel Salvador-Curaçá; 7 Bloco de Serrinha; 8 Falha de
Itapicuru; 9 Falha de Inhambupe; 10 Falha Córrego Olho D'Água/Tombador.

Figura 2.3 - Mapa esquemático das unidades tectônicas da área.


3
ESTRATIGRAFIA

Os trabalhos de mapeamento geológico e os dados de poços, gravimétricos e sísmicos de reflexão,


realizados pela Petrobras, serviram de base para a construção da carta estratigráfica e para interpretar os
ambientes e sistemas deposicionais do rifte RTJ na área do projeto (figura 3.1).
Segundo Viana et al. (1971) e Caixeta et al. (1994), o rifte RTJ é constituído pelas seguintes
formações, da base para o topo: Aliança e Sergi, pertencentes ao Grupo Brotas; Itaparica, Água Grande,
Candeias e Maracangalha, pertencentes ao Grupo Santo Amaro; Marfim, Pojuca e Taquipe, componentes do
Grupo Ilhas; São Sebastião e Poço Verde, pertencentes ao Grupo Massacará, Salvador e Marizal. Essas
unidades foram enquadradas por Viana et al. (1971) na Série Bahia, dividida em seis estágios
cronoestratigráficos de abrangência local: Dom João, Rio da Serra, Aratu, Buracica, Jiquiá e Alagoas. À
exceção da Formação Marizal, todas as demais foram definidas na Bacia do Recôncavo e compõem o
Supergrupo Bahia (figuras 3.1 e 3.2).
Neste trabalho procura-se conciliar as unidades formais continentais do rifte RTJ com a estratigrafia
de seqüências. Embora esta ferramenta tenha sido proposta para ser utilizada em seções de origem marinha, é
empregada com sucesso em ambiente continental. No Brasil, a estratigrafia de seqüências aplicada a
ambientes continentais já foi utilizada na fase rifte da Bacia Potiguar, na porção emersa da Bacia Sergipe-
Alagoas, na Bacia do Paraná (Formação Santa Maria) e no rifte RTJ (Asmus & Porto, 1972; Silva H., 1993;
Caixeta et al., 1994, Della Fávera et al., 1994; Ribeiro & Lavina, 1994; Chagas, 1996; 1998).
As principais diferenças entre o desenvolvimento estratigráfico de seções marinhas e riftes
continentais lacustres são as variações na escala de ocorrência dos fatores sedimentológicos, o tempo de
variação do nível da água e o grau de inflüência tectônica. Para Rosendahl & Livingstone (1983), Olsen
(1986) e Scholz & Rosendahl (1988), as variações das litofácies sedimentares em riftes são da ordem de
dezenas de quilômetros, enquanto nos ambientes marinhos são de centenas de quilômetros; as variações do
nível da água nos riftes são mais freqüentes do que nos mares e a variação na amplitude do nivel dos lagos
atuais é bem superior à verificada no nível dos mares de margens passivas.
As rochas sedimentares existentes na área, relacionadas a um ciclo bacinal completo, correspondem
a uma megasseqüência, dividida em quatro tectonosseqüências: pré-rifte (TPRR), sinrifte1 (TSR1), sinrifte2
(TSR2) e pós-rifte (TPOR), compostas de seis tratos de sistemas (ts-I, II, III, IV, V e VI) (figura 3.1). Para
Silva H. (1993), uma tectonosseqüência inclui os depósitos de uma associação de sistemas deposicionais
geneticamente relacionados, aqui considerados como tratos de sistemas, acumulada durante uma fase
tectônica específica da bacia, limitada no topo e na base por descontinuidades regionais. No caso da Bacia do
Tucano Sul essas descontinuidades foram geradas por rebaixamentos do nível do lago e por movimentos
tectônicos.
A tectonosseqüência pré-rifte (TPRR) corresponde ao Grupo Brotas e é composta por um trato de
sistemas de lago alto (ts-I), formado por depósitos lacustres/deltáicos e flúvio-eólicos.
A tectonosseqüência sinrifte1 (TSR1) corresponde aos grupos Santo Amaro, Ilhas e à parte inferior
das formações São Sebastião e Salvador. Compõe-se de três tratos de sistemas, da base para o topo: (1) trato
de sistemas de margem de plataforma (ts-II), constituído por depósitos lacustres e flúvio-eólicos; (2) trato de
sistemas transgressivo (ts-III), composto por depósitos lacustres e de fandeltas subaquáticos; e (3) trato de
sistemas de lago alto (ts-IV), formado por litofácies acumuladas em planícies deltáica e aluvial.
A tectonosseqüência sinrifte2 (TSR2) corresponde à parte superior das formações São Sebastião e
Salvador. É formada por um trato de sistemas de lago baixo (ts-V), composto por depósitos fluviais de médio
e baixo gradientes e de leques aluviais subaéreos.
A tectonosseqüência pós-rifte (TPOR) corresponde à Formação Marizal e é formada por um trato de
sistemas de lago baixo (ts-VI), composto por depósitos de leques aluviais e fluviais.
TRATO SIST.
-

TECTÔNICA

TECTÔNICO
MEGASSE-

SEQUÊNCIA
TECTONOS
QUÊNCIA
IDADE LITO E STRATI G RAF IA
TEMPO

REGIME
AMBIENTES E

TIPO DE
FASE

BACIA
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..
NOMENCLATURA SUPER- GRUPO FORMA- DEPOSICIONAIS

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DA PETROBRAS GRUPO ÇÃO OESTE LESTE
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CENOZÓICO

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A.GRANDE K1ag PLANÍCIE ALUVIAL/

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J3s PLANÍCIE ALUVIAL/
NEOJURÁSSICO

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EÓLICO

ESTIRAMENTO
PRÉ-RIFTE
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ALIANÇA

DOM JOÃO CAPIANGA J3ac


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(J3b)
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PLANÍCIE DELTÁICA/
LACUSTRE
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150
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PALEO-

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ZÓICO

ANO

AFLIGI
CONT./ MARINHO
Paf PLATAFORMA RASA
DOS
290
570
ROZÓICO

ESTÂNCIA NPe
PROTE-
NEO-

PLATAFORMA RASA

1600
PALEOPROTEROZÓICO

BS
Bloco de Serrinha (BS)
ARQUEANO/

Cinturão Móvel Salvador-Curaçá (CSC)


Cinturão Móvel Salvador-Esplanada (CSE) CSE

CSC

Figura3.1 - Carta estratigráfica e aspectos tectono-deposicionais da área do projeto.


FORMAÇÕES SUPERFICIAIS CONTINENTAIS NEOJURÁSSICO
CENOZÓICO FASE PRÉ - RIFTE
QUATERNÁRIO GRUPO BROTAS
Qa Depósitos aluviais: areia, argila e cascalho J3b Indiviso: ritmito (folhelho/siltito) vermelho-tijolo; arenito fino a grosso e níveis subordinados
de conglomerado polimítico.
Qr Coberturas residuais: areia e argila esbranquiçadas, amareladas e avermelhadas Formação Sergi
J3s arenito fino a grosso, conglomerático; conglomerado polimítico e níveis subordinados de
Qd Coberturas detríticas arenosas coluviais pelito.
NEÓGENO Formação Aliança
Plioceno
J3a Indivisa: pelito (folhelho/siltito) vermelho-tijolo, associado com arenito fino a grosso e
GRUPO BARREIRAS conglomerado polimítico.
N2b Indiviso: arenito fino a grosso e conglomerado polimítico sustentado por matriz J3ac Membro Capianga: folhelho vermelho com ocasionais manchas verdes; ritmito de
folhelho e siltito.

J3ab Membro Boipeba: arenito médio, grosso a seixoso; conglomerado polimítico.


BACIA SEDIMENTAR DO TIPO RIFTE-SAG
TUCANO SUL/CENTRAL E RECÔNCAVO NORTE
EMBASAMENTO
MESOZÓICO NEOPROTEROZÓICO
EOCRETÁCEO
Neoaptiano a Eoalbiano FAIXA DE DOBRAMENTOS SERGIPANA
FASE PÓS - RIFTE Npe Grupo Estância - Indiviso: argilito, siltito e arenito fino.

Formação Marizal
ARQUEANO A PALEOPROTEROZÓICO
K1m
arenito fino a grosso, bem e mal selecionado; conglomerado polimítico e ritmito
(folhelho/siltito/silexito) BLOCO DE SERRINHA

Berriasiano a Eoaptiano PPri Greenstone Belt do Rio Itapicuru-Indiviso: unidades Sedimentar, Vulcânica Félsica e
FASE SINRIFTE Vulcânica Máfica

GRUPO MASSACARÁ
Formação São Sebastião MAsl Complexo Santa Luz: ortognaisses migmatíticos
K1ss(s) Superior: arenito fino e médio, bem selecionados; arenito médio, grosso a conglomerático,
mal selecionados; conglomerado polimítico e pelito subordinados CINTURÃO MÓVEL SALVADOR-CURAÇÁ

NAc Complexo Caraíba: ortognaisses granulíticos

K1ss(i) Inferior (Unidade Umburana): arenito fino e médio, bem selecionados, fluidizados, às vêzes
bimodais; arenito grosso a conglomerático, mal selecionado, feldspático; conglomerado CINTURÃO MÓVEL SALVADOR-ESPLANADA
polimítico e ritmito (folhelho e siltito) com ondulação cavalgante
PP t Suíte Teotônio/Pela-Porco: rochas granitóides intrusivas
GRUPO ILHAS
Indiviso: alternância de arenito fino e médio, bem selecionados, com estratificação APgl Complexo Granulítico
K1is
sigmoidal; siltito com ondulação cavalgante e folhelho. Rocha carbonática e conglomerado
ocorrem subordinadamente MAgm Complexo Gnáissico-Migmatítico

GRUPO SANTO AMARO


Formação Candeias
K1c pelito (folhelho e siltito) verde, cinza-esverdeado, cinza-escuro e avermelhado, associado
com carbonato castanho, cinza e creme, às vezes ostracoidal, e arenito fino e médio

Figura 3.2 - Coluna estratigráfrica da área


EMBASAMENTO

Arqueano a Paleoproterozóico

3.1 Bloco de Serrinha

Corresponde a um segmento de crosta intermediária de natureza granito-greenstone, evoluida desde


o Arqueano (Complexo Santa Luz) até o Paleoproterozóico (Greenstone Belt do Rio Itapicuru), consolidado
ao final do Ciclo Transamazônico, quando ocorreram diversas intrusões de rochas granitóides (Ramos et al.,
1999) não individualizadas neste trabalho. Aflora na parte ocidental da área, limitado a oeste pelo Cinturão
Móvel Salvador-Curaçá e a leste pelas rochas sedimentares do rifte RTJ (figuras 2.3, 3.3 e anexo I).
O Complexo Santa Luz, considerado o embasamento do Greenstone Belt do Rio Itapicuru, distribui-
se segundo uma direção geral norte-sul, constituído de ortognaisse migmatítico, fino a médio, de composição
tonalítica a granodiorítica, com bandas ricas em hornblenda-biotita e veios leucossomáticos de composição
granítica. São comuns as intercalações de rochas supracrustais (biotita-gnaisse bandado, gnaisse aluminoso,
rocha calcissilicática) e anfibolito.
O Greenstone Belt do Rio Itapicuru está restrito a três faixas estreitas, orientadas leste-oeste e
noroeste-sudeste (figura 3.3 e anexo I), localizadas nos arredores e a norte da cidade de Araci. Trata-se de
um conjunto de rochas metavulcanossedimentares com mineralizações auríferas associadas, agrupadas por
Silva, M. (1984) nas unidades: (i) Vulcânica Máfica, basal, composta de metabasalto toleítico, tufo máfico,
brecha de fluxo, formações ferríferas, chert e filito grafitoso; (ii) Vulcânica Félsica, constituída de andesito e
dacito, lava piroclástica e vulcânica epiclástica, com intercalações de rochas sedimentares químico-pelíticas;
e (iii) Metassedimentar, superior, formada de metarenito (subarcóseo a arcóseo), metaconglomerado,
metassiltito, filito carbonoso, chert e formações ferríferas e manganesíferas. Essas três unidades não foram
individualizadas neste trabalho. Esse conjunto de rochas foi afetado por um metamorfismo em fácies xisto-
verde, com faixas mais deformadas e zonas de contato com corpos intrusivos, onde o metamorfismo atingiu
as fácies anfibolito e hornblenda-hornfelse.
Rochas intrusivas sin a pós-tectônicas não diferenciadas e englobadas nos conjuntos anteriores,
afloram nas regiões de Teofilândia, Araci e no extremo sul da área. Esses corpos intrusivos correspondem
principalmente a domos graníticos/granodioríticos com enclaves máficos.

3.2 Cinturão Móvel Salvador-Curaçá

Estende-se desde a cidade de Nazaré, a sul, até o rio São Francisco, a norte (figura 2.1). Trata-se de
um cinturão de cisalhamento dúctil, com evolução paleoproterozóica, constituído por rochas metamórficas
de alto grau (fácies granulito/anfibolito), agrupadas na Suíte São José do Jacuípe e nos complexos Tanque
Novo-Ipirá e Caraíba (Teixeira & Melo,1990; Melo et al., 1992). Dessas unidades, apenas o Complexo
Caraíba aflora na área, em seu extremo sudoeste, limitado a leste com o Complexo Santa Luz. É composto
por ortognaisses granulíticos de composição tonalítico-trondhjemítico-granodiorítica e por corpos
lenticulares de rochas gabro-dioríticas (Melo et al., 1995) (figura 3.3 e anexo I).
Corpos intrusivos não diferenciados, de biotita granodiorito gnaissificado e de biotita-hornblenda-
augen gnaisse, de composição monzonítica a quartzomonzonítica, ocorrem associados ao Complexo Caraíba.

3.3 Cinturão Móvel Salvador-Esplanada

Estende-se segundo a direção nordeste-sudoeste, desde a cidade de Salvador, até a altura do paralelo
de 11°00’(figura 2.1). Na área do projeto ocorre no quadrante sudeste, limitado a oeste pelas rochas
sedimentares da Bacia do Tucano e a sul pelas unidades da Bacia do Recôncavo. É formado por gnaisse e
migmatito de médio e alto graus metamórficos e por granitóide, de idades arqueanas a paleoproterozóicas,
agrupados nos complexos Gnáissico-Migmatítico e Granulítico e na Suíte Intrusiva Teotônio/Pela Porco
(figura 3.3 e anexo I).
O Complexo Gnáissico-Migmatítico é constituído de: (i) biotita ortognaisse, às vezes migmatítico,
de composição monzonítica a granodiorítica, com porfiroclastos de feldspato potássico, cisalhado, quase
sempre milonitizado, distribuído por uma faixa de 10 a 12km de largura, denominada por Oliveira Júnior
(1990) de Zona de Cisalhamento Aporá-Itamira; (ii) biotita gnaisse migmatítico de composição granítico-
granodiorítica, com alguns corpos de anfibolito e de quartzito associados; (iii) ortognaisse de composição
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LEGENDA
NPe Grupo Estância indiviso PPyt Suíte Teotônio/Pela-Porco ESCALA
0 6,4 12,8km
PPri Greenstone Belt do Rio Itapicuru APgl Complexo Granulítico

MAsl Complexo Santa Luz MAgm Complexo Gnáissico-Migmatítico

NAc Complexo Caraíba

Figura 3.3 - Distribuição geográfica das unidades do embasamento.


o tonalítico-granodiorítica, às vezes milonitizado, com migmatização incipiente, associado a corpos de
gabro/anfibolito. São intrudidos por rochas granitóides de composição sieno-monzogranítica.
O Complexo Granulítico compreende: (i) ortognaisse charnoenderbítico a charnoquítico, associado
com corpos lenticulares de gabronorito e de biotita gnaisse migmatizado; (ii) gnaisse kinzigítico com
paragênese mineral de quartzo, feldspatos, biotita, cordierita, granada e silimanita; (iii) rocha calcissilicática
e níveis subordinados e pouco espessos de quartzito.
A Suíte Intrusiva Teotônio/Pela-Porco corresponde a rochas granitóides, provavelmente
paleoproterozóicas, de composição sieno a monzogranítica, granodiorítica e tonalítica (Oliveira Júnior,
1990).
As deformações acontecidas no Cinturão Móvel Salvador-Esplanada, de forma idêntica às
registradas no Cinturão Móvel Salvador-Curaçá, são atribuídas ao Ciclo Transamazônico e estão
relacionadas a um evento metamórfico de fácies granulito, acompanhado de fenômenos retrometamórficos às
fácies anfibolito e até xisto-verde (Oliveira Júnior, 1990).

Neoproterozóico

3.4 Grupo Estância

Representa a parte meridional da Faixa de Dobramentos Sergipana (figura 2.1) e compõe-se de


associações de litofácies psamo-pelíto-carbonáticas de idade neoproterozóica, agrupadas nas formações
Juetê, Acauã e Lagarto. A Formação Palmares, até aqui considerada o topo dessa seqüência, é hoje
interpretada como constituínte de uma bacia de antepaís (Silva, L. et al., em preparação), gerada no período
Neoproterozóico III, entre 590 e 540Ma.
As formações Juetê, Acauã e Lagarto, não individualizadas neste trabalho, ocorrem nas partes
nordeste, leste, sudeste e noroeste da área (figura 3.3), constituídas por arenito fluvial com intercalações de
pelito (Formação Juetê); calcário, às vezes oolítico e com estrutura estromatolítica, dolomito e pelito,
depositados em ambiente marinho raso (Formação Acauã); e argilito, siltito e arenito fino, depositados em
ambiente marinho raso (Formação Lagarto) (Silva Filho et al., 1978; Saes & Vilas Boas, 1986 e Santos et al.,
1998).

BACIA SEDIMENTAR DO TIPO RIFTE-SAG

Mesozóico

Neojurássico

3.5 Fase Tectônica Pré-rifte (Tectonosseqüência Pré-rifte – TPRR)

Corresponde à tectonosseqüência pré-rifte (TPRR), base do Supergrupo Bahia, relacionada a um


trato de sistemas de lago alto (ts-I). Esse trato é composto pelas formações Aliança (dividida nos membros
Boipeba e Capianga) e Sergi (figura 3.4A). A Formação Afligidos, de idade permiana, embora tenha sido
representada na figura 3.1, foi incorporada no mapa à Formação Aliança, em função da sua pequena
espessura, da restrita área de ocorrência e da sua semelhança com aqueles depósitos. O único afloramento
representativo dessa formação na área, ocorre na BR-116, 6km a sul da cidade de Araci.
A espessura da tectonosseqüência TPRR varia de 1.100m na Bacia do Recôncavo a 300m na Bacia
de Jatobá (Magnavita & Rocha, 1996). Na área, a sua espessura máxima é de 570m, baseada em perfis de
poços e os seus limites são discordantes na base e no topo, respectivamente, com as unidades do
embasamento e com os depósitos sin e pós-rifte.
Os depósitos da unidade afloram: (i) ao longo de toda a borda ocidental da Sub-bacia do Tucano Sul,
limitados a oeste pelos terrenos mais antigos do Bloco de Serrinha e a leste pelas rochas sedimentares da fase
tectônica sinrifte; e (ii) na parte sudeste da área – extremo norte da Bacia do Recôncavo – limitados a norte e
a sul, respectivamente, pelas rochas do Cinturão Móvel Salvador-Esplanada e pelos depósitos da fase
tectônica sinrifte (figuras 2.3 e 3.4A) (fotos 3.1, 3.2 e 3.3).
Trinta e cinco medidas de paleocorrentes foram obtidas em estratos cruzados tabulares e acanalados
das litofácies de arenito e conglomerado dessa unidade. Essas medidas, embora insuficientes, associadas ao
aumento da espessura da tectonosseqüência de norte para sul e aos dados de proveniência obtidos por
Gontijo (1988) para os arenitos da Formação Sergi, topo do trato de sistemas de lago alto (ts-I), permitem
Tecto- Trato Associação
Perfil nosse-
MAPA GEOLÓGICO SIMPLIFICADO DO TRATO DE SISTEMAS (ts-I) Gráfico- .. de de Características Interpretação
quên- sistemas litofácies
39º (A) 38º Sedimentar cia
11º
JORRO
RIBEIRA DO
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Arenitos Estratificação cruzada tabular e Fluxos em lençol e canalizados com


CIPÓ
acanalada de pequeno e grande migração de dunas 2D e 3D através de
portes. Estratificação planoparalela, canais curvos e entrelaçados e
gradação normal, bioturbação, marcas depósitos de extravasamento

FORMAÇÃO SERGI
onduladas, madeira fossilizada.

MÁXIMA - 289 m
TOBIAS subaquáticos com retrabalhamento
BARRETO
eólico.
NOVA
SOURE
ITAPICURU Folhelhos/siltitos Laminados, com gretas de Depósitos formados por acreção
F3 ressecamento, ondulação cavalgante, vertical em planícies de inundação e
ARACI
OLINDINA estruturas de corte e presença de por transbordamento de canais
matéria orgânica e vegetal. (subordinados).
F2

ESP.
Migração de dunas 2D e 3D formando
barras em pontal.
TEOFILÂNDIA
CRISÓPOLIS
Conglomerados Gradação normal, estratificação
cruzada tabular e acanalada, de
pequeno e médio portes.
BR-116

ts - I (Lago Alto)
SÁTIRO DIAS
BIRITINGA
SI
APORÁ
SERRINHA
ACAJUTIBA
Folhelhos/siltitos Laminados, maciços e placosos, gretas Depósitos lacustres formados por
de ressecamento, estrutura lenticular, mecanismos de suspensão,por
ondulação cavalgante. extravasamento de canais

TPRR
ESP. MÁXIMA - 116 m
subaquáticos e por correntes de
INHAMBUPE
LAMARÃO
Calcilutitos Laminados, maciços. turbidez de baixa concentração.

CAPIANGA
Arenitos Estratificação cruzada acanalada, Migração de dunas 2D e 3D através de
ÁGUA FRIA
tabular, sigmoidal, estratificação canais curvos e depósitos de
paralela irregular, lenticular, ondulação extravasamento subaquáticos.
ALIANÇA

0 6,4 12,8km
ENTRE RIOS cavalgante.
SANTA
BÁRBARA
Conglomerados Gradação normal Fluxos canalizados
F1
12º
Arenitos Às vezes bimodais com estratificação Migração de dunas 2D e 3D através de
LEGENDA DO MAPA E PERFIL c r u z a d a a c a n a l a d a e t a b u l a r, canais fluviais curvos e entrelaçados
SI Superfície de inundação
estratificação plano-paralela, com retrabalhamento eólico.
Formação Sergi fragmentos de argila.
D1 Discordância
Nível de base do lago
Formação Aliança
(Capianga) F1 Fotografia
ts I Conglomerados Gradação normal, suportado pela Fluxos de detritos não-coesivos,
ESP. MÁXIMA - 165 m

Alto
Formação Aliança Paleocorrente matriz e clasto. canalizados.
FORMAÇÃO

(Boipeba)
BOIPEBA

Arenitos
Folhelhos/siltitos Laminação planoparalela e ondulações Depósitos formados por acreção
Conglomerados Baixo cavalgantes. vertical devido a extravasamento de
Tempo canais subaquáticos e a
Carbonatos transbordamentos periódicos

(C) D1
Folhelhos e siltitos
(B)

.. ..
Figura 3.4 -Distribuição geográfica ( A ),estratigrafia, sedimentologia ( B )e nível de base do lago ( C ) da tectonossequência pré-rifte (TPRR).
Foto 3.1 - Contato discordante, angular e erosivo, entre gnaisses migmatíticos, à esquerda da
foto e pelito e arenito vermelho-tijolo, à direita e acima, da Formação Aliança. Setas mostram
a discordância. BA-084, 14km a sul de Água Fria.

Foto 3.2 - Pelito vermelho-tijolo com ondulação cavalgante, alternado com camadas de arenito fino
castanho-avermelhado de topo plano e base irregular. O afloramento está organizado em ciclos
granocrescentes para o topo (Formação Aliança). BR-116, 7,5km a norte de Teofilândia.
Foto 3.1 - Contato discordante, angular e erosivo, entre gnaisses migmatíticos, à esquerda da
foto e pelito e arenito vermelho-tijolo, à direita e acima, da Formação Aliança. Setas mostram
a discordância. BA-084, 14km a sul de Água Fria.

Foto 3.2 - Pelito vermelho-tijolo com ondulação cavalgante, alternado com camadas de arenito fino
castanho-avermelhado de topo plano e base irregular. O afloramento está organizado em ciclos
granocrescentes para o topo (Formação Aliança). BR-116, 7,5km a norte de Teofilândia.
Foto 3.3 – Arcóseo grosso, sub-maturo, mal selecionado, com grânulos e seixos dispersos de
composições variadas. Notar a organização das litofácies em conjuntos de estratos cruzados
tabulares e acanalados, separados por superfícies de descontinuidade (Formação Sergi).
Estrada Arací-Quererá, 10km a leste de Araci.

Foto 3.4 – Camadas de arenito fino, castanho, com estratificação ondulada e ondulação
cavalgante. Na parte superior da foto o banco de arenito dá lugar a um ritmito do arenito fino e
pelito (Formação Candeias). BA-233, Estrada Biritinga – Serrinha, 4 km a oeste de Biritinga.
Foto 3.3 – Arcóseo grosso, sub-maturo, mal selecionado, com grânulos e seixos dispersos de
composições variadas. Notar a organização das litofácies em conjuntos de estratos cruzados
tabulares e acanalados, separados por superfícies de descontinuidade (Formação Sergi).
Estrada Arací-Quererá, 10km a leste de Araci.

Foto 3.4 – Camadas de arenito fino, castanho, com estratificação ondulada e ondulação
cavalgante. Na parte superior da foto o banco de arenito dá lugar a um ritmito do arenito fino e
pelito (Formação Candeias). BA-233, Estrada Biritinga – Serrinha, 4 km a oeste de Biritinga.
sugerir áreas-fontes situadas a norte e oeste da área, para os sedimentos que preencheram a bacia nessa fase
(figura 3.4A).

3.5.1 Trato de Sistemas de Lago Alto (ts-I)

Acumulou-se durante o andar Dom João, sob condições de clima árido e seco (Gontijo,1988; Caixeta
et al., 1994). Está limitado internamente por contatos gradacionais e interdigitados, sugerindo que as rochas
que o compõem pertencem a uma suite de litofácies geneticamente relacionadas (figuras 3.1 e 3.4).
As rochas que compõem esse trato de sistemas são:
1) Folhelho, siltito e argilito vermelho-tijolo - localmente listrados de branco - marrom, arroxeado e cinza-
esverdeados, calcíferos, às vezes micáceos, com intercalações de silexito e calcilutito. Essas litofácies se
acumularam em lago raso e em planície deltáica e estão organizadas em finos estratos rítmicos, tabulares e
lenticulares;
2) Arenito muito fino a médio castanho-avermelhado, cinza-esverdeado e esbranquiçado, bem selecionado,
às vezes bimodal, friável, composto de quartzo predominantemente hialino e minerais micáceos e argilosos.
Localmente ocorrem fragmentos angulares e discóides de argila esverdeada. Esta litofácies apresenta-se em
estratos tabulares e lenticulares, direcionados preferencialmente para os quadrantes S, SE e SW;
3) Arenito (arcóseo/subarcóseo/sublitoarenito) médio a muito grosso avermelhado, esbranquiçado e
acinzentado, mal selecionado, friável e poroso, com concentração de clastos na base das camadas. Constitui-
se de grãos de quartzo subangulares a subarredondados, de minerais argilosos, caolínicos, calcíferos e de
fragmentos de feldspatos, de rocha granitóide, de metabasito, silexito e calcário. Organiza-se em conjuntos
de estratos lenticulares e tabulares, limitados por superfícies de descontinuidade locais, formando ciclos
granodecrescentes no sentido do topo (finning-upward), que compõem sucessões maiores granocrescentes
neste sentido (coarsening-upward). A polaridade dos seus estratos cruzados aponta para os quadrantes SE, E
e NE;
4) Arenito fino a grosso avermelhado e amarelado, bem selecionado, bimodal, maturo, friável e poroso,
constituído de quartzo (até 85% do volume total da rocha), feldspatos e fragmentos de rochas, cimentados
por material silicoso ou calcítico. Este arenito ocorre principalmente na parte superior do trato ts-I, tem
paleocorrentes que apontam para os quadrantes NE e SE e é interpretado como derivado de sistemas flúvio-
deltáicos retrabalhados parcialmente pelo vento. As paleocorrentes e mais a composição do arenito, sugerem
área-fonte derivada de terrenos de natureza granítico-granulítica, comuns nas unidades do Bloco de Serrinha
e do Cinturão Movel Salvador-Curaçá;
5) Conglomerado suportado pela matriz e pelo clasto, imaturo, polimítico (clastos de tamanhos variados -
grânulos a calhaus - de quartzo, chert, feldspatos, rocha granitóide, metabasito, quartzito, calcário e
fragmentos de pelito). Os clastos variam de bem arredondados, normalmente os mais resistentes (quartzo,
quartzito, chert), a angulares (os demais) e a matriz é arenosa a areno-argilosa, média e grossa, às vezes lítica
a grauváquica, mal selecionada, cinza, esbranquiçada, avermelhada e castanho-amarelada. A presença de
clastos arredondados e angulares juntos, indica que os primeiros foram reciclados e retrabalhados antes da
deposição final e os últimos sofreram transporte e deposição rápidos, a partir de uma fonte próxima, em um
único ciclo deposicional. Interpreta-se esse conglomerado como derivado de sistemas flúvio-deltáicos.
O trato de sistemas de lago alto (ts-I), mostra uma sucessão que fica mais rasa no sentido do topo
(shallowing-upward), organizada verticalmente com arenito e pelito de planície deltáica, sucedidos por pelito
e arenito lacustres e por arenito e conglomerado flúvio-eólicos. Os depósitos eólicos dominam no topo do
trato e atestam a discordância desse conjunto com a tectonosseqüência superior. Tal sucessão reflete um
aumento gradativo do espaço disponível para sedimentação, seguido de diminuição desse espaço em
decorrência da queda progressiva do nível de base do lago (figura 3.4 B,C).

Eocretáceo

3.6 Fase Tectônica Sinrifte

É constituída de dois estágios evolutivos principais: o primeiro no Meso-Rio da Serra, durante uma
época de bacia faminta e o segundo no Eojiquiá (Wermund et al, 1976; Szatmari et al., 1984, 1985; Milani,
1987; Milani & Davison, 1988). Esses estágios tectônicos são representados na área, respectivamente, pelas
tectonosseqüências sinrifte1 (TSR1) e sinrifte2 (TSR2), limitadas entre si por discordância do tipo 1 e
separadas da inferior e superior por discordâncias dos tipos 2 e 1 (figuras 3.1, 3.5 B e 3.6)
Perfil Tecto- Trato
Associação
MAPA GEOLÓGICO SIMPLIFICADO DOS TRATOS DE SISTEMAS Gráfico - nosse-
.. de de Características Interpretação
(ts- II, III, IV eV) Sedimentar quên- sistemas
litofácies
(A) cia

S. Seb.

2 5 8 0m
Migração de dunas 2D e 3D, fluxos torrenciais

T SR-2

baixo)
(sup.)
Arenitos

(l a g o
Estratificação cruzada tabular e acanalada,

ts V
JORRO
JORRO
Conglomerados ciclos granodecrescentes para o topo. canalizados e em lençol, depósitos de
RIBEIRA DO
RIBEIRA DO
AMPARO
AMPARO inundações episódicas e de retrabalhamento
Folhelhos/siltitos eólico.
D1
CIPÓ
CIPÓ Arenitos Carbonosos, estratificação cruzada tabular, Migração de dunas 2D e 3D,em canais
F10,11 acanalada, fluidização, estratificação plano- entrelaçados e curvos, depósitos de planície
paralela, escamas de peixe, gradação aluvial formados por acreção vertical,

3.151m
Grupo Ilhas/ F. S. Sebastião inferior
normal. depósitos de enxurradas e depósitos eólicos.
F7 TOBIAS
TOBIAS Conglomerados Sustentados por matriz com estratificação
BARRETO
BARRETO cruzada acanalada, gradação normal.
NOVA
NOVA
Folhelhos/siltitos Ondulação cavalgante
SOURE
SOURE Carvão Traços

ts IV (lago alto)
ITAPICURU
ITAPICURU
Arenitos Estratificação cruzada tabular, acanalada, Depósitos de planície deltáica formados pela
ARACI F6,8,9 sigmoidal, estratificação planoparalela, migração de dunas 2D e 3D, pelo

esp. máxima 3.990m


OLINDINA
OLINDINA fluidização, ondulação cavalgante e marcas extravasamento de canais distributários, por
onduladas, queda de grãos. fluxos em suspensão, por correntes de
turbidez de alta e baixa concentração e por
Folhelhos/siltitos Laminados/placosos,carbonosos,ondulação fluxos gravitacionais.
cavalgante, fossiliferos.
TEOFILÂNDIA
TEOFILÂNDIA Carbonatos .Maciços e estratificados, fossilíferos
CRISÓPOLIS
CRISÓPOLIS (ostracodes)

Conglomerados Gradação normal/inversa.Às vezes


BR-116

pisolíticos.
BIRITINGA SÁTIRO DIAS
SÁTIRO DIAS
BIRITINGA

F4 SI Carvão Traços
APORÁ
APORÁ

T SR-1
SERRINHA
SERRINHA ACAJUTIBA
ACAJUTIBA Folhelhos/siltitos Cinza - escuro, pretos, orgânicos, Depósitos lacustres formados por
laminados/placosos / maciços, fossilíferos, mecanismos de suspensão ,por
ondulações cavalgantes extravasamento de canais subaquáticos, por

ts III (transgressivo)
esp. máxima 1.378m
correntes de turbidez de alta e baixa

Formação Candeias
. concentração e por fluxos canalizados
INHAMBUPE
INHAMBUPE
LAMARÃO
LAMARÃO
Carbonatos Estratificados e maçicos, calcareníticos e subaquáticos e fluxos fluidizados.
calcilutíticos, ostracoidais e oolíticos

ÁGUA FRIA
ÁGUA FRIA

0 6,4 12,8km
Arenitos Com ondulações cavalgantes, estratificação
ENTRE
ENTRERIOS
RIOS planoparalela, cruzada tabular, às vezes
SANTA
SANTA bioturbados
BÁRBARA
BÁRBARA
F5
Carvão Camadas finas esparsas
Nível de base do Lago
ST
Gde.

LEGENDA DO MAPA E PERFIL


F. A.

ts IV Arenitos Com estratificação cruzada tabular e Fluxos em lençol e canalizados com migração
27m

Alto ts III acanalada, estratificação paralela e maciços. de dunas 2D e 3D e retrabalhamento eólico.


Formação São Sebastião Superior não aflorante
Ciclos granodecrescentes para o topo.

Formação São Sebastião Inferior (lago baixo) Folhelhos/siltitos Laminados/placosos/maciços,algo Depósitos lacustres e de planície de
ts II
F .Itaparica

carbonosos; inundação formados por mecanismos de


Grupo Ilhas suspensão, por extravasamento e por fluxos
Baixo ts II Carbonatos Com níveis de ostracodes. canalizados
5 4m

ts V
Formação Candeias (C) Tempo Arenitos Finos, muito finos
D2
Conglomerados (B)
Arenitos

Folhelhos e siltitos SI Superfície de inundação


ST Superfície transgressiva
Carbonatos D1,D2 Discordâncias

..
Figura 3.5 -Distribuição geográfica ( A ),estratigrafia, sedimentologia ( B ) e nível de base do lago ( C ) das tectonossequências sinrifte1 (TSR1) e sinrifte2 (TSR2).
A 39º C 38º
11º

EM
FQ-1 FQ-2 FQL-1 RC-2 RPST-1 QLST-1
B. TUCANO CENTRAL

BA
E
W

SA
M
EN
TO
1 R1
TS

CL-2
FI
PAL-2 FMP-1
W E

B. TUCANO SUL
2

BI CPE-1 QE-3 FPO-1 BRN-1


TSR1
W MOST-1
E
3 RÁ

EMBASAMENTO
O
AP
DE
TO
AL

IN
SF
R1
TS

1
TSR
QP-1 PIST-1 CF-1 SV-2
W LJ-1 IN-1
E B. RECÔNCAVO
4 12º

FCI-1 VI-1 VI-2


W FMT-2 LS-1
E
5 39º D 38º
11º

EM
B. TUCANO CENTRAL

BA
SA
ME
NT
O
CNS-1 O-3 FAF-3
Escala Vertical R2
W E
0km 2,5 5,0 TS
6 FI

TSR2
B. TUCANO SUL
CNS-1 FCI-1 JC-1 PIST-1 CPE-1 PAL-2 FQ-1 UB-2 MC-1
S N

Á
EMBASAMENTO

OR
7

AP
DE
O-3 OST-1 VI-2 SV-2 FPO-1 FMP-1 RC-2 MDS-1

IN

TO
S N

TSR2
SF

AL
8
B. RECÔNCAVO
12º
FAF-3 SM-1 FMT-2 LB-1 IN-1 BRN-1 CL-2 QLST-1
S
N

9 LEGENDA

B FQ-1
39º 38º
MC 11º Poços (Petrobrás)
B. TUCANO CENTRAL
MDS Jiquiá
UB Buracica
QLST
RPST Aratu
FQ-1 FQL
1 RC
FQ-2 Rio da Serra
FI
Quebra de Plataforma,flexura do embasamento
B. TUCANO SUL
ou degrau de falha
FMP CL Falha extensional
PAL
MOST Falha de transferência
FPO
2 QE Limite da sedimentação no estágio Jiquiá
CPE
Paleofluxos dos sedimentos
BI BRN ..
3 Tectonossequência sinrifte -1 (estágios R.Serra,
Á

TSR1
OR

QP PIST SV
4 Aratu,Buracica)
AP

IN
CF ..
DE

JC LJ TSR2 Tectonossequência sinrifte -2 (estágio Jiquiá)


IN

TO
SF

FI Falha do Itapicurú
AL

FCI VI
FMT LB SFIN Sistema de falhas de Inhambupe
Escala 5
0km 8 16
OST SM LS B. RECÔNCAVO
6 CNS
O FAF 12º
7 8 9

Figura 3.6 - (A) Perfis de poços mostrando a variação das espessuras dos sedimentos nas sub - bacias do Tucano Sul e
Central durante a fase sinrifte, (B) Mapa de localização dos poços, (C) Paleofluxo dos sedimentos nos estágios
Rio da Serra, Aratu e Buracica, (D) Paleofluxo dos sedimentos no estágio Jiquiá.
Duas bacias, com comportamentos tectonossedimentares distintos, se formaram durante essa fase
tectônica: (1) a Bacia do Tucano Sul/Central, que se espessa de sul para norte durante o estágio tectônico
TSR1 e de norte para sul no intervalo TSR2 e apresenta medidas direcionais, respectivamente de W/SW para
E/NE e de N/NW para S/SE; e (2) a Bacia do Recôncavo com paleofluxos de N e W para S e E no estágio
TSR1 e de N para S no intervalo TSR2 (figura 3.6 C,D).
Os sedimentos acumulados nessas bacias fluiram das terras altas para as depressões através de paleo-
drenagens axiais e transversais aos depocentros das bacias, oriundas das suas margens flexural e falhada
(figura 3.7).

3.6.1 Tectonosseqüência Sinrifte1 (TSR1)

É formada pelos tratos de sistemas: (i) de margem de plataforma ts-II, correspondente às formações
Itaparica e Água Grande, constituídas de pelito e arenito; (ii) transgressivo ts-III, correspondente à formação
Candeias, composta de pelito com intercalações de arenito, carbonato e traços de carvão e, à metade inferior
da Formação Salvador, constituída essencialmente de conglomerado; e (iii) de lago alto ts-IV, representado
por arenito e pelito do Grupo Ilhas indiviso, com níveis subordinados de carbonato, conglomerado e carvão,
pela parte inferior da Formação São Sebastião, composta de arenito, conglomerado e de níveis subordinados
de pelito e traços de carvão e pela parte intermediária da Formação Salvador, conglomerática (figura 3.5B).
O ts-II e a Formação Salvador não afloram na área. As demais unidades ocorrem continuamente em
toda a faixa centro-ocidental da Bacia do Tucano Sul/Central, limitadas a oeste pela tectonosseqüência TPRR
e a leste pelas tectonosseqüências TSR2 e TPOR. Ocorrem também no extremo sudeste da área (Bacia do
Recôncavo), limitadas a norte pela tectonosseqüência TPRR e projetadas para sul além dos limites do projeto
(figura 3.5A). A espessura desse conjunto ultrapassa 9.000m no Baixo Estrutural de Cícero Dantas,
localizado na Sub-bacia do Tucano Central (Milani, 1987 e Magnavita, 1992). Perfis de poços e sísmicos
mostram que essas unidades se espessam a partir da borda flexural para a borda falhada, onde se localizam os
principais depocentros das bacias (figura 3.6A) e para onde fluiam os principais sistemas de paleodrenagens,
oriundos das terras altas adjacentes. As regiões próximas à borda falhada contribuíram de forma subordinada
para o preenchimento dessas bacias, através de processos de fluxos gravitacionais transportando detritos
grosseiros e acumulando-os ao longo das margens escarpadas.
Na TSR1 foram feitas trinta e seis medidas de paleocorrentes em estratos cruzados tabulares e
acanalados das litofácies de arenito e conglomerado, sendo vinte e uma no Grupo Ilhas, oito na Formação
Candeias e sete na Formação São Sebastião inferior. As direções desses paleofluxos na Bacia do Tucano
estão orientadas, no geral, para E, SE e NE, enquanto na Bacia do Recôncavo os mesmos estão direcionados
para SE e SW, compatíveis com o aumento da espessura da tectonosseqüência nessas bacias, nesses sentidos,
(figuras 3.5A e 3.6A,C). Esses dados permitem sugerir a existência de duas áreas-fontes principais para os
sedimentos que se acumularam na bacia: uma situada a oes-sudoeste da Bacia do Tucano, representada pelas
rochas do Bloco de Serrinha e Cinturão Móvel Salvador-Curaçá, responsável pelos detritos que fluiam para
E/NE e outra área-fonte localizada a norte da Bacia do Recôncavo, coincidente com a Rampa de
Revezamento de Aporá (Cinturão Móvel Salvador-Esplanada), com polaridade sedimentar dirigida para
S/SE, ortogonal ou contrária à anterior.

3.6.1.1 Trato de Sistemas de Margem de Plataforma (ts-II)

As unidades desse trato foram identificadas apenas em subsuperfície na parte sul da área. Trata-se
dos depósitos inferiores da fase tectônica sinrifte, acumulados possivelmente em lagos rasos e restritos no
início do Andar Rio da Serra, sob condições de clima úmido e semi-árido, indicado por seus tipos litológicos
(figura 3.5B).
A espessura máxima do ts-II, medida em poços, é de 81m. Está limitado na base com a
tectonosseqüência pré-rifte, por uma discordância do tipo 2 e no topo com o trato de sistemas ts-III, através
de uma superfície transgressiva.
As descrições das litofácies desse trato basearam-se nos perfis de poços e em Silva, H. (1993) e são
as seguintes: (1) folhelho e siltito verde-claro, marrom, cinza-oliva, cinza-arroxeados e avermelhados, às
vezes micáceos, calcíferos e carbonosos, com intercalações de arenito muito fino e fino cinza-esverdeados,
cinza-escuro e castanho e calcarenito cinza e creme. O arenito é calcífero e tem restos de vegetais e conchas.
O calcarenito tem níveis de ostracodes e camadas centimétricas de calcita fibrosa; (2) arenito médio e grosso
(quartzo-arenito, subarcóseo) cinza-claro, branco e amarelados, mal selecionados, friáveis, porosos e
permeáveis, compostos de grãos de quartzo, argila e, às vezes, fragmentos de folhelho e siltito, depositados
N LEGENDA

Paleofluxos dos sedimentos no


estágio Jiquiá.

P a leofluxos do s sedimentos
durante os estágios R. Serra, Aratu
e Buracica.

Paleofluxos dos sedimentos nos


e st ágio s R . Serr a a J iquiá
(margens falhadas) .

RRA Rampa de Revezamento de Aporá.

Área do Projeto.

Borda falhada

Conglomerados

38º
11º
ll
a
Footw

39 º
ll
g wa
n gi n
Ha
l

12º
Hangingwal

RRA

ll a
Footw

Figura 3.7 Bloco diagrama esquemático mostrando os principais depocentros e os sentidos de


paleofluxos dos sedimentos no rifte.
através de sistema fluvial. No sentido do topo estas litofácies gradam para arenito médio e fino cinza-claro e
branco, bem selecionados, às vezes bimodais, porosos, friáveis, argilosos, com estratificação cruzada tabular
e acanalada de médio e grande portes, originados do retrabalhamento eólico das rochas pré-existentes
(Caixeta et al.,1994).
O comportamento deposicional do ts-II, restrito aos limites do rifte, diferente da tectonosseqüência
anterior que extravasa a fossa tectônica, aliado às descontinuidades erosivas e regionais com as unidades
inferior e superior (Silva, H., 1993), permitem sugerir que esse trato de sistemas se instalou no início do
rifteamento, quando a região começava a sofrer mudanças tectônicas e climáticas importantes.
O ts-II corresponde a um ciclo de sedimentação que fica mais raso no sentido do topo (shallowing-
upward). A parte inferior desse ciclo é representada por pelito, arenito fino e carbonato, lacustre e de planície
de inundação. Essas litofácies são sucedidas por arenito, depositado por sistema fluvial (meandrante e
entrelaçado), que culminam com arenito eólico. Tal sucessão indica que depósitos fluviais invadiram um
ambiente lacustre e que houve um incremento nas condições climáticas áridas para o topo do trato (figura 3.5
B, C).

3.6.1.2 Trato de Sistemas Transgressivo (ts-III)

Corresponde à sucessão de litofácies intermediária da tectonosseqüência sinrifte1 (TSR1),


representada pela Formação Candeias e pela parte inferior da Formação Salvador. Relaciona-se ao primeiro
pulso tectônico importante acontecido na região, no Eocretáceo, com reflexos no clima, que passa de semi-
árido para úmido (Regali, 1966) e no potencial de acomodação. A sua sedimentação ocorreu entre 142 Ma e
128 Ma, nos andares Rio da Serra e Aratu (figura 3.1).
A Formação Candeias foi definida na Bacia do Recôncavo e dividida, com base na análise de poços,
em quatro membros: Tauá, Gomo, Pitanga e Maracangalha (Viana et al.,1971). Posteriormente, o membro
Maracangalha ganha status de formação e abrange o membro Pitanga (Caixeta et al.,1994), ficando a
Formação Candeias restrita aos membros Tauá (inferior) e Gomo (superior). Apenas as litofácies
pertencentes à Formação Candeias são reconhecidas na área, sendo que o membro Tauá foi identificado
exclusivamente em perfís de poços localizados na parte sul da Sub-bacia do Tucano Sul e o membro Gomo
aflora em toda a porção oeste da Bacia do Tucano Sul/Central e na Bacia do Recôncavo (figura 3.5, fotos 3.4
e 3.5 e anexo I). Merecem registro, o alto grau de alteração e a baixa qualidade das exposições das litofácies
do membro Gomo na área.
O trato de sistemas transgressivo ts-III, está separado do trato superior ts-IV por uma superfície de
inundação máxima (figura 3.5B). Sua espessura máxima, com base em perfís de poços, é de 1378m, porém
Milani (1987), sugere para a unidade espessuras bastante variáveis (200 a 3.000m), derivadas da forte
atividade tectônica atuante na região, nesse intervalo de tempo. Esse tectonismo desencadeou uma
subsidência assimétrica veloz, localizada na borda leste das bacias do Tucano Sul/Central e Recôncavo, que
gerou os sistemas de falhas extensionais de Inhambupe, Adustina e Salvador (figura 2.1).
O bloco elevado (hangingwall), que corresponde à margem flexural do rifte RTJ, localizado a oeste
dessas falhas extensionais, supria de sedimentos siliciclásticos os principais depocentros das bacias em
formação. O bloco do embasamento soerguido (footwall), situado a leste dos sistemas de falhas de
Inhambupe e Adustina, gerou por erosão remontante os fluxos gravitacionais de detritos subaquáticos, que
deram orígem aos depósitos da parte inferior da Formação Salvador na Bacia do Tucano Sul/Central. Este
último bloco tectônico se comportou como uma rampa flexural na parte norte da Bacia do Recôncavo e era o
seu principal supridor de sedimentos (figura 3.7).
O ts-III é constituído de pelito (folhelho e siltito) com intercalações de arenito, carbonato e carvão,
pertencentes à Formação Candeias e de conglomerado pertencente à Formação Salvador. As suas descrições,
mostradas a seguir, basearam-se em dados de campo, em perfís de poços, em Viana et al. (1971) e em
Caixeta et al. (1994) (figura 3.5B).
Litofácies de folhelho e siltito preto, cinza-escuro e cinza-esverdeados, ricos em matéria orgânica,
físseis e com hábito de fraturamento acicular. São normalmente calcíferos, micáceos, piritosos e quebradiços
e estão associados a camadas subordinadas, com espessuras centimétricas até 2 metros, de arenito fino e
siltito cinza-esbranquiçados e de carvão. Essa suite de litofácies não ultrapassa 90m de espessura, ocorre na
base da unidade (membro Tauá) e grada no sentido do topo para folhelho e siltito do membro Gomo, cinza-
escuro, cinza-claro, castanho, cinza-esverdeados e castanho-avermelhados. Os pelitos do membro Gomo
apresentam um grau de alteração elevado, são fossilíferos, calcíferos, micáceos e, às vezes, carbonosos.
Formam camadas tabulares e lenticulares e exibem com freqüência gretas de ressecamento, estratificação
planoparalela e ondulações cavalgantes.
Foto 3.5 –Arenito médio a grosso com feições tubulares típicas de bioturbação (Formação
Candeias). Quatro quilômetros a sul de Riacho da Guia.

Foto 3.6 – Conjuntos superpostos, lenticulares, amalgamados, separados por superfícies de


descontinuidade, de arenito fino a médio, bem selecionado, avermelhado, organizado em
estratos cruzados sigmoidais (Grupo Ilhas). Proximidades da vila Quererá
Foto 3.5 –Arenito médio a grosso com feições tubulares típicas de bioturbação (Formação
Candeias). Quatro quilômetros a sul de Riacho da Guia.

Foto 3.6 – Conjuntos superpostos, lenticulares, amalgamados, separados por superfícies de


descontinuidade, de arenito fino a médio, bem selecionado, avermelhado, organizado em
estratos cruzados sigmoidais (Grupo Ilhas). Proximidades da vila Quererá
Associados aos pelitos do membro Gomo ocorrem, em menor proporção: (i) arenito muito-fino a
médio castanho, cinza-claro a escuro, avermelhado e esbranquiçado, bem selecionado, calcífero, micáceo e
argiloso, com porosidade regular, composto de grãos de quartzo subarredondados e subangulares, cristais de
feldspatos alterados e fragmentos líticos (metarenito metassiltito, metassilexito, xisto e quartzito)
(Gontijo,1988). Esses arenitos apresentam-se em camadas tabulares ou lenticulares, maciças ou
estratificadas. A sul da localidade de Riacho da Guia observou-se nessas litofácies a presença de feições
tubulares, com diâmetro centimétrico, típicas de bioturbação; (ii) carbonato (calcilutito, calcarenito e
calcirrudito) castanho, creme, cinza, marrom, branco e amarelado, com matriz micrítica e arcabouço de
ostracodes, gastrópodes, restos de esporos ou de oólitos, grãos de quartzo angulosos a arredondados e
opacos; e (iii) camadas de carvão com até 2 metros de espessura, restritas à parte superior do trato.
Segundo Gontijo (1988), há um aumento pronunciado da presença de feldspatos nos arenitos do trato
ts-III, em relação ao trato ts-I, sugerindo a existência, no sistema, de uma fonte adicional supridora desse
mineral. Para o autor, esses arenitos provieram, na Bacia do Tucano, de oeste, noroeste e nordeste e as suas
fontes alimentadoras teriam sido os terrenos pertencentes ao Bloco de Serrinha, Cinturão Móvel Salvador-
Curaçá e grupos Estância e Brotas (inclusive a Formação Afligidos). Na Bacia do Recôncavo a área-fonte
principal desses sedimentos estaria localizada a norte e corresponderia aos terrenos pertencentes ao Cinturão
Móvel Salvador-Esplanada e aos grupos Estância e Brotas (figura 3.6C).
Os contatos gradacionais e interdigitados dessas litologias sugerem afinidade deposicional entre as
mesmas e nos permite interpretá-las como uma associação de litofácies geneticamente relacionadas,
depositada em ambiente lacustre, inicialmente restrito com nível de base baixo e posteriormente ampliado
devido à sua elevação progressiva.
A Formação Salvador, não-aflorante na área, é constituída de conglomerado polimítico (grânulos,
seixos e blocos angulares e arredondados de granito, granulito, gnaisse, quartzo, etc.), com matriz de arenito
fino a grosso mal selecionado, cinza, amarelo-claro e avermelhado. Os clastos foram depositados em um ou
vários ciclos deposicionais, através de processos de fluxos gravitacionais (incluindo fluxos de detritos, queda
de grãos e correntes de turbidez de alta e baixa concentração), formados através de mecanismos rápidos de
erosão das terras altas adjacentes, pouco transporte e deposição em ambiente lacustre como leques
amalgamados (fandeltas subaquáticos). Esses leques se distribuem ao longo da margem falhada do rifte RTJ
e compõem a espessa cunha de conglomerado que grada distalmente a arenito e interdigitam-se com as
demais unidades do trato transgressivo ts-III. Segundo Milani (1987) o conglomerado pode alcançar
espessuras de até 5.000m na Sub-bacia do Tucano Sul, embora apresente limitada extensão lateral.
As litofácies descritas para esse trato, em função das diferenças nos processos e nas polaridades
sedimentares, permitem dois ordenamentos sindeposicionais e assimétricos, que se interdigitam
espacialmente. O primeiro ordenamento é representado por pelito preto, físsil, rico em matéria orgânica, que
passa para pelito variegado, fossilífero, com intercalações subordinadas de arenito, calcário e traços de
carvão, derivados da margem flexural do rifte e o segundo ordenamento é constituído por psefitos e psamitos
da Formação Salvador, provenientes da sua borda falhada.
A acumulação das unidades do ts-III ocorreu em um período de ascensão rápida do nível de base do
lago, com a conseqüente ampliação da bacia e aprofundamento da lâmina d'água (figura 3.5C).

3.6.1.3 Trato de Sistemas de Lago Alto (ts-IV)

Está representado: (i) pelo Grupo Ilhas, que embora dividido em duas formações (Marfim e Pojuca)
na Bacia do Recôncavo, permanece formalmente indiviso neste trabalho; (ii) pela parte inferior do Grupo
Massacará, correspondente à base da Formação São Sebastião, correlacionável aos membros Paciência e
Passagem dos Teixeiras na Bacia do Recôncavo e (iii) pela parte superior, fandeltáica subaquática, da
Formação Salvador não-aflorante na área.
Na parte noroeste da Bacia do Tucano Sul/Central, Menezes Filho (2001) cartografou um conjunto
de rochas sedimentares com direção norte-sul, interpretado tradicionalmente como topo do Grupo Ilhas e o
incluiu na base do Grupo Massacará, devido aos seguintes critérios: (1) amplo predomínio da fração areia
sobre argila; (2) contato basal brusco e erosivo, com o Grupo Ilhas e gradacional com a Formação São
Sebastião; e (3) assinatura em perfilagem elétrica similar às rochas da Formação São Sebastião. O autor
denominou informalmente esse conjunto de "Unidade Umburana", nome derivado da fazenda homônima,
onde existem bons afloramentos da mesma e um poço perfurado pela Petrobras (UB-1). Existem também
boas exposições na vila Quererá, 13 km a leste de Araci, na serra da Umburana, imediações dos poços UB-1
e UB-2, entre a vila Tracupá e o morro do Pai Miguel e a leste da localidade de Jorrinho. Neste relatório,
mantem-se o posicionamento estratigráfico dessa unidade, conforme sugerido por Menezes Filho (2001),
relacionada à parte inferior da Formação São Sebastião (anexo I e figura 3.1).
O ts-IV, que apresenta contatos gradacionais, interdigitados e localmente bruscos entre as suas
litofácies, marca o fechamento da tectonossedimentação sinrifte1 (TSR1) e limita-se no topo com o trato de
sistemas de lago baixo ts-V, por uma discordância do tipo 1. As espessuras das suas litofácies, com base em
observações de afloramentos e nos registros de poços, variam de centímetros até 40m e a sua espessura
máxima, medida em perfís de poços e representada pelo perfil gráfico-sedimentar composto da figura 3.5B,
pode alcançar 7.000m.
A deposição da unidade começou no Andar Rio da Serra e prolongou-se até o Andar Buracica,
durando mais de 10Ma (figura 3.1). Ocorre em toda a parte centro-oeste da Bacia do Tucano Sul/Central e no
extremo sudeste da área, na Bacia do Recôncavo (figura 3.5A e anexo I). A passagem do trato transgressivo
ts-III, sotoposto, para o trato de lago alto ts-IV, é marcada pelo incremento e espessamento das camadas de
arenito, que passam a dominar em relação aos pelitos e carbonatos no sentido do topo do perfil. Essa
associação arenito/pelito se expressa também na topografia, na forma de um relevo mais acidentado em
relação aos terrenos mais dissecados, pertencentes ao trato inferior. Atualmente esse aspecto morfológico da
unidade está melhor revelado na metade setentrional da área, onde o clima mais seco impede o
desenvolvimento de perfís de solos espessos e propicía uma melhor exposição das rochas.
As litofácies que formam o ts-IV são psamitos, pelitos (folhelho e siltito), conglomerado e
carbonatos (figura 3.5B).
Os psamitos podem ser separados em: (i) arenito muito fino a médio, amarelado, avermelhado, cinza
e esbranquiçado, bem selecionado, às vezes bimodal, com porosidade variável, carbonoso, calcífero e
fossilífero, composto de grãos de quartzo subarredondados a subangulares, feldspatos, micas e argila. Ocorre
em corpos tabulares e lenticulares, maciços e estratificados (figura 3.5B); (ii) arenito médio e grosso
castanho, cinza-claro, branco e avermelhados, mal e bem selecionados e porosos. Formam camadas com
espessuras decimétricas a métrica e são constituídos de grânulos de quartzo, feldspato, mica, argila e de
fragmentos de rocha cristalina e de pelito. Gontijo (1988) identificou nesses arenitos fragmentos de filito,
xisto e quartzito e grânulos de quartzo com extinção ondulante, lamelas de deformação e contatos suturados.
Essas evidências petrográficas encontradas nos grãos de quartzo, sugerem fonte a partir de rochas
metamórficas de baixo a médio graus (fotos 3.6, 3.7 e 3.8).
As medidas direcionais e a composição mineralógica dos psamitos são condizentes com as obtidas
nos arenitos do ts-III, o que indica como possíveis áreas-fontes dos mesmos: (i) os terrenos pertencentes ao
Bloco de Serrinha/Cinturão Móvel Salvador-Curaçá e grupos Estância e Brotas, no caso da Bacia do Tucano
Sul/Central; e (ii) os terrenos dos Cinturões Móveis Salvador-Esplanada/Salvador-Curaçá e grupos Estância
e Brotas para a Bacia do Recôncavo (figuras 2.1 e 3.6C).
Os pelitos (folhelho e siltito) são amarelados, avermelhados, cinza-esverdeados, esbranquiçados e
castanho, micáceos, carbonosos, calcíferos e fossilíferos e formam camadas com geometria tabular e
lenticular. A ondulação cavalgante é a estrutura sedimentar mais freqüente (foto 3.9). Os carbonatos
(calcilutito e calcarenito) são creme, cinza, branco e castanho e apresentam-se em camadas delgadas, com
grãos argulosos de quartzo, material opaco, biotita, e restos de carapaças (possivelmente gastrópodes)
disseminados na matriz carbonática. De acordo com Sensora (1982), camadas rítmicas, decimétricas, de
coquinas compostas exclusivamente de ostracodes ou apresentando macrofósseis de moluscos, peixes e
crocodilianos, além de restos vegetais, estão associadas com os pelitos. Corpos lenticulares e tabulares pouco
extensos, com até 1,5m de espessura, de conglomerado e traços de carvão, também fazem parte desse
conjunto. O conglomerado é avermelhado e acinzentado, polimítico (quartzo, chert, gnaisse e pelito), às
vezes pisolítico, sustentado por matriz arenítica fina a média, feldspática e mal selecionada.
As litofácies descritas acima derivam de sedimentos transportados a partir da borda flexural das
bacias, de oes-sudoeste para es-nordeste na Bacia do Tucano Sul/Central e de norte e oeste para sul e leste na
Bacia do Recôncavo (figura 3.6C). Já para Netto et.al. (1984) e Gontijo (1988), o transporte desses
sedimentos aconteceu, sempre, de norte para sul e a sua deposição se deu nos depocentros dessas bacias por
sistemas deltáico e fluvial, de médio e baixo gradientes, com retrabalhamento parcial pelo vento (figura
3.5B). Espessos pacotes de conglomerado polimítico gerado por fluxos gravitacionais e correntes de
turbidez, provenientes da borda falhada da bacia (sistema de falhas de Inhambupe) estão presentes na área,
registrados em perfís de poços. Para maiores detalhes sobre esse conglomerado ver o trato transgressivo ts-
III.
O trato de lago alto ts-IV mostra uma sucessão de litofácies do tipo shallowing e thickening-upward,
iniciada no final de uma subida do nível de base e finalizada na descida subseqüente desse nível (figura
3.5C). Essa distribuição vertical está caracterizada na área pelo assoreamento gradual dos depósitos lacustres
Foto 3.7 – Três associações de litofácies superpostas, separadas por superfícies de descontinuidade: a
mais inferior é composta de arenito médio e fino, bimodal, avermelhado, com estratificação cruzada
tangencial na base de grande porte; a intermediária é constituída de arenito fino a médio, avermelhado,
com estratificação cruzada sigmoidal; e a associação superior é formada de ritmito de arenito fino e
pelito, vermelhos. Notar o contato litológico brusco entre as associações intermediária (Grupo Ilhas) e
superior (Formação São Sebastião inferior – Unidade Umburana). Setas mostram as superfícies de
descontinuidade. Nove quilômetros a sul de Tracupá.

Foto 3.8 – Camadas de arenito com estrato cruzado, afetado por estrutura de deformação
plástica (fluidização) (Formação São Sebastião inferior-Unidade Umburana). Proximidades da
vila Quererá.
Foto 3.7 – Três associações de litofácies superpostas, separadas por superfícies de descontinuidade: a
mais inferior é composta de arenito médio e fino, bimodal, avermelhado, com estratificação cruzada
tangencial na base de grande porte; a intermediária é constituída de arenito fino a médio, avermelhado,
com estratificação cruzada sigmoidal; e a associação superior é formada de ritmito de arenito fino e
pelito, vermelhos. Notar o contato litológico brusco entre as associações intermediária (Grupo Ilhas) e
superior (Formação São Sebastião inferior – Unidade Umburana). Setas mostram as superfícies de
descontinuidade. Nove quilômetros a sul de Tracupá.

Foto 3.8 – Camadas de arenito com estrato cruzado, afetado por estrutura de deformação
plástica (fluidização) (Formação São Sebastião inferior-Unidade Umburana). Proximidades da
vila Quererá.
Foto 3.9 – Siltito avermelhado e arenito fino cinza, organizados em conjuntos de estratos
lenticulares com ondulação cavalgante (Grupo Ilhas). Proximidades da vila Quererá.

Foto 3.10 – Arenito fino e médio, esbranquiçados e avermelhados, com estratificação cruzada
tangencial na base. Morro do Pai Miguel, 11km a sudeste de Jorro.
Foto 3.9 – Siltito avermelhado e arenito fino cinza, organizados em conjuntos de estratos
lenticulares com ondulação cavalgante (Grupo Ilhas). Proximidades da vila Quererá.

Foto 3.10 – Arenito fino e médio, esbranquiçados e avermelhados, com estratificação cruzada
tangencial na base. Morro do Pai Miguel, 11km a sudeste de Jorro.
do trato inferior, pelos depósitos progradantes de planície deltáica e de planície aluvial subaérea,
retrabalhados parcialmente pelo vento, desse trato de lago alto. O raseamento do sistema para o topo é
indicado pela redução significativa dos pelitos, pelo aumento na espessura e intensidade dos corpos de
arenitos e pelo desaparecimento dos carbonatos, nesse sentido. Os depósitos oriundos da margem falhada
desse trato de sistemas, embora não-aflorantes na área, existiram durante todo o desenvolvimento dessa
sedimentação, conforme registros de poços, e caracterizam-se por apresentarem um padrão de sedimentação
dominantemente agradacional.
Ribeiro & Lavina (1994), em pesquisa realizada sobre a Formação Santa Maria (Triássico), na Bacia
do Paraná, sugerem que sucessões de litofácies desse tipo se depositam devido à diminuição gradativa do
espaço disponível para sedimentação, causada pela elevação na taxa de sedimentação.

3.6.2 Tectonosseqüência Sinrifte2 (TSR2)

Relaciona-se ao segundo estágio tectônico acontecido durante a fase sinrifte do rifte RTJ e é formada
por um trato de sistemas de lago baixo (ts-V). Nesse intervalo houve rejuvenescimento de relevo e geração e
reativação de falhas do embasamento, sem, contudo, produzir um sistema lacustrino amplo nas bacias então
formadas, como ocorreu durante a TSR1 (Silva H., 1993). Corresponde: (i) ao topo do Supergrupo Bahia,
representado na área pela parte superior da Formação São Sebastião, correlacionável, provavelmente, ao
membro Rio Joanes, definido na Bacia do Recôncavo por Pontes & Ribeiro (1964) e (ii) à parte superior da
Formação Salvador, não-aflorante. Segundo Della Fávera (1970), Gama Jr. (1970) e Wermund et.al. (1976),
a Formação São Sebastião progradou axialmente do sul da Sub-bacia do Tucano Norte para a Bacia do
Tucano Central/Sul e do sudeste da Sub-bacia do Tucano Sul para a Bacia do Recôncavo. Neste relatório,
com base no estudo de paleocorrentes, na composição e textura das rochas sedimentares, nos sistemas
deposicionais identificados, na variação da espessura dos corpos sedimentares e na presença confirmada de
um intervalo tectônico ativo ocorrido no Eojiquiá (Milani, 1987; Magnavita, 1992; Silva H., 1993),
concorda-se com a progradação axial de norte para sul, apenas para a sedimentação superior da Formação
São Sebastião (estágio Jiquiá), aqui relacionada à tectonosseqüência TSR2, enquanto as partes média e
inferior dessa formação relacionam-se à tectonosseqüência TSR1 (figuras 3.5A,B e 3.6C,D).
Embora a quantidade total de medidas direcionais feitas nas litofácies de arenitos, siltitos e
conglomerados com estratificações cruzadas que compõem as tectonosseqüências TSR1 e TSR2, cerca de 50
medidas, seja insuficiente para um tratamento estatístico, elas são reveladoras de um redirecionamento da
drenagem do rifte, que fluia de oes-sudoeste, durante a deposição da TSR1 e passa a fluir de nor-noroeste
para su-sudeste, durante a TSR2. Esse redirecionamento é provocado pela reorganização tectônica do
sistema, acontecida entre esses intervalos tectono-deposicionais (figuras 3.5 e 3.6).
O trato de sistemas de lago baixo ts-V é essencialmente arenoso, acumulou-se através de sistemas
flúvio-eólicos e é recoberto discordantemente pela tectonosseqüência pós-rifte TPOR. Para Chorley et al.
(1984) sedimentação desse tipo se constitui em forte evidência sedimentológica de condições climáticas
áridas.

3.6.2.1 Trato de Sistemas de Lago Baixo (ts-V)

Ocorre nas partes norte e centro-leste da área, a leste das localidades de Jorro e Olindina e possui
espessura máxima superior a 2.500m, com base em perfís de poços (figura 3.5A,B e anexo I). A sua parte
superior é marcada por erosão e basculamento de camadas. Para Regali (1966) e Silva, H. (1993), as
litofácies desse trato de sistemas, depositadas predominantemente durante o Andar Jiquiá, sob condições de
clima seco e árido, foram profundamente erodidas nas bacias do Recôncavo e Tucano Sul e ficaram restritas
a alguns depocentros (por exemplo: o Baixo Estrutural de Inhambupe).
A sedimentação do ts-V ocorreu, simultaneamente, a partir das bordas flexural e falhada do rifte
RTJ.
As litofácies oriundas da borda flexural são arenitos finos e médios, branco, cinza e castanho-
avermelhados, bem selecionados, porosos, compostos de quartzo, argila e de minerais micáceos, carbonosos,
piritosos e calcíferos, com estratificação planoparalela e acanalada de médio e grande portes (fotos 3.10 e
3.11). No sentido do topo passam para arenitos médios, grossos e conglomeráticos, mal selecionados, de
mesmas colorações, organizados em conjuntos granodecrescentes para cima, com intercalações de
conglomerado polimítico, pelito micáceo e carvão (figura 3.5B). Normalmente são rochas friáveis e porosas,
compostas de quartzo hialino e opaco e de minerais argilosos e micáceos, com estratificações tabular e
acanalada, de pequeno e médio portes, direcionadas principalmente para os quadrantes SE e S, e
Foto 3.11 – Arenito médio e grosso mal selecionados, avermelhados, com grânulos e seixos
dispersos e com estratificação cruzada tangencial na base e gradação normal (Formação São
Sebastião superior). Morro do Pai Miguel, 11km a sudeste de Jorro.

Foto 3.12 – Camada de 40cm de conglomerado polimítico com gradação inversa/normal,


intercalada entre arenito grosso com estratificação paralela na base e arenito fino/pelito com
fina estratificação e laminação planoparalela e ondulação cavalgante, no topo (Formação
Marizal). Morro do Pai Miguel, 11km a sudeste de Jorro.
Foto 3.11 – Arenito médio e grosso mal selecionados, avermelhados, com grânulos e seixos
dispersos e com estratificação cruzada tangencial na base e gradação normal (Formação São
Sebastião superior). Morro do Pai Miguel, 11km a sudeste de Jorro.

Foto 3.12 – Camada de 40cm de conglomerado polimítico com gradação inversa/normal,


intercalada entre arenito grosso com estratificação paralela na base e arenito fino/pelito com
fina estratificação e laminação planoparalela e ondulação cavalgante, no topo (Formação
Marizal). Morro do Pai Miguel, 11km a sudeste de Jorro.
planoparalela. O arenito conglomerático apresenta matriz argilosa e arenosa e contém clastos dos tamanhos
de grânulos a seixos, de quartzo e chert, arredondados e subarredondados e fragmentos de pelito e de
feldspatos.
O conjunto das características litofaciológicas, as estruturas sedimentares e os contatos normalmente
gradacionais das litofácies descritas acima, permitem interpretá-las como depósitos fluviais meandrantes, que
passam a entrelaçados para o topo do conjunto, retrabalhados pelo vento.
Esses depósitos derivaram de uma progradação axial do sistema, de norte para sul, a partir de áreas-
fontes diferentes. Isto significa dizer que as áreas-fontes principais, provedoras dos detritos para os
depocentros localizados na Bacia do Tucano Sul/Central, não necessariamente seriam as mesmas que
supriam os depocentos localizados na Bacia do Recôncavo.
As unidades acumuladas a partir da margem falhada do rifte, localizada nas proximidades dos
sistemas de falhas de Inhambupe e Adustina (figura 2.1), são formadas por conglomerado polimítico
(grânulos, seixos e blocos superiores a um metro, de composição variada), suportado pelo clasto e pela
matriz, que grada distalmente a arenito e interdigitam-se com as litofácies da margem flexural. Para Gontijo
(1988) e Silva, H. (1993), esse conglomerado depositou-se por fluxos gravitacionais associados a sistemas de
leques aluviais coalescentes.
O acúmulo de centenas de metros de depósitos arenosos nesse trato sugere: (i) existência de área-
fonte eficaz deste material, (ii) eficiente rede de drenagem e (iii) condições para criação de espaço para a
estocagem de sedimentos (Silva, H., 1993). Excelentes áreas-fontes seriam as rochas sedimentares
neoproterozóicas da Faixa Sergipana e paleozóicas das formações Afligidos e Santa Brígida e os depósitos
do próprio rifte, emergidos durante esse estágio tectônico. O arredondamento acentuado dos clastos meta-
estáveis presentes nos conglomerados desse trato, deve representar material reciclado de depósitos
anteriores.
O empilhamento do ts-V reflete um conjunto do tipo coarsening and thickening-upward, formado
por arenitos finos e médios bem selecionados, sobrepostos por arenito médio a conglomerático mal
selecionado. Esse arranjo é interpretado como o resultado de uma progradação acontecida na área durante o
final de um período de queda generalizada do nível de base do lago (figura 3.5C). Os depósitos eólicos
associados ao trato são característicos desses períodos de queda acentuada do nível de base, quando os
sedimentos previamente acumulados são expostos e retrabalhados pelo vento.

3.7. Fase Tectônica Pós-rifte (Tectonosseqüência Pós-rifte – TPOR)

Corresponde à tectonosseqüência pós-rifte (TPOR), relacionada ao trato de sistemas de lago baixo,


ts-VI (figura 3.1). Representa o estágio final da sedimentação do rifte RTJ, acontecido durante o Andar
Alagoas, que se estendeu do Aptiano ao Albiano inferior (Regali & Viana, 1989; Araí et al., 1989).
A deposição dessa tectonosseqüência ocorreu durante uma lenta fase de subsidência termal, numa
bacia do tipo sag que extrapolou os limites atuais do rifte. Seguiu-se a essa deposição um demorado
intervalo, marcado por diversas etapas de soerguimento e erosão, que vai do Albiano médio ao Oligoceno,
indicado pela ausência de registros preservados na área (Magnavita, 1992; Magnavita & Rocha, 1996).
Essa unidade distribui-se por toda a parte centro-leste da bacia do Tucano Sul/Central, recobrindo-a
em cerca de 40% e a sua maior espessura é de 468m, medida no poço FPO-1, localizado a noroeste da cidade
de Sátiro Dias (figuras 3.6A,B; 3.8A e anexo I).
Trinta e duas medidas de paleocorrentes obtidas em estratos cruzados tabulares e acanalados da
unidade estão direcionadas para sul, com dispersões para os quadrantes sudoeste e sudeste, sugerindo uma
área-fonte importante para esses sedimentos localizada a norte (figura 3.8A). Paleocorrentes direcionadas de
es-nordeste para oes-sudoeste e de sul para norte são mencionadas, respectivamente, por Sensora (1982) e
Magnavita (1992), para a tectonosseqüência TPOR. As variações na orientação dos paleofluxos desses
sedimentos podem sugerir a existência de áreas-fontes diversificadas para os mesmos. Estudos mais
aprofundados na unidade são importantes para se chegar a um melhor entendimento sobre a sua evolução
paleoambiental.

3.7.1. Trato de Sistemas de Lago Baixo (ts-VI)

É formado pelos depósitos siliciclásticos, horizontalizados, da Formação Marizal (Brazil, 1947),


acumulados sob condições de clima semi-árido, que passa a úmido, indicado pela presença de: (i) fenoclastos
imaturos; (ii) acumulações de lençóis de areia laminada; (iii) camadas enriquecidas em barita e (iv) níveis de
folhelho betuminoso, calcário e silexito. Esses depósitos estão separados das unidades inferiores e superiores
Tecto-
Perfil Trato Associação
MAPA GEOLÓGICO SIMPLIFICADO DO TRATO DE SISTEMAS (ts-VI) nosse- Características
Gráfico- .. de de Interpretação
quên-
(A) Sedimentar sistemas litofácies
cia
JORRO
RIBEIRA DO
AMPARO
Areia Estratificação cruzada tabular,
CIPÓ acanalada, sigmoidal, de pequeno a
F12 grande portes, estratificação
Arenitos planoparalela, ondulações Desagregação intempérica da unidade
cavalgantes, marcas onduladas, sotoposta.
TOBIAS
BARRETO estruturas de carga, fluidização, Migração de dunas 2D e 3D,fluxos
feldspatos preservados, ciclos canalizados e em lençol,
NOVA
SOURE granodecrescentes para o topo. retrabalhamento eólico
ITAPICURU

ARACI
OLINDINA

4 68m
TEOFILÂNDIA
CRISÓPOLIS

Fluvial Entrelaçado e Meandrante


BR-116

(Lago Baixo)
SÁTIRO DIAS
BIRITINGA
F15,16

T P OR

ts VI
APORÁ
SERRINHA
ACAJUTIBA

Esp. máximo
Folhelhos/siltitos/ Laminados / placosos e maciços, Transbordamento e inundações
INHAMBUPE
LAMARÃO
silexitos ondulações cavalgantes, laminação períodicas (acreção vertical)
paralela, marcas onduladas e gretas
de ressecamento.
ÁGUA FRIA

0 6,4 12,8km
ENTRE RIOS
F13
SANTA
BÁRBARA
F14

Nível de base do lago


LEGENDA DO MAPA E PERFIL
Alto
Formação Marizal Conglomerados Sustentados por clastos e matriz com Fluxos torrenciais (enxurradas
gradação normal, localmente inversa, episódicas),canalizados e em lençol,
cruzadas tabular e acanalada, de com migração de dunas 2D e 3D.
Arenitos pequeno a grande portes.
Baixo
Conglomerados ts VI
(C) Tempo
Folhelhos e siltitos
D1

D1 Discordância
(B)

Paleocorrente
F13 Fotografia

..
Figura 3.8 -Distribuição geográfica (A), estratigrafia, sedimentologia (B)e nível de base do lago (C) da tectonossequência pós-rifte (TPOR).
por superfícies de discordância angular e erosiva ampla, irregular e profunda (Ghignone, 1979; Lima, 1991;
Magnavita, 1992).
As litofácies que compõem o ts-VI são: (i) camadas lenticulares de arenito médio, grosso e
conglomerático (arcóseo), castanho-amarelados, esbranquiçados e avermelhados, mal selecionados,
ferruginizados, textural e mineralogicamente imaturos, contendo grãos de quartzo subarredondados a
subangulares, feldspatos preservados e minerais argilosos e micáceos; (ii) camadas tabulares e lenticulares de
arenito fino e médio (arcóseo), de cores semelhantes às do item (i), bem selecionados, micáceos e caolínicos,
com grãos de quartzo subangulares a arredondados, hialino e opacos; (iii) conglomerado polimítico
(grânulos, seixos e blocos, arredondados e angulares, de gnaisse, granito, filito, quartzito, chert, quartzo,
arenito e pelito), estratificado e maciço, sustentado por clastos e por matriz arenosa e areno-argilosa mal
selecionada; (iv) ritmito de folhelho, siltito e silexito castanho-avermelhados, esbranquiçados, esverdeados e
cinza; (v) níveis milimétricos de crosta ferruginosa amarelada e marrom; e (vi) camadas descontínuas de
carbonato, por vezes silicificado e de folhelho betuminoso (figura 3.8B e fotos 3.12, 3.13, 3.14, 3.15, 3.16).
Os pelitos são bastante comuns na região compreendida entre as localidades de Sátiro Dias,
Inhambupe e Olindina, enquanto os arenitos são freqüentes no restante da área.
Essas litofácies ocorrem normalmente associadas e refletem uma progradação acontecida na região
em um período de queda generalizada do nível de base do lago, quando sistemas fluviais de alto e médio
gradientes e leques aluviais subaéreos dominavam no ambiente. Parte desse material foi retrabalhada pelo
vento (figura 3.8C).

FORMAÇÕES SUPERFICIAIS CONTINENTAIS

Cenozóico

Neógeno

Grupo Barreiras

É dividido da base para o topo nas formações Guararapes e Riacho Morno, separadas por uma
discordância erosiva (Bigarella & Andrade, 1964). No presente trabalho não foi possível o reconhecimento
dessas formações, mantendo-se a designação de Grupo Barreiras indiviso. Representa a sedimentação que
ocorreu na área entre 3 e 5 Ma atrás, no intervalo de tempo que vai do Plioceno inferior ao superior (Suguio
et.al, 1986). Essas idades provém de análises paleomagnéticas realizadas em amostras coletadas próximo à
cidade de Salvador.
A observação da figura 3.1 mostra um hiato deposicional de mais de 100Ma de anos entre a
sedimentação da Formação Marizal e a do Grupo Barreiras. Nesse intervalo, a região deve ter sido afetada
apenas, por etapas de soerguimento e erosão das unidades inferiores.
O Grupo Barreiras é identificado no vale amazônico e em toda a região costeira norte e nordeste do
Brasil até o estado do Espirito Santo. Os seus depósitos são correlativos de duas bem marcadas fases de
pediplanação, que ocorreram ao longo de toda a costa brasileira durante o Cenozóico (Andrade, 1955 e
Bigarella & Andrade, 1964). Segundo Bigarella (1975) a primeira grande fase de aplainamento relacionada à
sedimentação Barreiras foi provavelmente desenvolvida no Plioceno inferior, tendo sido designada de
Superfície Sul-americana por King (1956), enquanto a segunda fase de aplainamento teria acontecido no
Plioceno superior-Pleistoceno inferior, correspondendo à Superfície Velhas, de King (1956).
As litofácies do Grupo Barreiras ocorrem na metade meridional da área deste trabalho, formam
depósitos com espessura máxima da ordem de 60 metros e compõem extensos tabuleiros dispostos em
patamares ligeiramente inclinados em direção à costa, que recobrem discordantemente rochas do
embasamento, do Supergrupo Bahia e da Formação Marizal (Viana et al., 1971) (figura 3.9 e anexo I). A
separação dos seus representantes dos da Formação Marizal, na parte centro-norte da área, é complicada,
devido às semelhanças morfológicas e litológicas das duas unidades.
A sedimentação do grupo é representada por: (i) areia, argila e canga de óxido de ferro; (ii) arenito
argiloso fino a grosso vermelho, castanho-amarelado, cinza-claro e branco, mal selecionado, pouco
consolidado, com estratificação irregular, normalmente indistinta. Em geral é afossilífero, composto de grãos
de quartzo subangulares e arredondados e, às vezes, de fragmentos líticos. Um bom afloramento dessa
litofácies ocorre 5,2km a sudeste da cidade de Olindina, na BR-110, onde estão preservadas estruturas de
corte e preenchimento e estratificações planoparalela e acanalada de médio porte; (iii) conglomerado
Foto 3.13 – Arenito médio, argiloso, vermelho, organizado em conjuntos lenticulares
amalgamados de estratos cruzados tangenciais na base (Formação Marizal). Sul de Iraí.

Foto 3.14 – Arenito médio a grosso, argiloso, castanho-avermelhado, organizado em


conjuntos de estratos cruzados acanalados (festões) lenticulares e amalgamados (Formação
Marizal). Sul de Iraí.
Foto 3.13 – Arenito médio, argiloso, vermelho, organizado em conjuntos lenticulares
amalgamados de estratos cruzados tangenciais na base (Formação Marizal). Sul de Iraí.

Foto 3.14 – Arenito médio a grosso, argiloso, castanho-avermelhado, organizado em


conjuntos de estratos cruzados acanalados (festões) lenticulares e amalgamados (Formação
Marizal). Sul de Iraí.
Foto 3.15 – Ritmito (arenito e pelito) castanho-avermelhado, caracterizado pela presença de
estrutura de carga (na base da camada mais espessa de arenito), fluidização e ondulação
cavalgante (Formação Marizal). BA-233, 2 km a sul de Sátiro Dias.

Foto 3.16 – Detalhe da foto 3.15, mostra as ondulações cavalgantes.


Foto 3.15 – Ritmito (arenito e pelito) castanho-avermelhado, caracterizado pela presença de
estrutura de carga (na base da camada mais espessa de arenito), fluidização e ondulação
cavalgante (Formação Marizal). BA-233, 2 km a sul de Sátiro Dias.

Foto 3.16 – Detalhe da foto 3.15, mostra as ondulações cavalgantes.


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Figura 3.9 - Distribuição geográfica das formações superficiais continentais .


polimítico (seixos de quartzo, quartzito, chert e fragmentos de feldspatos), sustentado por matriz areno-
argilosa friável e (iv) folhelho laminado.
Os depósitos dessa unidade são interpretados como derivados de sistemas fluviais e de leques
aluviais, implantados em decorrência do soerguimento epirogênico que remonta ao Neógeno inferior, que
propiciou condições favoráveis para erosão, nas áreas elevadas, e acumulação desses detritos, nas regiões
deprimidas adjacentes (Bigarella, 1975 e Ghignone, 1979).
Para Bigarella & Andrade (1964); Mabesoone et al. (1972); Bigarella (1975) e Klammer (1980), as
fases de pediplanação e os pedimentos correlativos (Barreiras) estão relacionados com épocas glaciais,
quando o nível dos oceanos esteve muito abaixo do atual. Nesses períodos imperavam climas áridos e
úmidos, sendo que, o regolito desenvolvido durante uma fase úmida, era posteriormente removido para as
depressões do terreno, durante a fase árida subseqüente, na forma de fluxos de detritos e de lama.

Quaternário

Coberturas Residuais e Detríticas

As coberturas residuais foram cartografadas apenas na parte centro-oeste da área (figura 3.9 e anexo
I), sobre a Formação Marizal. Trata-se de areia grossa a granulosa, média e fina e de argila esbranquiçada,
amarelada e avermelhada, derivadas de processos intempéricos atuantes sobre a unidade inferior, durante o
Quaternário, sem o envolvimento de transporte.
As coberturas detríticas distribuem-se irregularmente na parte noroeste da área (figura 3.9), sobre as
rochas sedimentares da tectonosseqüência sinrifte, e ao longo dos cursos dos principais rios da região. No
primeiro caso trata-se de depósitos inconsolidados areno-argilosos e de cascalho, pouco espessos,
acumulados em zonas rebaixadas topograficamente e dissecadas (cotas entre 150 e 200m), resultantes da
erosão e transporte da Formação Marizal (Menezes Filho, 2001). Já os depósitos que ocorrem ao longo das
drenagens correspondem a sedimentos recentes derivados dos rios Itapicuru, Inhambupe e Subauma (figura
3.9). Essas drenagens acumulam nos seus leitos e margens, areia, silte, argila e cascalho com estruturas
primárias preservadas. Nas planícies de inundação desses rios é comum a presença de sedimentos silto-
argilosos enriquecidos com matéria orgânica que são, em certos locais, utilizados no fabrico de telhas e
tijolos.
4
GEOLOGIA ESTRUTURAL/TECTÔNICA

Numa bacia do tipo rifte, a tectônica é o elemento controlador do seu processo evolutivo. Desse
parâmetro derivam a forma, as taxas de subsidência, de sedimentação e de erosão, o relevo e o
desenvolvimento dos ambientes e sistemas deposicionais.
A evolução do rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá (RTJ) aconteceu num intervalo do tempo geológico
sem registros de glaciação (Chagas,1996), como resultado de esforços distensivos relacionados à abertura do
oceano Atlântico Sul. A ausência de registros de glaciação nesse período, reforça, para esse rifte, a hipótese
do predomínio da influência da tectônica sobre o clima durante o seu desenvolvimento. A geometria dessa
megaestrutura na área deste trabalho, configura-se como dois semigrábens assimétricos, paralelos a sub-
paralelos, formados em um contexto ensiálico e separados pelo alto de Aporá - Boa União, que caracteriza a
Rampa de Revezamento de Aporá. Um semigráben corresponde às sub-bacias do Tucano Sul e Central,
separadas pela falha do Itapicuru, e o outro constitui a Bacia do Recôncavo (figuras 2.1 e 2.2C).
Na bacia do Tucano Sul/Central o semigráben é composto por um sistema de falhas de borda com
geometria planar, estilo dominó (sistema de falhas de Inhambupe) e por uma borda flexural, em rampa ou
monoclinal, que mergulha contra a borda falhada e forma os baixos estruturais de Olindina e Inhambupe, a
plataforma de Umburana e os patamares de Quilombo, Baraúnas e Conceição. Na Bacia do Recôncavo
aparece, na área de estudo, apenas o Baixo Estrutural de Quiambina (Milani, 1987; Magnavita 1992 e
Magnavita & Rocha, 1996) (figura 4.1A).

4.1. Estrutura

Os principais elementos estruturais regionais mapeados no rifte RTJ, em superfície e em


subsuperfície (através de perfís sísmicos de poços), correspondem a três sistemas de falhas penetrativos nas
rochas do embasamento, orientados NE-SW, NS e NW-SE. Muitas dessas falhas foram batizadas, por
ocasião dos levantamentos geológicos realizados pela Petrobras (Disbrow & Pontes, 1959; Campos, 1960;
Mc.Cain, et.al, 1960; Stanin & Almeida, 1961; Soares & Pereira, 1966; Della Piazza,1970), com os nomes
das localidades onde foram definidas (figura 4.1A,B). Chemale Jr. et al. (1994) definiu-as como uma série de
falhas de espessuras mili-centimétricas e geometria entrelaçada, preenchidas com quartzo, o que lhes confere
alta resistência à erosão. Para Magnavita (1992), esse preenchimento corresponde a material cominuído e
cimentado a partir do centro do plano das falhas para as suas bordas (fotos 4.1 e 4.2).
As falhas de direção NE-SW presentes nessas bacias são extensionais oblíquas, estão fortemente
controladas por traços estruturais pretéritos do embasamento e distribuem-se paralelamente às falhas de
borda de Inhambupe, na Sub-bacia do Tucano Sul, e de Salvador, na Bacia do Recôncavo (figura 2.1). Os
seus mergulhos são coincidentes (falhas sintéticas) e contrários (falhas antitéticas) aos das falhas principais
(figura 4.1A,B).
As falhas orientadas NS são também extensionais, sintéticas e antitéticas, formam ângulos com as
primeiras de até 40º e ocorrem próximo à borda oeste da Bacia do Tucano Sul/Central e na parte centro-
oriental da Sub-bacia do Tucano Central. As falhas da borda oeste da bacia são coincidentes com as
estruturas existentes nas rochas do embasamento adjacente, enquanto as da parte centro-oriental alinham-se
paralelamente à falha de borda de Adustina (figuras 2.1 e 4.1A,B).
O terceiro sistema de falhas orienta-se segundo a direção NW-SE, ortogonal, ou quase, aos anteriores
e coincide com as estruturas da Faixa de Dobramentos Sergipana (figuras 2.1 e 2.2B,C).Trata-se de fraturas e
falhas indiscriminadas, de falhas normais de alto ângulo, indicadas pela presença de estrias (slickenlines) de
alto rake e de falhas de transferência, caso da falha do Itapicuru, mapeada em perfís sísmicos e balizadora
das sub-bacias do Tucano Sul e Central. Esse sistema controla os principais cursos de drenagem da região e
atuou, localmente, como zonas de acomodação das diferentes taxas de extensão presentes ao longo do rifte.
Exemplos dessas falhas com direções N20ºW e N40ºW e mergulhos verticais a subverticais para os
quadrantes NE e SW existem em afloramentos do trato de sistemas ts-I na BR-116, entre Teofilândia e Arací,
e na BA-233, entre Serrinha e Biritinga.
Segundo Magnavita (1992), essas falhas possuem alto ângulo de iniciação (média=60º, desvio
padrão=15º) e pouca rotação de blocos (moda=10º), que resultam em pouca amplitude de distensão crustal
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Embasamento

Figura4.1- (A) Arcabouço estrutural da área segundo Milani (1987) (B) .. Mapa estrutural (C) Blocos diagramas esquemáticos
mostrando os.. modelos paleogeográficos e as tectonossequências propostos para a área. Paleogeografia das
tectonossequências: (1) pré-rifte (TPRR); (2) sinrifte-1 (TSR -1); (3) sinrifte -2 (TSR-2); (4) pós-rifte (TPOR). Falhas:
FVA - Varginha; FRB -Rch.do Barreiro; FI - Itapicuru; FPA - Poço de Areia; FJ - Jacaré; FB - Biritinga, FPO - Pau Ôco,
FPt - Pataíba, FV - Vitória; FCA - Canabrava; FOD - Córrego Olho D'água; FCT - Coité/Tombador; F P - Pedras; FU -
Umburana; FPN - Pontal; FQ - Quererá; FQU - Quixabeirinha; FSD - Sátiro Dias; FM - Mocambinho; FO -
Ouriçangas; SFIN - Inhambupe; FBA - Baraúnas; FT - Tombador. Plataforma de Umburana (PlU) ; Patamares de
Quilombo (PaQI), Baraúnas (PaBa), Conceição (PaC); Alto de Boa União (ABU); Alto de Aporá (Rampa de
Revezamento de Aporá) (AP).
Foto 4.1 – Feixes de falhas em arenito da Formação Aliança. BA-233, Serrinha/Biritinga, 8km
a oeste de Biritinga.

Foto 4.2 –Falha extensional preenchida com material cominuido, cortando arenito do Grupo
Ilhas. Oito quilômetros a sudoeste de Sítio do Meio.
Foto 4.1 – Feixes de falhas em arenito da Formação Aliança. BA-233, Serrinha/Biritinga, 8km
a oeste de Biritinga.

Foto 4.2 –Falha extensional preenchida com material cominuido, cortando arenito do Grupo
Ilhas. Oito quilômetros a sudoeste de Sítio do Meio.
(B mínimo=1,03-1,17). Isso explicaria a ausência de vulcanismo intercalado com a seção sedimentar do rifte
RTJ.
Para Santos (2000), os sistemas de falhas orientados NW-SE e NS truncam as camadas do trato de
sistemas ts-I, indicando que foram desenvolvidos após a litificação dessas rochas e os seus cruzamentos
mútuos sugerem que eles foram gerados quase sincronicamente, durante o mesmo evento tectônico.
Os elementos estruturais responsáveis pela formação do rifte RTJ, possibilitaram o acúmulo nessas
bacias, de sedimentos organizados em camadas estratificadas, inclinadas no geral para E com mergulhos
variáveis e compartimentadas em blocos estruturalmente coerentes. Esses blocos são o resultado da distensão
progressiva acontecida na região durante o Eocretáceo.

4.2. Tectônica

Os mecanismos de fragmentação da crosta durante o Eocretáceo, impulsionados pelos movimentos


de placas litosféricas, são responsáveis pela geração da fossa do Recôncavo-Tucano-Jatobá, abortada no final
desse período. Várias propostas de modelos têm sido aventadas para explicar as causas tectônicas e as
conseqüências estratigráficas desse abortamento. Os fundamentos básicos de cada um desses modelos são
mostrados a seguir (figura 4.2).
Modelo da Microplaca (Szatmari et.al., 1984; Lana & Milani, 1986; Milani, 1987; Milani &
Davison, 1988) - aborda a bifurcação do rifteamento sul-atlântico existente nas proximidades da cidade de
Salvador, como resultado do movimento de um bloco continental triangular, independente da placa sul-
americana, denominado de Microplaca do Leste Brasileiro. Essa microplaca está limitada a norte pelo
Lineamento de Pernambuco, a oeste pelo rifte RTJ e a leste pela margem atlântica (figura 2.1) e teria
rotacionado no sentido anti-horário em relação à placa sul-americana, com polo de abertura localizado a leste
da Bacia de Jatobá. A sua direção de distensão deu-se segundo NW-SE para Milani (1987), ou EW de acordo
com Szatmari et.al. (1984) e o produto desses movimentos são à abertura e preenchimento do rifte (figura
4.2A).
Modelo do Megacisalhamento (Cohen, 1985) - propõe que o rifte RTJ teria se formado em resposta a
um movimento sinistral acontecido ao longo de uma falha transformante orientada paralelamente à costa, que
produziria cisalhamento do tipo Riedel a N30ºE±20, componente distensional a N13ºW±06 e cisalhamento
conjugado ou anti-Riedel a N37ºW±12 (figura 4.2B).
Modelo do Deslocamento Crustal Simples (Ussami et.al., 1986) - sugere que a distensão na crosta
superior, nas bacias terrestres brasileiras, estaria conectada e balanceada por distensão litosférica na futura
margem continental, através de uma superfície de descolamento (detachment) que mergulhava para leste. No
caso do rifte RTJ, a reativação de uma superfície de empurrão existente sob a Faixa de Dobramentos
Sergipana seria a responsável pela formação e controle da sua distensão (figura 4.2C).
Modelo do Deslocamento Crustal Duplo (Castro Jr., 1987) - propõe uma evolução no Eocretáceo
para o rifte RTJ, para a Bacia de Sergipe-Alagoas e para a Bacia do Gabão (África ocidental), baseada na
presença de um sistema de rifteamento duplo associado a múltiplas superfícies de descolamento crustal. A
Zona de Acomodação do Vaza-Barris representa, nesse caso, o elemento estrutural que possibilitou a
reversão do sentido de mergulho dessas superfícies (figura 4.2D).
Modelo de Abertura do Rifte RTJ, baseado em Magnavita (1992) - apoia-se na existência de dois
estágios tectônicos, ancorados em falhas pré-existentes do embasamento, acontecidos durante a fase sinrifte.
O primeiro estágio, ocorrido no Meso-Rio da Serra, quando a distensão estaria orientada EW (figura 4.2E) e
o segundo estágio, acontecido no Eojiquiá, quando novos trends teria reorientado a distensão para NW-SE
(figura 4.2F). O mecanismo propulsor da distensão EW estaria intimamente relacionado à ruptura dos
continentes América do Sul e África, quando tinha início a atividade de um ponto quente existente em frente
à atual Bacia do Paraná. Essa distensão foi acomodada por movimento sinistral ao longo do Lineamento
Pernambuco-Nagaoundere, responsável pelo deslocamento diferenciado dos blocos a norte e a sul do
Lineamento. Já a distensão NW-SE teria sido provocada pela rotação horária da América do Sul, que assim
começava a afastar-se da África, através de um polo inicial localizado próximo ao limite norte dos dois
continentes (Rabinowitz & LaBrecque, 1979). Com a evolução do processo de expansão oceânica, ao final
do Andar Jiquiá, a distensão foi transferida para a margem atlântica, isolando o rifte do tectonismo posterior.
A conjunção dos elementos tectono-estruturais e estratigráficos descritos anteriormente, a
distribuição interna dos sistemas de falhas, o forte controle exercido pelas estruturas pretéritas do
embasamento e a conformação geral do rifte em relação ao contexto regional não mostram,
incompatibilidades mecânicas com uma direção única de abertura orientada EW, ao longo de todo o seu
processo evolutivo, como aventado por Szatmari et al. (1984). Assim, a mudança de polaridade dos
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Compressão

Extensão
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DO ÁFRICA
20º SUL Bloco Sul 20º

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Extensão

40º 40º
Direção relativa de
movimento
Lineamentos mag-
néticos Mesozóicos
LPN-Lineamento Pernambuco-Nagaoundere Continente Oceano Limite crosta con-
tinental /oceânica

Figura 4.2 - Modelos de evolução tectônica do rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá.( A) Modelo


da microplaca, baseado em Milani (1987); (B) Modelo do megacisalhamento,
segundo Cohen (1985); (C) Modelo do descolamento crustal simples, segundo
Ussami et al. (1986); D) Modelo do descolamento crustal duplo, segundo Castro
Jr. (1987) e Modelos de abertura do rifte para os Andares Meso-Rio da Serra (E)
e Jiquiá (F), baseados em Magnavita (1992)
sedimentos acontecida entre as tectonosseqüências TSR1, estágios Rio da Serra, Aratu, Buracica e TSR2,
estágio Jiquiá, pode ser explicada por rotação e basculamento de blocos, causados por reativação das
estruturas pré-existentes, sem envolver, necessariamente, reorientação da distensão como sugerido por
Magnavita (1992) (figuras 2.2C; 3.6C,D e 3.7).

4.3. Modelo Evolutivo Tectonossedimentar

A fossa tectônica do Recôncavo-Tucano-Jatobá, orientada NS, instalada em parte da crosta ensiálica


existente na porção setentrional do estado da Bahia, acondicionou no seu interior mais de 9.000m de
sedimentos continentais. No final do Eocretáceo (Andar Alagoas), esse ramo fragmentado da crosta foi
isolado do principal, que continuava o seu processo de quebramento, agora orientado para NE, até culminar
com a separação total dos continentes América do Sul e África.
A evolução dessa fossa decorreu da reativação, no Eocretáceo, de conjugados de cisalhamento
proterozóicos, orientados NS, NNE-SSW, NW-SE e ENE-WSW, presentes nas rochas do embasamento
adjacente. Os três primeiros sistemas de cisalhamento foram fundamentais para a construção e
preenchimento das bacias do Recôncavo e do Tucano Sul/Central, enquanto os dois últimos foram
responsáveis pela compartimentação estrutural e sedimentação da Sub-bacia do Tucano Norte e da Bacia do
Jatobá (figuras 2.1 e 2.2C).
Mecanismos de subsidência diferenciados, responsáveis pelas fases tectônicas pré-rifte, sinrifte e
pós-rifte, caracterizadas no rifte RTJ, refletem a sua história evolutiva (figura 4.1C).
A fase pré-rifte, que se relaciona à tectonosseqüência TPRR, é produto do estiramento crustal inicial
acontecido na região no Neojurássico, entre 150Ma e 144Ma (figura 3.1), quando as suas condições
mecânico-elásticas possibilitaram o desenvolvimento de uma bacia do tipo intracratônica, mais ampla que os
atuais limites do rifte. A amplitude dessa bacia é indicada pelos sedimentos correlacionáveis existentes nas
bacias do Araripe, Sergipe-Alagoas, Camamu e Almada, localizadas no interior e na costa brasileira e na
Bacia do Gabão, situada na margem continental oeste africana (Ponte et al., 1972; Ghignone, 1979). Nessa
fase, depositaram-se, a partir de norte e oeste, as litofácies flúvio-deltáico-lacustres do trato de sistemas ts-I
(figura 4.1C1), sobre terrenos arqueanos, proterozóicos e paleozóicos (figura 3.1).
A fase sinrifte, constituída de dois estágios tectônicos extensionais, acontecidos no andares Rio da
Serra e Jiquiá, relaciona-se às tectonosseqüências TSR1 e TSR2 (figura 3.6C,D), separadas da fase anterior
por uma paraconformidade, e da posterior, pós-rifte, por discordância angular (Magnavita, 1992). É
caracterizada por subsidência mecânica com rompimento pulsativo frágil da crosta, no Eocretáceo, entre
144Ma e 122Ma (Magnavita & Rocha, 1996). Essa subsidência pode ser resultante da atuação de esforços
tracionais na litosfera, levando à sua ruptura por processos de extensão horizontal. Nessa fase, o fator
tectônica sobrepujou os demais fatores condicionantes da formação e preenchimento da fossa baiana (figuras
3.1, 4.1C2 e 4.1C3). Durante o primeiro estágio tectônico a crosta atinge o limite máximo de elasticidade e
começa a romper mecanicamente, para formar as bacias do Recôncavo e Tucano Sul/Central.
O início da formação das falhas da borda leste nas bacias do Tucano Sul/Central e Recôncavo,
propicia condições para o aparecimento de áreas elevadas e lagos. Nestes, depositaram-se as unidades
pertencentes ao trato de sistemas ts-II. Um incremento na instabilidade tectônica sucedeu esse período e foi
responsável pela deposição das litofácies dos tratos ts-III e ts-IV, oriundas das terras elevadas adjacentes às
bordas flexural e falhada dessas bacias (figuras 3.6C e 4.1C2). Após um intervalo de relativa quiescência
tectônica, começa, no Andar Jiquiá, outro estágio de instabilidade crustal, com rejuvenescimento de relevo,
geração e reativação de falhas e erosão das terras exumadas, quando se acumularam os depósitos do trato de
sistemas ts-V, provenientes das áreas situadas a norte das bacias do Recôncavo e Tucano (figuras 3.1, 3.6D e
4.1C3).
A fase tectônica pós-rifte relaciona-se à tectonosseqüência TPOR, que corresponde ao último evento
de sedimentação acontecido no rifte RTJ (figura 4.1C4). Essa fase é caracterizada por um hiato deposicional
acompanhado por soerguimentos, basculamentos e erosão das unidades previamente depositadas e pela
formação de uma bacia do tipo sag, desenvolvida a partir de uma lenta subsidência termal/flexural,
propiciada pelo resfriamento e contração da litosfera pós-afinamento e ruptura (Magnavita & Rocha, 1996).
As litofácies do trato de sistemas ts-VI, que a preencheram, fluiam principalmente de norte para sul, embora
alguns autores sugiram outras direções de fluxos para esses depósitos.
Processos importantes de subsidência, soerguimento e erosão pós-rifte continuaram a acontecer na
região até o final do Paleógeno, quando mais de 1500m de detritos pertencentes ao ts-VI teriam sido
removidos por erosão. Nova sedimentação na área só viria a acontecer no Neógeno, com a deposição do
Grupo Barreiras (Daniel et al., 1989 e Magnavita & Rocha, 1996).
5
ASPECTOS HIDROGEOLÓGICOS DA BACIA

O Projeto Bacia do Tucano Sul abrange terrenos igneos e metamórficos, que constituem o
embasamento pré-cambriano e terrenos sedimentares, pertencentes às bacias do Tucano e Recôncavo Norte.
A área do projeto insere-se parcialmente no “Polígono das Secas” e apresenta escassez de recursos hídricos
superficiais, restritos aos vales úmidos dos poucos rios perenes que a cortam. A variação de precipitação
pluviométrica anual (100mm até 850mm, para os períodos de 1934 a 1960 e 1983 a 1995), às vezes com
intervalos prolongados de estiagem, obriga a sua população a se abastecer de pequenas fontes e cisternas,
que ocasionalmente resistem às secas (Ferreira, 1964; Carvalho & Costa, 1996).
Os poucos recursos hídricos superficiais contrastam com os fartos mananciais armazenados em
subsuperfície, entre as rochas sedimentares da bacia, que constituem grandes reservatórios, passíveis de
solucionar o grave problema do abastecimento d’água que afeta grande parte dos habitantes da região.
As unidades que ocorrem nas bacias do Tucano Sul/Central e Recôncavo Norte são analisadas aqui,
sob a ótica das suas potencialidades hidrogeológicas como reservatório. O aumento significativo das
unidades arenosas, de sul para norte, ou da Bacia do Recôncavo para a Bacia do Tucano, induz à presença de
aqüíferos mais significativos nesse sentido.

5.1. Sistemas Aqüíferos

Seis sistemas aqüíferos de importâncias hidrogeológicas distintas foram reconhecidos na Bacia do


Tucano Sul/Central (figura 5.1). Essa classificação baseia-se na composição, permoporosidade, no grau de
confinamento e no comportamento tectônico das litofácies do rifte RTJ.
1) Sistema Aqüífero Intergranular Livre - contínuo, de alta importância hidrogeológica como área de
recarga, representado pelas coberturas superficiais detríticas e residuais, e pelos depósitos do Grupo
Barreiras e Formação Marizal. Trata-se de unidades essencialmente arenosas, permeáveis, que formam
extensos tabuleiros distribuidos de forma contínua em aproximadamente 2/3 da bacia, com espessuras que
podem ultrapassar 400m e altitudes variáveis entre 150m e 450m. Esses elementos tornam esse sistema um
excelente reservatório de água subterrânea. A boa permeabilidade e a horizontalidade do conjunto facilitam a
penetração das águas das chuvas e potencializam, juntamente com as águas das grandes drenagens, a
alimentação dos aqüíferos sotopostos, constituindo-se, portanto, em uma área de recarga primorosa. Os
fatores que atuam como descarga natural desse sistema são a evapotranspiração e a infiltração, e as suas
águas são normalmente subaproveitadas, restringindo-se, quase sempre, ao uso individual, através de poços
rasos (até 40m) de grande diâmetro ou cisternas (Carvalho & Costa, 1996);
2) Sistema Aqüífero Intergranular Parcialmente Confinado - de alto potencial hidrogeológico como
reservatório, constituído pela Formação São Sebastião superior, composta por arenito fino, médio e grosso,
bem e mal selecionados, pouco consolidados, porosos e permeáveis, com intercalações de conglomerado e
pelito. A espessura máxima dessa formação pode ultrapassar 2.500m e o relevo é pouco ondulado, com
altitudes que variam de 150m a 300m. O escoamento do sistema é controlado pela atitude das camadas, que
mergulham regionalmente para leste, no sentido do depocentro da bacia, e pela tectônica, que condiciona o
fluxo à permeabilidade das camadas. Sua alimentação é feita pelas águas das chuvas, pela infiltração a partir
do sistema aqüífero do item anterior e pelo rio Itapicuru. Já suas descargas naturais são processadas através
desse rio e de sua rede de drenagem e por evapotranspiração, esta facilitada pelo clima que ocorre na região
(Carvalho & Costa, 1996);
3) Sistema Aqüífero Intergranular Multicamadas Parcialmente Confinado - de alto potencial
hidrogeológico como reservatório, relacionado à Formação São Sebastião inferior (Unidade Umburana) e ao
Grupo Ilhas, que constituem um relevo ondulado. Essas unidades alternam camadas tabulares e lenticulares
de arenito muito fino a grosso, bem e mal selecionados, permeáveis e porosos, com intercalações de pelito e
carbonato. Trata-se do conjunto litofaciológico mais espesso (espessura máxima pode ultrapassar 7.000m) e
do sistema aqüífero mais importante da bacia, juntamente com o sistema do ítem 2. Isoladamente, os corpos
de arenito podem alcançar espessuras superiores a 50m e apresentar-se confinados em subsuperfície pelas
camadas de pelito, o que resulta em uma grande quantidade de poços surgentes com altas vazões e com água
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LEGENDA
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Aquíferos intergranulares livres de alto potencial Aquíferos intergranulares multicamadas parcialmente
1 hidrogeológico como área de recarga 4 confinados de baixo potencial hidrogeológico como reservatório
..
Aquíferos intergranulares parcialmente confinados de alto Aquíferos intergranulares parcialmente confinados de
2 5
potencial hidrogeológico como reservatório médio potencial hidrogeológico como reservatório
Aquíferos intergranulares multicamadas parcialmente Aquíferos intergranulares multicamadas parcialmente
3 confinados de alto potencial hidrogeológico como reservatório 6
confinados de baixo a médio potencial hidrogeológico
como reservatório

..
Figura 5.1 - Sistemas aquíferos da Bacia do Tucano Sul/Central
termal, como acontece nas estâncias hidrominerais de Caldas do Jorro, Jorrinho e Cipó. A alimentação desse
sistema aqüífero é feita diretamente pelas águas das chuvas, pela infiltração a partir do sistema descrito no
item 1 e pelos rios Itapicuru e Inhambupe; e suas descargas naturais acontecem através dos rios citados
acima e de seus afluentes, das nascentes e da evapotranspiração, esta ultima potencializada pelo clima semi-
árido dominante na região. A migração das águas no sistema relaciona-se diretamente à permeabilidade, à
inclinação das camadas, que normalmente mergulham para leste em direção ao depocentro da bacia, e aos
sistemas de falhas;
4) Sistema Aqüífero Intergranular Multicamadas Parcialmente Confinado - de baixo potencial
hidrogeológico como reservatório, representado pelas formações Candeias, Água Grande e Itaparica, com
espessuras superiores a 1.300m; a primeira, parcialmente aflorante e as duas últimas não-aflorantes na área.
As formações Candeias e Itaparica são constituídas predominantemente de pelito, associado a níveis
centimétricos até alguns metros de arenito bem e mal selecionado, permoporoso, e carbonato. A Formação
Água Grande é representada por um pacote de arenito com até 27m de espessura, balizado pelas formações
Candeias, no topo, e Itaparica, na base. Embora essa associação de litofácies tenha um comportamento
hidrogeológico de multicamadas, análogo ao aqüífero do item 3, o tratamento diferenciado como sistema
aqüífero de baixo potencial que lhe é atribuído deve-se ao predomínio absoluto de rochas impermeáveis,
desfavoráveis a uma boa produtividade, e à considerável profundidade em que se encontra a grande maioria
dessas litofácies, inviabilizando a recuperação das suas reservas e favorecendo o aumento da taxa de
salinidade do sistema. Apesar das desvantagens citadas acima, a falta de outras fontes alternativas em
algumas partes da região, faz com que o suprimento d’água seja obtido das camadas aflorantes e
subaflorantes do arenito confinado ou semi-confinado do sistema, através de poços tubulares;
5) Sistema Aqüífero Intergranular Parcialmente Confinado - de médio potencial hidrogeológico
como reservatório, representado pela Formação Sergi, composta essencialmente de arenito permoporoso,
cortado por sistemas de falhas e fraturas. Uma espessura máxima de 289m é atribuída a essa formação, cujos
tipos litológicos conformam um relêvo de morros alongados e descontínuos com altitudes de até 350m.
Trata-se de um sistema aqüífero livre nas suas áreas de afloramento e confinado em profundidade pelos
sistemas anteriores. Carvalho & Costa (1996) recomendam a perfuração de poços tubulares nessas áreas com
profundidade até 200m, locados sobre a zona de baixo potencial para água subterrânea do item 4, próximo ao
contato, onde as condições de surgência são melhores e as taxas de salinidade são menores. A sua principal
fonte alimentadora provém diretamente das chuvas, enquanto a evapotranspiração e a infiltração constituem-
se nos fatores básicos responsáveis pela descarga natural do sistema;
6) Sistema Aqüífero Intergranular Multicamadas Parcialmente Confinado - de baixo a médio
potencial hidrogeológico, representado pela Formação Aliança, composta de um pacote superior (membro
Capianga) de pelito, com 116m de espessura máxima, associado com níveis subordinados de arenito; e de
um pacote inferior (membro Boipeba) de arenito, com até 165m de espessura, com intercalações de pelito. O
pacote superior não é recomendável como aqüífero, porém o conjunto inferior pode se constituir em uma
zona razoável de captação de água nas suas áreas livres ou nas zonas confinadas próximas ao contato com o
membro Capianga. Nas áreas mais afastadas das zonas de afloramento a taxa de salinidade e a profundidade
de captação da água inviabilizam esse reservatório.
6
RECURSOS MINERAIS

As rochas sedimentares pertencentes ao rifte RTJ envolvidas na área do projeto, não foram ainda
suficientemente estudadas quanto ao seu potencial mineral; porém, é conhecida a vocação desses terrenos
para água subterrânea, com fartos reservatórios passíveis de serem utilizados (ver capítulo 5), e para
hidrocarbonetos, principalmente gás, evidenciada pelos cerca de 120 poços perfurados na área pela
Petrobras, distribuídos, quase todos, nos campos de Conceição, Iraí e Quererá (figura 6.1 e anexo I). Desses
poços, apenas dois no Campo de Conceição, um no Campo de Quererá, um em Subauma Mirim (SM-1), um
em Sempre Viva (SV-1) e um no Norte de Pontal (NP-1) mostram-se produtores potenciais de óleo (Muricy,
2001). Além desses bens minerais, indícios de ouro e concentrações de bário, chumbo, urânio e vanádio
realçam o potencial mineral dessa bacia. Depósitos de argila também já despertam interesse empresarial, haja
visto o registro de áreas requeridas junto ao DNPM.
No domínio do embasamento tem-se jazimentos de calcário, ouro, argila, ferro e pedreiras de granito
e granulito, que também estão sendo alvo de considerações neste trabalho (figura 6.1 e anexo I).

6.1 Hidrocarbonetos

A Bacia do Tucano Sul/Central é potencialmente importante como armazenadora de reservas de gás.


Essas reservas, reconhecidamente mais significativas do que as de óleo, são creditadas ao amplo predomínio
de matéria orgânica essencialmente geradora de gás, quando da deposição dos sedimentos (Muricy, 2001).
Os campos de gás presentes na área são mostrados na figura 6.1 e aqui sumariados: (i) Campo de
Conceição, descoberto em 1968, com reservas desconhecidas. Tem área aproximada de 12 km2, onde foram
perfurados doze poços produtores em arenitos da Formação Candeias. Esse gás é escoado pelo gasoduto que
liga o campo ao Complexo de Santiago, situado a sul dos limites do projeto, no município de Pojuca, na
vizinha Bacia do Recôncavo; (ii) Campo de Quererá, descoberto em 1962, tem reservas armazenadas em
arenitos da Formação Candeias da ordem de 13,53 bilhões de pés cúbicos de gás na condição de gás in place
e de 5,4 milhões de barris de óleo. Encontra-se fechado por falta de infra-estrutura de produção (gasoduto); e
(iii) Campo de Iraí, fechado pela mesma razão que o Campo de Quererá, foi descoberto em 1963, com
reservas da ordem de 8,45 bilhões de pés cúbicos de gás in place, armazenados em arenitos da Formação
Sergi (Muricy, 2001).

6.2 Bário

Trabalhos de prospecção mineral desenvolvidos pela extinta Petromisa culminaram com a


identificação de vários jazimentos de barita ao longo da borda ocidental da Bacia do Tucano. Quarenta e
quatro desses jazimentos estão situados na área do projeto (figura 6.1 e anexo I). As suas rochas encaixantes
são predominantemente arenito (86%), seguindo-se calcário, siltito calcífero e dolomito, pertencentes às
formações Marizal, São Sebastião, Candeias e ao Grupo Ilhas. A forma de mineralização mais importante de
barita é como cimento de arenito. Outras formas reconhecidas são: preenchimento de fraturas, nódulos
(pelotas) e rosetas (bolachas). No caso de barita em veios, isto é, preenchendo fraturas, a rocha encaixante
geralmente é carbonática (calcário, dolomito e siltito calcífero). A quase totalidade desses jazimentos tem
status de ocorrência de pequeno porte, exceto um deles que foi parcialmente pesquisado e constitui-se num
pequeno depósito localizado na fazenda Pedro Sinal (37 Ba). Nesse local a mineralização ocorre sob a forma
de cimento baritífero associado a um arenito esbranquiçado, médio a grosso, localmente caolínico e em parte
oxidado, pertencente à Formação Marizal. O jazimento ocorre em uma camada suborizontal com espessura
média de 1,22m e com reservas de 26.000t de barita.

6.3 Urânio-Vanádio

Remonta a 1956 a descoberta de ocorrência de urânio e vanádio no município de Tucano, associados


a arenitos da bacia homônima. Essa descoberta deu-se a partir da identificação de coffinita em testemunhos
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Jazimentos minerais
Km Formação Marizal
SM1 Poços produtores potenciais de óleo

Kss Formação São Sebastião Campo de gás (CC - Campo de Conceição


CI - Campo de Iraí, CQ - Campo de Quererá)

Kis Grupo Ilhas

ag - argila; Au - ouro; Ba - bário; ca - calcário; Fe - ferro; gl


Kc Formação Candeias (pt) - granulito (pedra de talhe); gr (pt) - granito (pedra de
talhe); Pb - chumbo; U - urânio; V - vanádio

Figura 6.1- Mapa geológico simplificado com a localização dos jazimentos minerais
de sondagem durante os trabalhos de prospecção de petróleo. Posteriormente, verificou-se também a
ocorrência de carnotita em afloramentos desses arenitos, ampliando assim a importância dessas
mineralizações.
Trabalhos de prospecção revelaram valores máximos de 100.000 ppm (10%) de vanádio em arenitos
fluviais da Formação Sergi, ricos em matéria orgânica, localizados na região limítrofe entre as sub-bacias
Tucano Central e Tucano Sul (3 U/V e 4 U/V), enquanto amostras intemperizadas dessas rochas forneceram
teores em torno de 4% de vanádio (Santana, 1980). O urânio e vanádo ocorrem sob as formas de vanadatos,
silicatos e sulfetos, impregnando os interstícios de grãos de quartzo e feldspato.
De acordo com Saad & Munne (1982), essa mineralização apresenta amplitude regional, ocorre sob a
forma de lentes e pode associar-se a sulfetos de cobre e níquel (calcopirita+pentlandita), além de pirita. Seus
melhores teores encontram-se em profundidades superiores a 200m (17,4% de V2O5 e 0,75% de U308).
Foram identificados patronita, montroseita, coffinita e heweltita, como minerais da mineralização primária,
enquanto os minerais secundários correspondem a zippeita, carnotita e metatyuyamonita. As espessuras dos
níveis mineralizados são variáveis (centimétricas até vários metros) e diversos desses níveis podem ocorrer
num mesmo furo.

6.4 Chumbo

A única concentração de chumbo cadastrada na Sub-bacia do Tucano Sul localiza-se na fazenda


Olhos d' Água (34Pb). Trata-se de uma ocorrência que tem como rochas hospedeiras arenito conglomerático
imaturo e conglomerado polimítico, pertencentes à Formação Marizal. A Petromisa faz referência ao
enriquecimento supergênico na mineralização plumbífera, sem contudo mencionar a sua associação
mineralógica.

6.5 Ouro

Trabalhos de prospecção desenvolvidos na borda oeste da Bacia do Tucano (Conceição Filho &
Rangel, 1994), entre os paralelos 10º e 12º de latitude sul e os meridianos 38º30’ e 39º30’ de longitude oeste,
objetivaram a verificação de valores anômalos para ouro asssociados a rochas areno-conglomeráticas das
formações Aliança, Sergi e Marizal. Essa investigação decorreu do fato do embasamento situado a oeste
dessa bacia encerrar o Greenstone Belt do Rio Itapicuru, portador de jazimentos de ouro e possível
fornecedor de material para o seu preenchimento.
Inicialmente esses trabalhos registraram a presença de ouro em conglomerado da Formação Marizal,
no Morro do Pai Miguel, com teores de 0,17g/t de Au até 0,4g/t de Au e em arenitos das formações Sergi (50
pintas de ouro) e Aliança (65 pintas de ouro) (Noguti, 1998). Esses trabalhos de prospecção tiveram
continuidade em duas áreas-alvo, que totalizam 1.050 km2 (áreas de Canabrava e de Teofilândia), mediante
um programa de exploração geológica e de geoquímica regional. Na área de Canabrava as concentrações
anômalas para Au variaram entre 1,20ppm e 5,75 ppm e estão associadas a psamitos/psefitos da Formação
Marizal e na área de Teofilândia essas concentrações variaram de 1,07ppm a 14,40ppm, relacionadas a
arenito da Formação Aliança (Conceição Filho & Rangel, 1994).
A oeste da Sub-bacia do Tucano Sul estão cadastrados três jazimentos de ouro relacionados a restos
da seqüência matavulcanossedimentar do Grenstone Belt do Rio Itapicuru. Desses registros o mais
importante é o de Lagoa do Gato, onde foi definido um pequeno depósito pela Companhia Vale do Rio Doce
(CVRD), com reservas totais de 111.700t de minério e teores de 4,72g/t de Au para as reservas medidas e
3,56g/t de Au para as reservas indicadas e inferidas.

6.6 Argila

É um bem mineral utilizado na fabricação da cerâmica estrutural de piso (tijolos, telhas, lajotas etc),
para cerâmica branca e na indústria de refratários e de agregados leves. Na Sub-bacia do Tucano Sul o
potencial para argila provém não só de níveis pelíticos que integram as suas diversas unidades
litoestratigráficas, como também de depósitos de baixada ou argila de várzea, recentes. A Formação Marizal
se destaca como potencialmente importante por ter maior extensão aflorante e por apresentar um relevo que
facilita eventuais operações de lavra nos denominados depósitos de morro; embora a sua situação geográfica
em relação aos principais mercados consumidores ainda seja obstáculo ao aproveitamento dos potenciais
depósitos desse bem mineral.
Apenas um jazimento de argila (60ag) está cadastrado na área, fora do domínio da Sub-bacia do
Tucano Sul. Trata-se de um garimpo de argila de várzea, de idade quaternária, cuja camada tem espessura
variável de 0,2m a 1,0m e é utilizada para fabrico de telhas e tijolos.

6.7 Calcário

Quatro dos sete jazimentos de calcário cadastrados na área estão relacionados ao Grupo Estância; os
demais referem-se à Formação Aliança (figura 6.1). Os sete jazimentos foram alvo de explotação, seja na
condição de mina (50ca e 56ca), ou de lavra intermitente e rudimentar comparável à garimpagem (os cinco
jazimentos restantes). No jazimento da Pedreira Pau de Colher (50ca), a rocha carbonática corresponde
composicionalmente a um dolomito calcífero com 17% de MgO e as reservas totais eram originalmente da
ordem de 5,8 milhões de toneladas. Na mina da fazenda Aracitu (56ca) as reservas medida e indicada,
aprovadas pelo DNPM, somam cerca de 6,8 milhões de toneladas.

6.8 Ferro

Apresenta-se como uma pequena ocorrência de óxidos de ferro associados a quartzo, sem interesse
prospectivo, encaixada em granulitos do Complexo Caraíba.

6.9.Granito e Granulito

O aproveitamento de rochas do embasamento da bacia como material de construção está registrado


apenas em dois jazimentos, embora o número real deles seja muito maior. Das duas pedreiras cadastradas
uma tem o status de mina intermitente (48gl) e produz brita a partir de rocha granulítica, enquanto a outra
(59gr) também produz brita, mas a partir de granito intrusivo.
7
CONCLUSÕES

(1) A parte do rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá (RTJ) abrangida neste trabalho, representa uma
sedimentação continental siliciclástica produzida por sistemas aluvial, fluvial, eólico, deltáico e lacustre,
acontecida do Neojurássico ao Eocretáceo em uma bacia do tipo rifte-sag, evoluída em três fases tectônicas:
fase pré-rifte, caracterizada por estiramento crustal; fase sinrifte dominada por subsidência mecânica; e fase
pós-rifte, gerada por subsidência termal da crosta. Essas fases tectônicas compõem uma megasseqüência
deposicional relacionada às unidades litoestratigráficas definidas para a bacia por Viana et.al. (1971);
(2) Quatro tectonosseqüências foram identificadas na área, da base para o topo: tectonosseqüência
pré-rifte (TPRR), tectonosseqüência sinrifte1 (TSR1), tectonosseqüência sinrifte2 (TSR2) e tectonosseqüência
pós-rifte (TPOR). Cada uma delas inclui um ou mais tratos de sistemas. A TPRR corresponde ao Grupo
Brotas (formações Aliança e Sergi), relacionada a um trato de sistemas de lago alto (ts-I); a TSR1
corresponde aos grupos Santo Amaro (formações Itaparica, Água Grande e Candeias), Ilhas e Massacará
inferior e, parcialmente, à Formação Salvador e é formada por três tratos de sistemas (margem de
plataforma/ts-II, trangressivo/ts-III e lago alto/ts-IV); a TSR2 é representada pelo Grupo Massacará superior e
por parte da Formação Salvador, relacionados a um trato de sistemas de lago baixo (ts-V); e a TPOR
corresponde à Formação Marizal, constituída de um trato de sistemas de lago baixo (ts-VI);
(3) Essa sedimentação foi controlada fundamentalmente pela tectônica no Eocretáceo, que reativou
anisotropias preexistentes, evidenciadas pelo forte paralelismo existente entre os traços estruturais do
embasamento e algumas das falhas de borda do rifte; e regulou o suprimento, a taxa de acomodação de
sedimentos na bacia e a variação relativa do nível do lago;
(4) A megaestrutura do rifte RTJ, produzida pela fragmentação da crosta, é retratada na área do
projeto por dois semigrábens assimétricos. Um semigráben corresponde às sub-bacias do Tucano Sul e
Central, separadas pela falha transferente do Rio Itapicuru e o outro constitui a Bacia do Recôncavo,
separada da Sub-bacia do Tucano Sul pela Rampa de Revezamento de Aporá;
(5) Três sistemas de falhas, geralmente extensionais oblíquas, penetrativas nas rochas do
embasamento, orientados NE-SW, NS e NW-SE, estruturam internamente essas bacias. Esses sistemas
regionais estão marcados nos afloramentos por feixes de falhas de espessuras milicentimétricas, arranjados
segundo um padrão entrelaçado e preenchidos por material cominuído e cimentado;
(6) A evolução tectonossedimentar das bacias em apreço começou no Neojurássico com a formação
de uma ampla depressão intracratônica e acumulação dos depósitos pertencentes à tectonosseqüência TPRR,
provenientes de norte e oeste. Seguiu-se a essa fase um período de exposição e erosão das unidades então
depositadas, marcado por uma discordância regional, sobre a qual se instalou, no Eocretáceo, nova
sedimentação, agora fortemente controlada pela tectônica e relacionada à fase sinrifte, dividida nas
tectonosseqüências TSR1 e TSR2. A tectonosseqüência TSR1 depositou-se durante o Andar Rio da Serra,
quando o aporte de sedimentos para a bacia se deu de W/SW para E/NE na Bacia do Tucano Sul/Central e de
N e W para S e E na Bacia do Recôncavo. A deposição da tectonosseqüência TSR2 aconteceu no Eojiquiá, e
se caracteriza pela mudança na polaridade sedimentar, com fluxo dos detritos de N/NW para S/SE na Bacia
do Tucano Sul/Central e de N para S na Bacia do Recôncavo. Novo intervalo não-deposicional acompanhado
de exposição/erosão e marcado por discordância regional, baliza o preenchimento final dessas bacias,
acontecido no final do Eocretáceo. Nesse intervalo se forma uma bacia do tipo sag, gerada por subsidência
flexural, decorrente do resfriamento e contração litosféricos, onde se acumularam as unidades que
constituem a tectonosseqüência TPOR, provenientes principalmente de norte;
(7) A área apresenta escassez de recursos hídricos superficiais, embora seja rica em mananciais
subsuperficiais, armazenados entre as unidades do rifte RTJ. Esses mananciais subsuperficiais foram
enquadrados em seis sistemas aqüíferos de importância hidogeológica variável: (a) sistema aqüífero
intergranular livre, de alta importância hidogeológica como área de recarga, (b) sistema aqüífero
intergranular parcialmente confinado, de alto potencial hidrogeológico como reservatório, (c) sistema
aqüífero intergranular multicamadas parcialmente confinado, de alto potencial hidrogeológico como
reservatório, (d) sistema aqüífero intergranular multicamadas parcialmente confinado, de baixo potencial
hidrogeológico como reservatório, (e) sistema aqüífero intergranular parcialmente confinado, de médio
potencial hidrogeológico como reservatório e (f) sistema aqüífero intergranular multicamadas parcialmente
confinado, de baixo a médio potencial hidrogeológico como reservatório;
(8) Reservas importantes de hidrocarbonetos, principalmente gás, indícios de ouro e concentrações
de bário, chumbo, urânio e vanádio, ainda não suficientemente avaliados, fazem parte do potencial mineral
da Bacia do Tucano Sul/Central.
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(Doutorado) - Universidade do Texas, Austin.

SILVA, L. C.; GUIMARÃES, J. T.; SANTOS, R. A. Bacias Neoproterozóicas. In: BIZZI, L. A. (Org.).
Geologia, Tectônica e Recursos Minerais do Brasil. Brasília: CPRM, 2002. Em preparação.
SILVA, M. G. da. A Seqüência Vulcano-sedimentar do Médio Rio Itapicuru, Bahia. In: INDA, H. A.V.,
DUARTE, F. B. (eds). Geologia e Recursos Minerais do Estado da Bahia; textos básicos. Salvador:
SME/CPM, 1984. V. 5, p. 8-42.

SOARES, A. C. R.; PEREIRA, E. B. Detalhe geológico do flanco sudoeste da Bacia de Tucano. Salvador
:Petrobras, 1966. 61 p.

STANIN, S. A.; ALMEIDA, A. C. The geology of West-Central Tucano Basin, Bahia. Salvador : Petrobras,
1961. 65 p.

SUGUIO, K.; BIDEGAIN, J. C.; MORNER, N. A. Dados preliminares sobre as idades paleomagnéticas do
Grupo Barreiras e da Formação São Paulo. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, v. 16, p. 171-175,
1986.

SZATMARI, P.; CONCEIÇÃO, J. C. J.; LANA, M. C. et al. Mecanismo tectônico do rifteamento sul –
atlântico. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 33., 1984, Rio de Janeiro. Anais... Rio de
Janeiro: SBG, 1984.

SZATMARI, P.; MILANI, E. J.; LANA, M. C. et al. How South Atlantic rifting affects Brazilian oil
reserve distribuition. Oil and Gas Journal, n. 83, p. 107-113, 1985.

TEIXEIRA, L. R. & MELO, R. C.. Geoquímica dos ortognaisses granulíticos do Complexo Carnaíba, na
região de Riachão de Jacuípe, Bahia. In: XXXVI Congr. Bras. Geol., Natal, SBG. Anais..., Natal, p. 1849-
1860, 1990.

USSAMI, N.; KARNER, G. D.; BOTT, M. H. P. Crustal detachment during South Atlantic rifting and
formation of Tucano – Gabon basin system. Nature, v. 322, p. 629-632, 1986.

VIANA, C. F.; GAMA JR., E. G.; SIMÕES, I. A. et al. Revisão estratigráfica da Bacia do Recôncavo-
Tucano. Boletim Técnico da PETROBRÁS, Rio de Janeiro, v. 14, n. 3/4, p. 157-192, 1971.

WERMUND, E. G.; SILVA, G. R.; ZABALAGA, M. C. Depositional systems of Tucano Basin and related
oil and gas. Rio de Janeiro : Petrobras, 1976. 31p. Relatório Interno n. 103-5062
APÊNDICES
Listagem dos Jazimentos Minerais
Listagem dos Jazimentos Minerais
Coordenadas Rocha
Nº do Geográficas Encaixante/ Hospe-
N.º de Local/ Status da Mineralização/
DOC Latitude (S) Substância deira e/ou Associada
ordem Município/UF Produção/Reservas/Teores
META Longitude
(W)
11o00’52’’ Bário Faz. Manteiga/ Caldas do Calcários Ocorrência mineral
01 17803
38o47’20’’ Jorro/ BA
11o00’55’’ Bário Faz. Itapicuru/ Caldas do Calcários Ocorrência mineral
02 17802
38o43’30’’ Jorro/ BA
11o04’25’’ Urânio e vaná- Tiririca/ Tucano/ BA Arenitos Indício
03 01001
38o44’55’’ dio
11o05’50’’ Urânio e vaná- Poço Redondo/ Tucano/ BA Arenitos Indício
04 01000
38o52’15’’ dio
11o06’11’’ Bário Faz. Lagoa da Entrada/ Tu- Arenitos Ocorrência mineral
05 17768
38o50’55’’ cano/ BA
11o06’11’’ Bário Tracupa/ Tucano/ BA Siltito calcífero Ocorrência mineral
06 17767
38o49’45’’
11o08’50’’ Bário Faz. Barreiras/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
07 17759
38o47’28’’
11o09’19’’ Bário Faz. Barreiras/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
08 17761
38o47’23’’
11o09’31’’ Bário Faz. Barreiras/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
09 17766
38o47’26’’
11o09’41’’ Bário Faz. Barreiras/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
10 17760
38o47’30’’
11o09’49’’ Bário Faz. Barreiras/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
11 17770
38o46’48’’
11o09’55’’ Bário Faz. Barreiras/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
12 17771
38o47’08’’
11o10’33’’ Bário Faz. Barreiras/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
13 17769
38o47’05’’
11o13’13’’ Bário Faz. Lagoa da Entrada/ Tu- Arenitos Ocorrência mineral
14 17763
38o49’05’’ cano/ BA
11o13’18’’ Bário Faz. Queimada/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
15 17765
38o49’15’’
11o13’24’’ Bário Faz. Lagoa da Entrada/ Tu- Arenitos calcíferos Ocorrência mineral
16 17764
38o51’10’’ cano/ BA
11o13’26’’ Bário Faz. Queimada/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
17 17762
38o51’35’’
11o15’05’’ Bário Faz. Pau do Rato/ Tucano/ Arenitos Ocorrência mineral
18 17796
38o50’05’’ BA
11o16’11’’ Bário Faz. Pau do Rato/ Tucano/ Arenitos Ocorrência mineral
19 17794
38o51’00’’ BA
11o16’47’’ Bário Faz. Pau do Rato/ Tucano/ Arenitos Ocorrência mineral
20 17795
38o50’50’’ BA
11o16’44’’ Bário Faz. Outeiros/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
21 17793
38o49’10’’
11o18’04’’ Bário Faz. Ouro Preto/ Tucano/ Arenitos Ocorrência mineral
22 17788
38o49’15’’ BA
11o20’23’’ Bário Faz. Maria Preta/ Tucano/ Arenitos Ocorrência mineral
23 17792
38o49’20’’ BA
11o20’31’’ Bário Faz. Tamanduá/ Araci/ BA Calcários Ocorrência mineral
24 17790
38o51’25’’
11o20’48’’ Bário Quererá/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
25 17789
38o50’00’’
11o20’53’’ Bário Quererá/ Araci/ BA Arenitos Ocorrência mineral
26 17785
38o50’12’’
11o21’03’’ Bário Quererá/ Araci/ BA Siltitos calcíferos Ocorrência mineral
27 17783
38o50’39’’
11o20’40’’ Bário Quererá/ Araci/ BA Arenitos Ocorrência mineral
28 17786
38o49’25’’
11o20’55’’ Bário Quererá/ Araci/ BA Arenitos Ocorrência mineral
29 17784
38o49’27’’
11o21’53’’ Bário Faz. Pau Seco/ Araci/ BA Arenitos Ocorrência mineral
30 17787
38o49’28’’
11o22’11’’ Bário Faz. Pau Seco/ Araci/ BA Arenitos Ocorrência mineral
31 17782
38o49’05’’
11o22’40’’ Bário Faz. Pau Seco/ Araci/ BA Arenitos Ocorrência mineral
32 17791
38o49’10’’
11o24’50’’ Bário Faz. Carrancuda/ Teofilân- Arenitos Ocorrência mineral
33 17780
38o49’35’’ dia/ BA
Listagem dos Jazimentos Minerais
Coordenadas Rocha
Nº do Geográficas Encaixante/ Hospe-
N.º de Local/ Status da Mineralização/
DOC Latitude (S) Substância deira e/ou Associada
ordem Município/UF Produção/Reservas/Teores
META Longitude
(W)
11o00’52’’ Bário Faz. Manteiga/ Caldas do Calcários Ocorrência mineral
01 17803
38o47’20’’ Jorro/ BA
11o00’55’’ Bário Faz. Itapicuru/ Caldas do Calcários Ocorrência mineral
02 17802
38o43’30’’ Jorro/ BA
11o04’25’’ Urânio e vaná- Tiririca/ Tucano/ BA Arenitos Indício
03 01001
38o44’55’’ dio
11o05’50’’ Urânio e vaná- Poço Redondo/ Tucano/ BA Arenitos Indício
04 01000
38o52’15’’ dio
11o06’11’’ Bário Faz. Lagoa da Entrada/ Tu- Arenitos Ocorrência mineral
05 17768
38o50’55’’ cano/ BA
11o06’11’’ Bário Tracupa/ Tucano/ BA Siltito calcífero Ocorrência mineral
06 17767
38o49’45’’
11o08’50’’ Bário Faz. Barreiras/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
07 17759
38o47’28’’
11o09’19’’ Bário Faz. Barreiras/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
08 17761
38o47’23’’
11o09’31’’ Bário Faz. Barreiras/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
09 17766
38o47’26’’
11o09’41’’ Bário Faz. Barreiras/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
10 17760
38o47’30’’
11o09’49’’ Bário Faz. Barreiras/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
11 17770
38o46’48’’
11o09’55’’ Bário Faz. Barreiras/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
12 17771
38o47’08’’
11o10’33’’ Bário Faz. Barreiras/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
13 17769
38o47’05’’
11o13’13’’ Bário Faz. Lagoa da Entrada/ Tu- Arenitos Ocorrência mineral
14 17763
38o49’05’’ cano/ BA
11o13’18’’ Bário Faz. Queimada/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
15 17765
38o49’15’’
11o13’24’’ Bário Faz. Lagoa da Entrada/ Tu- Arenitos calcíferos Ocorrência mineral
16 17764
38o51’10’’ cano/ BA
11o13’26’’ Bário Faz. Queimada/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
17 17762
38o51’35’’
11o15’05’’ Bário Faz. Pau do Rato/ Tucano/ Arenitos Ocorrência mineral
18 17796
38o50’05’’ BA
11o16’11’’ Bário Faz. Pau do Rato/ Tucano/ Arenitos Ocorrência mineral
19 17794
38o51’00’’ BA
11o16’47’’ Bário Faz. Pau do Rato/ Tucano/ Arenitos Ocorrência mineral
20 17795
38o50’50’’ BA
11o16’44’’ Bário Faz. Outeiros/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
21 17793
38o49’10’’
11o18’04’’ Bário Faz. Ouro Preto/ Tucano/ Arenitos Ocorrência mineral
22 17788
38o49’15’’ BA
11o20’23’’ Bário Faz. Maria Preta/ Tucano/ Arenitos Ocorrência mineral
23 17792
38o49’20’’ BA
11o20’31’’ Bário Faz. Tamanduá/ Araci/ BA Calcários Ocorrência mineral
24 17790
38o51’25’’
11o20’48’’ Bário Quererá/ Tucano/ BA Arenitos Ocorrência mineral
25 17789
38o50’00’’
11o20’53’’ Bário Quererá/ Araci/ BA Arenitos Ocorrência mineral
26 17785
38o50’12’’
11o21’03’’ Bário Quererá/ Araci/ BA Siltitos calcíferos Ocorrência mineral
27 17783
38o50’39’’
11o20’40’’ Bário Quererá/ Araci/ BA Arenitos Ocorrência mineral
28 17786
38o49’25’’
11o20’55’’ Bário Quererá/ Araci/ BA Arenitos Ocorrência mineral
29 17784
38o49’27’’
11o21’53’’ Bário Faz. Pau Seco/ Araci/ BA Arenitos Ocorrência mineral
30 17787
38o49’28’’
11o22’11’’ Bário Faz. Pau Seco/ Araci/ BA Arenitos Ocorrência mineral
31 17782
38o49’05’’
11o22’40’’ Bário Faz. Pau Seco/ Araci/ BA Arenitos Ocorrência mineral
32 17791
38o49’10’’
11o24’50’’ Bário Faz. Carrancuda/ Teofilân- Arenitos Ocorrência mineral
33 17780
38o49’35’’ dia/ BA
11o26’03’’ Chumbo Faz. Olhos d’Água/ Teofi- Arenitos conglomerá- Ocorrência mineral
34 17779
38o49’55’’ lândia/ BA ticos
11o27’07’’ Bário Faz. Olhos d’Água/ Teofi- Arenitos Ocorrência mineral
35 17781
38o50’20’’ lândia/ BA
11o35’04’’ Bário Faz. Baixa Funda (Pedreira Arenitos Indício
36 17772
38o49’58’’ do Norberto)/Biritinga/BA
11o36’29’’ Bário Faz. Pedro Sinal/ Biritinga/ Arenitos Depósito mineral
37 17799
38o48’30’’ BA RM=26000t de BaSO4
11o36’47’’ Bário Pedra do Mocó/ Biritinga/ Arenitos Indício
38 17776
38o48’20’’ BA
11o37’07’’ Bário Saída de Biritinga (direção Arenitos Indício
39 17777
38o48’05’’ E)/ Biritinga/ BA
11o37’14’’ Bário Faz. Tapera/ Biritinga/ BA Arenitos Ocorrência mineral
40 17778
38o48’25’’
11o36’48’’ Bário Faz. Roça do Mato/ Biritin- Arenitos Indício
41 17773
39o47’10’’ ga/ BA
11o37’10’’ Bário Faz. Poço de Dentro/ Biri- Arenitos Indício
42 17774
38o47’15’’ tinga/ BA
11o37’20’’ Bário Faz. Roça do Mato/ Biritin- Arenitos Indício
43 17775
38o46’50’’ ga/ BA
11o40’43’’ Bário Faz. Buraco do Dinheiro/ Arenitos Ocorrência mineral
44 17800
38o48’58’’ Biritinga/ BA
11o43’27’’ Bário Faz. Jacaré/ Água Fria/ BA Arenitos Ocorrência mineral
45 17798
38o45’55’’
11o43’39’’ Bário Faz. Jacaré/ Água Fria/ BA Arenitos Ocorrência mineral
46 17801
38o44’50’’
11o43’53’’ Bário Faz. Jacaré/ Água Fria/ BA Arenitos Ocorrência mineral
47 17797
38o45’15’’
11o55’45’’ Granulito (pe- Riacho da Guia/ Inhambupe/ Granulitos Mina intermitente
48 17741
38o23’05’’ dra de talhe) BA
11o51’25’’ Calcário Faz. Saquinho/ Inhambupe/ Calcários Garimpo intermitente
49 00999
38o19’10’’ BA
Calcários Mina inativa
11o33’35’’ Dolomito cal- Pedreira Pau de Colher/ RM=1.082.500t; RI=1.100.000t;
50 00996
38o06’55’’ cítico Crisópolis/ BA Teores: MgO=17%, CaO=40%.
RIF=3.670.000t
00997 11o33’00’’ Calcário Faz. Pequara/ Crisópolis/ Calcários Garimpo intermitente
51
38o08’00’’ BA
00998 11o33’00’’ Calcário Faz. Outeiro do Matame/ Calcários Garimpo intermitente
52
38o06’55’’ Crisópolis/ BA
11o29’30’’ Calcário Faz. Buril/ Rio Real/ BA Calcários Garimpo intermitente
53 00995
38o02’30’’
11o00’25’’ Ouro SE de Mandacaru/ Tucano/ Metavulcânicas e Indício
54 17745
38o59’40’’ BA metassedimentos
11o09’45’’ Riacho Pega Fogo (Faz. Calcários Garimpo intermitente
55 00993 Calcário
38o57’30’’ Dantas Bezera)/ Araci/ BA
11o10’00’’ Mina inativa
56 00994 Calcário Faz. Aracitu/ Araci / BA Calcários
38o57’00’’ RM=3.178.758t; RI=3.702.402t
17744 11o22’50’’ Ouro SW de Araci/Araci/ BA Metavulcânicas e me- Indício
57
38o59’50’’ tassedimentos
Depósito mineral
RM=72.700t, teor médio de
11o24’40’’ Lagoa do Gato/ Teofilândia/ Metavulcânicas e me-
58 17743 Ouro Au=4,72g/t; RI=15000t, teor médio
38o59’50’’ BA tassedimentos
de Au=3,56g/t; RIF=24.000t, teor
médio de Au=3,56g/t.
11o33’13’’ Granito (pedra Faz. Maravilha/ Serrinha/ Granitos Garimpo intermitente
59 17740
38o56’09’’ de talhe) BA
11o39’21’’ Argila Faz. Maçaranduba/ Serri- Argilas Garimpo intermitente
60 17739
38o59’43’’ nha/ BA
11o48’35’’ Ferro Faz. Lamarãozinho/ Lama- Granulitos Indício
61 00991
38o58’00’’ rão/ BA
Fonte dos dados: CPRM – Base META, atualizada até março/1998. Todas as referências bibliográficas constam na própria base de dados que pode ser aces-
sada também pela Internet (http:www.cprm.gov.br).
Representação: Os jazimentos estão representados no mapa geológico pelo nome da substância (4a coluna) e na base de dados pelo no do DOCMETA (2a co-
luna).
Súmula dos Dados de Produção

Obras consultadas

Relatórios e trabalhos técnico-científicos...................................................................................46

Teses universitárias.......................................................................................................................6

Dados do projeto

Área estudada (km2)..............................................................................................................9.500

Caminhamento geológico (km) ...............................................................................................842*

Afloramentos estudados.............................................................................................................72*

Amostras coletadas....................................................................................................................45

Análises petrográficas...............................................................................................................45

dados do geólogo José Torres Guimarães


Documentação Disponível para Consulta

1. Documentos arquivados na Unidade Operacional da CPRM de Salvador (SUREG/SA), situada na Av. Ulysses
Guimarães, 2.862, Centro Administrativo da Bahia.

• Mapas geológicos na escala 1:100.000 das folhas Cipó, Olindina, Sátiro Dias e Inhambupe (arquivos vetoriais)

• Mapas planimétricos na escala 1:100.000 das folhas Cipó, Olindina, Sátiro Dias e Inhambupe (arquivos
vetoriais)

• Mapa geológico integrado na escala 1:200.000 das folhas Cipó, Olindina, Sátiro Dias e Inhambupe

• Mapa geológico integrado na escala 1:200.000, editorado em CorelDRAW.

• Relatório na forma digital

2. Produtos disponíveis em arquivos eletrônicos sob a forma de banco de dados do Sistema de Informações
Geológicas do Brasil - MICROSIR, que podem ser acessados através de computadores interligados à Rede
Nacional de Comunicação de Dados por Comutação de Pacotes - RENPAC, da EMBRATEL, mediante consulta ao
Serviço de Atendimento ao Usuário do DIDOTE - Divisão de Documentação Técnica da CPRM, no Escritório do
Rio de Janeiro, situado na Avenida Pasteur, 404, Urca.

• Fichas de descrição de afloramentos (BASE AFLO)


• Fichas de análises petrográficas (BASE PETR)
• Fichas de cadastramento de ocorrências minerais (BASE META)
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA

Francisco Luiz Sibut Gomide


Ministro de Estado

Frederico Lopes Meira Barboza


Secretário de Minas e Metalurgia

CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL

Umberto Raimundo Costa


Diretor-Presidente

Luiz Augusto Bizzi


Diretor de Geologia e Recursos Minerais

Thales de Queiroz Sampaio


Diretor de Hidrologia e Gestão Territorial

Paulo Antônio Carneiro Dias


Diretor de Relações Institucionais e Desenvolvimento

Alfredo de Almeida Pinheiro Filho


Diretor de Administração e Finanças

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE SALVADOR

José Carlos Vieira Gonçalves


Superintendente Regional de Salvador

Roberto Campêlo de Melo


Gerente de Geologia e Recursos Minerais

Sílvia Lúcia dos Santos


Gerente de Hidrologia e GestãoTerritorial

Euvaldo Carvalhal Brito


Gerente de Relações Institucionais e Desenvolvimento

Miriam Santos Souza


Gerente de Administração e Finanças
PROJETO BACIA DO TUCANO SUL
ESCALA 1:200.000

PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASIL – PLGB


CRÉDITOS DE AUTORIA DO TEXTO EXPLICATIVO

Capítulos 1, 2, 3, 4, 5 e 7 José Torres Guimarães


Capítulo 6 José Torres Guimarães
João Pedreira das Neves

Revisão Final
Roberto Campêlo de Melo

EQUIPE TÉCNICA DO PROJETO

Geologia José Torres Guimarães


Nelson Ramos de Menezes Filho
Supervisão Roberto Campêlo de Melo
Reginaldo Alves dos Santos (Geologia Estrutural)
João Pedreira das Neves (Recursos Minerais)
Petrografia Geraldo Vianney V. Souza
Consultoria Antônio Sérgio Teixeira Netto (consultor externo)

Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil


Executado pela CPRM - Serviço Geológico do Brasil,
Superintendência Regional de Salvador

G979 Guimarães, José Torres


Projeto Bacia do Tucano Sul: Estado da Bahia / [Organizado por]
José Torres Guimarães. -- Salvador : CPRM, 2002.
55p. : il. + 1 mapa color.

Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil – PLGB.

1. Geologia Regional - Bahia. 2. Sedimentologia - Bahia. I. Compa-


nhia de Pesquisa de Recursos Minerais II. Título.

CDD 558.14
in memoriam

Nelson Ramos de Menezes Filho


Gerência de Relações Institucionais e Desenvolvimento
Euvaldo Carvalhal Britto

Supervisão de Informática
José da Silva Amaral

EQUIPE DE PRODUÇÃO

Vera Nilda Rocha Santos


Digitalização
Jackson Fernandes de Oliveira

Jackson Fernandes de Oliveira


Editoração dos Mapas
Euvaldo Carvalhal Britto

Mabel Pedreira Borges


Digitação do Texto
Itamar França
Jurailda J. Castro Sacramento
Editoração de Figuras
Ana Cristina Neves Conceição
Neuza Albuquerque de Souza
Diagramação e Montagem do Texto
Ana Cristina Neves Conceição
Desenho Emanoel Vieira de Macedo
Isabel Â.F.Matos
Documentação Técnica
Gisélia Maria Lima Bispo de Victa
Preparação de Lâmina Cleones Pedro José de Souza
CPRM – Serviço Geológico do Brasil

Sede Superintendência Regional de Manaus


SGAN - 603 - Módulo “I” - 1° andar Av. André Araújo, 2160 - Aleixo
CEP: 70830.030 - Brasília - DF CEP: 69065.001 - Manaus - AM
Telefones: (061)312-5252 - (061)223-5253 (PABX) Telefones: (092)663-5533 - (092)663-5640 (PABX)
Fax: (061)225-3985 Fax: (092)663-5531

Superintendência Regional de Porto Alegre


Escritório Rio de Janeiro Rua Banco da Província, 105
Av. Pasteur, 404 - Urca CEP: 90840.030 - Porto Alegre - RS
CEP: 22292.040 - Rio de Janeiro - RJ Telefones: (051)233-4643 - (051)233-7311 (PABX)
Telefones: (021)295-5337 - (021)295-0032 (PABX) Fax: (051)233-7772
Fax: (021)295-6347
Superintendência Regional de Recife
Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial Rua das Pernambucanas, 297 - Graça
Telefones: (021)295-6647 CEP: 52011.100 - Recife - PE
Fax: (021)295-6347 Telefones: (081)227-6293 - (081)227-0277 (PABX)
Fax: (081)227-4281

Departamento de Gestão Territorial Superintendência Regional de Salvador


Telefones: (021)295-6797 - (021)295-6147 Av. Ulisses Guimarães, 2862
Centro Administrativo da Bahia
Diretoria de Relações Institucionais e Desenvolvimento CEP: 41213.000 - Salvador - BA
Telefones: (021)295-8248 - (021)295-5804 (PABX) Telefones: (071)230-0025 - (071)230-9977 (PABX)
Fax: (021)295-6347 Fax: (071)371-4005

Divisão de Documentação Técnica Superintendência Regional de São Paulo


Telefones: (021)295-5897 - (021)295-5997 Rua Barata Ribeiro, 357 - Bela Vista
CEP: 01308-000 - São Paulo - SP
Telefones: (011)255-8655 - (011)255-8155 (PABX)
Superintendência Regional de Belém Fax: (011)256-6955
Av. Dr. Freitas, 3645 - Marco
CEP: 66095.110 - Belém - PA Residência de Fortaleza
Telefones: (091)226-0016 - (091)246-8577 (PABX) Av. Santos Dumont, 7700 - 4º andar - Papicu
Fax: (091)246-4020 CEP: 60150.163 - Fortaleza - CE
Telefones: (085)265-1726 - (085)265-1288 (PABX)
Fax: (085)265-2212
Superintendência Regional de Belo Horizonte
Av. Brasil, 1731 - Funcionários Residência de Porto Velho
CEP: 30140.002 - Belo Horizonte - MG Av. Lauro Sodré, 2561 - Bairro Tanques
Telefones: (031)261-3037 - (031)261-5977 (PABX) CEP: 78904.300 - Porto Velho - RO
Fax: (031)261-5585 Telefones: (069)223-3165 - (069)223-3544 (PABX)
Fax: (069)221-5435

Superintendência Regional de Goiânia Residência de Teresina


Rua 148, 485 - Setor Marista Rua Goiás, 312 - Sul
CEP: 74170.110 - Goiânia - GO CEP: 64001-570 - Teresina - PI
Telefones: (062)281-1342 - (062)281-1522 (PABX) Telefones: (086)222-6963 - (086)222-4153 (PABX)
Fax: (062)281-1709 Fax: (086)222-6651
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
INTEGRAÇÃO DAS FOLHAS: CIPÓ (SC.24-Z-C-I), OLINDINA (SC.24-Z-C-II), PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASIL
SÁTIRO DIAS (SC.24-Z-C-IV), INHAMBUPE (SC.24-Z-C-V). CARTA GEOLÓGICA - ESCALA 1:200.000
39º00' 520 38º30' 560 38º00'
600
11º00'
Au MAsl MAsl
K1is
6 K1m
NPe
11º00'
QUADRO ESQUEMÁTICO DAS UNIDADES TECTÔNICAS
PPri Ba K1m Qa 60
J3s Ba Rainha dos Anjos 60
K1ss(s) 39° 38°
J3ac Faz. Barra K1c 11° 11°
K1ss(i) Grenguenhém
do Maceté MC1
K1m
Jorro
Jorro

6
K1c 4
J3ab SUB-BACIA TUCANO CENTRAL

-11
K1m 2

BR
K1ss(s)
Qa Rua Nova Qa Itapicuru de Cima RIBEIRA DO
Qa K1m Cipó
J3s J3s Jorrinho AMPARO
J3ab

Ri
o u Mandassaia
Qa

r
I t a p i cu 4
J3s
J3ab 5 NPe
K1m
U/V
K1is Pedra Grande Faz. Tapera
CIST1 NPe 8
J3s CIST1
SR1
J3ab J3s 10 Canas 3 1
J3ab U/V 5 8 CIPÓ as Tapera
Ba Faz. Praia Verde

d
Ba K1ss(s) ho
2

c
K1c Tracupá 10 20

ia
R
J3ac
20
3 3 2
UZB1
NPe 15
5 Faz. Pai Miguel 10
5 K1ss(i) Qa Qr 7
Arapuá 10 UB1 1
K1c Buri Pau da Jurema
MAsl Itapicuru

6
10 4

-11
J3s A' SUB-BACIA TUCANO SUL

BR
J3s Ba
UB2 Baixa da Varzinha
Ba K1m
12 Ba

R
Ba io

Rio
12 Ba Ba QLST1
7 Sátiro Dias


NPe 25

Cafuzinho
Qd Ba K1m

Re
TOBIAS

O
Ba K1m al
Serrinha

AP
Ria K1ss(s) BARRETO
ch Ba FT1 gá
o o do I n 5

DE
K1c K1ss(s)

ch
Mu

R ia
15

TO
Romeiro
lungu
Assentamento
PPri Ria cho Cipó 12 Torre Telemar

AL
Pé de Serra Sambaíba
(INCRA) K1m RPST1 K1m Inhambupe
J3ac Qd K1ss(i) K1m 4
J3s Ind.Cajuba K1m NPe 4
5 6 FQ1 FQL1
10 9
8760 8760 3
A J3ac
15 Ba
Ba
Ba Ba Qa
20 5
MAsl J3ab K1c
FQ2
Faz.Monte Alegre K1m Boa Vista 6 BACIA RECÔNCAVO NORTE
K1ss(s) SO1 3 3 2
5 K1is 10
RC2 2
J3ab 5 12° 12°
Ba NOVA 39° 38°

mburi
J3s K1ss(s)
Angico SOURE 1 Fase pós-rifte; 2 Fase sinrifte; 3 Fase pré-rifte; 4 Grupo Estância; 5 Cinturão Móvel Salvador-
Asl RCST1 K1ss(s)

Riacho Ta
K1m Mosquete 5 15
Esplanada; 6 Cinturão Móvel Salvador-Curaçá; 7 Bloco de Serrinha; 8 Falha de Itapicuru; 9
Ba Mangabeira
K1c Falha de Inhambupe; 10 Falha Córrego Olho D'Água/Tombador.
8
Ba K1m
J3ac Qd Ba 15
K1c Qr

o
arr
6 ho
un
K1m

do B
uz
J3s

f
a

Riacho C
K1ss(s)
FORMAÇÕES SUPERFICIAIS CONTINENTAIS

o
Riach
Ba Várzea
Barreiro

J3ab do Pote
FCA1 Colônia
Getulio Vargas ITAPICURU K1m
CENOZÓICO
ho do

São João
J3a 20
12
do Paiaiá
QUATERNÁRIO
R i ac

Canavieira
MAsl K1ss(i)
Ba Rio
ARACI J3s
Quererá Qa Depósitos aluviais: areia, argila e cascalho
Ba 20 It
ap
Ba Ba ic
uru Vila Velha
Ba Ba Ba K1ss(s)
Qd
Ba OLINDINA N2b Qr
Faz.Baixada
K1m Coberturas residuais: areia e argila
K1c

Paiaiá
Ba FCB1 NP1
J3s Galo Assanhado
Ba

on d o
Coberturas detríticas arenosas coluviais

R io
K1c Qd
rimb
Ma

h.
PPri J3ab Gabriel

Rc
6 NEÓGENO
Au K1ss(s) Sitio N.S. do
J3s J3a rro Qa
Livramento
Plioceno
Ba K1m Ba

o
J3ac

Barreir
do
K1m h.
8 N 2b
Rc

K1c K1ss(s)

h. d o
J3ac
Mocó GRUPO BARREIRAS
Pb 8

Rc
J3s Cana Brava 20
J3ab Roça de Baixo
FMP1 N 2b N 2b Indiviso: Arenito fino a grosso e conglomerado polimítico sustentado por matriz
CLST1
Au J3ab K1c K1ss(s)
Umbuzeiro it NPe

í
Colonia h.

O
MAsl Ba Margarida Alves Rc
J3s PAL2

MAsl
10

MAsl
K1c
CL2
K1m 10 K1m BACIA SEDIMENTAR DO TIPO RIFTE-SAG
J3s FSR1
Faz.Porteiras

J3ab J3s
K1c Qr K1m
PAL1
Santana
25 TUCANO SUL/CENTRAL E RECÔNCAVO NORTE
TEOFILÂNDIA J3a J3a
K1m K1m MESOZÓICO
co NPe ca
11º30'
J3s Por K1m 11º30'
EOCRETÁCEO

de
30 QEX3 ça CRISÓPOLIS
K1c N 2b

e
io

R
ch Cab
Most-1 Covão N2b
N 2b K1m
Peq Neoaptiano a Eoalbiano

.
N 2b a

u
25 Colonia Boa Vista
Qr s
FASE PÓS - RIFTE
R

ra
Qa
K1c

i
Mora
N2b N2b
FPO1
N2b

da
J3s Qa Formação Marizal

n
QEX1

o
Aguada N 2b

Fu
QE5

ch
55

ixa
K1c 55 35 ca 20 MAgm

Ria
gr(pt) K1m Arenito fino a grosso, bem e mal selecionado; conglomerado polimítico e ritmito (folhelho/siltito/silexito)

. Ba
K1is QE10
QE9
Pau de Colher ca
Caeira

Rch
J3a ca
N2b 45
QE1 QE2 N2b NPe 70
MAsl J3s
QEX4 N2b
N 2b
Berriasiano a Eoaptiano
8720 J3s Pau de Gamela 8720
QE3 o
G
FASE SINRIFTE

an g
Vertente Ba QEX5 N2b

Ri
N 2b u Faz. Barreiras
4

25-50 N2b
-08

15 CPE1 K1m K1m


K1is Qr N 2b
BA

20 Saco Grande N2b


N 2b
Ba FVM1 Faz. Candeal GRUPO MASSACARÁ
SÁTIRO DIAS Rio Gangu
R-116B

Ba 40
Ba N 2b 50 Formação São Sebastião
K1c Ba Ba
Ba Alto do Narcísio
K1ss(s)
Superior: arenito fino e médio, bem selecionados; arenito médio, grosso a conglomerático, mal
BIRITINGA Ba K1m
K1m
La. Branca selecionado; conglomerado polimítico e pelito subordinados
N2b J3a TBO1
BA

233
BI1 N 2b
23

BA-
J3s
-23
-2

N2b N 2b
BA

N2b K1is N 2b
3

35 K1is
MAgm PP t

.
Qa K1m Inferior (Unidade Umburana): arenito fino e médio, bem selecionados, fluidizados, às vêzes bimodais;
K1c BRN1
ag Faz. Caraiba N 2b á rzea ACAJUTIBA K1ss(i)
arenito grosso a conglomerático, mal selecionado, feldspático ; conglomerado polimítico e ritmito

a V
(folhelho e siltito) com ondulação cavalgante.
35
SERRINHA N2b B Qa ho d APORÁ

ra
N 2b K1ss(i) K1m
SV2 ac

ei
QP1

el
N 2b J3s CF2 N2b Ri

am
Araçás
K1is N 2b

G
K1m SV1 Pau de Faz. Barrajado GRUPO ILHAS

ho
N 2b Ba K1m Colher K1m N2b

ac
PIST1 CF1
N2b MAsl J3a Faz. Algodão N 2b be

Ri
m
do
Cu N 2b Indiviso: alternância de arenito fino e médio, bem selecionados, com estratificação sigmoidal; siltito
K1is
Rio

N2b Qa Faz. Flôres io

0
Pataiba com ondulação cavalgante e folhelho. Rocha carbonática e conglomerado ocorrem subordinadamente

-11

R
N 2b

BA
Rio S ete Fer ros J3s K1m K1m do

BR

-4
N2b N2b

06
Un

Maracaia GA1 IN-1 N2b


Qa
a

Qa 80 BA-
K1c Qa 80 233
GA2 N 2b Itamira
MAsl N 2b K1c R i o B' Caatinga
dos Mundeis GRUPO SANTO AMARO
N2b N 2b N 2b Ba
Ba JC1 I n
N 2b J3a Ba N2b
K1m N2b Formação Candeias
h

a m b u N2b PP t PP t
N2b N2b N 2b
p e

J3s
Veludo N2b K1c Pelito (folhelho e siltito) associado com arenito fino e médio e carbonato, às vezes ostracoidal
N 2b Vitoria N 2b
Qa K1is Faz.Bacel
Qa LJ1
J3a K1c
8 NEOJURÁSSICO

Rio Tijuc
J3s K1m
N 2b N 2b
BR-116

BA

K1c 55
30-55 Tamborim N2b
-4

FASE PRÉ - RIFTE


00

N 2b

o
K1is Qa Pedrinhas
N2b
J3a PP t APgl
J3a K1m INHAMBUPE Frade
N 2b LAMARÃO J3s J3s Qa PP t GRUPO BROTAS
MAsl MAgm
N2b Rio da
gem

K1c J3b Indiviso: ritmito (folhelho/siltito) vermelho-tijolo; arenito fino a grosso e níveis subordinados de

S
65 o
K1m PP t

er
R io Var

conglomerado polimítico
ir

N 2b ra
ibe

Fe N 2b K1is 25
J3s K1c
Rio R

60 J3a J3a R io N 2b
J3a Ba
ixa
K1c VI2 La. do Meio da J urem Gameleira APgl Formação Sergi
Umbuzeiro N 2b a Apgl APgl
J3a
J3s VI1
20
N 2b Faz. Aroeira
J3a
J3s Arenito fino a grosso, conglomerático; conglomerado polimítico e níveis subordinados de pelito
N 2b
Sítio FCI1 N2b J3a
N 2b K1c N 2b N 2b
r ia

J3a NPe J3s


N 2b
Vitó

N 2b J3b J3a
Catana BA NPe
Nova -40 ca Faz. Goiabeira d Formação Aliança
Rio

0 15 Rch. Pau o Um
buas

J3a ÁGUA FRIA 60 b ig o


30 65 PP t

35
NPe J3a Indivisa: pelito (folhelho/siltito) vermelho-tijolo, associado com arenito fino a grosso e conglomerado
Rio das

J3a J3s polimítico


J3a Rio m pe J3s N 2b
N 2b LB-1
J3b I nha bu BR-
101
K1c
K1m MAmg
J3s
BR-110

NI5 Faz. Mangueira 70


K1c N2b J3ac Membro Capianga: folhelho vermelho; ritmito de folhelho e siltito
60 N 2b N 2b
NAc N 2b K1c
BA NI3 K1is Itapororoca
-40 IR1 FMT-2 Faz Tabela
0 Qa
MAsl IR2
R io

60 K1is
NI2 LS-1 Rch. Gra
v atá
J3ab Membro Boipeba: arenito médio e grosso a seixoso; conglomerado polimítico
N2b
Pe

Faz. Boa N 2b ou
K1is
reir

Esperança
Fe

45 NI1 OST1 FMT-1


rr u
a

CN2 10 Bebedouro
N2b N2b
ge

65 m
60 N 2b N 2b 6
EI1
NI4 a M ir i m gl(pt) N 2b
-1
01 EMBASAMENTO
um

8680 O2 8680
BR
BA-084

N 2b CN1 ba N 2b La.Grande K1ss(i)


Iraí Su CON-1 11
K1is
N 2b
Rio S
eco
EI2 Rio
K1is Riacho da Guia
K1is 50 ENTRE RIOS K1is NEOPROTEROZÓICO
J3a
N 2b K1is 5
EI3
N 2b N 2b N 2b
FAIXA DE DOBRAMENTOS SERGIPANA
Rio dos Por cos

SM1 BR-101 Ri N 2b
SANTA Qa 55
u ia

Largo S. José K1c N 2b o


30
Rch. da G

EI4 Sítio do Meio


093

BÁRBARA K1m K1c


R io Sauípe

S
J3b 70
BA-

N2b

baum
N 2b CNS1 N 2b N2b N 2b N2b NPe Grupo Estância - Indiviso: argilito, siltito e arenito fino
N 2b N 2b
O3 N 2b 60 N 2b
K1c N 2b K1is N 2b N2b

a
N 2b K1is TRST-1 K1m 40
K1ss(i) N2b
N 2b FAF3 K1ss(i) N2b K1ss(i) K1ss(i)
12º00' 12º00'
39º00' 560 600 38º00'
ARQUEANO A PALEOPROTEROZÓICO
BLOCO DE SERRINHA
MAPA DE LOCALIZAÇÃO ARTICULAÇÃO DAS FOLHAS 1:100.000

MAPA GEOLÓGICO DE PARTE DAS BACIAS 66º 54º 42º


39º30' 39º00' 38º30' 38º00' 37º30'
10º30'
PPri Greenstone Belt do Rio Itapicuru-Indiviso: unidades Sedimentar, Vulcânica Félsica e Vulcânica

TUCANO SUL/CENTRAL E RECÔNCAVO NORTE EUCLIDES


DA CUNHA
RIBEIRA
DO POMBAL
CICERO
DANTAS SIMÃO DIAS
MAsl Complexo Santa Luz: ortognaisses migmatíticos.
0º 0º SC.24-Y-B-VI SC.24-Z-A-IV SC.24-Z-A-V SC.24-Z-A-VI
11º00'

Base planimétrica obtida a partir da folha Inhambupe ( SC.24-Z-C-V ), escala Autores: José Torres Guimarães B R A S I L SANTALUZ CIPÓ OLINDINA BUQUIM CINTURÃO MÓVEL SALVADOR-CURAÇÁ
1:100.000 - IBGE/1967, e das folhas Olindina (SC.24-Z-C-II), Cipó (SC.24-Z-C-I), Nelson Ramos de Menezes Filho 8º 8º
Sátiro Dias (SC.24-Z-C-IV), geradas a partir dos mapas da Petrobras nas escalas Área do SC.24-Y-D-III SC.24-Z-C-I SC.24-Z-C-II SC.24-Z-C-III
1:25.000 e 1:50.000, atualizadas com a interpretação de aerofotos e levantamen- Supervisão: Roberto Campelo de Melo ESCALA 1:200.000 Projeto 11º30'
NAc Complexo Caraíba: ortognaisses granulíticos.
tos com GPS. BAHIA
4km 0 4 8 12km SERRINHA SÁTIRO DIAS INHAMBUPE ESPLANADA
Digitalização efetuada em escala 1:100.000, no programa MaxCAD. Na O Programa Levantamentos Geológicos Básicos do
Brasil - PLGB é executado pelas unidades regionais da 16º 16º
editoração foi utilizado o programa CorelDRAW e o sistema Geoexp, v.VI.2000,
para a conversão dos arquivos. CPRM-Serviço Geológico do Brasil, sob a SC.24-Y-D-VI SC.24-Z-C-IV SC.24-Z-C-V SC.24-Z-C-VI CINTURÃO MÓVEL SALVADOR-ESPLANADA
OCE AN O PAC Í F ICO

PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR 12º00'


coordenação do Departamento de Geologia-DEGEO,
O
C

através da Divisão de Geologia Básica-DIGEOB, Origem da quilometragem UTM: Equador e Meridiano Central 39º W. Gr., FEIRA DE
TI

SANTO
Supervisão de informática : José da Silva Amaral Santos Suíte Teotônio/Pela-Porco: rochas granitóides intrusivas
N

ESTEVÃO SANTANA ALAGOINHAS PP t


chefiada pelo geólogo Inácio de Medeiros Delgado. acrescidas as constantes: 10.000km e 500km, respectivamente.

Digitalização : Vera Nilda R. Santos e Jackson Fernandes de Oliveira 24º 24º


Este projeto, concluído em julho de 2002, foi Datum horizontal: Córrego Alegre, MG.
AT

Revisão cartográfica: Euvaldo Carvalhal Britto SD.24-V-B-III SD.24-X-A-I SD.24-X-A-II SD.24-X-A-III


executado pela Superintendência Regional de
O

Editoração do mapa:: Euvaldo Carvalhal Britto e Jackson F. de Oliveira 12º30'


N

Salvador.
EA

Colaborador durante a fase de editoração: Ricardo Hddie Hage APgl Complexo Granulítico
2002 STO.ANTÔNIO BAÍA DE
C
O

DE JESUS TODOS OS SALVADOR Oceano


32º 32º SANTOS Altântico

66º 54º 42º SD.24-V-B-VI SD.24-X-A-IV SD.24-X-A-V


13º00' MAgm Complexo Gnáissico-Migmatítico
Área do Projeto

WSW PERFIS GEOLÓGICOS CONVENÇÕES GEOLÓGICAS


FQ1 FQ2
A J3ab J3ac Qd
RC2
+500 Contato Estromatólito colunar
K1ss(i) RPST1
+
+
K1is
Qr ENE
0 + K1c K1m QLST1
+ +
+ + Qa Qa A' Falha/fratura, encoberta onde tracejada Crosta ferruginosa
+
J3ab + K1m K1m K1m
+
+ +
-1000 K1ss(s) 40
+
J3s Falha ou zona de cisalhamento Foliação com mergulhos medido, indicado e vertical
J3a + +
K1ss(s) transcorrente sinistral
+
+ 60
-2000 Falha extensional, encoberta onde tracejada Fratura com mergulhos medido, indicado e vertical
+

+
NPe
55 Acamadamento com mergulhos medido e indicado Fotolineamento estrutural: traços de superfícies S
+
K1ss(i)
-3000 +
+
+ Sentido de paleocorrente Rocha milonítica
ESCALA +
+
K1is
-4000 0 2.5 5km + Deformação plástica Poço Petrobras
+ Bi-1
+
+
J3s
+
Exagero vertical 2x +
+ K1c Jazimento mineral
+ + Sigmóide Ba
-5000 + J3a +

A A'
+
+
+
Bioturbação Perfil geológico
+
-6000 +
+
+
+
+ SUBSTÂNCIAS MINERAIS
WNW
QP1 PIST1
B N 2b N 2b
CF1 SV1 SV2 IN1 ESE
+500 K1m K1m METÁLICAS Urânio, vanádio (U,V), chumbo (Pb), ferro (Fe), ouro (Au)
Qa N2b N2b N 2b N2b N 2b N 2b
B'
+ Qa Qa
0 + +
J3a K1is K1is Bário (Ba), argila (ag), granito/granulito gr, gl (pt) pedra
J3s K1ss(i)
K1m + NÃO METÁLICAS de talhe, gr (br) brita
+ MAsl+ K1c
+ J3a
+ J3s + + +
+
-1000 + K1is
+ MAsl + K1ss(s) +
CARBONÁTICAS Calcário (ca)
+ +
+ + K1c
+
-2000 + J3s
+ J3a
+ + +
+ K1ss(i) +
CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS
+
-3000 +
+
+ Cidade Estrada não pavimentada Rio principal
+ +
+ tráfego periódico
-4000 K1is
+
+ Povoado Ferrovia Rio secundário
K1sv +
J3s
-5000 + + K1c Fazenda Área alagadiça
Limite estadual
+
+ + +
J3a +
Lagoa
K1sv Formação Salvador +
+ Estrada pavimentada Ponte
-6000 + Masl +
+
+ + + +
+ + Estrada não pavimentada Torre Telemar Barragem
+ + J3s
+
+
tráfego permanente
-7000 +
+
MAgm+ +

-8000 + + +
+
+
CPRM
Serviço Geológico do Brasil
ANEXO I

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