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Isótopos Instáveis

Radioatividade
Definição de radioatividade
A Radioatividade é a emissão espontânea de partículas
e/ou ondas eletromagnéticas de núcleos instáveis de
átomos, dando origem a outros núcleos, que podem
ser estáveis ou ainda instáveis.

Caso o núcleo formado seja ainda instável, ele


continuará emitindo partículas e/ou radiações até se
transformar num núcleo estável.

Exemplo: Urânio–235, Césio–137, Cobalto–60, Tório–232.


Como foi descoberta?
 1895- Roentgen descobriu os raios X

raios catódicos: radiações onde os elétrons


emergem do polo negativo de um eletrodo,
chamado cátodo, e se propagam na forma de
um feixe de partículas negativas .

 emissões eletromagnéticas de natureza semelhante à luz visível;


 energia cinética aos elétrons → emitiam uma radiação que marcava a chapa
fotográfica
> freqüência
< comprimento de onda

Aparelhos de raios-X: o que ocorre é a incidência de energia elétrica sobre uma


superfície metálica que, excitada – em estado mais energético –, emite energia.
Isso significa que não há material radioativo no aparelho de raios-X.

Esses, se desligados da tomada ou de qualquer outra fonte de energia, não emitirão


radiação, ou, se forem abertos, não oferecerão risco de contaminação radiológica ao
ambiente, pois não há material radioativo em seu interior.
Como foi descoberta?
 1896 – Becquerel (físico francês 1852-1908) foi encarregado de
verificar a descoberta de Roentgen;
 começou a estudar a relação entre a fluorescência e os raios X;

 Em estudos com o urânio, de forma acidental,


observou que os sais de urânio emitiam
espontaneamente, independente da ação preliminar
da luz, raios de natureza desconhecida semelhante à
dos raios-X, impressionando chapas fotográficas;

 acreditava que a radiação invisível


emitida pelos compostos de urânio e pelo
urânio metálico era um fenômeno de
fosforescência;
 Assim, muitos estudiosos afirmam que
Becquerel deixou escapar o que viria ser
chamado de radioatividade.
A descoberta dos prótons e elétrons
 1897- Thomson (físico britânico) demonstrou
existência de "corpúsculos" na matéria, que
mais tarde viriam a ser conhecidos como
elétrons, enquanto estudava o comportamento
dos raios catódicos;
 "O Tubo de Raios catódicos de J.J. Thomson“
 O tubo de raios catódicos é semelhante ao
tubo de imagem de um aparelho de televisão
→ Partículas carregadas (hoje conhecidas
como elétrons) são emitidas por um filamento
aquecido em uma das extremidades de um
tubo e aceleradas por uma diferença de
potencial elétrico (V).
A descoberta dos prótons e elétrons
 Como estes elétrons apresentaram carga negativa →
necessidade de alterar o modelo de átomo vigente: Dalton
(1803): átomos = esferas maciças, homogêneas, indivisíveis e
indestrutíveis.

Modelo "Bola de Bilhar"

 ∴ definiu o modelo do "pudim de passas", onde existiam


simultaneamente cargas ++ e --. Átomo composto de
elétrons embebidos numa
sopa de carga positiva,
como as passas num
 Neste modelo: átomo era uma esfera maciça, constituída por pudim.
um material positivo, possuindo elétrons incrustados em sua
superfície. As cargas positivas e negativas existiam em iguais
quantidades, garantindo a neutralidade do átomo.
Como foi descoberta?
 1898- Marie Curie descobriu o Po e o Ra devido
sua intensa atividade.
 Interessada pelos raios Becquerel (tendo a certeza
de que a radiação é uma propriedade atômica)
decide examinar todos os corpos químicos
conhecidos.
 Th também emitia essa tal radiação →concluiu
que estava diante de um fenômeno que não era
exclusivo do U;
 intensidade da radiação da pecheblenda, minério
de urânio, era muito mais forte do que a do
próprio U e do Th→ existência de outras
substâncias ;
 Pecheblenda contém um metal, vizinho ao Bi pelas
propriedades analíticas... Polônio... existência do
segundo elemento radioativo e o denomina de
Rádio; UO2
Como foi descoberta?
 obter o rádio e o polônio em estado de pureza
 Marie e Pierre descobrem que o Ra pode causar
queimaduras perigosas, às vezes fatais, eficaz na cura de
certas doenças, pois destruía as células infeccionadas e
detinha o desenvolvimento dos tumores malignos;
 Os termos radioativo e radioatividade foram inventados
pelo casal para caracterizar a energia liberada
espontaneamente por este novo elemento químico;
 Morre de leucemia.
Identificação das radiações
 1889, Rutherford identificou a natureza de dois tipos distintos
de radiação: alfa e beta. E Villard (1900) , a radiação gama.

As partículas α positivas:
atraídas pela placa
negativamente carregada e
por possuírem > massa,
sofreram desvio menor em
sua trajetória.

As partículas β negativas:
atraídas pela placa
carregada positivamente e,
por possuírem < massa,
tiveram maior desvio.

Alfa: núcleos de He produzidos por fissões


nucleares.
às radiações γ, por não terem a Beta: elétrons resultantes da transição de um
trajetória desviada, foram próton para nêutron, devido à força fraca.
consideradas sem carga elétrica. Gama: luz produzida pela mudança de estado
energético dos prótons ou nêutrons no núcleo.
partículas α: maior massa, apesar de alta energia cinética,
possuem um baixo poder de penetração nos materiais de um
modo geral.
emissões β já são menores e com alta energia cinética, possuem
um maior poder de penetração que as α,

radiação γ, por ser energia de alta freqüência, possui um alto


poder de penetração na maioria dos materiais,

os materiais radioativos podem ser α ou β emissores, contudo a


radiação γ (que não é partícula e sim energia) está presente
acompanhando ambos os tipos de emissão.
Partículas positivas e negativas
 1903- Philip Lenard descreveu o átomo
como sendo constituído por pares de
cargas negativas e positivas distribuídos
pelo seu interior, separadas pelo vazio.

Como a matéria é ordinariamente


eletricamente neutra (ninguém leva
um choque elétrico ao segurar um
objeto), Lenard ponderou que as
cargas negativas e positivas que
compõem os átomos devem anular-
se mutuamente. Desta forma, propõe
que como átomo seja formado.
A descoberta do núcleo atômico
Experimento de Rutherford (1910)

Rutherford fez incidir partículas alfa (α) sobre uma lâmina


metálica delgada. Sendo a lâmina constituída de átomos,
esperava-se na época, com base no modelo de Thomson,
que a deflexão dessas partículas fosse muito pequena.

No entanto, o resultado foi surpreendente.


Aproximadamente uma a cada dez mil partículas α
era espalhada para trás (ângulos maiores do que
π/2). Medindo acuradamente a distribuição angular
Rutherford observou grandes deflexões, do espalhamento, Rutherford chegou à conclusão de
sugerindo um núcleo duro e pequeno que nestes casos raros o espalhamento resultava da
colisão da partícula α com minúsculos centros
espalhadores no interior do átomo, contendo
praticamente toda sua massa: estava descoberto o
núcleo atômico (no caso do Hidrogênio, o próton).
A descoberta do núcleo atômico
Experimento de Rutherford (1910-1911)
Por que somente algumas partículas se
desviavam enquanto as outras
atravessavam a lâmina em linha reta?
Somente em 1911, Rutherford
esclareceu esse fato
1.No átomo há grandes espaços vazios.
A maioria das partículas alfa atravessou a
placa.
2.No centro do átomo existe um núcleo
muito pequeno e denso. Algumas poucas
partículas alfa foram rebatidas.
3.O núcleo do átomo tem carga positiva.
As partículas alfa, que possuem carga
positiva, quando passavam perto do
núcleo, eram repelidas sofrendo desvio
em sua trajetória.
4.Rutherford admitiu que havia elétrons
girando ao redor do núcleo para equilibrar
sua carga positiva. Foi Rutherford que as
chamou de prótons
Como foi descoberta?
A descoberta do núcleo atômico

Rutherford propôs um modelo no qual toda a carga positiva dos átomos, que
comportaria praticamente toda a sua massa, estaria concentrada numa pequena
região do seu centro, chamada de núcleo.
 1910- Rutherford descobriu os núcleos atômicos

próton
Rutherford percebeu que a carga
positiva de um átomo está
concentrada no centro, num minúsculo
e denso núcleo, introduzindo o
conceito de núcleo atômico.
Desenvolve, então, a moderna
concepção do átomo como um núcleo
em torno do qual elétrons giram em
órbitas circulares
elétron nêutron

► Imagem estilizada do modelo de Rutherford para o átomo de Lítio.


Como foi descoberta?
 1919- Rutherford descobriu as transmutações; que
significa o átomo de um elemento perder corpúsculos
para tornar-se átomo de um outro elemento.
 Bombardeou o gás N com partículas alfa altamente
energizadas (oriundas de elementos radioativos)
 Alguns átomos de Nitrogênio foram transmutados
em oxigênio, através de uma reação nuclear.
 Pela primeira vez na História o homem conseguiu
transformar um elemento em outro
Como foi descoberta?

A radioatividade ocorre porque as


forças de ligações do núcleo são
insuficientes para manter suas
partículas perfeitamente ligadas.
Estabilidade Nuclear
Estabilidade nuclear
2 forças principais atuantes no núcleo

1. Força de repulsão coulombiana:


• entre prótons;
• força eletromagnética, de caráter repulsivo;

2. Força forte ou interação nuclear forte :


• entre p-p, entre p-n e entre n-n;
• força que mantém a coesão dos protons e
neutrons no núcleo atômico

23
Estabilidade nuclear
A estabilidade do núcleo depende da combinação entre:
forças de repulsão coulombianas (FC) e as forças fortes (FF).

Se no núcleo:
FF > FC núcleo é estável

FC > FF núcleo instável

desintegra-se, emitindo uma


partícula e ou radiação
24
Estabilidade nuclear
• Os núcleos são estáveis devido a existência da força nuclear. Trata-se
de uma força atrativa intensa (muito superior à força Coulombiana) de
curto alcance (da ordem de 2 fm), que age sobre todas as partículas
nucleares.

• A interação nuclear forte tem magnitude tão grande que supera o


efeito contrário da interação ou força eletromagnética, chamada
também de força coulombiana, de caráter repulsivo, entre os prótons.

• Força nuclear: manifestação da interação forte, que mantém os


quarks unidos para formarem os prótons e os nêutrons.

P.S. O próton é uma trinca de quarks


25
Carta de Nuclídeos

Átomos neutros de todos os


isótopos do mesmo elemento
apresentam as mesmas
propriedades químicas, porém
propriedades nucleares bastante
diferentes. Assim, é conveniente
definirmos os nuclídeos.

isótopos

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Carta de nuclídeos Átomos dos isótopos do mesmo elemento
núcleos estáveis e radioativos apresentam as mesmas propriedades
químicas, porém propriedades nucleares
bastante diferentes. Assim, é conveniente
definirmos os nuclídeos.
nuclídeos estáveis

núcleos estáveis
com mais de 20 prótons (Z>20)
necessidade de nêutrons adicionais para
compensar a repulsão entre as cargas
positivas

com menos de 20 prótons (Z<20)


em geral Z=N

Estabilidade Nuclear 27
Energia de ligação dos núcleos
• A massa M de um núcleo é menor que a soma das massas
isoladas, mi, das partículas que o compõem.

• A energia de ligação de um núcleo é dada por:

∆Eel = ∑ (mi c ) − Mc 2 2

i
Quantidade de energia que deve ser fornecida ao sistema (núcleo) para
separá-lo em todas a suas partículas constituintes, que apresentem
massas de repouso isoladas de valor mi.

• Assim, a Energia de Ligação é uma medida da estabilidade do núcleo.

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Energia nuclear ∆Eel é a energia média necessária para
∆Ee ln = arrancar um núcleon do núcleo.
A

Fusão nuclear Fissão nuclear

(síntese dos elementos)


Fissão nuclear
Fusão nuclear de elemento
de elemento < Fe > Fe produz
produz energia energia
de elemento > Fe gasta de elemento <
energia Fe gasta energia
• Isótopos: núcleos associados ao mesmo elemento
da tabela periódica (mesmo Z)

Exemplo: Hidrogênio (Z=1), temos isótopos com N=0


(A=1), N=1 (deutério) (A=2) e N=2 (trítio) (A=3)

Hidrogênio 11H Deutério 21H Trítio 31H

1 próton 1 próton 1 próton


1 elétron 1 elétron 1 elétron
1 neutron 2 neutrons

• Isóbaros - núcleos associados a elementos diferentes da tabela periódica


mas com iguais números de massa, A
Exemplo: núcleos de berílio (Z = 4, N = 6, A=10), boro (Z = 5, N = 5, A=10) e
carbono (Z = 6, N = 4, A=10 ) são núcleos isóbaros

• Isótonos - núcleos associados a elementos diferentes da tabela periódica


mas com mesmo número de neutrons30(mesmo N)
Decaimento /
Desintegração Radioativa
Decaimento ou desintegração radioativa

► Um dos processos de estabilização de um núcleo com


excesso de energia → emissão de um grupo de partículas

► É a desintegração de um núcleo através da emissão de


energia em forma de partículas ou radiação.

► Se o núcleo de um determinado átomo for instável, ele


tende a se transformar num outro mais estável.
1. Decaimento alfa α
► Ocorre quando um núcleo instável emite um grupo de
partículas constituídas por dois prótons e dois nêutrons, e
da energia a elas associada transformando-se num outro
núcleo (Z´= Z-2 , A´=A-4 )
► São as radiações alfa ou partículas alfa = núcleos de hélio
(He).

AXZ → A − 4YZ − 2 + 4α2

► Exemplo : Urânio decaindo para Tório


232U
92 ==> 228Th90 + 4α2 + 4,25 MeV
Decaimento alfa α
► partículaalfa é a menos penetrante dos três tipos
de radiação por ser “pesada”;
► podendo ser bloqueada por uma folha de papel.
Decaimento alfa α
prótons nêutrons massa
isótopo pai Z N Z+N=A
isótopo filho Z-2 N-2 Z+N =A-4

pai
Pai e filho
Z, N
NÃO SÃO ISÓBAROS

p.e.:
238 > 23490Th + 42He + energia filho
92U Z-2
Z N-2
147 > 14360Nd + 42He + energia
62Sm

N
1a Lei da Radioatividade: Lei de Soddy

“Quando um átomo radioativo emite uma partícula (α), seu


número atômico diminui de 2 unidades e seu número de massa
diminui de 4”.

92
238U →24α + 90
234Th
2. Decaimento beta (β):
O decaimento beta ocorre em núcleos que têm excesso,
ou falta, de nêutrons para adquirir estabilidade.

A radiação beta é constituída de partículas emitidas por um núcleo,


quando da:
transformação de nêutrons em prótons (partículas beta) ou;
de prótons em nêutrons (pósitrons).
Decaimento beta (β−):
1. núcleo com excesso de nêutrons em relação a prótons

Decaimento beta menos:


emissão da partícula beta negativa ou, simplesmente, partícula beta

emissão de uma partícula negativa (elétron)


resultante da conversão de um nêutron em um
próton:
um dos nêutrons no interior do núcleo emite um
elétron e um anti-neutrino, transformando-se em
um próton.

n → p + e +ν −

A XZ → A YZ +1 + β-
Decaimento beta (β−):
1. Decaimento β- : nêutron >>> próton + elétron
prótons nêutrons massa
isótopo pai Z N Z+N=A
isótopo filho Z+1 N–1 Z+1+N–1=A

Pai e filho são


ISOBARES
filho
estável
Z+2
p.e.: N-2
40 K > 40 + β- + energia
19 20Ca filho
instável
Z Z+1
87 > 8738Sr + β- + energia
37Rb N-1
pai
Z, N
N
Decaimento beta (β+):
2. núcleo com excesso de prótons em relação a nêutrons

Decaimento beta mais:


emissão da partícula beta positiva ou pósitron
emissão de uma partícula positiva (pósitron)
resultante da conversão de um próton em um
nêutron:
um dos prótons no interior do núcleo emite um
pósitron (anti-elétron) e um neutrino,
transformando-se em um nêutron:
+

p → n + e +ν +
Nucleus with one less
proton and one
more neutron

AXZ → A YZ −1 + β+ Proton Neutron


Decaimento beta (β+):
2. Decaimento β+ (pósitron) : próton>>> nêutron + pósitron
prótons nêutrons massa
isótopo pai Z N Z+N=A
isótopo filho Z-1 N+1 Z-1+N+1=A

Pai e filho são


ISÓBAROS pai
Z, N

filho
p.e.: 18 18 β+
9F > 8O + + energia Z instável
Z-1
N+1
filho
estável
Z-2
N N+2
Decaimento beta (β):
► As partículas Beta são capazes de penetrar cerca de um
centímetro nos tecidos, ocasionando danos à pele, mas não aos
órgãos internos, a não ser que sejam ingeridas ou aspiradas. Têm
alta velocidade, aproximadamente 270.000km/s.
2a Lei da Radioatividade:
Lei de Soddy, Fajans e Russel
“Quando um átomo radioativo emite uma partícula (β), seu
número atômico, Z, aumenta de uma unidade e seu número de
massa permanece inalterado”

55
137Cs →-10β + 56
137Ba
3. Decaimento Gama (γ)
liberação de energia em excesso pelo núcleo de um
átomo sob a forma de radiação electromagnética
Geralmente, após a emissão de uma partícula alfa (α) ou beta (β), o núcleo
resultante desse processo, ainda com excesso de energia, procura estabilizar-se,
emitindo esse excesso em forma de onda eletromagnética, da mesma natureza da
luz, denominada radiação gama.
Decaimento Gama (γ)
► Formada por ondas eletromagnéticas que são emitidas por
núcleos instáveis após à emissão de uma partícula alfa ou beta.
Exemplo: isótopo 60Co sofre um decaimento β-:

Após o decaimento β-, o 60Co γ


origina um nuclídeo de 60Ni num
estado excitado, que, por usa vez,
emite instantaneamente duas
radiações gama.
γ

* A massa e o número atômico


se preservam
3a Lei da Radioatividade:
Lei de Soddy, Fajans

Quando um núcleo "excitado" emite uma radiação gama


não ocorre variação no seu número de massa e número
atômico, porém ocorre uma perda de uma quantidade de
energia "hν“.

E = energia do fóton = quantum;


h = constante de Planck;
ν = frequência da radiação
Decaimentos
► As radiações Alfa, Beta e Gama
possuem diferentes poderes de
penetração, isto é, diferentes
capacidades para atravessar os
materiais.

► Assim como os raios-X os raios gama


são extremamente penetrantes,
sendo detido somente por uma
parede de concreto ou metal. Têm
altíssima velocidade que se iguala à
velocidade da luz (300 000 km/s).
α
β
Raios X

γ
4. Captura de elétron
Neste processo um próton captura um elétron, normalmente da
camada K, e se transforma em nêutron e um neutrino, diminuindo
seu número atômico em 1 sem afetar o número de massa.

Como o próton é essencialmente mudado a um nêutron, o número de nêutrons aumenta de 1


e o número de prótons diminui de 1, permanecendo inalterado o número de massa. Como a
captação do elétron diminui o número de prótons ocorre a formação de um novo elemento
químico com número atômico menor.

AXZ + e → A YZ −1
-
125 125
53I > 52Te + energia
5. Fissão espontânea
Fissão nuclear espontânea é uma forma mais rara de desintegração radioativa,
característica de isótopos muito pesados, sendo teoricamente possível para
qualquer núcleo atómico cuja massa é maior ou igual a 100 u.m.a.
(elementos perto do rutênio).
Na prática, no entanto, fissão espontânea é apenas possível para massas atômicas
superiores a 230 u.m.a. (elementos perto do tório).
A fissão 238U danifica o retículo cristalino de certos minerais. As emissões dos núcleos
radioativos são registradas como “traços”.

235 1 140 93 1
U+ n→ Ba + Kr + 3 n + Q
92 0 56 36 0
Lei do Decaimento
Decaimento radioativo

A maioria dos núcleos conhecidos são instáveis e,


portanto, radioativos. Este núcleos emitem
espontaneamente uma ou mais partículas,
transformando-se em um outro nuclídeo.
Decaimento radioativo
Exemplo:
Seja uma fonte de ouro radioativo (198 Au), inicialmente, com 100 x 106 átomos. Sua
meia-vida é de 3 dias. Portanto, passados 3 dias, a fonte radioativa terá 50 x 106
átomos; após 2 x 3 dias 25 x 106 átomos; após 3 x 3 dias 12,5 x 106 átomos e assim por
diante.
Lei do Decaimento Radioativo
Os processos radioativos seguem uma lei de desintegração exponencial.
Se, inicialmente, o número de núcleos radioativos de um tipo é N0, o número de
núcleos desse mesmo tipo remanescentes (N) após um tempo t é:

N: número de núcleos radioativos remanescentes


após um tempo t; restante de átomos radioativos no N = N0 * e -λ t
tempo t
No: número de núcleos radioativos na amostra num
tempo t = 0; no. de átomos radioativos iniciais (t = 0)
t: tempo (desde início do decaimento, fechamento
do sistema)
λ: é a constante de desintegração (ou constante de
decaimento), característica do núcleo em questão
Meia Vida
 Cada elemento radioativo se transmuta a uma velocidade que lhe é
característica; liberando uma certa energia.
 ½ vida é o tempo necessário para que a atividade radioativa seja reduzida à
metade da atividade inicial. Após o primeiro período de 1/2-vida, somente a
½ dos átomos radioativos originais permanecem radioativos, ou seja é o
intervalo de tempo T, durante o qual ½ dos núcleos radioativos de um tipo
presentes na amostra decaem.
 No segundo período, somente 1/4 , e assim por diante. Alguns elementos
possuem meia-vida de frações de segundos. Outros, de bilhões de anos.

Elemento-pai Tempo de decaimento Elemento-filho


ou ou
Nuclídeo-pai Nuclídeo-filho

(RADIOATIVO) (RADIOGÊNICO)
Meia-vida
Meia-vida
Ex: uma amostra radioativa de 200 g de um certo isótopo radioativo com uma 1/2 vida = 10
dias, depois de 30 dias terá 25 g do isótopo original.

N = N0 e -λt 1/2 N0 = N0 e -λt T1/2 = ln2 = 0.693


λ λ
λ = ln2 / T1/2
Atividade (ou taxa de decaimento)
A atividade A de uma amostra de qualquer material radioativo: o número de
desintegrações dos núcleos de seus átomos constituintes por unidade de
tempo, isto é, a velocidade de desintegração dos átomos. Esse conceito é útil,
uma vez que não há modo direto para se determinar o número de átomos presentes
numa amostra, exceto através da radioatividade desses átomos. Existem
equipamentos, como contadores Geiger, que medem diretamente a atividade de
uma amostra.

A atividade A de uma amostra radioativa num dado instante pode ser expressa pela
razão do número de desintegrações nucleares dN num intervalo de tempo dt.
Substituindo a expressão para N(t) e fazendo a
A(t) = dN(t)/d(t) derivada obtém-se:
A = A0e -λt
N = N0 e -λt
λ
Onde A0 = N0 é a atividade inicial λ
A = N0 e -λt = A0e -λt

1 curie = 1 Ci = 3,7 x 1010 desintegrações /s


Unidades da atividade radioativa
1 becquerel = 1 Bq = 1 desintegração / s
A lei de decaimento radioativo, prevê como o número nuclear não
decaído de uma dada substância diminui com o passar do tempo.

O círculo vermelho da
animação simboliza 1000
núcleos atômicos de uma
substância radioativa que
tem um período meia
vida (T) que chega a 20
segundos.

O diagrama da parte inferior representa a fração de núcleos não decaídos


(N/N0) em um dado tempo t, que segue a seguinte lei:
N .... número de núcleos não decaídos;
N0 ... número de núcleos existentes inicialmente;
t .... Tempo; N = N0 · 2-t/T
T .... período de meia vida
Radioisótopo Sintético e Natural:
► Natural:
 Se formaram com o Sistema Solar: enriquecimento da
nebulosa solar com isótopos >s 56. Exemplo : isotópo 238U92
 se formaram na mesma época da criação da Terra

► Sintético: podem ser criados mediante reações nucleares.


Riscos da radioatividade
► Bomba atômica: destruições mortais
► Acidentes nucleares de Fukushima ; 2011 / Chernobyl-
Rússia ; 1989 / Goiânia; 1987 / Three Mile Island- EUA;
1979 / Chelyabinsk-Rússia; 1957.

► Contaminação por um composto radioativo é um processo


químico de: difusão desse composto no ar; dissolução na
água; reação com outro composto ou substância; entrada
no corpo humano ou em outro tecido.

► Estamos expostos sempre à radioatividade; 87% que


recebemos tem origem natural, o restante provêm de
tratamento médico.
Aplicações
Aplicações dos radioisótopos
►A radioatividade ou a energia liberada pelos isótopos radioativos é usada
em diversos campos da atividade humana (medicina, arqueologia,
agricultura, indústria e ciências geológicas).
►Aplicações na medicina:
isótopo radioativo tálio pode identificar vasos sanguíneos bloqueados em
pacientes sem provocar algum tipo de dano;
Rádio (resultante do decaimento do U), é utilizado na radioterapia - agente
destrutor de tumores cancerosos, mas a longa exposição a tal elemento
radioativo pode ser fatal. Isso ocorre porque as células são destruídas pela
radiação. Uma vez destruídas, as células doentes não podem se multiplicar por
divisão celular.
Diagnóstico de doenças, como certos tipos de tumores. Utiliza-se um isótopo
radioativo (ou uma substância que o contenha) de um material que interaja
naturalmente com o órgão a ser investigado: esse, ao participar do metabolismo,
pode ser monitorado através da energia que emite, permitindo o mapeamento
do funcionamento do órgão e a detecção de possíveis problemas. Um exemplo é
a cintilografia, na qual radioisótopos são introduzidos no corpo do paciente para
mapear o funcionamento de certas vias metabólicas indicando possíveis
distúrbios através do monitoramento de suas emissões.
Aplicações dos radioisótopos
►Aplicações na medicina:
isótopo tecnécio-99 metaestável, 99mTc, que se obtém por desintegração β do
99Mo: aplicação em medicina nuclear, em técnicas de diagnóstico: compostos

com o isótopo como radiofármacos (ou radiotraçadores). Este isótopo se obtém


mediante geradores de 99Mo / 99mTc, sendo seu período de desintegração de
6 horas, tempo adequado para que se acumule no órgão que se quer estudar e,
por outro lado, não permaneça muito tempo no organismo.
É um emissor gama com uma energia de aproximadamente 140 KeV, que pode
ser detectado através de um contador de cintilância podendo-se interpretar a
imagem obtida.
Aplicações dos radioisótopos
► Agricultura: permite o estudo do metabolismo das plantas e a produção
de insetos estéreis, o que possibilita o desenvolvimento de técnicas de
eliminação de pragas sem o uso de inseticidas. Além disso, torna possível
determinar a quantidade de agrotóxicos presente nos produtos agrícolas;
► Indústria de alimentos: irradiação dos alimentos. Nesse caso, esteriliza o
alimento matando micro-organismos, evitando sua proliferação, que
poderia contribuir para o processo de deterioração do alimento. Sendo
feito corretamente, não altera as propriedades organolépticas dos
alimentos e não causa danos à saúde, permitindo que o alimento se
conserve por mais tempo mesmo sem refrigeração.
► Indústrias diversas: esterilização de materiais de laboratório, fraldas
descartáveis e material hospitalar. Pode ser utilizada para tratar lixo
hospitalar e efluentes industriais esterilizando os mesmos para que
fiquem livres de agentes causadores de doenças ao serem tratados para
que possam ser devolvidos à natureza. Como traçadores, sendo
introduzidos em tubulações e maquinário industrial para apontar
possíveis rachaduras ou obstruções.
Aplicações dos radioisótopos
► Fontes energéticas: fissão nuclear do urânio é a principal aplicação civil da
energia nuclear que é utilizada para aquecer a água, que passa para o
estado gasoso. Esse vapor aquece um sistema secundário de água, que
também passa para o estado gasoso e gira turbinas transformando energia
mecânica em elétrica. O vapor da água do sistema secundário é, a seguir,
resfriado por um sistema terciário de água fria (proveniente de rios, mares,
etc.) e volta ao estado líquido num processo cíclico.
► Os isótopos 235 e 238 do Urânio são radioativos. No entanto, apenas o
isótopo 235 pode ser fissionado e esse é muito raro na natureza. É preciso,
então, enriquecer o U, o que significa adicionar 235U ao 238U. Essa tecnologia
o Brasil ainda não domina totalmente.
► Para as usinas nucleares, apenas 3% de 235U é suficiente no processo de
enriquecimento. Já para a produção de bombas nucleares, a quantidade de
235U necessária chega a mais de 90%. Essa diferença na % do isótopo 235

que é usada no processo de enriquecimento do U pode ser um indício para


organizações internacionais quando há a necessidade de avaliar se um país
que enriquece U faz isso com objetivos pacíficos ou não. Como a diferença
é grande, não é difícil perceber através dos processos de produção se o
enriquecimento está sendo feito com 3% ou com cerca de 90% do 235U.
Aplicações dos radioisótopos
► Arqueologia: carbono-14 utilizado na datação de
fósseis; artefatos arqueológicos; derivados vegetais
como, por exemplo, tecidos. Necessário que o
material tenha até cerca de 50.000 anos.
► Após esse período, os níveis de emissão passam a
ser muito pequenos, impossibilitando uma medida
precisa.
Geocronologia e geologia
isotópica
► Geocronologia: através da análise da meia vida de
elementos radioativos, pode-se determinar idade das
rochas, eventos metamórficos, etc.

► Geologia isotópica: parâmetros petrogenéticos possibilitam


traçar a história evolutiva de terrenos geologicamente
complexos.
A Geocronologia se desenvolveu paralelamente à evolução
dos conhecimentos da Física Nuclear

Os métodos de datação geocronológicos se baseiam nos


conhecimentos sobre as propriedades radioativas dos
elementos

As idades obtidas pelos métodos geocronológicos são


calculadas a partir das quantidades de isótopos radioativos
e radiogênicos presentes em rochas ou minerais.
70
Antes da descoberta da radioatividade.....
baseada na mitologia

Tradição budista:Infinita – cíclica

Tradição chinesa Han:


Ciclo 23 milhões de anos
Séc. XVI: Terra criada em 26 outubro de 4004 AC, 9:00h
Séc. XVIII: taxa de resfriamento do ferro: 75.000 anos
Séc. XIX: cálculos de resfriamento da Terra: 20 - 400 Ma
Sec. XIX: taxa de salinização dos mares: 200 – 300 Ma
Final Séc. XIX: Evolução da Lua: 100 Ma
Final Séc. XIX: taxa para a erosão marinha: alguns bilhões de anos
Após Becquerel em 1896 descobrir a radioatividade, Datação absoluta

todas essas teorias foram desacreditadas.

Henri Becquerel (1852 - 1908): • Pierre Curie (1859-1906) e


físico francês, descoberta da radioatividade Marie Curie (1867-1934):
decaimento radioativo

Ernest Rutherford Físico


inglês (1871 - 1937)
primeiro a sugerir que era
possível utilizar a
radioatividade para datar
rochas
Datação absoluta

Bertram Boltwood
(1870-1927)

desenvolveu, entre outros, o


método de determinação da idade
das rochas através do decaimento
do U para Pb

1904-1907: primeiro pesquisador a utilizar a radioatividade para datar rochas.


400 Ma – 2.2 Ga

“…the geological community had little interest in radioactivity.


Boltwood gave up work on radiometric dating…
Datação absoluta

Arthur Holmes

“…became interested in radiometric


dating and continued to work on it
after everyone else had given up…”

Age of the Earth, an Introduction to Geological Ideas in 1927 in


which he presented a range of 1.6 to 3.0 billion years
• Geólogo britânico - (1890 - 1965)
Por meio da série urânio chumbo conseguiu obter uma
idade de 370 Ma (Devoniano) de rochas na Noruega
Datação absoluta
Claire Patterson
Geocronólogo norte americano

amostras de meteoritos líticos e metálicos datadas


pelo método 207Pb – 206Pb.
Meteor Crater
Canyon
Diablo
meteorite

(1922–1995)

D=1,2 km 49000 anos


1956: Terra 4,55 ± 0,07 Ga

Hoje: 4,55 ± 0,02 Ga


Idade da Terra
Diversas rochas consideradas muito
antigas foram datadas.
As idades mais antigas encontradas
inicialmente foram de apenas 2 – 2,7 Ba.
 As idades mais antigas encontradas
até hoje são de ± 4 Ba.

77
Gnaisse Acasta, rocha mais antiga do mundo ( 3,96 Ga), Canadá

78
Devido à dificuldade de achar na Terra um material original,
Patterson (1950) analisou rochas extraterrestres, como os
meteritos condríticos, já que representam fragmentos de
planetesimais não diferenciados e, portanto, correspondem
aos materiais mais primitivos do Sistema Solar.
Aplicando o método de datação U/Pb em condritos, obteve-
se a idade de 4,55 Ba para a formação da Terra.

Meteoritos condríticos

79
Complexo Gnáissico Narryer de 3730 Ma. W. Australia
Jack Hills: zircões detríticos em sedimentos

U-Pb: 4,404 ± 8 Ma
Evidence of an even older crust is provided by detrital zircons
in metamorphosed sediments (conglomerate) at Mt Narryer
and Jack Hills in the Narryer Gneiss Terrane, Yilgarn Craton,
Western Australia, Wilde et al 2001.
81
0

562,5Ma

1.125Ma

2.250Ma

82
4.500Ma
Idéia Geral de Datação
 A determinação do tempo decorrido desde um evento é feita
em geral pela contagem de fenômenos repetitivos regulares.
 Na impossibilidade do testemunho histórico busca-se um
fenômeno de variação contínua com taxa conhecida.
 Exemplo: Queima de uma vela

Tamanho da vela

20

16
Altura

12

0
0 2 4 6 8 10 12
Tempo

84
Métodos de datação: 4 categorias
1 - métodos radio-isotópicos – taxa de desintegração atômica de uma
amostra

2 - métodos paleomagnéticos – padrão de inversão dos pólos magnéticos


3 - métodos químicos orgânicos e inorgânicos – alterações químicas de uma
amostra com o tempo
4 – métodos biológicos – taxas de crescimento de organismos para datação
do substrato sobre o qual este reside

RADIOISÓTOPOS
Medição do decaimento
radioativo ou dos
produtos de decaimento
(K/Ar, Rb/Sr, U/Pb,...)

Efeitos integrados
(termo-luminescência
e traços de fissão)
Método de datação por dano de radiação
Traços de Fissão
O método de datação por TF é fundamentado na análise quantitativa de
perturbações no retículo cristalino do mineral provocadas pela fissão
espontânea do 238U. Possuem uma susceptibilidade térmica: apagam a
temperaturas acima de 120oC.

► Requisitos estritos:
► Traços estáveis e reveláveis por desgaste químico;
►U deve ser distribuído uniformemente no mineral;
►U deve ser suficientemente concentrado para dar no mínimo 10
traços por cm;
►o cristal deve ser livre de defeitos de rede e outros tipos de defeitos;
►o aquecimento pode eliminar aos traços - este efeito pode ser
estimado pela comparação de minerais diferentes.
86
Método de datação por dano de radiação
Traços de Fissão
► Usado para vidro vulcânico fresco, zircão, esfeno,
apatita, muscovita, biotita e tektitos.

50 µm

50 µm
87
Traços de Fissão
Uma pequena fração do U238 ao invés de Estas marcas, ou traços de
desintegrar-se, sofre fissão espontânea. fissão, fornecem a base da
Cada evento → ruptura na substância técnica de datação radiométrica
cristalina hospedeira → comparação da denominada método de traços
de fissão.
densidade dessas marcas com a de marcas
artificialmente produzidas.

Cálculo da idade: determina-se no. de traços


+ quantidade de U ainda existente, através
da indução de traços de fissão

amostras entre 20 Ma e 1Ga

Taxas de fissão espontânea: O mineral, após depositado


ou formado, não pode ter
U-235: 0,2 - 0,3 fissões/s-kg sido submetido a T>s 120°C
U-238: 7 fissões/s-kg
Decaimento radioativo e a
datação absoluta

O que permite o cálculo da idade absoluta


de uma rocha ou mineral?
Decaimento radioativo e a
datação absoluta
1. as rochas são formadas por minerais, os quais são
constituídos por elementos químicos e alguns desses, por sua
vez, são nuclídeos radioativos;

100u

Zircão: ZrSiO4
HfO2 (até 4%); Y e TR;
Pb (ppm): 30-200
150u U (ppm): 100-1000
Decaimento radioativo e a
datação absoluta

O que permite o cálculo da idade absoluta


de uma rocha ou mineral:
2. conceito de decaimento radioativo envolve uma constante
chamada meia-vida, que é o tempo decorrido para que metade
da massa do elemento-pai se transforme no elemento-filho.

Essa constante é conhecida e diferente para cada


nuclídeo radioativo existente.
Sistemas isotópicos de
interesse geoquímico
Métodos de Datação Radiométrica
Elemento-pai Elemento-filho Modo Meia-Vida
(radioativo) (estável) decaimento λ(∗ y-1) (Ga=109y)
40K 40Ar, 40Ca β+, c.e., β- 5,5*10-10 1,28
87Rb 87Sr β- 1,4*10-11 48,8
147Sm 143Nd α 6,5*10-12 106
232Th 208Pb, 4He 6α+4β 4,9*10-11 14,01
235U 207Pb, 4He 7α+4β 9,8*10-10 0,707
238U 206Pb, 4He 8α+4β 1,6*10-10 4,47
187Re 187Os β- 1,6*10-11 42,3

176Lu 176Hf β- 1,9*10-11 36

92
Requisitos para datação radiométrica
 Há num material um nuclídeo radioativo A que se desintegra
formando B com uma taxa conhecida
 A quantidade inicial de A e B são conhecidas
 O sistema permaneceu fechado para A e/ou B durante todo
tempo
 A quantidade atual de A e/ou B pode ser medida
Quantidade de um nuclídeo A que se desintegra
Então:
formando B
18
16 filho
14
12
10 A
N
8 B
6

N = N0 * e -λ t
4
2
0
pai
0 2 4 6 8 10 12
93
Tempo (meia-vida = 2)
Com o auxílio de um gráfico como esse, e sabendo a meia-vida do isótopo pai, você
saberá a idade de sua amostra. Por exemplo, se a rocha tem 75% de 238U (pai) e 25%
de 206Pb (filho), o gráfico diz que o tempo, desde que a rocha foi formada, foi de
0,415 t, isto é, 0,415 x 4,5 Ga (1/2 vida) = 1,87 Ga
Espectrômetro de massa

Esse processo, baseou-se em algumas


premissas que nem sempre são
verdadeiras. Admitiu-se que:

1. no instante inicial, só existiam átomos


do isótopo pai e nenhum do filho → todos
os isótopos do filho existentes são
radiogênicos.
2. espera-se que o isótopo filho, uma vez
formado, permaneça na amostra.

Ex: no caso do 40Ar, filho do 40K isso não


ocorre: o argônio é um gás nobre e tende
a sair do retículo cristalino.
94
► Geocronologia: através da análise da meia vida de
elementos radioativos, pode-se determinar idade das
rochas, eventos metamórficos, etc.
► Geologia ou geoquímica isotópica: parâmetros
petrogenéticos possibilitam traçar a história evolutiva de
terrenos geologicamente complexos:
► Caracterização das fontes crustais ou mantélicas da
rocha analisada;
► época em que os precursores crustais das rochas
analisadas (protólitos) se diferenciaram do manto
superior;
► tempo de residência crustal das rochas.
► resfriamento e colocação de corpos graníticos
Essas informações quando reunidas, auxiliam o
pesquisador a compreender a evolução de uma área
estudada.
fonte mantélica/ fonte mantélica
contaminação crustal
fonte crustal/mantélica
tempo de residência crustal ?
W E
SUBDUCÇÃO E GERAÇÃO DO
ARCO MAGMÁTICO
(Florianópolis, Pelotas e Aiguá)
620-610 Ma

COLISÃO ENTRE O ARCO


MAGMÁTICO E O CMB
~ 600 Ma

DEFORMAÇÃO PRINCIPAL NOS


CINTURÕES KAOKO/GARIEP
570-550 Ma

A DEFORMAÇÃO ATINGE AS
BACIAS NAMA E ITAJAÍ
ca. 535 Ma
Configuração Atual

Dom Feliciano - Brasil Kaoko / Gariep - África


101
102
4 principais ambientes fornecedores (fontes) de magmas: crosta e manto
Terrenos metamórficos de alta temperatura
podem apresentar grande complexidade

2
Relações
estruturais
fornecem
idades
1
relativas e
não 4 5
absolutas 3

Sand River gneiss


Métodos de Datação
Radiométrica
Premissas
Devem ser obedecidas para que os resultados obtidos sejam
válidos:

 não pode ter havido perda ou ganho de nuclídeos pais e filhos a


não ser através de processos de decaimento radioativo espontâneo
do nuclídeo pai: (o sistema deve ter permanecido fechado em relação
a perdas e ganhos dos isótopos analisados;
 a meia vida do nuclídeo pai tem que ser conhecida com exatidão;
 a quantidade original do produto final tem que ser perfeitamente
conhecida ou calculada, isto é, todo o sistema deve possuir a mesma
razão inicial; e
 a formação do mineral ou rocha tem que ter ocorrido em um
intervalo de tempo que seja considerado pequeno quando
comparado com sua idade real.
O método K-Ar baseia-se no decaimento K-Ar
radioativo de 40K para 40Ar*.

Determinando-se a concentração do 89% decaimento β 40


K⇒ 40
Ca + β-
40Ar* e o teor de potássio da amostra, é

possível conhecer a idade de


fechamento do sistema com relação à 11% dec. captura e- 40K + e- ⇒ 40
Ar
difusão do argônio.

A retirada dos gases de amostra (Ar e outros) é feita em uma linha de


extração/purificação de ultra-alto-vácuo, cuja etapa final consiste em isolar
completamente o gás de argônio. Em seguida, determinar-se a concentração do
40Ar* (radiogênico), através de espectrometria de massa. O teor de potássio é
determinado por via úmida, onde a amostra após ataque químico com ácidos e
bases, é feita por fotometria de chama com base em padrões de calibração.

Como o argônio é um gás nobre, não forma ligações com outros átomos da rede
cristalina podendo assim, escapar do mineral. Em geral a perda pode ser atribuída
incremento na temperatura devido a soterramento profundo ou metamorfismo,
causando perda de Ar em muitos minerais, sem produzir qualquer outra mudança
física ou química na rocha.

107
U-Th-Pb
♦U-Th-Pb – Estabelecimento com precisão das épocas de cristalização dos zircões das
rochas analisadas e, por conseguinte, a idade de formação das rochas estudadas.

• Sistema especial ⇒ envolve 3 sistemas de decaimento


distintos:
– 238U → 206Pb + 8α + 6β- + Q
– 235U → 207Pb + 7α + 4β- + Q
– 232Th → 208Pb + 6α + 4β- + Q

A utilização do mineral zircão para o método U-Pb é feita por se tratar de um


sistema relativamente rico em urânio e muito pobre em chumbo comum.
Neste caso, o chumbo comum pode ser considerado negligenciável, em
comparação com o chumbo radiogênico.

108
Ocorre contudo, que as idades calculadas desta maneira são geralmente, muito
diferentes, conforme se utilize o método U238-Pb206 ou U235-Pb207. Esta discordância é
devida a uma abertura do sistema U-Pb. Entretanto, os resultados podem ser
reinterpretados usando-se um diagrama com a razão Pb207/U235 como abcissa e
Pb206/U238 como ordenada. Este diagrama é chamado de diagrama concórdia.
Sobre este diagrama é colocada uma linha curva, calibrada em intervalos de
500Ma, chamada de linha concórdia, sendo definida como o local onde
plotam todos os pontos cujas idades U238-Pb206 e U235-Pb207são iguais.

Os pontos lançados neste


diagrama frequentemente estão
alinhados segundo uma linha reta

Pb/ U
chamada discórdia, a qual

238
3.0 Ga
intercepta a concórdia em dois 2.0 Ga

pontos. O intercepto superior


206
rdia
corresponde a idade primária, de Dis

formação do mineral, e o
intercepto inferior corresponde 0.5 Ga

tanto à idade presente, ou a


alguma idade intermediária, mais
jovem que a idade primária. 207
Pb/ U
235

109
Rb-Sr
♦Rb-Sr (RT)– Determinação da relação inicial (87Sr/86Sr)i, utilizada como traçador
petrogenético, caracterizando as fontes como crustais ou mantélicas.

Este método está baseado no decaimento radioativo do Rb87para Sr87 que apresenta
uma meia-vida de 4.88 x 1010anos, o que corresponde a uma constante de
desintegração (l) para o Rb87 de 1.42 x 10-11 ano-1.
Crosta Superior 0,25
87 > 8738Sr + β- + energia
37Rb
Rb/Sr
Manto 0,025
85Rb 86Sr
Rochas com alta Rb/Sr Ricas em 87Sr
Rochas com baixa Rb/Sr Pobres em 87Sr
87Sr

87Rb Radioativo 88Sr

87Sr/86Sr
Amostras formadas ao mesmo tempo e a partir do mesmo magma - amostras
cogenéticas

87Sr/86Sr
Diorito Granito

Magma

Ri α
87Sr/86Sr Homogênea

87Rb/86Sr

Ao contrário do que se dá com o método K-Ar, o teor inicial do isótopo radiogênico Sr87 é
significativo. Neste caso, para se detectar a idade real de um evento gerador de rochas
utiliza-se diversas amostras cogenéticas, interpretadas com o recurso do diagrama
isocrônico. As ordenadas (y) do diagrama correspondem às razões isotópicas Sr87/Sr86 e
as abcissas (x) às razões Rb87/Sr86. Os valores analíticos obtidos para cada amostra são
plotados no diagrama e depois ligados por uma reta chamada de isócrona.
A idade do conjunto de amostras é obtida t = tg α/λ onde, a = ângulo que a isócrona
forma com a horizontal.
A isócrona permite ainda, determinar a Ri Sr87/Sr86 do conjunto de amostras. 111
Sm-Nd
Método de datação geocronológica absoluta baseado na desintegração
radioativa do isótopo 147Sm, originando 143Nd, com a meia vida de
aproximadamente 106 Ga. Usado normalmente para rochas antigas (pré-
cambrianas) em função da elevada meia vida do sistema.
Utiliza-se do método da isócrona e é particularmente útil para a datação de
rochas máficas e ultramáficas. Também permite a datação de eventos
metamórficos, através de isócronas com granada (mineral metamórfico).

147 > 14360Nd + 42He + energia


62Sm

Sm-Nd (RT)– obtenção das razões isotópicas de Nd como importante parâmetro


petrogenético, εNd, que permite a caracterização quanto a residência crustal
dessas rochas; cálculo das idades-modelo interpretadas como a época em que os
precursores crustais das rochas analisadas (protólitos) se diferenciaram do manto
superior.

O fracionamento da razão Sm-Nd ocorre somente com processos


como diferenciação magmática
entre o manto e a crosta. 112
147Sm/144Nd = 0.6045 x Sm/Nd

Médias:
0,115 crosta continental
0,200 manto

A razão Sm/Nd
decresce, já que o Nd
vai sendo mais
concentrado no líquido
em relação ao Sm
durante o processo da
cristalização fracionada.

Portanto, o evento que forma crosta continental a


partir do manto, é capaz de fracionar Sm de Nd –
base para cálculos de idades-modelo 113
144Sm

145Sm 142Nd

146Sm 143Nd

147Sm 144Nd

148Sm Meia vida = 1,06 × 1011 145Nd


anos
149Sm 146Nd
λ147 = 6,59 × 10-12 anos-1
Sm
150Sm 147Nd

151Sm 148Nd

152Sm 149Nd

153Sm 150Nd

154Sm

147Sm 143Nd

144Nd 144Nd
114
RESERVATÓRIOS ISOTÓPICOS
Geothermometers:

Zircon - U-Pb ~ 900oC


Monazite – U-Pb ~ 650 - 720 oC
Allanite - U-Pb ~ 450oC
Muscovite - K-Ar ~ 370oC
Biotite – K-Ar ~ 300oC
K-Ar – Fine fractions ~ 270oC
K-Ar – Fine fractions KF ~ 150oC
K-Ar – Fine fractions illite ~ oil formation
800 750 700 650 600 550 500 450 400 350 Ma

Embu D. (S)
Embu D. (N)
Registro D.
Curitiba D.
Mongaguá D.
Iguape D.
Costeiro D. (PR)
CSZ
ISZ
SSZ
Central Rib.B.
Costeiro C.(SP, RJ)
U-Pb (Zr)
U-Pb (Mo)
U-Pb (All) K-Ar (Mus)
U-Pb (sev.) K-Ar (Bio)
K-Ar (Fine fr.)
Rb-Sr (wr)

Siga Jr. et al 1993; Machado et al, 1996; Schmitt 2000; Janasi et al., 2001; Vlach, 2001; Passarelli, 2001; Cordani et al., 2002; Leite,
2003; Heilbron & Machado, 2003; Silva et al, 2003; Hackspacher et al, 2004; Tassinari et al. 2006; Passarelli et al. 2008.
20,0 REGISTRO D. U-Pb (zircon) Rb-Sr (WR, min.)
12,0 EMBU D. U-Pb (monazite) Sm-Nd (garnet)
2,0 MONGAGUÁ D.
IGUAPE D. U-Pb (allanite) K-Ar (KF)
0,8
0,25 ISZ K-Ar/Ar-Ar (muscovite)
cooling rate o C/Ma
CSZ K-Ar/Ar-Ar (biotite)
SSZ
K-Ar (WR-fine fraction < 2um)
(Hackspacher & Tello 2006)
(Dias Neto, 2001) main phase of deformation
of the transpressive shear zones
Surface
Ma
0 100 200 300 400 500 600 700 800
o
C
100

200

300

400

500

600

700

800

900

1)Seq. process (S-F cool. rates); 2)Domains ~SZ (E,R); 3)600-500 (fast. c.r-↑ vert. disloc.); 4) 500-490 Ma ↑↑c.r;
5) s.cool. rates(~490 C/O- ~350 Ma C); flat line 450-350 Ma (FT zr/K-Ar f.f.: tect. blocks exum. assoc. evol.
Paraná Basin – Hacks & Tello).
Equação do decaimento Radioativo :
Para Isotópos Radioativos (Pai) : N = N0 e -λt

N = quantidade de isótopo radioativo (parent) num determinado tempo t


N0 = Quantidade inicial do isótopo radioativo (parent) antes de iniciar o decaimento
λ = Constante de decaimento radioativo (radioactive decay constant)
t = tempo gasto desde que iniciou o decaimento radioativo

Para isotópos Radiogênicos (Daughter) : D = D0 + D*

D = quantidade de isótopo filho (daughter) num determinado tempo t


D0 = Quantidade inicial de isótopo radiogênico no sistema
D* = Quantidade de isótopo radiogênico produzido pelo decaimento radioativo
D* = N0 – N N = N0 e-λλt N0 = N eλt

D* = N eλt - N D* = N (eλt - 1)

D = D0 + D* D = D0 + N (eλt - 1)

D = D0 + D* D* = N eλt - N
N
N0 N = N0 e - λt

D = D0 +N (eλt – 1)

87Sr= 87Sr0 +87Rb (eλt – 1)


206Pb = 206Pb +238U (eλt – 1)
0 t
207Pb = 207Pb +235U (eλt – 1)
0
143Nd = 143Nd +147Sm (eλt – 1)
0 (demonstra que a radioatividade
é um processo exponencial negativo)
Em geologia, uma prática comum é normalizar a abundância dos isotópos
radioativos (pai) e radiogênicos (filhos) por um isotópo estavél do elemento
radiogênico, que é chamado de “isotópo de referência”

(87Sr/86Sr) = (87Sr/86Sr)0 + (87Rb/86Sr) (eλ(87Rb)t-1)

(143Nd/144Nd) = (143Nd/144Nd)0 + (147Sm/144Nd) (eλ(147Sm)t-1)

(206Pb/204Pb) = (206Pb/204Pb)0 + (238U/204Pb) (eλ(238U)t-1)

(207Pb/204Pb) = (207Pb/204Pb)0 + (235U/204Pb) (eλ(235U)t-1)

(208Pb/204Pb) = (208Pb/204Pb)0 + (232Th/204Pb) (eλ(232Th)t-1)


Crescimento do Isótopo Radiogênico
F = F0 + P e − 1)
( λ t

F  F   P  λt
=   +   ⋅ e − 1
Fsd  Fsd  0  Fsd 
( )
Sr  Sr   Rb  λt Os  Os   187 Re  λt
( )
187
( )
87 87 87 187
= 86 + 86  ⋅ e −1 = 188  +  ⋅ e −1
86
Sr  Sr  0  Sr
  

188
Os  Os  0  188Os
 

Nd  Nd   147 Sm  λt
( )
143 143
Pb  Pb   232Th  λt
( )
208 208
=  +  ⋅ e −1 = 144  +  ⋅ e −1
204
Pb  204
Pb  0  204 Pb  144
Nd  Nd  0  144 Nd 
    

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