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ÍNDICE

Introdução..........................................................................................................................4
Conceito de estratificação social.......................................................................................5
Tipos de estratificação.......................................................................................................5
Teorias de classe e estratificação.......................................................................................5
Sistemas de estratificação..................................................................................................6
Escravatura........................................................................................................................6
Casta..................................................................................................................................6
Caracterização das castas...................................................................................................6
Estado................................................................................................................................6
Divisões de classes do mundo...........................................................................................7
Subclasses..........................................................................................................................7
Género e estratificação......................................................................................................7
Mobilidade social e cultural..............................................................................................8
Mobilidade horizontal e vertical........................................................................................8
Características da mobilidade............................................................................................8
Conclusão
Referência bibliográfica
Introdução
Ao longo do nosso trabalho abordaremos sobre a estratificação social ou
camadas sociais que apresentam diferenças riquezas como: economicas, poder e
prestígios. Vamos nos centrar nos seus aspectos diferenciais, característicos bem como
nos seus sistemas, na progressão do indivíduo ou dos grupos de uma posicão social para
outra, dentro das classes ou estratos sociais, nos tipos e nas teorias implementadas por
alguns sociólogos que tratam com profundidade estas questões que tocam diretamente a
dimensão social do homem.

4
1. Conceito de estratificação social

Um dos primeiros autor a tratar do problema de estratificação foi Karl Marx, em


estreita correlação com o conceito de classe social. Marx considerava o factor
econômico como determinante de estratificação.1 Melvin considera a desigualdade
social e estratificação social como sinônimos. Ele compreende a estratificação como
“disposição de qualquer grupo ou sociedade numa hierarquia e posições desiguais com
relação a poder, propriedade, valorização social e estratificação psicólofica”.2

0s sociólogos usam o conceito de estratificação social para descrever as


desigualdades que existem entre indivíduos e grupos nas sociedades. Pensamos muitas
vezes na estratificação em termos de bens ou propriedades, mas ela também pode
ocorrer com base noutros atributos, como o género, a idade, a filiação religiosa ou
aparente militar.3 A estratificação social, é a classificação das pessoas em grupos com
base em condições socioeconómicas comuns, ou um conjunto relacional das
desigualdades com as dimensões económicas, sociais, politicas e antropológicas.
Também classifica categorias de pessoas em hierarquias. O principal objetivo da
estratificação social no âmbito dos estudos da sociologia é compreender o
funcionamento da organização hierárquica de uma sociedade. Também vela na
identificação das principais distinções entre as quais sociais e como as desigualdades
são socialmente construídas.

Segundo Marx Weber a Estratificação social é evidenciada pelo prestígio e


honra desfrutados. Ele fez uma distição em três dimensões de sociedade: a ordem
econômica, representada pela classe; a ordem social, pelo status, ou “Estado”; e a ordem
política, pelo partido.4 Cada uma das três dimenções possui uma estratificação própria:
Na ordem econômica o interesse é fator que cria uma classe, podendo-se até considerar
que as classes estão estratificadas segundo suas relações com produção e a aquisição de
bens; a estratificação econômica é portanto, representada pelos rendimentos, bens
serviços que o indivíduo possui ou de que dispõe. Os grupos de status estatificam-se em
função do princípio de consumo de bens, representados por estilos de vida específicos.
A dimensão política manifesta-se através do poder; a estratifição política é, assim

1
Cf. Lakatos Eva e Marconi, Sociolofia Geral, 1999, p.243.
2
P. 244-245
3
cf. A. Giddens, sociologia, 2013, p.483.
4
Ibidem.

5
observada através pela distribuição de poder entre grupos e partidos políticos e entre
indivíduos.

1.1 Tipos de estratificação social

Segundo Sorokin ele reduz a estratificação em três tipos fundamentais:

1. Estratificação econômica: a situação da desigualdade financeira dos


indivíduos dá origem a uma divisão em ricos e pobres, significando a
existência de estratificação econômica. Onde há desigualdade
econômica, esta a estratificação real, concreta, que se manifesta no nível
de vida, na posse de bens, aparece.
2. Estratificação política: há desigualdade política em uma mesma
sociedade, decorrente da distribuiçãonão uniforme de poder, de
autoridade (dirigentes e dirigidos), de prestígio, de honrarias e de títulos.
A estratificação ocorre independentemente de constituição particular da
sociedade.
3. Estratifição profissional: são as diferentes ocupações dos indivíduos na
sociedade se apresentam hieraquizadas no que diz respeito a valorização
social, ao grau de prestígio. O valor que se confere nas diferentes
ocupações varia no tempo e no espaço, tais como: proprietários e altos
executivos e empresas industriais, banqueiros, técnicos de elevado níveis
e cientistas, ganham cada vez mais prestígio em detrimento de actividade
outora mais importantes.

A estratificação profissional que corresponde a uma desigual de distribuição de


remuneração, apresenta duas formas distintas: Interprofissional e Intraprofissional

1.2 Teorias de classe e estratificação

O primeiro autor a empregar o termo de classes sociais foi Karl Marx, que ao
longo das suas obras, se ultilizou do conceito sem, todavia, definido com precisão. Ao
contrário muitas vezes o conceito classes sociais foi por ele empregado em contextos
teóricos divergentes ou francamente opostos.5 Para Marx, em cada tipo de sociedade de
classes existem duas classes fundamentais. O eixo desse sistema dicotômico é
constituido pelas relações de propriedade: uma minoria de elementos “não produtores”,
5
Lakatos E. Maria. Sociologia Geral. 1999, p.258.

6
que detém o controle dos meios ded produção, pode utilizar tal posição de controle com
a finalidade de extrair da maioria “produtora” o produto excedente que é a fonte da sua
existência. Desta maneira, classe é definida segundo a relação de agrupamentos
indivíduais com os meios de produção. A definição, ainda, relacina-se com a divisão de
trabalho em virtude de ser esta extensivamente necessária para criar produtos excelentes
(condição indispensável para a existência das classes).

A dominação econômica, segundo Marx, esta correlacinada com a dominação


politica, no sentido de que o controle dos meios de produção da origem ao controle
politico. Portanto, a divisão dicotômica de classes refere-se tanto a divisão de
propriedade quanto à divisão de poder: através das verificações das “linhas de
exploração econômica de uma sociedade é possível compriender as relações de
superordenação e subordinação ali axistentes. Assim, da mesma maneira que expressa
uma relação entre “opressores e oprimidos”. A classe dominante procura alicerçar sua
posição por intermédio de uma ideologia, cuja finalidade é “racionalizar” sua
dominação política e econômica e “explicar” à classe subordinada, a ela, a razão pela
qual deve aceitar tal situação. O esquema dicotômico pode ser conciliado com uma
outra concepção tricotômica, desde que se trate a classe média como um agrupamento
de indivíduos resultantes da “sobreposição de extenções das classes, ou como
determinada pelos limites das duas classes opostas”.6

Para Marx Weber- ao expor a concepção de classe faz uma distinção entre “situação
de classe” e “classe”. A situação de classe consiste na possibilidade típica de exercer um
monopólio (positivo ou negativo) em relação à distribuição dos bens, posições e distino
geral dos componentes. Em relação a situação de classes porder-se-à falar de classe
quando:

a) For comum a certo número de pessoas “um componente causal específico” de


oportunidades de vida;
b) À medida que tal componente for exclusivamente representado por interesses
econômicos (posse de bens e oportunidades de rendimentos);
c) A representação de ser em condições determinadas pelo mercado (mercado de
produtos ou de trabalhos). Portanto, a classe seria todo grupo de pessoas que se
encontram na mesma situação de classe.

6
Ossowski, Estruturas de classes na consciência social. 1964, p. 94-102.

7
Weber estabelece três gêneros de divisão de classe, segundo as propriedades, o
modo de aquisição e o conjunto de situação social específica dos membros de uma
classe:

a) Classe proprietária: é aquela em que a situação de classe é determinada, de


modo primaário, pelas diferenças relacionadas à propriedade;
b) Classe lucrativa: é aquela em que a situação de classe é determinada, de
modo primário, pelas possibilidades de valorização, no mercado, de bens e
serviços;
c) Classe social: é aquela que se fundamenta no conjunto de situações de
classes, entre as quais ocorre, de maneira fácil e de modo típico.

A unidade de classe é um elemento relativo, já que as passagens de uma situação


de classe para outra são numerosas e mais ou menos fáceis. Portanto, para Weber, o
conceito de classes engloba as que se distinguem pelo tipo de propriedade, as que se
caracterizam pelo modo de aquisição e as que se diferenciam pela situação geral (social,
política, cultral etc.) de seus componentes.

2. Sistemas de estratificação

2.1 Escravatura

A escravatura é uma forma de deigualdade extrema na qual alguns indivíduos


são considerados por outros como sua propriedade. As condições legais de propriedade
de escravos tem variado consideravelmente entre difierentes sociedades por vezes os
escravos eram privados de todos direitos por leis- como sucedeu nas plantações do sul
do Estados Unidos- enquanto que noutras sociedades a sua posição era muito mais
semelhante à do criados.7 Na antiga cidade- Estado grega de Antenas, por exemplo,
alguns escravos ocupavam lugar de grande responsábilidade. Os escravos eram
excluidados de posições politicas e militares, mas eram aceites quase em todos tipos de
ocupação. Alguns eram letrados e trabalhavam como agentes administrativos do
governos; muitos possuíam competências aprendidas em determinados ofícios. Ao
londo da história, em, muitas situções os escravos lutaram contra a sua subjugação;
como por exemplo a rebilião dos escravos no Sul dos Estados Unidos antes da Guerra
Civil isto devido a sua resistência, os sistemas de trabalho os escravos tendiam a ser

7
Anthony Giddens, Sociologia. 2009, p.485.

8
instáveis. Só poderia atinguir-se uma produtividade alta através de uma supervisão
constante de castigos brutais. Os sistemas de trabalho escravo acabaram por ser postos
em causa em parte devidos conflitos que provocavam e em parte porque incentivos
economicos e de outro tipo motivam as pessoas a produzir de um modo muito mais
eficiente do que a compilsão directa.

A escravatura não é economicamente eficiente, pura e simplesmente. Além


disso, deste o século XVIII que um número cada vez maior de pessoas, na Europa nos
Estados Unidos América, começou a encarar a escravatura como algo moralmente
incorrecto. Actualmente, a escravatura é ilegal em todos os países do Mundo, mas ainda
subsiste em alguns locais. Pesquisas recentes mostram que as pessoas ainda são levadas
contra a sua vontade e mantidas à a força em regime da escravatura. Abrangendo desde
pedreiros no Paquistão e escravas sexuais na Tailândia e escravas domésticas em países
relativamente prósperos, como o Reino Unido ou a França, a escravatura constituem
actualmente uma importante violação de direitos humanos no mundo, e, contrariamente
à suposição de muitas pessoas, parece estar a aumentar ao invés de diminuir.

2.2 Casta

Muitos autores, por sua vez, entendem que a diferenciação em castas deriva do
contacto de “raças” diferentes, tendo sido estabelecida por conquista. A palavra “casta”
é de origem portuguesa e a palavra indiana correspondente é varna que significa cor. E,
apesar das excepções regionais, há uma certa correspondência entre as castas e o
aspecto referente a cor, sendo as castassuperiores mais claras do que as inferiores.
Dentro das sociedades do presente ou do passado, foi na Indía que o sistema de casta
alcançou seu mais pleno desenvolvimento. Apesar da Constituição, promulgada de 26
de novembro de 1949, ter estabelecido a igualdade de todos os cidadãos, proibindo
expressamente sua discriminação por factores inerentes ao sistemas de Castas, é o
Estado indiano que apresenta, até hoje, a maior aproximação das caracteristicas do “tipo
ideal” de desigualdade herdade. Deste o ponto de vista geral, se pode definir a casta
como um sistema de estratificação social ou como um agregado, supraordenado ou
subordenado a outros, o qual se presenta inusitadamente rígido, tem caráter adscriptivo
por direito de nascimento e não permite aos indivíduos mobilidade vertical alguma.8

8
Diccionario de sociologia, 1986, p.224.

9
Conceito de casta segundo Kingsley Devis apresenta as seguintes tendências,
pertecentes às castas:

1. Participação hereditária na casta: a criança, deste o nascimento pertence ao


mesmo nível dos pais;
2. Participação atribuída por toda vida: com excenção de casos de degradação
(rebaxamento), uma pessoa não pode moldar sua casta; seus esforços pessoas,
sua demonstração de capacidade em nada influirão em sua participação em
determinada casta, aquele em que nasceu;
3. Casamento endogâmico: a escolha do cônjuge deve ser feita exclusivamente no
seio da casta;
4. O contacto com outras castas e limitado: as restrições referem-se ao convivio,
as relações pessoas e a associação e ao consumo de alimentos preparados por
outros;
5. Identifição do indivíduo com a casta: pelo nome, que é comum a todos os
membros da mesma casta, pela submição aos costumes particulares a ela e pela
obediência as que à regem;
6. A profissão ou a ocupação caracterizada a casta: ao lado desse factor,
apresenta uma unidad, baseiada numa origem tribal ou racial comum, adesão a
uma seita religiosa ou qualquel outra peculiaridade comum;
7. Cada casta possui um grau de prestígio próprio: estabelecido em relação as
outras castas.

2.2.1 Caracterização das castas

Segundo a teoria indiana, no princípio das coisas foram instituidas quatro castas,
eternas que se originam de diferentes partes da divindade: brâmanes (estudiosos e
lideres espirituais), sacerdotes e eruditos, provenientes da boca; xátrias (soldados
governantes), dirigentes guereiros precedentes dos braços dos pés. Além destes os
párias ou intocáveis, os “sem castas”, expulsos de suas castas, ou degradados, por
transgreções dos côdigos diferentes ao comportamento, condição que é transmitida aos
seus descendentes. Do ponto de vista religioso, as três primeiras castas são as dos
indivíduos “duas vezes nascidos”, este conceito é de facto ligado ao dogma do carma, e
transmigração das almas.

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2.3 Estado

Os estados (estates) faziam parte do feudalismo europeu, mas também existiram


em muitas outras civilizações tradicionais. Os estados feudais consitiam em estratos,
cada qual com diferentes obrigações e direitos para com o outro, sendo algumas destas
diferenças estabelecidas por leis. Na Europa, o estado mais elevado era composta pela
aristrocracia e pela pequena nobreza rural. O clero formava outro estado, com um
estatuto social mais baixo, mas possuindo vários privilégios distintivos. Aqueles que
vieram a ser designados como «terceiro estado» eram os comuns-servos, camponeses
livres, mercadores e artesãos. Ao contrário do sistema de castas, um determinado grau
de casamentos mistos e alguma mobilidade eram tolerados entre os estados. Os comuns
poderiam ser feitos cavaleiros, por exemplo, como forma de casamento por serviços
especiais prestados ao monarca; os mercadores podiam também por vezes adquirir
titulos nobres. Algum resquício do sistema ainda permanece na Grã-Bretanha, onde os
títulos nobres herdados ainda são reconhecidos, e líderes empresáriais, funcionários
públicos e outros podem ser agraciados comtítulo de cavaleiro_ Sir_ por serviços
prestados

Os estados tiveram tendências a desenvolver-se no passado, onde quer que


existisse uma aristrocracia tradicional baseiada no nascimento nobre. No sistema mais
feudais, como os da Europa medieval, os estados estavam bastante ligados ao domínio
senhorial: formavam assim um sistema de estratificação local, ao invés de nacional. Em
impérios tradicionais mais centralizados, como a China ou o Japão os estados estavam
organizados numa base mais nacional. Por vezes as diferenças entre os estados eram
justificados através de crenças religiosas, muito embora estas fossem de um rigor muito
menos estrito do que praticado no sistema de castas Hindu.

3. Divisões de classes do mundo contemporâneo

A estratificação social universal contemporânea é classificada por certos grupos:


classe baixa ou trabalhadora, classe média, classe alta e a subclasse. De acordo com o
país e o seu padrão económico e social, as classes sociais também podem ser
subdivididas:

Classe baixa ou trabalhadora: Os indivíduos apresentam dificuldades em


manter as necessidades básicas do ser humano, como por exemplo, alimentação. Além

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disso, dificilmente tem acesso a opções de entretenimento cultural. A classe baixa é
composta por pessoas que trabalham em ocupações manuais.

Classe média: São as mais comuns na maioria dos países. Neste grupo, os
indivíduos já conseguem manter um equilíbrio económico, garantindo todas as
necessidades básicas. Na classe média as pessoas tendem a ter um nível de escolaridade
mais elevada, como por exemplo, o ensino superior completo, que lhes permitem vender
o seu trabalho físico ou mental, de forma a ganhar a vida. Nalguns países
industrializados, esta classe media engloba agora a maioria da população; isso deve-se
em grande parte ao crescimento das ocupações profissionais e técnica de nível elevado
de gestão e de administração.

Classe alta: São os ricos, que geralmente nasceram em famílias abastardas e são
detentores de grandes heranças e fortunas. Todas as necessidades básicas são alcançadas
sem nenhuma dificuldade, além de outras oportunidades exclusivas de lazer e
entretenimento. Diferentemente das castas sociais, por exemplo, o individuo de uma
classe social pode evoluir ou regredir para outras classes sociais, de acordo com as
variações dos fatores que caracterizam cada grupo. A classe alta consiste numa pequena
minoria que possui riqueza e pode e a oportunidade de transmitir os seus privilégios à
geração seguinte, muito embora os ricos sejam um grupo diversificado e em mudanças
com um grande número de milionários que se fizeram a si próprios.

3.1 A subclasse

A subclasse é considerada como um seguimento populacional que em condições


severamente desvantajosas nas margens das sociedades. A ideia de subclasse foi
inicialmente desenvolvida nos EUA e, muito embora tenha sido aplicada noutros
contextos, o conceito é porventura mais útil no contexto norte-americano. Mesmo nos
EUA, o conceito é bastante controverso.

3.2 Classe e estilo de vida

Recentemente, alguns autores argumentaram que devíamos avaliar a posição de


classes dos indivíduos não - ou não principalmente - em termos económicos e de

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emprego, mas também em relação com fatores culturais como o estilo de vida e os
padrões- de consumo. De acordo com esta abordagem, a nossa era é uma era em que os
símbolos e os marcadores relacionados com o consumo estão a desempenhar um papel
ainda maior na vida diária. As identidades pessoais dos indivíduos são estruturadas,
numa grande extensão, em torno de escolhas e estilo de vida – como vestir-se, o que
comer, como cuidar do corpo e onde relaxar – e menos em torno de indicadores de
classes mais tradicionais como o emprego. Ou seja, o estilo de vida e os padrões de
consumo constituem importantes influências sobre a posição de classe; de acordo com
esta perspetiva, as identidades individuais são agora estruturadas mas em torno das
oposições do estilo de vida do que em torno dos indicadores tradicionais de classes,
como a ocupação9.

3.3 Género e estratificação

Quanto a estratificação do género, é evidente que a maioria das sociedades


progrediu ao abolir as formas mais flagrantes de desigualdade de género. Contudo, o
homem ainda domina a sociedade de diversas formas. O estudo sobre a estratificação
sofreu durante muitos anos uma cegueira relativamente ao género – foram escritos como
se as mulheres não existissem ou como se não tivessem importância ou interesse quando
se analisavam divisões de poder, de riqueza e de prestígio. Contudo, o género em si
mesmo um dos exemplos mais profundos de esterificação. Não existe nenhuma
sociedade em que os homem não tenham, em certos aspetos da vida social, mais
riquezas e maiores estatutos e influencias do que as mulheres. Um dos principais
problemas colocados pelo estudo do género e da estratificação nas sociedades modernas
é a questão de saber até que ponto poderemos entender as desigualdades de género nos
tempos modernos em termos principalmente de divisão de classes. As desigualdades de
género estão historicamente mais enraizadas do que o sistrema de classes; as divisões de
classes são tao forte que não existem dúvidas que se sobrepõem substancialmente às
desigualdades de género. A posição material da maioria das mulheres tendem a refletir a
de seus pais ou marido; por isso, pode-se argumentar que devemos explicar as
desigualdades de género através, das desigualdades em termos de classe10.

9
Cf Anthony. Sociologia. 2013, p. 530
10
Cf Anthony. Sociologia. 2013, p. 516

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4. Mobilidade social e cultural

Sorokin define mobilidade social e cultural da seguinte forma: mobilidade social


entende-se toda passagem de um indivíduo ou de um grupo de uma posição social para
outra, dentro de uma constelação de grupos e estratos sociais. Por mobilidade cultural
entende-se um deslocamento similar de significados, normas, valores ou veículos.

4.1 Modalidade Horizontal e Vertical

Na existência de duas classes fundamentais de dimensões no ambito social,


podemos classificar dois tipos de mobilidade social e cultural: Mobilidade social e
cultural horizontal: esta significa a passagem de um indivíduo, de um grupo social para
outro, situado em nível ou estrato diferente. Mobilidade social e cultural vertical: esta
significa passagem de um indivíduo, de um grupo social para outro, situado de nível
diferente.

4.2 Caracteristcas da mobilidade social

a) Grupos territoriais: toda sociedade ou localidade tem um grau de mobilidade


territorial, que tende a crescer com aumento da industrialização e a urbanização.
b) Família e paratesco: em todas as sociedades, através do casamento, do
divorcio, ou desquite e da doação, os indivíduos passam de um grupo familiar de
parantesco para outro.
c) Grupos ocupacionais: a mobilidade inter e intra-ocupacional é um processo
universal e contínuo, com nível baixo nas sociedades de castas e estamentos e
muito mais alto nas socidades de classes.
d) Grupos religiosos: em todos os tipos de sociedades há pessoas que transferem a
sua lealdade de uma religião para outra ou abandonam suas crenças, num
processo moderado mais contínuo. Como por exemplo: a origem e o
crescimento do Cristianismo, a Reforma Protestante e ascensão e disiminação do
Ilasmismo.
e) Partidos politicos: a mobilidade entre os diversos partidos politicos é contínuo.
O sentimento de lealdade, por ser superficial e instâvel, permite aos eleitores
deslocarem-seconstatemente de um partido para outro.

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f) Estados: todos os estados possuem disposições legais que regulam a concessão
da cidadanea e a emigração. Esse fluxo vária de acordo com a política de “porta
aberta” ou “porta fechada” das diferentes sociedades.

Esses diferentes tipos de deslocamentos geralmente correspondem à mobilidade


social horizontal, podendo, porem, torna-se verticais, ascedentes ou descedentes, à
medida que, na mudança de comunidade, o indivíduo ou grupo tenha elevada ou
rebaxada a sua posição social; se através do casamento o indivíduo ingressar numa
família de posição social superior ou inferior à sua, ou se o facto da separação entre
cônjuges levar ao desprestígio; quando a mudança de grupo ocupacional trouxer a
alteração profunda de status. O abandono da religião pode elevar ou rebaxar a posição
social de um indivíduo, conforme a maior ou menor predominância do sentimento
religioso dentro de uma sociedade.

CONCLUSÃO

Depois de uma rica e riquíssima pesquesa feita sobre a estratificação social,


procuramos de certa forma tratar minuciosamente sobre este assunto tão
importantíssimo no campo sociológico. Onde em primeira instância, procurou-se
entender o conceito de estratificação social, como classificação das pessoas em grupo
15
com base de condições socio-económica comuns ou não comuns, com as dimensões
económicas, sociais, políticas e antropológicas. Onde o seu objectivo principal é de
compreender o funcionamento da organização hierarquíca de uma sociedade.
Entretanto, a estratificação social abrange variadíssimas áreas ou aspectos no âmbito
sociológico como: tipos, características, divisões, assim como a mobilidade social e seus
tipos, compreendendo deste modo, as diversas formas culturais.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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