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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA

ARCAÍCO MOÇAMBICANO – REGIÃO CENTRO

Prof. Doutor Estêvão I. Sumburane 1


EON ERA IDADE (Ma)
Cenozóico 66 - Hoje
Kibariano (África)
Fanerozóico Mesozóico 245 - 66 (1200 – 1000 Ma
(> 500 Ma) Paleozóico 542 - 245

Neo-Proterozóico 1000 - 545 Grenvilliano


Proterozóico Meso-Proterozóico 1600 - 1000 (1000 Ma)
(1500 - 500 Ma) Paleo-Proterozóico 2500 - 1600

Neo-Arcaíco 2500 Pan-Africano


Arcaíco (Arqueano) Meso-Arcaíco (650 – 550 Ma)
(3200 - 2500 Ma) Paleo-Arcaíco 3200

Brasiliano
Hadeano
(650 – 550 Ma)

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ÉPOCAS Proterozóico:
PALEOZÓICO MESOZÓICO CENOZÓICO
Late: 0,9 – 0,55 Ga
Pérmico (Permiano) Cretácico Holoceno
Middle: 1,6 0,9 Ga
(299 - 245 Ma) (145 - 66 Ma) (0,01 - 0 Ma)
Early: 2,5 – 1,6 Ga
Carbonífero Jurássico Pleistoceno
Late = Neo
(359 - 299 Ma) (200 - 145 Ma) (1,8 – 0,0
1Ma) Midlle = Meso
Devónico (Devoniano) Triássico Plioceno Early = Paleo
(416 - 359 Ma) (245 - 199 Ma) ( 5,3 – 1,8
Ma)
Silúrio (Siluriano) Mioceno O Cenozóico subdivide-se
(443 - 416 Ma) (24 – 5,3 Ma) em dois Períodos: Terciário

Ordovícico Oligoceno (1) e Quaternário (2)


(ordoviciano) (33 – 24 Ma) Holoceno e Pleistoceno são
(488 443 Ma)
épocas do (1) e Plioceno,
Câmbrico Eoceno
(Cambriano) (54 – 33 Ma) Mioceno, oligoceno,
(542 - 488 Ma) Eoceno e Paleoceno são
Paleoceno épocas de (2)
(65 – 54 Ma)
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Enquadramento geológico da África Central e Austral

Os terrenos que compõem a África Austral resultaram da acção


sucessiva de várias orogenias que se fizeram sentir desde os
tempos Precâmbricos até ao Fanerozóico:
• orogenias Arcáicas ~ 3600 – 2500 Ma
• orogenias Paleo-Proterozóicas (Eburnianas) ~ 2200 Ma
• orogenias Grenvilianas (Kibarianas) ~ 1200 – 1000 Ma
• Pan-Africanas ~ 650 Ma

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ENQUADRAMENTO
GEOLÓGICO

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A África Central e Austral pode ser subdividida em vários domínios, com
base na idade da deformação orogênica mais tardia que as afetou

(Adaptado de kroner & Cordani (2003)


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“Greenstone belt” = Cinturão de rochas verdes
• associação de rochas metavulcano-sedimentares de idades Pré-cambrianas
(3500 – 543 Ma). Estas sequ~encias foram submetidas a graus variados de
metamorfismo, compreendendo rochas máficas a ultramáficas em associação
com rochas sedimentares. Normalmente ocorrem em regiões cratônicas, em
conjunto com corpos granito-gnássicos de tipo TTG (Tonalitos-Trondjemitos-
Granodioritos). Os corpos graníticos podem ocorrer no interior ou nas
bordaduras dos “greenstolne belts”.
•Exemplos de Cratões:
 África – Congo (África Central), Kaapvaal (RSA), Tanzania, Zimbábwe,
Kalahari (Kaapvaal + Zimbábwe)
 Austrália – Pilabra, Yilgarn,
 América do Norte – Slave, Canadá, Superior (Canadá) Wyoming
 América do Sul – Amazônico, São Francisco

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• Os Cratões Arcáicos representam as partes estáveis
remanescentes da litosfera continental primitiva;
• As marcas das orogenias mais antigas que afectaram a África
central e Austral estão particularmente bem preservadas nos
terrenos de idade arcáicos que formam os cratões e os cinturões
(faixas) móveis de idade pré-kibariana;
• Grande parte dos cratões arcaícos foi retrabalhada durante as
orogenias mais jovens;
• Como consequência, as rochas de idade arcáicas são
encontradas tanto nos blocos cratônicos, como nas cinturões
móveis de idade mais jovem, como núcleos antigos preservados.
É o que ocorre no leste da África (Quénia, tanzania) e no Bloco Bangweulu no

norte da Zâmbia.
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Os Cinturões Móveis Paleoproterozóicas (Ubendiano – 2100
– 2025 Ma e usagarano) ocorrem ao longo das margens oeste e sul
do Cratão da Tanzania, na província moçambicana do Niassa e a
nordeste da Zâmbia e do Malawi
• foram caracterizadas por duas fases orogênicas distintas, uma
precoce e outra tardia:
a) A 1ª ,(desenvolvimento do cinturão Usagarano) desenvolveu-se
durante a colisão direcionada para norte e a acreção eburniana nas
condições de fácies granulítica,
b) a 2ª, (Cinturão Ubendiano), a fase precoce de metamorfismo e
deformação regional seguida por uma fase Paleoproterozóica tardia
de exumação e vasto cisalhamento dextral ao longo das zonas de
cisalhamento com direções NW-SE.
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Cinturões Móveis meso-proterozóicos
• Os Cinturões da África Central e Austral (1300 e 1000 Ma), são
no seu conjunto denominadas de Cinturões Móveis meso-
proterozóicos kibarianas (exemplos: Kibariana, Irumide, Namaqua,
Natal, Lúrio)
• Embora a orogenia kibariana no centro-leste africano tenha
ocorrido há ~ 1400 – 1350 Ma, claramente no pré-Grenviliano, as
marcas dos eventos de idade grenviliana são refletidas no
Cinturão de Irumide da Zâmbia formada a ~ 1150 – 950 Ma.
• À escala global, os Cinturões Kibarianos da África, podem ser
correlacionadas com os processos de acreção continental que
culminaram na formação, há cerca de 1.0 Ga, de um
supercontinente neo-proterozóico conhecido por Rodínia.
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• A formação do Supercontinente Rodínia (~ 1300 - 1000 Ma) ao
redor do núcleo precambriano da América do Norte (Laurentia)
durante o evento Grenviliano é suposto que tenha ocorrido por
acreção de todos os fragmentos continentais existentes nessa
altura, incluindo os que fazem actualmente parte dos continentes do
Gondwana.
• Rodínia = a aglutinação dos continentes foi marcada pela colisão
entre si de diversos fragmentos e com a Laurentia, que resultou na
formação de várias cinturões móveis actualmente expostos em
diversos locais do mundo: ex. Cinturão Grenville da América do
Norte, os Cinturões Kibariano, Irumide, Namaqua, natal e Lúrio em
África.

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• A fragmentação do Rodínia teria ocorrido há
aproximadamente 700 Ma e a subseqüente amalgamação do
continente Gondwana esta associada à orogenia neo-
proterozóica, denominada na Africa de Pan-africana (~ 550 Ma).

Faixas móveis neo-proterozóicas


• O Cinturão de Moçambique pode ser considerado como
sendo o padrão da orogenia Pan-africana
• Em 1994, Stern introduziu o termo “East African Orogen”
(EAO) para descrever a parte leste do Cinturão orogênico Pan-
africana.

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• O EAO (Orogenia do Leste Africano) estende-se por cerca de
600 km do sul desde a Antártida até a Peninsula Arábica, no norte
de África.
• A Orogenia do Leste Africana marca o fechamento da maior
bacia oceânica, o Oceano Moçambique, e a colisão entre os
Gondwanas Oeste e Leste, evento regional ocorrido antes de 650
Ma.

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– Território moçambicano
As unidades litoestratigráficas que ocorrem no território
moçambicano podem ser subdivididas entre o embasamento cristalino
de idade Arqueano-Cambriana e a cobertura Fanerozóica:
• O embasamento cristalino é composto por uma assembléia
heterogênea de paragnaisses, granulitos e migmatitos, orto-gnaisses e
rochas ígneas.
• Do ponto de vista geodinâmico, o embasamento cristalino de
Moçambique compõe-se de três terrenos distintos, localizados próximo
à junção tríplice entre as faixas móveis de Irumide (~ 1,02 Ga),
Zambeze (~ 850 – 450 Ma) e Moçambique (750 – 550 Ma),
nomeadamente, Gondwana Leste, Gondwana Oeste e Gondwana Sul

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Mapeamento do Consórcio GTK (2002 – 2005): Nova organização tectono-
Estrutural de Moçambique (em curso): 2/3 do território são ocupadas por
formações Arcáicas-Proterozóicas e 1/3 por rochas de idade fanerozóica.
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• O embasamento cristalino de Moçambique composto por 3
terrenos distintos: Gondwana Leste, Gondwana Oeste e
Gondwana Sul

• Gondwana Leste, Gondwana Oeste e Gondwana Sul


colidiram entre si e amalgamaram durante o Ciclo
orogênico Pan-africano.
• Antes da amalgamação, cada terreno foi caracterizado por
uma evolução geodinâmica específica.

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Gondwana Leste
• Tem o seu núcleo arcáico supostamente localizado em
Madagascar e Índia. Na Tanzânia constitui o embasamento
cristalino de granulitos, a leste da sutura Pan-africana. Mais
para o sul, comporta a maioria das rochas do Malawi e da parte
setentrional de Moçambique.

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Gondwana Oeste
• É constituído por cratões da África central (Congo/Tanzania) e
várias unidades tectono ou lito-estratigráficos em cinturões
dobrados de idade Proterozóica, que foram carreados ou
depositados no topo da margem sul e leste do cratão.
• Na Tanzania, a frente de carreamento do Cinturão de
Moçambique, com vigência para oeste, marca a fronteira entre
os terrenos do Gondwana Oeste e do Gondwana Leste.

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Gondwana Sul
• Abrange o Cratão do Zimbabwe e várias unidades tectônicas
ou lito-estratigráficas em cinturões dobrados de idade
Proterozóica que foram carreadas ou depositadas no topo da
margem norte e leste do cratão.
• O cratão faz fronteira com o Cinturão de Moçambique a leste
e a norte o cratão é limitado pelo Cinturão de Mara. Este
cinturão transcontinental separa os Cratões do Congo e de
Kalahari (Cratão do Kaapvaal + Cratão do Zimbabwe).

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ALGUMAS DEFINIÇÕES
•UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA : Conjunto rochoso caracterizado por um tipo ou
combinação de vários tipos litológicos ou por outras marcantes feições litológicas
• SUPERGRUPO: pacote rochas formado pala assembleia de Grupos e ou
Formações
• Grupo : Pacote litológico constituído por um conjunto de Formações
• Sub-Grupo : conjunto de rochas formadas por algumas formações do Grupo
• Formação : Unidade fundamental da litoestratigrafia
• Membro: é sempre uma parte de uma Formação
• Camada : é a parte de uma Formação ou Membro
• Complexo : conjunto litológico formado por rochas de várias classes
• Suíte : Pacote litológico formado por duas ou mais unidades de rochas intrusivas ou
metamórficas de alto grau
• Corpo : Unidade de rochas intrusivas ou metamórficas de alto grau

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Cobertura Fanerozóica
• O Fanerozóico em Moçambique engloba sedimentos
continentais, marinhos e rochas vulcânicas e sub-vulcânicas
depositadas posteriormente ao ciclo Pan-Africano.

• Essa cobertura divide-se em Supergrupo do Karoo, a mais


antiga e seqüências depositadas durante o desenvolvimento do
Orogenia do Leste Africano.

• O Supergrupo do Karoo, depositado durante o evento do


Karoo em Grupos do Karoo Inferior e do Karoo Superior.

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Cratão do Zimbabwe
• Parte do Cratão do Zimbabwe (terrenos de granito-greenstone
belts) aflora no território da República de Moçambique, onde constitue
o Grupo de Manica.
• O Grupo de Manica (Greenstone belt de Manica) no contexto
regional é na sua globalidade relacionada ao cratão zimbabweano.
• O Cráton do Zimbabwe, localiza-se na África Austral onde ocupa
uma área de aproximadamente 2680 Km2, ocupando os territórios da
República do Zimbabwe (grande parte), nordeste do Botswana e oeste
da República de Moçambique.

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Cratão do Zimbabwe: Assembléia de diversos greenstone belts e granitóides

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• O cratão é composto principalmente por terrenos de granito-
greenstones, onde predominam complexos granito-gnaisses,
ocasionalmente migmatizados em certos locais, de composição
tonalítica-trondjemítica-granodiorítica (TTG) (~ 20% da sua área) e
por 26 Greenstone belts .
• Foi afectado em diversos sectores, pelas deformações
associadas a cada uma das quatro orogenias com que faz fronteira:
a sul com o Cinturão do Limpopo (2,6 – 2,0 Ga), a noroeste com
Cinturão de Magondi (2,0 – 1,8 Ga), a norte e nordeste com o
Cinturão do Zambeze (1,0 – 0,5 Ga) e a oeste pelo Cinturão de
Moçambique (650 – 550 Ma) e cobertura fanerozóica.

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• As rochas mais antigas do Cratão do Zimbabwe são gnaisses
de composição TTG com idades entre 3,55 Ga e 3,35 Ga
• Os greenstones são agrupados em dois conjuntos:
O Sebakiano (3,5 – 2,95 Ga) e
O Supergrupo Bulawaiano (2,9 – 2,7 Ga).

• O maior período
í de formação
ç das rochas ocorreu no período
í de
~ 2,7 Ga e ~ 2,64 Ga, que resultou numa ampla deposição da
sucessão de rochas vulcânicas do Bulawaiano Superior e de
metassedimentos do Shamvaiano (2,6 – 2,64 Ga) que cobriram o
Bulawaiano Superior em vários Greenstone belts.

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• A deposição de seqϋências de Greenstone belts supracrustais foi
acompanhada pela instalação de granitóides de composição do tipo
TTG de Chingezi no período que vai de ~ 2.9 a 2.8 Ga, de Sesombi a ~
2,7 Ga, de Wedza a ~ 2,65 Ga e de Chilimanzi a 2,6 Ga.

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Lito-estratigrafia simplificada do Cratão do Zimbabwe
(depois de Hofmann et al., 2002).

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Grupo de Manica (Greenstone belt de Manica)

• O Grupo de Manica é a continuação do ‘Odzi-Mutare-Manica


Greenstone belt, pertencente ao cratão arcáico do Zimbabwe dentro
do território moçambicano onde ocupa uma área de cerca de 40 km
de comprimento por 10 a 15 km de largura.
• O Greenstone belt de Manica é um sinclinório mergulhante para
leste, composto por uma seqüência basal vulcano-sedimentar e uma
superior, dominada por sedimentos, ambas atribuídas ao Grupo
Manica, constituindo duas unidades lito-estratigráficas: a Formação
de Macequece e a Formação de Vengo.

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Formação de Macequece – rochas vulcânicas máficas-ultramáficas
(talco-xistos, xistos tremolíticos, serpentinitos, anfibolitos,
metabasaltos) e sedimentares ( Cherts, conglomerados, BIF)
metamorfizadas, cobertos por rochas metavulcânicas (andesitos,
dacitos e riodacitos).

Formação de Vengo - pacote de rochas metassedimentares com


intercalações de rochas lávicas
(Conglomerados; Grauvacas; Arcoses; Arenitos; Argilitos;
Quartzitos ferruginosos, sericitosos; Xistos e filitos)

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Grupo de Manica

F. Macequece – rochas vulcânicas máficas-ultramáficas e sedimentares


metamorfizadas
F. Vengo - pacote de rochas metassedimentares com intercalações de
rochas lávicas

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• Nos limites leste e norte do Cratão do Zimbabwe ocorrem os grupos
tectonicamente autóctones de Umkondo (Meso-proterozóico) e
Rushinga (neo-proterozóico).

• Mais para leste , ocorrem terrenos alóctones formados por material


de idade variada, maioritariamente meso-proterozóica Colocadas
por baixo de rochas supracrustais (Grupo de Macossa, Grupo de
Chimoio e Complexo Metamórfico de Mungari).

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Cinturão de Moçambique
Cinturão orogênico (idade neoproterozóica) com direcção
aproximada N-S, exposto do sul de Moçambique ao longo do flanco
leste do Cratão do do Zimbabwe, passa a leste do Cratão da
Tanzania e estende-se desde para o norte pelos territórios do
Uganda, Quénia e Etiópia

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No Cinturão de Moçambique, junto à margem leste do Cratão do
Zimbabwe , ocorrem rochas supracrustais de idade proterozóica
incluidas no Grupo de Ruchinga e Gairezi, e os seus possíveis
equivalentes metamórficos de alto grau acompanhados por rochas
meta-ígneas do Arco magmático de Bárue.
As rochas arcaícas na parte norte do Cratão do Zimbabwe
pertencem ao Complexo metamórfico de Muzi, que são
provavelmente a continuidade dos gnaisses e migmatitos alóctones
do Zimbabwe.
A sul do Cratão do Zimbabwe, encontra-se o Complexo de Mavonde

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Comlexo do Muzi
No lado zimbabweano, este complexo é constituído por orto-
gnaisses, tonalitos e uma variedade de rochas metamórficas de
grau médio e alto grau, incluindo granulitos e seus equivalentes
retrógrados.
Do lado Moçambicano, ocorrem orto-derivados, entre os quais as
assembléias do tipo TTG (tonalito-Trondjemito-Granodiorito) e
granitóides deformados. Ocorrem também rochas máficas (met-
gabros, anfibolitos com granada).

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Complexo de Mavonde (2800 – 2500 Ma)
Ocorrem granitóides do tipo TTG sem evidências de terem sofrido
metamorfismo de alto grau; aparecem tonalitos e granodioritos,
geralmente foliados, contendo biotite e horneblenda. Ocasionalmente
essas rochas apresentam granada; Ocorrem também gnaisses
félsicos sem deformação ou pouco deformados, localmente
migmatitos

Comlexo de Báruè
Todos os tipos de rochas do Cinturão de Moçambique são
encontrados neste complexo

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Grupo de Umkondo
As rochas metassedimentares do centro-oeste de Moçambique
são divididas em 4 unidades principais e ocorrem nos Grupos de
:Umkondo, Chimoio, Macossa e no Complexo de Mungari. As
rochas directamente associadas ao Cratão do Zimbabwe
pertencem ao Grupo de Umkondo que é subdividido em Grupo
de Rushinga e Grupo de Gairezi , ambas de idade
paleproterozóica. As restantes unidades são de idade
Mesoproterozóica

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O Grupo de Umkondo em Moçambique forma uma sequência
vulcano-sedimentar exposta ao longo da fronteira com o
Zimbabwe.
No Zimbabwe aflora principalmentena região de Chimanimani e
exposições mais localizadas no norte na região de Nyanga

MAGMATISMO NEOPROTEROZÓICO
O magmatismo neoproterozóico da região centro-oeste de
Moçambique tem como feição mais importante a Suite de Guro,
de carácter bimodal cujas rochas exibem idades inferiores a
1000 Ma.

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A Suíte de Guro ocupa uma região extensa, a partir da
região norte do Zimbabwe até o Cinturão de
Moçambique, quase paralela ao Cinturao de Zambezi.
Tanto os membros félsicos, como os máficos que
compõem a Suíte de Guro são geralmente bandados e
intercalados entre si, apresentando foliação e por vezes
achatamento e alongamento tectônicoque afecta as
relações de contacto entre as bandas

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