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Raimundo Oscar de Sousa Júnior 1; Cíntia Rocha da Trindade1,2; José Eduardo P. Soares, LabLitos/UnB2
(1) Laboratório de Estudos Sísmicos e Sismológicos da Amazônia, Universidade Federal do Oeste do Pará
(2) Laboratórios de Estudos da Litosfera, Universidade de Brasília.
Este texto foi preparado para a apresentação no VIII Simpósio Brasileiro de Geofísica,
Salinópolis, 18 a 20 de setembro de 2018. Seu conteúdo foi revisado pelo Comitê
Técnico do VIII SimBGf, mas não necessariamente representa a opinião da SBGf ou de
seus associados. É proibida a reprodução total ou parcial deste material para propósitos
comerciais sem prévia autorização da SBGf.
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Resumo
O método de inversão conjunta de função do receptor e
onda de superfície, pode ser utilizado para o estudo da
estrutura da litosfera, identificando parâmetros de
profundidades e velocidade da onda S, essa que é uma
característica do método sismológico onde se destaca em
identificar e determinar descontinuidades horizontais e a
distribuição de variação de velocidades de ondas no meio.
Este trabalho tem como motivação oferecer maiores
informações sobre o Cráton Amazônico, este que é a
porção menos conhecida do país devido a várias
dificuldades, entre elas, a presença de densa floresta e
cobertura de solo/sedimentos encobrindo as rochas,
dificultando a pesquisa geofísica / geológica na região.
Introdução Figura 1 – A) Mapa de localização da área de estudos, em
destaque no retângulo vermelho no canto superior direito,
A litosfera é a cobertura sólido/rochoso mais externa do com as principais cidades do estado do Pará. B) Mapa de
planeta Terra, é formada pela crosta (continental e elevação da área em destaque, com as estações
oceânica) e o manto superior, no entanto diversas sismográficas, representadas por nos triângulos vermelhos,
descontinuidades são conhecidas no interior da Terra, que as áreas delimitadas pelas linhas brancas representam a
podem ser identificadas e classificadas por parâmetros Província Tocantins (PT) e a Província Carajás constituída
físicos e químicos, por exemplo, a variação de velocidade pelo Domínio Carajás (DC) e Domínio Rio Maria (DRM) e
de ondas sísmicas percorrendo o seu interior (Artemieva, os pontos brancos são cidades de referência próximas as
2011). estações.
(1)
se uma camada de baixa velocidade, em torno de 4,075 velocidades e suas respectivas espessuras (Figura 5 e
km/s (Figura 4). Tabela 2).
A Tabela 1 mostra os valores das velocidades médias da Tabela 2 – Valores da velocidade média da onda S na
onda S e espessuras para cada camada interna da crosta, estação sismográfica ELCA, com suas respectivas
onde M(I) e M(II), são as interfaces do manto detectadas camadas, da crosta (CS, CM, CI) e do manto (M(I).
no processamento.
Velocidade
Tabela 1 – Valores da velocidade média da onda S na média da Espessura Profundidade
estação sismográfica AGAZ, com suas respectivas onda S (km) (km)
camadas da crosta (CS, CM, CI) e do manto (M(I), M(II)). (km/s)
Velocidad CS 3,45 10 0-10
e média Espessur Profundidad
da onda S a (km) e (km) CM 3,48 12 10-22
(km/s) CI 3,80 14 22-36
CS 3,15 10 0-10 M(I) 4,15 19 36-55
CM 3,45 12 10-22 M(II) 4,60 - 55
CI 3,75 12 22-34 Note que na profundidade de 55 km a uma
M(I) 4,2 12 34-46 descontinuidade, com uma variação de velocidade
evidente, entre M(I) e M(II), demonstrando também
M(II 4,075 19 46-65 estruturação do manto nas suas camadas mais externas.
)
• SAGE
Observe que no manto foi identificado duas interfaces, com
médias de velocidades distintas, revelando com isso um
manto superior estruturado e heterogêneo quanto esses
valores de velocidades de onda S.
• ELCA
Figura 7 – Perfil NW-SE da estrutura da litosfera da porção sudeste do Cráton Amazônico e Faixa Arguaia obtidos a partir
da interpretação de resultados de inversão conjunta de função do receptor e disperão de ondas de superfícias para as
estações AGAZ, ELCA e SAGE. São indicadas as descontinuidades internas da crosta e a Moho. As estações estão
representadas pelo triângulo verde e é apresentado o perfil topográfico ao longo do perfil.
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