Você está na página 1de 2

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/313242536

A origem dos inselbergs da Bahia

Poster · January 2015


DOI: 10.13140/RG.2.2.19132.64640

CITATIONS READS

0 4,229

2 authors, including:

Geraldo Marcelo Lima


Universidade Federal da Bahia
15 PUBLICATIONS   30 CITATIONS   

SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Geodinâmica Evolutiva dos Riftes Recôncavo-Tucano-Jatobá e Araripe e Estrutura 3-D Profunda dos Embasamentos Cristalinos Associados RIFT-BAHIA II. Parte I: da
bacia do Recôncavo até a bacia de Tucano Central. View project

Sedimentation in estuaries and wetlands View project

All content following this page was uploaded by Geraldo Marcelo Lima on 02 February 2017.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


A origem dos inselbergs da Bahia Inserir a
Logomarca
da Instituição
¹Magno de Mendonça Freire, ¹Geraldo Marcelo Pereira Lima dos autores

UNIVERSIDADE
FEDERAL DA BAHIA ¹Universidade Federal da Bahia – Núcleo de Geologia Básica, magno_freire@hotmail.com

Introdução Os inselbergs dos sítios de Itatim, Pé de


Serra, Santa Luz e Guanambi foram
Figura 2 – Imagens dos sítios de inselbergs da
Bahia (NE – Brasil).
O estado da Bahia (NE – Brasil) possuí uma das maiores concentrações de inselbergs do oriundos da mesma fase tectônica, durante
mundo, tendo como característica a brutal proeminência topográfica (altura >100 m), o Paleoproterozoico, na qual as intrusões Itatim
em contraste com a extensa superfície plana ao seu redor. Os inselbergs são formados a ocorreram em meio aos blocos Jequié,
partir de intrusões ígneas que podem ou não serem metamorfizadas. Geralmente, Serrinha, Gavião e Itabuna-Salvador-Curaçá
ocorrem em zonas de transição entre dois blocos tectônicos, onde a fusão da borda que (Barbosa et al., 2003). Todas as intrusões
sofreu subducção acendem na crosta continental, onde são intrudidos nas rochas desses sítios possuem idades próximas, em
encaixantes. Após um longo período aparecem na superfície devido a denudação média 2,06 Ga. Já o sítio de Guaratinga foi
continental (Figura 1) e seu processo de isolamento é ainda amplamente discutido. formado durante a fase tectônica Brasiliana,
Assim, inselberg é o que sobra da erosão e por isso é considerado relevo residual. com idade de 0,5 Ga, sob influência do
Geologicamente, os inselbergs devem possuir mineralogia diferente, orógeno Araçuaí (Figura 2).
caracteristicamente mais resistentes, do que a rocha encaixante para que ocorra o
processo de erosão diferencial e que se concretize o seu isolamento. Além disso, para Pé de Serra Santa Luz
que ocorra a formação da superfície plana ao seu redor, faz-se necessário que a área
esteja sob longa estabilidade tectônica, e sob domínio de clima árido/semiárido para
que os processos erosivos modelem a paisagem.

Esse trabalho foi realizado a partir da compilação de dados bibliográficos existentes


sobre as litologias das regiões com inselbergs na Bahia (litotipos, idade e ambiente
tectônico). Tem como objetivo difundir o conteúdo sobre esses gigantes exuberantes
para que possam ser mais aprofundados. Divulgar a existência desses corpos é uma boa
oportunidade para que num futuro próximo possamos usá-los para diversos estudos
científicos e intercalá-los com a sociedade (Figura 2). Guanambi Guaratinga

Resultados e conclusões
Os 5 sítios de inselbergs encontrados no estado da Bahia (Figura 1a) são: Itatim (Área
1), Guanambi (Área 2), Pé de Serra (Área 3), Santa Luz (Área 4) e Guaratinga (Área 5).
De forma geral, os inselbergs são de origem plutônica, formados basicamente de
granito a granodiorito (em Itatim), de monzo-sienito (em Guanambi), de sienito (em Pé
de Serra), de granito (em Santa Luz) e sienito (em Guarantinga), enquanto que a
superfície plana ao seu redor apresenta litologias distintas entre os sítios. Em Itatim, a
Sítios de Guanambi, Pé de Serra,
superfície plana é a rocha encaixante, formada por rochas metamórficas de alto grau, o Sítio de Itatim Santa Luz e Guaratinga
que indica erosão diferencial por litologias (Figura 1b). Nos demais sítios, inselbergs e
superfície plana fazem parte do mesmo tipo de rocha (Figura 3), sendo que Diápiros Stocks e batólitos
regionalmente suas encaixantes apresentam idades mais antigas (Tabela 1). Seção
denudada

Intrusões
Tabela 1 - Idade (em GA) dos litotipos com inselbergs na Bahia
(a) Rocha encaixante
Sítios Encaixante Intrusiva Litotipos Bloco tectônico Referências
Itatim 2,66 2,06 Granodiorito/tonalito Jequié Lima e Corrêa-Gomes, 2015
Figura 3 – Dimensão das intrusões Inselberg
Pé de Serra 2,70 2,07 Sienito Itabuna-Salvador-Curaçá Otero, 2005 nos sítios de inselbergs da Bahia Superfície atual Recuo de vertentes
Santa Luz 2,90 2,08 Granito Serrinha Rios, 2002 (a) e modelo proposto para os
contatos dos litotipos entre
Guanambi 3,20 2,05 Monzonito/sienito Gavião Rosa, 1999 inselberg e superfície plana ao seu
Guaratinga 0,90 0,50 Sienito Araçuaí Barbosa, 2013 redor depois de exumados (b). (b)

(a) (b) São sugeridos cinco eventos principais responsáveis pela origem dos inselbergs:
Paleoproterozoico (fase I), ocorreu a convergência dos quatros blocos Jequié, Serrinha,
Gavião, Itabuna-Salvador-Curaçá responsáveis pela origem das intrusões em grandes
profundidades (>20 km); Brasiliano (fase II), conversão do orógeno Araçuaí com bloco
Jequié com que originou as intrusões do sítio de Guaratinga; Cretáceo (fase III), ocorreu a
divergência de placas entre a placa africana e a sul-americana que afastou a África da
América do sul, ocasionando uma fase de intensa denudação continental; Paleógeno
(fase IV), o encontro da placa de Nazca com a placa Sulamericana (orogenia andina) que
refletiu em mais uma fase de intensa exumação isostática no Brasil; Neógeno (fase V) os
corpos apareceram na superfície e são isolados na paisagem (Lima e Corrêa-Gomes,
2015).
REFERÊNCIAS
•BARBOSA, J. S. F.; SABATÉ, P. Colagem paleoproterozoica de placas arqueanas do Cráton do São Francisco. Bahia. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, v.
33, n. 1, p. 7-14, mar.2003.
•BARBOSA J. S. F. Síntese do conhecimento sobre a evolução geotectônica das rochas metamórficas arqueanas e paleoproterozoicas do embasamento do
Craton do São Francisco na Bahia. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, v. 23, n. 3, p. 241-256,set. 1997.
LIMA, G. M. P e CORRÊA-GOMES, L. C. Itatim Geomorphological Site: Largest Concentration of Inselbergs in Brazil. In: Landscapes and Landforms of Brazil.
Vieira, B. C.; Salgado, A. A. R.; Santos, L. J. C. (Editors). First edition, Springer, 371-380, 2015.
•OTERO, O. M. F. Granitogênese paleoproterozoica e pós-transamazônica no Cinturão Móvel Salvador-Curaçá: aspectos petrográficos, geoquímicos e
geocronológicos de corpos da zona axial. 2005. 139 p. Tese (Doutorado em Geologia) – Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, Salvador,2005.
•RIOS, D. C. 2002. Granitogênese no Núcleo Serrinha, Bahia, Brasil: geocronologia e litogeoquímica. 2002. 239 p. Tese (Doutorado em Geologia) – Instituto de
Figura 1 – Localização dos 5 sítios de inselbergs encontrados no estado da Bahia(a) e o modelo Geociências, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2002.
conceitual responsável por sua origem evolutiva (b). •ROSA, M. L. S. Geologia, geocronologia, mineralogia, litogeoquímica e petrologia do batólito monzo-sienítico Guanambi-Urandi (SW) Bahia.1999. 186 p. Tese
(Doutorado em Geologia) – Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 1999.

View publication stats

Você também pode gostar