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Introdução
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
Neste contexto, e sendo algo exploratório devido ao facto de não existir nada publicado
quanto às suas características sedimentológicas e estratigráficas, definiram se vários objetivos
para o presente trabalho. O primeiro deles, através da análise de terreno de uma área restrita
da Bacia do Kwanza, mas bem representativa quanto ao registo da Formação Teba, a região
do Cabo Ledo, demonstrar as suas principais características estratigráficas e
sedimentológicas. Para esse efeito, através de um conjunto de amostras recolhidas nos perfis
estudados na área de estudo, pretende-se estudar a composição mineralógica e litológica. Da
seleção de algumas dessas amostras, pretende-se determinar as diferentes fácies e microfácies
da unidade, com vista a fazer inferência sobre a evolução sedimentar e paleoambiental. E
finalmente, contextualizar o enchimento cretácico terminal da Bacia do Kwanza com a
evolução sedimentar reconhecida noutras bacias contíguas ao momento da deposição, como
são os casos das bacias conjugadas do outro lado do Atlântico.
Capítulo II. Enquadramento geográfico, tectónico e geológico da região do cabo ledo
2.1 ENQUADRAMENTO GEOGRAFICO
a) Localização:
A área de estudo enquadra-se dentro dos limites geográficos do onshore da Bacia do
Kwanza na margem costeira angolana (fig.I.1). Localizando-se a sul da província de Luanda,
no município da Quissama e comuna do Cabo Ledo, limitada pelos paralelos 8° e 9° e pelos
meridianos 13° e 14° a sul do rio Kwanza.
Figura I.1. Localização da área de estudo: A. Bacias costeiras angolanas (Quesne et al., 2009);
B. Região estuda na parte central da zona costeira de Angola (Total, 2012).
c) Relevo:
A zona de interesse, localizada junto à costa, é algo acidentada sendo caracterizada por
relevos que chegam a atingir uma cota de 100 m, vales com canais intermitentes, terraços
fluviais, flúvio-marinhos e marinhos de cotas variáveis, formados pelos processos de
erosão/deposição na zona costeira.
d) Clima:
Esta é uma zona tropical, com algumas chuvas no verão e um inverno praticamente
seco, possuindo uma temperatura média anual de 24 graus. Cabo ledo tem um clima quente e
húmido durante a estação de chuvas, entre setembro e abril os meses de março e abril são
geralmente os mais chuvosos. Já durante o cacimbo, de junho a agosto, as temperaturas
descem. A chuva praticamente inexistente neste período.
e) Pedogénese:
O solo de cabo ledo – Área de Luanda, é suscetível a erosão hídrica e eólica,
principalmente devido à ausência de matérias ligantes, tais como: Argila e / ou material
orgânico. É constituído de areia fina com uma alta permeabilidade também com elevada ação
capilar, o que resulta numa rápida infiltração de durante a chuva e uma perda de humidade
devido a dinâmica ação capilar e evaporação resultante das movimentações do ar.
2.3-Enquadramento Geologico
a) Geologia Regional:
Têm sido várias as contribuições litostratigráficas apresentadas ao longo dos anos para
o enchimento da Bacia do Kwanza, onde se inclui a Sub-bacia de Benguela (Neto, 1961;
Brognon & Verrier, 1965; Lapão & Pereira, 1971; Quesne et al., 2009, Guiraud et al., 2010;
Cazier et al., 2014; Segundo et al., 2014). A complexa organização espacial das unidades,
aliada à tectónica e ao fraco conhecimento detalhado da sucessão sedimentar da Bacia do
Kwanza, tem levado à apresentação de colunas estratigráficas por vezes discrepantes.