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POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES DAS ROCHAS

DO ESTADO DO PARANÁ

1 - APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................2
2 - INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................3
2.1 – Fundamentos teóricos.....................................................................................................................3
2.2 – Vulnerabilidade à denudação (intemperismo e erosão) das rochas mais comuns.........................4
2.3 – Geologia do Paraná .......................................................................................................................5
3 – POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES DAS ROCHAS DO ESTADO DO PARANÁ ................7
3.1 – Região I - Cristalino .......................................................................................................................7
3.2 - Região II – Sedimentar da Bacia do Paraná...................................................................................8
3.3 – Região III – Vulcânicas da Bacia do Paraná .................................................................................8
3.4 - Região IV – Arenito Caiuá ..............................................................................................................9
3.5 – Região V - Litoral .........................................................................................................................10
4 – GEOLOGIA E VULNERABILIDADE DAS ROCHAS NAS MESO-REGIÕES PARANAENSES 14
4.1 - Meso-Região Metropolitana..........................................................................................................14
4.2 - Meso-Região Centro Oriental .......................................................................................................19
4.3 - Meso Região Sudeste.....................................................................................................................26
4.4 - Meso Região Norte Central...........................................................................................................31
4.5 - Meso Região Norte Pioneiro .........................................................................................................35
4.6 – Meso Região Centro Sul ...............................................................................................................39
5.7 – Meso Região Centro Ocidental.....................................................................................................43
5.8 – Meso Região Oeste .......................................................................................................................46
5.9 – Meso Região Sudoeste ..................................................................................................................49
5.10 – Meso Região Noroeste ................................................................................................................54
6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................................................59
ANEXOS ...................................................................................................................................................62
- MAPA GEOLÓGICO DO PARANÁ .............................................................................................62
- VULNERABILIDADE À DENUDAÇÃO DAS ROCHAS DO PARANÁ........................................62
- TABELA – Distribuição dos Municípios Paranaenses por Meso-Regiões definidas pelo IBGE..62
1 - APRESENTAÇÃO

O uso racional do espaço territorial depende do conhecimento de suas características,


potencialidades e fragilidades, que precisa ser tanto mais amplo quanto mais intenso o processo de
ocupação e maior o nível das atividades produtivas. A fragilidade do sistema natural deve ser
compreendida como o grau de capacidade de ajustamento do sistema à situação de variáveis
externas independentes, que geram respostas complexas. A fragilidade pode ser definida também
como o inverso da capacidade de a paisagem absorver possíveis alterações sem perda de qualidade.
Assim, quanto maior for esta capacidade, menor será a fragilidade (Pires, 1993).

O conhecimento do meio físico é obtido principalmente através das ciências ligadas à


geologia e à geotecnia. A geologia é a ciência natural que, através das ciências exatas e básicas
como a matemática, a física e a química, investiga o meio físico (ou natural) do planeta, interagindo
inclusive com a biologia em vários aspectos. A geotecnia é um ramo da geologia bastante
especializado que estuda os solos e as rochas para fins de engenharia.

Esta síntese descreve as unidades litoestratigráficas representadas no Mapa Geológico do


Estado do Paraná, editado pela MINEROPAR em 1989, na escala de 1:650.000, e revisado em
2005, na escala 1:250.000, em convênio com a SEMA, dentro do Programa ZONEAMENTO
ECOLÓGICO-ECONÔMICO DO ESTADO DO PARANÁ. As alterações mais importantes e
complexas que ocorreram desde 1989 foram no Embasamento Cristalino principalmente no que diz
respeito à sua compartimentação tectônica. A área de afloramento da Bacia Sedimentar do Paraná
foi alvo de detalhamentos nos mapeamentos efetuados pela CPRM. A região do Terceiro Planalto
incorporou mapeamentos de detalhe efetuados por ocasião da atuação da PAULIPETRO no Paraná.

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2 - INTRODUÇÃO

O presente trabalho enfoca a questão das potencialidades e fragilidades das rochas do


substrato do Estado do Paraná, com base nos critérios de vulnerabilidade para o tema geologia.
Outros temas como: clima, hidrologia, geomorfologia, declividade, pedologia, vegetação e uso da
terra, devem ser analisados para entendimento da paisagem natural e elaboração da “Carta de
Vulnerabilidade do Território”. Os mapas que servem de referência a esta síntese apresentam as
associações de rochas, suas relações de idade e a estruturação interna de cada unidade. O
conhecimento de suas características, potencialidades e fragilidades, é obtido na bibliografia, nos
trabalhos específicos desenvolvidos sobre cada unidade.

2.1 – Fundamentos teóricos

Crepani et al (2001) elaboraram amplo estudo apresentado na apostila do curso:


“Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento Aplicados ao Zoneamento Ecológico- Econômico e
ao Ordenamento Territorial”, de onde são extraídos os fundamentos teóricos apresentados neste
texto.

A contribuição da geologia para a análise e definição da categoria morfodinâmica da


unidade de paisagem natural compreende as informações relativas à história da evolução geológica
do ambiente onde a unidade se encontra e as informações relativas ao grau de coesão das rochas
que a compõem. Por grau de coesão das rochas entende-se a intensidade da ligação entre os
minerais ou partículas que as constituem.

No estudo do intemperismo devem ser considerados os processos que atuam, os materiais


sobre os quais eles atuam e os produtos do intemperismo. Os processos são efeitos físicos e
químicos, algumas vezes agindo através de agentes biológicos. Algumas condições ambientais
(climáticas e hidrológicas) têm grande influência sobre esses processos. Os materiais são rochas e
minerais (incluindo minerais argilosos que freqüentemente são também produtos do intemperismo).
Os produtos do intemperismo incluem perfis de intemperismo, perfis de solo e formas de paisagem.
O fator tempo deve ser examinado, pois o intemperismo ocorre tão vagarosamente que deve ser
considerado na escala do tempo geológico (Crepani et al, 2001).

Como toda rocha é um agregado de minerais, sua resistência ao intemperismo vai depender
da resistência ao intemperismo dos minerais que a compõem (o que depende da natureza das
ligações entre os átomos dos diferentes elementos químicos que os constituem), bem como da
resistência à desagregação entre os minerais (o que vai depender da natureza das forças que
agregam as partículas, cristais ou grãos).

Segundo os autores acima, se os minerais comuns das rochas ígneas fossem alinhados em
ordem crescente de resistência ao intemperismo químico a seqüência seguiria a ordem de
cristalização do magma, sendo a olivina o mineral mais susceptível e o quartzo o mais estável. A
seqüência é a seguinte:

Olivina – plagioclásios cálcicos – piroxênios – plagioclásios intermediários – hornblenda –


plagioclásios sódicos – biotita – ortoclásio – moscovita –quartzo.

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A correspondência entre a seqüência de intemperismo e a seqüência de cristalização do
magma significa que os minerais que se cristalizam a altas temperaturas são os que mais facilmente
se desequilibram quando expostos às condições da superfície da Terra, e guarda estreita relação
com a natureza das ligações químicas entre os íons que formam os minerais.

Apesar de ser o fator mais importante na determinação da velocidade de intemperismo a


composição química do mineral isoladamente não é uma indicação completamente conclusiva, pois
minerais isomorfos apresentam diferentes taxas de intemperização. Em alguns minerais de mesma
composição química, a estabilidade decresce com o decréscimo de suas densidades médias, como
por exemplo:
cianita - silimanita – andalusita = [AlAlO(SiO4)],
quartzo - cristobalita – tridimita = (SiO2),
rutilo - anatásio - brookita = (TiO2),

2.2 – Vulnerabilidade à denudação (intemperismo e erosão) das rochas mais comuns

A taxa de intemperismo de um mineral depende de vários outros fatores além de sua


estrutura e composição química, tais como: forma e tamanho do cristal, perfeição e pureza do
cristal, porosidade da rocha para acesso da água (agente intemperizador).

Levando-se em consideração apenas a composição química das rochas pode-se organizá-las


em uma seqüência decrescente de resistência ao intemperismo, da seguinte maneira:

ROCHAS ÍGNEAS
Riólito – granito – dacito – granodiorito – quartzo diorito – fonólito – nefelina sienito – traquito –
sienito – andesito – diorito – basalto – anortosito – gabro – peridotito – piroxenito – kimberlito –
dunito.

ROCHAS METAMÓRFICAS
– A partir da composição química e do grau de metamorfismo regional (cinético, dínamo-termal,
plutônico) vai do quartzito (composto apenas de SiO2 e praticamente inerte quimicamente) ao
mármore (sofre rápida dissolução por carbonatação):
Quartzito – granulito – migmatitos – gnaisses – milonitos – xistos –anfibolitos – filitos – ardósia –
mármores.

ROCHAS SEDIMENTARES
– Além da constituição química dos minerais que compõem os fragmentos detríticos e os
precipitados químicos das rochas sedimentares, outras características como: granulometria, seleção,
maturidade, diagênese e litificação devem ser considerados para o ordenamento com relação à
resistência ao intemperismo e à erosão.
Arenito quartzoso – conglomerado – subgrauvaca – grauvaca – siltito – argilito – folhelho – marga
– dolomito – calcário – evaporito – sedimentos inconsolidados (aluvião, colúvio e pedimentos).

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Escala de vulnerabilidade à denudação das rochas mais comuns
Quartzitos ou Milonitos, Arenitos quartzosos
1,0 1,7 2,4
meta-arenitos Quartzo-muscovita- ou ortoquartzitos
Biotita-Clorita xisto
Riolito, Granito, Piroxenito, Anfibolito, Conglomerados,
1,1 1,8 2,5
Dacito Kimberlito, Dunito Subgrauvacas
Granodiorito, Hornblenda-Tremolita- Grauvaca, Arcósio
1,2 1,9 2,6
Quartzo Diorito, Actinolita xisto
Granulito
Migmatito, Estaurolita-xisto, Xisto Siltito, Argilito
1,3 2,0 2,7
Gnaisse granatífero
Fonolito, Filito, Metassiltito Folhelho
1,4 2,2 2,8
Nefelina-Sienito,
Traquito, Sienito
Andesito, Ardósia, Metargilito Calcário, Dolomito,
1,5 2,2 2,9
Diorito, Basalto Marga, Evaporito
Anortosito, Mármore Sedimentos
1,6 2,3 3,0
Gabro, Peridotito inconsolidados
(aluvião, colúvio, etc)

Tabela 1 – Escala de vulnerabilidade à denudação (intemperismo e erosão)


das rochas mais comuns (Crepani et al, 2001)

2.3 – Geologia do Paraná

A abordagem do tema Geologia do Paraná procura organizar as informações sobre as


características, potencialidades e fragilidades das rochas que constituem o arcabouço geológico do
Estado partindo das duas grandes unidades geológicas, Escudo e Bacia do Paraná. Neste trabalho
procurou-se agrupar as características geológico e geotécnicas das rochas, de acordo com a
subdivisão em meso-regiões distintas do Estado do Paraná, baseadas na constituição
litoestratigráfica dominante apresentada na figura 1. As informações são segmentadas de acordo
com as meso-regiões, para apresentar ao leitor uma visão mais aproximada de sua região,
representada nos mapas de vulnerabilidade das rochas de cada meso-região do estado. Os dados
sobre os recursos minerais foram integrados às respectivas unidades rochosas e os dados
econômicos mais genéricos são apresentados como potencialidades nas análises efetuadas, pela sua
importância no estudo da geologia e mineração do Paraná.

A evolução geológica do Estado do Paraná iniciou há mais de 2.800 milhões de anos. Os


registros geológicos anteriores a 570 milhões de anos, são essencialmente rochas magmáticas e
metamórficas, que constituem o embasamento da Plataforma Sul-Americana. Posteriormente esta
plataforma constituiu a base para as unidades sedimentares e vulcânicas. Este embasamento, aqui
denominado pelo termo Escudo, está exposto na parte leste do Estado (Primeiro Planalto e Litoral),
sendo recoberto a oeste pelas formações rochosas vulcânicas e sedimentares que formam a Bacia
do Paraná (Segundo e Terceiro Planaltos).

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Figura 1 – Compartimentos geológicos e grupos litológicos no Paraná.

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3 – POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES DAS ROCHAS DO ESTADO
DO PARANÁ

O Estado do Paraná possui cerca de 200.000 km2 de território e pode ser subdividido do
ponto de vista geológico geotécnico em cinco compartimentos que podem ser denominados:
cristalino, sedimentar, basalto, arenito e litoral

Figura 8 – Regiões geológico-geotécnicas do estado do Paraná


(Atlas Geográfico, 1987; In: Yshiba, 2003).

3.1 – Região I - Cristalino

Constitui o embasamento da Bacia do Paraná, geograficamente corresponde ao Primeiro


Planalto. É representado por uma ampla diversidade de ambientes e tipos litológicos, descritos no
capítulo geologia do escudo paranaense, que ocupam cerca de 10% do território paranaense (21.000
km2). Esta porção geográfica é responsável por cerca de 65% do valor da produção mineral
paranaense, com a Região Metropolitana de Curitiba-RMC, respondendo por cerca de 70% deste
valor, ou seja, 45% do total do Estado.

Pode-se afirmar que é o compartimento dos contrastes pelos fatos seguintes:

Abriga as rochas mais resistentes à denudação (intemperismo e erosão), que constituem


serras com as maiores altitudes do Estado. Apresenta áreas com altas declividades, criando
situações de instabilidade à ocupação;
Ocorrem rochas calcárias com grande facilidade de dissolução, formando sumidouros e
cavernas com riscos para a ocupação;

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Tem grande potencial mineral, principalmente para minerais metálicos e preciosos (chumbo,
prata, ouro), e não metálicos como: fluorita, talco, feldspato, caulim, calcário, rochas
ornamentais.
Apresenta intensa exploração de matérias primas para a construção civil (argila, areia e
brita), contudo, a exploração mineral convive em constante conflito com áreas de ocupação
e de preservação ambiental;
Possui a maior densidade populacional, com grandes reservas de água mineral (Aqüífero
Carste), com problemas de ocupação urbana em mananciais, sem o devido cuidado com a
contaminação dos lençóis superficiais e subterrâneos;

3.2 - Região II – Sedimentar da Bacia do Paraná

Cerca de 25% do território paranaense é ocupado pela faixa de afloramento da Bacia do


Paraná, porção esta que se constitui de uma faixa com largura média de 130 km e que corta o
Estado de norte a sul. Em termos geológicos é formado pelos Grupos Passa Dois, Guatá, Itararé e
Paraná. Este compartimento geológico - geotécnico do Estado é o principal produtor de insumos
energéticos (carvão e xisto pirobetuminoso) além de apresentar reserva de urânio, bem como
potencial para calcário utilizado como corretivo agrícola. Possui grandes explorações de argila e
areia para a construção civil.

Predominam arenitos, siltitos e folhelhos com índices médio a altos de vulnerabilidade à


denudação (1,9 – 2,8), que requer cuidados especiais com as seguintes especificações obrigatórias:

Implantar sistemas distintos de escoamento de águas pluviais e servidas integrados aos de


jusante;
Estabelecer sistema eficiente de coleta de lixo;
Implantar tubulações em todas as linhas de drenagem ou concentração de fluxo com
declividade superior a 2,5% com sistema de dissipação de energia nos pontos de
lançamento;
Orientar a ocupação urbana implantando lotes com sua maior dimensão paralela às curvas
de nível nas encostas com declividade superior a 25%;
Lotes de fundos de vale com maiores dimensões ortogonais à linha de enchente suficientes
para absorver as cheias;
Limitar a ocupação através de exigências quanto à drenagem e terraplanagem prévia,
estimulando a preservação permanente de fundos de vale;
Exigir planejamento prévio de projetos de explotação e recuperação para atividades de
extração mineral.

3.3 – Região III – Vulcânicas da Bacia do Paraná

Mais da metade do território paranaense (53%) é ocupado pelos derrames do imenso


vulcanismo continental ocorrido no período Jurássico/Triássico, representado pelas rochas da
Formação Serra Geral, e que dotou o Estado, além das possibilidades do desenvolvimento de um
solo de excelente qualidade, da ocorrência de minerais de cobre, ágatas e ametistas. A exploração
de argila e pedras britadas para a construção civil é expressiva neste compartimento.

São rochas de baixa vulnerabilidade à denudação (intemperismo e erosão) apresentando


como principal entrave ao uso e ocupação os solos litólicos ou afloramentos de rocha. No Terceiro
Planalto, os solos litólicos ou litossolos não passam de delgadas coberturas, raramente com mais de
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0,5 m de profundidade, formadas por blocos e seixos de basalto com as estruturas e texturas da
rocha original preservadas. Este tipo de cobertura é comum, principalmente em zonas de relevo
ondulado e montanhoso, com declividades acima de 20%. A matriz, que envolve os seixos de
basalto, é argilosa e contém teores elevados de argilas quimicamente ativas, devido à imaturidade
do material, contendo abundantes fragmentos e seixos da rocha-mãe. É comum que os litossolos se
associem aos denominados saprólitos, alterações de rocha que podem atingir vários metros de
profundidade. As rochas vulcânicas quando transformadas em solo restam “bolas” de rocha, que
vão se escamando em característica alteração esferoidal, comuns nas encostas mais íngremes.

Muitas vezes a erosão e decomposição seletivas fazem ressaltar na topografia as unidades de


derrames, formando verdadeiras escarpas, representadas por áreas com declividades acima de 20%,
delimitadas por quebras de relevo positivas e negativas, aproximadamente coincidentes com os
contatos entre os derrames.

O padrão de fraturas, juntamente com as zonas vesiculares do topo dos derrames, pode
funcionar como canais alimentadores de aqüíferos subterrâneos, necessitando medidas de
monitoramento da descarga de efluentes químicos, industriais e domésticos para evitar a
contaminação das águas superficiais e subterrâneas neste compartimento.

3.4 - Região IV – Arenito Caiuá

Cerca de 12% da superfície do Estado (23.500 km2) é representado por rochas formadas em
ambiente fluvial e desértico, cujas rochas predominantes são os arenitos seguidos de siltitos e
argilitos pertencentes ao Grupo Bauru (Formação Caiuá). São rochas com médio a alto índice de
vulnerabilidade ao intemperismo e erosão que apresentam baixo potencial mineral, exceto as areias
para construção civil e de uso industrial.

Conforme afirmam os pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (Nóbrega et al,


2003) o processo de ocupação de toda a região Noroeste do Estado do Paraná foi marcado, de um
lado, por um desmatamento generalizado que expôs a cobertura pedológica e, por outro, pela não
adoção sistemática de práticas conservacionistas no desenvolvimento das atividades agrárias e
urbanas. Na maior parte dessa região, domina o Arenito Caiuá recoberto por solos de textura
arenosa a média, que apresentam grande suscetibilidade aos processos erosivos. Esses processos se
manifestam, principalmente, como erosão laminar (que afeta as camadas superficiais dos solos),
sulcos, ravinas, voçorocas e movimentos em massa. Tais fenômenos promovem a degradação e
perda de produtividade dos solos; assoreamento da rede de drenagem e de represas o que
compromete a qualidade da água e a geração de energia elétrica.

O controle e prevenção da erosão são um desafio constante e necessário para que se possa
garantir a expansão dos núcleos urbanos e das atividades econômicas na região. E neste sentido, o
conhecimento do meio físico, suas características e funcionamento, são imprescindíveis tanto para o
controle quanto para a prevenção dos fenômenos erosivos, permitindo uma ocupação mais
adequada e segura. De acordo com o diagnóstico efetuado pelos pesquisadores citados, a sede dos
fenômenos considerados como riscos, na maior parte da região noroeste do Paraná, é
preferencialmente a cobertura pedológica e não o substrato rochoso.

A vegetação original era constituída por uma floresta pluvial subtropical que foi devastada
dando lugar, inicialmente, às lavouras de café e pastagens e, após a erradicação dos cafezais, na
década de 1970, às pastagens artificiais preferencialmente. No início da década de 1980 foi
introduzida a cultura da cana de açúcar para atender as usinas de álcool instaladas na região. Mais
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recentemente a região noroeste tem sido considerada como a nova fronteira agrícola,
principalmente para a cultura de soja no sistema de plantio direto. Esta cultura vem ocupando áreas
antes destinadas às pastagens, com ótimos resultados de produtividade.

Para as zonas de riscos da região do Arenito Caiuá (compartimento IV) devem ser
observadas minimamente as seguintes recomendações para uso e ocupação dos solos:

Nas áreas afetadas por ravinas e voçorocas; deslizamentos ativos; solifluxão evidente;
afloramento de lençol freático; desbarrancamento de margens de ribeirões e córregos;
várzeas e fundos de vales sujeitos a assoreamento, os processos ativos devem ser corrigidos
e contidos através de obras específicas, quando necessário, e do controle da drenagem
superficial e subterrânea, e reflorestamento das áreas marginais para evitar a evolução
remontante dos processos erosivos.

Nas áreas de instabilidade potencial que são: áreas periféricas às voçorocas (que serão
afetadas pelo processo de erosão remontante e de alargamento); áreas com indícios de
deslizamentos; vertentes de declividades fortes; zonas de ruptura côncava com lençol
hidromórfico próximo da superfície, cabeceiras de drenagem, nichos de nascentes; todas as
construções, implantações agropecuárias, que tendem a modificar o equilíbrio precário dos
solos, principalmente sobre os de textura areia na baixa vertente e próximo aos nichos de
nascentes, devem ser evitados.

Nas cabeceiras de drenagem a concentração de águas pluviais em superfície e subsuperfície


deve ser controlada para evitar a instalação de processos erosivos (ravinas, voçorocas,
deslizamentos, abatimentos) que colocam em risco todo o tipo de ocupação. São áreas
indicadas para preservação, reflorestamento e lazer.

Em zonas de estabilidade precária que podem concentrar águas em superfície e desencadear


processos de ravinamentos, tais como áreas de colos e vales em berço com solos de textura
mais arenosa que os circundantes; zonas de declividades médias a fracas; áreas periféricas
às zonas de instabilidade potencial que podem ser afetadas pelos processos instalados
(deslizamentos, abatimentos); são áreas mais adequadas que as precedentes para ocupação
desde que sejam tomadas medidas para o controle do escoamento das águas superficiais,
evitando a sua concentração (a principal causadora dos ravinamentos).

As zonas consideradas estáveis correspondem as áreas de topo dos interflúvios e setores de


alta vertente com fracas declividades são as mais favoráveis à ocupação pelas condições
topográficas, contudo, dada a grande susceptibilidade erosiva dos solos, também devem ser
tomados os cuidados necessários para o controle do escoamento superficial.

3.5 – Região V - Litoral

A região litorânea do Estado do Paraná localiza-se entre a Serra do Mar e o Oceano


Atlântico e abrange os municípios de Guaraqueçaba, Antonina, Morretes, Paranaguá, Pontal do
Paraná, Matinhos e Guaratuba. Na orla litorânea existe ocupação praticamente contínua entre Pontal
do Sul e a Barra do Saí.

Em uma análise da estabilidade costeira comparando-se fotografias aéreas das últimas


décadas Angulo e Andrade (1981, 1982) e Angulo (1993) detectaram mudanças de centenas e até
milhares de metros da linha de costa paranaense. Estas mudanças foram atribuídas a dinâmica
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natural das desembocaduras dos estuários e das feições a elas associadas, principalmente os deltas
de maré vazante (Angulo 1999).

As tendências atuais preconizadas no trabalho de Angulo (op cit) podem ser sintetizadas em:
(a) estabilidade nas praias oceânicas sem ocupação ou cuja ocupação está recuada em relação a
linha de costa.
(b) Oscilação com forte avanço e recuo nas praias influenciadas pelas desembocaduras.
(c) Deslocamento contínuo para sul da desembocadura do Mar do Ararapira até à abertura de nova
desembocadura, na próxima década, quando a atual tenderá ao fechamento.
(d) Continuação da tendência erosiva do setor norte da Praia do Farol, na Ilha do Mel.
(e) Continuação da tendência erosiva entre o Canal do DNOS e Ponta do Poço, originada pelo
próprio canal.
(f) Aumento da erosão praial nos balneários Flamingo e Riviera, provocada pelos enrocamentos.
(g) Aumento da erosão praial na Praia Central de Matinhos pelas obras rígidas - muros,
enrocamento e gabiões. Na parte norte desta praia pode haver estabilidade devido a retirada de
residências e liberação de uma faixa sem ocupação.
(h) Aumento da erosão na parte norte de Praia Brava de Caiobá, devido a invasão da praia e pelas
obras de controle de erosão.
(i) Assoreamento das baías de Guaratuba e Paranaguá, em função da carga de sedimentos
transportada pelos rios que drenam as vertentes orientais da Serra do Mar.

O autor citado conclui que no Paraná os problemas da Região do Litoral são decorrentes
principalmente de uma ocupação inadequada, muito próxima da linha de costa. Além da destruição
das dunas frontais que funcionam como estoque de areia para a praia, não foi deixado espaço
suficiente para que se processem os ciclos naturais de avanço e recuo. Em alguns casos a ocupação
se deu invadindo a própria praia, e alterando o equilíbrio do sistema praial.

Na maioria dos casos onde se verificaram problemas erosivos, estes foram causados por
interferência antrópica, notadamente praia Brava de Caiobá, Praia Central de Matinhos, Balneários
Flamingo e Riviera e entre o Canal do DNOS e Ponta do Poço. O caso da Ilha do Mel é mais
complexo, pois apesar de estar localizada numa área de alta mobilidade natural, efeitos antrópicos
não podem ser descartados, tais como os provocados por dragagens no canal de acesso ao Porto de
Paranaguá e o despejo de materiais dragados.

Depósitos sedimentares associados às vertentes da Serra do Mar (leques colúvios e tálus)


são constituídos por areias arcoseanas e cascalhos, com grandes blocos esparsos que, em conjunção
com áreas com muito alta declividade nos morros, podem ocasionar queda e rolamento de blocos
rochosos, com riscos à ocupação urbana.

A tabela a seguir apresenta de forma resumida os grupos litológicos que compõem a


geologia do Estado do Paraná, o potencial mineral e o índice de vulnerabilidade à denudação
(intemperismo e erosão), de acordo com os fundamentos teóricos adotados. Logo a seguir são
incluídos o Mapa Geológico do Estado do Paraná e o Mapa de Vulnerabilidade das rochas do
Paraná, que representa os índices de vulnerabilidade definidos no trabalho de Crepani et al (2001).

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Unidade Ambiente Agrupamento Potencialidade Área % do Índice de
estratigráfica predomi- de rochas mineral 2 Vulnerabilidade
km Estado (Crepani et al,
nante jazidas e minas
2001)
Sedimentos fluviais aluviões, argilitos, arcósios, diamante, ilmenita, 6.377 3,2 2,6 - 3,0
Recentes atuais e sub areias, cascalhos, turfeiras zirconita, ouro,
atuais turfa
Grupo planície arenitos, siltitos, lamitos 23.520 11,8 2,4 – 2,7
Bauru fluvial e avermelhados
desértico
Rochas ígneas Vulcanismo diques básicos, plutões fosfato, terras 1,4 – 1,5
alcalinas continental sieníticos, fonolíticos e raras, fluorita
carbonatíticos
Formação Vulcanismo derrames, diques e sills cobre, ágata, 105.043 52,7 1,5
Serra Geral continental basálticos toleíticos ametista, pedra
brita, argila
Formação Desértico e Arenitos e raros Areia industrial e 2.790 1,4 2,4
Botucatu planície conglomerados para construção
aluvial civil
Intrusões gábricas com rochas 1,6
diferenciados alcalinos ornamentais
Formação fluviais, siltitos , argilitos, arenitos calcário, argila 6.378 3,2 2,7 – 2,9
Rio do Rastro planície verdes ou vermelhos e vermelha
deltáica e de calcarenitos
marés
Formação planície de siltitos acinzentados com calcário, argila 6.776 3,4 2,7 – 2,9
Teresina marés e de lentes de calcários vermelha
plataforma
epinerítica
Formações plataforma lamitos, argilitos, folhelhos calcário, xisto 2.790 1,4 2,7 – 2,9
Serra Alta epinerítica e cinza escuros e pirobetuminoso,
e Irati bacia restrita pirobetuminosos argila
Formações plataforma siltitos cinzentos, arenitos, calcário, urânio, 4.783 2,4 2,7 – 2,9
Palermo e epinerítica, folhelhos e calcários carvão, argila
Rio Bonito planície vermelha
litorânea e
flúvio
deltáicos
Grupo Depósitos folhelhos e siltitos cinzentos, Carvão, areia 13.952 7 2,4 – 2,8
Itararé Litorâneos arenitos esbranquiçados, industrial, argila
Plataforma diamictitos, ritmitos, arenitos refratária
Periglacial grosseiros avermelhados e caulínica
deltáica
Formação Litorâneos e folhelhos e siltitos, argila vermelha 1.993 1 2,4 – 2,8
Ponta Grossa de localmente betuminosos e
plataforma arenitos finos
Formação depósitos arenitos médios a grosseiros, areia, caulim 4.185 2,1 2,4 – 2,7
Furnas aluviais e e conglomeráticos e siltitos
litorâneos
Grupo vulcano- siltitos, lamitos, arenitos, ouro, argilas, pedra 797 0,4 2,4 – 2,7 (sedim.)
Castro sedimentar arcósios, conglomerados, brita 1,1 – 1,5
riolitos, andesitos, (vulc.)
ignimbritos, tufos, brechas
riolíticas, quartzo-latitos
Formação vulcano- conglomerados, arcósios, ouro 199 0,1 2,5 – 2,7 (sedim.)
Guaratubinha sedimentar siltitos, argilitos, brechas 1,1 – 1,5
vulcânicas, tufos, lavas (vulc.)
riolíticas e andesíticas
Formação siltitos, conglomerados 199 0,1 2,6 – 2,7
Camarinha polimíticos, arcósios e
argilitos

12
Unidade Ambiente Agrupamento Potencialidade Área % do Índice de
estratigráfica predomi- de rochas mineral 2 Vulnerabilidade
km Estado (Crepani et al,
nante jazidas e minas
2001)
Granitóides granitos alcalinos, sienitos e rocha ornamental, 996 0,5 1,2 – 1,4
alaskitos ouro,cassiterita,
wolframita e
molibdenita
Granitóides granodioritos, monzonitos e 199 0,1 1,1 – 1,2
granitos com horblenda e
biotita
Granitóides batólitos graníticos com 4.385 2,2 1,1
macrocristais de feldspato
potássico
Granitóides granitos gnáissicos e de 597 0,3 1,3
anatexia
Seqüência meta-ritmitos, metarenitos, metacalcário 199 0,1 2,1 – 2,4
Antinha metacalcários e calcítico
metaconglomerados
Formação vulcano- Meta-siltitos, metavulcânicas, talco, caulim, 1.395 0,7 2,1 – 2,4
Itaiacoca sedimentar mármores dolomíticos e mármore
dolomitos. metarenitos, dolomítico
quartzitos e micaxistos
Formação Meta-siltitos, metargilitos, mármore 996 0,5 2,1 – 2,4
Capiru filitos grafitosos, mármores dolomítico
dolomíticos e dolomitos,
metarenitos
Formação Meta-siltitos, metargilitos, metacalcário 1.594 0,8 1,9 - 2,2
Votuverava meta-ritimitos, ardósias, calcítico e (terrígenos)
metarenitos, micaxistos, dolomítico 2,9
calcários e dolomitos (carbonáticos)
migmatitos bandados, 398 0,2 1,3 – 1,7
micaxistos e quartzitos
Grupo Setuva calcoxistos, mármores, mármore, zinco, 797 0,4
Formação micaxistos, metatufos barita, chumbo,
Água Clara básicos e rochas prata, fluorita
manganesíferas
Grupo Setuva granada-silimanita xistos,
Complexo actinolita-biotita xistos, xistos
Turvo-Cajati calco-silicáticos, mármores
dolomíticos e
calcossilicáticos
Grupo Setuva calco-xistos, micaxistos, chumbo, zinco, 797 0,4
Formação metabasitos, anfibolitos prata
Perau quartzitos e Metavulcânicas
ácidas
Complexo migmatitos bandados, rochas para 6.577 3,3
Pré-Setuva gnaisses fitados e ocelares, revestimento, ouro
quartzitos a magnetita,
anfibolitos, metabásicas,
serpentinitos e talcoxistos
Complexo charnoquitos, granulitos, 597 0,3
Serra Negra xistos manganesianos,
anfibolitos, micaxistos e
quartzitos

Tabela 2 - Grupos litológicos da geologia do Estado do Paraná, potencial mineral e índice de


vulnerabilidade à denudação (intemperismo e erosão)

13
4 – GEOLOGIA E VULNERABILIDADE DAS ROCHAS NAS
MESO-REGIÕES PARANAENSES

4.1 - Meso-Região Metropolitana

A Meso-região Metropolitana inclui 37 municípios: Adrianópolis, Agudos do Sul, Almirante


Tamandaré, Antonina, Araucária, Balsa Nova, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo
do Tenente, Campo Largo, Campo Magro, Cêrro Azul, Colombo, Contenda, Curitiba, Doutor
Ulysses, Fazenda Rio Grande, Guaraqueçaba, Guaratuba, Itaperuçu, Lapa, Mandirituba, Matinhos,
Morretes, Paranaguá, Piên, Pinhais, Piraquara, Pontal do Paraná, Porto Amazonas, Quatro Barras,
Quitandinha, Rio Branco do Sul, Rio Negro, São José dos Pinhais, Tijucas do Sul e Tunas do
Paraná.

A geologia da maior parte da Meso-região Metropolitana é constituída por rochas do Escudo


paranaense, que ocorrem nas regiões do Litoral e Primeiro Planalto. São as rochas mais antigas e
resistentes, que constituem as serras com as maiores altitudes do Estado. Afloram rochas ígneas e
metamórficas, cujas idades variam do Arqueano (2,6 bilhões de anos) ao Paleozóico Inferior (450
milhões de anos).

As rochas mais antigas, de alto grau metamórfico (granulitos) situam-se na porção sudeste,
próximo ao litoral. As rochas de baixo grau metamórfico ocorrem na porção noroeste do Escudo,
correspondendo às rochas do Grupo Açungui (filitos, mármores, quartzitos, entre outras), intrudidas
por vários corpos graníticos, rochas básicas e alcalinas. O índice de vulnerabilidade à denudação
(intemperismo e erosão) dessas rochas varia desde muito resistentes, até rochas sedimentares e
calcárias com grande facilidade de dissolução e erosão.

A evolução do Escudo é bastante longa e envolve muitos eventos tectônicos e magmáticos


durante o Arqueano e o Proterozóico, formando bacias preenchidas por rochas vulcânicas e
sedimentares como as do Grupo Setuva (1,4 bilhão de anos) e a do Grupo Açungui (1,0 bilhão de
anos). Os registros mais antigos são as rochas ígneas do Domínio Luís Alves, formadas durante o
Arqueano (Complexo Granulítico Serra Negra) e o Proterozóico Inferior (Complexo Máfico
Ultramáfico de Piên e Complexo Gnáissico Migmatítico Costeiro). No final do Proterozóico e
início do Paleozóico (há 600 milhões de anos), ocorreu intenso magmatismo granítico em toda a
área do Escudo, representado hoje por 42 corpos de granitos, com dimensões variadas. Após a
consolidação do Escudo, ocorreram intrusões de rochas básicas e alcalinas, relacionadas aos
processos tectônicos associados aos eventos magmáticos mesozóicos da Bacia do Paraná.

Os municípios de: Adrianópolis, Almirante Tamandaré, Bocaiúva do Sul, Campo Largo,


Campo Magro, Cerro Azul, Colombo, Doutor Ulysses, Itaperuçu, Rio Branco do Sul e Tunas do
Paraná, têm o substrato rochoso do Grupo Açungui, com grande potencial mineral, principalmente
de minerais metálicos e preciosos (chumbo, prata, ouro), fluorita, feldspato, caulim, calcário para
cimento e corretivo de solo, e rochas ornamentais. Apresentam, também, grandes reservas de água
mineral (Aqüífero Carste), em rochas calcárias com alto índice de vulnerabilidade à denudação
(2,9), formando sumidouros e cavernas com riscos para a ocupação.

Os municípios de Balsa Nova, Campo do Tenente, Lapa, Porto Amazonas e Rio Negro têm
o substrato rochoso formado principalmente por sedimentos finos a grosseiros (folhelhos, siltitos,
ritmitos, arenitos finos a grosseiros, diamictitos e raras camadas de carvão) do Grupo Itararé da
Bacia Sedimentar do Paraná. O índice de vulnerabilidade atribuído para essas rochas, de acordo

14
com Crepani et al, 2001, situa-se em torno de 2,4 (em uma escala de 1,0 a 3,0). São rochas de fácil
entalhamento pelos rios, conforme comprovado pelo relevo em platôs elevados, dissecados por
canyons e escarpas, que formam a borda do segundo planalto paranaense.

Os depósitos, constituídos por argilitos, arcósios, depósitos rudáceos e margas, da Formação


Guabirotuba, que recobrem porções dos municípios de: Araucária, Campina Grande do Sul, Campo
Largo, Colombo, Curitiba, Fazenda Rio Grande,Pinhais, Piraquara, São José dos Pinhais e Tijucas
do Sul, têm alto índice de vulnerabilidade à denudação (2,7). Quando não protegidos pela cobertura
do solo e vegetação os argilitos apresentam processos de pastilhamento, dissolução, desagregação
de partículas e carreamento pelas águas da chuva. Esse processo ocorre nas lentes de argila com
propriedades higroscópicas expansivas (smectita 2:1). Por se situar numa região com alta densidade
populacional, em alguns casos esses processos assumem conseqüências catastróficas. São comuns
nessa região os problemas de erosão, ravinamentos e escorregamentos, devido à ocupação urbana
irregular, além dos problemas de ocupação em áreas de mananciais, sem o devido cuidado com a
contaminação dos lençóis superficiais e subterrâneos.

Os municípios do Litoral (Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes,


Paranaguá e Pontal do Paraná) assentam sobre sedimentos arenosos de origem marinha e de
deposição praial. Os problemas da Região do Litoral são decorrentes principalmente de uma
ocupação inadequada, muito próxima da linha de costa. Na maioria dos casos onde se verificaram
problemas erosivos, estes foram causados por interferência antrópica, notadamente praia Brava de
Caiobá, Praia Central de Matinhos, Balneários Flamingo e Riviera e entre o Canal do DNOS e
Ponta do Poço. O caso da Ilha do Mel é mais complexo, pois apesar de estar localizada numa área
de alta mobilidade natural, efeitos antrópicos não podem ser descartados, tais como os provocados
por dragagens no canal de acesso ao Porto de Paranaguá e o despejo de materiais dragados Angulo,
R. J. (1999).

Recursos Minerais
São descritas potencialidades para Ferro em Antonina (Arioli e Falcade, 1980).
Metais básicos (Cu, Pb e Zn) e preciosos (Au e Ag) (Fritzsons Jr, 1980 e Falcade, 1982) no
município de Guaraqueçaba.
Várias ocorrências de ouro em gnaisses ácidos e magnetíticos com quartzo, tendo sido
medida uma reserva de 614 kg de ouro contido com teor médio de 2,8 g/t, no município de
Morretes (Salazar Jr. e Oliveira, 1988).
No Complexo Máfico Ultramáfico de Piên são descritas ocorrências de talco-xistos em
lentes, associadas aos xistos magnesianos, situadas próximo à divisa Paraná - Santa
Catarina; e ocorrências de ouro e caulim próximo a Trigolândia.
Ocorrências de prata e outros sulfetos (pirita, calcopirita, calcantina, galena, molibdenita e
tetradimita) na Serra da Prata, no município de Guaratuba, (Arioli e Duszczak, 1980).
Martini (1981) reconheceu o potencial da Formação Votuverava para metais básicos W, Sn
e Mo junto ao contato do granodiorito São Sebastião. Pontes e Salazar Jr. (1982), e Dias
(1984) avaliaram o potencial das mineralizações de Cu-Pb-Zn e metais associados,
principalmente Au, na região de São Silvestre, em Rio Branco do Sul.
No povoado do Tigre, município de Cerro Azul, Andrade e Silva (1981) analisou os
minérios de barita associados a metais básicos e identificou os seus controles geológicos.
Trata-se de depósitos estratiformes, concordantes com quartzitos da base da Formação
Votuverava, com remobilizações locais na forma de veios discordantes. A barita forma
bandas milimétricas a métricas dentro das rochas encaixantes.

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As mineralizações de fluorita do Vale do Ribeira, no município de Adrianópolis,
denominadas de São Sebastião e do Braz, ocorrem encaixadas em metasedimentos
Votuverava. A ocorrência de São Sebastião situa-se na localidade de Sete Barras, junto ao
contato com o granito Itaóca. O minério forma lentes de até 10 m de espessura,
concordantes com os mármores e subparalelos ao contato, ao longo de uma distância de
aproximadamente 1 km e o teor médio de CaF2 é de 56%. A ocorrência do Braz é descrita
como associada a um pacote de mármore calcítico com intercalações de calco-filito e
quartzo-sericita-xisto. O pacote carbonático atinge 2-3 km de espessura e é recortado por
filões de fluorita, encaixados em fraturas NE. O teor médio é de 48% de CaF2 (Silva, Felipe
e Pontes, 1981).
A jazida de Fluorita de Volta Grande, no município de Cerro Azul, foi descoberta
originalmente pela Nuclebrás e avaliada pela MINEROPAR que cubou dois corpos de
minério com reservas de 635.000 t de fluorita com teor médio de 39% e teor de corte de
20% de CaF2 (Silva, Felipe e Pontes, 1981). Trata-se de mineralização de fluorita em
enclaves de mármores impuros, dentro de uma zona de cataclase, sobre o granito Três
Córregos. O corpo de maior volume foi lavrado parcialmente pela Mineração Nossa Senhora
do Carmo. As jazidas da Volta Grande, de Sete Barras (2.748.000 t), do Brás (1.000.000 t) e
do Mato Preto (2.800.000 t) somam 7.183.000 t de fluorita, sendo as maiores reservas do
território brasileiro.
O maciço Granítico Agudos do Sul possui várias pedreiras exploradas para fins
ornamentais. Comercialmente são produzidas quatro variedades de granitos: Vinho Mel
(granito cor-de-rosa), Paranatuba (granito bege-amarelado a laranja, Amarelo Castor
(granito bege-amarelado) e Marrom Tarumã (granito cinza-claro).
O Granito Morro Redondo tem sido explorado para fins comerciais no município de
Guaratuba, próximo a BR-101, extraído como rocha ornamental (granito Cerro Azul). No
município de Garuva são produzidos apenas paralelepípedos. Na área do Quiriri, existe
frente de exploração de caulim em atividade.
O maciço do Anhangava contém numerosas pedreiras exploradas para pavimentação
poliédrica e revestimento, concentradas na sua porção ocidental, particularmente junto a
Borda do Campo. Uma única empresa extrai blocos para granito ornamental com nome
comercial de Rosa Curitiba.
Os sienitos e rochas alcalinas associadas no maciço de Tunas são bastante valorizados como
rocha ornamental (Verde Tunas).
Potencial para Terras raras, barita, fluorita, Nb, Pb e Zn, no Complexo Alcalino
Carbonatítico da Barra do Itapirapuã, município de Cerro Azul (Silva, 1984).
Os depósitos de sedimentos que ocorrem nos aluviões dos grandes rios do Primeiro Planalto
e do Litoral, fornecem areia e argila, e os gnaisses e migmatitos fornecem brita, principais
matérias primas utilizadas pela construção civil.

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4.2 - Meso-Região Centro Oriental

A Meso-região Centro Oriental engloba os municípios de: Arapoti, Carambeí, Castro,


Imbaú, Jaguariaíva, Ortigueira, Palmeira, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Reserva, Sengés, Telêmaco
Borba, Tibagi e Ventania.

Os municípios de Carambeí, Castro, Jaguariaíva, Piraí do Sul, Ponta Grossa e Sengés


situam-se na borda do segundo planalto paranaense, exibindo uma geologia formada por rochas do
Grupo Açungui no embasamento cristalino (ou Escudo), e sedimentos das formações Furnas, Ponta
Grossa e Itararé, da borda da Bacia do Paraná.

O Embasamento Cristalino (ou Escudo) é formado por meta-siltitos, meta-ritmitos,


mármores dolomíticos, dolomitos e metarenitos da Formação Itaiacoca com rochas vulcânicas e
sedimentares clásticas da Seqüência Abapã. A região é dominada pelos granitos porfiróides dos
batólitos Três Córregos e Cunhaporanga, com intrusões menores associadas. A oeste ocorre rochas
vulcânicas ácidas (riolitos e piroclásticas) associadas a conglomerados, arenitos, siltitos e lamitos
do Grupo Castro, recobertos pela Formação Furnas. Em geral são rochas bastante resistentes ao
intemperismo e erosão, com índices de vulnerabilidade que variam de 1,1 a 1,8, exceto os mármores
dolomíticos (índice 2,9) e os depósitos quaternários que predominam na bacia do rio Iapó (índice
3,0). Os mármores dolomíticos são propícios à dissolução, formando relevo cárstico com cavernas,
dolinas e sumidouros com riscos à ocupação.

A geologia dos municípios de Arapoti, Imbaú, Palmeira, Telêmaco Borba, Tibagi e Ventania
é dominada por arenitos médios a grosseiros e, subordinadamente, arenitos conglomeráticos e
siltitos esbranquiçados da Formação Furnas, recoberta por folhelhos e siltitos cinzentos, localmente
betuminosos, com intercalações de arenitos muito finos, esbranquiçados da Formação Ponta Grossa.
Mais para oeste são recobertos por rochas do Grupo Itararé, onde aparecem folhelhos, siltitos
cinzentos, arenitos finos a médios, esbranquiçados diamictitos e raras camadas de carvão
(Formação Rio do Sul); arenitos finos a grosseiros, esbranquiçados e amarelados, siltitos e ritmitos
(Formação Mafra); e arenitos grosseiros, avermelhados, siltitos, ritmitos e diamictitos (Formação
Campo do Tenente). O índice de vulnerabilidade à denudação dessas rochas varia de 2,4 a 2,8,
denotando pouca resistência ao intemperismo e erosão das mesmas, podendo desenvolver sulcos e
ravinas que evoluem até vossorocas, quando não respeitados os critérios técnicos adequados de uso
e ocupação referidos no capítulo 3.

Os municípios de Ortigueira e Reserva tem o substrato formado por rochas do Grupo Guatá
(Formação Palermo - siltitos cinzentos; Formação Rio Bonito - arenitos finos, siltitos, folhelhos,
calcários e camadas de carvão); e rochas do Grupo Passa Dois (Formação Irati - argilitos e
folhelhos cinzentos a pretos, pirobetuminosos, com intercalações de calcário; Formação Serra Alta -
Lamitos e folhelhos cinzentos, escuros, maciços; e Formação Teresina - siltitos acinzentados com
intercalações de calcário; Formação Rio do Rasto - siltitos e argilitos avermelhados com arenitos
finos intercalados, siltitos e arenitos esverdeados muito finos, micríticos e bancos alternados de
calcarenitos). No limites oeste desses municípios, no limite da escarpa para o terceiro planalto,
afloram camadas não discriminadas das Formações Pirambóia e Botucatu, constituídas de arenitos
esbranquiçados a avermelhados, finos a médios, síltico-argilosos, com finas camadas de argilitos e
siltitos intercaladas, bem como leitos de arenitos conglomeráticos e bancos de conglomerados na
base das duas formações.

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Em geral as rochas dos municípios de Ortigueira e Reserva têm índices de vulnerabilidade à
denudação variando de 2,4 a 2,8, denotando pouca resistência ao intemperismo e erosão sendo
válidas as recomendações com relação ao uso e ocupação referidos no capítulo 3.

A borda da Bacia do Paraná é marcada por uma escarpa formada pelos arenitos do Grupo
Paraná (Formações Furnas e Ponta Grossa), recortados por diques de rochas básicas que, por erosão
diferencial formam platôs, reentrâncias e canyons de grande beleza cênica. Outra característica
marcante da geologia da Meso-Região Centro Oriental é a ocorrência de intrusivas básicas na forma
de sills (horizontais) e diques (verticais), sub-paralelos e orientados para N45oW, formando um
verdadeiro enxame de diques de rochas básicas. Essas rochas apresentam índice de vulnerabilidade
à denudação de 1,5; bem mais elevado que as encaixantes, formando elevações na paisagem.

Recursos minerais
Ouro no Grupo Castro, pesquisado pela DOCEGEO.
Calcário dolomítico explorado nos Distritos de Abapã e Socavão, empregado na confecção
da cal e como corretivo de solo.
O minério de talco do Distrito Mineiro de Itaiacoca é formado por uma mistura variada de
dolomita, talco, calcita, quartzo e tremolita, com teores subordinados de clorita, muscovita,
caulinita, antofilita, vermiculita e montmorilonita, explorados durante décadas por grandes
empresas com o legado de um enorme passivo ambiental (Ribas et al, 1999).
Os macrocristais dos Granitos Três Córregos e Cunhaporanga apresentam potencial como
fonte de feldspato para uso na indústria cerâmica, podendo ser separados por peneiramento e
concentração gravimétrica, a partir da rocha parcialmente alterada.
Nos sedimentos recentes merecem atenção os depósitos de diamante do rio Tibagi e areia
para a construção civil.

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Foto 01. Borda da Bacia do Paraná marcada por uma escarpa formada pelos arenitos da Formação
Furnas grande beleza cênica, no Município de Jaguariaíva.

Foto 02 – Aspecto do relevo com rios encaixados em canyons e rochas aflorantes, no Segundo
Planalto do Paraná, município de Tibagi, Meso-região Centro-Oriental.

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Foto 03 – Salto Santa Rosa, município de Tibagi na região Centro-Oriental

Foto 04 – Olaria familiar de pequeno porte no município de Tibagi,


Meso Região Centro-Oriental do Paraná

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Foto 05 – Drenagem e ocupação em área de várzea do rio Tibagi,
Meso Região Centro-Oriental do Paraná

Foto 06 – Exploração de pedreira em diques de diabásio no município de Tibagi,


Meso Região Centro-Oriental do Paraná

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24
25
4.3 - Meso Região Sudeste

A Meso-Região Sudeste é formada por 21 municípios: Antonio Olinto, Bituruna, Cruz


Machado, Fernandes Pinheiro, General Carneiro, Guamiranga, Imbituva, Ipiranga, Irati, Ivaí,
Mallet, Paula Freitas, Paulo Frontin, Porto Vitória, Prudentópolis, Rebouças, Rio Azul, São João do
Triunfo, São Mateus do Sul, Teixeira Soares e União da Vitória.

A Meso-Região sudeste têm o substrato rochoso representado pela seqüência deposicional


da Bacia do Paraná que vai do Grupo Itararé até os derrames basálticos. Os municípios de Antonio
Olinto, Ipiranga, São João do Triunfo e Teixeira Soares têm o substrato rochoso formado por
sedimentos finos a grosseiros (folhelhos, siltitos, ritmitos, arenitos finos a grosseiros, diamictitos e
raras camadas de carvão), das Formações Rio do Sul, Mafra e Campo do Tenente, do Grupo Itararé.
O índice de vulnerabilidade atribuído para essas rochas, de acordo com Crepani et al, 2001, situa-se
em torno de 2,4 (em uma escala de 1,0 a 3,0). No limite oeste desses municípios aparece rochas dos
Grupos Guatá e Passa Dois da Bacia Sedimentar do Paraná.

Nos municípios de Fernandes Pinheiro, Guamiranga, Imbituva, Ivaí, Rebouças e São Mateus
do Sul apresentam o substrato rochoso que evolui desde arenitos finos; siltitos cinzentos,
esverdeados e amarronzados, com intercalações de níveis calcários; folhelhos carbonosos e
camadas de carvão da Formação Rio Bonito (Grupo Guatá); até siltitos acinzentados com
intercalações de calcário da Formação Teresina (Grupo Passa Dois). Na porção intermediária da
Formação Teresina ocorrem intrusões horizontalizadas (“sills”) de rochas ígneas básicas. As rochas
sedimentares (Formações Rio Bonito e Teresina) estão classificadas com índice de vulnerabilidade
de 2,8; que denota muito baixa resistência ao intemperismo e erosão. As rochas ígneas básicas têm
índice 1,5; com alta resistência à denudação.

Os municípios de: Irati, Mallet, Paula Freitas, Paulo Frontim, Prudentópolis, Rio Azul e
União da Vitória tem rochas das Formações: Rio do Rasto, Pirambóia / Botucatu e basaltos da
Formação Serra Geral, com índices de vulnerabilidade que varia desde: 2,7 nos siltitos, argilitos e
arenitos avermelhados a esverdeados e calcarenitos da Formação Rio do Rasto; 2,4 nos arenitos
com camadas de argilito, siltito e conglomerado intercaladas das Formações Pirambóia e Botucatu;
até 1,5 nos basaltos, andesitos e tufos ácidos dos derrames da Formação Serra Geral sobre os
sedimentos da Bacia do Paraná. Os municípios de: Bituruna, Cruz Machado, General Carneiro e
Porto Vitória estão sobre as rochas vulcânicas da Formação Serra Geral

A coluna litológica descrita acima, com diferentes índices de resistência à denudação,


conduz a feições geomorfológicas peculiares, com o desenvolvimento de relevo escarpado, cujo
degrau marca o limite entre o Segundo e Terceiro Planalto o nome regional de Serra da Esperança.

Os recursos minerais da Meso-região Sudeste incluem: calcário, xisto pirobetuminoso,


urânio, carvão, argila refratária e caulínica, areia industrial e para construção civil, rochas
ornamentais, pedra britada e argila vermelha.

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Foto 07. Topografia em platôs elevados, sustentados por soleiras de basalto
no vale do Rio dos Patos,limite do município de Ivaí.

Foto 08 – Cerâmica de médio porte no município de Imbituva, Meso Região Sudeste do Paraná

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Foto 09 – Lavra de argila em várzea no município de Imbituva,
Meso Região Sudeste do Paraná

Foto 10 – Área de extração de argila para fabricação de telhas e


tijolos pelas cerâmicas locais no Município de Imbituva.

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4.4 - Meso Região Norte Central

A Meso-Região Norte Central é composta por 79 municípios, com as mais variadas feições
geológicas e, conseqüentemente, variados índices de vulnerabilidade das rochas à denudação. São
eles: Alvorada do Sul, Ângulo, Apucarana, Arapongas, Arapuá, Ariranha do Ivaí, Astorga, Atalaia,
Bela Vista do Paraíso, Bom Sucesso, Borrazópolis, Cafeara, Califórnia, Cambé, Cambira, Cândido
de Abreu, Centenário do Sul, Colorado, Cruzmaltina, Doutor Camargo, Faxinal, Floraí, Floresta,
Florestópolis, Flórida, Godoy Moreira, Grandes Rios, Guaraci, Ibiporã, Iguaraçu, Itaguajé, Itambé,
Ivaiporã, Ivatuba, Jaguapitã, Jandaia do Sul, Jardim Alegre, Kaloré, Lidianópolis, Lobato,
Londrina, Lunardelli, Lupionópolis, Mandaguaçu, Mandaguari, Manoel Ribas, Marialva,
Marilândia do Sul, Maringá, Marumbi, Mauá da Serra, Miraselva, Munhoz de Mello, Nossa
Senhora das Graças, Nova Esperança, Nova Tebas, Novo Itacolomi, Ourizona, Paiçandu,
Pitangueiras, Porecatu, Prado Ferreira, Presidente Castelo Branco, Primeiro de Maio, Rio Bom, Rio
Branco do Ivaí, Rolândia, Rosário do Ivaí, Sabáudia, Santa Fé, Santa Inês, Santo Inácio, São João
do Ivaí, São Jorge do Ivaí, São Pedro do Ivaí, Sarandi, Sertanópolis, Tamarana e Uniflor.

Os municípios: Ariranha do Ivaí, Cândido de Abreu, Cruzmaltina, Faxinal, Grandes Rios,


Ivaiporã, Manoel Ribas, Mauá da Serra, Rio Branco do Ivaí, Rosário do Ivaí e Tamarana, situam-se
no limite entre o Segundo e Terceiro Planalto paranaense, com substrato rochoso formado por
sedimentos como: siltitos acinzentados com intercalações de calcário da Formação Teresina (Grupo
Passa Dois); siltitos, argilitos e arenitos avermelhados a esverdeados e calcarenitos da Formação
Rio do Rasto; arenitos com camadas de argilito, siltito e conglomerado intercaladas das Formações
Pirambóia e Botucatu; recobertos por rochas básicas e ácidas dos derrames da Formação Serra
Geral. O índice de vulnerabilidade à denudação dessas rochas varia de leste para oeste de: 2,8
(Formação Teresina) – 2,7 (Formação Rio do Rasto) – 2,4 (Formação Pirambóia/Botucatu) – 1,5
(rochas básicas da Formação Serra Geral) – 1,1 (rochas ácidas da Formação Serra Geral). A
variação desde rochas sedimentares com muito baixa resistência ao intemperismo e erosão até
rochas ígneas com alta resistência à denudação propicia a formação de relevo escarpado, como
descrito anteriormente, continuidade da Serra da Esperança.

Os demais municípios da Meso-Região Norte Central tem o substrato formado por derrames
de rochas de ígneas básicas (basaltos, andesitos e tufos) e ácidas (riodacitos e riolitos) da Formação
Serra Geral. São rochas de baixa vulnerabilidade à denudação (intemperismo e erosão)
apresentando como principal entrave ao uso e ocupação os solos litólicos ou afloramentos de rocha,
conforme descrito no capítulo 3. Por concentrar alta densidade populacional em alguns núcleos
urbanos como Londrina e Maringá, também são necessárias medidas de monitoramento da descarga
de efluentes químicos, industriais e domésticos para evitar a contaminação das águas superficiais e
subterrâneas.

Os municípios situados na porção noroeste da Meso-Região Norte Central apresentam


arenitos do Grupo Caiuá recobrindo os interflúvios com maiores elevações. De acordo com
Fernandes e Coimbra (1994) o Grupo Caiuá no Paraná é uma seqüência de arenitos quartzosos
muito finos a finos, maciços de origem eólica com freqüente presença de cimentos e concreções
carbonáticos separados nas formações: Santo Anastácio, Rio Paraná e Goio-Erê. Essas rochas são
denominadas genericamente de Arenito Caiuá, com médio a alto índice de vulnerabilidade ao
intemperismo e erosão, e que apresentam baixo potencial mineral, exceto as areias para construção
civil e de uso industrial.

O Arenito Caiuá origina solos de textura arenosa a média, que apresentam grande
suscetibilidade aos processos erosivos. Esses processos se manifestam, principalmente, como
erosão laminar (que afeta as camadas superficiais dos solos), evoluindo para: sulcos, ravinas,
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voçorocas e movimentos em massa, que atingem e desagregam as rochas areníticas. Tais fenômenos
são de difícil controle e recuperação, promovendo a degradação e perda de produtividade dos solos
e assoreamento dos rios. Para uso e ocupação do território desses municípios devem ser observadas
minimamente as recomendações citadas no capítulo 3.

Foto 11. Extração de areia de barranco das Formações Botucatu


e Pirambóia na região do Rio do Padre, Município de Manoel Ribas.

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4.5 - Meso Região Norte Pioneiro

Compreende 46 municípios: Abatiá, Andirá, Assaí, Bandeirantes, Barra do Jacaré, Cambará,


Carlópolis, Congonhinhas, Conselheiro Mairinck, Cornélio Procópio, Curiúva, Figueira,
Guapirama, Ibaiti, Itambaracá, Jaboti, Jacarezinho, Japira, Jataizinho, Joaquim Távora, Jundiaí do
Sul, Leópolis, Nova América da Colina, Nova Fátima, Nova Santa Bárbara, Pinhalão, Quatiguá,
Rancho Alegre, Ribeirão Claro, Ribeirão do Pinhal, Salto do Itararé, Santa Amélia, Santa Cecília do
Pavão, Santa Mariana, Santana do Itararé, Santo Antonio da Platina, Santo Antonio do Paraíso, São
Jerônimo da Serra, São José da Boa Vista, São Sebastião da Amoreira, Sapopema, Sertaneja,
Siqueira Campos, Tomazina, Uraí e Wenceslau Braz.

A Meso-Região Norte Pioneiro abrange uma grande variedade de rochas no substrato


geológico, com grande variação dos índices de vulnerabilidade à denudação (intemperismo e
erosão) das rochas. Num perfil geológico do limite sudeste até o limite noroeste da meso-região,
ocorre desde folhelhos e siltitos cinzentos, localmente betuminosos, com intercalações de arenitos
muito finos da Formação Ponta Grossa, no limite SE do Município de São José da Boa Vista, até
basaltos da Formação Serra Geral no Município de Sertaneja a noroeste.

Os municípios de Carlópolis, Conselheiro Mairink, Curiúva, Figueira, Guapirama, Ibaiti,


Jaboti, Japira, Joaquim Távora, Pinhalão, Salto do Itararé, Santana do Itararé, São José da Boa
Vista, Sapopema, Siqueira Campos, Tomazina e Wenceslau Braz, têm como substrato rochoso a
porção sedimentar da Bacia do Paraná, representada pela seqüência deposicional que vai do Grupo
Itararé, onde aparecem folhelhos, siltitos cinzentos, arenitos finos a médios, esbranquiçados
diamictitos e raras camadas de carvão (Formação Rio do Sul); arenitos finos a grosseiros,
esbranquiçados e amarelados, siltitos e ritmitos (Formação Mafra); e arenitos grosseiros,
avermelhados, siltitos, ritmitos e diamictitos (Formação Campo do Tenente); passando pelo Grupo
Guatá com siltitos cinzentos (Formação Palermo), arenitos finos, siltitos, folhelhos e calcários
(Formação Rio Bonito); até o Grupo Passa Dois com argilitos e folhelhos cinzentos,
pirobetuminosos, com intercalações de calcário (Formação Irati), lamitos e folhelhos cinzentos
escuros (Formação Serra Alta), siltitos acinzentados com intercalações de calcário (Formação
Teresina), siltitos e argilitos avermelhados e esverdeados, com arenitos finos e calcarenitos
intercalados (Formação Rio do Rasto). Ocorrem intrusões horizontalizadas (“sills”) de rochas
ígneas básicas na porção intermediária da Formação Teresina, nos municípios de Salto do Itararé,
Siqueira Campos e Tomazina, com índice de vulnerabilidade à denudação de 1,5.

O índice de vulnerabilidade à denudação atribuído às rochas sedimentares, de acordo com a


escala de vulnerabilidade à denudação das rochas mais comuns proposto por Crepani et al (2001),
varia de 2,4 no Grupo Itararé, a 2,8 no Grupo Guatá e 2,7 no Grupo Passa Dois, demonstrando
baixa resistência ao intemperismo e erosão.

Nos municípios de Congonhinhas, Jacarezinho, Jundiaí do Sul, Ribeirão Claro, Ribeirão do


Pinhal, Santo Antônio da Platina, Santo Antônio do Paraíso e São Jerônimo da Serra, afloram
camadas sedimentares do Grupo Passa Dois (Formações Teresina e Rio do Rasto); camadas não
discriminadas das Formações Pirambóia e Botucatu, constituídas de arenitos esbranquiçados a
avermelhados, finos a médios, síltico-argilosos, com finas camadas de argilitos e siltitos
intercaladas, bem como leitos de arenitos conglomeráticos e bancos de conglomerados na base das
duas formações; recobertos por rochas básicas e ácidas dos derrames da Formação Serra Geral. Essa
variação desde rochas sedimentares com muito baixa resistência ao intemperismo e erosão até
rochas ígneas com alta resistência à denudação propicia a formação de relevo escarpado, com platôs
e morros testemunho de rara beleza cênica.

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Os demais municípios da Meso-Região Norte Pioneiro tem o substrato formado por
derrames de rochas de ígneas básicas (basaltos, andesitos e tufos) e ácidas (riodacitos e riolitos) da
Formação Serra Geral. São rochas de baixa vulnerabilidade à denudação (intemperismo e erosão)
apresentando como principal entrave ao uso e ocupação os solos litólicos ou afloramentos de rocha,
conforme descrito no capítulo 3. Também são necessárias medidas de monitoramento da descarga
de efluentes químicos, industriais e domésticos para evitar a contaminação das águas superficiais e
subterrâneas, principalmente do Aqüífero Guarani em sua área de recarga na Formação Botucatu.

Os recursos minerais da Meso Região Norte Pioneiro são ocorrências de calcário


intercaladas na Formação Irati, no município de Carlópolis, e arenitos da Formação Botucatu,
recozidos pelo vulcanismo basáltico, utilizados como rochas ornamentais e de revestimento,
extraídas nos municípios de Jacarezinho, Ribeirão Claro e Santo Antônio da Platina.

Foto 12 – Grande vossoroca em rochas da formação Botucatu, município de Jacarezinho,


Meso-região Norte Pioneiro, Paraná

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4.6 – Meso Região Centro Sul

São 29 municípios que compõem a Meso Região Centro Sul: Boa Ventura de São Roque,
Campina do Simão, Candói, Cantagalo, Clevelândia, Coronel Domingos Soares, Espigão Alto do
Iguaçu, Foz do Jordão, Goioxim, Guarapuava, Honório Serpa, Inácio Martins, Laranjal, Laranjeiras
do Sul, Mangueirinha, Marquinho, Mato Rico, Nova Laranjeiras, Palmas, Palmital, Pinhão, Pitanga,
Porto Barreiro, Quedas do Iguaçu, Reserva do Iguaçu, Rio Bonito do Iguaçu, Santa Maria do Oeste,
Turvo e Virmond.

Os municípios de Boa Ventura de São Roque, Guarapuava, Inácio Martins, Pitanga e Turvo
têm seus limites a leste formados pela escarpa da Serra da Boa Esperança, que marca o degrau entre
o Segundo e Terceiro Planaltos paranaense. Nesses municípios aparecem camadas do topo da
seqüência sedimentar da Bacia do Paraná, constituídas por siltitos e argilitos avermelhados e
esverdeados, com arenitos finos e calcarenitos intercalados da Formação Rio do Rasto e arenitos
esbranquiçados a avermelhados, finos a médios, síltico-argilosos, com finas camadas de argilitos e
siltitos intercaladas, bem como leitos de arenitos conglomeráticos e bancos de conglomerados na
base das formações Pirambóia/Botucatu indiscriminadas.Os sedimentos são recobertos por rochas
básicas e ácidas dos derrames da Formação Serra Geral.

Os demais municípios da Meso-Região Centro Sul tem o substrato formado por derrames de
rochas de ígneas básicas (basaltos, andesitos e tufos) e ácidas (riodacitos e riolitos) da Formação
Serra Geral. São rochas de baixa vulnerabilidade à denudação (intemperismo e erosão)
apresentando como principal entrave ao uso e ocupação os solos litólicos ou afloramentos de rocha,
bastante comuns na região em virtude do relevo acidentado com altas declividades.

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Foto 13 – Solos litólicos com grande quantidade de blocos de rocha basáltica, na
Meso Região Centro-Sul, município de Candói

Foto 14 – Detalhe da exploração de blocos de basalto para calçamento,


Município de Laranjeiras do Sul

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5.7 – Meso Região Centro Ocidental

A Meso Região Centro Ocidental é formada por 25 municípios que são: 4° Centenário,
Altamira do Paraná, Araruna, Barbosa Ferraz, Boa esperança, Campina da Lagoa, Campo Mourão,
Corumbataí do Sul, Engenheiro Beltrão, Farol, Fênix, Goioerê, Iretama, Janiópolis, Juranda,
Luiziana, Mamborê, Moreira Sales, Nova Cantu, Peabiru, Quinta do Sol, Rancho Alegre D'Oeste,
Roncador, Terra Boa e Ubiratã.

A Meso Região Centro Ocidental está limitada pelos rios Ivaí e Piquiri e apresenta o
substrato rochoso composto por derrames de rochas ígneas básicas. Na região do lineamento do rio
Piquiri predominam derrames de lavas com composições de basaltos, andesitos e tufos ácidos. Entre
os derrames podem aparecer níveis de arenito e conglomerado ou brecha sedimentar. Recobrindo os
interflúvios com maiores elevações ocorrem arenitos do Grupo Caiuá. De acordo com Fernandes e
Coimbra (1994) o Grupo Caiuá no Paraná é uma seqüência de arenitos quartzosos muito finos a
finos, maciços de origem eólica com freqüente presença de cimentos e concreções carbonáticos
separados nas formações: Santo Anastácio, Rio Paraná e Goio-Erê. Essas rochas são denominadas
genericamente de Arenito Caiuá, com médio a alto índice de vulnerabilidade ao intemperismo e
erosão.

As rochas ígneas básicas apresentam baixa vulnerabilidade à denudação (intemperismo e


erosão) tendo como principal entrave ao uso e ocupação os solos litólicos ou afloramentos de rocha.
O Arenito Caiuá ocorre, principalmente nos interflúvios em maiores altitudes, nos municípios de:
Araruna, Boa Esperança, Campo Mourão, Engenheiro Beltrão, Farol, Goioerê, Janiópolis,
Mamborê, Moreira Sales, Peabiru, Rancho Alegre d’Oeste e Terra Boa, devendo ser observadas
minimamente as recomendações citadas no capítulo 3, para uso e ocupação do território nesses
municípios.

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5.8 – Meso Região Oeste

A Meso Região Oeste está limitada pelos rios Piquiri, Iguaçu e pelo Lago de Itaipu,
incluindo 50 municípios do Estado do Paraná: Anahy, Assis Chateaubriand, Boa Vista da
Aparecida, Braganey, Cafelândia, Campo Bonito, Capitão Leônidas Marques, Cascavel,
Catanduvas, Céu Azul, Corbélia, Diamante do Sul, Diamante D'Oeste, Entre Rios do Oeste,
Formosa do Oeste, Foz do Iguaçu, Guaíra, Guaraniaçu, Ibema, Iguatu, Iracema do Oeste,
Itaipulândia, Jesuítas, Lindoeste, Marechal Cândido Rondon, Maripá, Matelândia, Medianeira,
Mercedes, Missal, Nova Aurora, Nova Santa Rosa, Ouro Verde do Oeste, Palotina, Pato Bragado,
Quatro Pontes, Ramilândia, Santa Helena, Santa Lúcia, Santa Tereza do Oeste, Santa Terezinha de
Itaipu, São José das Palmeiras, São Miguel do Iguaçu, São Pedro do Iguaçu, Serranópolis do
Iguaçu, Terra Roxa, Toledo, Três Barras do Paraná, Tupãssi e Vera Cruz do Oeste.

O substrato rochoso desses municípios é formado por rochas ígneas básicas da Formação
Serra Geral, compostas por basaltos maciços e amigdalóides, afaníticos, cinzentos a pretos,
raramente andesitos, e intercalações de arenitos finos. Essas rochas têm baixo índice de
vulnerabilidade à denudação (1,5), com alta resistência ao intemperismo e erosão.

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5.9 – Meso Região Sudoeste

São 37 municípios: Ampére, Barracão, Bela Vista da Caroba, Boa Esperança do Iguaçu,
Bom Jesus do Sul, Bom Sucesso do Sul, Capanema, Chopinzinho, Coronel Vivida, Cruzeiro do
Iguaçu, Dois Vizinhos, Enéas Marques, Flor da Serra do Sul, Francisco Beltrão, Itapejara D'Oeste,
Manfrinópolis, Mariópolis, Marmeleiro, Nova Esperança do Sudoeste, Nova Prata do Iguaçu, Pato
Branco, Pérola D'Oeste, Pinhal de São Bento, Planalto, Pranchita, Realeza, Renascença, Salgado
Filho, Salto do Lontra, Santa Izabel do Oeste, Santo Antônio do Sudoeste, São João, São Jorge
D'Oeste, Saudade do Iguaçu, Sulina, Verê e Vitorino; com substrato rochoso formado por rochas
ígneas básicas da Formação Serra Geral, compostas por basaltos maciços e amigdalóides,
afaníticos, cinzentos a pretos, raramente andesitos, e intercalações de arenitos finos. Essas rochas
têm baixo índice de vulnerabilidade à denudação (1,5), com alta resistência ao intemperismo e
erosão.

Foto 15 - Galerias para exploração de ametista no município de Chopinzinho, na Meso Região


Sudoeste, notar a grande espessura de rocha alterada acima das minas.

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Foto 16 – Lavra de depósito de argila no município de Francisco Beltrão,
Meso Região Sudoeste do Paraná

Foto 17 – Ocupação irregular em áreas com alta declividade no município de Francisco Beltrão,
Meso Região Sudoeste do Paraná.

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Foto 18 – Detalhe de ocupação irregular em áreas com alta declividade no município de
Francisco Beltrão, Meso Região Sudoeste do Paraná

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5.10 – Meso Região Noroeste

A Meso Região Noroeste é formada por 61 municípios: Alto Paraná, Alto Piquiri, Altônia,
Amaporã, Brasilândia do Sul, Cafezal do Sul, Cianorte, Cidade Gaúcha, Cruzeiro do Oeste,
Cruzeiro do Sul, Diamante do Norte, Douradina, Esperança Nova, Francisco Alves, Guairaçá,
Guaporema, Icaraíma, Inajá, Indianópolis, Iporã, Itaúna do Sul, Ivaté, Japurá, Jardim Olinda,
Jussara, Loanda, Maria Helena, Marilena, Mariluz, Mirador, Nova Aliança do Ivaí, Nova Londrina,
Nova Olímpia, Paraíso do Norte, Paranacity, Paranapoema, Paranavaí, Perobal, Pérola, Planaltina
do Paraná, Porto Rico, Querência do Norte, Rondon, Santa Cruz do Monte Castelo, Santa Isabel do
Ivaí, Santa Mônica, Santo Antonio do Caiuá, São Carlos do Ivaí, São João do Caiuá, São Jorge do
Patrocínio, São Manoel do Paraná, São Pedro do Paraná, São Tomé, Tamboara, Tapejara, Tapira,
Terra Rica, Tuneiras do Oeste, Umuarama, Vila Alta e Xambrê

Nos municípios do limite oriental da Meso Região afloram rochas ígneas básicas da
Formação Serra Geral, compostas por basaltos maciços e amigdalóides, afaníticos, cinzentos a
pretos, raramente andesitos, e intercalações de arenitos finos; recobertas por sedimentos da
Formação Caiuá.

O substrato rochoso dos demais municípios da Meso Região Noroeste é predominantemente


formado por arenitos friáveis, finos a médios, às vezes grosseiros, avermelhados e arroxeados, com
leitos de argila intercalados. Na base, ocorre conglomerado polimítico com espessura de até 5 m,
formado por seixos de arenito, calcedônia, coquina silicificada, ágata e basalto, em matriz areno-
argilosa. São depósitos com espessura máxima de 250 m, formados em ambiente fluvial e desértico,
denominados genericamente de Arenito Caiuá. São rochas com médio a alto índice de
vulnerabilidade ao intemperismo e erosão

O Arenito Caiuá origina solos de textura arenosa a média, que apresentam grande
suscetibilidade aos processos erosivos. Esses processos se manifestam, principalmente, como
erosão laminar (que afeta as camadas superficiais dos solos), evoluindo para: sulcos, ravinas,
voçorocas e movimentos em massa, que atingem e desagregam as rochas areníticas. Tais fenômenos
são de difícil controle e recuperação, promovendo a degradação e perda de produtividade dos solos
e assoreamento dos rios. Para as zonas de riscos da região do Arenito Caiuá devem ser observadas
minimamente as seguintes recomendações para uso e ocupação dos solos:

Nas áreas afetadas por ravinas e voçorocas; deslizamentos ativos; solifluxão evidente;
afloramento de lençol freático; desbarrancamento de margens de ribeirões e córregos;
várzeas e fundos de vales sujeitos a assoreamento, os processos ativos devem ser corrigidos
e contidos através de obras específicas, quando necessário, e do controle da drenagem
superficial e subterrânea, e reflorestamento das áreas marginais para evitar a evolução
remontante dos processos erosivos.

Nas áreas de instabilidade potencial que são: áreas periféricas às voçorocas (que serão
afetadas pelo processo de erosão remontante e de alargamento); áreas com indícios de
deslizamentos; vertentes de declividades fortes; zonas de ruptura côncava com lençol
hidromórfico próximo da superfície, cabeceiras de drenagem, nichos de nascentes; todas as
construções, implantações agropecuárias, que tendem a modificar o equilíbrio precário dos
solos, principalmente sobre os de textura areia na baixa vertente e próximo aos nichos de
nascentes, devem ser evitados.

Nas cabeceiras de drenagem a concentração de águas pluviais em superfície e subsuperfície


deve ser controlada para evitar a instalação de processos erosivos (ravinas, voçorocas,
54
deslizamentos, abatimentos) que põem em risco todo o tipo de ocupação. São áreas
indicadas para preservação, reflorestamento e lazer.

Em zonas de estabilidade precária como: áreas de colos e vales em berço com solos de
textura mais arenosa que os circundantes; zonas de declividades médias a fracas; áreas
periféricas às zonas de instabilidade potencial podendo ser afetadas pelos processos
instalados nessas (deslizamentos, abatimentos); são áreas que podem concentrar águas em
superfície e desencadear processos de ravinamentos. Estas áreas são mais adequadas que as
precedentes para ocupação desde que sejam tomadas medidas para o controle do
escoamento das águas superficiais, evitando a sua concentração (a principal causadora dos
ravinamentos).

As zonas consideradas estáveis correspondem as áreas de topo dos interflúvios e setores de


alta vertente com fracas declividades são as mais favoráveis à ocupação pelas condições
topográficas, contudo, dada a grande susceptibilidade erosiva dos solos, também devem ser
tomados os cuidados necessários para o controle do escoamento superficial.

Os sedimentos fluviais estão amplamente distribuídos na Meso Região Noroeste,


depositados nas planícies aluviais dos principais rios. Constituem depósitos lenticulares de areia,
cascalho e argilas maciças, inconsolidados, que apresentam o índice máximo (3,0) da escala de
vulnerabilidade à denudação. As areias desagregadas e carreadas para o rio Paraná são exploradas
como matéria prima para a construção civil. Os depósitos de sedimentos finos que ocorrem nas
margens dos grandes rios, fornecem a argila, principal matéria prima utilizada pela indústria de
cerâmica e tijolos, destacado-se os municípios de Icaraíma, Japurá, Paraíso do Norte, São Carlos do
Ivaí, entre outros.

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Foto 19 – Aspecto das rochas da Formação Caiuá na meso-região Noroeste do
Estado do Paraná (Gasparetto e Souza, 2003)

Foto 20 - Vossoroca em desenvolvimento na Meso Região Noroeste do Paraná


(Nóbrega et al, 2003)

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6 – Referências Bibliográficas

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Geotécnico do Terceiro Planalto Paranaense – ENGEOPAR, 2003. UEM, Maringá, Anais.

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ANEXOS

- MAPA GEOLÓGICO DO PARANÁ

- VULNERABILIDADE À DENUDAÇÃO DAS ROCHAS DO PARANÁ

- TABELA – DISTRIBUIÇÃO DOS MUNICÍPIOS PARANAENSES POR


MESO-REGIÕES DEFINIDAS PELO IBGE
Tabelas – Distribuição dos municípios paranaenses por Meso-regiões definidas pelo IBGE

Sudeste Norte Central (cont.)


Metropolitana Antonio Olinto Ivatuba
Adrianópolis Bituruna Jaguapitã
Agudos do Sul Cruz Machado Jandaia do Sul
Almirante Tamandaré Fernandes Pinheiro Jardim Alegre
Antonina General Carneiro Kaloré Norte Pioneiro
Araucária Guamiranga Lidianópolis Abatia
Balsa Nova Imbituva Lobato Andirá
Bocaiúva do Sul Ipiranga Londrina Assai
Campina Grande do Sul Irati Lunardelli Bandeirantes
Campo do Tenente Ivaí Lupionópolis Barra do Jacaré
Campo Largo Mallet Mandaguaçu Cambará
Campo Magro Paula Freitas Mandaguari Carlópolis
Cêrro Azul Paulo Frontin Manoel Ribas Congonhinhas
Colombo Porto Vitória Marialva Conselheiro Mairinck
Contenda Prudentópolis Marilândia do Sul Cornélio Procópio
Curitiba Rebouças Maringá Curiúva
Doutor Ulysses Rio Azul Marumbi Figueira
Fazenda Rio Grande São João do Triunfo Mauá da Serra Guapirama
Guaraqueçaba São Mateus do Sul Miraselva Ibaiti
Guaratuba Teixeira Soares Munhoz de Mello Itambaracá
Itaperuçu União da Vitória Nossa Senhora das Jaboti
Lapa Graças Jacarezinho
Mandirituba Nova Esperança Japira
Matinhos Nova Tebas Jataizinho
Morretes Novo Itacolomi Joaquim Távora
Paranaguá Norte Central Ourizona Jundiaí do Sul
Piên Alvorada do Sul Paiçandu Leópolis
Pinhais Ângulo Pitangueiras Nova América da Colina
Piraquara Apucarana Porecatu Nova Fátima
Pontal do Paraná Arapongas Prado Ferreira Nova Santa Bárbara
Porto Amazonas Arapuã Presidente Castelo Pinhalão
Quatro Barras Ariranha do Ivaí Branco Quatiguá
Quitandinha Astorga Primeiro de Maio Rancho Alegre
Rio Branco do Sul Atalaia Rio Bom Ribeirão Claro
Rio Negro Bela Vista do Paraíso Rio Branco do Ivaí Ribeirão do Pinhal
São José dos Pinhais Bom Sucesso Rolândia Salto do Itararé
Tijucas do Sul Borrazópolis Rosário do Ivaí Santa Amélia
Tunas do Paraná Cafeara Sabáudia Santa Cecília do Pavão
Califórnia Santa Fé Santa Mariana
Cambé Santa Inês Santana do Itararé
Cambira Santo Inácio Santo Antonio da Platina
Centro-Oriental Cândido de Abreu São João do Ivaí Santo Antonio do Paraíso
Arapoti Centenário do Sul São Jorge do Ivaí São Jerônimo da Serra
Carambeí Colorado São Pedro do Ivaí São José da Boa Vista
Castro Cruzmaltina Sarandi São Sebastião da
Imbaú· Doutor Camargo Sertanópolis Amoreira
Jaguariaíva Faxinal Tamarana Sapopema
Ortigueira Floraí Uniflor Sertaneja
Palmeira Floresta Siqueira Campos
Piraí do Sul Florestópolis Tomazina
Ponta Grossa Flórida Uraí
Reserva Godoy Moreira Wenceslau Braz
Sengés Grandes Rios
Telêmaco Borba Guaraci
Tibagi Ibiporã
Ventania Iguaraçu
Itaguajé
Itambé
Ivaiporã
Oeste Sudoeste Noroeste
Centro-Sul Anahy Ampére Alto Paraná
Boa Ventura de São Assis Chateaubriand Barracão Alto Piquiri
Roque Boa Vista da Aparecida Bela Vista da Caroba Altônia
Campina do Simão Braganey Boa Esperança do Iguaçu Amaporã
Candói Cafelândia Bom Jesus do Sul Brasilândia do Sul
Cantagalo Campo Bonito Bom Sucesso do Sul Cafezal do Sul
Clevelândia Capitão Leônidas Marques Capanema Cianorte
Coronel Domingos Cascavel Chopinzinho Cidade Gaúcha
Soares Catanduvas Coronel Vivida Cruzeiro do Oeste
Espigão Alto do Iguaçu Céu Azul Cruzeiro do Iguaçu Cruzeiro do Sul
Foz do Jordão Corbélia Dois Vizinhos Diamante do Norte
Goioxim Diamante do Sul Enéas Marques Douradina
Guarapuava Diamante D'Oeste Flor da Serra do Sul Esperança Nova
Honório Serpa Entre Rios do Oeste Francisco Beltrão Francisco Alves
Inácio Martins Formosa do Oeste Itapejara D'Oeste Guairaçá
Laranjal Foz do Iguaçu Manfrinópolis Guaporema
Laranjeiras do Sul Guaíra Mariópolis Icaraíma
Mangueirinha Guaraniaçu Marmeleiro Inajá
Marquinho Ibema Nova Esperança do Indianópolis
Mato Rico Iguatu Sudoeste Iporã
Nova Laranjeiras Iracema do Oeste Nova Prata do Iguaçu Itaúna do Sul
Palmas Itaipulândia Pato Branco Ivaté
Palmital Jesuítas Pérola D'Oeste Japurá
Pinhão Lindoeste Pinhal de São Bento Jardim Olinda
Pitanga Marechal Cândido Rondon Planalto Jussara
Porto Barreiro Maripá Pranchita Loanda
Quedas do Iguaçu Matelândia Realeza Maria Helena
Reserva do Iguaçu Medianeira Renascença Marilena
Rio Bonito do Iguaçu Mercedes Salgado Filho Mariluz
Santa Maria do Oeste Missal Salto do Lontra Mirador
Turvo Nova Aurora Santa Izabel do Oeste Nova Aliança do Ivaí
Virmond Nova Santa Rosa Santo Antônio do Sudoeste Nova Londrina
Ouro Verde do Oeste São João Nova Olímpia
Palotina São Jorge D'Oeste Paraíso do Norte
Centro-Ocidental Pato Bragado Saudade do Iguaçu Paranacity
4° Centenário Quatro Pontes Sulina Paranapoema
Altamira do Paraná Ramilândia Verê Paranavaí
Araruna Santa Helena Vitorino Perobal
Barbosa Ferraz Santa Lúcia Pérola
Boa esperança Santa Tereza do Oeste Planaltina do Paraná
Campina da Lagoa Santa Terezinha de Itaipu Porto Rico
Campo Mourão São José das Palmeiras Querência do Norte
Corumbataí do Sul São Miguel do Iguaçu Rondon
Engenheiro Beltrão São Pedro do Iguaçu Santa Cruz do Monte
Farol Serranópolis do Iguaçu Castelo
Fênix Terra Roxa Santa Isabel do Ivaí
Goioerê Toledo Santa Mônica
Iretama Três Barras do Paraná Santo Antonio do Caiuá
Janiópolis Tupãssi São Carlos do Ivaí
Juranda Vera Cruz do Oeste São João do Caiuá
Luiziana São Jorge do Patrocínio
Mamborê São Manoel do Paraná
Moreira Sales São Pedro do Paraná
Nova Cantu São Tomé
Peabiru Tamboara
Quinta do Sol Tapejara
Rancho Alegre D'Oeste Tapira
Roncador Terra Rica
Terra Boa Tuneiras do Oeste
Ubiratã Umuarama
Vila Alta
Xambrê

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